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PORTUGAL

ESTADO
SAÚDE
EDUCAÇÃO
CIÊNCIA & TECNOLOGIA

DA
SEGURANÇA SOCIAL ESPECIAL v
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ECONOMIA & FINANÇAS

NAÇÃO
JUSTIÇA & SEGURANÇA
CULTURA
ENERGIA & AMBIENTE
EUROPA
ILUSTRAÇÃO: MIGUEL SEIXAS / WHO
OS FACTOS,
N
estes dias de campanha eleitoral, José Sócrates lembra, sempre
que pode, que o Governo PS fez reformas profundas que permiti-
ram ao País ter margem para enfrentar a crise quando ela chegou.

A CRISE,
Este Estado da Nação, o terceiro que a VISÃO publica, em vésperas
de eleições legislativas, ajuda-nos a perceber que, de facto, este
Governo PS fez muitas reformas e começou a fazê-las mal chegou
ao poder. Tão cedo quanto foi cedo que começaram as acções de

O ESTILO
protesto de numerosas classes profissionais.
Apesar de «existir vida para além do orçamento», Sócrates
concentrou-se, de forma empenhada, nos primeiros tempos da
legislatura, a melhorar a frágil saúde das contas do Estado. Espelho desse esforço foi
o défice orçamental, que passou de 6,1%, em 2005, para 2,6%, em 2008. Grande parte
PEDRO CAMACHO DIRECTOR desta recuperação, lembrarão os mais críticos, foi feita através do reforço da carga
fiscal, aumentando taxas ou melhorando a eficácia da cobrança dos impostos, e não
por redução do peso do Estado. Pode ser assim, mas também seria uma grande injus-
tiça reduzir tudo a uma questão de números. Foram feitas reformas consideráveis, de
substância, que deviam ter sido realizadas há já muitos anos – na Saúde, na Educação,
na área do Trabalho, na Justiça, na Segurança Social, na Energia. Reformas que, em
alguns casos, ajudam a tornar sustentáveis as grandes linhas do modelo político,
económico e social que, salvaguardadas pequenas diferenças, são partilhadas pela
esmagadora maioria dos portugueses.
O Governo fez reformas difíceis e necessárias, e pagou o preço. Há já muito tempo
que não se via tanta contestação, na rua ou dentro dos gabinetes. Ou mesmo no interior do
próprio Partido Socialista, que também não lidou bem, no seu conjunto, com as reformas-
-bandeira da equipa de Sócrates. Mas também é certo que pagou muito mais do que podia
ter pago, e por culpa própria. Porque não soube explicar à sociedade, e muito menos quis
discutir com essa mesma sociedade, os termos e o preço das mudanças que implementou.
Justifique-se com a determinação ou com a arrogância, a crispação foi o registo normal das
relações do Governo com a sociedade política, institucional e civil. E não era preciso ser
assim. O resultado desta forma de exercício do poder foi a crescente erosão das bases de
apoio do Governo – um suporte que Sócrates tinha conquistado, de forma brilhante, e que
tinha mesmo alargado, nos primeiros tempos de governação. Um desgaste que começou
com as reformas na Função Pública, mas que se propagou a uma grande fatia da sociedade
civil, determinando a derrota nas eleições europeias. Pelo meio, levou a uma divisão séria
dentro do próprio Partido Socialista – que, também ele, não entendeu as reformas-bandei-
ra de Sócrates – e à alteração artificial do estilo do próprio primeiro-ministro.
E, às tantas, chegou-nos a crise. Uma crise explosiva, que se juntou ao desgaste do
Governo, à proliferação de «casos» em torno de Sócrates e à proximidade das eleições. Uma
crise que, sendo indiscutivelmente um problema de peso para quem tem o ónus da governa-
ção, foi também um balão de oxigénio para um Executivo em quebra acentuada. E que vem
baralhar todas as análises do desempenho deste Governo. A crise é global e, nesse sentido,
«veio de fora». Mas ela não vai morrer, seguramente, solteira. Sócrates chega à véspera das
eleições com um prémio verdadeiramente inesperado: a economia a sair «tecnicamente»
da crise. Mas com o peso de um desemprego recorde e com uma inversão brutal de todo o
esforço de racionalidade económica dos primeiros tempos. E que um dia se terá de pagar.
Os números fundamentais destes quatro anos, que mostram o que o País andou ou
deixou de andar, estão nas quase 40 páginas que se seguem.
48 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
OS 1662 DIAS DE JOSÉ SÓ
MARÇO anuncia o défice orçamental jornalista, sobre uma notícia relacionada
do Governo de Pedro com a atribuição pelo secretário de Estado
Santana Lopes: 6,8% do Acácio Barreiros, com a tutela da Defesa do
PIB, muito acima dos 3% Consumidor, de um subsídio de um milhão de
impostos pelo Pacto de euros à Associação Portuguesa para a Defesa
Estabilidade e Crescimento do Consumidor (DECO)

DIA 24 O ex-primeiro- DIA 10 Os media noticiam a


-ministro ANTÓNIO GUTERRES ocorrência de um «arrastão» em
é escolhido por Kofi Annan, Carcavelos, envolvendo, afirmam,
DIA 12 Tomada de posse de José Sócrates secretário-geral da 400 a 500 jovens de origem
Carvalho Pinto de Sousa, 48 anos, como Organização das Nações africana. A notícia corre mundo
primeiro-ministro do XVII Governo Unidas, para o cargo mas, mais tarde, é desmentida
Constitucional. O Partido Socialista, que venceu de Alto Comissário – apenas um punhado de rapazes terá
as eleições de 20 de Fevereiro com 45,03% das Nações roubado alguns banhistas, naquela praia
(cerca de 2,5 milhões de votos), é a principal Unidas para os do concelho de Cascais. O sentimento
área de recrutamento do Governo que, contudo, Refugiados de insegurança da população
integra independentes como Diogo Freitas aumenta.
do Amaral (Negócios Estrangeiros) e Luís DIA 25
Campos e Cunha (Finanças). António Costa O primeiro- DIA 17 Manifestação da Função
(Administração Interna) é o braço-direito de -ministro anuncia Pública. Mais de 40 mil trabalhadores
Sócrates, no Governo. um pacote de desfilam em Lisboa contra o Governo

2005 António Guterres é escolhido para o cargo


de Alto Comissário das Nações Unidas
para os Refugiados

ABRIL austeridade: aumento do IVA


e dos impostos sobre o tabaco
DIA 2 Semanário Expresso divulga a carta e sobre os combustíveis. José
de demissão de Diogo Freitas do Amaral do Sócrates anuncia, também,
PPE (Partido Popular Europeu). É o corte do a congelação de carreiras
fundador do CDS-PP e ministro dos Negócios na Função Pública e afirma
Estrangeiros com a Direita. a intenção de retirar regalias
aos gestores públicos
DIA 6 Presidente da República, Jorge Sampaio,
usa o veto político para chumbar a criação da JUNHO
zona de jogo das Penhas da Saúde, na serra da DIA 6 O Tribunal Cível de DIA 18 Simpatizantes do movimento de
Estrela, aprovada em Janeiro pelo Governo de Lisboa começa a ouvir as extrema-direita Frente Nacional manifestam-
gestão de Santana Lopes, por considerar que testemunhas, no julgamento -se no Martim Moniz, Lisboa, contra o
deve ser dada oportunidade ao actual Executivo que opõe o jornalista do aumento da criminalidade, na sequência do
de Sócrates de se pronunciar sobre o diploma. Público José António pretenso «arrastão» de Carcavelos.
Cerejo a José Sócrates,
DIA 9 Primeiro-ministro José Sócrates por alegadas ofensas. Em JULHO
anuncia o reforço de meios para as forças de causa está um artigo de DIA 1 O IVA passa de 19% para 21%
segurança e uma legislação mais exigente no opinião, publicado em Março
controlo de armas de fogo e de explosivos. de 2001. Nesse ano, José DIA 5 O Governo lança o programa de grandes
Sócrates ocupa o cargo de projectos em infra-estruturas prioritárias.
MAIO ministro do Ambiente e Destacam-se o TGV e o novo aeroporto de
DIA 23 O governador do Banco de faz acusações de mau Lisboa neste plano de 25 mil milhões de euros.
Portugal, VÍTOR CONSTÂNCIO, profissionalismo ao Para a construção do TGV estão destinados

48 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
CRATES
Helena Velhinho

Pecorremos a história da legislatura para


relembrar os momentos mais marcantes
da governação de José Sócrates

1,4 mil milhões de euros; no caso do novo


aeroporto, o Estado estima gastar 220 milhões
OUTUBRO
DIA 21 CAMPOS E CUNHA demite-se do cargo
de ministro das Finanças, por alegada
discordância com o plano dos grandes
investimentos públicos. José Sócrates faz a
primeira remodelação, ao fim de 130 dias de DIA 9 A população dos DIA 11 Caso Joana choca o País.
governação. Fernando Teixeira dos Santos 308 concelhos e de cerca Mãe e tio são condenados a
passa a dirigir a pasta das Finanças de 4 200 freguesias do 19 e 20 anos de prisão, pela
Continente e Regiões prática dos crimes de homicídio
AGOSTO Autónomas vai a votos. qualificado e ocultação do cadáver de
DIA 8 O País é O PSD ultrapassa Joana Cipriano. A menina, de 8 anos, havia
devastado por o PS em número desaparecido da aldeia de Figueira, Portimão,
incêndios que de câmaras a 12 de Setembro de 2004
se propagam conquistadas
até ao final do mês. Ardem – 138 contra DEZEMBRO
325 mil hectares, e Portugal é 108 –, mantendo DIA 15 O Conselho de Ministros aprova a
apresentado como o país da a vantagem que já transferência do Plano Tecnológico da tutela
Europa que mais incêndios vinha das autárquicas do ministro da Economia, Manuel Pinho, para a
florestais sofreu nos últimos de 2001, altura em do chefe do Executivo. Carlos Zorrinho assume
25 anos que o descalabro a coordenação do programa

Campos e Cunha demite-se do cargo de ministro


das Finanças, por alegada discordância
com o plano dos grandes investimentos públicos 2006
SETEMBRO eleitoral levou à «fuga» de
António Guterres
JANEIRO
DIA 2 José Sócrates anuncia que o Governo vai DIA 4 Hospitais de Santa Maria (Lisboa) e
acabar com o «trânsito de professores a saltar de São João (Porto) são transformados em
de escola para escola», garantindo que a sua Entidades Públicas Empresariais (EPE).
colocação passará a ser feita por um período O evento é aproveitado pelo ministro da
de três ou quatro anos. Anuncia, ainda, a Saúde, Correia de Campos, para deixar uma
abertura das escolas do 1.° ciclo até às 17 e 30, mensagem clara: «Uma ameaça a um dirigente
e que o Inglês fará parte do plano curricular do Ministério da Saúde é uma ameaça ao
ministro da Saúde e ao Governo de Portugal.»
DIA 12 O Jornal de Negócios noticia que DIA 17 O Governo apresenta A administração do Hospital de Santa Maria
o Governo descongela uma vaga a título novo Orçamento do Estado, está a ser alvo de ameaças de «morte», com
excepcional para conselheiro de imprensa na com menos despesas e mais contornos graves, algumas delas feitas via
Representação Permanente de Portugal junto da impostos. Anuncia a criação telefone de dentro do próprio hospital.
União Europeia, que será ocupada por Maria Rui, de um novo escalão de IRS
ex-assessora do primeiro-ministro José Sócrates de 42%, para contribuintes DIA 10 Lei da Rádio votada e aprovada, na
com rendimentos anuais Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e
DIA 21 No debate mensal, na Assembleia da superiores a 60 mil euros Cultura. A percentagem de música portuguesa
República, José Sócrates anuncia o programa que as rádios generalistas têm de passar passa
Novas Oportunidades que tem como meta NOVEMBRO de 25% para 40%, de acordo com uma taxa
principal aumentar as qualificações de um DIA 1 Lisboa evoca os 250 que será definida, anualmente, pelo Governo.
milhão de portugueses, bem como promete anos do Terramoto de 1755,
triplicar a oferta de cursos técnicos e que devastou por completo DIA 16 O Governo anuncia o Programa de
profissionais até 2010 a cidade Reestruturação da Administração Central do

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OS 1662 DIAS DE JOSÉ SÓCRATES

Estado, que leva à extinção


de dezenas de organismos
MARÇO
públicos. Dissolve 187, DIA 6 José Sócrates anuncia, durante uma
passando o total de 518 visita à Finlândia, que vai rever a orgânica e os
para 331. A Presidência critérios de financiamento na área da inovação
perderá 38 gabinetes, empresarial, processo que se inspirará no
enquanto o Ministério da modelo daquele país nórdico
Economia ficará sem 29, MAIO
seguido da Administração DIA 11 José Sócrates anuncia a criação, até DIA 24 Início do Rock in Rio-Lisboa. Participam
Interna onde serão extintos 2009, de 31 mil novos lugares em creches, no artistas como Sting, Red Hot Chili Peppers,
vinte e três. Os Negócios âmbito do Programa de Alargamento da Rede Rui Veloso e Carlos Santana
Estrangeiros perdem três e a Nacional de Equipamentos Sociais (PARES).
Administração Pública dois O programa prevê um investimento de 450 DIA 26 José Sócrates anuncia a liberalização
milhões de euros, para a criação de 15 mil da propriedade das farmácias, até agora
DIA 20 Aprovado o postos de trabalho e 45 700 vagas em creches, reservada aos licenciados em Farmácia.
novo acordo laboral, na centros de actividade ocupacionais, lares O regime durava há cerca de 40 anos. O PCP
Autoeuropa. A Volkswagen residenciais, serviço de apoio domiciliário a e o BE questionam a medida, sobretudo
anuncia que será a fábrica pessoas com deficiência, centros as contrapartidas oferecidas à Associação
de Palmela a produzir um de dia, lares de idosos e serviço Nacional de Farmácias para obter o seu acordo
novo modelo automóvel, a de apoio domiciliário a idosos
partir de 2008 JUNHO
DIA 22 HORÁCIO COSTA, DIA 1 O Executivo aprova o
DIA 22 Primeira volta das antigo vereador da regime de Mobilidade da
eleições presidenciais, com Câmara Municipal de Função Pública. O principal
Cavaco Silva, Manuel Alegre, Felgueiras e arguido objectivo é reduzir o
Mário Soares, Jerónimo de no processo do número de unidades/
Sousa, Francisco Louçã «saco azul», admite entidades públicas

2006 Em Novembro, cerca de mil militares


manifestam-se contra a política
do Governo para o sector

e Garcia Pereira. chamar José Sócrates como testemunha. (direcções-gerais e equiparadas, conselhos,
ANÍBAL ANTÓNIO Horácio Costa justifica essa opção afirmando comissões, empresas públicas centrais e
CAVACO SILVA que enviou cartas a José Sócrates e Jorge municipais) de modo a simplificar a estrutura
conquista 50,59% Coelho a denunciar a situação do alegado da Administração Pública, reduzindo custos,
dos votos e é eleito XIX «saco azul» da câmara de Felgueiras eliminando lacunas e sobreposições.
Presidente da República
ABRIL DIA 2 O Presidente da República veta a lei da
DIA 25 O Estado Português DIA 3 O director paridade, apontando o seu carácter excessivo
assina o acordo de nacional da Polícia e desproporcionado
colaboração com o Judiciária, SANTOS
Massachusetts Institute CABRAL, é demitido DIA 30 DIOGO FREITAS DO AMARAL
of Technology (MIT), por despacho demite-se do cargo de
com vista a conjunto do ministro ministro dos Negócios
internacionalização da da Justiça, Alberto Estrangeiros, alegando
ciência portuguesa Costa, e do primeiro- motivos de saúde. Provoca
-ministro, que alegam uma mini-remodelação
FEVEREIRO perda de confiança do Governo. Luís Amado
DIA 30 Programa de institucional. É substituído por Alípio Ribeiro assume as funções de ministro
Reestruturação da dos Negócios Estrangeiros, sendo
Administração Central do DIA 27 José Sócrates anuncia, no Parlamento, substituído, na Defesa Nacional, por Nuno
Estado entra em vigor medidas para equilibrar as contas da Severiano Teixeira
Segurança Social, afirmando garantirem a
sustentabilidade do sistema previdencial até DIA 30 Arranca o sistema de criação de
2050 empresas on-line

50 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
JULHO dos recursos; melhorar o acesso ao Sistema
de Saúde, reforçar a sua qualidade e reduzir
JANEIRO
DIA 17 Alberto João Jardim declara guerra a despesa. Pretende-se, também, promover a
aberta ao primeiro-ministro e ao seu governo. construção de novos hospitais, nomeadamente
O presidente da Região Autónoma da Madeira do Hospital Pediátrico de Coimbra, Hospital de
não gostou que o ministro das Finanças lhe Lamego e Centro Materno-Infantil do Norte
exigisse rigor no combate ao défice regional
DIA 29 José Sócrates é reeleito secretário-geral
DIA 18 A ministra da Educação, MARIA DE do PS, em eleições directas, com mais de 97% Dia 1 Bulgária e Roménia
LURDES RODRIGUES, desvaloriza a repetição dos votos entram para a União
do exame de Física e Química. Dez mil alunos Europeia, que passa a contar
que compareceram à segunda chamada DIA 31 José Sócrates e o Presidente com 27 países.
ficaram prejudicados por terem tido uma só moçambicano, Armando Guebuza, assinam Na mensagem de Ano Novo,
possibilidade de prestar provas. A decisão um acordo que prevê a transferência do o Chefe do Estado avisa o
provoca protestos por parte de alunos e pais, controlo da barragem de Cahora Bassa de Governo que quer progressos
que levam o caso a tribunal. Portugal para Moçambique. Portugal, até agora claros pelo menos em três
detentor de 82% do capital da hidroeléctrica, áreas vitais: economia,
fica apenas com 15 por cento. Pela cedência da educação e justiça.
posição, Lisboa recebe perto de 750 milhões
de euros, a serem pagos, no máximo, até Julho Dia 4 É revisto o Programa
de 2008 Nacional de Alterações
Climáticas. As novas metas
NOVEMBRO cortam nas emissões de gases
DIA 7 No primeiro dia de debate sobre o com efeito de estufa, embora
Orçamento de Estado, José Sócrates anuncia não impeçam Portugal de
medidas que visam uma maior fiscalização da ficar acima do acordado no
banca Protocolo de Quioto

2007
DIA 23 O primeiro-ministro encontra-se em
Lisboa com o Presidente venezuelano, Hugo FEVEREIRO
Chávez, com quem debate o reforço das Dia 11 Vitória do «sim»
relações bilaterais no referendo sobre a
despenalização do aborto
AGOSTO até às dez semanas. No
DIA 8 José Sócrates abre uma excepção ao primeiro referendo, realizado
congelamento de entradas na função pública: a 28 de Junho de 1998, o
são admitidos 62 novos inspectores do DIA 9 Primeiro dia de uma greve de dois dias «não» ganhou com 59,25%
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras da função pública. É a terceira, no mandato de dos votos
Sócrates
OUTUBRO
DIA 10 O ministro da Saúde, CORREIA DE CAMPOS, Dia 23 Cerca de mil militares manifestam-se
defende, perante as comissões parlamentares no Terreiro do Paço, respondendo, assim,
de Economia, Finanças e Saúde o novo modelo ao convite de uma comissão de oficiais,
de gestão do Serviço sargentos e praças, na reserva e na reforma,
Nacional de Saúde. Os para expressarem o seu descontentamento
grandes objectivos em relação à política do Governo para o sector
deste modelo são MARÇO
aumentar os ganhos DEZEMBRO Dia 22 Primeiras notícias
em saúde dos Dia 29 O Tribunal Constitucional dá luz verde sobre o caso da licenciatura
portugueses; reforçar à nova Lei das Finanças Locais. José Sócrates de José Sócrates na
os mecanismos de considera este diploma essencial para o Universidade Independente
planeamento estratégico saneamento das contas públicas chegam à praça pública. A 11

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OS 1662 DIAS DE JOSÉ SÓCRATES

O principal objectivo dos portugueses será


JUNHO concluir a elaboração do novo Tratado da UE;
Dia 5 A directora Regional assinar um acordo de parceria estratégica
da Educação do Norte, entre a UE e o Brasil e ampliar as parcerias
Margarida Moreira, é com África
reconduzida no cargo, por
despacho do primeiro- Dia 7 No Estádio da Luz, em Lisboa, anuncia-se
-ministro e da ministra o resultado das eleições para as novas Sete
da Educação Maravilhas do Mundo

Dia 11 O Governo anuncia AGOSTO


de Abril, o primeiro-ministro quebra o silêncio que vai reanalisar as opções Dia 1 A Procuradoria-Geral da República
sobre o caso, numa entrevista à RTP, negando Ota e Alcochete para a anuncia que foi arquivado o inquérito relativo
qualquer favorecimento na obtenção do seu instalação do novo aeroporto à licenciatura de José Sócrates, por não se ter
grau académico e defendendo a autenticidade de Lisboa. No mesmo dia, a verificado a prática de crime de falsificação de
da licenciatura. Confederação da Indústria documento autêntico
Portuguesa entrega a
ABRIL Cavaco Silva um estudo em OUTUBRO
Dia 20 Fernando Charrua, professor de Inglês que se defende a construção Dia 19 Os chefes de Estado e do Governo da
e ex-deputado do PSD, faz, em privado, um em Alcochete UE chegam a acordo sobre o Tratado Europeu,
comentário sobre a licenciatura de José intitulado Tratado de Lisboa
Sócrates e é suspenso de funções pela
directora da Direcção Regional de Educação Dia 24 Fernando Charrua anuncia que pedirá
do Norte, Margarida Moreira. A responsável uma indemnização pelos prejuízos que diz ter
da DREN entende tratar-se de «insulto feito sofrido, causados pelo processo disciplinar
no interior da DREN, durante o horário de movido pela Direcção Regional de Educação
trabalho». do Norte (DREN). A decisão é anunciada no

2007 Em Abril, Fernando Charrua faz, em privado, um comentário sobre a licenciatura


de José Sócrates e é suspenso de funções pela directora da Direcção Regional
de Educação do Norte, Margarida Moreira

Dia 25 José Sócrates dia em que Maria de Lurdes Rodrigues assina


MAIO assina um protocolo um despacho, arquivando o inquérito movido
Dia 25 O Presidente Cavaco Silva defende um para a implantação, em contra aquele professor
«debate aprofundado» sobre a localização Portugal, de um centro de
do novo aeroporto, com base em estudos excelência, o Global Network NOVEMBRO
realizados por organizações e instituições Solution Center, da Nokia Dia 30 Greve da Função Pública, convocada
competentes Siemens Networks. Trata- pela Frente Comum, da CGTP; e pelas duas
-se de um projecto com frentes sindicais da UGT, a FESAP e STE,
Dia 9 Helena Roseta sai do PS e anuncia um investimento inicial contra as políticas do Governo para o sector.
a intenção de concorrer à presidência de 25 milhões de euros e Os grevistas recusam o modelo de avaliação
da Câmara Municipal de Lisboa como que, até ao fim do ano, de desempenho dos trabalhadores; a fractura
independente deverá empregar 170 da carreira docente em duas categorias; e a
engenheiros, esperando- filtragem no ingresso na profissão
Dia 15 José Sócrates anuncia formalmente que -se que, até 2010,
António Costa será substituído por Rui Pereira. empregue 470 DEZEMBRO
Costa sai da Administração Interna para se Dia 29 As políticas de Correia de Campos
candidatar à Câmara Municipal de Lisboa JULHO geram a hostilidade dos munícipes das
Dia 1 Portugal localidades onde fecham centros de Saúde.
Dia 30 Greve geral assume a Presidência Relativamente às maternidades, Correia
convocada pela CGTP da União Europeia, de Campos anuncia o fecho de 16, por
pára transportes e que, nos seis meses falta de condições de segurança e número
faz-se sentir noutros anteriores, tinha reduzido de partos. Ao anúncio segue-se
sectores, como o da sido exercida uma vaga de contestações por todo o País,
Saúde pela Alemanha. apoiada pelos autarcas afectados

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JANEIRO Dia 3 A FENPROF mobiliza
para a «Marcha da
JUNHO
Dia 10 José Sócrates anuncia a construção do Indignação» 100 mil Dia 4 BE promove, na cervejaria Trindade, em
novo aeroporto internacional de Lisboa, nos professores. Um mar de Lisboa, encontros de militantes de partidos
terrenos do Campo de Tiro, em Alcochete. gente invade a Avenida da de esquerda e defensores das causas sociais.
O primeiro-ministro afirma que a decisão Liberdade, numa marcha No encontro, participa o deputado e histórico
foi sustentada pelo relatório do Laboratório lenta que termina no Terreiro socialista Manuel Alegre. O encontro teve
Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que do Paço como tema as desigualdades e as injustiças
defende ser Alcochete, do ponto de vista sociais
técnico e financeiro, «mais favorável» do que ABRIL
a Ota. O Governo volta atrás numa decisão Dia 9 A ex-socialite Maria Dia 5 São inaugurados os Centros Integrados
na qual havia investido toda a sua autoridade das Dores é condenada a para a Recuperação, Valorização e Eliminação
e depois de o ministro das Obras Pública, 23 anos de cadeia, por ter de Resíduos Perigosos da Chamusca,
Mário Lino, ter recusado, através do famoso encomendado o assassínio arrancando assim o sistema integrado de
«jamais», a construção da infra-estrutura na do marido, Paulo Cruz gestão de Resíduos Industriais Perigosos
margem sul do Tejo
Dia 17 Luís Filipe Menezes, Dia 9 Início da greve dos camionistas.
Dia 15 Nos escombros da guerra entre Jardim líder dos sociais- A paralisação levou à ruptura da
Gonçalves e Teixeira Pinto, CARLOS SANTOS -democratas, demite-se da distribuição de gasolina e de alimentos.
FERREIRA é nomeado presidente do presidência do PSD, após Os camionistas protestam contra o
conselho de administração convocar eleições directas «o aumento especulativo do preço dos
executiva do BCP. Carlos antecipadas para 24 de combustíveis». Entre Janeiro e Maio,
Santos Ferreira obteve 97,76% Maio o gasóleo subiu 17,27 por cento
dos votos dos accionistas
presentes na assembleia-
geral do BCP, no Edifício da
Alfândega, Porto

2008
Dia 20 António Correia de Campos, ministro Dia 24 Pedro Passos Coelho
da Saúde, é substituído, na pasta, pela médica e MANUELA FERREIRA LEITE JULHO
Ana Maria Teodoro Jorge. A remodelação perfilam-se para a corrida à Dia 1 O IVA baixa de 21% para 20 por cento.
governamental inclui, também, a substituição liderança do PSD Campos e Cunha, antigo ministro das Finanças
da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, de Sócrates, condena a medida
por José António Pinto Ribeiro MAIO
Dia 1 Primeiro-ministro chega a Dia 2 Primeiro-ministro, entrevistado na
FEVEREIRO Caracas, Venezuela, para uma RTP-1, anuncia que o Governo vai alterar as
Dia 1 Passaram 100 anos visita de três dias. Sócrates e o regras do IRS e do IMI (Imposto Municipal
sobre o assassínio de ministro da Economia, Manuel sobre Imóveis) para que as famílias mais
D. CARLOS e do príncipe Pinho, fumam, no avião da desfavorecidas possam enfrentar os
herdeiro, D. Luís TAP, durante a viagem, o que sucessivos aumentos das taxas de juro
Filipe. No mesmo dia, originou reparos de vários
o Público noticia que sectores Dia 11 Comunidades
José Sócrates assinou, africana e cigana
durante uma década, Dia 21 Na Assembleia envolvem-se em
na Câmara da Guarda, da República, José tiroteios, no Bairro da
projectos urbanísticos da autoria de outros Sócrates anuncia plano de Quinta da Fonte, no
técnicos emergência para a crise concelho de Loures. Os
económica; congela os desacatos causaram seis feridos
MARÇO preços dos passes sociais,
Dia 1 50 mil pessoas protestam, nas ruas de aumenta em 25% o abono Dia 23 Hugo Chávez, Presidente da Venezuela,
Lisboa, contra a política do Governo, liderado de familia e altera o regime visita Portugal e firma cinco acordos com
por José Sócrates do IVA da construção o Governo Português. Mário Lino, ministro

10 DE SETEMBRO DE 2009 v 53
OS 1662 DIAS DE JOSÉ SÓCRATES

das Obras Públicas Dia 29 O juiz-conselheiro Mário Mendes é o super- Dia 8 Em protesto contra o processo de
assina um memorando polícia escolhido por Sócrates para coordenar a avaliação, os sindicatos reúnem 120 mil
de entendimento para a PS, GNR e PJ. Equiparado a secretário de Estado, professores na capital. Os manifestantes
construção de habitações substitui o general Leonel Carvalho na direcção voltam a exigir a demissão de Maria de Lurdes
na Venezuela. Outros dois do novo Gabinete Coordenador de Segurança e Rodrigues
contratos envolvem várias depende directamente do primeiro-ministro
empresas portuguesas, Dia 26 A concelhia do Bloco de Esquerda faz
um consórcio formado por SETEMBRO uma «avaliação negativa do mandato» de
Teixeira Duarte, Mota-Engil, Dia 27 Assinados, na Feira Industrial de José Sá Fernandes, advogado, eleito como
Grupo Lena e Edifer. Lisboa, no Parque das Nações, em cerimónia independente nas listas daquele partido à
oficial, memorandos e cartas de intenções Câmara de Lisboa
Dia 30 A assinatura de entre o Governo e empresas portuguesas, de
um protocolo viabiliza a um lado, e o Governo de Caracas e empresas DEZEMBRO
construção pela empresa venezuelanas, do outro. Os acordos têm Dia 2 Com o apoio do Governo, um grupo de
JP Sá Couto do portátil como objectivo consagrar o pagamento, em seis bancos garante fundos para salvar o BPP
Classmate PC da Intel, sob o serviços e géneros, do petróleo que Portugal da falência. O plano do Governo e do Banco
nome de Magalhães recebe da Venezuela. O negócio ascende a de Portugal prevê uma injecção imediata
um total de 3 mil milhões de dólares de 450 milhões de euros naquele
Dia 31 CAVACO banco, especializado em gestão de
SILVA veta o OUTUBRO fortunas
Estatuto Político Dia 7 A empresa produtora
Administrativo dos do portátil Magalhães, Dia 11 O realizador MANOEL DE
Açores bem como um dos seus OLIVEIRA celebra 100 anos.
administradores, João Paulo O cineasta, que começou a
AGOSTO Sá Couto, são constituídos filmar na década de 40 do
Dia 7 Assalto à dependência arguidos num processo século XX, concluiu 32
de Campolide do BES. Os de fraude fiscal e de longas-metragens

2008 2009
associação criminosa que terá lesado o Estado
em mais de 5 milhões de euros
JANEIRO
Dia 22 A casa do tio de
Dia 27 É lançado o movimento «Lisboa é das José Sócrates, JÚLIO
Pessoas, Mais Contentores Não», contra a EDUARDO COELHO
ampliação do terminal de contentores de MONTEIRO, a sede
Alcântara, em Lisboa da sociedade de
advogados Vieira de
NOVEMBRO Almeida e o gabinete de arquitectura Capinha
Dia 2 O Governo anuncia a nacionalização do e Lopes são revistados pelas autoridades
Banco Português de Negócios (BPN), cujas judiciais – o caso Freeport ressuscita. As
dois assaltantes fazem seis perdas acumuladas rondam os 700 milhões autoridades britânicas pedem a Portugal
reféns. Um dos criminosos de euros. O BPN passa a ser gerido pela Caixa diligências para apurar se José Sócrates
acaba por morrer, atingido Geral de Depósitos. O Executivo intervém «facilitou, pediu ou recebeu» dinheiro para
por uma bala dos agentes também no Banco Privado Português e licenciar o Freeport
de segurança que cercaram concede garantias de 20 mil milhões de euros
o local. para a recapitalização da banca. Dia 23 A Iberdrola (empresa de distribuição de
gás e de energia eléctrica espanhola) apresenta,
Dia 20 O Presidente da Dia 7 FÁTIMA FELGUEIRAS, presi- em Chaves, o complexo hidroeléctrico do Alto
Republica utiliza o «veto dente da Câmara Municipal Tâmega. Na presença do primeiro-ministro, a
político» para devolver à de Felgueiras, é condenada a eléctrica espanhola compromete-se a investir
Assembleia da República o três anos de pena suspensa. 1 700 milhões de euros entre 2012 e 2018,
diploma que altera o regime Passados oito anos, o caso ficando com uma quota de 15% do mercado
jurídico do divórcio do «saco azul» chega ao fim hidroeléctrico nacional

54 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
dos dois primeiros escalões do abono de cargo de vice-presidente da
FEVEREIRO família Ongoing
Dia 4 O Presidente da República veta a Lei
Eleitoral. O diploma previa o fim do voto dos MAIO
imigrantes por correspondência. O Partido Dia 20 O Presidente da República veta a Lei do
Socialista aceitou as objecções presidenciais Pluralismo e da não Concentração dos Meios
de Comunicação Social
Dia 23 Administrador da Braga Parques,
Domingos Névoa, é condenado, no Tribunal JUNHO Dia 8 Morre RAUL SOLNADO,
da Boa-Hora, a 25 dias de multa, a 200 Dia 7 O PSD vence as eleições humorista, apresentador de
euros diários (5 mil euros) pelo crime de europeias, com 31,7% dos televisão e actor. Aos 79 anos
corrupção activa pela prática de acto votos. O Bloco de Esquerda
ilícito duplica a votação de 2004, Dia 28 O Ministério Público
conseguindo 11% e a eleição de informa que José Sócrates
Março três deputados. O PS e Vital Moreira, cabeça de não será constituído arguido,
Dia 4 JOSÉ SÓCRATES é chamado lista dos socialistas, são maltratados nas urnas – no caso Freeport, a menos
a intervir, como testemunha, 27% dos votos e «apenas» sete eurodeputados que surjam novos elementos
no caso Portucale, que investiga que impliquem o primeiro-
suspeitas de tráfico de influências Dia 18 A Federação Nacional dos Professores -ministro
na aprovação de um entrega, na residência oficial de Sócrates,
empreendimento turístico do 10 mil postais contra o modelo de direcção Dia 31 O Presidente da
Grupo Espírito Santo. Além de e gestão escolar imposto pelo Governo, República promulga o novo
Sócrates, também os deputados alegando que viola as regras democráticas e Regime Contributivo da
do CDS/PP João Rebelo, Nuno perturba a estabilidade Segurança Social.
Magalhães, Hélder Amaral e O novo Código Contributivo
Paulo Portas são chamados a Dia 21 O primeiro-ministro inaugura o prevê o alargamento
testemunhar empreendimento Acuinova, centro de das contribuições para a

Em Agosto, José Eduardo Moniz abandona


a TVI, estação que dirigiu durante mais
de uma década e que lidera as audiências

Dia 18 Sócrates anuncia pacote de medidas de aquicultura criada Segurança Social, taxando
apoio às famílias: a possibilidade de reduzir pelo Grupo Pescanova. subsídios e remunerações
em 50% a prestação do crédito à habitação, A nova unidade, de produção de PREGADO, que estavam isentos
por dois anos. Os alunos beneficiários de é a maior do mundo
abono de família, que tenham um dos pais SETEMBRO
desempregado há mais de três meses, passam Dia 26 O Governo veta a compra pela PT de Dia 3 MANUELA MOURA
a ter apoio integral nas refeições e manuais. Os cerca de 1/3 do capital da Media Capital, dona GUEDES anuncia a demissão
pensionistas com reformas abaixo do salário da TVI. da direcção geral de
mínimo nacional duplica a a comparticipação informação da TVI, depois
nos medicamentos genéricos JULHO da suspensão do Jornal
Dia 6 O Presidente da República devolveu à Nacional de sexta-feira,
Dia 19 A Entidade Reguladora para a Assembleia da República o diploma que altera que apresentava e
Comunicação Social anuncia ter recebido a Lei do Segredo de Estado. O Presidente coordenava. Manuela
queixas contra o Jornal Nacional da TVI, por considerou que o diploma contempla formas Moura Guedes revelou
causa de notícias relativas ao primeiro-ministro não admissíveis de condicionamento do ter pronta para emitir
exercício dos poderes dos vários órgãos de uma peça sobre o
ABRIL soberania caso Freeport, com
Dia 22 José Sócrates anuncia que os alunos dados novos e
que, no próximo ano lectivo, estejam no 7.° AGOSTO documentados
ano, prolongarão a escolaridade obrigatória Dia 5 JOSÉ EDUARDO MONIZ
até ao 12.° ano. Sócrates avança, também, a troca a direcção-geral da TVI
intenção de criar bolsas de estudo para todos – após mais de dez anos como
os estudantes do secundário que tenham responsável pela estação, que
aproveitamento escolar e sejam beneficiários conduziu à liderança – pelo

10 DE SETEMBRO DE 2009 v 55
57,6%
387
Toxicodependência
21,9%
Homossexualidade/
/Bissexualidade

A criação das Unidades de Saúde Familiares ficarão como uma marca


2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005
16,8%
Outros
FONTE Instituto Nacional de Estatística e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge 3,7%

A LONGA MARCHA
A espera de anos por tratamentos médicos, sobretudo nas áreas da Oftalmologia e da Ortopedia era
Oftalmologia
24 551
Lista
uma das vergonhas do sistema de saúde português. Neste momento, há 175 mil utentes a aguardar de inscritos
a marcação de operação. Mas o tempo médio de espera passou de 10,4 meses, em 2006, para por área
6 meses, em 2008. Nestes dois anos, houve uma diminuição de 21% de inscritos cirúrgica

Lista de inscritos para cirurgia Operados nos hospitais convencionados


cirurgia geral
2005 Operados nos hospitais públicos
248 404 36 852
426 Em
007anos Vítimas nas estradas
2006 375 418 1990
221 208 331 479 Vítimas Mortais

2007 231 678 1 135 1 094


Ortopedia
197 150
36 074 850 854
2008 776
175 179 13 842 27 643 29 496 12 486
2009 2006 2007 2008 2009
70,2 77,3
169 461 FONTE TribunalHomens Mulheres
de Contas; Ministério da Saúde e Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS)

Média 73,8

SAUDE
2003 2004 2005 2006 2007 2008

Isabel Nery*

74,0 80,6
Média 77,3

2006 Obesidade
Entre os 18 e os 24 anos
com excesso de peso
A taxa de mortalidade infantil e a esperança média de vida estão entre os melhores
valores mundiais e, nalguns casos, até acima. Contudo, a sobrevivência dos doentes de
cancro, a mortalidade por doenças cardiovasculares e as vítimas rodoviárias estão entre
75,2 81,8
os mais graves problemas dos portugueses. A obesidade, associada à 78,5
diabetes, será «a»
Média
questão dos próximos anos. A pasta da Saúde foi das mais controversas: o encerramento FONTE Instituto Nacional de Estatística

de urgência gerou manifestações por todo o País e a acusação de privatização do Serviço 3,6% 4,5%
Nacional de Saúde colou-se a Correia de Campos. Depois da chegada da ministra Ana 1998 2006

Jorge, tornou-se óbvio que o problema estava no estilo – mantiveram-se as políticas Mulheres

mas sem o «ruído» anterior. As dificuldades de acesso aos serviços de saúde e o mau
funcionamento das urgências continuam a ser os calcanhares-de-aquiles do sistema

NASCIMENTOS SEGUROS Mortalidade Infantil Em permilagem


A taxa de mortalidade infantil é um dos principais indicadores
de desenvolvimento de um país. Em 1980, era de 24,3 mortes
de nados-vivos por mil habitantes. Em 2008, tinha descido
para 3, 3 por mil. Esta é uma das áreas em que Portugal se pode 3,8 3,3
orgulhar de estar mais bem colocado do que o resto da Europa, 2004 2008
onde a média é de 4,5 por mil FONTE Instituto Nacional de Estatística; Eurostat e Alto Comissariado para a Saúde

A DATA 29 DE JANEIRO DE 2008 O ministro Correia de Campos é substituído por Ana Jorge, depois de se ter
tornado o membro mais polémico e contestado do Governo
Número total Transplante de rim
de transplantes
56 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
1 608
527
positiva. As 196 unidades abrangem 2,5 milhões de portugueses

AS URGÊNCIAS DEPOIS DA REFORMA CADA VEZ


Criaram-se três níveis de urgência: polivalentes, médico-cirúrgicas e básicas. MAIS VELHOS
Estas últimas foram a maior novidade da reorganização Em 15 anos, a esperança
média de vida dos por-
MONÇÃO tugueses cresceu
(CS) VALENÇA 6 por cento. As mulhe-
ABERTA POR ABRIR
PONTE DE LIMA
res continuam a viver
BRAGANÇA
SUP VIANA DO CASTELO
(CS) MONTALEGRE
mais tempo do que os
CHAVES
Serviços de Urgência BRAGA MACEDO DE CAVALEIROS homens
Polivalente BARCELOS
������������������� ����
MIRANDELA Em anos Vítim
VILA REAL (CS) MOGADOURO 1990
PÓVOA DE VARZIM GUIMARÃES Vítima
SANTO TIRSO
VILA DO CONDE AMARANTE 1 135
VALONGO
MATOSINHOS �������� (CS) VILA NOVA
PORTO ����������
SUMC �������������������� VILA NOVA DE GAIA
�������
LAMEGO
����������������
Serviços de Urgência ���������������� �����������������
PESO DA RÉGUA

Medico-Cirúrgica ESPINHO
(CS) AROUCA
(CS) MOIMENTA DA BEIRA
S. J. DA MADEIRA 70,2 77,3
OLIVEIRA DE AZEMÉIS
OVAR Homens Mulheres
ESTARREJA VISEU Média 73,8
ÁGUEDA
TONDELA 2003 2004
SUB AVEIRO

Serviços de Urgência Básica ANADIA


GUARDA

CANTANHEDE SEIA COVILHÃ

���������������
(CS) ARGANIL
COIMBRA FUNDÃO
Fechada ��������������������������
Reconvertido �����������������������������
(CS) IDANHA-A-NOVA 74,0 80,6
POMBAL
���������������������
������������������������ Média 77,3
(CS) SERTÃ
��������������������� LEIRIA
CASTELO BRANCO
2006 Obes
CS ����������������� TOMAR Entre
ALCOBAÇA com e
TORRES NOVAS

CALDAS DA RAINHA ABRANTES


PENICHE

PORTALEGRE 75,2 81,8


SANTARÉM (CS) PONTE DE SOR
Média 78,5

TORRES VEDRAS FONTE Instituto Nacional de Estatística


����������� ELVAS*
�������
AMADORA-SINTRA LOURES
(CS) CORUCHE 3,6

MARCOS
SINTRA (CS) ESTREMOZ 19
MONTIJO
CASCAIS BARREIRO
MONTEMOR-O-NOVO
ALMADA Encerramento de
SETÚBAL
ÉVORA maternidades
Venda livre de medi-
LISBOA
������������������������ camentos não sujeitos a
(CS) ALCÁCER DO SAL
��������������������� receita médica
������������������������������
Criação de Unidades
(CS) MOURA
Mortalidade
de Saúde Familiar Infantil Em permilagem
��������������������
SANTIAGO CACÉM Reorganização
BEJA das urgências
(CS) SERPA
Criação de taxas
moderadoras para

(CS) CASTRO VERDE


internamento e cirurgia
3,8 3,3
Redução das listas de
2004 2008
(CS) ODEMIRA
espera em oftalmologia
FONTE Instituto Nacional de Estatística; Eurostat e Alto Comissariad
Reforma dos cuidados
(CS) VILA REAL
DE SANTO ANTÓNIO FONTE �������������������
continuados e paliativos
LAGOS PORTIMÃO �������������� (CS) LOULÉ
* COM PATRÍCIA SILVA

FARO
Número total
10 DE SETEMBRO DE 2009 v 57
Tran
de transplantes
1 608
Médicos
Enfermeiros
11,7% 58 859

SAÚDE
54 Prevalência
420
48 296 51 095
45 906 da diabetes
Em anos Vítimas nas estradas em Portugal
1990
Vítimas Mortais Feridos Graves
1 135 1 094

HETEROSSEXUAIS EM RISCO
4 190
850 854
776
3 762
3 938 3 483 4 107
3 116
4 341 O MASSACRE 4 794

Os casos seja a2004 2005


2 606
2006
DA DIABETES 2007 2008
70,2 de77,3 sida estão a relação sexual sem Em 2000, a diabetes causou
FONTE Ordem dos Médicos; Instituto Nacional de Estatística; Alto Comissariado para a Saúde e Ordem dos Enfermeiros
diminuir devido à eficácia
Homens Mulheres protecção, é entre os 3 13814,2%
mortes. Destas9,5% víti-
Média 73,8 mas, 59% eram mulheres e
dos tratamentos, que toxicodependentes que Homens Mulheres

70,4%
a maioria tinha entre 70 e 84
atrasam a progressão da
2003 2004 2005 2006 2007 2008 se regista
2004 2005 o 2006
maior2007número
2008
anos. Em Portugal, há mais
FONTE Instituto Nacional de Estatística e Estudo da
Prevalência da Diabetes em Portugal
FONTE Autoridade Nacional Segurança Rodoviária
doença. Mas os números de mortes. Os de 900 mil diabéticos e mais
de 40% desconhecem-no.
são também enganosos heterossexuais são os que Entre os 20 e os 79 anos,
por haver um atraso de mais se expõem à doença. 23,2% dos portugueses 11,7% são
pré-diabéticos
dois anos na notificação. dos infectados Os homens, 81,7% dos Prevalência
da diabetes
80,6
74,0 o principal Vítimas nas deestradas
Embora
Em anos tem menos 40 anos infectados, são as Consumoemde Tabaco
Portugal
Média
1990
77,3 11,7%
comportamento de risco Vítimas Mortais principais vítimas do HIV
Feridos Graves
29% Prevalência
2006 Obesidade
1 135 1 094
da diabetes
Em anos Vítimas
Entre os 18 enas
os estradas
24 anos
4 190
3 762 27%
em Portugal
Evolução dos casos de sida
1990 Evolução dos óbitos
850 854por sida Casos de sida
3 483
Vítimas
com Mortais
excesso de peso 776 Feridos Graves
Por categorias 3 116
de transmissão, em 2008
818 976 2 606
778 1 135 1 094 904 876 4 190
665 3 762
70,2 77,3 3 483 Heterossexualidade
540 850 854
Homens Mulheres 776 357,6%
116
2 606 14,2% 9,5%
Média 75,2 73,8 81,8 387
Homens Mulheres
Média
70,2 78,5
2003 77,3 2004 2005 2006 2007 2008 2004 2005 2006
Toxicodependência
2007
21,9%2008 FONTE Instituto Nacional de Estatística e Estudo da
Homens NacionalMulheres
FONTE Instituto de Estatística Homossexualidade/
FONTE Autoridade Nacional Segurança Rodoviária
/Bissexualidade
14,2%
Prevalência da Diabetes em Portugal
9,5%
Média 73,8
3,6% 4,5% 5,6% 7,5%
16,8% Homens Mulheres
2004 2005 2003
2006 2007 2008 2003
1998 2005 2004200620072005 1998
2004 2006 2008 2004 2005 2006 2006
Outros 2008
2007 FONTE Instituto Nacional de Estatística e Estudo da
FONTE Instituto Nacional de Estatística e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge 3,7%
FONTE Autoridade Nacional Segurança Rodoviária Prevalência da Diabetes em Portugal
Mulheres Homens
FONTE Instituto Nacional de Estatística

74,0 80,6
A MULETA ESPANHOLA
Média 77,3

2006 Obesidade
FUMO VIGIADO
A lei de 2007 alterou os hábitos
Consumo de Tabaco
29%
Oftalmologia
24 551
Depois de Espanha, 80,6 Portugal é o país Lista

49
74,0
da Europa 77,3 que mais órgãosEm colhe, Entre os 18 e os 24 anos dos portugueses, que deixaram Consumo
de inscritos de Tabaco
27%
Mortalidade
Média Infantil permilagem com excesso de peso de poder fumar em espaços por área
com 26,7 dadores por cada milhão públicos fechados, mas não mu- 29%
cirúrgica
2006
de habitantes. Embora seja ainda Obesidade
dou o consumo. Calcula-se que
preciso
Lista derecorrer inscritos a Espanha
para cirurgia – oito do- Entre os 18 e os 24 anos nos hospitais convencionados
Operados apenas 5,1% tenham abandonado 27%
com excesso de peso cirurgia geral
entes
2005 tiveram de ser operados no país o tabaco
Operados nos hospitais por causa da lei. Uma
públicos
36 852
248 404 75,2em 2008 81,8– para transplantes 2002 2005
vizinho, 3,8 3,3 em cada dez mortes na idade
426 007
375 adulta são atribuíveis ao tabaco.
Média 78,5 FONTE Inquérito Nacional de Saúde;
de pulmão, 2006 os hospitais nacionais 2008 Número de
2004 418 Acompanhamento Estatístico e Epidemiológico
221 208 331
transplantes de rim 479 Responsável por 88% dos óbitos do Consumo de Tabaco em Portugal
têm
FONTEdado
Instituto cartas
Nacional
FONTE Instituto nesta
de Estatística
Nacional área,Eurostat
de Estatística; sobre-
e Alto Comissariado para a Saúde
a partir de dador por cancro do pulmão e 13% 231dos
678
tudo em 75,2 relação81,8 2007
ao rim e ao fígado. 3,6% 4,5% 5,6% 7,5%cardiovascular,
óbitos por doença Ortopedia
78,5 197 150 vivo, em 2008
As operações a partir de dador vivo
Média
1998 2006 1998 2006
os cigarros continuam a fazer par- 36 074
2008
aumentaram
FONTE Instituto Nacional36,8 por cento
de Estatística
175 179 Mulheres
13 842 27 643 te dos 29 Medicamentos
hábitos
496
Homens de muitos
12 486portu- Medicamentos
gueses. não-genéricos
Enquanto os homens têm genéricos
2009 3,6% 4,5%
2006 20075,6% 2008 7,5%
FONTE Instituto Nacional de Estatística
2009
Número total Transplante de
2006 rim vindo a diminuir o consumo, as
169 461 1998 1998 2006
2004FONTE Tribunal 2008 2004 Central do Sistema de2008
de transplantes mulheres fumam cada vez
de Contas; maisda Saúde e Administração
Ministério Saúde (ACSS)
Mulheres Homens
Embalagens vendidas Embalagens vendidas
FONTE Instituto Nacional de Estatística
1 608 223 787 925 251 116 678 11 319 825 34 231 048

9 CIGARROS
527
Mortalidade
1 059 Infantil Em permilagem 436 Quota de mercado Quota de mercado
95,19% 86,37% 4,81% 13,63%

Mortalidade Infantil Em permilagem

2004
3,8
2004 2008
3,3
2008 2004 2008
POR DIA
Média de consumo em Portugal
2002 2005
FONTE Inquérito Nacional de Saúde;
Acompanhamento Estatístico e Epidemiológico
do Consumo de Tabaco em Portugal
FONTE
FONTE Instituto Nacional de Estatística; Eurostat Autoridade
e Alto para ospara
Comissariado Serviços de Sangue e da Transplantação
a Saúde FONTE Infarmed

3,3 2002 2005


3,8
FONTE Inquérito Nacional de Saúde;
2004 2008 Acompanhamento Estatístico e Epidemiológico
58 v 10 DE SETEMBRO DE 2009 do Consumo de Tabaco em Portugal
FONTE Instituto Nacional de Estatística; Eurostat e Alto Comissariado para a Saúde Medicamentos Medicamentos
não-genéricos genéricos
387
5,6% 7,5%
1998 2006

Homens
FONTE Instituto Nacional de Estatística

2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004


FONTE Instituto Nacional de Estatística e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

A VITÓRIA DOS GENÉRICOS ASFALTO MAIS SEGURO


Até 2000, a média de vítimas mortais por acidentes
Embora a quota de mercado de genéricos em Portugal con-
rodoviários era de 1 748 por ano; os feridos graves chegavam
tinue a ser mais baixa do que em muitos países da Europa, a aos 7 597. Oito anos depois, morrem 776 portugueses
pressão do Governo para que os médicos receitassem mais nas estradas e ficaram gravemente feridos 2 606
medicamentos pela substância activa e menos pela2005
2002 marca
deu frutos. A quota de mercado destes fármacos
FONTE Inquérito
Em anos triplicou
Nacional de Saúde; em Vítimas nas estradas
Acompanhamento Estatístico e Epidemiológico Lista de inscritos para cirurgia Op
apenas quatro anos. A tensão arterial alta,
do Consumo as
1990
de Tabaco dores
em Portugal nas arti-
Vítimas Mortais 2005 Feridos Graves Op
culações e o colesterol alto são os principais motivos para o 1 135 1 094 248 404
consumo de medicamentos entre os portugueses. 4 190
2006 3 762
850 854 221 208 3 483 33
Medicamentos Medicamentos 776 3 116
não-genéricos genéricos 2007
2 606
197 150
im 2004 2008 2004
70,2 77,3 2008 2008
Embalagens vendidas Homens Mulheres
Embalagens vendidas 175 179 13 84214
Média 73,8
223 787 925 251 116 678 11 319 825 34 231 048 2009 Ho
2006
27 2003 1692008
461
2004 2005 2006 2007 2008 2004 2005 2006 2007 FONTE In
Quota de mercado Quota de mercado Prevalênc
FONTE Autoridade Nacional Segurança Rodoviária
95,19% 86,37% 4,81% 13,63%

FRACO CORAÇÃO
As doenças cardiovasculares são a principal causa de
74,0 80,6
008
Média 77,3
morte e de incapacidade de longa duração: 44,9% des- Cons
Transplantação
FONTE Infarmed
tes óbitos devem-se a doença vascular cerebral e 23,1%
29
2006 aObesidade
doença isquémica do coração. Nos últimos 50 anos,
Em anos Vítimas
aEntre
nas 24
mortalidade
estradas
os 18 e os por cancro aumentou duas vezes e meia
anos
1990
Vítimas Mortais Feridos Graves
MUITOS E MAL DISTRIBUÍDOS
com excesso
para os homensde peso
e uma vez e meia para as mulheres
1 135 1 094

PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE


4 190
Em 2007, havia em Portugal 357 médicos e 509 enfermeiros 850 854
3 762
3 483
por 100 mil habitantes. A estatística diz que chegam 776 3 116
2 606
(a Alemanha tem 350), mas a prática diz 75,2 o contrário. 81,8
Doenças do aparelho circulatório
A má organização dos serviços e aMédia
distribuição
70,2 78,5 77,3 desequili-
brada explicam a contradição. As FONTE
Unidades de Saúde Doenças oncológicas
Homens
Instituto Nacional de Estatística Fami-
Mulheres
14
liar foram uma das bandeiras deste Governo.
Média 73,8 De acordo Doenças cerebrovasculares
4,5% 7,5% Ho
com o Ministério da Saúde, as 196 unidades abrangem 3,6% 5,6%
2003 200419982005 20062006
2007 2008 1998 2005
2004 2006 2006
2007 2008 FONTE Ins
2,5 milhões de portugueses FONTE Autoridade Nacional Segurança Rodoviária Prevalênci

CADA VEZ MAIS BALOFOS


Mulheres Homens
Médicos FONTE Instituto Nacional de Estatística

Enfermeiros A obesidade é hoje um dos maiores flagelos


58 859
54 420 das sociedades desenvolvidas e Portugal é um dos
48 296 51 095
45 906 que pior se comportam nesta área, sobretudo quando
74,0 80,6 se olha para as crianças: 32,7% dos portugueses entre
os 7 e os 9 anos têm peso a mais Cons
Mortalidade Infantil
Média 77,3
Em permilagem
29
2006 Obesidade
3 938 4 107 4 341 4 794 Entre os 18 e os 24 anos
com excesso de peso
2004 2005 2006 2007 2008 20
3,8 3,3
FONTE Ordem dos Médicos; Instituto Nacional de Estatística; Alto Comissariado para a Saúde e Ordem dos Enfermeiros FONTE In
2004 2008 Acompanh
do Consum
FONTE Instituto Nacional de Estatística; Eurostat e Alto Comissariado para a Saúde
75,2 81,8
«Há no sector verdadeiros Média 78,5

mercenários» FONTE Instituto Nacional de Estatística

3,6% 4,5% 5,6%


Medicamentos
não-genéricos
7,5%
Ana Jorge, em Janeiro de 2009, sobre os profissionais
Número
que prestam serviços de saúde nos hospitaistotal
públicos Transplante
1998 de rim
2006 1998
2004
2006
2008 20
através de empresas privadas. de transplantes Mulheres Homens
Embalagens vendidas
FONTE Instituto Nacional de Estatística
1 608 223 787 925 251 116 678 11 31
527
436 Quota
10 DE SETEMBRO DE 2009 v de mercado
59
1 059
95,19% 86,37% 4,8
or sida Casos de sida
90

70
58 57
51 50 50
43 40
36 38 39 40 38 42 37 35
Quando chegam ao cume da sua profissão, os professores contam-se
20
29
14 17
20
30
19 23
30

Portugal Alemanha Dinamarca Espanha França Hungria Itália Luxemburgo Rep. Checa

POUCOS CHEGAM À UNIVERSIDADE


*Convertidos usando paridades de poder de compra, para docentes do 12.º ano, no início de carreira, após 15 anos de experiência
e no topo da carreira, 2005
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Education at a Glance 2007 (www.oecd.org)
Cerca de 13 em cada 100 portugueses em idade activa conseguiram atingir o ensino
superior. A diferença, em relação aos países nórdicos mas também a Espanha, é gritante.
A situação é estruturante e tem progredido muito lentamente: em 2002, só nove em
cada 100 portugueses na mesma faixa tinham atingido o mesmo nível académico
Salários dos professores
Percentagem da população com um curso superior 34% Salários anuais dos docentes do 12ºano, no início de car
28% convertidos em dólares americanos, usando paridades d
Portugueses entre os 25 e os 64 anos, 2005 25%
21% Valores em dólares*
17%
13% Início de carreira Após 15 anos de experiê
12%

58 57
51 50
43
36 38 39 40 38 42
20
Itália Portugal Hungria Grécia Alemanha Espanha Dinamarca
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD), (www.oecd.org/edu/eag2007)
Portugal Alemanha Dinamarca Espanha

*Convertidos usando paridades de poder de compra, para doce


e no topo da carreira, 2005
FONTE Organizaç

Paulo Chitas

Percentagem da população com um c


Despesas em Educação Acção Social Escolar Portugueses entre os 25 e os 64 anos, 2005
Em percentagem do PIB, 2007 21%
Ensino básico e secundário, em milhões de euros*
7,6 17%
4743 13%
454212%
7,4 7,4
7,3 4508 4494 4531
A ministra da Educação7,1levou ao rubro a contestação popular ao Governo. 4303 4360Cem mil
4096
professores
6,9 protestaram em Lisboa contra as alterações à carreira
3946 docente, às regras de
progressão, ao sistema de avaliação. Sócrates manteve-a e fez contorcionismo político-
3666
2001 2002 2003 2004 2005 2006 3433
-mediático para a acomodar no PS. Maria de Lurdes Rodrigues
FONTE Instituto Nacional de Estatística esteve por um fio. Mas
ficou. E o seu legado não pode ser esquecido. Aumentou o tempo que os professores Itália Portugal Hungria Grécia

passam na escola. Generalizou o ensino do Inglês, no 1.° ciclo. Exigiu que os professores 2004
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
FONTE Organização para a Cooperação e De
2005

fossem avaliados pela sua actividade e não pelos relatórios. Mudou a gestão dos
* a preços constantes
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
estabelecimentos de ensino, instituindo a figura do director. Alterou o estatuto do aluno, (OECD),Economic,Environmental and Social Statistics, 2005

dificultando os chumbos por faltas. Foi crucificada na praça pública mas não fez mais do
que alterar práticas que muitos, há muito, exigiam. Foi o mal necessário de Sócrates

INVESTIMENTO ESTÁVEL Despesas em Educação


Em percentagem do PIB, 2007
O esforço de investimento na Educação mantém-se elevado – acima dos 7% 7,6
do PIB –, superior ao da década passada, quando António Guterres elegeu a
7,4 7,4
Educação como a «paixão» do seu Governo. Mas, em 2006, verificou-se uma 7,3
ligeira quebra. A redução na contratação de professores terá diminuído o peso 7,1
dos salários no orçamento do sector, durante a legislatura, dando folga para 6,9
investimentos em equipamentos. Contudo, os recém-aprovados programas de
melhoria do parque escolar – área em que há consenso entre os dois principais 2001 2002 2003 2004 2005 2006
partidos portugueses – deverão fazer disparar as despesas na Educação FONTE Instituto Nacional de Estatística

60 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
entre os mais bem pagos dos países da OCDE

MAL PREPARADOS MARCOS


Prolongamento das
Portugal é de longe o país com a mais baixa percentagem de aulas, no primeiro ciclo

população adulta com pelo menos o ensino secundário completo. Generalização do


ensino do Inglês, no
Esta herança – depois de no final da década passada se ter debelado o primeiro ciclo
analfabetismo – é o pior obstáculo à qualificação da população activa. Alteração do estatuto
do aluno
A má imagem do País no exterior, a baixa produtividade e a pouca
Criação da figura dos
atractividade para o investimento estrangeiro são algumas das directores de escolas
consequências de um sistema de ensino que se massificou mas não Introdução de um novo
conseguiu qualificar. No mercado de trabalho, esta herança paga-se sistema de avaliação de
professores
cara: Portugal é dos países onde ter um canudo do «liceu» mais vale
entos e habilitações Criação da categoria
Rendimentos
em termos deerendimentos
habilitações
m da população entre os 25 e os 64 anos mais bem paga*, por nível educacional, 2006 de professor-titular
Percentagem da população entre os 25 e os 64 anos mais bem paga*, por nível educacional, 2006
Encerramento de
5 Rendimentos e habilitações centenas de escolas do
23,5
Abaixo do secundário Secundário e pós-secundário não-superior
Percentagem da população
Abaixoentre os 25 e os 64 anosSecundário
do secundário mais bem paga*, por nível educacional,
e pós-secundário 2006
não-superior primeiro ciclo com pou-
cos alunos, sobretudo
23,5 no Interior e no Norte
Abaixo do secundário 14,1
Secundário e pós-secundário não-superior do País
14,1
Criação da Parque
7,6 7,4 Escolar, empresa pública
6,3 14,1
7,2 5,8 7,6 7,4 destinada a promover a
4,3 4,4 5,1 6,3 3,6 5,8 recuperação dos estabe-
2,2 4,3 2,9 4,4 5,1
1,9 2,2 1,4 1,3 3,6 lecimentos de ensino
7,2 1,9 2,2 2,2 2,9 7,6 1,2 7,4
6,3 1,4 1,3 1,2
5,8 Consagração do ensino
4,3 4,4 5,1
3,6 obrigatório até ao 12.° ano
2,2 2,9
1,9 2,2 1,4 Rep. Checa 1,3 1,2
al Alemanha Dinamarca Espanha França Hungria Itália Luxemburgo
Aumento da oferta de
Portugal Alemanha Dinamarca Espanha França Hungria Itália Luxemburgo Rep. Checa
e «mais bem paga» a população que recebe «mais do que duas vezes a mediana» dos rendimentos, nesse país cursos profissionais, no
* Considera-se «mais bem paga» a população queFONTE
recebe «mais para
do que duas vezes a mediana» dos rendimentos, nesse país sistema de ensino público
Organização a Cooperação e Desenvolvimento Económico
Portugal Alemanha Dinamarca Espanha França Hungria Itália Luxemburgo Rep. Checa
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico Criação do programa
* Considera-se «mais bem paga» a população que recebe «mais do que duas vezes a mediana» dos rendimentos, nesse país Novas Oportunidades,
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
para a qualificação da
população adulta

dade da população adulta


Escolaridade da população adulta
m da população entre os 25 e os 64 anos que concluiu pelo menos o secundário, 2006
Percentagem da população entre os 25 e os 64 anos que concluiu pelo menos o secundário, 2006
Escolaridade da população adulta
Percentagem da população entre os 25 e os 64 anos que concluiu pelo menos o secundário, 2006
83% 83% 79% 67% 66% 61% 52% 50% 28%
90% 83% 83% 79% 67% 66% 61% 52% 50% 28%

a Alemanha 90% Dinamarca 83%Polónia 83%


França 79%
Irlanda 67%
Grécia 66%
Itália 61%
Espanha 52%
Portugal 50% 28%
Rep. Checa Alemanha Dinamarca Polónia França Irlanda Grécia Itália Espanha Portugal
FONTE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico
FONTE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico

Rep. Checa Alemanha Dinamarca Polónia França Irlanda Grécia Itália Espanha Portugal
FONTE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico

lar ao secundário
MAIS TECNOLÓGICOS
o do número de professores e de alunos
Evolução do número de professores e de
17,3%
alunos
Relação aluno/computador
Ensino básico e17,3%
Relação aluno/computador
secundário, 2007/2008
Ensino básico e secundário, 2007/2008
Do
Napré-escolar
educaçãoao secundário
sentiu-se o esforço
Evolução do número de professores e de alunos 17,3%
11,7% Relação aluno/computador
10,5% 11,7%
tecnológico que serviu de 9,5% 2007/2008
Ensino básico e secundário, 10,5%
1Do pré-escolar
872 ao secundário
509 à governação
apanágio socialista: 7,9% 9,5%
831 751
entre o início da década e o
1 831 751 11,7%
1 807 522 10,5%
8721 509
802 124 ano lectivo, o número
1penúltimo 1 807 522 9,5%
1 789 741
1 8021 124
775 7791 789 741
os de computadores
1 831 751 por1 aluno
754 636 1 775 779
Alunos
durante os primeiros 1 80712
522anos de 1 754 636
1 802 124
escolaridade quase duplicou 1 789 741 2001/02 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08
Alunos 1 775 779
1 754 636 2001/02 2004/05 FONTE2005/06
Ministério da Educação 2006/07 2
FONTE Ministé

2001/02 2004/05
10 DE SETEMBRO DE 20092005/06
v 61 2006/07 2
185 157 FONTE Ministé

185 157
181 433
Portugal Alemanha Dinamarca Espanha França Hungria Itália Luxemburgo Rep. Checa

* Considera-se «mais bem paga» a população que recebe «mais do que duas vezes a mediana» dos rendimentos, nesse país

EDUCAÇÃO
Itália Portugal Hungria Grécia Alemanha
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

Espanha Dinamarca
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD), (www.oecd.org/edu/eag2007)

PROFS A DIMINUIR
Escolaridade da população adulta APOIOS CRESCEM
Nos sete primeiros
Percentagem anos entre
da população da década,
os 25 e Portugal
os 64 anosperdeu cercapelo menos o secundário,
que concluiu Os apoios2006do Estado aos alunos mais carenciados tem
de 100 mil alunos (-5,2%) em todos os níveis de ensino aumentado. Os subsídios aos transportes e à alimentação,
até ao superior. Consequência da quebra da natalidade
além do apoio à aquisição de livros e de materiais escolares
– não compensada pela entrada de estrangeiros em idade
90%
escolar –, as escolas83%têm menos alunos83% e o País tem79% 67%
têm crescido,
66%
numa61%
tentativa52% de manter50% na escola28% os
menos escolas, sobretudo do 1.° ciclo, que foram sendo jovens de famílias carenciadas
Despesas
fechadas poremfaltaEducação
de condições pedagógicas. No mesmo
Acção Social Escolar
período,
Rep. menos
Checa 2 700 professores
Alemanha
Em percentagem do PIB, 2007 (-1,5%) exerceram
Dinamarca Polónia a sua França Irlanda Grécia Itália Espanha Portugal
profissão nas escolas públicas e privadas. Mas foi apenas Ensino básico e secundário, em milhões de euros*
7,6 FONTE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico
em 2006/2007 que o número de docentes começou a di- 4743
7,4 do declínio da população estudantil,
7,4apesar
minuir:7,3até aí, 4542 4508 4494 4531
o número de profissionais aumentara 7,1 4303 4360
4096
6,9
Evolução do número de professores e de alunos 17,3%
3946 Relação aluno/computador
3666 Ensino básico e secundário, 2007/2008
Do pré-escolar
2001
ao secundário
2002 2003 2004 2005 2006 3433
FONTE Instituto Nacional de Estatística 11,7%
10,5%
1 872 509 9,5%
7,9%
1 831 751 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
1 807 522 * a preços constantes
1 802 124
1 789 741 FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
Alunos 1 775 779 (OECD),Economic,Environmental and Social Statistics, 2005
1 754 636

2001/02 2004/05 2005/06 2006/07 2007/


FONTE Ministério da

«Nos sete primeiros


185 157 anos da década, Portugal
180 880
178 720
180 180
181 433
perdeu cerca
176 707
174 002 de 100 mil
Professores alunos»
2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07
FONTE Ministério da Educação, Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação

EXPERIÊNCIA BEM PAGA


Para um professor
Salários dos professores
português que se mantenha
na carreira, a recompensa Salários anuais dos docentes do 12ºano, no início de carreira, após 15 anos de experiência,
convertidos em dólares americanos, usando paridades de poder de compra em 2005
não demora a chegar:
passados 15 anos de Valores em dólares* 122
profissão, ganha quase
Início de carreira Após 15 anos de experiência Topo da carreira
tanto quanto os docentes
90
de França ou da Dinamarca
e mais do que os italianos. 70
58
Quando chegam ao 51 50
57
50
43
cume da sua profissão, os 36 38 39 40 38 42 37 35
40
29 30 30
portugueses já se contam 20 20 19 23
entre os mais bem pagos 14 17

dos países da Organização


para a Cooperação Portugal Alemanha Dinamarca Espanha França Hungria Itália Luxemburgo Rep. Checa

e Desenvolvimento *Convertidos usando paridades de poder de compra, para docentes do 12.º ano, no início de carreira, após 15 anos de experiência
Económico (OCDE) e no topo da carreira, 2005
FONTE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Education at a Glance 2007 (www.oecd.org)

62 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
48 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
2004

Em 2007, o investimento privado em I&D ultrapassou o público


Doutores há muitos
FÃS DA VELOCIDADE
Metade das famílias portuguesas tem computador em casa. Os números irão
DE BOAS
Doutores
Com
hápelas
Com preferência

INTENÇÕES...
preferência
a informática
muitos
ciências biológicas,
e a pelas ciências biológicas,
economia
a informática e a economia 1200 1301
continuar a aumentar, quando todos os alunos dos 1.º e 2.º ciclos receberem o 986 1007 1013 1200 1301
...não se faz
772 um
860País
868 mo-
590 718 868 986 1007 1013
seu portátil Magalhães, a coqueluche do Governo de José Sócrates. Quem tem 772 860
derno. Apesar de ter sido
internet em casa prefere, claramente, a rapidez de acesso da banda larga, já que 590 718
crescente o investimento
76,8% elegeu esta modalidade, apesar de os preços praticados no País estarem
em Investigação e De-
entre
Banda os mais
largaelevados da Europa 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
senvolvimento, festamos
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
FONTE GP
Banda larga
Percentagem dos lares com acesso ainda longe da média FONTE GP

Percentagem dos lares com acesso


europeia: - 1,83% do PIB.
Uma batalha que só será
ganha quando as empresas
se convencerem a gastar
dinheiro nesta área
Despesa em I&D
Despesa
a preços em I&D
constantes
a preços constantes
Em milhares de euros
Em milhares de euros
19,7 30,4

732,6
7,9 12,3 24,0 39,3

732,6
2003 2004 2005 2006 2007 2008
7,9 12,3 19,7 24,0 30,4 39,3

111,6

1 972
FONTE Instituto Nacional de Estatística

111,6
431,7

1 972
2003 2005 2007 2008

581,0
2004 2006

1 201
431,7

581,0
FONTE Instituto Nacional de Estatística

CIÊNCIA & TECNOLOGIA


1 201
1 038

1 019
746,7

1 038
Sara Sá*

1 019
746,7
882,9

814814
882,9
576576
Banda larga
Doutores há muitos
Percentagem dos lares com acesso
Com preferência
Doutores hápelas ciências biológicas,
muitos
a informática e a economia
Com preferência pelas ciências biológicas, 1429
Os números
a informática não dizem
e a economia tudo,
1007 1013
1200 mas
1301
reflectem um aumento 1997 1999 2001 2003 2005 2007
860 868 986 1429
significativo
590 718
772 da quantidade de empresas tecnológicas, com
1200 1301 1997 1999 2001 2003 2005 2007
FONTE GPEARI
1007 1013
860 868 986
algumas
590 718
772start ups inovadoras, na área da biotecnologia. Outro FONTE GPEARI

sector que tem vindo a emergir é o do Espaço. À boleia da


MARCOS
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
integração de Portugal na Agência Espacial Europeia, e por via FONTE GPEARI 78
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
dos contratos estabelecidos, o País conta já com mais de duas FONTE GPEARI 78 Programa MIT-Portugal:
dezenas de organizações dedicadas, sobretudo 7,9 19,7 de
12,3 à produção 24,0 30,4
quatro programas de douto- 39,3
2003 2004 2005 2006 2007
ramento e três de mestrado, 2008
software para missões espaciais. Mas é precisamente no sector numa colaboração entre FONTE Instituto Nacional de Estatístic
universidades portuguesas e
empresarial que há ainda muito caminho a percorrer. o Massachusetts Institute of
A Indústria
Despesa nacional começa, timidamente, a recrutar doutores,
em I&D Technology.

a preços
apesar
Despesadeem constantes
ainda
I&D persistir uma certa estranheza, de parte a parte.
Pela primeira vez, em 2007,
o investimento privado em
a preços
Em constantes
milhares de euros I&D ultrapassou o público,
com uma fatia de 51 por
972 732,6

Em milhares de euros
cento
DOUTORES HÁ MUITOS
1 9721 732,6

Doutores há muitos Em 2008 iniciou-se o Pro-


201 111,6

Há cada vez mais doutorados, grama de Neurociências, da


038 431,7

019 581,0

Com preferência pelas ciências biológicas,


1 2011111,6

Fundação Champalimaud
sobretudo nas áreas das ciências a informática e a economia
1 0381 431,7

1429
1 0191581,0

biológicas, da informática 1301 Inauguração, em 2009, do


814 746,7

1200
1007 1013 Instituto Ibérico de Nanotec-
e da economia. Apesar disso, 772 860 868 986
814 746,7

718 nologia. Em Braga, um espaço


576 882,9

continuamos a ocupar os últimos 590 de 20 mil metros quadrados


lugares nos estudos PISA,
576 882,9

irá receber os melhores cien-


da OCDE, que avaliam o grau tistas do mundo neste sector
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 científico de ponta
de literacia científica
FONTE GPEARI 78
*COM PATRÍCIA RAIMUNDO SILVA

64 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
1997 1999 2001 2003 2005 2007
FONTE GPEARI
48 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
Ago 2009

Evolução dos beneficiários 221 102 FONTE Instituto da Segurança Social

do complemento
solidário para idosos

20 por cento
Evolução
Evolução donas
do salário
Em euros
pensões
desemprego
mínimo
População desempregada81
Em893
milhares
Dez 2008
2009

Dez 2007
2008 450,0
Taxa de desemprego Em % 507
57 593

POBRES COM MAIS DINHEIRO PREVISÕES SOMBRIAS 422,3 427,8 448,6 427,1
Dez 2006
393,6
18 556 365
342,3Défice
329,2
272,9
2007 426,0
323,8 338,4 343,9 324,1 do Subsistema
243,5
2006 231,1pouco
257,5 Segundo a Comissão Europeia,
251,9 225,8 270,5 Portugal terá, em 2050, o
Previdencial
Com uma prestação média 207,5 acima
403,0 dosInstituto
194,1 FONTE 90 euros 205,5 213,5
mensais,
da Segurança Social
maior corte no valor das pensões. A OCDE previra um corte
2005o actual Rendimento Social de Inserção (assim Em % do PIB
385,9
2004 chamado depois das alterações, restritivas, aprovadas
de 40 por cento. O ministro Vieira da Silva já prometeu
pelo
8,4Governo
374,7
7 de Durão
5,7 5 Barroso)
4,7 4,1 beneficia
4,1 mais6,8
5,5 de 350 7,1 7,2 6,7 Relação
estudar
4,9 medidas
4,4 entre
3,9 activos
que4invertam
5 6,3e pensionistas
essa tendência.
6,7 7,6
2008
7,7 8 7,6 9,1
365,6
mil portugueses. 0,4%
1998 Trabalhadores activos 2003Pensionistas
1986 1987 1988 1989 FONTE
1990 Ministério
1991 do 1992
Trabalho e1993
da Solidariedade
1994 Social
1995 1996
Previsão das variações de pensões
1997 1999 2000 2001 2002 2004 2005 2006 2007 2008 I Trim. 09
FONTE Instituto Nacional de Estatística
966 Med
Evolução do número de beneficiários Comparação entre 2008 e 2050, em % 2005
de e
do Rendimento Social de Inserção -1,8
+20 apl
507
Número de 427,8 448,6
agregados
422,3 familiares a im
427,1 143 935 Reino +5
342,3 365 137
Ago516
2009
PORTUGAL Irlanda Espanha Unido +2 Em 2
Evolução dos 112
270,5 beneficiários
179 112 797
121 685 221 102 FONTE Instituto da Segurança Social
213,5 108 072 -2 Alemanha Holanda Dinamarca FONTE
do complemento -8
para a I
e Diálog
solidário para idosos -10

6,3Evolução
7,6 do7,7 -20
4 5 6,7 salário
8 mínimo
7,6 9,1 2009 FONTE Comissão Europeia, 2009

2009 2030
2001 2002 Em 2004
2003 euros 2005 2006 2007Dez2008 2008 I Trim. 09 FONTE Instituto da Segurança Social
228
Dez 2004 Dez 2005 Dez812006 Dez 2007
893de Estatística
Dez 2007 FONTE Instituto Nacional
Dez 2008
2008 450,0
Jun 2009

O PERIGO DEMOGRÁFICODéfice do Subsistema


FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
57 593
Dez 2006
18 556 2007 426,0

TERCEIRA IDADE MENOS AFLITA 2006


403,0
FONTE Instituto da Segurança Social
Previdencial
Esta é a razão pela qual nuvens negras pairam
Evolução Orçamental*
Brasil Cabo
Verde
Foi uma promessa
2005 eleitoral transposta para o Programa sobre as nossas pensões Em % do PIB
385,9
2004
do Governo. Dirige-se a quem, com mais de 65 anos, Em milhões de euros 2008
prego não
374,7
365,6receba pensões superiores a 4 960 euros anuais. E Relação entre activos e pensionistas
390,9 0,4%Previsão das varia
ada Em milhares visa garantir um patamar deFONTE sobrevivência
Ministério do Trabalhona ordem Social
e da Solidariedade
Trabalhadores Comparação entre 2008 e
92,8 activos Pensionistas
m% dos 300 euros por mês. O complemento é, em média, de 507
Evolução
80 a 90do número
euros. de beneficiários
O Governo garante que, até final do ano, 422,3 427,8 448,6 427,1
2005
do Rendimento
se atingirão Social
os 300 mil
338,4 343,9 de Inserçãoprometidos
beneficiários 342,3 365 2002 a 2005 -1,8
2006 a 2009
323,8 324,1 * Inclui PARES e outros programas financiados por Jogos Sociais, QREN, PIDDAC PORTUGAL Irlanda Espa
270,5
1,1 207,5 Número Evolução
257,5
de agregados dofamiliares
desemprego 251,9 225,8
143
213,5 935
Ago 2009
FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
194,1 Défice do Subsistema 137205,5 516
Evolução
Populaçãodosdesempregada
Previdencial beneficiários Em milhares
121 685 221 102 FONTE Instituto da Segurança Social
-10 -8
do complemento
108 072 112 179
Taxa 112 797
de desemprego Em %
-20 507
7 4,1 4,1 5,5 Em %7,1
6,8 do PIB7,2 6,7 4,9 4,4 3,9 4 5 6,3 6,7 7,6 7,7 8 7,6 9,1
solidário
393,6 para idosos 422,3 427,8 448,6 427,1
90 1991 1992 1993 329,2 1995 199620081997 1998 1999 2000 2001
1994 323,8 2002 343,9 2004 2005 2006 2007 2008 I Trim. 09 342,3 365
338,4 2003 324,1
272,9 0,4% 257,5 270,5
243,5 231,1 207,5 251,9 FONTE Instituto Nacional de Estatística
225,8 205,5 213,5
Dez 2008194,1 2009 2030
Dez 2004 Dez 2005 DezDez 2006
2007 81 893 Dez 2008
Dez 2007 Jun 2009
FONTE Instituto da Segurança Social

57 5932005 FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social


Dez 2006 7
8,4 5,7 5-1,8 4,7 4,1 4,1 5,5 6,8 7,1 7,2 6,7 4,9 4,4 3,9 4 5 6,3 6,7 7,6 7,7 8 7,6 9,1
18 556
Evolução Orçamen
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
O ‘OUTRO’ DÉFICE
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 I Trim. 09

FONTE Instituto da Segurança Social


FONTE Instituto da Segurança Social
Segundo o relatório do
Orçamento de Estado de 2009,
MARCOS Em milhões
FONTE Instituto Nacional de euros
de Estatística

mínimo 2009 Relação entre


a sustentabilidade financeira Fim (ou redução) do
activos e pensionistas 92,8
SALÁRIO MÍNIMO ENGORDA
450,0
da Segurança Social está
Origens Trabalhadores activos
assegurada. Sobreviverá,
financiamento pelo
Estado dos
Pensionistas subsistemas
2002 a 2005
Foi2008
a única grande unanimidade, na Concertação Social. da imigração de saúde e previdência
Evolução
Representa um doaumento
númerodede beneficiários
quase 100 euros, face a 2004
apesar
em 2008
da crise?
106 961 de certas classes * Inclui PARES e outros programas
do Rendimento Social de Inserção profissionais (forças
2007 426,0
Défice do SubsistemaBrasil de segurança, justiça,
403,0
Evolução do salário
Número de agregados mínimo
familiares 2009
143 935 Previdencial jornalistas, advogados...)
137 516 24 391
Em euros Em % do PIB 51 352 para os 65
Aumento
121 685 Guiné-Bissau
112 179 112 797 2008 450,0 Caboda
anos Verde
idade da reforma
108 072 2008
para os funcionários 27 619
0,4% públicos Angola
FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
ntre activos e pensionistas
2007 426,0
Défice do Subsistema
Introdução do «factor
2006
403,0 2009
Previdencial
de sustentabilidade» 2030 FONTE Alto Comissariado para a
res activos Pensionistas 2005
Dez 2004 2005
Dez 2005 Dez 2006 Dez 2007 Dez 2008 Jun 2009 -1,8 Em % do
no cálculo PIB
das pensões,
FONTE Instituto da Segurança Social
385,9
2004 FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social baseado na esperança
2008
374,7 média de vida
365,6 Ago 2009 0,4%
ciários 221 102 FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
PedidosFONTE
deInstituto
nacionalidade
da Segurança Social
portuguesa
Por países de origem Cabo Verde Brasil
s dos requerentes 9 926
2005
-1,8 8 391
2009 10 DE SETEMBRO DE 2009 v 67
Origens
Ago 2009 da imigração
Dez 2008
Segundo a Comissão Europeia, Portugal terá, em 2050, um corte de

O NOVO CÓDIGO
Muito contestado pelos Simplificação dos mecanismos Aumento do número de faltas
sindicatos, e pelos par- de notificação do despedimento. justificadas para assistência à
tidos de esquerda (até Ficaram inalteradas as razões família (até um máximo de 60
Bagão Félix, ministro para despedir. dias por ano)
indicado pelo CDS no
Governo de coligação
de Durão Barroso, res-
ponsável pelo Código
anterior, aderiu às Aumento do período Maior adaptabilidade funcional
críticas), o Código de experimental, de 3 para e dos horários de trabalho.
Vieira da Silva promo- 6 meses, no caso de
ve alterações signifi- trabalhadores não-qualificados
cativas nas regras do contratados para o quadro
trabalho. A flexigurança
ficou para a próxima Agravamento (5%) da Taxa
oportunidade... Social Única para as empresas
que recorrem a trabalhadores
Aumento para 5 meses da a recibos verdes e diminuição
licença parental e incentivo à para as que contratem para
partilha (entre pai e mãe) o quadro (1 por cento)

TRABALHO
Paulo Pena

SEGURANÇA SOCIAL
& IMIGRAÇÃO
Vieira da Silva ganhou um lugar no «panteão» político do Governo. Previsão dasMinistro de de pensões
variações
Estado e do Trabalho, este antigo dirigente do MES foi dosComparação mais sólidos ministros
entre 2008 e 2050, em %
+20
de José Sócrates. Foi, também, dos507mais criticados. Desde logo, à esquerda, pelas
427,8 448,6 427,1
duas medidas365 mais significativas
422,3 destes quatro anos e meio: o novo Código do Reino +5
342,3 +2
9 225,8
Trabalho
270,5 e a Reforma da Segurança PORTUGAL Irlanda
Social. Com a crise a exigir-lhe de asa, Unido
golpeEspanha e Alemanha Holanda Dinamarca
205,5 213,5 -2
muito dinheiro, o ministro olha para os números e não tem razões para -10
sorrir.
-8 O
desemprego aumenta, os pedidos de auxílio social crescem e-20 as pensões decrescem.
4,4 3,9 4 5 6,3 6,7 7,6 7,7 8 7,6 9,1 FONTE Comissão Europeia, 2009
A tese de Vieira da Silva é controversa. Para salvar o Estado Social é preciso
8 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 I Trim. 09
sacrificar algumas regalias conquistadas. Na rua, os manifestantes contrapõem que
FONTE Instituto Nacional de Estatística

este Governo foi mais longe do que Bagão Félix.

ORÇAMENTO DISPARA Evolução Orçamental*


Em milhões de euros
Na actual legislatura, sobretudo com o acréscimo de verbas 390,9
do Quadro de Referência Estratégico Nacional, o orçamento
do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social mais 92,8
do que quadriplicou. O que nem sempre é uma boa notícia...
Quando a Solidariedade requer muito dinheiro, alguma coisa 2002 a 2005 2006 a 2009
* Inclui PARES e outros programas financiados por Jogos Sociais, QREN, PIDDAC
não vai bem na sociedade. FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
Défice do Subsistema
Previdencial
66 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
Em % do PIB
2008
Origens
Comparação entre 2008 e 2050, em %
de expulsão
da imigração +20 aplicadas
em 2008 106 961
Brasil
a imigrantes
Reino +5
+2

TRABALHO, SEGURANÇA SOCIAL & IMIGRAÇÃO


PORTUGAL Irlanda Espanha Unido Em 2009
24 391
-2 51 352 Holanda Dinamarca
Alemanha FONTE Alto Comissariado
Guiné-Bissau para a Imigração
-8 Cabo Verde e Diálogo Intercultural
-10
27 619
-20 FONTE Comissão Europeia, 2009 Angola

TORNAR-SE PORTUGUÊS 228


FONTE Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural

Não é só Liedson, o jogador brasileiro do Sporting, que pede a nacionalidade


113 112
86 portuguesa.
Em 2008 houve 45 466 pedidos de atribuição de bilhetes de identidade nacionais
Brasil Cabo Ucrânia Angola Guiné-
Pedidos
Evoluçãode nacionalidade portuguesa
Orçamental* Verde -Bissau

Por
Em países
milhõesdedeorigem
euros Cabo Verde Brasil Guiné-Bissau Angola Moldávia
dos requerentes 9 926 8 391 4 589 4 463 4 449
2009 390,9
92,8

2002 a 2005 2006 a 2009


* Inclui PARES e outros programas financiados por Jogos Sociais, QREN, PIDDAC
FONTE Alto Comissariado para
a Imigração e Diálogo Intercultural FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

DE ONDE VÊM OS IMIGRANTES


Há mais de 440 mil estrangeiros a residir em Portugal,
52 494
Ucrânia
DAQUI PARA FORA
Em 2008 foram instaurados
um aumento de 1% face ao ano anterior 1 965 processos de expulsão.
No ano anterior esse número
fora bem maior: 2 536 casos.
21 147
Moldávia
Previsão das variações de pensões 966 Medidas
Comparação entre 2008 e 2050, em %
27 771 de expulsão
Roménia
+20 aplicadas
507
8 448,6 427,1
a imigrantes
Reino +5
Origens PORTUGAL Irlanda Espanha Unido +2 Em 2009
da imigração Alemanha Holanda Dinamarca FONTE Alto Comissariado
-2
em 2008 106 961 -8
para a Imigração
e Diálogo Intercultural
Brasil -10

8 7,6 9,1 -20 FONTE Comissão Europeia, 2009


24 391
51 352
2007 2008 I Trim. 09 Guiné-Bissau 228
Cabo Verde
E Instituto Nacional de Estatística
27 619 113 112
86
Angola

FONTE Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural Brasil Cabo Ucrânia Angola Guiné-
Verde -Bissau
Evolução Orçamental*
Em milhões de euros

OS SEM-EMPREGO
Pedidos de nacionalidade portuguesa
Por países de origem
Com
Cabo Verde
a crise internacional a apanhar
Brasil
92,8
Guiné-Bissau Angola
390,9

Moldávia
dos requerentes 9 o926
País em pleno apertar de cinto,
2002 a 2005
8 o desemprego não4parou
391 589 de crescer.
4 463 4 449
Não parou, aliás, desde que começou a década.
2009 Mas é agora, em 2009,2006
quea atinge
2009
o seu máximo histórico.
* Inclui PARES e outros programas financiados por Jogos Sociais, QREN, PIDDAC
FONTE Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
Evolução do desemprego
o Subsistema
cial População desempregada Em milhares
Taxa
FONTE Alto de desemprego
Comissariado para Em % 507
2008
a Imigração e Diálogo Intercultural 448,6
422,3 427,8 52 494427,1
393,6
0,4% 329,2 323,8 338,4 343,9 324,1 342,3 365 Ucrânia
272,9 257,5 270,5
243,5 231,1 207,5 251,9 225,8
194,1 205,5 213,5
2005
-1,8
8,4 7 5,7 5 4,7 4,1 4,1 5,5 6,8 7,1 7,2 6,7 4,9 4,4 3,9 4 5 6,3 6,7 7,6 7,7 8 21 7,6
147 9,1
Moldávia
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 I Trim. 09
NTE Instituto da Segurança Social 27 771
FONTE Instituto Nacional de Estatística

Roménia

68 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
Origens
da imigração
48 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
2004 2005 2006 2

Os funcionários públicos auferem um ordenado médio 73% superior

PÚBLICOS Salários nos sectores público e privado


Público Privado

E BEM PAGOS
Um estudo do Banco de
Salário médio mensal

+30,56%
Variação

+24,13%
Salário médio/hora

+31,25%
Variação

+25%
Portugal revela que a média
dos salários do sector
público não só está muito €1 491 €10,5
acima da praticada no
privado como evoluiu mais €1 142 €8
favoravelmente, entre 1999
e 2005. A Função Pública €859
€5,5
sai ainda mais beneficiada, €692
€4,4
quando se comparam as
remunerações auferidas
por cada hora de traba-
lho. O salário médio, no 66,47% Diferença 73,57% 81,82% Diferença 90,91%
entre entre
público, é 73% superior ao Público e Privado Público e Privado
ordenado médio praticado
no privado 1999 2005 1999 2005
FONTE Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal

Paulo Santos

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Despesa com o pessoal
Despesas com pessoal em milhões de euros

Em percentagem do PIB

14,1% 14,4%
O Executivo de José Sócrates 13,6%
Variação anual %

garantiu
12,9% que iria
12,9%acabar com 75 mil postos de trabalho no

Estado. Teixeira dos Santos garante que esta medida está a ser cumprida e que o Estado
empregava, no21 541
final de 212008,
174 menos
21 059
cerca21de
377 50 mil pessoas do que em 2004. No programa
20 342
do Governo estava ainda prevista a alteração da idade da reforma dos funcionários
públicos (60 anos) e a revisão do sistema de progressão de carreiras e remunerações e
a suspensão das progressões automáticas. Em Dezembro de 2006, entrou em vigor a lei
da mobilidade especial e, no final do primeiro semestre de 2009, eram mais de 3 mil os
funcionários que tinham sido colocados naquele regime. Mesmo assim, a Administração
+5,9 -1,7 -0,5 +1,5
continua a ter um forte peso nos gastos do Estado, e os seus funcionários auferem um
ordenado médio 73% superior ao dos trabalhadores do sector privado
2004 2005 2006 2007 2008
FONTE Ministério das Finanças

Efectivos na Administração Pública


MENOS GENTE NO ESTADO 755 000 747 880
726 523
Pela primeira vez em muitos anos, o número 708 507 696 394
de funcionários públicos foi reduzido. Portugal
tem, actualmente, segundo o Ministério das
Finanças, menos de 700 mil pessoas nos quadros
da Administração Pública, um número inferior
ao registado em 1999. A proposta deste executivo
era admitir apenas um novo funcionário
2004 2005 2006 2007 2008
por cada dois que se reformassem. FONTE Ministério das Finanças

70 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
ao dos trabalhadores do sector privado
Estrutura profissional
MAIS FORMAÇÃO Estrutura
Estrutura
Distribuição
profissional
profissional
Distribuição dos funcionários públicos e agentes
Distribuição dos funcionários
dos funcionários
por grupo profissional
públicos
públicos e agentes
e agentes
Ao longo dos últimos anos, o nível de por grupo
por grupo profissional
profissional

PePsessso

rr
Pess
habilitações literárias dos funcionários

epreiorio
OO

ior
utut
Ooautlardloadpe

uper
roropepe
oal d
públicos subiu. Hoje, metade do pessoal dos

snte

0Té,08, má iocosuspu

anl al
onte
1,4 Dirigente

l
o ona

iosnio
icige
aJuJsusoal
a Ju
e

sssosaolal2,23,3

cncn átáiisctsiico
nige
quadros do Estado possui um curso superior. e ffor

2,2, 6,6InIcno pncincoico

issis
for céncinc
0,0 cn8iTéTcé tico
ef

stsiçtiç

cDir

ofof
2, 5I,n59,9TénTico
or or ça

stiça

TéDir

porpr
m f
ç ça s d F

3 3 fofro ro
as

a a4,4,3,2

mr
o
Os mais qualificados concentram-se na de For s dee seForrça

1,4
c

icoic
é
1,4
2
se ça segguçass A

T
4,2

5, 9
2

TéTé
gu s A u ran A rm o
tivo

0,8
Educação, na Saúde e na Ciência e Tecnologia. ra rm ran çarm ad o
tiv trativ

0,6
nç a ç 1 a a
a da a 1 5d, a s tra miniisstra

3
15 s 5 3 s is n
Só o pessoal docente representa um terço dos ,3 ,3
n
mi Admi
Ad 9,11 Ad
9,1 9,
quadros da Administração Pública rio
ioOperário
pe0rá,9r Operá
0,9 O 0,9
Evolução do índice de tecnicidade do emprego
Evolução
Evolução do índice
do índice de tecnicidade
de tecnicidade do emprego
do emprego
Em percentagem
Em percentagem
Em percentagem % %
% 12,6
Curso superior 10 a 12 anos 9 anos < 9 anos 12,6 Au12,6 AAuuxxiliar
Curso superior 10 a 12 anos
Curso superior 10 a 12 9anos
anos 9 anos< 9 anos< 9 anos 11,6 xiliar iliar
1S1,a6úde 11,6
1996 42,4 18,2 15,2 24,3 de S
ssaoúadll dedee Saúde
1996 1996 42,4 42,4 18,2 18,2 15,2 15,2 24,3 24,3 l
a P oa
Pesso Pess 33
1999 43,6 18,5 14,7 23,1 33 33docente
Pessoal
1999 1999 43,6 43,6 18,5 18,5 14,7 14,7 23,1 23,1 PessoalPessoal
docentedocente
2005 49,2 21,7 12,1 17,1
2005 2005 49,2 49,2 21,7 21,7 12,1 12,117,1 17,1
FONTE Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público FONTE Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público
FONTE Direcção-Geral
FONTE Direcção-Geral da Administração
da Administração e doPúblico
e do Emprego Emprego Público FONTE Direcção-Geral
FONTE Direcção-Geral da Administração
da Administração e doPúblico
e do Emprego Emprego Público

Estrutura
Estrutura
Estrutura habilitacional
habilitacional
habilitacional
Distribuição do emprego, por habilitações literárias
Distribuição
Distribuição do emprego,
do emprego, por habilitações
por habilitações literárias
literárias Em toda Administração do Estado sem os ministérios
Em toda Em toda Administração
Administração do sem
do Estado Estado sem os ministérios
ose ministérios
a Administração do Estado da Educação, da Saúde da Ciência e Tecnologia
a Administração
a Administração do Estado
do Estado da Educação,
da Educação, daeSaúde
da Saúde e da Ciência
da Ciência e Tecnologia
e Tecnologia
9 973 Doutoramento 417
9 973 9 973 Doutoramento 417
Doutoramento 417
11 403 Mestrado 1 139
11 403 11 403 MestradoMestrado 1 139 1 139
217 387 Licenciatura 41 922
217 387217 387 Licenciatura
Licenciatura 41 922 41 922
41 861 Bacharelato 6 013
41 861 41 861 Bacharelato
Bacharelato 6 013 6 013
2 895 Curso Técnico/Profissional 1 149
2 895 2 895 Curso Técnico/Profissional
Curso Técnico/Profissional 1 149 1 149
69 855 12.° ano 41 239
69 855 69 855 12.° ano12.° ano 41 239 41 239
51 168 11.° ano 40 279
51 168 51 168 11.° ano 11.° ano 40 279 40 279
68 981 9.° ano 41 543
68 981 68 981 9.° ano 9.° ano 41 543 41 543
42 264 6 anos de escolaridade 17 924
42 264 42 264 6 anos
6 anos de de escolaridade
escolaridade 17 924 17 924
62 662 até 4 anos de escolaridade 24 784
62 662 62 662 atéde
até 4 anos 4 anos de escolaridade
escolaridade 24 784 24 784
FONTE Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público
FONTE Direcção-Geral
FONTE Direcção-Geral da Administração
da Administração e doPúblico
e do Emprego Emprego Público

Despesa com o pessoal


FACTURA PESADA
As despesas com o pessoal
Despesas com pessoal em milhões de euros

Em percentagem do PIB Variação anual %


MARCOS
da Administração Pública Redução de efectivos
aos quadros da Função
desceram ligeiramente nos 14,4% Pública
14,1%
últimos quatro anos, devido 13,6%
12,9% 12,9% Crescimento do nível
à redução de efectivos, médio das habilitações
ao congelamento dos literárias
salários e à suspensão da 21 541 21 174 21 059 21 377 Suspensão da pro-
20 342
progressão automática das gressão automática das
carreiras. Mesmo assim, os carreiras
salários da Função Pública Entrada em vigor da lei
representam 13% de toda a da mobilidade especial,
riqueza gerada no País que já abrangeu mais de
três mil funcionários
Revisão do sistema de
+5,9 -1,7 -0,5 +1,5
remunerações
Congelamento dos
salários
2004 2005 2006 2007 2008
FONTE Ministério das Finanças

10 DE SETEMBRO DE 2009 v 71
Efectivos na Administração Pú
755 000 747 880
726 523
Com a eficácia da máquina fiscal e o aumento de impostos, os portugues
Taxa
Taxa de
de desemprego
desemprego 8,9
9,1
9,1
8,9
Em
Em %
%

MENOS POSTOS DE TRABALHO


8,4
8,4
8,2
8,2
8,0
8,0 7,9 7,9
7,9 7,9 7,8
7,8 7,8
7,7
7,7 7,7
7,7 7,7
7,7 7,8
7,6
7,6
7,5
Em quatro anos de legislatura,
7,5 o Executivo nunca conseguiu manter
7,4
7,3 7,4 7,3
o desemprego abaixo7,1 7,2
7,1dos 7 por cento.
7,2 A situação estava a 7,3
melhorar em 2008, 7,3
mas, com a chegada
6,8
6,8 da crise, o indicador disparou.
6,4
Taxa
6,4 de
6,3desemprego
6,3
8,9
9,1

Em %
II IIII III
III IV
IV Trim.
Trim. II IIII III
III IV
IV Trim.
Trim. II IIII III
III IV
IV Trim.
Trim. 8,4II IIII III
III IV
IV Trim.
Trim. II IIII III
III IV
IV Trim.
Trim. II IIII Trim.
Trim.
8,2
2004
2004 2005
2005 8,0 2006
2006 7,92007
20077,9 2008
2008 2009
2009
7,7 7,7 7,8 7,7FONTE7,8
7,6 FONTE Instituto
Instituto Nacional
Nacional de
de Estatística
Estatística
7,5 7,4
7,2 7,3 7,3
7,1
6,8
6,4 6,3

I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II Trim.

Importações
2004 vs
Importações vs exportações
exportações2005 2006 Endividamento
2007 das
Endividamento das famílias
famílias 2008 2009
Em
Em milhões
milhões de
de euros
euros Em
Em percentagem
percentagem do do rendimento
rendimento disponível
disponível
FONTE Instituto Nacional de Estatística

ECONOMIA
Importações Exportações Endividamento
Endividamento total
total das
das dívidas
dívidas
Importações Exportações Rendimento
Rendimento disponível
disponível montante
montante que
que as
as famílias
famílias
13
13 393,0 10
10 784,7 têm
393,0 II Trim.
Trim. 2009
2009 784,7 têm para
para gastar
gastar anualmente
anualmente Paulo M. Santos 127
136
136 135 135
16 256,4 12 127
16 256,4 IV
IV Trim.
Trim. 12 509,1
509,1 113
120
120
106 113
18
18 468,0
468,0 III
III Trim.
Trim. 14
14 071,3
071,3 100
100 106
88 93
93
17 909,1
17 909,1 IIII Trim.
Trim. 14 004,4
14 004,4 81 88
81
17 69
69
17 935,0
Importações
935,0 II Trim.
vs exportaçõesTrim. 2008
2008 14
14 102,0
102,0 Endividamento
59
59 das famílias
17
17 100,1
100,1 IV
IV Trim.
Trim. 13
13 613,3
613,3
Em milhões de euros Em percentagem do rendimento disponível
16 647,3
16 647,3 III Trim.
III Trim. 13 391,6
13 391,6
16 Endividamento total das dívidas
16 054,2
054,2 ImportaçõesIIII Trim.
Trim.Exportações 13
13 289,0
289,0 1997
1997 1998
1998 1999
1999 2000
2000 2001
2001 2002
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
15
Rendimento disponível montante que2003 2004
as famílias 2005 2006 2007 2008
15 757,4 13
13 136,8
I Trim. 2007 FONTE
FONTE Banco
Banco de
de Portugal
757,4
13 393,0 II Trim.
Trim. 2009
2007 10 784,7136,8 têm para gastar anualmente
Portugal
136 135
127
1615
15 256,3
256,3
256,4 IV Trim.
IV Trim.
IV Trim. 12 509,1
12 513,2
513,2 120
113
15
15
18 468,0 423,8
423,8
José Sócrates inicia a legislatura num «estado
III Trim.
III
III
Trim.
Crédito
Crédito
de graça»
Trim. à
à habitação
que habitação
duraria por
12100 habitante
12 293,2
293,2
por
93pouco habitante
mais de
14 071,3 106
9
15 044,5
15 044,5 11
11 912,6
912,6II Trim.
II Trim. 88 9 061
061
17 909,1 14 004,4
II Trim. Em euros 81
dois 15meses.
246,5 Logo após ter conhecido o Relatório
11 485,4
I Trim. 2006
Em euros
Constâncio,
69 que apontava para um
77 860
15 246,5
17 935,0 11 485,4
II Trim.
Trim. 2008
14 102,0 2006 77 390 860
59 390
défice 14 orçamental
14
17 100,1 306,1
306,1 acima dos 6% do PIB, 11
o13primeiro-ministro
020,7
11 020,7 IV
IV
Trim.
IV Trim.
Trim.
613,3 6 163
6 163 dá
6
início
598
6 598 a um período
14
14 099,4
099,4 10
10 814,3
814,3 III Trim.
III Trim.
de1616austeridade,
647,3
13
13 809,5
054,2 809,5
com o objectivo de equilibrar
10
10 534,6
13 391,6
534,6
III
II
13 289,0
as
Trim.
II Trim.
Trim.
II Trim.
contas públicas. Ainda com Campos
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
e Cunha 13 na pasta das Finanças (substituído
558,9
13 558,9
15 757,4 10 197,5
10 197,5 mais tarde por Teixeira dos Santos),
I Trim.
II Trim.
2005
Trim. 2007
13 136,8 2005 FONTE Banco de Portugal
13
13 501,3
501,3 anuncia várias medidas de10 313,1
o Governo
15 256,3
13 227,9
227,9
contenção,
10 313,1 IV
12 513,2
10 174,4
174,4
IV
Trim.
IV Trim.
Trim.
III Trim.
Trim.
que iriam motivar as primeiras
13 10
15 423,8
contestações 12 sociais. O objectivo foi conseguido
III
12 293,2
III Trim.
emCrédito à habitação
dois anos, por habitante
com a descida do défice
12 951,9
15 044,5 951,9 10 401,8
10 11
401,8
912,6II Trim.
II Trim.
II Trim. 9 061
Em euros
para152,6% 12
246,5 do PIB. A crise internacional
532,2
12 532,2 10 baralhou
063,4
10 11
063,4I Trim.
II Trim.
485,4Trim. 2006 as contas
2004
2004 2003
2003
e obrigou
2004
2004
a medidas
2005
72005
390
drásticas
72006
860
2006 2007
2007
para tentar travar o desemprego e apoiar a actividade6 163
14 306,1 IV Trim. 11 020,7 económica. O défice orçamental
FONTE
FONTE Instituto
Instituto Nacional
6 598Nacional de
de Estatística
Estatística FONTE
FONTE Instituto
Instituto Nacional
Nacional de
de Estatística
Estatística

14 099,4 III Trim. 10 814,3


deverá disparar, outra vez, para perto dos 6% do PIB. Mas, se as contas públicas não
Inflação
Inflação
13 809,5 II Trim. 10 534,6
estivessem
Em %
13 558,9 em 4,4
4,4
ordem, Ios
Trim.efeitos
2005 da crise
10 197,5poderiam ter sido muito mais graves.
Em % 13 501,3 IV Trim. 10 313,1
3,7
3,7
13 227,9 3,3 III Trim. 10 174,4
3,3
3,0
3,0
12 951,9
2,8
2,8 II Trim. 10 401,8
2,7
2,7
2,5 Evolução
Evolução do
do défice
défice orçamental
orçamental
CONTAS EM DIA
12 532,2 2,52004 2,4
2,4 10 063,4
2,2
2,2 2,2
2,2 I Trim. 2,12,1 2003 2004 2005 2006 2007
1,9
1,9 FONTE Instituto Nacional de Estatística Em
Em %
% FONTE Instituto Nacional de Estatística
Depois de herdar um défice orçamental superior 1,3
1,3 a 6% do Governo 6,1
6,1 5,9*
5,9*
de Santana Lopes, José Sócrates conseguiu, em dois anos, trazer este
Inflação indicador para baixo dos 3%, a meta estipulada no Pacto de Estabilidade 3,9
4,4 3,9
Em % e Crescimento. Mas foi sol de pouca dura. Com a chegada da crise, 2,6 2,6
2,6 2,6
3,7
o Governo viu-se
3,3 obrigado a tomar medidas -0,5 para relançar a economia.
-0,5
O dinheiro, claro está, saiu 3,0
dos cofres e o défice
1997 1998 1999 2000
2,8 2001 2002 2003 2004 2005 2006
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2007 2008
2,7 2009* 2010*
2009* 2010* deverá disparar, no 2005
2005 2006
2006 2007
2007 2008
2008 2009
2009
*Previsões
2,2 2,2
*Previsões final deste ano. Mas, 2,5 desta vez, 2,4
FONTE
FONTE Banco
2,1
Banco de
de Portugal
Portugal
com
ee Instituto
Instituto
autorização
Nacional
Nacional de
de Estatística
Estatística
de Bruxelas. Evolução
*Previsão
*Previsão
do défice orçamental
FONTE
FONTE Eurostat
Eurostat
1,9
Em %
1,3
6,1 5,9*
72 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
3,9
es pagaram mais 17,1% ao fisco entre 2004 e 2008

SEMPRE A COBRAR
A subida do IVA, a 1 de Julho de 2005, de 19% para 21%, foi a medida fiscal com maior impacto durante
esta legislatura, originando uma receita adicional de quase 2 mil milhões de euros para o Estado. Mas
também se substituiu o Imposto Automóvel (IA) pelo Imposto sobre os Veículos (ISV), diluindo no
Receitas totais dos impostos
tempo o pagamento às Finanças pelo uso de viatura própria. O Governo onerou,Variação ainda, o Imposto sobre
da receita fiscal %
oEmTabaco
milhões de euros
e o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP). Contas feitas, no final de 2008, os portugueses
Impostosmais17,1%
pagavam directos de impostos do que em 2004. Mas a subida da receita pública deve-se também ao
Total
+0,01
melhor desempenho IRS da administração
IRC fiscal, que passou a cobrar
Outros com
impostos mais eficácia. +7,20
directos
+9,23
2005 7 753 3 721 45 11 519
2006 8 233 4 333 44 12 611
Receitas totais dos impostos
2007 9 051 5 689 23 14 763 Variação
2005 da 2006
receita fiscal %
2007 2008
Em milhões de euros
2008 9 344 5 989 13 15 346
Impostos directos Total
Impostos indirectos
IRS IRC Outros impostos directos
Imposto Imposto Total +0,01
IVA ISP IA/ISV sobre Tabaco Selo Outros +7,20 +9,23
impostos indirectos
2005 7 753 3 721 45 11 519
2005
2006 8 233 11 672 4 333 244
993 1 173 1 323121611
458 298 18 917
2006
2007 9 051 12 401 5 689 3 045 23 1 166 114
4267631 633 345 20 016
2005 2006 2007 2008
2007
2008 9 344 13 196 5 989 3 169 13 1 187 1 225
15 346 1 733 365 20 875
2008 13 430 2 530 918 1 296 1 769 352 20 295
Impostos indirectos Imposto Imposto Total
Total da receita fiscal IVA ISP IA/ISV sobre Tabaco Selo Outros impostos indirectos

2005 Impostos directos


11 672 2 993 1 173 1 323 1 458 Impostos indirectos
298 18 917
2005
2006 12 401 3 045 1 166 1 426 1 633 345 20 016 30 436
2006
2007 13 196 3 169 1 187 1 225 1 733 365 20 875 32 627
2007
2008 13 430 2 530 918 1 296 1 769 352 20 295 35 638
2008 35 641
Total da receita fiscal FONTE Ministério das Finanças
Impostos directos Impostos indirectos
2005 30 436
2006 32 627
2007 35 638
2008 35 641
FONTE Ministério das Finanças

A DIVERGIR DA EUROPA MARCOS


Os portugueses estão cada vez mais pobres, quando comparados com os seus parceiros
europeus. A economia nacional tem crescido a um ritmo muito lento, nos últimos anos. Aumento de vários
impostos, como
Desde 2000 que o Produto Interno Bruto (PIB) não aumenta acima dos 2% e tem sido o IVA, ISP e Imposto
sempre inferior à média dos 27 membros da União Europeia. sobre o Tabaco
Campos e Cunha
Evolução do Produto Interno Bruto Convergência real demite-se de ministro
Em % PIB per capita em Paridades das Finanças ao fim de
de Poder de Compra (UE 27 = 100) quatro meses no cargo,
Portugal UE 27 3,2 sendo substituído por
2,8 75,2 Teixeira dos Santos
2,5
2,0
Entra em vigor um
1,3 74,6 74,6 novo escalão do IRS
Evolução
1,5do Produto Interno
1,4 Bruto 1,9 0,9 Convergência
74,3 real que taxa a 42%
0,9 -0,1
Em % PIB per capita em Paridades os rendimentos acima
0,0 de Poder de Compra (UE 27 = 100) de 60 mil euros
Portugal UE 27 3,2
-0,8 2,8 Défice orçamental fica
2,5 -0,8 75,2
abaixo dos 3% do PIB em
2,0
-3,7 dois anos consecutivos
1,3 74,6 74,6 72,5
1,9 0,9 Endividamento das
1,5 1,4 74,3
0,9 -4,0 -0,1 famílias atinge os 135%
do rendimento disponível
2003 2004 2005 2006 2007 0,0
2008 2009* 2010* 2004 2005 2006 2007 2008
*Previsões
-0,8 FONTE Eurostat FONTE Eurostat
-0,8

-3,7
72,5
10 DE SETEMBRO DE 2009 v 73
-4,0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* 2010* 2004 2005 2006 2007 2008
Taxa de desemprego 9,1
Taxa de desemprego 8,9
Em %
Em %8,4
8,2 8,4

ECONOMIA
8,0 7,9 7,9 8,2
7,7 7,7 7,8 7,7 8,07,8
7,6
7,5 7,4 7,7 7,7
7,2 7,3 7,5 7,3
7,1 7,3 7,4
7,1 7,2
6,8
6,8
6,4

COMÉRCIO INTERNACIONAL EM BAIXA REFÉNS DO CRÉDITO


6,3
6,4 6,3

I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II III IV Trim. I II Trim.
As vendas de produtos portugueses ao exterior têm sido O endividamento
I II III dos portugueses
IV Trim. I II triplicou
III em apenas
IV Trim. I II III IV Trim. I
2004 2005
um dos principais pilares do crescimento económico do 2006 2007
12 anos. Actualmente,
2004
2008
as dívidas às instituições
2005
2009
2006
País. O bom comportamento das exportações fez-se sentir financeiras ultrapassam em 35% o rendimento FONTE Instituto Nacional de Estatística

disponível das famílias. O recurso ao crédito deve-se,


até ao terceiro trimestre de 2008, mas a crise internacional
essencialmente, à grande descida das taxas de juro,
travou os fluxos de comércio. Portugal sentiu ainda mais os que se verifica desde que Portugal aderiu ao euro. A
efeitos desta estagnação, porque dois dos seus principais compra de casa é a que mais contribui para delapidar o
mercados de exportação, Espanha e Alemanha, foram dos orçamento familiar. Só pela habitação, cada português
países mais afectados pela crise. deve mais de 9 mil euros ao banco.

Importações vs exportações Endividamento das famílias


Importações vs exportações Endivid
Em milhões de euros Em percentagem do rendimento disponível
Em milhões de euros Em percen
Importações Exportações Endividamento total das dívidas
Rendimento disponívelImportações
montante que as famílias
Exportações Endividam
13 393,0 I Trim. 2009 10 784,7 têm para gastar anualmente 136 135 Rendimen
13 393,0 I Trim. 2009 12710 784,7 têm para g
16 256,4 IV Trim. 12 509,1 120
16 256,4 113 12 509,1
18 468,0 III Trim. 14 071,3 100 106
IV Trim.
18 468,0 88 93 III Trim. 14 071,3
17 909,1 II Trim. 14 004,4 81
17 935,0 17 909,1
69 II Trim. 14 004,4
I Trim. 2008 14 102,0 59
17 935,0 I Trim. 2008 14 102,0 69
17 100,1 IV Trim. 13 613,3 59
16 647,3 17 100,1 IV Trim. 13 613,3
III Trim. 13 391,6
16 054,2 16 647,3 III Trim. 13 391,6
II Trim. 13 289,0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
15 757,4 16 054,2 II Trim. 13 de
289,0 1997 1998
I Trim. 2007 13 136,8 FONTE Banco Portugal

15 256,3 15 757,4 I Trim. 2007 13 136,8


IV Trim. 12 513,2
15 256,3 IV Trim. 12 513,2
15 423,8 III Trim. 12 293,2 Crédito à habitação por habitante
15 044,5 II Trim. 11 912,6
15 423,8 III Trim. 12 293,2
9 061 Crédito
Em euros
15 044,5 II Trim. 11 912,6
15 246,5 I Trim. 2006 11 485,4 7 860 Em euros
7 390
14 306,1 15 246,5 I Trim. 2006 11 485,4
IV Trim. 11 020,7 6 598
6 16314 306,1 IV Trim. 11 020,7
14 099,4 III Trim. 10 814,3 6 163
13 809,5 14 099,4 III Trim. 10 814,3
II Trim. 10 534,6
13 558,9 13 809,5 II Trim. 10 534,6
I Trim. 2005 10 197,5
13 501,3 13 558,9 I Trim. 2005 10 197,5
IV Trim. 10 313,1
13 227,9 13 501,3 IV Trim. 10 313,1
III Trim. 10 174,4
12 951,9 13 227,9 III Trim. 10 174,4
II Trim. 10 401,8
12 532,2 12 951,9 II Trim. 10 401,8
I Trim. 2004 10 063,4 2003 2004 2005 2006 2007
12 532,2 I Trim. 2004 10 063,4 2003
FONTE Instituto Nacional de Estatística FONTE Instituto Nacional de Estatística
FONTE Instituto Nacional de Estatística

Inflação
PREÇOS EM QUEDA
Em % 4,4
3,7
Inflação
Em % 4,4
Pela primeira vez nas últimas
3,3 décadas, Portugal poderá 3,7
3,0 3,3
fechar um ano2,8com uma baixa generalizada dos preços.
2,7 3,0
Segundo
2,5 2,4
as estimativas do Banco de2,1Portugal, a taxa
2,2 2,2
2,8 Evolução
2,5
do défice orçamental
2,7
1,9 2,4
2,2 2,2 2,1
de inflação homóloga para 2009 será negativa em 0,5 1,9 Em %
1,3
por cento. Uma descida que se deve, essencialmente, à 6,1 1,3
5,9*
retracção do consumo provocada pela crise internacional.
O banco central afasta a possibilidade de o País entrar em 3,9

deflação, um dos maiores riscos para a economia e que, na 2,6 2,6

década passada, travou o desenvolvimento do Japão. -0,5 -0,5


1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* 2010* 2005 2006 2007 2008 2009
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* 2010*
*Previsões FONTE Banco de Portugal e Instituto Nacional de Estatística *Previsão FONTE Eurostat
*Previsões FONTE Banco de Portugal e Instituto Nacional de Estatística

DATA 2 DE JULHO 2009


Manuel Pinho simula uns chifres com os indicadores para
o deputado Bernardino Soares, na Assembleia da República.
O gesto provoca a demissão do ministro da Economia

74 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
48 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
O novo modelo judicial das grandes comarcas revelou a falta de cem

CIFRAS
‘Carjacking’ Homicídios
‘Carjacking’
178

NEGRAS
O aumento da criminalidade
2004

187
178
2004

2004
violenta foi a principal dor de
cabeça das forças de segu- 597
rança durante a legislatura. 597
145
Crimes como o carjacking e 2008
2008
os assaltos à mão armada
banalizaram-se, acentuando 2008
Número de crimes Furto em residências
o sentimento de insegurança
e as reivindicações por mais Número de crimes
policiamento de rua.
O Governo respondeu com a
reestruturação das polícias,
criando equipas especiais
de combate ao crime mais 22 586 29 654
complexo. Mas, para já, ainda
não conseguiu inverter as 405 605 421 037
estatísticas. 2004 2008 2004 405 605
2008 421 0
FONTE Ministério da Administração Interna
2004 2008

Ricardo Fonseca
e Tiago Fernandes

O mundo da Justiça e da Segurança andou a dois tempos. Nunca tantos políticos e


empresários de renome foram processados. A ideia de que a Justiça não aflige ricos
e poderosos poderá ter caído por terra, graças a uma postura mais séria, especializada
e eficaz da magistratura e das polícias. Fátima Felgueiras, Dias Loureiro, Oliveira e Costa,
Jardim Gonçalves, Isaltino Morais, Pinto da Costa – todos eles estiveram sob suspeita.
O mediatismo destes processos ajudou, porém, a ilustrar o padrão de lentidão das decisões
judiciais: mega-inquéritos que duram há mais de quatro anos, como a Operação Furacão
e o Caso Freeport, ainda nem sequer têm acusação. Por outro lado, cresceu o sentimento
de insegurança nas populações, devido ao aumento da criminalidade violenta

Evolução de processos nos tribunais

823 267
MONTANHA DE PAPEL DIMINUI
Número de processos entrados Número de processos findos Evolução de processos nos tribunais
Número de processos entrados Número de processos findos
817 140
Em quatro anos, 100 mil processos deixaram
de702 977
estar pendentes. Além 702da
977redução pro- 823 267
817 140
cessual, entram hoje menos 4% de casos nos 702 977 702 977
tribunais. O desvio de alguns litígios para a
mediação ajuda a explicar este decréscimo,
2004 significativo
2008 nas acções civis
2004 e comerciais. 2008 Na
área criminal, laboral e de execução,
FONTE o descon-
Ministério da Justiça
2004 2008 2004 2008
gestionamento ainda não é muito notório FONTE Ministério da Justiça

76 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
novos procuradores

POLÍCIAS TODO-O-TERRENO MAIS CRIME


Os agentes das forças E MENOS PRESOS
especiais da PSP estão O grave problema da sobrelotação das
equipados com a mais cadeias foi, teoricamente, vencido a par-
moderna tecnologia tir de 2007, ano em que os 12 416 lugares
existentes eram ocupados por 11 587
presos. A inversão do fenómeno deve-se
Armas1 a uma diminuição da quantidade de re-
Homicídios
A pistola-metralhadora clusos – que os especialistas atribuem às
178 tem menos de três quilos, a novas leis penais – e à construção e recu-
secundária pesa 595 gramas
2004 peração de estabelecimentos prisionais.
Coincidência ou não, o número global
Capacete1 187 de polícias (PSP, GNR e PJ) também
É de titânio e resistente
2004 ao desceu. Juntos, não enchem as bancadas
impacto das balas, incluindo do estádio Alvalade XXI
597 a viseira
145 Número de reclusos
2008
Luvas1 2008
2004 13 152
São essenciais para o agente
Furto em residências
descer em rappel, a partir de 2008 10 807
Número de reclusos
um helicóptero
2004 13 152
Colete1 Número de polícias PSP, GNR e PJ
2008
Confere 10 807 balística
protecção
na zona do tronco 2004 47 236
22 586 29 654
421 037 de polícias PSP, GNR e PJ
Número 2008 46 889
Protecções braços e pernas1
2008 2004 2008
2004
Resistem a apedrejamentos e 47 236
FONTE Ministério da Administração Interna
ao embate de outros objectos Número de prisões
2008 46 889
2004 56

2008 53
Número de prisões
FONTE Direcção Geral dos Serviços Prisionais, PSP, GNR e PJ
2004 56

2008 53
MUITOS TRIBUNAIS, POUCOS MAGISTRADOS
FONTE Direcção Geral dos Serviços Prisionais, PSP, GNR e PJ

Apesar da dimensão do parque judiciário ser praticamente a mesma, nos últimos quatro MARCOS
anos muitos tribunais foram alvo de profundas remodelações, num total de 90 empreita- Reorganização
das. O campus da Justiça de Lisboa é a obra mais visível, com um complexo de 11 edifícios. territorial das polícias
Evolução do número
Apesar do ligeiro aumento do número de magistrados, o novo modelo judicial das grandes Novo mapa de tribunais e de magistr
comarcas revelou a falta de cem novos procuradores, lugares hoje ocupados por 60 substi- judiciário
tutos, quase todos recém-licenciados em Direito. Tribunais Juízes
Alteração do código
e do processo penal
Evolução do número de tribunais e de magistrados Redução das férias
judiciais de dois para
Tribunais Juízes Procuradores um mês
Desmaterialização
351 358 criação das 1754
da Justiça:
notificações e outros
19
2004 ofícios electrónicos
2008 2004
para reduzir o papel 20
1217 nos processos
351 358 1754
1932 1461
2008
2004 2008 2004
2008 2004
s FONTE Ministério da Justiça, Conselho Supeior de Magistratura

0
10 DE SETEMBRO DE 2009 v 77
Orçamento da Cultura Em milhões de euros Percentage
Com o governo Sócrates, a Cultura regressou aos orçamento irrisórios: 293,8 293,5
249,1 255,2
198,1 210,2

0,6 0,6 0,6 0,6 0,7 0,5

ORÇAMENTO: UMA DÉCADA DE MISÉRIA


Há muito que os governos prometem destinar 1% do total do Orçamento do Estado à Cultura. Quem mais
1998 1999 2000 2001 2002 2003

se aproximou foi António Guterres, mas não passou dos 0,6 por cento. Com José Sócrates, o ministério teve
dos piores orçamentos da última década

Orçamento da Cultura Em milhões de euros Percentagem no Orçamento do Estado

293,8 293,5 285,1


273,4 260,5
249,1 255,2 245,5
210,2 224,8
198,1

0,6 0,6 0,6 0,6 0,7 0,5 0,5 0,6 0,5 0,4 0,4

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

CULTURA
Alexandra Correia

Manuel Maria Carrilho – é consensual – foi o ministro da Cultura que mais se destacou,
no Portugal democrático. Mas, no ano de 2000, bateu com a porta, queixando-se de
não ter dinheiro suficiente para concretizar as políticas que planeara. Nessa altura, o
orçamento da Cultura correspondia a 0,6% do Orçamento do Estado (OE). Quase uma
década depois, que diria Carrilho a um orçamento que representa apenas 0,4% do OE?
Longe, muito longe da meta de 1%, definida no programa de Governo de José Sócrates.
Na área por onde passaram dois ministros nos últimos quatro anos, a inactividade
tornou-se a imagem de marca. Esta é, definitivamente, uma casa onde não há pão

LER MAIS É PRECISO


O actual Governo lançou, em 2006, o Fraca leitura
Plano Nacional de Leitura, do qual se têm
Praticamente metade
feito balanços positivos. Os portugueses dos portugueses não leu
bem precisam de incentivos à leitura. nenhum livro no ano de 2007
Somos dos que menos lêem livros, na 49%
União Europeia. Aliás, piores do que nós 28%

só mesmo os malteses FONTE Instituto Nacional de Estatística;


Eurostat e Alto Comissariado para a Saúde Portugal Média Europeia

78 v 10 DE SETEMBRO DE 2009 Receitas Filmes produzidos Espectadores


Em milhões de euros de autoria nacional Em milhões
a legislatura acaba com apenas 0,4% para o sector
Cultura Em milhões de euros Percentagem no Orçamento do Estado

293,8 293,5 285,1


273,4 260,5
255,2
MUSEUS: UMA ÁREA EM EXPANSÃO Receitas Es
249,1 245,5
224,8
ESPECTÁCULOS: AO VIVO E A CORES Em milhões de euros Em

A instalação do Museu Berardo, no Centro Cultural de A gestão dos teatros nacionais foi uma pedra
tística
Belém, é um marco deixado por este Governo, não isento no sapato deste Governo. Com grande polé-
66,4
0,6 de polémica
0,6 0,7 devido
0,5aos montantes
0,5 envolvidos.
0,6 Pelo
0,5 0,4 mica, a ministra Isabel Pires de Lima afasta
0,4
caminho, ficaram outras atrapalhações, como a tenta- António Lagarto do D. Maria II, substituindo-o
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
tiva falhada de criar em Lisboa uma extensão do Museu por Carlos Fragateiro (que o ministro Pinto
Ribeiro depois demite). Não menos controversa 29
Hermitage, de São Petersburgo
foi a criação da Opart, entidade empresarial
que juntou a ópera do S. Carlos à Companhia
Museus Nacional de Bailado, e que também está posta
Número total Visitantes Em milhões em causa pelo actual ministro
no Orçamento do Estado
292 9,9
2004 2007
273,4 285,1
2007 260,5 245,5 Receitas Espectadores
224,8 Espectáculos mais procurados
Em milhões de euros Em milhões
Em número de espectadores, 2007
258 8,9
66,4 Concerto de música ligeira
0,5 0,6 2004 0,5 0,4 0,4 Teatro

2004 2005 2006 2007 2008 Folclore 802 6


Mista (variedades) 689 27
Galerias de arte e espaços 29
Concerto de música clássica 578 947
de exposições temporárias
Multidisciplinares 313 816
Número total Visitantes Em milhões
Tauromaquia 296 883
804 6,9 6,9 9,8
Circo 285 047
2007 2004 2007 2004 2007Dança moderna
197 171
Recitais de coros 121 713
Espectáculos mais procurados
732 4,9 Em número de espectadores, 2007 Ópera 108 127
Dança clássica 86 827
2004
Concerto de música ligeira 3 655 490
Outras modalidades 906
Teatro 1 762 737
FONTE Instituto Nacional de Estatística Folclore 802 619
Mista (variedades) 689 276
Concerto de música clássica 578 947
Multidisciplinares 313 816
«A meta de 1% do Orçamento Tauromaquia 296 883

do Estado dedicada Dança moderna


Circo 285 047
197 171
à despesa cultural continua Recitais de coros 121 713

a servir-nos de referência» Ópera 108 127


Dança clássica 86 827
Programa do Governo 2005
Outras modalidades 906 336
FONTE Instituto Nacional de Estatística

CINEMA: OS FILMES Receitas Filmes produzidos Espectadores


MARCOS
DESTE PAÍS
O Estado chega a acordo
Em milhões de euros de autoria nacional Em milhões com Joe Berardo para a ins-
talação da sua colecção no
Mus
Entre 2004 e 2007, o Centro Cultural de Belém
Instituto do Cinema e 2008 69,9 12
15 (2007) 15,9 A ministra da Cultura,
Audiovisual disponibilizou Isabel Pires de Lima, é
38,1 milhões de euros para a substituída por José 2007

produção nacional. Um valor António Pinto Ribeiro


2004 71 12 15 17,1
49%semelhante ao que o PS vai É aprovado o programa
FONTE Instituto do Cinema e do Audiovisual
gastar, este ano, com as três cheque-obra para recupe-
ração do património, com
campanhas eleitorais FONTE Instituto do Cinema e do Audiovisual
apoios mecenáticos
2004

Média Europeia

10 DE SETEMBRO DE 2009 v 79 Gale


Receitas Filmes produzidos Espectadores
Em milhões de euros de autoria nacional Em milhões
de e
129 539 21 970 18 732
75 509 Evolução das
21 970
19 921
contra-ordenações
18 732 13 832
75 509 31 450
17 244 e23crimes
703 ambientais 13 832
2007 2008 31 450
FONTE Rede Eléctrica Nacional 17 244 23 703elaborados pelo SEPNA
Autos 20 706 2110 860
018
10 860
Portugal não vai cumprir Quioto, apesar de autorizado a subir as em 10 794
13 466 14 218

2004 2005 2006 2007 2008 2009* 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
*Até 152004
de Agosto (últimos dados disponíveis
2005 2006 para este2007
ano) 2008 2009* 2004 2005 2006 Autoridade2008
FONTE2007 2009*
Florestal Nacional

PAÍS DE FUMAROLAS
2004 2005 2006 2007 2008

NATUREZA DEBAIXO DE OLHO


*Até 15 de Agosto (últimos dados disponíveis para este ano) FONTEFONTE
GuardaAutoridade Florestal Nacional
Nacional Republicana

A criação, em 2001, do Serviço de Protecção Portugal não vai cumprir a sua parte do Protocolo de Quioto, ainda que
da Natureza e do Ambiente (SEPNA), tenha sido autorizado a subir em 27% as emissões de gases com efeito de es-
da GNR, foi das melhores coisas que tufa. Ou melhor, vai cumprir, sim, mas gastando muito dinheiro a comprar
aconteceram, no controlo da selvajaria licenças de emissão no mercado e não através de uma mudança estrutural.
reinante no País. Agentes motivados e Portugal é dos países da Europa mais afectados pelas alterações climáticas
um eficaz centro próprio de recolha de
denúncias (através do 808 200 520 e do site Emissões de gases com efeito de estufa
www.gnr.pt) têm deixado os criminosos Em milhões de toneladas
ambientais um pouco menos impunes

Evolução das contra-ordenações 89


�� Consumo
84 de energia,
86
��
segundo
89
�� fonte de
85 produção
��
Evolução das contra-ordenações
e crimes ambientais 60*
���
��
Objectivo do Programa do Governo para 2010:
eAutos
crimes ambientais
elaborados pelo SEPNA 20 706 21 018 39% de energia produzida a partir de renováveis
Autos elaborados pelo
14 SEPNA
218 20 706 21 018
13 466 Fuel Eólica
10 794 2004
13 466 14 218
10 794 2008

2004 2005 2006 2007 2008 1990


���� 2002
���� 2003
���� 2004
����
4% 2% 2005
���� 2006
����
2004 2005
FONTE Guarda Nacional Republicana
2006 2007 2008 *A quantidade acordada por Portugal, no âmbito do Protocolo de Quioto, 1,7% 11,3%
FONTE Guarda Nacional Republicana foi de 76,2 milhões de toneladas (27% acima do ano-base de 1990) FONTE Instituto Nacional de Estatística

Hidráulica Carvão

AMBIENTE
Luís Ribeiro
20% 11%
31% 21%

Emissões de gases com efeito de estufa


Emissões
Em milhões dede gases
com efeito de estufa
toneladas PRE* Gás
Em milhões de toneladas

89 89
84 86 85
60* 89 89
84 86 85 11,7% 24%
8,3% 21%
60*
*Produção em Regime Especial (excluindo eólica), maioritariamente de combustíveis fósseis
O Governo prometia, em 2005, colocar o Ambiente e o Ordenamento do Território no
centro da sua estratégia para o desenvolvimento. Proclamava dois objectivos (demasiado
vagos para virem a ser comprometedores): convergir ambientalmente com a Europa e
promover
1990 a2002
coesão territorial. 2003 Entre2004 os poucos
2005 pontos 2006
concretos, propunha-se iniciar a
construção
*A1990
do TGV, retomar
quantidade acordada2002
por Portugal, no âmbito do
2003 Protocolo
o processo
de
foi de 76,2 milhões de toneladas (27% acima do ano-base de 1990)
Quioto,
2004 da Ota
2005 (abandonado
2006 em detrimento de Alcochete)
FONTE Instituto Nacional de Estatística
*A quantidade acordada por Portugal, no âmbito do Protocolo de Quioto,
efoiatingir,
de 76,2 milhõesaté 2010,
de toneladas (27%39%
acima dode electricidade
ano-base de 1990) produzida a partir de renováveis e 4 500 MW de
FONTE Instituto Nacional de Estatística

energia eólica. Mas, perto do fim do prazo, Portugal parece irremediavelmente atrasado.


Ainda assim, a ambiciosa aposta nas renováveis é motivo de elogios por todo o mundo

POVO QUE SUJAS O PAÍS 63% 66% Destino do lixo municipal


Apenas 9% do nosso lixo doméstico é reciclado. Pior do que
isso é a imobilidade reinante no sector: entre 2004 e 2007,
os números praticamente não se alteraram, com Portugal 19% 20%
ainda a enviar a maior parte dos seus resíduos para aterros 8% 7% 9% 7%
sanitários. Aliás, de 2006 para 2007, a percentagem manda- 2004 2008

da para aterros até subiu 2 por cento. Só para se ter uma ideia Aterro Incineração Reaproveitamento Reciclagem
orgânico
da pobreza nacional, diga-se que a Suécia recicla mais de *Por efeitos do arredondamento,
90% do seu lixo doméstico a conta final fica-se por 99% FONTE Instituto Regulador de Águas e Resíduos

80 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
issões em 27%, mas está na linha da frente das renováveis

VIVA A CHUVA
Dependemos da sorte: se chove pouco, as hidroeléctricas produzem menos energia; logo,
precisamos de mais carvão e gás. Tivesse 2008 sido tão chuvoso como 2004 e teríamos
ficado perto da meta de 39% de electricidade produzida com renováveis. Como não foi, o
saldo equiparou-se (pouco mais de 20%, apesar do enorme aumento do parque eólico).
Talvez 2010 seja um ano molhado...
Consumo de energia, segundo fonte de produção
Objectivo do Programa do Governo para 2010: Saldo importador Energia total
produzida a partir
39% de energia produzida a partir de renováveis de renováveis em 2008
Fuel Eólica 19% Incluindo as mini-hídricas da PRE
2004
2008
14% 24,3%

4% 2%
1,7% 11,3%

Hidráulica Carvão
Potência instalada
de energia eólica
Objectivo do Programa
31% do Governo para
20% 11%
21%
2010: 4 500 MW
2 624

Em MW 1 894
PRE* Gás 1 515

896
498

8,3% 11,7% 21% 24% 2004 2005 2006 2007 2008


*Produção em Regime Especial (excluindo eólica), maioritariamente de combustíveis fósseis FONTE Rede Eléctrica Nacional

TUDO O QUE AINDA HÁ PARA ARDER


Em 2009, ardeu mais entre Janeiro e 15 de Agosto do que em todo o ano MARCOS
anterior. Contudo, os últimos três anos foram, estranhamente, calmos. Publicação de uma
Claro que é difícil perceber se estes bons resultados se devem a boas políticas nova Lei da Água, que
regula a gestão das
de prevenção e combate aos incêndios ou ao facto de, entre 2003 e 2006,
águas subterrâneas e
ter ardido quase um milhão de hectares de floresta e mato, deixando superficiais
muito pouco combustível para as chamas
Revisão do Programa
Tudo o que ainda há para arder Nacional de Alterações
Área ardida Em hectares Número de ocorrências Climáticas: cortes nas
338 262 Fogos e fogachos emissões de gases com
63% 66% Destino do lixo municipal 35 698
efeito de estufa (embora
não impeçam Portugal de
ficar acima do acordado
no Protocolo de Quioto)
129 539
19 921 Arranque do sistema
19% 20% 21 970 18 732 integrado de gestão de
75 509 8% 9% 13 832
7% 7% Resíduos Industriais
2004 2008 31 450 23 703 Perigosos (o que não é
17 244
Aterro Incineração Reaproveitamento Reciclagem 10 860 tratado segue para co-
orgânico
-incineração)
*Por efeitos do arredondamento,
a conta final fica-se por 99% FONTE Instituto Regulador de Águas e Resíduos Inauguração do Centro
Nacional de Reprodução
2004 2005 2006 2007 2008 2009* 2004 2005 2006 2007 2008 2009* de Lince-Ibérico, que
*Até 15 de Agosto (últimos dados disponíveis para este ano)
acolherá felinos envia-
FONTE Autoridade Florestal Nacional
dos por Espanha

10 DE SETEMBRO DE 2009 v 81
A prioridade dos novos fundos é a «massa cinzenta»
Distribuição dos fundos por áreas

DIVIDIR O POUCO PELAS ALDEIAS O PAÍS


Regional (FEDER) e Fundo
de Coesão (FC) por áreas

COMUNITÁRIO
de intervenção
Por áreas
Fundo Soc

Qualificação d
A mudança de filosofia é Distribuição dos fundos por áreas de intervenção 35%
Apoio a empresas Outros 26% (programa No
Mais de 90% dos fundos
clara. A competividade e,
sobretudo, a qualificação Regional (FEDER) e Fundo Por áreas de intervenção aprovados concentram-se
dos recursos humanos são de Coesão (FC) por áreas Fundo Social Europeu nas regiões de conver-
as áreas privilegiadas dos de intervenção gência (Norte, Centro,
Qualificação de dupla certificação
novos apoios comunitários Apoio a empresas 35% Outros 26% (programa Novas Oportunidades) 63% Alentejo e Açores). No
para Portugal, um pacote que toca aos programas
de 21,3 mil milhões de temáticos, o Alentejo
euros, negociados pelo
destaca-se nos factores de
Governo de José Sócrates.
Depois do investimento
competividade, dado ex- 11%
Ambiente

no «betão», a prioridade plicável pela aprovação de


Política de cidades
(programa Infra-estruturas
das prioridades dos projectos
POLIS XXI) 14% de investimento
de educação 14% Outros 28%
executivos de Cavaco Silva, de inovação numa região
FONTE Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo
o investimento agora é que possui fraca densida-
feito na «massa cinzenta». Ambiente 11% de empresarial.
Caricaturando, pode dizer- Política de cidades
-se que já não há «jipes» (programa Infra-estruturas
POLIS XXI) 14% de educação 14% Outros 28% Formação avançada 9% Distribuição dos fundos
para distribuir.
FONTE Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo de Coesão (FC) e Fundo Social Europeu
por regiões

EUROPA
Norte
Distribuição dos fundos 41%
por regiões Sara Belo Luís

Centro
Norte 26%
41%
Açores
Lisboa 5%
6%
Centro
26% Madeira
Negociado com êxito pelo Governo de José Sócrates, o Quadro 2%

de Referência Estratégico Nacional (QREN) Açores veio substituir


Alentejo
12%
Lisboa
os antigos quadros comunitários
6% de apoio, 5%
através dos quais *Multi-regional
Portugal havia recebido os fundos da União Madeira
2%
Europeia (UE) desde Algarve 1%
convergência
7%
o final da década de oitenta. O plano de execução do QREN tem
Alentejo *Sob a designação «multi-regional
sido alvo de muitas críticas por12% parte da oposição, mas no fundo convergência» incluem-se programas de apoio
a consórcios de Investimento&Desenvolvimento
todos acreditam ser esta a última oportunidade *Multi-regional de um país que, Tecnológico bem como projectos de eficiência
na administração pública, com repercussão
convergência
desde o alargamento da UE aAlgarve leste,
1% deixou 7%de estar na lista de
em várias regiões do País.
FONTE Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)
prioridades «desenvolvimentistas» de Bruxelas.
*Sob a designação «multi-regional
convergência» incluem-se programas de apoio
a consórcios de Investimento&Desenvolvimento

MARCOS
Tecnológico bem como projectos de eficiência
na administração pública, com repercussão

O ÚLTIMO SACO AZUL


em várias regiões do País.
FONTE Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)
Assinatura do Tratado de
Até Junho de 2009, o volume de Pagamentos efectuados Lisboa, durante a presidência
pagamentos aos beneficiários do portuguesa da UE. «Foi
Quadro de Referência Estratégico
Nacional (QREN) atingia cerca 365 569 801 1191
MILHÕES MILHÕES MILHÕES MILHÕES
porreiro, ‘pá’», congratulou-
-se José Sócrates
Eleição de Durão Barroso
de 1,2 mil milhões de euros, o que
DE EUROS DE EUROS DE EUROS DE EUROS como presidente da
correspondia a 5,6% do total de Outubro Dezembro Março Junho Comissão Europeia
verbas disponíveis até 2015. Ao 2008 2008 2009 2009 Negociação do Quadro
todo, estavam aprovadas 14 958 de Referência Estratégico
candidaturas. FONTE Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) Nacional (QREN)

82 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
48 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
AS
Apesar de termos uma esperança de vida à nascença elevada, a
ANÇ
FIN
IA/
NOM
ECO

EUROPA ECONÓMICA SUÉCIA


Com 22,3 habitantes
por quilómetro

& SOCIAL
quadrado, é o país com
a menor densidade
demográfica da UE

Portugal situa-se na segunda metade das tabelas


estatísticas da União Europeia. Mas alguns países
dos mais recentes alargamentos já nos alcançaram

IRLANDA ESLOVÁQUIA
PIB ‘PER CAPITA’ A Irlanda era, Tem as mais baixas
(em paridades de poder de compra*, 2008)
em 2008, o taxas de fecundidade da
Bélgica 114.6 Luxemburgo 252.8
país com mais Europa: 1,25 filhos, em
Bulgária 40.1 Hungria 62.9 média, por mulher
elevado nível
República Checa 80.4 Malta 76.3
de vida (126 por
Dinamarca 118.3 Holanda 134.9 comparação
Alemanha 116.0 Áustria 123.1 com a
Estónia 67.2 Polónia 57.5 UE27 = 100)
Irlanda 139.4 Portugal 75.3
Grécia 95.3 Roménia 45.8
Espanha 103.9 Eslovénia 89.8
França 107.3 Eslováquia 71.8
Itália 100.4 Finlândia 115.0
Chipre 94.6 Suécia 121.4
Letónia 55.6 Reino Unido 116.9 FRANÇA
Lituânia 61.2 UE 27 100 Com 19,7 alunos por
* As paridades de poder de compra permitem as comparações entre professor (2007), este
países, descontando o custo de vida) é o país da UE com as
(EUR27: 100)
maiores turmas do
ensino primário

TAXA DE DESEMPREGO DE LONGA DURAÇÃO


(%, pessoas há mais de 12 meses sem trabalho, 2008)
Bélgica 3.3 Luxemburgo 1.6
Bulgária 2.9 Hungria 3.6
República Checa 2.2 Malta 2.5
Dinamarca 0.5 Holanda 1.0
Alemanha 3.8 Áustria 0.9
Estónia 1.7 Polónia 2.4
Irlanda 1.6 Portugal 3.7 MALTA
Grécia 3.6 Roménia 2.4
ESPANHA
Nas exportações
Espanha 2.0 Eslovénia 1.9 É o país com as
deste pequeno
maiores capturas
França 2.9 Eslováquia 6.6 arquipélago
de peixe: 735 926
Itália 3.1 Finlândia 1.2 mediterrânico, 55%
toneladas em 2007
Chipre 0.5 Suécia 0.8 são produtos de
Letónia 1.9 Reino Unido 1.4 alta tecnologia
Lituânia 1.2 UE 27 2,6

84 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
duração da vida saudável é das mais baixas da Europa

TAXA DE DESEMPREGO ESPERANÇA DE VIDA SAUDÁVEL


(Julho de 2009)
Bélgica 8.0 Luxemburgo 6.4 À NASCENÇA (em anos, sexo feminino, 2007)
Bulgária 7.0 Hungria 10.3 Bélgica 63.7 Luxemburgo 64.6
República Checa 6.4 Malta 7.3 Bulgária – Hungria 57.6
Dinamarca 5.9 Holanda 3.4 República Checa 63.2 Malta 70.8
Alemanha 7.7 Áustria 4.4 Dinamarca 67.4 Holanda 63.7
Estónia (:) Polónia 8.2 Alemanha 58.4 Áustria 61.1
Irlanda 12.5 Portugal 9.2 Estónia 54.6 Polónia 61.3
Grécia (:) Roménia (:) Irlanda 65.3 Portugal 57.3
Espanha 18.5 Eslovénia 6.0 Grécia 67.1 Roménia 62.4
França 9.8 Eslováquia 12.0 Espanha 62.9 Eslovénia 62.3
Itália (:) Finlândia 8.7 França 64.2 Eslováquia 55.9
Chipre 5.5 Suécia 9.2 Itália 62.0 Finlândia 58.0
Letónia 17.4 Reino Unido (:) Chipre 62.7 Suécia 66.6
Lituânia 16.7 UE 27 9.0 Letónia 53.7 Reino Unido 66.2
Lituânia 57.7 UE 27 62.3

EMISSÕES DE GASES DE ESTUFA FUMADORES (1999-2003)


(em relação ao ano-base, conforme acordado em Quioto) Não Fumador
LITUÂNIA Fumador ocasional diário
Emissões Objectivo
É o país da União (2007) (de acordo Bélgica 67.4 6.5 26.0
com maior número com Quioto)
Bulgária 58.8 10.7 30.5
de camas de hospital Bélgica 90.1 (92.5)
República Checa 67.4 8.8 23.8
por habitante: 816 Bulgária 57.2 (92.0)
Dinamarca 67.4 8.8 23.8
República Checa 77.6 (92.0)
Alemanha 66.0 4.5 29.5
Dinamarca 96.1 (79.0)
Estónia 52.9 11.8 35.3
Alemanha 77.6 (79.0)
Irlanda 64.6 2.2 33.2
Estónia 51.7 (92.0)
Grécia 64.1 6.9 29.0
Irlanda 124.5 (113.0)
Espanha 65.8 9.6 24.6
Grécia 123.2 (125.0)
França 63.0 4.0 33.0
Espanha 152.6 (115.0)
Itália 72.0 (:) 28.0
França 94.2 (100.0)
Chipre 77.3 (:) 22.7
Itália 106.9 (93.5)
Letónia 72.3 3.1 24.6
Chipre 185.3 (:)
Lituânia 60.0 9.9 30.0
Letónia 46.6 (92.0)
Luxemburgo 53.9 20.6 25.5
Lituânia 50.1 (92.0)
Hungria 54.8 6.6 38.6
Luxemburgo 98.1 (72.0)
Malta 67.2 6.3 26.4
Hungria 65.8 (94.0)
Holanda 63.1 8.3 28.6
Malta 149.0 (:)
Áustria 46.6 12.5 40.9
Holanda 97.4 (94.0)
ROMÉNIA Polónia 76.7 6.5 16.8
Áustria 111.3 (87.0)
Portugal 77.6 3.6 18.8
Em 2009, este era o Polónia 70.8 (94.0)
Estado da União com Roménia 72.5 13.5 13.9
Portugal 136.1 (127.0)
o mais baixo salário Eslovénia 56.4 14.7 28.8
Roménia 54.7 (92.0)
mínimo: apenas 153 Eslováquia 70.6 11.7 17.7
Eslovénia 101.8 (92.0)
euros. Era também o Finlândia 67.5 10.6 21.9
Eslováquia 65.2 (92.0)
país com maior risco Suécia 63.9 22.3 13.7
de pobreza: 25% da Finlândia 110.3 (100.0)
Reino Unido 66.3 (:) 33.7
população encontrava-se Suécia 90.7 (104.0)
UE27 (:) ( :) (:)
nesta situação Reino Unido 82.0 (87.5)
UE27 90.7 (:)

FONTE: Eurostat

10 DE SETEMBRO DE 2009 v 85
AS
O Algarve foi a região que mais proveitos
ANÇ
FIN
IA/
NOM
ECO

PORTUGAL
ECONÓMICO & SOCIAL
Os eixos norte-sul e interior-litoral ainda explicam grande
parte das diferenças do País. Mas alguns indicadores mostram
novas realidades: o Norte é a zona menos fecunda e no Sul
gasta-se mais combustível automóvel

Região Autónoma dos Açores

LISBOA
A zona que integra
a capital é a mais
densamente povoada:
960 habitantes por
quilómetro quadrado

AÇORES
Em 2008, existiam 242
mil bovinos registados
nas nove ilhas do
arquipélago, apenas
menos 2 mil do que o
número de habitantes

Região Autónoma da Madeira


MADEIRA
Com 7,7 enfermeiros por
cada mil habitantes, o
arquipélago é a região
nacional mais bem
apetrechada com este
tipo de profissionais
de saúde

86 v 10 DE SETEMBRO DE 2009
gerou em hotelaria: 581 milhões de euros, em 2007

PROVEITOS TOTAIS DOS


ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS
(Milhares de €, 2007) DENSIDADE POPULACIONAL (hab./km , 2008)
2

NORTE Portugal 1 943 590 Portugal 115.4


É a zona do País onde é Continente 1 606 801 Continente 113.9
menor o número médio Norte 208 400 Norte 176.0
de filhos por mulher: Centro 180 883 Centro 84.5
apenas 1,2, em 2008 Lisboa 577 119 Lisboa 959.0
Alentejo 59 284 Alentejo 24.0
Algarve 581 116 Algarve 86.1
Região Autónoma dos Açores 54 965 Região Autónoma dos Açores 105.4
Região Autónoma da Madeira 281 824 Região Autónoma da Madeira 308.5

ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA


(em anos, 2004) CAMAS DE HOSPITAL (2007)
Portugal 77,8 Portugal 36 178
Continente 78,0 Continente 33 013
Norte 78,1 Norte 10 851
CENTRO
Centro 78,2 Centro 8 045
Com 7 788 ha de área
Lisboa 78,0 Lisboa 11 455
ardida em 2008, é a área
Alentejo 77,4 Alentejo 1 702
do País mais fustigada
pelos incêndios. É Algarve 77,3 Algarve 960
também a que mais resina Região Autónoma dos Açores 74,0 Região Autónoma dos Açores 1 487
produz: 3 304 toneladas, Região Autónoma da Madeira 73,4 Região Autónoma da Madeira 1 678
em 2008

ESTABELECIMENTOS DE ENSINO POPULAÇÃO SERVIDA


SUPERIOR (2005) POR ABASTECIMENTO DE ÁGUA (%, 2005)
Portugal 328 Portugal 92
Continente 319 Continente 92
Norte 104 Norte 84
Centro 70 Centro 97
Lisboa 110 Lisboa 99

ALENTEJO Alentejo 21 Alentejo 95


Algarve 14 Algarve 93
A grande planície do Sul
é a zona com mais elevado Região Autónoma dos Açores 5 Região Autónoma dos Açores 88
consumo per capita de Região Autónoma da Madeira 4 Região Autónoma da Madeira 98
combustível automóvel:
0,8 toneladas equivalentes
por habitante
ÍNDICE DE DEPENDÊNCIA TOTAL* (%) GANHO MÉDIO MENSAL (€, 2006)
Portugal 49.00 Portugal 934.00
Continente 49.30 Continente 936.00
Norte 45.10 Norte 805.70
Centro 52.50 Centro 805.10
ALGARVE Lisboa 49.80 Lisboa 1207.70
É a região com mais Alentejo 57.00 Alentejo 831.80
elevado número de Algarve 52.40 Algarve 817.80
acessos telefónicos:
Região Autónoma dos Açores 45.30 Região Autónoma dos Açores 833.10
39,15 por cada 100
Região Autónoma da Madeira 44.30 Região Autónoma da Madeira 932.60
habitantes (em 2007)
* É a razão entre o número de jovens e idosos pelo número
de indivíduos em idade activa FONTE: INE

10 DE SETEMBRO DE 2009 v 87

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