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ITEGO Basileu Frana

Turma 4141
Aluno: Victor Vincius
TEMPO PERDIDO
Em uma sala escura h um homem deitado no cho. Um feixe de
luz incide sobre seu corpo, deitado em posio fetal, como se
dormisse. O silncio domina o local e ele o nico ser vivo
ali. Ouvimos uma msica. O toque desperta o homem no meio da
sala. Seus olhos se abrem, mas ele permanece no cho, na mesma
posio.
Aps alguns segundos ele se levanta. Virado para o seu lado
direito, ele encara o nada. As pernas abertas e dobradas, os
braos apoiados nos joelhos. Sua pose altiva se transforma em
medo.

Agora

abertos.

ele

Mais

est

uma

deitado

vez

vira

no

pra

cho,
seu

com

lado

pernas

direito,

braos

agora

em

posio fetal outra vez. A msica continua a tocar e no h


letra.
O homem se coloca de p. Ele enxerga uma barreira que o
impede de sair. Ns no vemos nada, como se fosse invisvel.
Mas ele v e sente aquela parede. Ele olha pra cima e reconhece
um teto. O medo o aflige, ele quer e precisa sair dali. Suas
pernas pedem movimento. Ele corre at uma das paredes, mas no
h possibilidade de sada. Ele verifica cada um dos cantos, o
cho, as tais barreiras.
Pouco a pouco seu peito fica ofegante. Ele cai uma, duas,
trs vezes. Seus movimentos se tornam desconexos. Ele encara uma
das paredes e como se ele soubesse que ali tem algum o
olhando. A msica continua a tocar, mas agora ele ouve vozes.
Sua cabea di bastante e num gesto clich ele leva a mo aos
ouvidos. Sua expresso se fecha. Ele est no centro do palco e
se ajoelha. O grito vem facilmente da garganta. O homem se
levanta vagarosamente. A perna direita, esquerda, a cabea, o
corpo em p, firme e rgido. Ele encara a parede sua frente.
Seu corpo sabe que pode, sua mente sabe que deve e ele vai. Num
movimento de corrida, outra vez, se joga na parede e ela j no
mais existe. A msica termina e o feixe de luz sobre o homem se
apaga.

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