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BRETON E O AUTOMATISMO*

ANNATERESA FABRIS**

RESUMO
O automatismo criador e o processo fotogrfico so colocados em paralelo por
Breton em diversas ocasies. A fotografia interessa ainda ao poeta por colocar
em discusso a idia de autoria e por aprofundar aquela desambientao da
imagem to valorizada no manifesto de 1924.
PALAVRAS-CHAVE: Andr Breton, surrealismo, automatismo, fotografia, imagem.

Numa fotomontagem realizada em 1938 para ilustrar o verbete


escrita automtica do Dicionrio abreviado do Surrealismo, Andr
Breton se auto-representa como um cientista que, por um momento,
levantou os olhos de um microscpio do qual saem minsculos cavalos
negros. Sua figura desproporcional em virtude do tamanho da cabea
contrasta com a de uma mulher presa atrs de uma grade, que olha
intrigada para a cena.
A composio apresenta, sem dvida, um aspecto pardico, mas
sua associao com o processo da escrita automtica plenamente
justificada, se for lembrado que no Manifesto do Surrealismo (1924),
Breton (1971, p. 40) estabelece uma relao explcita entre o automatismo
da mquina e a escrita do pensamento. No mbito do manifesto, a
mquina configura-se como um modelo de comportamento artstico em
* Verso ampliada da comunicao Andr Breton e a fotografia, apresentada no simpsio
Modernidade, tradio e vanguardas literrio-artsticas na poca do moderno inelutvel, que integrou o IX Congresso Internacional da ABRALIC, Porto Alegre, UFRGS,
julho de 2004.
* * Professora aposentada do Departamento de Artes Plsticas da Escola de Comunicaes
e Artes da Universidade de So Paulo.
E-mail: neapolis@ig.com.br.

Recebido em 29 de abril de 2004


Aceito em 18 de junho de 2004

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