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O livro que estaremos estudando, a partir de agora, é a Primeira


Epístola de João. Embora venhamos, no decorrer do exame desta apostila,
observar inúmeros detalhes; quero desde já situá-lo em que período da História
fora tal carta escrita. Segundo registro de historiadores, talvez, o amado
apóstolo João, tenha escrito em meados do 85-95 d.c.. O Espírito Santo o
inspirou a falar de um tema principal que é a comunhão em suas múltiplas
facetas, as quais, iremos observar no decorrer do nosso estudo da epistola.
Certamente você já ouviu falar em João, o nome dele é citado diversas
vezes nos evangelhos e um deles foi próprio João quem escreveu. Mas, o que,
além disso, sabemos a cerca daquele que através das suas palavras tantas
vezes tem falado aos nossos corações? Talvez você se lembre das grandes
maravilhas que Jesus o levou a presenciar, juntamente com Tiago e Pedro, que
observaram a cura da sogra de Pedro (Mc 1.29-31), a ressurreição da filha de
Jairo (Mc 5.37 e Lc 8.51), a pesca miraculosa (Lc 5.10), a transfiguração no
monte (Mt 17.1), e a agonia no jardim do Getsêmani (Mt 26.37). Ou, talvez,
seja inesquecível a atitude carnal, de egoísmo pessoal e familiar, cometida no
ato de pedir para, na glória, sentar-se com seu irmão, um a sua direita e outro a
sua esquerda, bastante ambicioso não é (Mc 10.35)!
Pois é, quando falamos de personagens bíblicos falamos de homens,
homens falhos que viram o reino de Deus, em Jesus, se manifestar e creram
NELE. E que, por isso, puderam tornar-se veículo para testemunho do
evangelho e continuação das obras de Jesus. João é um dos exemplos dessa
verdade, logo, torna-se importante conhecermos um pouco mais da trajetória
do, então, discípulo João. Vamos lá!

Provavelmente seus olhos já passaram diversas vezes por trechos da


escrituras que dão natureza à vida João. De onde ele é? Quem são seus pais?
Seus irmãos? Como conheceu Jesus? Já era perfeito? E na crucificação, onde
ele estava? Na igreja primitiva quem foi João? Perguntas que se respondem
com a própria bíblia.
João era irmão de Tiago e, eles, filhos de Zebedeu (Mt 4.21), e de
Salomé, sendo esta, provavelmente, irmã da mãe de Jesus (cp. Mt 27.56 com
Mc 15.40; Jo 19.25). Sendo assim, era João primo de Jesus, que entregou sua
mãe aos cuidados de João, quando estava na cruz (Jo 19.25 a 27). João era,
como seu pai, pescador de Betsaida, na Galiléia, trabalhava no lago de Gene-
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saré (Mt 4.18,21; Lc 5. 1-11). A família parece ter vivido em boas


circunstâncias, visto que seu pai Zebedeu tinha empregados (Mc 1.20); a sua
mãe era uma das piedosas mulheres, que desde a Galiléia acompanharam
Jesus e O serviam com os seus bens (Mt 27.56); o próprio João era conhecido
do sumo sacerdote (Jo 18.15), e tinha sua própria casa (Jo 19.27). A chamada
de João e de seu irmão Tiago está, em termos precisos, narrada em Mt 4.21,22
e em Mc 1.19,20. Foi ele um dos doze apóstolos (Mt 10.2). A ele e seu irmão
deu Jesus o nome de Boanerges (Mc 3.17). Na sua juventude parece ter sido
homem deslumbrado, de temperamento impulsivo, dando ocasião a que Jesus
o censurasse uma vez por ter proibido certo indivíduo de operar milagres (Mc
9.38,39), outra vez por ter desejado que viesse do céu castigo sobre os hostis
samaritanos (Lc 9.51 a 56). Todavia, era ele chamado o “discípulo," a quem
Jesus amava" (Jo 21.20). É certo que João, como os outros discípulos,
abandonou o Mestre, quando O viu preso; mas depois O seguiu até ao palácio
do sumo sacerdote (Jo 18.15), e estava presente no Calvário (Jo 19.26,27). Em
companhia de Pedro visitou o túmulo vazio de Jesus (Jo 20.2 a 8), reconheceu
depois o Senhor na miraculosa pesca (Jo 21. 7); e o que havia de acontecer-
lhe foi o assunto de uma indagação da parte de Pedro, sendo a resposta de
Jesus mal compreendida por alguns (J o 21.21 a 23).
Depois da narrativa final do Evangelho, algumas vezes é mencionado
João; e então é sempre com Pedro. Na verdade Pedro, João e Tiago eram
colunas da igreja primitiva (Gl 2.9). Quando me refiro à coluna estou afirmando,
através de observação clara, de que o Senhor Jesus como já observado teve o
cuidado de inserir a Pedro, Tiago e João no circulo de convivência mais
particular, os deixando participar de inúmeros acontecimentos que os demais
discípulos não participaram. Não é de se admirar que os três tenham escrito
suas próprias epístolas, contribuindo para a edificação da igreja, como iremos
observar no decorrer da análise desta epistola de João. Continuando digo, que
João foi mandado ser encarcerado pelo Sinédrio (At 4.1 a 19); e passado
tempo, foi mandado pela Igreja à Samaria (At 8.14 a 17).
Diz-se entre os cristãos que João ficou em Jerusalém até à morte de
Maria, mãe de Jesus, cerca do ano 48 d.C.; e que, depois de ter Paulo deixado
finalmente a Ásia Menor, foi João trabalhar ali, residindo principalmente em
Éfeso, e fundando diversas igrejas naquela região. Crê-se, também, que
durante a perseguição de Domiciano, ou, segundo muitos, pelo fim do reinado
de Nero, foi desterrado para a ilha de Patmos, no mar Egeu, onde teve as
visões a que se refere no Apocalipse. Sendo mais tarde libertado, voltou a
Éfeso. Policarpo, Papias e Inácio foram seus discípulos. Irineu, que foi
discípulo de Policarpo relata que João continuou a residir em Éfeso, até a sua
morte no reinado de Trajano. Ainda que alguns dos apóstolos foram casados (1
Co 9.5), diz a tradição que João se conservou solteiro. Conta-se que, quando
João, pela sua idade avançada, já não podia pregar, pedia que o levassem ao
templo, e então contentava-se em exortar o povo da seguinte maneira:
"Filhinhos, amai-vos uns aos outros."
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“Filhinhos, amai-vos uns aos outros”, um resumo da Epístola de João.


A exortação predileta eternizou-se ao ser reunida na Bíblia, e dirigida a
milhares de pessoas por séculos, milênios depois da morte do Apóstolo João.
A I epístola de João, que é o vigésimo terceiro livro do Novo
Testamento, tem mais a natureza de uma dissertação sobre a essência do
evangelho e deveres dos cristãos do que a de uma carta enviada a certa igreja.
Ela não contem saudações ou qualquer referência pessoal. É uma "epístola
universal", visto que é dirigida à Igreja em geral. Com efeito, esta epístola tem
todo o caráter de um suplemento e comentário do Evangelho. Cp., v.g.,1.4 com
16.24; 2.3 com 14.15; 2.8 com 13.34; 2.11 com 12.35. A epístola parece, pelo
que expõe, ter sido escrita por uma pessoa que viu Jesus e observou as Suas
obras (1.1 a 4 e 4.14). Crê-se que foi escrita em Éfeso, mas não se sabe a data
precisa. É muito provável que seja dos fins do século primeiro, entre meados
dos anos 85-95d.c. A epístola corrigiria erros e haveria de ensinar o processo
de comunhão em diversas esferas.
João procura confirmar e reforçar a idéia das boas novas em relação à
vida eterna encontrada apenas em Jesus Cristo e sua obra(5.13), assegurando
aos crentes uma eternidade. Para esclarecer aos filhos na fé, o autor entra em
controvérsia com os adversários. Pois João tinha a consciência da batalha
travada contra as forças invisíveis das trevas. No inicio da vida da Igreja, as
falsas doutrinas se haviam introduzido no seio de algumas igrejas. Havia quem
pusesse em dúvida a divina dignidade de Jesus, negando que Ele fosse o Filho
de Deus. Aos que assim falavam, chama o Apóstolo de enganadores ou
anticristos (2.22; 4.15; 5.1).
Havia outros que ao contrário do que fora dito acima negavam a huma-
nidade de Jesus, contradizendo, deste modo, a real comunicação pessoal e
social de Cristo com os homens (Hb 2.16; 4.15), e a realidade da Sua morte e
da Sua propiciação. A encarnação de Jesus era, na opinião desses, mera
aparência, e a história da Sua vida não passava de um mito. O Apóstolo desfaz
estas falsas idéias de modo enérgico (I Jo 4.3), declara que ele próprio pode
tocar o corpo de Jesus (I Jo 1.1), e refere-se em termos claros à água e ao
sangue que jorravam do lado, que foi penetrado pela lança.
Uma terceira corrente de idéias se manifestava, sustentando alguns
que bastava adorar a Deus com o espiríto, havendo indulgência (tolerância,
facilidade,clemência) para o corpo. O Apóstolo refuta esta doutrina imoral, pois
declara que todo pecado é iniqüidade (I Jo 3.4-6); e que a comunhão com Deus
purifica o cristão, e somente nesta pureza é que podemos ser reconhecidos
como Seus filhos (2.5; 3.8 a 10; 4.13; 5.11).
Os pontos de que trata a epístola abundam em ensinamentos posítivos
sob três aspectos:
I. A epístola nos ensina qual a natureza da comunhão com Deus (1.3).
Ele é luz (1.5), e amor: e a comunhão implica conformidade com os Seus
atributos. Visto que Deus é luz, o homem deve ser purificado e remido (1. 7 a
2.2), e além disso deve ser santo (2.3 a 7). E como é amor, devemos amar-nos
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uns aos outros (2.10). Mas se Cristo for negado, todas estas bênçãos se
perdem (2.22 a 24).
II. A epístola nos ensina qual a felicidade e os deveres de um filho de
Deus. O nosso privilégio de cristãos é não somente a comunhão com Deus,
mas a nossa adoção como filhos. Deus é justo, e por isso devem os Seus filhos
ser também justos (2.29 a 3.3). Cristo veio para tirar o pecado do mundo, e
Nele não há pecado; como Ele é, devemos nós ser (3.4 a 10). Ele deu a Sua
vida por nós, e então deve o Seu amor ser o nosso modelo (3.11 a 18). Se
tivermos o Espírito de Cristo, participaremos das outras bênçãos cristãs (3.19 a
24). Ora, se Cristo for negado, quanto à Sua natureza humana em especial,
essas bênçãos serão perdidas (3.19 a 4.6).
III. Deus não é somente luz: Deus é amor (4.7,8). O amor, parte
essencial da Sua natureza, manifesta-se na missão e caráter de Seu Filho, e é
condição necessária da filiação (4.21). Amar a Deus e ao próximo, a fé em
Cristo, e uma confiança tal que nos conserve a paz são entre outros os
resultados dessa revelação.

Uma visão geral

Como vimos anteriormente, o assunto principal tratado por João nesta


epístola é a comunhão. Inicialmente, João deixa claro que ele mesmo
comungou, relacionou-se com Deus, na pessoa de Jesus. Ou seja, através de
Jesus, o homem pode novamente ter, restabelecida, a comunhão perdida no
Éden (Rm 5.14-15). João então nos alerta, pela epístola, desta comunhão que
está proposta a todos que crerem no Filho de Deus, Jesus Cristo, e na sua
obra (At 2.39). O apóstolo, na anunciação da comunhão com o Pai e com Seu
Filho, ensina o crente a lidar com o pecado, estimulando a confissão e o
abandono de obras mortas e a fé na obra da cruz que purifica e redime o
homem de qualquer pecado que porventura venha ser cometido (Sl 32. 1-2,5).
Bem, o pecado impede a comunhão de Deus com os homens, daí a
necessidade de seguirmos as instruções dadas pelo servo do Senhor para
sermos participantes do relacionamento a qual temos sido chamados. Esta
comunhão deve gerar o amor, amor a Deus e amor as almas. A partir do
momento que comungamos com o Senhor e recebemos sua graça, um
sentimento de gratidão preenche o coração do pecador arrependido, que tem
por necessidade agradar aquele que lhe salvou a alma (Lc 7. 41-43, 47). Mas,
como, como agradecer por tudo que tem feito por mim, ou por você? Mais uma
vez, o apóstolo nos dá a resposta: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros”.
Sendo assim compreendemos que a comunhão apresentada por João
é tratada por duas vertentes: o abandono do pecado e a prática do amor. O
abandono do pecado porque Deus é santo, perfeito e Ele não comunga com o
pecado (II Co 6. 17-18). A prática do amor porque, à medida que nos
relacionamos com Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, logo se Deus nos
amou a ponto de dar a sua própria vida por nós, também cada um que se
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aproxima do Senhor e participa da Sua comunhão deve manifestar esse


mesmo amor (I Pd 4.8). A comunhão com Deus é integral quando nos
apartamos do pecado e andamos, em amor, na comunhão do corpo de Cristo.
É nestes termos que estaremos nos detendo daqui por diante. Que
Deus nos ajude, abrindo os olhos dos nossos entendimentos, doando-nos
graça do Seu Espírito para compreendermos e percebermos essas verdades
bíblicas! Amém!

A Comunhão é Possível

“O que era desde o princípio, o que temos


ouvido, o que temos visto com os nossos próprios
olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos
apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida
se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos
testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a
qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que
temos visto e ouvido anunciamos também a vós
outros, para que vós, igualmente, mantenhais
comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com
o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas,
pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja
completa.” I João 1. 1-4

Como já dissemos, essa Epístola diferencia-se pelo fato de não trazer


em si saudações, nem referências pessoais. O apóstolo João importa-se em
dar base para tudo do que estaria por escrever. Acredito que no espírito de
João era de suma importância esclarecer a veracidade de tudo quanto eles,
aos apóstolos, presenciaram através da comunhão com Jesus. Não importava
quem ele era, donde ele vinha, como viva, se estava bem de saúde ou não. O
que precisava ser compreendido, por todo aquele que lesse a carta, é que ele
havia sido testemunha ocular de todo o ministério do Senhor Jesus. De que
Ele, João havia ouvido, visto e apalpado a respeito do Verbo da vida. Isso era o
que importava e mais NADA.
O Apóstolo João no princípio de sua epistola está nos alertando: “eu
comunguei com o Verbo da Vida. É possível manter comunhão com Ele!” Nós
pudemos observar, no início deste estudo, a trajetória de João, enquanto Jesus
executava seu ministério dentre os homens. E testificamos que João havia sido
separado por Deus para testemunhar manifestações exclusivas do poder de
Deus. E porque será que João foi um dos escolhidos para presenciar tais
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coisas? Exatamente porque Deus, em sua soberania, estava preparando João


para que mais tarde, através dos seus escritos, ele pudesse anunciar a
possibilidade de retorno à comunhão com o Criador. Porque assim como João
ouviu, viu e apalpou da comunhão com Cristo, também todo aquele que recebe
a Jesus torna-se parte integrante desta comunhão. A mensagem, em suma, da
epístola é essa: Eu obtive comunhão, e você também pode. E nessa
convicção João nos traz preciosas verdades e tesouros espirituais.

Encarnação do Verbo: comunhão entre Deus


e os homens

“... com respeito ao Verbo da vida”


Nessa expressão autor demonstra do que, ou melhor, de quem ele está
falando. Jesus é o Verbo da Vida. Olhando no dicionário temos a definição para
verbo: “palavra com que declaramos ação, estado ou qualidade, em geral, de
um sujeito”. No nosso caso, o sujeito é a Vida (Jo 14.6), e a Palavra (logos)
declara ações, estado e qualidades da vida de Jesus. Se analisarmos o
primeiro capítulo do evangelho de João, poderemos ver com maior clareza. A
palavra verbo (logos) refere-se a Jesus como Palavra de Deus, enquanto a
palavra vida refere-se à manifestação de Deus aos homens através da
encarnação de Jesus. Verbo então para João é uma pessoa, Jesus, que
comunica a realidade de Deus aos homens pela sua encarnação e sacrifício na
cruz. Verbo é a perfeita expressão de Deus, por isso disse: “e o Verbo se fez
carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do unigênito do Pai.” Jo 1.14
É preciso deixar claro que quando falamos de verbo, e observamos sua
descrição lingüística, queremos demonstrar que o verbo é a Palavra escrita,
entregue aos profetas, que se fez carne e habitou entre nós. Hebreus 1:1-2
A encarnação do Verbo se deu com o firme propósito de trazer
reconciliação da parte de Deus aos homens (II Co 5. 18-19), já que a lei escrita
era incapaz de tornar, justo, o homem. A lei era capaz de mostrar o caminho,
mas, não capacitava o homem a andar nele. Daí a necessidade de Jesus, o
Verbo, se fazer carne a fim de praticar toda justiça, cumprindo assim a lei, e por
meio da substituição nos justificar diante de Deus e operar reconciliação.
Gálatas 3: 23-25; Romanos 3: 19-31.
Jesus deixou a sua glória, a companhia de Seu Pai para nascer de
mulher, semelhante a nós, e sujeito as mesmas fraquezas ( Gl 4.4, Fp 2. 5-8).
Nós, por causa do pecado, estávamos escravizados ao reino das trevas (Ef
2.1-3). Só havia uma maneira para que fossemos, novamente, livres: um
sacrifício perfeito (prática da lei perfeita), sem defeito, sem pecado, pois desta
forma exigia a justiça divina através da lei. Somente o sangue faz expiação
pela vida (Hb 9. 22, Lv 17.11). Mas quem seria capaz, dentre os homens, de
cumprir as exigências para o sacrifício? Não se achou nem um justo sequer,
ninguém que pudesse religar a comunhão entre Deus e os homens (Ec 7.20,
Rm 3.23 ).
Então, Jesus, o Verbo perfeito de Deus, encarnou e habitou entre nós,
deu prova de comunhão com o Pai, vivendo uma vida de santidade, livre de
pecado e a Si mesmo se sacrificou, tornou-se a lei viva (real) para que através
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da Sua entrega, novamente houvesse comunhão para os homens (Tt 2.11-14).


Ele é o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Gn 3.21), e Nele
aqueles que crêem são religados ao Criador (João 1:29;I Pd1. 18-21).

Essa comunhão é para todos

vos escrevemos para que a nossa alegria


“...
seja completa”
É exatamente toda essa obra de reconciliação realizada por Jesus que
João anuncia aos homens. A alegria de João era levar almas a desfrutar da
mesma comunhão que ele; comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus. Esse
é o objetivo da carta, conduzir homens e mulheres a luz do evangelho. E nisso
não há acepção de pessoas, é para todos quantos crerem.
Na maioria das vezes dirigimos a mensagem da reconciliação aos
ímpios, idolatras, aqueles que sabemos não terem tido um encontro com Jesus
ainda. Sim, é verdade, o chamado de comunhão se estende a eles, assim
como aconteceu conosco (Mc 16.16). Eles precisam ouvir as boas novas do
evangelho, para que crendo participem da comunhão que nos é oferecida
gratuitamente.
Mas, desde o princípio da igreja satanás tenta destruir a verdadeira
doutrina de Cristo, e isso, dentro da igreja, lançando mentiras de condenação,
de libertinagem, ou de auto-justificação dos servos de Deus. Quantas vezes
vimos irmãos nossos em Cristo abandonar a fé por não crerem mais no poder
de purificação que existe no sangue de Jesus? Ou quantos se perderam
julgando que suas próprias obras o justificariam diante de Deus? Sem falar nos
inúmeros que se julgam salvos sempre salvos. Desacreditaram da graça de
Deus ou fazem dela motivo de escárnio, corromperam-se enganados por
conceitos demoníacos. Abandonaram a santa comunhão com Cristo voltando,
pouco a pouco, a prática das velhas obras.
João, em sua epístola, vem, então, testificando da verdade para que
ninguém se deixasse enganar por falsidades e mentiras que retirariam suas
vidas da verdadeira comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus. Quanto mais
pessoas ele pudesse poupar do engano tanto maior seria sua alegria em saber
que tais pessoas desfrutavam do amor e da graça de Deus. “Ora, a nossa
comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo.” (1.3). Devemos andar
juntos, falar juntos e viver juntos. Devemos comer à mesma mesa (Ap 3.20),
porque somos uma só família (Ef 3.15). Deus é nosso Pai porque Jesus Cristo,
nosso irmão mais velho, nos tornou filhos do Deus Altíssimo (Jo 1.12). Por isso
devemos agir, viver verdadeiramente como seu filhos (Rm 8. 12-17), e nos
alegrarmos nesta comunhão (Fp 4.4).
É preciso compreender, que o pecado original está em nossa carne,
sim! Mas, o que não devemos tolerar é a prática descabida de pecados em
nossas reuniões. Porque só pode existir comunhão onde há acordo Amós 3: 3,
ou seja, onde duas ou mais pessoas pensam e vivem da mesma forma. Logo,
se julgamos comungar com o Senhor Jesus devemos andar com Ele; é dessas
condições exigidas que falaremos a seguir.
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Essa comunhão exige condições

“Ora, a mensagem que, da parte dele, temos


ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e
não há nele treva nenhuma.” I Jo 1. 5

Deus é Luz
Por definição temos: “Luz – Claridade, Lume, clarão, tudo o que produz
claridade, tornando visíveis os objetos; clarão produzido por uma substância
ardendo; reflexo; brilho; fulgor; objeto iluminante; vela, candeeiro, lâmpada,
etc.” Naturalmente todos nós sabemos para que serve a luz. Quem é que já
não deu um “encontrão” a procura de uma vela ou uma lâmpada que pudesse
iluminar temporariamente, enquanto a companhia de luz trabalhava a fim de
alimentar novamente aos nossos postes? É claro, a maioria de nós já passou
por isso, e obviamente, pôde experimentar o caos que é tentar executar tarefas
comuns quando não há luz. Cozinhar, lavar, tomar banho, ler uma instrução
tornam-se verdadeiras aventuras que podem até causar acidentes. Andamos
pela casa tateando, e isso, na nossa casa. Se estivermos em um ambiente
estranho, se possível, não haveremos de nos aventurar nem para ir ao
banheiro. Depois de muita espera, decidimos dormir, quem sabe, amanhã!
Bem, é exatamente assim que muita gente vive espiritualmente, fazendo
somente aquilo que é expressamente indispensável (Jo 9.4).
Deus é a luz! Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue
não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida.” Jo 8. 12 Ah!
Finalmente em meio ao “apagão” alguém encontra uma bendita lanterna capaz
de guiar e orientar você a realizar as suas tarefas. Então, com aquele facho de
luz você sabe exatamente onde pisar e em que mexer. Com todo respeito, para
que você possa entender nossa pequena ilustração, o Senhor é a nossa
“lanterninha”, todo mundo que segue ao Senhor tem claridade para observar o
que está ao seu redor, e por isso não tropeça, não tem encontrões e nem
causam acidentes. Deus é luz e ilumina a vida de todo aquele que com ele
anda, “porque a luz resplandece nas trevas” (Jo 1. 5) Mas, que luz é essa?
O Rei Davi nos dá a dica: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra
e luz para os meus caminhos.” Salmo 119.105 Quer ser iluminado por Deus?
Quer ver a luz de Deus? Conheça o Verbo da Vida!!! O Verbo encarnado de
Deus era, e continua sendo e sempre será a luz dos homens (Jo 1.4 e 8-9). Há
somente uma maneira de iluminarmos as nossas casas espirituais: adequando
meios, modos para que a Palavra habite em nós.
Em uma casa se não houver conduítes, fios, interruptores, bocais e,
por fim, lâmpadas jamais haverá luz. Ainda que haja luz no poste e você pague
a taxa mínima de iluminação, se você não trabalhar para que essa luz esteja
dentro da sua casa ela vai permanecer do lado de fora, no poste. E, então você
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vai deixar de gozar de todos os confortos que a eletricidade pode te provê.


Essa verdade é paralela. Se você aceitar a Cristo e não se expor a Ele, O
Verbo, sua casa vai ser uma casa sem iluminação, sem presença de Deus, que
quando o sol vai embora é invadida pelas trevas porque não possui luz em si
mesma. Deus é Luz. Aquele que anda com Deus se deixa iluminar por Ele (Mt
6.22-23).
Não se deve esquecer que no momento que o homem se afastou da
comunhão com Deus no Jardim do Éden, esse mesmo homem se tornou
alheio, distante, afastado da luz do caráter de Deus. Efésios 4: 17-19
Sendo assim o homem se tornou obscurecido, vivendo na sua vida a
prática das obras das trevas, não porque desejou isso o tempo todo, mas pelo
fato de perder a ligação, a comunhão com o caráter divino. Agora mediante a
Jesus Cristo fomos religados, e se fomos de verdade, é preciso saber que em
Deus não há trevas nenhuma. Atos 17: 24-31

Condição para comunhão com Deus:


Abandono de pecado

Nele não há treva nenhuma


No texto de Mateus 6.22-23, diz: “Portanto, caso a luz que em ti há
sejam trevas, que grandes trevas serão”. Ops! Luz sejam trevas? Esse texto
vem tratando dos olhos humanos, lugar onde se adquire conhecimento, seja
por meio leituras ou observações pessoais. Os olhos têm a capacidade de reter
informações e transmiti-las a nossa alma. Uma vez chegada essa informação a
nossa alma ela será utilizada para formar nossas opiniões, vontades e
pensamentos acerca daquilo que nos cerca. Essa informação é um tipo de luz,
é um tipo de conhecimento que adquirimos através das nossas experiências.
Bem, precisamos concordar que nem todo conhecimento é conhecimento de
Deus (Tg 3.13-18). Quando fomos à escola, por exemplos, adquirimos luz para
a matemática, luz para biologia, etc. e isso nada tinha haver com
conhecimento de Deus.
Permita-me usar um exemplo. Durante todo o dia há luz, e se você
olhar ao redor de si existe sombra, sombra sua, sombra dos prédios, sombra
das árvores, etc. Mais existe uma hora em que não há sombras, a hora do
meio do dia. O sol é implacável e não tem para onde fugir porque não há
subterfúgios ou esconderijos é a hora da luz perfeita. A luz de Deus é assim
perfeita, sem sombras ou alterações, O conhecimento de Deus é Verdade
absoluta. Quando a luz de Deus chega para iluminar o homem, vem para
anular qualquer faceta de trevas e trazer ao pleno conhecimento as suas obras
(Jo 3.19-21, Ef 4: 20-24; 5. 13-14).
Tomemos, então cuidado para que a luz que esteja em nós seja
verdadeiramente luz, genuína do evangelho, e então “todo o corpo será
luminoso”, amém (Mt 24.24)?
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“Se dissermos que mantemos comunhão com


ele e andarmos nas trevas, mentimos e não
praticamos a verdade.” I João 1.6
Primeira característica de iluminação genuína do evangelho sobre a
sua vida: andarmos na luz, afastados do pecado. O apóstolo Pauto escreveu a
Timóteo: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece tendo este selo:
O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo
aquele que professa o nome do Senhor.” II Tm 2.19. É claro e bem explícito.
Todo aquele que professa o nome do Senhor deve apartar-se da injustiça. E
diz mais, diz que isso é um selo! Uma marca sem a qual ninguém pode
comungar com Deus (II Co 6. 14-18; I João 3: 4-10)
O pecado faz separação entre Deus e os homens (Is 59. 2-3). O
pecado produz morte, e graça de Deus, vida. São contrários entre si, e não
podem andar juntos (Rm 8. 6-8). Quando, um crente, que comunga com Deus,
que conhece a sua palavra, está prestes a cometer pecado um sinal de alerta
soa dentro dele punindo o erro. Esse é o espírito Santo trabalhando em nós
para conduzir-nos a Deus santificados (Rm 8. 12-14, Gl 5. 16-17) Quando o
crente dá atenção à voz do Espírito Santo ele resiste ao pecado e glorifica a
Deus praticando a justiça ( Mt 5. 16, Rm 6. 16-17).
Por muitas vezes o crente negligencia ao sinal de alerta e acaba
metendo os pés pelas mãos – Graças a Deus pelo Espírito Santo!! Quando
isso acontece vem o peso do pecado. Expressões como: “Puxa Vida!”, “Eu
sabia que isso não ia dar certo” ou “ Eu não devia...”, brotam dentro de nós em
parceria com trechos da Palavra de Deus que nos apontam do pecado. Mais
uma vez o Espírito Santo que não é acusador, nem nos condena junto com o
pecado, mas nos convence dos erros, entra em ação. Logo, chegamos ao
próximo versículo:

“Se, porém andarmos na luz, como ele está na


luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo
pecado.” I João 1. 7
Como temos visto, andar na luz é ser iluminado, instruído pela Palavra
de Deus. Note, aquele que anda nas trevas, não tem conhecimento de pecado,
e por isso não pode ser purificado no sacrifício do cordeiro, e
conseqüentemente não comunga com Deus, que é luz (Ez 3. 16-12, Ez 33 1-
20). Todo aquele que é avisado (Jo 16. 8-11) tem chance para arrependimento
e, sendo assim, de comunhão com Deus. Veja, essa comunhão só é possível
por causa do Sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado. Se não fosse
por Ele, ainda estaríamos atrelados ao sistema levítico para expiação e
redenção na presença de Deus (Hb 9. 22-28).
Em suma pode-se dizer que quem mantêm comunhão com Deus, são
aqueles que praticam a justiça ou resistindo ao pecado, ou se deixando lavar
pelo sangue de Jesus através da confissão e abandono do pecado por fé em
Cristo e na sua obra (Rm 10. 9-10). Mas aqueles que sabendo o que é certo,
biblicamente falando, e cometem pecado não tem conhecimento de Deus e
11

nem com Ele podem manter comunhão, pois não trazem em si a justiça
praticada para eles (Rm 3. 21-26)
Um detalhe que me chamou a atenção neste verso é: “mantemos
comunhão uns com os outros”. O Senhor, por João, vem falando de prática de
justiça, convencimento do pecado e purificação pelo Sangue de Jesus. Neste
ínterim ele introduz a comunhão entre os irmãos, sendo esta, a segunda
característica de iluminação genuína do evangelho sobre a sua vida. Perceba
que os versos 6 e 7 começam com “Se”, ou seja, trazem condições na prática
da vida cristã.
A comunhão uns com os outros foi o pedido de Jesus ao Pai antes da
sua crucificação (Jo 17. 20-21). Fomos unidos não só em espírito, mais em
Jesus somos parte integrante de um só corpo, o corpo de Cristo (I Co 12. 12—
14 e 26). Em I Coríntios 6. 17 diz: “Mas aquele que se une ao Senhor é um
espírito com ele.”, a palavra empregada para “se une” é KOLLÔMENOS (gr), e
faz referência a união física (Ef 5. 29-32). Nesta união deve haver lealdade e
permanência, constância. Devemos tratar ao nosso próximo como somos
tratados por Deus, precisamos agir como Ele age e demonstrarmos o Seu
caráter em nossas vidas, para, então, na comunhão, recebemos perdão de
Deus (Mt 6. 12 e 14-15, Cl 3.13-14) e cura (Tg 5.13-16). Lembre-se: se você
se diz crente mas é incapaz de perdoar o seu irmão, de manter comunhão
com ele, saiba o sangue de Jesus não vai purificar o teu pecado, ele fica retido
na mesma proporção que você retêm ao teu próximo. Cuidado com os
verdugos (Mt 18. 23...)!! “Entra em acordo sem demora com o teu
adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não
te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último
centavo.” Mateus 5. 25-26.

“Se dissermos que não temos pecado nenhum,


a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não
está em nós.” I João 1. 8
Obviamente, eu suponho, que todo cristão já compareceu diante de
Deus com a seguinte oração: “Senhor, perdoa os meus pecados!”. O primeiro
passo, que damos em direção ao Senhor, é reconhecermos que somos
pecadores. A bíblia diz que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” Rm
3.23, e mais, o próprio Senhor disse: “Os sãos não precisam de médico, e sim
os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.” Mc 2.17.
Na verdade todos estamos debaixo do julgo do pecado, mas nem todos
reconhecem isso. Veja que em Lucas 18. 9-14, foi o pecador quem saiu
justificado e não o fariseu que se achava justo. O pecado entrou por intermédio
da desobediência de Adão e alastrou-se por todas as gerações da humanidade
(Rm 5.12, Gn. 3.22, Sl 51.5). Prova evidente de que todos pecamos é que
todos morremos (Tg 1.15, Rm 6. 22) e isto é inevitável.
Na verdade como diz o versículo quem pensa não ter pecado engana a
si mesmo. Quantas vezes ouvimos as pessoas dizendo:”eu não faço mal a
ninguém”, ou “o que eu faço de errado?”, a verdade de Deus não está neles ou
pelo simples pecado da soberba, não são capazes de humilharem-se para
12

reconhecimento de pecado permanecendo, assim, presos nas trevas (Pv 20.9).


Deus diz:

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel


e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça.” I João 1.9
A solução para o homem está em confessar o pecado. A solução para
a humanidade que geme, é reconhecer que precisa de Deus, da sua salvação,
da sua graça. Quando não confessamos nossos pecados ficamos doentes,
primeiro por dentro, no espírito, na alma, e depois, em nosso corpo, em nossa
vida (Sl 32.3-4, Pv 28.13 Jó 33.14...).
É exatamente na dependência de Deus que está a diferença entre Saul
e Davi. Os dois disseram “pequei” (I Sm 15.30, II Sm 12.13),embora tenha Saul
sido teimoso e rebelde em confessar o pecado e apenas fazendo por ter sido
pego em falta e tenha sentido a perda do reino, apesar de estar pecando contra
o Senhor, desejava ser honrado pelos anciãos, enquanto que Davi prostrava-se
jejuando e orando na presença de Deus (II Sm 12 15-17). No decorrer da
história podemos ver Saul completamente desviado dos caminhos do Senhor (I
Sm 28) ao passo que Davi adora a Deus, confessando seu pecado, enquanto
recebe justo juízo para sua transgressão (Sl 51)
Existe um engano que está entranhado no meio do povo de Deus
acerca do pecado. Se perguntarmos a qualquer crente, que tenha o mínimo de
conhecimento bíblico, “o que é pecado?”, rapidamente teremos uma bíblia
aberta em gálatas 5. 19-21 e a citação daquela lista de erros como definição de
pecados Na verdade existem outras listas ( I Co 6.7-10, Cl 3. 5-11, Ef 5. 3-...,
etc) que auxiliam o leitor da bíblia a entender o que desagrada a Deus.
Mas será que o pecado está restrito somente a essas atitudes?
Tomando por exemplo o adultério, podemos entender que o conceito de
pecado para o homem é bem diferente do de Deus. Na mente humana o
pecado acontecia quando o homem, ou a mulher deitava-se, mantinha relações
sexuais, com o cônjuge de outro. Mas, para Deus o simples fato de olhar com
intenção impura é suficiente para condenação (Mt 5.27-30).
Quando nos achegamos a Cristo confessamos até o pecado na nossa
bisavó! Mas com o passar do tempo nos tornamos insensíveis a estas coisas
porque dizemos no nosso coração: “Eu não me prostituo mais!”, “Eu não bebo
mais!”, “Eu não grito, eu não xingo, eu não saio, eu não..., eu não.... eu
não...eu não peco mais!” Ou será que você é do tipo que acostumou-se com a
graça de Deus, e que, por isso, não precisa mais ficar confessando pecado
toda hora, afinal de contas o sangue de Jesus vale até para os pecados que
você ainda vai cometer. Então fazemos aquela oração de desencargo de
consciência: “Senhor, tu me conheces, perdoa o meu pecado, em nome de
Jesus, amém!” E a pergunta no céu é: “qual dos teus pecados?” Nos tornamos
soberbos e arrogantes julgando que somos infalíveis e nos acostumando com a
graça de Deus, quando na verdade estamos caminhando a passos largos para
a ruína (Pv 16.18).
Quantas vezes você tem se sentido apática, vazia, fria ou distante? Há
quantos cultos você entra e sai sem que nada do que é ministrado faça
13

realmente diferença na sua vida? Parece que está tudo esquisito? Não entende
o que é anunciado? Não vê a hora de ir embora? Falta prazer de estar na casa
ou na presença de Deus? É hora de dobrar os joelhos e pedir ao Espírito Santo
que mais uma vez possa te conduzir ao arrependimento!
Mas talvez você diga: “Eu não me encaixo em nenhuma das atitudes
das listas!” Sabe, quando o lavrador ara o campo, ele retira todas as pedras
que encontra. Mas, no ano seguinte, o arado penetra mais fundo e ele acha
outras pedras que ficaram ocultas no ano anterior, e as joga fora. No outro ano
a mesma coisa acontece. Assim também em nossa vida. Deus revelará,
através do arado do seu Espírito, os pecados ocultos em nós, e dos quais não
tínhamos consciência. Davi bradou “Quem há que possa discernir as
próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba
guarda o teu servo, que ela não me domine; então serei irrepreensível e
ficarei livre de grande transgressão. As Palavras dos meu lábios e os
meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença. Senhor rocha
minha e redentor meu!” Salmo 19. 12-14
Existem dois alertas que valem a pena ser feitos: incredulidade e
prática do bem. A incredulidade é o pior pecado que se pode cometer, se é que
existe uma escala de medição. Ela nos afasta da possibilidade de salvação,
redenção, justificação, ou de qualquer outra promessa que Deus tenha para as
nossas vidas. A bíblia diz que a incredulidade procede de um coração
perverso, e que ela nos afasta do Deus Vivo (Hb 3. 12). Sim, eu sei que você
aceitou a Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Você entendeu que
Jesus, o Filho de Deus, foi oferecido em sacrifico no seu lugar, e que por isso,
os seus pecados estão perdoado e você recebeu uma nova vida. Aleluia!!
Mas a pergunta é: Você entendeu isso na sua mente ou você creu
nessa verdade e tem vivido nela? Preste atenção, eu não estou aqui colocando
em dúvida a salvação de ninguém, mais é preciso que você pare para meditar
na fé que você diz ter em Jesus. Quando você ora você acredita que Deus te
ouviu (Sl 6.8-9)? Quando pede alguma coisa acredita que recebeu (Jo 14. 13-
14, Lc 11. 9-13)? Quando fica doente acredita na cura que Ele conquistou para
você (I Pd 2.24)? Quando tem necessidade se utiliza das promessas de
provisão (Ml 3.11-12)? Ou vivemos a lançar palavras ao vento, descrentes e
lamentando ser vontade de Deus passarmos por isso ou aquilo? O Autor aos
Hebreus diz: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se
torna galardoador (premiador, recompensador) dos que os buscam.” Hb 11.6
Medite e arrependa-se a medida que se fizer necessário.
“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não faz nisso está
pecando” Tg 4.17 Em um sábado enquanto voltava para casa, no horário do
almoço, passei em um lugar, já próximo de casa, que vende comida, tipo PF,
na quentinha. Pensei comigo mesma, vou aproveitar esse dinheirinho que me
restou vou comprar uma comida diferente. Mato dois coelhos com uma
cajadada só: ofereço uma comida diferente e economizo tempo. Então comprei
duas quentinhas e continuei meu trajeto para casa. Quando dobrei a esquina
ouvi, claramente, da parte de Deus: “Volta e dá a quentinha do teu marido
aquele homem.” Eu havia passado a poucos instantes por um homem
maltrapilho que estava sentado a beira da Alameda. Sinceramente, confesso,
eu disse: “não, eu não vou! Como eu, uma mulher, vou levar um prato de
14

comida a um homem, no meio da rua, e se...” milhares de pensamentos


invadiram a minha mente, por fim concluí “isso é da minha mente, não foi o
Senhor quem falou”. Quando cheguei em casa a chocante notícia: “Amor, eu
tava orando hoje pela manhã e decidir abrir um jejum, algum problema?” Eu
fiquei parada com aquela quentinha na sacola sem saber o que fazer. Quando
finalmente me mexi, perplexa coloquei a quentinha na geladeira. Não satisfeita,
na hora da entrega do jejum insisti para que ele comece a comida que eu havia
trazido, afinal de contas eu tinha desobedecido ao Senhor, e ele agora tinha
que comer a comida de qualquer maneira. Foi quando eu ouvi um sonoro não:
“não, eu não vou sair do jejum comendo feijão preto e molho a campanha só
por que você quer!”. Resumindo a quentinha ficou uma semana dentro da
minha geladeira, até que eu joguei no lixo a comida que podia ter saciado a
fome daquele homem. Lamentável!
Pequei nas duas instancias, na incredulidade porque duvidei que Deus
falasse comigo naquele início de tarde, e em não ter praticado o bem, preferi
satisfazer a minha vontade de agradar o meu marido a saciar a fome daquele
que só Deus sabe quantos dias estava sem comer. Note que uma coisa puxou
a outra. Quando deixamos de fazer o bem é porque no fundo, a princípio,
negligenciamos alguma vontade de Deus conhecida no nosso espírito.
Continuamos a viver a nossa vida e a fazer a nossa vontade, nos esquecendo
de que não somos mais de nós mesmos (II Co 5. 14-15, Tg 4.13-15). Nisso,
pecamos!
Em meio a todas essas possibilidades de erro o apóstolo nos diz ; “Se
confessarmos nossos pecados deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça (1;9)” Logo, a condição exigida pelo Senhor
para que qualquer homem alcance perdão e purificação é a confissão, o
reconhecimento de que é pecador e precisa de salvação (Lv 26.40.42, Sl 32.3-
5, Pv 28.13).
O que me impressiona é que existem pessoas que mesmo conhecendo
as sagradas letras julgam-se justas diante de Deus. No episódio relatado em
Marcos 10. 17-22 um jovem de caráter defeituoso. Note, aquele jovem rico
chega-se ao Senhor já com atitudes bajuladoras: primeiro ajoelha-se aos seus
pés, depois acrescenta: “Bom mestre”. Para quem assiste – um belo ato de
humildade, mas para Jesus uma atitude digna de repreensão: “porque me
chamas bom?” Bem, mas o que fazer para herdar a vida eterna? A Resposta
de Jesus foi: “conhece aos mandamentos?” E a minha pergunta pra você é:
Jesus não sabia que o jovem conhecia os mandamentos? Obviamente que
sim! Então porque ele perguntou? Porque queria revelar o coração daquele
jovem através da palavras que sairiam da sua boca ( Mt 15. 18)!! O jovem rico
então responde, orgulhoso: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha
juventude.” Pare agora por um momento e observe o verso 19 e note que o
Senhor Jesus não citou nenhum dos mandamentos que combatia a idolatria,
ele conhecia o coração do jovem e testou-o: “Vai, vende tudo o que tens, dá
aos pobres e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me.” Neste
momento a palavra de Jesus vai certeira no descumprimento do principal
mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a
tua alma e de todo o teu entendimento” O coração e a adoração daquele jovem
rico não estava exclusivamente concentrada em Deus, mas, estavam também
ligadas as vaidades e riquezas que este mundo proporciona.
15

Portanto, não diga precipitadamente em seu coração “eu não tenho


pecado a confessar, tenho observado todas as coisas desde a minha
juventude.”porque Deus fitando e amando você vai revelar o seu peado, o
íntimo do teu coração:

“Se dissermos que não temos cometido


pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não
está em nós”. I João 1.10
Todos nós temos pecados, e quem contraria essa verdade faz de Deus
um mentiroso, tornando a verdade de Deus em mentira, logo a verdade de
Deus que é a sua palavra não pode habitar neste indivíduo. Mas aqueles que
reconhecem ser pecadores e confessam, abandonando a prática dos pecados
encontram, na fé em Cristo o perdão e purificação para toda e qualquer obra de
injustiça. E é exatamente desta obra realizada por Cristo que estaremos
tratando a seguir.

Perdão e Purificação de pecados:


O Advogado junto ao Pai
“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para
que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos
Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é
propiciação pelos nossos pecados e não somente
pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo
inteiro.” I João 2. 1-2

Tendo em mente a consciência plena de que o pecado faz separação


entre o homem e Deus, João vem no capítulo um de sua primeira epístola
combatendo a idéia de que o crente se acomode com o pecado. De uma
maneira bem simplista, podemos resumir tudo que temos estudado da seguinte
forma: Deus, o Pai, através de Jesus, oferece o retorno a comunhão, porém
aquele que quer comungar com Deus precisa abandonar o pecado, porque
deus é luz e não comunga com as trevas.
No entanto, em nossos corações brota a dúvida: se eu sou pecador e
Deus é santo, como posso manter essa comunhão com Deus? Eu já confessei
os meus pecados, mas, e se eu pecar amanhã de novo? Bem, João ao dizer
que Deus é luz e etc. quer nos estimular a viver uma vida santa, a nos
esforçarmos para não pecarmos mais, por isso diz: “filhinhos meus, estas
coisas vos escrevo para que não pequeis.” Essa não é simplesmente a vontade
de João, mas a vontade de Deus para o homem. Foi ele, na pessoa de Jesus
que disse aquele mulher adúltera: “...vai e não peques mais.” – e também é ele
quem nos diz: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai
celeste” Mt 5.48, ou “até que todo à cheguemos a unidade da fé e do pleno
conhecimento do filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura
16

da plenitude de Cristo” Ef 4.13, e mais “por isso, pondo de parte os princípios


elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito,
não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em
Deus,” Hb 6.1 Sendo assim, precisamos, cada um de nós, buscar vivermos
uma vida santa, separando-nos do pecado, até daquele que nos parece mais
inocente. Deus nos chamou para andarmos com Ele, e isso só é possível
quando nos trabalhamos para sermos semelhantes a Ele (Fp 2.12-16).
Talvez você esteja se perguntando: Como é que podemos alcançar a
perfeição se estamos envolvidos pelo pecado que está na nossa carne? É claro
que a carne e seus feitos precisam, devem ser crucificados, neutralizados (Rm
6.6-10, II Co 4.10-11), Mas o que acontece em vários casos é que, mesmo
tendo conhecimento de que “carne para nada aproveita”, nos deixamos
ludibriar (iludir, enganar) por ela. Quando Jesus estava no Getsêmani ele nos
deu a chave do negócio! Enquanto Ele se separava dos discípulos para orar
disse a eles “A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e
vigiai comigo.” Note, que, mais uma vez, o Senhor os chama a comunhão, a
participar com Ele de tudo que estava para realizar. Mas, tendo ido e orado ao
Pai, voltou, e encontrou os discípulos dormindo, então, advertiu-os: “Vigiai e
orai, para que não entreis em tentação, o espírito na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca.” Onde está então o segredo? Em vigiar e orar! O morrer
da nossa carne, e a santificação estão em vigiarmos e orarmos para não
cairmos em tentação, e, é desta forma que vamos conseguir levar uma vida
sem pecado, como o Senhor anseia, na comunhão com Ele.
De repente sejamos como Pedro, Tiago e João dorminhocos! E o que
fazer então? Confiar na graça e no amor do senhor Jesus! “Se, todavia,
alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é
propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas
ainda pelos do mundo inteiro.”
O pecado não deve ser comum na vida de um cristão. Não podemos
nos acostumar a sermos vencidos pela carne, e nem mesmo projetarmos
meios para pecar (Is 30.1, Nm 15.22-31, Dt 17.12-13, Hb 10. 26-31). Mas, se
porventura, sem querer, em meio ao bom combate de fé, viermos a tropeçar
temos um Advogado junto ao pai. Aleluia!! Jesus é Aquele que defende as
nossas almas, intercede pelas nossas causas e patrocina o nosso resgate.
Quando pecamos, e o juízo de Deus está, prestes a cair sobre nossas
cabeças, é Jesus quem se “opõem” para nos defender dizendo: “Aba, por
favor, tão rápido não! Tenhamos um pouquinho mais de paciência! Quem
sabe o Espírito ainda venha a convencê-lo!” Então, o Todo Poderoso, que
estava já se levantando para juízo, senta-se em seu trono e responde: “Tu és o
meu Filho amado em quem me comprazo. Por causa da sua obediência e amor
Eu vou conceder o desejo do Teu coração.” E libera o Espírito Santo para
convencer-nos do erro que cometemos. E enquanto esta etapa se desenvolve
na terra, lá no céu o Senhor Jesus continua seu trabalho de advogado. Agora,
ele intercede por nós pedindo: “Paizinho, permita que o trabalho de
convencimento do Espírito Santo tenha bom êxito, Tu tens o coração dos
homens nas tuas mãos e inclinas para onde queres. Tu és quem amoleces e
endureces os corações, quem abre e fecha os entendimentos, dá-lhes outra
chance!” Quando, finalmente, arrependidos, nós dobramos nossos joelhos e
confessamos nossos erros, ainda falta uma última etapa para ser cumprida na
17

“Corte Celestial”: o preço do resgate! A Bíblia diz que o preço pelo pecado é a
morte, logo quem peca deve morrer. Quem reivindica a morte é o acusador, o
diabo, que por causa do pecado tem direito sobre a vida do pecador. É Nessa
hora que Jesus como excelente advogado, que só ele pode ser, aparece para
patrocinar o nosso resgate. Com o Seu próprio sangue, que foi vertido,
derramado na cruz do calvário Ele emudece a satanás dizendo: “onde esá, ó
morte, a tua vitória? Onde está, ó morte o teu aguilhão? Tragada foi a morte
pela vitória!!”, oh! ALELUIA!! Jesus, o Justo, nos arranca das garras de satanás
e nos põe assentados à sua mesa, em meio ao louvor e adoração que se ecoa
no céu: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e
sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Àquele que está assentado no
trono e ao cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória e o domínio pelos
séculos dos séculos” Ap –leia ainda Hb 2.14-18
O que então pode nos tirar da comunhão com Cristo e com o Aba Pai?
Nada, exceto nós mesmos. Não há poder no mundo, na carne, no pecado ou
em Satanás que possa ser comparado ao poder que tem o sangue de Jesus
sobre as nossas vidas enquanto cremos Nele. A única coisa que pode romper
novamente a comunhão restabelecida por Cristo é a nossa incredulidade.
Quando perdemos a fé em Jesus, perdemos a fé na sua obra ou na Sua
palavra perdemos tudo, aí infelizmente, destinamo-nos, a nos mesmos, ao
juízo eterno.
O segredo para preservarmos a nossa fé e mantê-la intacta é
conhecermos ao Senhor que servimos. Mas, como conhecer a Deus que não
posso ver? Como saber como ele é? O apóstolo João nos esclarece:

A manutenção da comunhão:
Obediência ao Pai

“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto:


se guardarmos seus mandamentos. Aquele que diz:
Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é
mentiroso, e nele não está a verdade.” I João 2. 3-4
Em uma bíblia de estudo, na nova versão internacional traduzida por
Bruno Destefani, lemos: ”sabemos que o conhecemos se obedecemos seus
mandamentos. Aquele que diz: “Eu o conheço”, mas não obedece aos seus
mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele.” E, assim, podemos
rapidamente observar que guardar significa obedecer, e não pura e
simplesmente memorizar, decorar ou ter conhecimento intelectual acerca da
palavra de Deus. O apóstolo Tiago nos adverte através da sua epístola a não
sermos somente ouvintes da palavra de Deus mais operosos praticantes (Tg 1.
22-27), e Paulo acrescenta, ainda que os simples ouvidores não serão
justificados diante de Deus (Rm 2.13). Na verdade, se voltarmos ao verso 12
18

do capítulo 2 de Romanos, veremos que mais feliz é aquele que nunca


conheceu, do que aquele que tendo ouvido nunca praticou, nunca obedeceu,
porque teve entendimento da verdade e amou mais a mentira (Jo 3. 19-20, II
Pd 2.15). Por isso somos alertados pela epístola de João:

“Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra,


nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos Nele:
aquele que diz que permanece Nele, esse deve
também andar como Ele andou.” IJoão 2.5-6
Mais uma vez na nova Versão internacional diz: “mas se alguém
obedece a Sua palavra, nele verdadeiramente o amor a Deus está
aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que
permanece nele, deve andar como ele andou.” No dicionário aperfeiçoar
significa: “acabar com perfeição; concluir com esmero; melhorar; tornar-se
melhor; adquirir maior grau de perfeição” Quanta vezes, nós, como seres
humanos completamente acostumados com os modos e maneiras que o
mundo nos ensinou para agradar alguém, queremos trazer diante de Deus
grandes sacrifícios a fim de impressioná-lo?
Fomos ensinados a comprar coisas caras e vistosas como
demonstração de um amor, que se for provado, rapidamente se manifestará
como hipócrita e muitas das vezes até interesseiro. Na maioria das famílias isto
acontece: As pessoas passam um ano inteiro, distantes umas das outras, o
que não significa que não saibam uma das outras (a fofoca rola solta no
telefone, ou se preferir, na net!!). Mas, nas datas de aniversário, dia das mães,
dos pais crianças, natal, e semelhantes aparecem com presentes fabulosos.
Então começa a competição: “quem trouxe o melhor presente?” “Qual foi o
mais caro?” “O presente de quem fulano mais gostou?” “Vocês viram Fulana,
trouxe só aquela lembancinha, coitada, tá passando aperto!” Então. cheios de
munição para a fofoca do ano inteiro, cada um volta para sua casa, vive a sua
vida e se esquecem daquele parente até o próximo banquete, julgando que dar
presentes é igual a amar e ir as festas é igual a ter um bom relacionamento.
De vez em quando, trazemos estas fórmulas para o nosso
relacionamento com Deus e o tratamos como uma pessoa que vamos visitar
somente nas festividades. Passamos o ano todo, distante de Deus, mas
ouvimos falar Dele; nas assembléias solenes, lá estamos nós; nas santas
convocações, de novo nós, cheios de presença e de aparência. Nos corações
pensamentos como: ”acho que a minha oração foi a melhor de todas!”, ou, num
orgulho invertido: “acho que Deus nem ouviu a minha oração, foi horrível!!”
Jejuamos, fazemos longas orações, campanhas no monte, damos grandes
quantias em oferta, mais nada disso em secreto, como diz a palavra (Mt 6.1-4).
Não é errado fazer tais coisas, o equívoco está na maneira como é feita! Não
precisamos demonstrar para ninguém, e menos ainda a Deus, que somos os
melhores filhos que Ele poderia ter!!
Deus sabe que o melhor filho que ele poderia ter foi entregue por ele
mesmo em nosso favor, e que por ele, Jesus, nos tornamos, também seus
19

filhos amados. O que Deus quer ver em nos agora é obediência, como está
escrito: “Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifício
quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do
que o sacrificar, e, o atender, melhor do que a gordura de carneiros.” I Sm
15.22. Leia ainda: Sl 50.8-15, Jr 7. 21-23; Os 6.6
O melhor presente ou a melhor prova de amor que podemos dar a
Deus é a nossa obediência. Deus não se impressiona com nenhuma atitude
que possamos ter, ele melhor do que ninguém sabe do que somos capazes.
Deixe de lado as visitas festivas, deixe de lado seus presentes fabulosos,
torne-se seu discípulo, diariamente consulte-o, ouça-o, questione-o e obedeça-
o mesmo quando as Suas respostas forem contrárias a sua vontade, e assim,
somente assim, o seu amor a ele terá sido aperfeiçoado. A cada obediência o
seu amor a Deus terá adquirido um maior grau de perfeição (Hb 11). Lembre-
se: “aquele que diz que permanece Nele, esse deve também andar como Ele
andou.” Sigamos o exemplo do Filho de Deus mais EXCELENTE:
“Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e
súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte,
sendo ouvido por causa da sua reverente submissão. Embora sendo
Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu; e uma vez
aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe
obedecem, sendo designado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem
de Melquisedeque.” Hebreus 5. 7-9

O mandamento a ser obedecido é o amor

“Amados, não vos escrevo mandamento novo,


senão mandamento antigo, o qual, desde o
princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a
palavra que ouvistes. Todavia, vos escrevo novo
mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em
vós, porque as trevas vão se dissipando, e a
verdadeira luz já brilha.” I João 2. 7-8
Antes de darmos continuidade aos versos que completam este nosso
tópico, gostaria de fazer uma pequena ressalva, para que não reste dúvida,
sobre essa questão: antigo e novo testamento. Talvez você esteja se
perguntando se João, ao escrever desta maneira, não caiu em contradição. Por
isso vamos nos deter por algumas linhas nestes pontos e tentar remover
qualquer foco de dúvida.
Bem os mandamentos antigos são menos conhecidos, porém o novo
mandamento resume os antigos, vejamos:
20

Mandamento Antigo – Ex 20.3 -17 X Mandamento Novo – Mt 22. 34 - 40


1º Não ter outros deuses diante dEle
2º Não fazer, nem adorar a ídolos. “Amarás o Senhor teu Deus, de todo
3º Não usar o nome do Senhor em o teu coração, de toda a tua alma e
vão de todo o teu entendimento.”
4º Guardar o sábado

5º Honrar teu pai e mãe


6º Não matar
7º Não adulterar
8º Não furtar “Amaras o teu próximo como a ti
9º Não ser falsa testemunha contra o mesmo.”
próximo
10º Não cobiçar

Vendo por esse ângulo, podemos afirmar que os dois novos


mandamentos instituídos por Jesus, na verdade, já existiam nas entre linhas
dos mandamentos antigos. Conseqüentemente, os mandamentos antigos
tornaram-se novos por causa da mudança, ao contrário da expressão de ordem
“não” que parece um ato obrigatório ou ditatorial, o Senhor no novo testamento
pede que se faça por “amarás”, ou seja por amor e voluntariedade.
Por isso João disse que não havia escrito mandamento novo, visto que,
o amor a Deus e ao próximo, já fazia parte dos mandamentos de Deus desde o
princípio. Mas, ao passo que os homens foram incapazes de compreender o
coração de Deus, e começaram a obedecer maquinalmente, tornou-se
necessário que Jesus trouxesse uma novidade; e porque não dizer uma
novidade de vida naquilo que os homens já conheciam. Afinal de contas, amar
a Deus é muito mais do que cumprir os quatro primeiros mandamentos e amar
ao próximo mais do que cumprir os seis restantes. Agora podemos entender a
afirmação de João: “porque as trevas vão se dissipando”, já que ao sermos
iluminados sobre aquilo que está no coração de Deus, enxergamos que há
muito mais para fazer do que cumprirmos ritualmente cada ordenança. Logo,
João não escreveu mandamento novo, e sim, trouxe novidade sob a iluminação
que Jesus implantou sobre o mandamento antigo. E a verdadeira luz que brilha
é esta: a prática do mandamento antigo (lei e profetas) só tem validade se
estiver baseado no amor.

“ Aquele que diz esta na luz, e odeia a seu


irmão, até agora está nas trevas. Aquele que ama a
seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum
tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está
nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as
trevas lhe cegaram os olhos.” I João 2. 9-11
21

Como já estudamos outrora, sabemos que luz faz referência a Palavra


de Deus e a pessoa de Jesus Cristo, como Verbo da Vida. Partindo deste
princípio podemos dizer que aquele que aceitou a Cristo e odeia seu irmão
permanece nas trevas e que aquele que ama a seus irmãos permanece na luz.
Este é o grande teste que podemos fazer conosco mesmos para avaliar a
nossa vida com Jesus. Onde temos permanecido? Nas trevas ou na Luz?
Odiando ou amando nossos irmãos?
Analise você mesmo. Quantas vezes você criticou, discutiu ou
murmurou acerca de um irmão? Quantas vezes brotou no seu coração um
sentimento maligno contra seu irmão? Uma ira? Uma raiva? Um
descontentamento? Uma mágoa? Uma amargura? Nada semelhante? Na
verdade são pouco as pessoas que entendem, que as circunstâncias vividas no
meio de homens e mulheres, se torna uma excelente oportunidade de se
praticar o amor verdadeiro; é de se esperar que a maioria das pessoas queira
viver ao lado de pessoas que lhe agradam e que fazem o que as mesmas
querem. Todavia ao olharmos para as Escrituras podemos entender o
verdadeiro amor a ser conquistado: “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos
inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso
Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e
faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que
recompensa tereis? não fazem os publicanos (pecadores não arrependidos)
também o mesmo?
E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não
fazem os gentios também o mesmo? Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito
o vosso Pai celestial.” Mateus 5: 44-48
Entendeu? Agora pergunte a você mesmo; quantas vezes você orou,
jejuou ou subiu ao monte em favor do seu irmão? Se fez, foi voluntário, ou por
convocação? Quantas vezes brotou no seu coração um sentimento divino pelo
seu irmão? Misericórdia? Perdão? Compaixão? Amizade? Companheirismo?
Solidariedade? Nada semelhante?
São essas coisas que deixam patente, a todo olho, o caminho que nós
estamos traçando, e para onde estamos indo. Ou caminhando perdidos na
escuridão das trevas, enganados pelos rituais e preceitos estabelecidos no
nosso coração. Ou caminhando retamente na luz do evangelho, luz que ilumina
ao caminho da cruz e que conduz cada homem ou mulher ao cumprimento do
mandamento de Jesus: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos
outros: assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.” Jo
13.34. Mas sobre isso falaremos com maiores detalhes, mais tarde, no capítulo
4 da epístola de João.
A única coisa que gostaria ainda de dialogar é que quando viemos para
Cristo fomos transportados das trevas para a luz. Porém ninguém é
transformado em um piscar de olhos. Se de repente você ao analisar-se
chegou à conclusão de que muitas das vezes ainda produz frutos das trevas,
não se desespere. O que você não pode é se acomodar, haveremos de
estudar no próximo tópico, e demonstrar que no reino de Deus existem
estágios, níveis, graus. Talvez você esteja no primeiro ou segundo, e ainda
muitas coisas precisem ser transformadas e por isso se assemelhou àqueles
que andam nas trevas. Porém, queremos te animar a prosseguir, pois o mais
importante você já fez! Você já abriu o seu coração para a Luz, para Jesus,
22

permita, então que ele te ilumine pouco a pouco até que você possa estar
andando retamente, enxergando o caminho e percorrendo as pegadas do
mestre. Deus nos chamou para isso! Para andarmos com ele, iluminados por
Ele. Aleluia!! Prossiga e verá que, andando com Ele, você vai melhorar (Jo
16.33, Mt 11.12, Fp 4.13)!

Da filiação para a paternidade

Filhinhos:
O degrau da carnalidade.

O primeiro título que recebemos quando temos fôlego de vida é o de


FILHOS. E também é esse título que carregaremos para o resto de nossas
vidas. Não importa o que façamos ou para onde possamos ir, sempre seremos
filhos dos nossos pais. A carga genética ou biológica deles está em nós, faz
parte de quem somos. Desde o ventre materno recebemos informações da
parte dos nossos pais, que vão definir como seremos, cor de cabelo, de pele,
dos olhos, o formato do rosto, do corpo, dos pés, das mãos, até o nosso sexo,
biologicamente falando, é determinado pelo nosso pai. Somos seus filhos, e do
momento da fecundação em diante ninguém muda isso!
No reino de Deus o mesmo processo acontece. Pessoas que se
relacionam com Deus e geram filhos para Ele. Note, que quando uma criança
está ainda no útero, permanece oculta aos olhos humanos, naturais. Da
mesma forma, enquanto uma alma é gerada espiritualmente, através dos
gemidos intercessórios do Espírito Santo, ela permanece oculta. Enquanto
aquela pessoa que, num relacionamento de intimidade com Deus, acolheu a
Sua semente tem os primeiros sintomas da gestação; o Espírito Santo e os
anjos de Deus trabalham incansavelmente para formar uma alma e trazê-la a
luz. Depois das dificuldades dos primeiros meses, das dores e incômodos dos
últimos e da dor das contrações, finalmente o filho vem à luz (Jo 3.5-6). Pela fé
em Jesus, convencido pelo Espírito Santo, a alma arrepende-se do seu pecado
e os confessa, rompendo as barreiras das trevas e nascendo pela vontade de
Deus (Jo 1.12-13, )
A estes que nasceram e são bebês, crianças no evangelho, Deus diz
por intermédio de João:

“Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos


pecados estão perdoados, por causa do Seu nome.”
I João 2. 12
A primeira coisa que recebemos quando nascemos é um nome! E
Deus dá nome aos seus filhos: Jesus (Tg 2.7, Hb 1.4 e 11, Fp 2.9-11).
Deixamos de ser Maria ou José para sermos Jesus. Deus nos vê assim!
23

Nascemos por vontade de Deus e recebemos, por inteira graça, a identidade


de Jesus e a paternidade do Aba Pai, com uma nova vida e uma nova herança.
Glória a Deus (II Co 5. 14-17, Gl 6. 14-15)!
Este é, então, o primeiro estágio na vida do homem: a infância. Dentre
muitas coisas, que poderia citar sobre a infância, tem uma em especial sobre a
qual gostaria de meditar: a formação do caráter. É nessa fase que o caráter do
homem é formado, e que o papel do pai, como educador é de suma
importância. Uma coisa que eu ouvi muitas vezes de pessoas com experiência
na criação de filhos, foi: “não crie o seu filho para você, prepare-o para o
mundo, porque lá é mal” Mas, como fazê-lo? Educando - corrigindo erros e
aperfeiçoando qualidades. Deus nos trata como Pai, um pai que ama e que por
isso educa (Pv 29. 15, 17; 22.6; Hb 12.7).
Nesta fase existem dois períodos a serem destacados. Primeiro Deus
nos amamenta (I Co 3.1-2, Hb 5. 12-13),. Esta é a hora do colo do Pai, do
carinho, do afago, do cuidado e da demonstração do amor que o Pai tem pelo
filho. Fase onde tudo é curioso, e serve para crescimento. Deus atende aos
nossos clamores, prontamente nos socorre e auxilia, e ao mesmo tempo nos
dá o leite. O leite nos dá sustento, para permanecermos na casa do Pai, mas
também serve para nos desenvolver, não somente naquilo que é físico (curas,
libertações e prosperidades), mas, sobretudo, espiritualmente.
É nessa hora que entra o segundo período da infância, quando
precisamos descer do colo do Pai e começar a caminhar com as próprias
pernas. Chega o momento de exercitar a prática de tudo aquilo que recebemos
enquanto nos deleitávamos no colo do Pai. É nessa hora que começam as
cabeçadas! Ouvimos no colo do pai quais são as obras da carne (Gl 5.19-21),
mas na hora que nos colocam no chão, caminhamos para lá, para a pratica do
erro, não porque não tenhamos ouvido, mais talvez não tenhamos
aprendido(percebido), o que são duas coisas bem diferentes.
Chega então a hora da disciplina. Provérbios 13.24 diz: “o que retém a
vara aborrece seu filho, mas o que ama cedo disciplina”, e “não retires da
criança a disciplina, pois se a fustigares dom a vara, não morrerá. Tu a
fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.”23.13-14.O nosso Pai
celestial como um Pai amoroso, que é, começa então o; árduo e longo, mas
não vão; trabalho de formar, em nós, um caráter semelhante ao Dele, e se
necessário for com disciplina rigorosa (Pv 15. 10).
Nesse momento o que fica em voga, com realce, são os nossos
defeitos. Tantos que nem podemos contar. E é por isso que João disse: “os
vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome”. Lembre somos parte
de Jesus e porque recebemos este nome alcançamos perdão sempre que dele
precisamos (Mt 12.31-32, Cl 1.13-14, Hb 9. 13-14)). O Senhor vai usar os
nossos momentos de fraquezas, e muitas vezes permitir que eles ocorram,
expor as nossas debilidades, tratá-las através da disciplina e corrigir-nos, para
sermos semelhantes a Ele (I Co 7.10, Mt 26.69-75).
Deus nos trata como filhinhos exatamente neste período em que
somos crianças no evangelho e estamos sujeitas ao erro, não porque amamos
o erro, mas por que ele faz parte do nosso aprendizado e da nossa caminhada
com Deus. Daí a palavra de ânimo, de consolo e estímulo, fortalecendo as
nossas almas, na luta contra nós mesmos, nas nossas fraquezas. Deus
durante a nossa infância nos prepara para níveis superiores. Precisamos deixar
24

Deus dominar nossas vidas, controlar nossas atitudes para que possamos
então avançar no desenvolvimento da fé (Cl 3.5—11).

Jovens:
O degrau do vigor e do combate.
“Pais, eu vos escrevo, porque conheceis
aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos
escrevo, porque tendes vencido o Maligno.” I João
2.13
Antes de tratarmos o estágio dos pais como a seqüência que João nos
coloca, gostaria de falar sobre os jovens, que na evolução natural da vida
humana é o estado intermediário entre pais e filhos.
Quando nos referimos ao termo jovem queremos trazer a idéia de
saúde, de vigor, de força, de determinação. A nossa juventude atual, talvez não
tenha mais essas características. As comodidades e confortos atuais fizeram
dos nossos jovens, moças e rapazes acomodados e preguiçosos, o que vem a
nos atrapalhar quando chegamos ao reino de Deus (Pv 19.15, Ec 10.18).
As escrituras revelam que no povo de Israel os homens - de 20 anos
para cima - é que iam a guerra (Nm 1. 2-4), todos os capazes. Capazes são
todos aqueles que desempenham bem os seus deveres. Deixamos de ser
crianças, que erram e precisam de correção a cada instante, para executar
bem aquilo que é colocado em nossas mãos. Um voto de confiança nos é
dado! Aceitando a correção, aprendemos e crescemos com o Senhor,
tornando-nos, pelo que sofremos, capazes de obedecer (Hb 5.8)
Subimos, então, um degrau. A nossa luta não é mais conosco mesmo,
mas, com aquilo que é externo (Ef 6.12). Agora, as tentações que o mundo e o
Maligno oferecem, dia após dia, serão os instrumentos de Deus para a
continuidade do aperfeiçoamento em nossas vidas.
Tomando o exemplo de Timóteo gostaria de expandir um pouco a
visão sobre o degrau da juventude no reino de Deus. Timóteo era filho na fé de
Paulo (I Tm 1. 2, II Tm 1.2), e, como filho, foi ensinado por ele (At 16.1-5).
Timóteo, que já era conhecedor das sagradas letras por causa da educação
que recebera (II tm 1.5, 3.15), até então, era ali um discípulo que lá pelos idos
do ano 50d. C. acompanhou Paulo nas suas viagens missionárias, observando
e aprendendo o modo pelo qual Paulo se portava como cristão, e, também,
como instruía a igreja para comportamento no evangelho (At 17.10-15/ I Ts 1.1,
II Ts 1.1; At 19.21-22/ I Co 4.17; At 20.4/ Rm 16. 21) Timóteo andou com Paulo
por aproximadamente 10, 12 anos observando, aprendendo e sendo
experimentado por Paulo (Fp 2. 19-22).
Mas, agora, Paulo precisava tirá-lo de debaixo das suas assas, e
confiar a Timóteo aquilo que Deus tinha para ele (I Tm 4.14, II Tm 1.6). E, é
nesse momento que Timóteo é colocado na frente de batalha com todo o seu
vigor, com toda a sua força, para que através de tudo quanto tinha ouvido e
vivido com o Apóstolo Paulo pudesse afugentar o Maligno, lutando o bom
combate da fé (I Tm 1.18-20). Note, em I Tm 4.13: “Até a minha chegada...”,
25

que Paulo continuava sendo seu pai na fé, dando-lhe sustento, direção e
cobertura, até que houvesse um real desenvolvimento do seu ministério (I Tm
3.14-15). Se analisarmos alguns trechos das epístolas, enviadas por Paulo a
Timóteo, poderemos observar que Timóteo ainda estava em crescimento e
quais eram os perigos que cercavam essa etapa da vida dele:

1°“...combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa


consciência...” I Tm 1.18-19 - a saúde mental do servo de Deus é
determinante na luta contra o Maligno. Só podem vencê-lo aqueles que, pela
fé, sabem quem são e o que tem em Cristo Jesus, nem mais, nem menos (Ef
2.19-22, II Pd 2.9-10, Hb 10.19-25). Nesta fase qualquer mentira, implantada,
com pensamentos ou sentimentos, que não se ajustem a palavra de Deus pode
fazer ruir um ministério (Fp 4. 4-9). Da mesma forma é com o jovem no campo
físico; na juventude é o momento de lutar contra as fantasias e ilusões que o
mundo proporciona; tais atitudes fazem guerra na consciência para tirar o
jovem do alvo que na infância recebeu.

2° “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão


dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. Até à minha
chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. Não te faças negligente
para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a
imposição das mãos do presbitério. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.
Continua nestes deveres; porque fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo
como aos teus ouvintes.” I Tm 4. 12-16 – Cabe ao homem a decisão de
progredir no evangelho, e é ela que vai fazer a diferença quanto ao potencial
que podemos ser nas mãos do Senhor e os frutos que disso pode resultar (I Co
9.25-27, II Co 9. 6.13). Enquanto andamos de um lado para o outro lamuriando-
nos do que poderíamos ser, nos esquecemos que existem pessoas
dependendo de nós para alcançarem salvação (Fp 3. 12-16, II Co 5.18 - 6.3). A
capacitação vem de Deus, mas a decisão é nossa (Mt 25.14-30)! Veja, da
mesma forma é o período da juventude, é a época das escolhas; com quem me
casarei? A onde quero morar? Qual a área profissional escolherei? A onde vou
trabalhar? É interessante notar que qualquer escolha feita pelo jovem precisará
de aplicação, ausência de negligencia, e enorme cuidado em relação a aquilo
que escolheu, a fim de haver futuro agradável.

3° “Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a


justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. Combate o bom
combate da fé. Toma posse da vida eterna, para qual também foste chamado
e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas. Exorto-te, (...),
que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de
nosso Senhor Jesus Cristo;” I Tm 6. 11-14 – Agora, Paulo, usando palavras de
maior veemência, estimula Timóteo na perseverança. A decisão sempre gera
uma reação, para a qual precisamos estar preparados e aptos a enfrentar,
aguerridos e convictos das promessas do Senhor, afim de não desfalecermos.
Notamos, portanto, que Paulo ao aconselhar a Timóteo dá para ele a
trilha que conduz a maturidade espiritual (Rm 5. 1-11): Boa consciência /
convicção de quem Deus é, e do que somos Nele → decisão / preparação →
26

combate / perseverança. Em toda a primeira epístola podemos encontrar Paulo


anda como um “paizão” alertando e instruindo sobre a boa conduta da fé na fé.
Já na segunda epístola o apóstolo Paulo vem admoestando a Timóteo
por sua conduta. Parece que com o passar de aproximadamente 1 ano
Timóteo havia esmorecido a tal ponto de deixar amortecer o dom que havia
recebido por intermédio do próprio apóstolo Paulo, por isso diz: “Por esta razão
te admoesto que reavives – Avivar novamente, tornar bem lembrado, estimular
(a memória), reacender - o dom de Deus que há em ti pela imposição das
minhas mãos.” II Tm 1.6 Sendo assim analisando também a segunda epístola
a Timóteo vamos observar quais foram as dificuldades encontradas pelo Jovem
Timóteo no bom combate da fé:

1° “não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor,


nem do seu encarcerado que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos
sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus,” II Tm 1.8 –
Timóteo, como vimos, acompanhou a Paulo, porém agora, ele não somente
observava a perseguição e os sofrimentos de Paulo e outros homens de Deus,
mas tornava-se alvo das mesmas afrontas. Este é um obstáculo tão real no
combate da fé que o próprio Senhor Jesus advertiu aos discípulos dizendo: “O
que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e recebe logo
com alegria; mais não tem raiz em si mesma, sendo, antes, de pouca duração;
em lhe chegando à angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se
escandaliza.” Mt 13.20-21 Daí a compreensão de Paulo pedir a Timóteo para
“manter o padrão das sãs doutrinas” (II Tm 1:13) visto que somente assim
encontramos suporte para a provação.

2° “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida,


porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.” II tm 2.4 – Um
soldado quando convocado para guerra, é dispensado do seu trabalho comum
para executar um dever civil por ser cidadão de um país. Assim, abandonando,
quer queira, quer não, sua família e tudo que tem, segue rumo ao campo de
batalha para se necessário for, morrer, a fim de defender seus direitos e sua
liberdade. Nesta caminhada podemos perder o alvo e nos tornarmos traidores
do nosso exército, envolvidos, preocupados com a nossa vida, com nossa
família, ou nosso bem estar, atrás de uma segurança qualquer, começamos a
contrabandear informações com o exército inimigo e inutilizamos o nosso
serviço a favor da nação. E então nos assemelhamos àqueles que tiveram a
palavra semeada entre os espinhos dos quais Jesus disse: “O que foi semeado
entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados com o mundo e
a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.” Mt 13.22 Não
podemos servir a dois exércitos, a dois senhores. Daí Paulo acrescentar:
“Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos...” II Tm 2.8 Pois
que ainda que nesta guerra se perca esta vida, nossa esperança está
fundamentada em superiores promessas de ressurreição. Aleluia!!

3° “foge, outrossim, das paixões da mocidade.” II Tm 2.22 – Já bem


dizia o salmista: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu
caminho?...guardo no coração as tuas palavras para não pecar contra Ti.”(Sl
119.9,11). Naturalmente é nesta fase que o corpo se prepara para contrair
27

núpcias, logo, os ardores e desejos brotam com intensidade. Se não formos


prudentes em guardar (observar, obedecer) a palavra do Senhor andaremos
em prostituições, lascívias, impurezas e adultérios, que como nós sabemos são
abominações diante de Deus (I Ts 4.3-8). Por isso mesmo, Paulo ordena:
“foge”, reconhecendo que até o fato de repente tentar fazer resistência, em
uma situação embaraçosa pode levá-lo a queda. Isso significa que, se quando
sentimos que nosso corpo reage estranhamente a alguém, a algum lugar, ou
talvez, até a uma cena está diante dos nossos olhos, e não tomamos a
determinação de fugir – repudiar a circunstância que vai causar o erro –
estamos prontos para, como diz provérbios, sermos enredados e conduzidos
ao matadouro (ver Pv 7.22-23; Ec 9.12)
Então, para combater as adversidades que sobrevêm ao jovem
Timóteo - assim como a você, jovem na fé - Paulo adverte a permanecer
sempre firmado na Palavra (II tm 1.13, 2.15, 3. 14-17), e não somente isto, mas
também a seguir o seu bom exemplo de procedimento cristão (II Tm 1.8, 2. 1-3,
3. 10-13, 4.5) Daí o apóstolo João dizer mais a frente o verso 13 : “jovens, eu
vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e
tendes vencido o maligno.” Se a palavra de Deus não estiver em nós jamais
seremos forte o suficiente para vencermos o maligno, ter Jesus em nós é o
único meio de vencer o combate.
Enquanto passamos pela fase da juventude obtemos experiência no
reino de Deus. Em meio às lutas e dificuldades que cercam a vida do cristão, o
Senhor se mostra a ele, revelando-se como Ele é e como Ele age. Este é o
período de amadurecimento dos filhos de Deus. Período em que Deus que nos
fazer idôneos na sua presença, formando em nós a semelhança Dele a fim de
que venhamos, responsavelmente, lhe gerar filhos espirituais. É importante
salientar que o que observamos acima através dos conselhos de Paulo ao
Jovem Timóteo; indica um período da vida humana necessária para obter a
famosa e desejada maturidade cristã. O objetivo é, não se envergonhe da cruz,
não se envolva com negócios desta vida, e fuja das paixões da mocidade. É
preciso em primeiro lugar como jovem crucificar a aparência, a vaidade da
beleza, o amor de si mesmo, II Timóteo 2:3. Em segundo lugar não esteja
apegado as coisas do mundo, I João 2: 15-17. Em terceiro domine os desejos
sexuais. I Tessalonicenses 4: 3-6

Pais:
O degrau da experiência e
maturidade cristã.
“Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele
que existe desde o princípio.” I João 2. 13a e 14b
Em meio ao bom combate da fé, enquanto nos relacionamos com o
Senhor, Ele, o Todo-Poderoso, pelo Seu Espírito, a semelhança do que fez
com Maria (Lc 1. 26-38), pode vir a depositar em nós a Sua semente para
trazermos filhos de Deus à luz do evangelho. É importante ficar claro que,
obviamente, não nascerá outro “Jesus”. Na verdade o que ocorre é que
28

homens, já nascidos fisicamente, tornam-se filhos de Deus por meio da água –


que é a palavra – e do espírito – que torna viva a palavra. João 3: 5-7; I Pedro
1: 23
Porém, assim como o próprio Senhor Jesus precisou ser moído na cruz
para que fossemos feitos filhos de Deus, também nós, que agora somos
participantes do Seu corpo devemos crucificá-lo, amortecê-lo, dia a pós dia,
afim de que os restantes dos filhos de Deus nasçam segundo a Sua vontade.
Procure meditar na vida da mulher grávida, suas dores, náuseas, fraquezas,
fazem parte das circunstâncias que envolve um gravidez; Contudo o fim é gerar
vida. E porventura não somos noivas de cristo? Não fomos por ELE
desposadas? João 16: 16-23
Note, em Romanos 8.14 a seguinte declaração: “pois todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. Já sabemos que, por causa
do pecado, o homem não podia comungar com Deus (Is 59.2), e que a maneira
de restabelecer a comunhão era anulando a força do pecado, e foi exatamente
isso que Jesus fez (Ef 2.13-19, Cl 1. 21-22).Entretanto, esta graça realizada por
Jesus não nos deixa em liberdade para vivermos no pecado, mas nos convoca
a, seguindo os seus passos, vivermos em guerra com o pecado; mortos - para
ele – contudo, vivos para Deus (Rm 6.1-14).
E por quê? Porque enquanto vivermos no pecado o que atraímos, para
nós e para o meio em que vivemos, é morte e separação de Deus, mas quando
vivemos em santidade atraímos a presença de Deus para nossas vidas e
conseqüentemente para aqueles que estão ao nosso redor (Mt 5. 13-16).
Assim, como um perfume que exala a sua fragrância, quanto mais tivermos da
presença de Deus dentro de nós, do poder do Seu Espírito fluindo em nós,
maior será a expansão do Reino de Deus na terra (II Co 2.14-17). Na verdade
todo o homem(igreja), que se aproxima do Senhor, passa a comungar com o
Senhor através de suas promessas(palavra revelada), essas palavras são
semente e que uma vez agasalhadas pela nossa fé, através da obediência e o
amor como noiva do cordeiro, haverá de gerar filhos. Lucas 8: 11, Gálatas 4: 19
Podemos tomar como exemplo disso a geração de Noé: “Viu o Senhor
que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era
continuamente mau todo designo do seu coração; então se arrependeu o
Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração(...)Porém
Noé achou graça diante do Senhor” Gn 6.5-8, dois modos de vida diferentes,
dois rumos diferentes! A geração que, mesmo tendo testemunho de Noé, amou
o pecado recebeu o reto juízo de suas ações (Gn 7.21-24) morrendo não
somente eles, os homens pecadores, mas também toda a criação tornou-se
maldita, tudo que possuía fôlego de vida sofreu condenação. Em contra
partida, sendo Noé um chefe de família, por meio de sua obediência a Deus
salvou, não somente a sua pele, mas a de sua esposa, seus filhos e suas
noras, assim como também um remanescente dos animais, assegurando um
recomeço para toda a criação e uma aliança com o Senhor (Gn 8.20 – 9.19).
Podemos também analisar as vidas de Abraão (Gn 18.22-33, 19. 15-
22), ou de Jacó (Gn 30.27), ou de José (Gn 39.1-5), ou de tantos outros
homens de Deus, e concluiremos que por meio deles o Senhor glorificava o
Seu próprio nome, de maneira que se tornava inquestionável Seu o poder e
Sua a grandeza entre os povos. Porém ao olharmos mais zelosamente para
29

suas vidas veremos que tais homens, que carregam a presença de Deus, são
também homens de renúncia, de abnegação e de dores (Lc 14.25-33).
Meditemos então na vida do próprio Noé: “Porém Noé achou graça
diante do Senhor. Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre
os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.”Gn 6.8-10. Provavelmente
não foi nada fácil para Noé andar em direção contrária a de todos aqueles
habitantes da terra. Enquanto todos os homens buscavam e se apressavam
para o erro, Noé sozinho buscava e se refugiava na presença de Deus. A Bíblia
dá testemunho de que Noé ouvia e atendia a voz de Deus (Gn 6.22), e ainda,
que ele era pregador da justiça (II Pd 2.5). Note, Noé por obediência a Deus
contruiu uma arca “de trezentos côvados será o comprimento; de cinquenta a
largura; e a altura, de trinta.” (Gn 6.15 – na versão revista e atualizada),
trocando em miúdos, a arca foi feita “com cento e trinta e cinco metytros de
comprimento, vinte e dois metros e meio de largura e treze metros e meio de
altura”(Gn 6.15 – na nova versão internacional), o que nos leva entender que
noé levou um bom tempo realizando aquilo que Deus ordenara, e também, que
Deus deu aquela geração um bom intervalo de tempo para arrependerem-se
dos seus pecados. Entretanto o isso não ocorreu, e Noé construiu a arca
anunciando a justiça de Deus.
Você pode, agora, parar e imaginar quantos desaforos Noé ouviu,
quantas blasfemias, quantas zombarias, perseguições, ameaças ele sofreu.
Não deve ter sido nada fácil, nem agradável, ver seus vizinhos, amigos e até
parentes escolherem a morte e desprezarem a palavra da salvação enquanto o
xingavam e o escarneciam. Daí o testemunho: “ Pela fé, noé, divinamente
instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a
Deus, aparelhou uma arca para salvação de sua casa; pela qual condenou o
mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé” Hb 11.7
Quero frisar aqui que a palavra de Deus não dá testemunho acerca de
Sem, Cam ou Jafé, a não ser de que eram filhos de Noé. Pela sua obediência e
temor a Deus Noé trouxe vida a seus filhos, e ainda aos filhos dos seus filhos
(Gn 9.8-10). Como foi dito acima, somente filhos de Deus, homens guiados
pelo seu Espírito, podem gerar filhos para Deus. A partir de Noé se estabelece,
por meio de Sem, a linhagem messiânica, a linhagem de salvação, mas note e
observe nada sem dores.
Tudo em meio à renúncia e aflição, na paciência e obediência dos
homens que citamos acima filhos foram sendo gerados: Abraão gerou a
Isaque, filho da promessa(Hb 11.8-19);Jacó gerou a Judá, filho da promessa
(Gn 29.35, Gn 49.8-12); José gerou a nação de Israel livrando-a da fome, filha
da promessa (Gn 15.13-21, Ex 1.1-7), por quem também Moisés, em
peregrinação, sofrera dores de parto (Hb 11.23-29, Nm 11.12, Gl 4.19)
A semelhança dos nossos patriarcas, o estágio da paternidade no
evangelho nos conduz a renúncia, ao abandono desta vida. Eles tinham
promessas e vidas com Deus superiores a dos homens daquela época e
pagaram o preço de andarem com Deus e de serem guiados pelo seu Espírito.
A vida de Deus se manifestava através deles a ponto dos homens ao redor
experimentarem a veracidade do Deus Vivo. E apesar de viverem perseguidos,
caluniados, no desconforto do deserto, defraudados, encarcerados, etc, se
satisfaziam com a vida de Deus, com a esperança das promessas de Deus
plantadas nos seus corações, viam não somente a si mesmos, mas seus filhos,
30

suas descendências desfrutando de alianças com Deus, alianças eternas,


infalíveis, imutáveis e superiores a qualquer herança terrena eles pudessem
construir. Hebreus 11: 32-40
É o conhecimento de Deus, na sua excelência, que faz com que
homens e mulheres vivam o estágio da paternidade. Pedro, Paulo e outros pais
da igreja tinham esse conhecimento e com seus exemplos de vida induzem a
mim e você a seguir o exemplo de Cristo. Podemos citar o próprio Timóteo que
anos depois veio a ser martirizado por causa da sua fé em Cristo, seguindo a
Jesus, que sendo Deus, gerou para o Pai uma hoste incontável de filhos. Em
suas vidas de poder e manifestação do Espírito Santo, mas também de
renuncias, sacrifícios e morte, por que confiavam na promessa: “Alegra-se,
pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu corpo repousará
seguro. Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitiras que o Teu
Santo veja corrupção.” Sl16.9-10
Por intermédio da Vida de Timóteo podemos ver claramente que o
reino de Deus é um progresso crescente, pois assim como nascemos
crescemos, nos multiplicamos e morremos na vida física assim também deve
se cumprir em nossas vidas espirituais. Não podemos indicar o estágio de cada
um, entretanto, certo como Deus vive, é preciso crescer. Deus tem muito mais
para ensinar a cada um dos seus filhos. Se você se vê ainda no estágio do leite
absorva o máximo daquilo que Ele tem ti dado, fortifica-te e comece a praticar o
tens ouvido. Para aquele que de repente se enquadrou no bom combate a
palavra de ordem é avançar e não esmorecer, ainda não chegamos a beira da
morte, são lutas básicas de todo cristão, não olhe para trás para que não sejas
ferido mortalmente. Aqueles que tem se tornado pais, que exercitem a
paciência e o amor, porque assim como temos sido tratados por Deus na sua
looooooooooooongaminidade precisamos tratar aos nossos filhos com Deus.
Sendo assim podemos entender o porque do Apóstolo João continuar
sua carta assim:

O amor a Deus gera ódio ao mundo.

“Não ameis o mundo nem as coisas que há no


mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai
não está nele; Porque tudo que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mais
procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como
a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a
vontade de Deus permanece eternamente.” I João
2.15-17
31

A motivação de cada homem de Deus era fazer a vontade de Deus e


estar com Ele eternamente. E o único modo de alcançar este objetivo é
detestando o mundo e tudo o que Nele há! A vontade de Deus é contrária a
tudo que o mundo possa nos oferecer. E não há nada que possuímos no
mundo que possamos levar no dia do arrebatamento ou da morte! I João 5: 19;
I Coríntios 15: 50
Paremos para meditar um pouco na vida de Jesus. Assim diz o relato
das Santas Escrituras acerca do seu batismo e sua tentação: “E aconteceu
que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e, estando ele a orar, o
céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como
pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és meu Filho amado, em Ti me
comprazo.” Lucas 3.21-22 “Jesus cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e
foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo
tentado pelo diabo.” Lucas 4.1-2.
Note aqui duas coisas interessantes: primeiro que Jesus , legalmente
nasce como filho de Deus, sendo guiado pelo Espírito Santo. Nós já vimos em
páginas anteriores que somente os que são guiados pelo Espírito é que são
legitimamente seus filhos (Rm 8.14) A comunhão entre Jesus e o Pai foi selada
publicamente pela unção e poder que o envolveu no batismo. Deus dá
testemunho de que Ele é Seu Filho quando Seu Espírito desce sobre Ele. E em
segundo lugar gostaria de ressaltar que foi esse Espírito que o guiou no
deserto, não foi o diabo quem o levou, mas próprio Espírito de Deus o
conduziu, não somente aquelas três tentações que costumamos citar, mas, por
quarenta dias Jesus foi tentado, e tentações de toda sorte (ver Mc 1. 12-13, Lc
4.13)!
Guardando estas coisas, a bíblia continua relatando – “Nada comeu
naqueles dias, ao fim dos quais teve fome. Disse-lhe, então, o diabo: se és o
filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão. Mas Jesus lhe
respondeu: Não só de pão viverá o homem,(mas de toda palavra que procede
da boca de Deus – Mt 4.4)” Lucas 4. 2b-4 Satanás é chamado pelo Senhor de
príncipe do mundo (Jo 14.30) Obviamente, satanás vai oferecer a Jesus, como
moeda de compra da sua comunhão com Deus, aquilo que o mundo tem para
oferecer. Se pararmos para meditar em todo o acontecimento que meditamos
com relação à tentação impostas a Jesus como filho, poderemos entender que
existe uma oposição, uma luta entre os filhos de Deus verdadeiros e o
mundo(sistema projetado por Satanas), por isso é dito. Hebreus 5: 4-10; João
15: 18-21
A concupiscência(desejo, cobiça) da carne: Jesus teve fome. O corpo
debilitado, depois de quarenta dias de Jejum era capaz até de sentir o cheiro
do pão nas narinas. O príncipe (embaixador, que vem em nome) do mundo,
utilizando o estímulo carnal, o desejo físico por alimento, lança com palavras
maliciosas idéias que deturpam a vontade de Deus. Jesus, porém, comandado
pelo Espírito soube discernir o momento e resistir a investida do inimigo.
Obviamente satanás não se deixa vencer e investe ainda mais pesado:
“E elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-
lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela
me foi entregue e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares,
toda será tua. Mas Jesus, lhe respondeu: está escrito:Ao Senhor, teu Deus,
32

adorarás e só a ele darás culto.” Agora, o adversário, conhecendo bem a


natureza que ele implantou no homem, estimula pela visão de Jesus um
desejo para o qual o Senhor não lhe projetou. Através desta visão mais uma
vez procura quebrar a comunhão de Jesus com Deus. Mas uma vez o
conhecimento de Deus o mantém inabalável!
Após Jesus resistir a concupiscência dos olhos, é tentado pela soberba
da vida. “então o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e
disse: Se é o filho de Deus, atira-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos teus
anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e Eles te susterão nas suas
mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Dito está:
Não tentarás o Senhor, teu Deus.” A tentativa do diabo é levar Jesus a
ostentar quem é. Jesus é o filho de Deus. Porém, ele não precisa provar isto a
ninguém, visto que este foi o testemunho do próprio Senhor no seu batismo. No
entanto, satanás o estimula a usar de meios soberbos para conduzi-lo ao erro.
Graças a Deus mais uma vez Jesus dá um tapa na cara do diabo, que o faz
recuar: “Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o
diabo, até momento oportuno.” Lc 4.13
Depois de verificar estes fatos da vida de Jesus podemos compreender
que, assim como nós vimos, que o crescimento da fé passa por três estágios
(filhinhos, jovens, e pais), podemos facilmente analisar que no amor ao mundo
existem três níveis de queda: concupiscência da carne - que inclui os desejos
impuros, satisfações carnais, busca de prazeres pecaminosos, satisfações
sexuais (I Co 6.18, Fl 3.18-19); concupiscência dos olhos – cobiça ou desejo
descontrolado por coisas atraentes aos olhos (Mt 6.22-23); e soberba da vida
– espírito de arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, fama,
prestígio pessoal, que não reconhece Deus como Senhor, nem a sua Palavra
como autoridade suprema (Tg. 4.13-16).
Se olharmos ao nosso redor, veremos claramente que o diabo tem
estruturado na sociedade atual uma mente completamente anti-cristã. Não há
mais princípios de moral, de valores ou de ética entre os homens. Satanás
destruiu a semelhança de Deus no homem. E cada vez mais a corrupção, o
engano e a devassidão dominam as mentes humanas.
E para que tudo isso? Para que se torne cada dia mais difícil convencer
o homem ou a mulher andar de acordo com a vontade de Deus! Hoje podemos
ver a corrupção, o engano, e a devassidão dentro da igreja. E que tristeza!! A
casa de Deus cheia do mundo! Entramos nos templos e vemos meninas
sentadas no colo dos rapazes na primeira fila da galeria, jovens vendidos a
sensualidade e prostituição, vestidos como o mundo dita, falando como o
mundo dita, não fazem diferença! Homens e mulheres preenchendo espaços
no banco das igrejas, mas não tem vida com Deus, não podem anunciar o
evangelho, porque não o conhecem! Ouvem falar de Jesus a cada culto, mas
ao saírem dali, sentam-se para comerem dos lixos de satanás, conversam
como os ímpios em maledicências, ciúmes, discussões. E o que não falar dos
adultérios e fornicações?
“NÃO AMEIS O MUNDO” é o grito de João na epístola! Mas ai do
pastor que grita isso nos púlpitos! Neles se cumprem as palavras de Jesus: Se
o mundo odeia vocês, lembrem que ele me odiou primeiro. “Se vocês fossem
do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi
entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o
33

mundo odeia vocês.” João 15.18-19. Na verdade, são estes, que


permanecem inconformados com o estado atual da igreja, que realmente o
Senhor reconhece como igreja Dele. Igreja para Jesus não e um monte de
Gente aglomerada cantando uma música bonita, mas aquele indivíduo que
guarda, pratica, obedece a Sua Palavra (I Sm 15.22).
É exatamente através dos desejos que habitam no homem e que foram
implantadas por satanás que cada homem vai ser tentado. E é nessa tentação
que fica revelado o que está no coração do homem: amor a Deus ou amor ao
mundo (Tg 1.13-15, Jo 3.19, Mt 23, I Tm 5.9-10 17-17, II Tm 4.9). Sendo assim,
quando andamos no espírito dizendo não aos prazeres da nossa natureza
dizemos sim a comunhão com Deus (Gl 5.16-17), daí o Senhor nos despertar
pela sua palavra dizendo: “E não vos conformeis com este século(mundo),
mais transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”(Rm 12.2) “Amados,
exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das
paixões carnais, que fazem guerra contra a alma,”(I Pd 2.11) “Mas longe esteja
de mim gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o
mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gl 6.14) “Estas coisas
vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo tereis aflições, mas
tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33) “porque todo que é nascido de
Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem
é que vence o mundo, senão aquele quer ser Jesus o Filho de Deus?” ( I Jo
5.4-5)
Observou? O mundo é um sistema capaz de formar nossas opiniões
pessoais, por isso, o apostolo Paulo fala na necessidade de renovação de
mente. A renovação é o passo número 1 para experimentar o passo número 2,
que é, o fato de ter na vida a experiência de praticar a vontade de Deus. Você
tem já experimentado a vontade de Deus? Ou apenas tem sido um ouvinte da
mesma? Tiago 1: 22-25

O mundo:
Seu governante e seus súditos.

“Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes


que vem o anticristo, também, agora, muitos
anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é
a última hora. Eles saíram de nosso meio;
entretanto, não eram dos nossos; porque se
tivessem sido dos nossos, teriam permanecido
convosco; todavia, eles se foram para que ficasse
34

manifesto que nenhum deles é dos nossos.” I João


2.18-19
Bem, como já temos visto, sabemos que o príncipe deste mundo é o
próprio diabo (Jo 14.30, 12.31, Lc 10.18). E não somente isto, mas Satanás
tem toda uma hierarquia (Ap 12.7-9), que colocada como estrutura, procura
dominar todo o mecanismo do sistema implantado no mundo (Ef 6.12).
Podemos afirmar ainda que todo este sistema é manipulado pelos homens e
mulheres que andam rebelados contra Deus (Ef 2.2)
Lembremo-nos das palavras de satanás ditas a Jesus na tentação:
“Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi
entregue e a dou a quem eu quiser.” Lc 4.6. Apesar de satanás ser um
mentiroso, essa afirmativa é verdadeira. Deus nos diz que “os céus são os
céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”(Sl 115.16). No
entanto, quando Adão come do fruto da árvore do conhecimento do bem e do
mal ele sujeita o domínio que Deus lhe deu (Gn 1.28) a autoridade de satanás
(Rm 8.20-23, Gn 3.17.18). A partir deste momento o governo do mundo torna-
se contrário à vontade de Deus.
Satanás agora tem domínio sobre tudo que está sujeito ao pecado,
inclusive sobre os homens (Jo 8.44), por que a natureza de pecado foi
implantada no homem (Sl 51.5) e nem um sequer pode dizer ser livre de
pecado (I Jo 1.8) e quando o executa na forma da prática manifesta ser filho de
satanás.
Tendo em vista que, a partir do pecado de Adão, os homens foram
separados do seu criador (Rm 3.23), fica fácil então de entender que nos
tornamos filhos da desobediência – da desobediência de Adão (Rm 5.12-14)! E
se somos por natureza desobedientes a Deus somos também sujeitos ao
pecado (Rm 6.16).
Com este trunfo em mãos, o adversário, que desde princípio se rebelou
contra o Senhor (Ez 28.15-19), incita a humanidade, no decorrer dos séculos, a
perpetuar a sua rebeldia (Rm 8.6-8).Pensamentos contra o criador e contra o
seu amor são alimentados, estimulados constantemente (Gn 3.4-5,10). Quando
satanás consegue gerar a descrença dos homens em Deus tem liberdade
então de promover seus princípios completamente contrários à vontade de
Deus (Hb 11.6, 3.12), ou seja, atitudes anticristãs. A palavra cristo é a mesma
coisa de messias e significa separado (santo), portanto satanás e o mundo,
que é o seu sistema, odeiam os separados do Senhor. Portando ser anticristo é
ser contrário, contra, opositor, descontente, a tudo que seja separado ao
Senhor.
É exatamente por saber que o governo mundial é marcado por uma
completa tendência anticristã, no que se refere aos seus princípios, atitudes e
modismos, que o Apóstolo João exorta a igreja a se manter firme em meio aos
escândalos provocados por pessoas que aparentemente professam a fé no
Senhor, mas que com o passar do tempo acabam demonstrando por suas
obras quem verdadeiramente são. II Timóteo 3: 5-9
Em toda a bíblia podemos observar que homens eram destacados a
fim de se oporem aos propósitos divinos. Vemos isto na história de Moisés com
faraó, na perseguição de Saul a Davi, ou na de Hamã a Mordecai, dentre
35

outros, e porque não citar o próprio rei Herodes que intentou contra a vida do
próprio Senhor Jesus Cristo! Mas, agora, João deixa claro que, na última hora,
muitos anticristos surgiriam e que estes sairiam dentre aqueles que professam
o nome do Senhor (I Jo 2.18).
A bíblia relata que o próprio Senhor Jesus nos antecipou estas
verdades, dizendo: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que vos apresentam
disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.” Mt 7.15 Logo,
não podemos simplesmente nos deixar levar pela aparência de alguém, mas
devemos, ser cautelosos antes de tomar qualquer posição a favor ou contra
aqueles que se apresentam como servos de Deus.
O apóstolo Paulo na sua primeira carta aos Coríntios repreende-os
pela impureza que fora praticada por alguém que se dizia parte da igreja e
alerta o povo para que não ande em cumplicidade com as obras das trevas:
“Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a
massa toda?Lancai fora o fermento(...)Já em carta vos escrevi que não vos
associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos
impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois
neste caso teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos
associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou
idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador;com esse tal, nem ainda
comais.(...)expulsai, pois, dentre vós o malfeitor.” (I co 5). Com certeza o
apóstolo tinha conhecimento de que dentro da igreja havia pessoas, que
apesar de participarem do culto, congregarem e tal ... , contudo, não andavam
de acordo com as doutrinas ensinadas pelo Senhor Jesus, são os verdadeiros
joios em meio ao trigo (Mt 13.24-30).
Entretanto, o Senhor nos deixa um caminho no meio das pedras:
“Assim, pois, pelos frutos os conhecereis” Mt 7.20 Todo o homem, ou mulher,
que tenha conhecimento de Deus terá também discernimento para provar,
avaliar o caráter daqueles que professam serem servos de Deus. A diferença
está exatamente no fruto que é produzido. Se o que colhemos frutos maus,
atitudes ou reações carnais em meio as circunstâncias entenderemos que,
apesar dos lábios dizerem “Senhor, Senhor”, e da aparência ter forma de
piedade, na verdade, inda praticam iniqüidade e não são conhecido de Deus
(Mt 7. 21-23).
Por isso o apóstolo João declara:
“E vós possuís unção que vem do Santo e
todos tendes conhecimento. Não vos escrevi porque
não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e
porque mentira alguma jamais procede da
verdade.” I João 2.20-21
É exatamente esta unção e o conhecimento da verdade que vai fazer
separação entre o falso e o verdadeiro. O crivo de avaliação precisa ser a
Palavra de Deus unida a uma comunhão estreita como Espírito Santo. Deus
nos deu autoridade de colocar a prova todo o espírito, incentivando-o sujeitar-
se à palavra. A reação trará luz às trevas e manifesto ficará o que é mentiroso
e o que procede da verdade. II Coríntios 10: 3-6
36

Foi dito por João no texto inicial, que muitos anticristos saíram do
nosso meio. Seria possível que alguém estivesse dentro e fora? Bom há um
exemplo ótimo para verificarmos a declaração do apostolo João, em sua
terceira epistola é dito sobre a pessoa de Diótrefes, que segundo o apostolo o
mesmo gostava de exercer a primazia ou em outras palavra, de estar a frente
do trabalho da igreja. Esse homem estava impedindo, se tornando contrário, se
opondo, de que as escritas de João pudessem trazer orientação aos irmãos da
igreja. III João 1: 9-11
Quantos anticristos estão na primazia de igrejas, impedindo a verdade
de ser conhecida, pois desta forma seus erros, pecados, incapacidades
ficariam em relevo, todos haveriam de reconhecer que os mesmos não passam
de pessoas, orgulhosas, mundanas, gananciosas. Sendo assim o eles
mudariam ou tentariam silenciar a voz do que clama no deserto.
Dando um salto na epístola de João, vejamos o que nos diz:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito;
antes, provai os espíritos se procedem de Deus,
porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo fora. Nisto conhecemos o Espírito de Deus:
todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em
carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a
Jesus não procede de Deus; pelo contrário, ente é o
espírito do anticristo, a respeito do qual tendes
ouvido que vem e, presentemente já está no
mundo. Filhinhos, vós sois de Deus e tendes
vencido os falsos profetas, porque maior é aquele
que está em vós do que aquele que está no mundo.
Eles procedem do mundo; por esta razão, falam da
parte do mundo. E o mundo os ouve. Nós somos de
Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele
que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto
reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do
erro.” I João 4. 1-6
Os filhos de Deus nasceram de novo (Jo1.12-13), foram transportados
das trevas para luz (Cl 1.13-14), não vivem mais segundo o curso deste mundo
porque não pertencem mais a ele (Jo 17. 16). Antes os nascidos de Deus, são
na verdade odiados pelo mundo (Jo 16.18-19) porque combatem o sistema e
seus conceitos sendo transformados pelo conhecimento e pela prática da
Palavra de Deus (Rm 12.2; I Ts 4.3-8; Tg 4.4).
O apóstolo Paulo nos deixa exemplo destas coisas quando escreve a
primeira carta aos coríntios. No capitulo quinze relata uma informação que
estaria sendo divulgada a cerca da ressurreição: “Ora, é corrente pregar-se
que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como , pois, afirmam alguns dentre
vós que não há ressurreição de mortos?”(I Co 15.12) Ora, se Jesus veio em
37

carne para que por intermédio do seu sangue tivéssemos redenção, e, da sua
vida, a vida eterna, torna-se insano afirmar que a obra de Cristo está limitada
pela morte. Por isso o Apóstlo disse: “Se a nossa esperança em Cristo se
limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens ...Se os
mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos. Não
vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (I Co 15.
19 e 32b-33).
Juntando todas essas informações podemos concluir que alguns,
guiados pelo espírito do anticristo, dentro da igreja de Corintios semeavam
engano e procuravam corromper a genuína fé do evangelho. Daí João afirmar:

“Quem é mentiroso, senão aquele que nega


que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o nega o Pai
e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não
tem o Pai; aquele que confessa o filho tem
igualmente o Pai. Permaneça em vós o que ouvistes
desde o princípio. Se em vós permanecer o que
desde o princípio ouvistes, também permanecereis
vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele
mesmo nos fez, a vida eterna. Isto que vos acabo de
escrever é acerca dos que vos procuram enganar.” I
João 2.22-26

O importante aqui é ficar bem definido que o espírito do anticristo atua


sobre os filhos da desobediência, que seguem o curso do mundo (Ef 2-2). Aos
filhos de Deus porém, existe um convite a nos retirarmos do domínio do mundo
sair deste mundo, isso acontece à medida que tomamos o propósito de
mortificar a situações mundanas em nossa vida, por isso a expressão de Paulo:
“ Dia após dia morro!” I Co 15: 31a, viu, só pela morte. É preciso entender e
deve ser desejo de todo cristão abandonar as práticas mundanas e santificar-
nos na vida que ele nos tem concedido em Cristo (II Co 6 14-7.1). Quem ouvir
a este convite e atendê-lo manifesta ser filho de Deus, quem Rejeitar,
manifesto está ser filho do maligno (Jo 10. 26-30)

Unção do Santo
Selo do Filho

“Quanto a vós outros, a unção que dele


recebestes permanece em vós, e não tendes
38

necessidade de que alguém vos ensine; mas como a


unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é
verdadeira, e não falsa, permanecei nele, como
também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois,
permanecei nele, para que quando ele se
manifestar, tenhamos confiança e dele não nos
afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis
que ele é justo, reconhecei também que todo aquele
que pratica a justiça é nascido dele.” I João 2-27-29
Quando João fala da unção na se refere ao óleo que muitas das vezes
é usada sobre alguém, mas a aquilo que o óleo representa: a pessoa do
Espírito Santo. É a pessoa do Espírito Santo que permanece em nós (Jo 14.16-
17). É Ele quem desvenda os nossos olhos para salvação realizada por Jesus
(Jo 16.8). É Ele também que nos revela e nos ensina as maravilhas da Palavra
de Deus (Jo 14.26, 16.12-13). Entretanto, é preciso que cada um de nós se
esforce para valorizar a graça que nos tem sido concedida! Deus nos deu do
Seu Espírito (II Co 1. 21-22)!
Note, os lideres podem faltar com o ensino, mas o Espírito Santo nunca
falha! (João 16: 13). Os homens de Deus podem não compreender a fraqueza,
mas o Espírito Santo compreende e ainda intercede por nós (Rm 8.26-28)! Os
homens podem não ter confiança, mas Deus, pelo Seu Espírito, compartilha
conosco aquilo que está no mais profundo do Seu Ser (I Co 2.9-10)!
É muito comum associar o Espírito Santo a línguas, a ser ELE no uso
da profecia, nos cânticos espirituais ou em milagres. Contudo quando se faz
um investigação apurada dos fatos relacionados a pessoa do Espírito Santo e o
que Jesus falou em relação a sua função entendemos melhor a declaração de
João dita acima. Léia João 14: 15-18; 16: 7-15
Notou? O Espírito Santo, (a unção) tem o serviço de apresentar ao
homem os ensinos, mandamentos do Pai e do filho, convencendo o homem por
meio da palavra do pecado, do juízo e da justiça. Por isso é conhecido como o
Espírito da verdade.
Deus há muito tempo, sabe que o homem é falho! O Senhor não confia
na natureza humana para proclamação do evangelho, mas na pessoa do
Espírito de Deus que no homem habita (Jo 20.22; Lc 24.49). É, somente Ele
quem dá entendimento aos homens (Lc 24.45, At 16.14), e isso para irmos e
fazermos a Sua vontade (At 16.15, Lc 24.48). Dependemos do trabalho do
Espírito Santo para continuarmos a caminhada com Cristo, ele é a ponte de
comunhão com o Verbo (II Co 3.4-8). Somente aquele que for selado pelo
Espírito Santo entrará no Reino no dia da Redenção (Ef. 4.30).

Nascidos do Espírito:
39

Gerados para Santidade


“Vede que grande amor nos tem concedido o
Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e,
de fato, somo filhos de Deus. Por essa razão, o
mundo não nos conhece, porquanto não conheceu a
ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e
ainda não se manifestou o que haveremos de ser.
Sabemos que quando ele se manifestar, seremos
semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo
como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele
tem esta esperança, assim como ele é puro. Todo
aquele que pratica o pecado também transgride a
lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Sabeis
também que Ele se manifestou para tirar os
pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que
permanece nele não vive pecando; todo aquele que
vive pecando não o viu nem o conheceu.” I João 3:1-
6

Como já temos visto e analisado nas escrituras, Deus, pelo seu amor,
concede, a todo o que crê em Jesus, o retorno à comunhão. Como garantia
dessa comunhão nos dá o Espírito Santo. Somos, então, filhos de Deus. Logo,
se somos filhos de Deus, guiados pelo Espírito Santo, precisamos manifestar
diariamente o caráter Santo de Deus, que, agora, pela comunhão reflete em
nós. Isso tudo já estudamos nos primeiros capítulos da Epistolo da João.
O que queremos abordar neste ponto, é que, apesar disso tudo,
continuamos a viver num corpo de carne, que é tendencioso ao pecado (Rm
7:23).Já estudamos também a cerca da graça de Deus para remissão de
pecado, de tal maneira que se algum filho de Deus vier a pecar tem “Advogado
junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (I Jo 2.1b), o qual tem poder para purificar
qualquer pecado; na verdade o Senhor Jesus é perfeito mediador. Hebreus 2:
14-18
Entretanto, acabamos de ver no texto de I João que ”todo aquele que
permanece nele não vive pecando”. Há alguma contradição? Não, não há! No
texto de I João 2.1, podemos observar a escrita assim: “não pequeis. Se,
todavia, alguém pecar” , a palavra empregada aqui é hamartẽ sugerindo a
idéia de situações isoladas ou de ações praticadas num passado próximo, ou
de atitudes de falhas feitas e logo corrigidas. Já em I João 3.6 diz: “Todo
aquele que permanece nele não vive pecando” tradução de hamartanei que
indica um estado, um comportamento constante, na verdade quando João usa
essa palavra o mesmo nos dá o sentido que se alguém nasceu de Deus, não
40

pode continuar a viver pecando conscientemente, pois a vida de Deus não


pode permanecer em quem vive na prática do pecado.
Bem, concluímos disso, então, que apesar de sermos falhos e
cometermos erros (hamartẽ), a nossa permanência em Cristo nos dá uma vida
sem pecado (I Jo 3.5), onde nosso corpo é utilizado somente para prática da
justiça (Rm 6.1-14, I Jo 2.29). Sendo assim, nós, que temos a esperança de ser
como Deus o é, devemos nos purificar de toda injustiça e viver a vida sem
pecados que Ele nos concede (Tt 3.4-8). Sejamos santos, como Santo Ele é (I
Pd 1.14.15)! Não se esqueça, na luta contra o pecado ainda não chegastes a
ser morto por amor a Cristo, portanto lute o bom combate e não desanime.
Hebreus 12: 4; II Timóteo 4: 5-7

Semente Divina:
Seiva para Santidade
“Filhinhos, não vos deixeis enganar por
ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim
como ele é justo. Aquele que pratica o pecado
procede do diabo, porque o diabo vive pecando
desde o princípio. Para isso se manifestou o filho de
Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele
que é nascido de Deus não vive na prática de
pecado; pois o que permanece nele é a divina
semente; ora, esse não pode viver pecando,
porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os
filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que
não pratica justiça não procede de Deus, nem
aquele que não ama a seu irmão.” I João 7-10
A santidade só é possível para aqueles que ouvem o chamado do
Senhor Jesus (Rm 1.4-7, I Pd 1. 1-2). Antes de o ouvirmos fazíamos o que
queríamos, andávamos em pecado e estávamos mortos, alienados de Deus,
fazendo a vontade da carne, do mundo e do pecado (Ef 2.1-13) Procedíamos
do diabo (Tt 3.3). Porém, agora, que ouvimos ao chamado de Deus, que somos
reconciliados com Deus pela fé em Jesus (Rm 5.6-10), já não procedemos do
diabo, mas de Deus (I Pd 2.9). E a evidência de que somos nascidos de Deus
é a luta que travamos diariamente contra o pecado (Hb 12. 1-17).
41

A partir do momento que a Palavra de Deus penetra no homem e gera


a fé na obra salvadora de Jesus, o homem toma consciência de pecado,
porque a exposição da palavra manifestou o que estava nas trevas (Lc 5. 29-
32; Ef 5.13-14) Sendo assim, o homem que estava acostumado a prática do
erro entra em guerra contra o pecado (Rm 7. 21-23; Gl 5.17). Quando a palavra
de Deus permanece intacta no interior do homem a vitória é certa (Ap 12.11).
A santidade – separação do pecado – se dá quando a palavra de
Deus, que é a divina semente, permanece em nós como em terra fértil,
produzindo frutos (MT 13.8). O apóstolo Pedro escreveu: “sabendo que não foi
mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do
vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso
sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no
fim dos tempos, por amor de vós que, por meio dele, tendes fé em Deus, o
qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e
esperança estejam em Deus. Tendo purificado a vossa alma, pela vossa
obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido amai-vos,
de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de
semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a
qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória,
como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor,
porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi
evangelizada.” IPd 1.18-25 Sendo assim obedeçamos a palavra e nossas
almas serão purificadas de todo erro, de todo conceito adquirido fora do
evangelho. Na luta contra o pecado obtemos vitória quando nos deixamos
regenerar (tornar a gerar, restaurar, reorganizar, melhorar moralmente, formar
de novo, corrigir, reabilitar) pela Palavra de Deus, que se permanecer em nós
atesta-nos como filhos de Deus, guiando-nos a santificação e o amor ao
próximo. II Coríntios 10: 4-6

Amor ao próximo:
Fruto da comunhão com Deus

“Porque a mensagem que ouvistes desde o


princípio é esta: que nos amemos uns aos outros;
não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou
a seu irmão; e porque o assassinou? Porque as suas
obras eram más, e as de seu irmão, justas. Irmãos,
não vos maravilheis e o mundo vos odeia. Nós
42

sabemos que já passamos da morte para a vida,


porque amamos os irmãos; aquele que não ama
permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu
irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo
assassino não tem a vida eterna permanente em si.
Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida
por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” I
João 3. 11-16
O amor que o Senhor nos chama a exercitar pelo nosso próximo, não
chega nem perto do amor que estamos acostumados a dar e receber. O “amor”
que experimentamos na vida sem Cristo é um pseudo-amor, um falso amor.
Se olharmos para nossas vidas, podemos concluir que, até o laço de amor
mais forte, que é o materno, pode ser rompido. O amor que conhecemos no
mundo precisa a cada dia ser regado de lisonjas e bajulações, é um amor de
interesses e conveniências, não passa de um cristal, que muitas vezes brilha e
tem uma aparência bonita, mas a qualquer arranhãozinho se estilhaça sem
recuperação.
Já o amor de Deus que recebemos em nossos corações é como um
diamante. Resistente e duro a ponto de cortar aço! Porém, diamante para se
tornar uma jóia é passa por um processo de lapidação. Assim também é o
amor verdadeiro, que vem de Deus! Nada pode mudar o que o Senhor sente
por nós seu amor é eterno (Jr 31.3). O Seu amor jamais acaba (I Co 13.8).
Corta os corações mais duros e penetra no interior do homem dando-lhe uma
nova forma (Rm 9.16-20). Seu amor foi lapidado numa vida de obediência e de
sujeição até a morte e morte de Cruz (Hb 5. 7-9, Rm 5.8). Enquanto Jesus
renunciava a sua vida doando–a para nós, foi lapidado num diamante de
inestimável valor, com uma transparência santa, e um resplandecer glorioso!
É desse amor, constrangedor (impede os movimento, trava), que
temos recebido e que também devemos doar aos nossos irmãos (Jo 15.12-13).
Quando assim vivemos, temos vida. Renascemos dentre os mortos não para
vivermos para nós mesmos, porém para demonstrar o amor de Deus aos
homens (At 13.47). Quero parar refletir, falamos acima do amor de Deus, e
ELE é Emanuel (Deus conosco), portanto está em nós. Contudo o sistema o
mundo governado pelas hostes da maldade, sorrateiramente distorce o sentido
do amor. Amar não é concordar com o erro porque uma lágrima desce, ou dar
um jeitinho para fazer porque é parente próximo. O amor que vem do alto tem
haver com renúncia, sacrifício e principalmente com consciência da
necessidade de se esvaziar de nossas vontades, preferências em favor da
causa alheia, pois foi exatamente isso que Jesus fez. Filipenses 2: 2-11
Olhe para dentro de si, quando tens que fazer algo dentro ou fora da
igreja, sempre se escolhe o que é mais cômodo para nós mesmos. Tem que
ser no horário que já estou na igreja, tem que ser na minha casa, pois a sua é
muito longe! Meu irmão pode andar, se cansar, EU não!
Alguém está pensando que terrível! É exatamente o que faço; quero-te
dizer que existe uma chance de mudar, e você tem ela em suas mãos, quando
houver outra oportunidade escolha diferente, pense um pouco no seu próximo
43

e quando menos perceber o amor estará fluindo através de você, e pasme foi
você que escolheu ser assim. Aleluia!!!
O próprio João que escreveu essa epistola era assim, Lucas 9: 54-56.
Ele teve uma chance, não se saiu bem, foi reprovado pelo mestre. Mas quando
teve outra chance melhorou e até escreveu essa epístola, tudo é possível.
“Ora, aquele que possuir recursos deste
mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e
fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer
nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de
palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E
nisto conheceremos que somos da verdade, bem
como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso
coração; pois, se o nosso coração nos acusar,
certamente, Deus é maior do que o nosso coração e
conhece todas as coisas. Amados, se o coração não
nos acusar, temos confiança diante de Deus; e
aquilo que pedimos dele recebemos, porque
guardamos os seus mandamentos e fazemos diante
dele o que é agradável. Ora, o seu mandamento é
este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus
Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o
mandamento que nos ordenou. E aquele que guarda
os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus
nele. E nisto conhecemos que ele permanece em
nós, pelo Espírito que nos deu.” I João 3.24
O nosso amor ao próximo não pode consistir em palavras apenas. É
necessário que assim como a fé é demonstrada por obras, também o nosso
amor seja traduzido em atitudes diariamente (Gl 5.6). Tiago diz: “ Se um irmão
ou uma irmão estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento
cotidiano, e qualquer de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos,
sem contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disto? Tg
2.15-16, então acrescenta Jesus: “tudo quanto, pois, quereis, que os homens
vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os
Profetas.” Mt 7.12
Obviamente o amor não é simplesmente exercer caridade! Mais a
caridade é uma faceta do amor. A questão é como Deus tem tratado você? De
qualquer maneira, ou com cuidado? Como você espera ser tratado pelos
outros? De qualquer maneira, ou com cuidado? O que deseja para si faça com
o teu próximo. Vejamos, então maneiras de demonstrar amor ao próximo:
• Com palavras – Pv 12.18, Ef 5.29
• Com objetos materiais – II Co 9.8-9
• Amor com pensamento – Pv 23.7, II Co 10.4-5
44

• Adaptando-se, ajustando-se com as circunstâncias – Rm 12.16,


I Co 9.19-20
• Preferindo sempre ao outro – Rm 12.10, Fp 2.3-4
• Sendo paciente – I Co 13.4
• Tendo contentamento – I Co 13.4
• Em humildade – I Co 13.4,5; Fp 2.5
• Aproveitando as oportunidades – I Co 13.5
• Sendo desinteressado – I Co 13.5, Rm 12.17; Hb 13.16
• Não se ressentindo do mal - I Co 13.5, Sl 103.10-12 Hb 12.15
• Sofrendo, crendo, esperando e suportando – I Co 13.7, Rm
15.1, II Tm 2.24-26
• Entristecendo-se – I Co 13.6, Tg 4.9
• Disciplinando – Hb 12.11
Etc.

É certo que a bíblia nos ensina várias outras maneiras de amar, e


características do amor que, se fossemos descrever levaríamos muito tempo
estudando e não o esgotaríamos. Por isso gostaria de concluir este assunto
lendo ainda a própria epistola de I João:

“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque


o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é
nascido de Deus. Aquele que não ama não conhece
a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o
amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o
seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por
meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou
e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos
pecado. Amados, se Deus de tal maneira nos amou,
devemos nós também amar uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos
outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é,
em nós, aperfeiçoado. Nisto conhecemos que
permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu
do seu Espírito. 14E nós temos visto e
testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como
Salvador do mundo. Aquele que confessar que Jesus
45

é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em


Deus. E nós conhecemos e cremos no amor que
Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que
permanece no amor permanece em Deus, e Deus,
nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que,
no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois,
segundo ele é, também nós somos neste mundo. No
amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança
fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo,
aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós
amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém
disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a
quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que
aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.”
I João 4. 7-21

Amor ao próximo:
Um jugo suave

“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é


nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o
gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto
conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando
amamos a Deus e praticamos seus mandamentos.
Porque este é o amor de Deus: que guardemos os
seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não
são penosos, porque todo o que é nascido de Deus
vence o mundo; e esta é a vitória que vence o
mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo,
senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” I
João 5.1-5
46

Certamente poderíamos olhar este texto e como tema principal falar


sobre a fé que vence o mundo, mas gostaria de voltar nossa atenção para esta
pequena frase sublinhada no versículo acima. Ora temos visto e aprendido que
o mandamento de Deus é: “Que aquele que ama a Deus ame também a seu
irmão” I Jo 4.21, e, agora lemos acima que “os mandamentos de Deus não são
penosos”.
No dicionário a palavra “penoso” é definida como: Que causa pena,
que incomoda, doloroso, difícil. Amar o nosso próximo deve ser algo prazeroso,
porque enquanto demonstramos amor a estes declaramos amor aquele que
morreu por nós. Medite por um momento na obra do Senhor Jesus na sua vida!
Donde você veio? Como foi o seu resgate? Quem pagou o preço? Será que foi
fácil? Ou foi difícil? Se formos olhar a semelhança de Jacó com Raquel (Gn 29.
15-30) podemos afirmar que foi trabalhoso, porém não pesado, não difícil!
E porque não? Pelo muito amor dele por nós (Gn 29.20, Jo 3.16)! Ora
se consideramos que o amamos, devemos, também, amar a sua semelhança
nos mesmos moldes com que nos amou (Ef 5.1-2), e não como um julgo
pesado. Deus nos chama a um amor genuíno, que não se baseia em
qualidades e preferências, mas na comunhão do Espírito (Sl 133, I Co.16.14).
Lembremo-nos sempre de que quando estávamos cansados e
sobrecarregados Jesus, com inestimável amor, veio a nós e tomou sobre si a
nossa carga (I Pd 2.21-25), nos dando um julgo suave (Mt 11. 28.30), e este
jugo é: “levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” Gl
6.2. Trabalhoso, sim; penoso, não! Podemos tudo naquele que nos fortalece. E
esta é a nossa fé no filho de Deus (Rm 8.28-39, II Co 4.16-18), aquele que nos
assegura a vida eterna. Portanto não reclame daquele irmãozinho difícil, não
diga que não dá, pois Jesus acredita em sua mudança, apesar dos pesares, é
necessário que o verdadeiro amor se manifeste por intermédio de você.

Prática do amor:
Ressurreição dentre os mortos
“Este é aquele que veio por meio de água e
sangue, Jesus Cristo; não somente com água e com
sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque
o Espírito é a verdade. Pois há três que dão
testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito
Santo; e estes três são um. E três são os que
testificam na terra]: o Espírito, a água e o sangue, e
os três são unânimes num só propósito. Se
admitimos o testemunho dos homens, o testemunho
de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus,
que ele dá acerca do seu Filho. Aquele que crê no
47

Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que


não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não
crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho.
E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida
eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que
tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho
de Deus não tem a vida.” I João 5.6-12
Deus nos deu a vida eterna! Para que estas coisas se estabeleçam
Deus reservou um testemunho que atesta estas verdades. A escritura declara
que toda palavra é estabelecida pelo depoimento de duas ou três testemunhas
(Mt 18.16). Sendo assim Deus por intermédio de si mesmo, ou seja a trindade,
pai, filho (verbo), e Espírito Santo, são as três testemunhas fieis para dar
testemunho da obra do Criador sobre a face da terra. O Pai é o arquiteto o
elaborador, o filho que é o verbo é a vontade do pai conhecida e revelada, o
Espírito Santo é o que torna a vontade feita e executada a favor da
humanidade perdida. Portanto essas três testemunha no céu trabalham por
mim e por você, e estes três são as testemunhas que nos livra da morte (Dt
17.6).
O Pai (criador), sendo arquiteto elaborou, projetou, desenhou no seu
íntimo, todo o plano da salvação. A medida que o Pai falou ou disse, de muitas
formas e de muitas maneiras, tornou conhecido o que estava no seu íntimo; é
nesta hora que o verbo aparece como a vontade revelado do Pai. Contudo é o
Espírito Santo que revelará ao mundo a pessoa do verbo, dando vida e ação
concreta ao que de início estava no íntimo e depois foi expresso por meio do
verbo e que por intermédio do Espírito Santo será executado e consumado.
Vejamos: O Pai revelou sua vontade que é seu caráter à lei, a lei vontade do
Pai se tornou carne e habitou entre nós e com o auxilio do Espírito Santo
executou no meio dos homens toda a vontade e justiça divina. Hebreus 1: 1-3; I
João 1: 1-3; I coríntios 2: 9-12.
Em concordância, sobre a terra existem também três elementos que
testemunham a ressurreição de todo que crê ser Jesus o Filho de Deus; em
outras palavras quem aceitou a obra da trindade, terá que manifestar na terra,
por meio de sua vida a obra realizada, vejamos:
O Espírito – que habita e age no espírito do homem (I Co 6.17, Rm 2.
10.16). O que convence do pecado, juízo e justiça.
A água – palavra de Deus que lava, regenera e transforma a alma
humana nos seu pensamentos, atitudes, vontades e emoções (Ef 5.26, Rm
12.2, Hb 4.12). O mecanismo usado pelo Espírito Santo.
E o sangue – sinal da redenção efetuada por Jesus por cada homem,
inocentando-o até mesmo do pecado original que foi implantado na carne (Rm
5.17-21, Hb 10.11-18, Fl 3.21). O preço pago para a salvação.
É nesta convicção que podemos nos regozijar e bradar, em alto e bom
som, que “agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus.” Rm 8.1, Por isso, desfrutemos deste tempo não para
desperdiçarmos em desejos e vontades que em nada edificam , mas para
buscar a cada uma maior comunhão com aquele que nos gerou para si
48

pensando, buscando e vivendo de acordo com as coisa do céu (Cl 3.1-17).


Mantenhamos esta comunhão com o Pai, sejamos diferença nesta terra, e
outros verão e crerão (Rm 10.8 – 15).

“Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes


que tendes a vida eterna, a vós outros que credes
em o nome do Filho de Deus. E esta é a confiança
que temos para com ele: que, se pedirmos alguma
coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se
sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe
pedimos, estamos certos de que obtemos os
pedidos que lhe temos feito. Se alguém vir a seu
irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e
Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte.
Há pecado para morte, e por esse não digo que
rogue. Toda injustiça é pecado, e há pecado não
para morte. Sabemos que todo aquele que é
nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele
que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe
toca. Sabemos que somos de Deus e que o mundo
inteiro jaz no Maligno.” I João 5. 13-19
Como Filhos de Deus recebemos uma Herança (I Pd 1.3-5). A palavra
de Deus é o “termo de Filiação”. Nela sabemos quem somos, o que temos e
como adquiri-los. Deus como um Pai amoroso dá boas dádivas aos seus filhos
através de cada uma de suas promessas (Mt 7. 7-12). Porém, Deus por
intermédio de João revela que a vontade de Deus é que nos importemos com a
necessidade dos homens de receberem vida! João nos incentiva a nos
achegarmos ao nosso Pai com um coração como o dele, que anseia pela
comunhão com os homens (Ez 18.23, I Tm 2.1-6). Tenhamos a consciência de
que tudo quanto necessitávamos, já nos foi concedido por sua infinita graça (Cl
1.3). E de que ainda existem pessoas precisando receber, experimentar este
amor, este favor (Mt 28.19-10)! “O mundo inteiro jaz no Maligno” , porém a nós
nos foi dada autoridade para destruir as obras do Maligno (Lc 10.19), em
nossas mãos foi dado o ministério da reconciliação (II co 5. 18-21). Pesamos
vida aos homens e Deus os dará (Sl 2.7-8)!
49

“Também sabemos que o Filho de Deus é vindo


e nos tem dado entendimento para reconhecermos
o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu
Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro e a vida
eterna. Filhinhos guardai-vos dos ídolos.” I João 20-
21
Certamente, depois de termos estudado cuidadosamente a comunhão
oferecida a nós, por meio de Jesus, se torna necessário que, perseveremos
nestas verdades! A palavra nos assegura que há um esforço para nos
apoderarmos do reino dos céus (Mt 11.12) e, que é na perseverança que
ganharemos nossas almas (Lc 21.19). Por isso, se em algum momento ficar
difícil, console-se com esta certeza: “Porquanto o senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre as
nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre
com o Senhor.” I Ts 4.16-17
E tomemos cuidado para não fazermos como o povo de Israel, que
tendo experimentado a salvação do Senhor, visto seu poder e glória,
esqueceu-se do seu Senhor e prostrou-se diante de um ídolo e praticaram
imoralidades, desprezaram a comunhão com Deus, amaram mais as
satisfações da carne (I co 10.1-13). Saímos do Egito, não apenas
aparentemente; mas, no coração (At 7.39). Deixemos para trás o tempo, e as
obras das trevas, avancemos, pois ele diz: ´No mundo passai por aflições; mas
tendes bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33), e, ainda, “Eis o tabernáculo
de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus,
e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a
morte já não existira, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis
que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas
palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o
Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da
fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e
ele me será filho.’’ Ap 21. 3-7
Por isso: “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga:
Vem”! Vem Senhor Jesus!

Uma parte do corpo de


Cristo Jesus.
50

A graça e a Paz
estejam em ti.

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