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ESPASMOS DE GAFIEIRA

A madrugada sonmbula
Desperta de cara inchada
E quando espreguia os braos
Espalha brechas de luz.
Pelas gretas da janela
Assisto a uma cena bela
Musicada a rouxinol
uma aurora escanchada
De pele rubra borrada
Parindo gema de sol.
C-r-c-cs espaados
De galos gogs-de-sola
E encarrilhados t-fracos
Dos guins, frangos-de-angola
Mugidos, silvos, trinados
E restos de conversados
Rudos de mundo afora.
Canecos do seus tibungos
L no pote da biqueira
E banham leres de nylon
Com seus Colgates pastosos
De hlitos brancos frescosos
Nos cus-das-bocas riseiras.
E o sino alegre blom-blim-bla
Um blom-blin-bl animado
E as velhas de boca funda
Que insistem em ter pecado
Mastigam seus Pai-nossos
E Credos, bem mastigados.
C pra ns os pecadores
Uma brisa viajeira
Trs um cheiro de po doce
Crioulo, brote e carteira
Mas no haver caf
Sinto um fervor de fogueira:
No arame, tua saia

Maldosamente ensaia
Espasmos de gafieira.

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