8 I O TIMONEIRO I GERAL I CANOAS, 30 DE MAIO A 5 DE JUNHO DE 2008
Os verdadeiros tradicionalistas
se levantam contra corrupção
Conselho Fiscal convoca assembléia geral para definir futuro da diretoria da AETC
O
novo Conselho Fiscal da
Associação das Entidades
Tradicionalistas de Cano-
as (AETC), eleito em março des-
te ano, solicitou à diretoria da en-
tidade a prestação de contas da
realização dos eventos em anos
anteriores, mas não foi atendida.
Agora, o conselho decidiu con-
vocar uma assembléia geral com
os patrões de CTG’s para definir
se a atual Diretoria deve ser des-
tituída ou não.
De acordo com o presidente
do conselho, João Trindade, eles
têm autonomia para solicitar es-
tes documentos. “Desde que as-
sumimos pedimos a prestação de
contas e até agora não fomos in-
formados” argumenta. Trindade
informa que havia sido feito um
acordo em que a diretoria se com-
prometeu a apresentar a docu-
mentação até dia 21 de maio, o
que não aconteceu. “Convoca-
mos uma assembléia para o dia
11 de junho para que os patrões
discutam e decidam o que se deve
fazer” conclui.
Opinião OT I Nada pode ser
mais indigno com a verdadeira
tradição gaúcha do que usar as
entidades constituídas por pesso-
as que respeitam a História deste
Estado para proveito próprio. A
AETC é constituída por todos os
patrões de CTGs canoenses e,
deveria ser, a primeira a se levan-
tar contra qualquer desonra no
uso de suas atribuições.
É o que faz agora os novos
integrantes do conselho fiscal.
Permitir que a entidade seja usa-
da como laranja para que os man-
datários do Executivo empregue
de forma muito obscura cerca de
R$ 500 mil por ano é desonrar a
prerrogativa de ser gaúcho.
Os verdadeiros tradicionalis-
tas têm que explicar, durante a
Semana Farroupilha, que nenhum
centavo deste meio milhão chega
aos cofres das entidades. São
muitas as pessoas que pensam
que os CTG’s ficam com esta
fortuna, mas, na verdade, é tudo
gasto de uma forma que ninguém
sabe, além do presidente da
AETC e o prefeito Marcos Ron-
chetti.
Abrir os jornais diariamente e
constatar que a ética gaúcha de
Cerca de meio milhão de reais
gastos, anualmente, com a Semana Farroupilha,
mas, a efetividade desta verba na cultura
tradicionalista é praticamente nula
que tanto nos orgulhamos já é que a Diretoria quer mostrar a
matéria a ser estudada nas esco- prestação de contas, mas que o
las como coisa do passado e um Conselho Fiscal solicitou “levar”
artefato a mais a ser celebrado os documentos. “De acordo com
como artigo de tradição por par- o estatuto da entidade o Conse-
te dos CTG’s - como o caso De- lho não tem autorização para le-
tran - já é uma dura missão para var os documentos. O Conselho
aqueles que vivem pela memória apenas deve fiscalizar as contas
desta cultura. de eventos já realizados, mas eles
Ver, agora, seu trabalho man- querem a projeção de custos para
chado pela ganância de alguns, é a Semana Farroupilha deste ano,
um golpe duro, só suportado e que ainda nem aconteceu” argu-
vencido com coragem e ética, menta o presidente. Paulinho ale-
qualidades que sobram entre ga que a verba aprovada pela Câ-
aqueles que, verdadeiramente, mara de Vereadores nunca é de-
são gaúchos, na certidão de nas- positada para a AETC antes de
cimento e na alma. setembro. O presidente informou
que o Departamento Financeiro
Presidente não da entidade está realizando um
levantamento de custos do que
entrega informações deverá ser gasto na Semana Far-
O presidente da AETC, Paulo roupilha deste ano.
Roberto Vargas, o Paulinho, diz Paulinho diz que se alguém
quiser solicitar a prestação de
contas da Semana Farroupilha
realizada no ano passado deve
solicitar à Secretaria Municipal da
Fazenda. “Nossa obrigação é
prestar contas à Prefeitura, que é
com quem temos convênio. Se foi
aprovado novo repasse é porque
estamos em dia com nossas obri-
gações” declara. Quanto a uma
ajuda de custo para as entidades
tradicionalistas, há muito tempo
reclamada por alguns patrões, o
presidente informa que a Lei
Municipal que prevê o repasse
para a AETC não permite que seja
destinada verba para ajuda de
custo às entidades. Ele argumen-
ta que já foi solicitado ao Conse-
lho Fiscal que elabore uma minu-
ta para ser encaminhada à Câma-
ra de Vereadores solicitando a
modificação da Lei.
Câmara de Vereadores
Os 43 anos do Brazão
do Rio Grande
O CTG Brazão do Rio Gran-
de foi homenageado na sessão da
Câmara de Vereadores de quarta-
feira, 21, pelos seus 43 anos de
existência. A homenagem foi pro-
posta pelo presidente da Casa,
Aloísio Bamberg (PSDB), e apro-
vada por unanimidade. Participa-
ram da sessão o Patrão do CTG,
Helias Fraga Peres; o coordena-
dor de esporte, Martin Gutierres
Damasco; e os coordenadores do
grupo de Dança Artística Vetera-
na, Leandro Palermo e Eni Paler-
mo. Também participaram outros
integrantes da patronagem e as-
sociados.
O autor da homenagem des-
tacou o trabalho dos tradiciona-
listas que dedicam parte do seu
tempo para preservar a cultura e
as tradições do povo gaúcho.
Bamberg lembrou que tudo co-
meçou em 1965, na residência de
Avelino Nascimento Vieira, onde
um grupo de 15 tradicionalistas
decidiu fundar o CTG Brazão do
Rio Grande, congregando famí-
lias do então bairro Chácara Bar-
reto. O vereador lembrou das di-
ficuldades enfrentadas pelo CTG
ao longo da sua história, consi-
derando como uma das piores o
incêndio que destruiu totalmente
o seu galpão em 1975.
O patrão agradeceu a home-
nagem e garantiu que a entidade
é o que é hoje graças aos seus
fundadores. Peres disse que os
integrantes do CTG sentiam-se
honrados em ser homenageados
pelo legislativo canoense. Ele sa-
lientou que o Brazão “é um CTG
sério, que está completando 43
anos de muita luta”. No final,
Bamberg e o líder de Governo,
Nedy de Vargas Marques
(PMDB), entregaram uma placa
ao patrão para materializar a ho-
menagem prestada pela Câmara.
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