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Teoria da Produção
1. INTRODUÇÃO
A Teoria da Firma é a parte da microeconomia que se preocupa em estudar o comportamento
da firma. Esse tópico foi pouco abordado até agora, sendo que apresentamos apenas a curva de
oferta de mercado A Teoria da Firma é a parte da Economia que engloba a Teoria da Produção,
Teoria dos Custos de Produção e os Rendimentos da Firma.
seus princípios gerais proporcionam as bases para a análise dos custos e da oferta dos bens
produzidos; e
seus princípios, também, se constituem peças fundamentais para a análise dos preços e do
emprego dos fatores de produção, bem como da alocação desses fatores entre os diversos
usos alternativos na economia.
Para um melhor entendimento temos que explicitar, inicialmente, alguns conceitos básicos da
Teoria da Produção, que são apresentados a seguir
2. CONCEITOS BÁSICOS
2.2. Produção
É o processo pelo qual uma firma transforma os fatores de produção em produtos e serviços.
Mão-de-obra
Insumos Capital Processo de
Produto
Terra Produção
2.3 Processo de Produção
É a técnica por meio da qual um ou mais produtos vão ser obtidos a partir da utilização de
determinadas quantidades de fatores de produção.
Fatores variáveis: São aqueles em que a quantidade varia com a variação na quantidade
produzida do produto. Ex: semente, adubo, mão-de-obra etc.
a) Curto prazo: É o período de tempo no qual existe pelo menos um fator de produção fixo.
Para entender melhor esses conceitos consideremos oseguinte exemplo suponha que temos
uma fazenda de 100 hectares, dos quais 80 são aptos ao plantio de milho.
Existem várias técnicas de plantio de milho, sementes por metro linear, agrotóxicos,
variedades etc. Cada uma dessas técnicas é um processo de produção. A função de produção
considera o processo de produção que permite obter o máximo produto a partir de certa quantidade
de fatores de produção.
Portanto, a função de produção indica o máximo de produto que se pode obter com
as quantidades dos fatores, uma vez escolhido determinado processo de produção mais
conveniente.
q = f(x1, x 2),
onde: q = quantidade de produto;
x1 = fator variável; e
x2 = fator fixo;
Devido a Lei dos Rendimentos Decrescentes, a curva do produto total é formada de três
segmentos: o primeiro é convexo em relação ao eixo de x1, o segundo é côncavo em relação ao eixo
de x1 e o terceiro tem inclinação negativa (Figura 5.1).
Representa as máximas quantidades do produto (Y) que podem ser obtidas a determinados
níveis de usos do insumo (mediante adequada escolha do processo produtivo).
Figura 3.1. Função de produção e alterações na proporção dos fatores fixos e variáveis
A partir da curva de PT podemos derivar as curvas de PMe X1, PMaX1 que são conceitos
bastante importantes na tomada de decisão pela firma com respeito ao uso dos fatores.
3.1.2 Produtividade Média do Fator Variável
Exemplos:
- Produtividade média da mão-de-obra:
PT
PMe m.o. (é o produto por trabalhador)
m.o.
PT Y
PMa x1 no arco
X 1 X1
dY
PFMa x1 no ponto
dX 1
Exemplo:
Fator Fixo Fator Variável Produção Total Y/X1 ∆Y/∆X1
X2 X1 Y
10 0 0 - -
10 1 6 6 6
10 2 14 7 8
10 3 24 8 10
10 4 32 8 8
10 5 38 7,6 6
10 6 42 7,0 4
10 7 44 6,2 2
10 8 44 5,4 0
10 9 42 4,6 -2
10 10 40 4,0 -4
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
12
10
-2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-4
-6
Y F
I II III
E
PFMe
0 E1 E3 E2 X1 X1/X2...
PFMa
X1 Xn
Observe que quando partimos da origem do eixo cartesiano até o ponto E (fim do primeiro
segmento da curva de produto total) as inclinações das retas tangentes à curva de produto total são
positivas e crescentes. Logo, para esse intervalo de x 1 (O a E1) temos produto marginal positivo e
crescente. Caminhando do ponto E da curva de produto total da Figura 3.3 ao ponto F, as inclinações
das tangentes à curva de produto total ainda são positivas, mas decrescentes. Logo, para o intervalo
de E1 a E2 de x1 temos produto marginal positivo e decrescente. E caminhando no segmento
decrescente da curva de produto total temos inclinações negativas das tangentes à curva de produto
total. Logo, a partir de E2 o produto marginal é negativo.
No segmento OH da curva de produto total, os raios que ligam cada ponto da curva de
produto total à origem do eixo cartesiano têm inclinações ascendentes, mas menores do que as
inclinações das retas tangentes à curva de produto total nesses pontos. Logo, o produto médio é
crescente, mas menor do que o produto marginal. No ponto H da curva de produto total, o raio que
liga esse ponto à origem do eixo cartesiano também é tangente à curva de produto total. Logo, no
ponto H da curva de produto total, o produto médio e o produto marginal são iguais. A partir do ponto
H da curva de produto total, as inclinações dos raios que ligam esses pontos até a origem do eixo
cartesiano são positivas, mas decrescentes. Esses raios têm inclinações maiores do que as
tangentes à curva de produto total. Logo, a partir de E 3 o produto médio é positivo, mas decrescente,
e maior do que o produto marginal.
Estágio I:
Y↑
Y/X1 ↑
max
Y Y
∆Y/∆X1 (crescente e decrescente) Termina quando
X1 X 1
Estágio II:
Y↑
Y/X1 ↓
max
Y Y
Começa quando
X1 X 1
∆Y/∆X1 ↓ > 0 Y
Termina quando (Y )
max
0
X
Estágio III:
Y↓ > 0
Y / X1 ↓
Y
∆Y / ∆X1 < 0 Começa quando 0
X 1
Onde deveria (em qual estágio) o empresário racional produzir? O empresário deveria
produzir no estágio II que é o estágio racional de produção.
Obs: “A localização do nível de uso de insumo no estágio II, dependerá dos preços dos fatores fixos e
do preço do fator variável”.
dL dY dy PX 1
Py PX 1 0
dX 1 dX 1 dX 1 Py
PX 1
PFMa .
PY
d 2L d2y
2
2
Py 0
dX 1 dX 1
d 2Y
Logo 2
0.
dX 1
Exemplo:
Dada a função de produção Y = 12 + 0,44X 1 – 0,0005X12 onde Y representa peso vivo de carne
suína em Kg e X1 quantidade de ração (milho mais concentrado protéico/em Kg. Considere que o
custo da ração seja 3,00 u.m./Kg e o preço da carne 15,00u.m./Kg. Pede-se:
b) Qual a quantidade de ração que proporciona o máximo lucro? (máxima eficiência econômica)
c) Admitindo-se que o custo dos fatores fixo é da ordem de 100,00 u.m. determine o lucro em
(a) e em (b)
Solução:
a) Y = 12 + 0,44X1 – 0,0005X12
Ymax → PFMaX1 = dY/dX1 = 0
dY
0,44 0,0010 X 1 0
dX 1
X1 = 440Kg de ração.
3,00
0,44 0,0010 X 1 0,44 0,2 0,0010 X 1
15,00
X1 = 240Kg de ração.
c) Cálculo da Produção
L = RT – CT = YPy – (X1PX1 + K)
L = 212 u.m.
Y = 12 + 0,44X1 – 0,0005X12
Y = 12 + 0,44 (240) – 0,0005 (240)2 = 12 + 105,6 – 28,8 = 88,8Kg de carne de porco
L = YPy – X1PX1 – K
L = 51.200u.m.
dY X 1
Ey = (no ponto).
dX 1 Y
Vamos considerar que todos os fatores de produção são variáveis, ou seja, façamos a análise
no longo prazo. Para permitir um tratamento geométrico considere apenas dois fatores variáveis:
Esta relação pode ser expressa da seguinte forma:
F.V. F.F.
X1
(farinha
de carne)
Isoquanta – é uma linha que mostra diferentes combinações de 2 fatores (X 1 e X2) que indicam a
mesma quantidade produzida.
As isoquantas têm três propriedades fundamentais:
X 2
X
1
dX 1
X 1 TMTSx1 x 2
TMTSx1 x 2 dX 2 (inclinação no ponto considerado).
X 2 ou
Como o Produto tem que permanecer constante para qualquer movimento numa
determinada Isoquanta, a contribuição para o produto de uma variação de X1 tem que ser
exatamente compensada pela contribuição de X2 para o produto. Daí, temos:
X
1
X
Obs: A TMTSX1X2 decrescente diz que o empresário está disposto a abrir mão de quantidades cada
vez menor do fator X1 por unidades adicionais de X2 .
X1
TMTSX1X2 = ∞
A
B TMTS =0
X1X2
0
X2
As linhas OA e OB são chamadas Fronteiras de Produção ou linhas Rigidas ou linhas de
CUME.
A linha OA → é a linha de fronteiras que une os pontos onde as isoquantas tem TMTS X1X2
Infinitas. Elas nos mostra as mínimas quantidades do fator X2 necessárias para produzir diferentes
quantidades do produto.
A linha OB → é a linha de fronteira que une os pontos onde as isoquantas têm TMTS X1X2
nulas. Ela nos mostra as mínimas quantidades do fator X 1 necessárias para produzir diferentes
quantidades do produto.
Conclusão: A área compreendida entre as linhas rigidas é que é a área racional de produção.
4.4. Isocusto
Onde:
X1 e X2 são os fatores variáveis;
PX1 e PX2 são os preços dos fatores variáveis.
C
PX 1 C PX 2 PX 2
- .
C PX 1 C PX 1
PX 2
X1
C
PX 1 1
2
X1’ 3
4 5
X2’ C X2
PX 2
Y2 – representa a máxima produção que pode ser obtida com o dispêndio C → pois, qualquer outra
combinação de X1 e X2 sobre a linha de Isocusto, levará a firma para uma isoquanta mais baixa
(veja ponto 2).
Alternativamente a combinação X1’ e X2’ (combinação 3) pode ser conbsiderada como aquela
que produz dada quantidade do produto (Y2 no caso) ao menor custo possível (veja ponto 1 e 2).
PX 2
Inclinação da Isocusto = -
PX 1
Logo:
dX 1 PMaX 2 PX 2
TMTSX1X2 =
dX 2 PMaX 1 PX 1 (no ponto de equilíbrio)
ou
PFMaX 1 PFMaX 2
PX 1 PX 2
Y
Y4
Y 3
Y
2
C1 1 C 2 C 3 C4 X
PX 2 PX 2 PX 2
PX 2 2
Assim, C1 seria o menor custo possível para produzir Y 1, C2 seria o menor custo possível para
produzir Y2, etc.
A linha a b c d chama-se caminho de expansão e mostra o comportamento da firma quando
ela se expande.
LINHA DE EXPANSÃO: é a linha que une os pontos de equilíbrio (combinação de menor custo) para
cada dispêndio possível de firma (quando a firma resolve se expandir).
Mostra o modo mais barato de produzir cada volume de produção, dado os preços dos
fatores.