Você está na página 1de 1

"LNGUA PORTUGUESA"

ltima flor do Lcio, inculta e bela,


s, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu vio agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Cames chorou, no exlio amargo,
O gnio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac (1865 - 1918)
No poema Lngua Portuguesa, o autor parnasiano Olavo Bilac faz uma abordagem sobre o
histrico da lngua portuguesa, tema j tratado por Cames. Este poema inspirou outras abordagens,
como o poema Lngua, de Gilberto Mendona e Lngua Portuguesa, de Caetano Veloso.
Esta histria contada em catorze versos, distribudos em dois quartetos e dois tercetos um soneto
seguindo as normas clssicas da pontuao e da rima.
VOCABULRIO
Ganga so as impurezas contidas nos minrios.
Tuba um instrumento musical, da famlia dos metais
Clangor barulho, rumor forte, som como trompas, trombetas, pistes
Singela Simples, Puro, Inocente.
Silvo Som feito pelas serpentes ao movimentar a lngua.
Procela Tempestade; tormenta; temporal; borrasca.
Vio Exuberncia de vida; vigor, verdor, frescura.

Disponvel em: < http://www.infoescola.com/literatura/analise-do-poema-linguaportuguesa/ >

Você também pode gostar