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LELN® 10.871, DE 15 DE MAIO DE 2003, Dispve sobre 0 Estatuto de Defese do ‘Mensagem de veto = evel Torcedor e dé outras providencias. © PRESIDENTE DA REPUBLICA Fago saber que 0 Congresso Nacional decreta @ eu sanciono a seguinte Lei CAPITULO I DISPOSIGOES Gerais [Art 1 Este Estatuto estabelece normas de protegao e defesa do torceder. An. 1"-A. A prevengao da violéncia nos esportes ¢ de responsabilidade do poder publico, das confederacoes, federacoes, ligas, clubes, associagoes ou entidades esportivas, entidades recrealivas © associagoes Ue torcedores, inclusive de seus respectivos dinigentes, bem como daqueles que, de qualquer forma, promovem, organizam, coordenam ou patticipam dos eventos esportivos. (Incluido pela Lein® 12.299, de 2010), Art. 2 Torcedor é toda pessoa que aprecie, apdie ou se associe 3 qualquer entidade de pratica desportiva do Pals e acompanhe a pratica de determinada modalidade esportiva. Paragrafo Unico. Salvo prova em contrério, presumem-se a apreciagao, 0 apoio ou o acompanhamento de que trata 0 caput deste artigo. Art. 2A, Considera-se torcida organizada, para os efeitos desta Lei, a pessoa juridica de direito privado ou existente de fato, que se organize para o fim de torcer apoiar entidade de pratica esportiva de qualquer natureza ou modalidade. (Incluido pela Lei n° 12.299, de 2010, Paragrato unico. A totcida organizada deverd manter cadastro atualizado de seus associados ou membros, o qual deverd conter, pelo menos. as seguintes informagbes: (Incluido pela Lein® 12,299, de 2010) | -nome completo; (Incluido pela Lei n® 12.209, de 2010) II fotografia; (Incluido pela Lei n? 12.299, de 2010) IIL filiagdo; (Incluido pala Lei n° 12,299, de 2010) IV- ndimero da registro civil; (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) \V-numero do CPF; (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010), VI- data de nascimento; {Incluido pela Lei n? 42.299, de 2010), VII- estado civil; (Incluido peta Lein® 12.299, de 2010) Vill - profissao; (Incluico pela Lei n* 12.299, de 2010) IX-- enderego completo; e (Incluido pela Lel n® 12,299, de 2010) X-- escolatidade. (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010 Art 3 Para todos os efeitos legals, equiparam-se a fornecedor, nos termos da Lei n® 8.078, de 11 de setembro de 1990, a entidade responsivel pela organizagéo da compels, bbem como a entidade de pratica desportva detentora do mando de jogo. Ad 4 (VETADO) CAPITULO I DA TRANSPARENCIA NA ORGANIZAGAO ‘An. 5° Sao asseguradas ao torcedor a publicidade e transparéncia na organizagao das competicoes administradas pelas entidades de administracéo do desporto, bem como pelas ligas de que trata o art. 20 da Lei n’ 9.615, de 24 de marco de 1938, § 1° As entidades de que trata o caput fardo publicar na internet, em sitio da entidade responsavel pela organizagao do evento: (Incluldo pola Lei n® 12,299, de 2010) | = integra do regulamento da competigao: (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) I~ aS tabelas da competigtio, contendo as partidas que serao realizadas, com ‘especificarao de sua data, local e horario; (Incluido pola Lei n® 12.209, de 2010. lil - 0 nome @ as formas de contato do Quvidor da Competigio de que trata 0 art, 6; {Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) IV- 08 borderés completos das partidas; (Incluldo pela Lei n® 12.299. de 2010 \V - a escalagao dos arbitros imediatamente apés sua definigsio; e (Incluide pela Lei n® 12,209, de 2010) VI - a relag3o dos nomes dos torcedores impedidos de comparecer ao local do evento desportivo. (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010). § 2° 0s dados contidos nos itens V ¢ VI também deverao ser afixados ostensivamente ‘em local visivel, em caractores facikmente legiveis, do lado externo de todas as entradas do local onde se realiza o evento esportivo. (Inclui n° 12,299, de 2010). § 3° 0 juiz deve comunicar as entidades de que trata o caput deciséo judicial ov aceitagao de proposta de transagéo penal ou suspensio do proceso que implique © impedimento do torcedor de frequentar estidios desportivos. (Incluldo pela Lei n® 12,299, de 2010). Art. 6 A entidade responsavel pela organizagao da competigdo, previamente ao seu io, designaré 0 Ouvidor da Competicéo, fomecendo-ihe os meios de comunicacao necessatios ao amplo acesso dos torcedores. § 1% Sdo deveres do Ouvidor da Competigao recolher as sugestdes, propostas reclamagdes que receber dos torcedores, examind-las e propor a respectiva entidade medidas necessatias a0 aperfeicoamento da competigao e ao beneficio do torcedor. § 2° E assegurado ao torcedor: | - 0 amplo acesso ao Ouvider da Competi¢ao, mediante comunicagao postal ou mensagem eletronica; e II 0 diteito de receber do Ouvidor da Competigéo as respostas as sugesties, propostas e reclamagoes, que encaminhou, no prazo de trinta dias. § 3° Na hipotese de que trata o inciso Il do § 2°, 0 Ouvider da Competigao utlizard, prioritariamente, 0 mesmo meio de comunicagao’ utlizado pelo torcedor para 0 fencaminhamento de sua mensagem, § 4° O sitio da internet em que forem publicadas as informagdes de que trata o § 1" do art. 5° conterd, também, as manifestagdes e propostas do Ouvidor da Competicao, (Redacao dada pela Lei n® 12,299. de 2010) § 5S* A funcao de Quvidor da Competicao podera ser remunerada pelas entidades de pratica desportiva participantes da competigao. Art. 7° direito do torcedor a divulgagao, durante a realizacao da partida, da renda obtida pelo pagamento de ingressos e do nimero de espectadores pagantes e ndo-pagantes, por Intermédio dos servigns de som e imagem instalados no estadio em que se realiza a partide, pela entidade responsavel pela organizacao da competicao. Art. 8 As competigdes de atletas profissionais de que participem entidades integrantes da organizagao desportiva do Pais deverdo ser promovidas de acordo com calendario anual de eventos offciais que: | - garanta as entidades de prética desportiva participagao em competicoes durante pelo menos dez meses do ano: Ii + adote, em pelo menos uma competicao de ambito nacional, sistema de disputa em quo as equipes participantes conhegam, previamente ao seu inicio, a quantidade de partidas gue disputardo, bem como seus adversarios, CAPITULO IIL 00 REGULAMENTO DA COMPETIGAO Aan. 9 E cireito 60 torcedor que o regulamento, as tabelas da competicfo e o nome do Ouvidor da Competicao sejam divulgados até 60 (sessenta) dias antes de seu inicio, na forma do § 1° do art. 5*. (Redacdo dada pela Lei n° 12.299, de 2010) § 1 Nos dez dias subseqUentes a divulgacao de que trata o caput, qualquer interessado podera manitestar-se sobre 0 regulamento diretamente aa Ouvidor da Competicao § 2 0 Ouvidor da Competigao elaborard, em setenta © duas horas, relatério contendo as principats propostas e sugestGes encaminhadas. § 8 Apés o exame do relatério, a entidade responsavel pela organizagao da competigaio decidira, em quarenta e oito horas, motivadamente, sobre a conveniéneia da aceltagso das propostas e sugestdes relatadas, § 4 © regulamento definitive da competigao sera divulgado, na forma do § 1" do art. 5°, 45 (quarenta e cinco) dias antes de seu inicio. (Redacéo dada pela Lei 2.299. de 2010). § 5° E vedado procederalteracdes no regulamento da compatigao desde sua divulgagSo defintva, salvo nas hipoteses de | - apresentagao de novo calendario anual de eventos oficiais para © ano subsequente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional da Esporte - CNE: Il - apés dois anos de vigéncia do mesmo regulamento, observado o procedimento de gue trata este artigo § 6 A competiggo que vier a substituir outra, segundo 0 novo calendario anual de eventos oficiais apresentado para 0 ano subseqdente, deverd ter Ambito territorial diverso da compeligdo a ser substitulda, Art. 10. E direito do torcedor que 2 participacao das entidades de pratica desportiva em competicoes organizadas pelas entidades de que trata 0 art. 5® soja exclusivamente em virtude de criterio tecnico previamente definido. § 1 Para os fins do disposto neste artigo, considera-se critério técnico a habilitagao de centidade de pratica desportiva em razdo de colocagao obtida em competicgo anterior. § 2 Fica vedada @ adogdo de quslquer outro crtério, especialmente o convite, observado o disposto no art. 89 da Lein® 9.615, de 24 de marco de 1998. § 3° Em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma diviséo, sera observado o principio do acesso e do descenso, § 4* Serdo desconsideradas as partides disputadas pela entidade de pratica desportiva que ndo tenham atendido ao critério técnico previamente definido, inclusive para efeito de Pontuagao na competicao, Ant. 11. € diteito do torcedor que 0 arbitro e seus auxiliares entreguem, em até quatro horas contadas do término da partida, a sumula e os relatérios da partida ao representante da entidade responsavel pela organizagao da competico. § 1° Em casos excepcionais, de grave tumulto ou necessidade de laudo médico, os felatérios da partida poderao ser complementados em até vinte € quatro horas apos 0 seu termine. § 2° A simula e 0s relatérios da partida serdo elaborados em tr8s vias, de igual teor e forma, devidamente assinadas pelo arbitro, auxilares e pelo representante da entidade respons4vel pela organizagao da competigao, § 3 A primeira via sera aconcicionada em envelope lacrado e ficard na posse de representante da enlidade responsével pela organizagao da compelicdo, que a encaminhara a0 setor competente da respectiva entidade até as treze horas do primeiro dia util subsequente. § 4° O lacre de que trata o § 3° sera assinado pelo arbitro e seus auxilares. § 5° A segunda via ficara na posse do arbitro da partida, servindo-the como recibo. § 6° A terceira via ficaré na posse do representante da entidade responsavel pela organizagao da competi¢ao, que a encaminhara ao Ouvidor da Competioao até as treze horas do primeiro dia util subsequente, para imediala divulgago, Art 12. A entidade responsavel pela organizacao da competigao dara publicidade a ‘simula e aos relatérios da partida no sitio de que trata 0 § 1° do art. 5* até as 14 (quatorze) horas do 3" (lerceiro) dia util subsequente ao da realizacao da partida. (Redacso dada pela Lei 2° 12.299, de 2010) ‘CAPITULO IV DA SEGURANGA DO TORCEDOR PARTICIPE DO EVENTO ESPORTIVO Art. 13. © torcedor tem direito a seguranca nos locals onde sao realizados os eventos esportivos antes, durante e apés a realizagdo das partidas. (Vigéncia Pardgrafo Unico, Sera assegurado acessiblidade ao torcedor portador de deficiéncia ou com mobilidade reduzida, Art. 13-8, S80 condigées de acesso e permanéncia do torcedor no recinto esportivo, sem prejuizo de outras condigdes previstas em lei: (Incluido pele Lei n* 12.299. de 2010) | - estar na posse de ingresso valido; (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010), |. no portar objetos, bebidas ou substancias proibidas ou suscetivels de gerar ou possibilitar a prética de atos de violencia; (Inciuido pela Lei n® 12.209, de 2010) IIL consentir com a revista pessoal de prevengao e seguranga; (Inoluido pela Lei n® 12.299, de 2010) IV = no portar ou ostentar cartazes, bandeiras, simbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de carater racista ou xenofobo, (|ncluido pela Lei n? 12.299. de 2010), V ~ nao entoar canticos ciscriminatérios, racistas ou xendfobos; (Incluldo pela Lei nt 42.299, de 2010) VI - n8o arremessar objetos, de qualquer natureza, no interior do recinto esportiva; (Inciuido pela Lei n® 12,299, de 2010) Vil - nao portar ou utilizar fogos de artificio ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos andlogos: (Incluido pola Lei n® 12.299, de 2010) Vill - no incitar © nao praticar atos de violencia no estadio, qualquer que seja a sua nalureza; e (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) IX. + nao invadir e no incitar @ invasao, de qualquer forma, da area restita aos competidores. (Incluido pela Lei n® 12,299, de 2010), Pardgrafo nico. © nao cumprimento das condigdes estabelecidas neste artigo implicars ‘2 impossibiidade de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for 0 caso, 0 seu afastamento imediato do recinto, sem prejuizo de outras sangdes administrativas, civis ou penais eventualmente cabiveis. (Incluido pela Lei n® 12,209, de 2010) Art. 14, Sem prejulzo do disposto nos arts. 12 a 14 da Lei n? 8.076, de 11 de setembro de 1990, a responsabilidade pela seguranca do torcedor em evento esportivo é da entidade de pratica desportiva detentora do mando de jogo e de seus dirigentes, que deverao: | = solicitar ao Poder Publico competente a presenca de agentes publicos de seguranca, devidamente identficados, responsaveis pela seguranca dos torcedores dentro e fora dos ‘estidios e demais locals de realizagao de eventos esportivos; Il - informar imediatamente apés a decisao acerca da realizagdo da partida, dentre ‘outros, aos drgdos piblicos de seguranca, transporte e higiene, os dados necessérios a seguranga da partida, especialmente: a) o local b) ohhorario de abertura do estadio; ©) a capacidade de pilblico do estadio; & d) a expectativa de publico; lil = colocar & disposigao do torcedor orientadores e servigo de atendimento para que aquele encaminhe suas reclamagoes no momento da partida, em local: a) amplamente divulgado e de fécil acesso; e b) situado no estadio, § 1" € dover da entidade de pratica desportiva detentora do mando de jogo sclucionar Imegiatamente, sempre que possivel, as reclamagées dirigidas ao servigo de atendimento referido no inciso Ill, bem como reporté-las ao Ouvidor da Competicgo e, nos casos relacionados @ violagao de direitos e interesses de consumidores, aos drgdos de defesa © protege do consumidor. iva-dete disposto-no-caput deste artigo: (Revogado pela Lei n® 12.299, de 2010) Art. 15. © detentor do mando de Jogo seré uma das entidades de pratica desportiva envolvidas na partida, de acordo com os critérios definides no regulamento da competicao, Art. 16. E dever da entidade responsavel pela organizagao da competi¢ao: | confirmar, com até quarenta e oito horas de antecedéncia, o horario € o local da realizagao das partidas em que a definigaio das equipes dependa de resultado anterior: Il contratar seguro de acidentes pessoais, tendo como beneficiario o torcedor portador de ingresso, vAlido @ partir do momento em que ingresser no estadio; lil = disponibilizar um médico € dois enfermeiros-padrao para cada dez mil torcedores presentes a partida; IV —disponibilizar uma ambuléncla pare cada dez mil torcedores prasentes a partida: & \V—comunicar previamente & autoridade de sade a realizagdo do evento. At. 17. direto do torcedor a implementacto de planos de aga referentes a segurange, transporte @ contingéncias que possam ocorrer durante a realizapso de eventos esporives 8 Otranordeordednuue tales eaput § 1" Os planos de agao de que trata 0 caput serdo elaborados pela entidade responsavel pela organizaao da compatigao, com a parlicipagao das entidades de pratica desportiva que a disputarao e dos orgaos Tesponsaveis pela seguranca pilblica, transporte e demais contingéncias que possam ocorrer, das localidades em que se realizardo as pertidas da competi¢ao. (Redacao dada pola Lei n® 12,299, de 2010) | - serdo elaborados pela entidade responsavel pela organizagao da competigao, com a participagdo das entidades de pratica desportiva que a disputerao; e Il - deverao ser apresentados previamente aos érgaos responsaveis pela seguranca publica das localidades em que se realizardo as partidas da compatigao. § 2 Planos de aco especisis poderso ser apresentados em relagdo a eventos esportives com excepcional expectativa de publica, § 3° Os planos de ago sero divulgados no sitio dedicado a competigao de que trata o pardgrafo Gnico do art. 5° no mesmo prazo de publicago do regulamento definitive da competicao, AR-48-Os. infor - ‘ : Ar. 18. Os estédios com capacidade superior a 10.000 (dez mil) pessoas deverso manter central técnica de informacées. com infraestrutura suficiente para viabilizar 0 ‘monitoramento por imagem do piblico presente. (Redacao dada pela Lei n® 12.299, de 2010 Art. 19. As entidades responséveis pela organizagao da competi¢’o, bem como seus dirigentes respondem solidariamente com as entidades de que trata 0 art, 15 e seus dirigentes, independentemente da existéncia de culpa, pelos prejulzos causados a torcedor que decorrem de falnas de seguranca nos estadios ou da inobservancia do disposto neste capttulo, CAPITULO V DOs INGRESSOS Art, 20. E direito do torcedor participe que os ingressos para as partidas integrantes de ‘competigdes profissionais sejam colocados a venda até setenta e duas horas antes do inicio da artida correspondente. § 1° 0 prazo referido no caput sera de quarenta e oto horas nas partidas em que: | - as equipes sejam definidas a partir de jogos eliminatorios; e II 2 realizagao no seja possivel prever com antecedéncia de quatro dias. § 2° A venda deverd ser realizada por sistema que assegure 2 sua agildade ¢ amplo acesso a informacao. § 3° E assegurado ao torcedor participe 0 fornecimento de comprovante de pagamento, logo apés a aquisigao dos ingressos. § 4 Nao serd exigida, em qualquer hipdtese, a devolugae do comprovante de que trata o 83 § 5° Nas partidas que compoom as competig6os de ambito nacional ou regional de primeira e segunda divisao, a venda de ingressos sera realizada em, pelo menos, cinco postos de venda localizados em distritos diferentes da cidade. Act. 21. A entidade detentora do mando de jogo implementaré, na_organizagao da emissao @ venda de ingressos, sistema de seguranca contra falsificagies, fraudes e oulras praticas que contribuam para a evaséo da receita decorrente do evento esportvo. Art. 22. Sé0 direitos do torcedor pantcipe: (Vigéncia | - que todos os ingressos emitidos sejam numerados: € - ocupar o local correspondente ao nimero constante do ingresso. § 1° 0 disposta no inciso II nao se aplica aos locals [4 existentes para assisténcia em pé, nas competicoes que o permitirem, limitando-se, nesses locais, 0 nlimero de pessoas, de acordo cam critérios de satide, seguranca @ bem-estar. § 2° A omissao do ingressos © 0 acesso ao estadio nas primeira e segunda divisdes da principal competicao nacional @ nas partidas finals das competicoes eliminatérias de Ambito nacional deverdo ser realizados por meio de sistema eletrOnico que viabilize a fiscalizagzo e 0 controle da quantidade de public e do movimento financeiro da partida. (Redacao dada pela Lein® 12.299, de 2010) § 3° O disposto no § 2* nao se aplica 20s eventos esportivos realizados em estédios com capacidade inferior a 10.000 (dez mil) pessoas. (Redacdo dada pela Lei n® 12.299, de 2010} Art, 23, A enlidade responsdvel pela organizagao da competi¢ao apresentara a0 Ministerio Publico dos Estados e do Distrito Federal, previamente @ sua realizagao, os laudos técnicos expedidas pelos 6rados e autoridades competentes pela vistoria das condigoes de seguranga dos estadios a serem utilizados na competigao. (Regulamento] § 1" Os laudos atestardo a real capacidade de pablico dos estadios, bem como suas condigdes de seguranga, § 2 Perdera 0 mando de jogo por, no minimo, seis meses, sem prejuizo das demais ssanges cabiveis, a entidade de pratica desportiva detentora do mando do jogo em que: | - tenhia sido colocade 4 venda nimero de ingressos maior do que a capacidade de publico do estadio: ou I tenham entrado pessoas em niimero maior do que a capacidade de pubblico do estadio. lil tenham sido disponibilizados portdes de acesso ao estddio em numero inferior a0 recomendado pela autoridade publica. (Incluido pela Lei n° 12,299, de 2010) Art 24. E direito do torcedor participe que conste no ingresso 0 prego pago por ele. § 1° Os valores estampados nos ingressos destinados @ um mesmo setor do estadio nfo poderdo ser diferentes entre si, nem daqueles divulgadas antes da partida pela entidade detentora de mando de jogo. § 2°0 disposto no § 1# ndo se aplica aos casos de venda antecipada de carné para um conjunto de, no minimo, trés partidas de uma mesma equips, bem como na venda de ingresso com reducao de preco decorrente de previsao legal Art. 25. O controle e a fiscalizagao do acesso do piblico go estédio com capacidade para mais de 10.000 (dez mil) pessoas deverao contar com meio de monitoramento por imagem das catracas, sem prejuizo do disposto no art. 18 desta Lei. (Redacdo dada pela Lei n’ 12.299, de 2010) CAPITULO VI DO TRANSPORTE Art. 26. Em relagao ao transporte de torcedores para eventos esportivos, fica assegurado 20 torcedor participe: 1-0 acesso a transporte seguro e organizado; | - 2 ampla divulgagao das providéncias tomadas em relagdo a0 acesso ao local da Partida, soja em transporte publica ou privado; & lil - 3 organizagao das imediagoes do estadio em que seré disputada a partida, bem como suas entradas e saidas, de modo a viabilizar, sempre que possivel, 0 acesso seguro € rapido ao evento, na entrada, € aos meios de transporte, na saida. Art. 27. A entidade responsavel pela organizagao da competigdo e a entidade de prtica desportiva detentora do mando de jogo solicitarao formaimente, direto ou mediante convénio, 20 Poder Pablico competente: | - servigos de estacionamento para uso por torcedores participes durante a realizacao de eventos esportivos, assegurando a estes acesso a servico organizado de transporte para 0 estadio, ainda que oneroso; & I-meio de transporte, ainda que oneroso, para condugdo de idosos, criancas e pessoas Portadoras de deficiéncia fisica aos estédios, partindo de locais de facil acesso, previamente determinades. Pardgrato-o ne neste-attig a ‘evento-esportive realizado em estddio-com-capacidade infetor-e-vinte-mitpessoas- Pardgrafo Gnico. © cumprimento do disposto neste artigo fica dispensado na hipétese de evento esportivo realizado em estadio com capacidade inferior a 10.000 (dez mil) pessoas. (Redacéo dada pela Lein® 12.299, de 2010) CAPITULO MII DAALIMENTAGAO E DA HIGIENE Art. 28. © torcedor participe tem direito & higiene ¢ & qualidade das instalagées fisicas dos estadios © dos produtes alimenticios vendidos no local. § 1° © Poder Publico, por melo de seus Srgaos de vigiléncia sanitaria, verificara 0 Ccumprimento do disposto neste artigo, na forma da legislagao em vigor. § 2" E vedado impor pregos excessivos ou aumentar sem justa causa os pregos dos produtos alimenticios comercializados no local de realizagso do evento esportivo. Art. 29. € direito do torcedor participe que os estédios possuam sanitérios em nimero compativel com sua capacidade de publico, em plenas condigdes de limpeza e funcionamento. Pardgrafo Unico. Os laudos de que trata o art. 23 deverdo aferir o numero de sanitérios em condigoes de uso © emitir parecer sobre a sua compalibilidade com a capacidade de ublico do estadio. CAPITULO Vil DA RELACAO COM A ARBITRAGEM ESPORTIVA Art. 30, & direito do torcedor que a arbitragem das competigées desportivas seja independente, imparcial, previamente remunerada e Isenta de pressSes. Pardgrato tinico. A remuneracao do arbitro e de seus auxiliares sera de responsabilidade da entidade de administragao do desporto ou da liga organizadora do evento esportivo, Art, 31. 4 entidade detentora do mando do jogo @ seus dirigentes deverdo convocer os agentes publicos de seguranga visando a garantia da integridade fisica do arbitro e de seus auxiliares. Art 31-A. E dever das entidades de administragao do desporto contratar seguro de vida ¢ acidentes pessoais, tendo como beneficiara a equipe de arbiragem, quando exclusivamente To exercicio dessa atividade. (Inciuid pela Lei n® 12.298, de 2010) Art. 32. E diteito do torcedor que os Arbitros de cada partida sejam escolhidos mediante sorteio, dentre aqueles previamente selecionados, § 10 sorteio seré realizado no minimo quarenta ¢ oito horas antes de cada rodada, em local e data previamente definidos. § 2" O sorteio sora aberto ao pablico, garantida sua ampla divulgagao. CAPITULO Ix DARELAGAO COM A ENTIDADE DE PRATICA DESPORTIVA Art. 33. Som prejuizo do disposto nesta Lei, cada entidade de pratica desportiva faré publicar documento que contemple as diretrizes basicas de seu relacionamento com os torcedores, disciplinando, obrigatoriamente: (Vigéncia) | - 0 acesso ao estadio e aos locais de venda dos ingressos; I~ mecanismos de transparéncia financeira da entidade, inclusive com disposigées relativas a realizagao de auditorias independentes, observado o disposto no art, 46-A da Lel n® 9.615, de 24 de marco de 1998; e IIL a comunicagao entre 0 torcedor e a entidade de pratica desportiva Pardgrafo Unico. A comunicagéo entre o torcedor e a entidade de pratica desportiva de que trata o inciso Ill do caput podera, dentre outras medidas, ocorrer mediante: | -a instalagao de uma ouvidoria estavel, Ia constituigao de um érgo consultive formado por torcedores nao-sécios; ou Ill reconhecimento da figura do s6cio-torcedor, com direitos mais restrites que 0s dos demas sécios CAPITULO x DA RELACAG COM A JUSTIGA DESPORTIVA Art 34. € direlto do torcedor que os érgaos da Justica Desportiva, no exercicio de suas fungdes, observer os princisios da impessoalidade, da moralidade, da celeridade, da publicidade e da independéncia Art, 35. AS decisdes proferidas pelos érg8os da Justia Desportiva devem ser, em qualquer hipélese, motivadas € ter a mesma publicidade que as decis6es dos tribunals federais, § 1° Nao comem em segredo de justica os processos em curso perante a Justica Desportiva. §-2* As-docietes-de-que-trate-o-caput-serdo-disponibilizadas-no-sitie-de-que-trata-o paedcinenis eh Se § 2° As deci do art. 5°. (Redagao dada pela Lei n® 50s de que (rata 0 caput serao disponibilizadas no sitio de que trata o § 1° 299, de 2010 Art. 36. Sao nulas as decisdes proferidas que ndo observarem o disposto nos arts. 34 € 36, CAPITULO XI DAS PENALIDADES: Art. 37. Som prejuizo das demais sangdes cabivels, a entidade de administragéo do desporto, a liga ou a entidade de pratica desportiva que violar cu de qualquer forma concorrer para a violagdo do disposto nesta Lei, observado 0 devido processo legal, incidiré nas seguintes sancoes: | ~ desiituigao de seus dirigentes, na hipétese de violag3o das regras de que tratam os. II- suspensao por seis meses dos seus dirigentes, por violagao dos do referidos no inciso I IIL- impedimento de gozar de qualquer beneficio fiscal em ambito federal; @ IV ~ suspensdo por seis meses dos repasses de recursos publices federais da administracao direta e indireta, sem prejuizo do dispasto no art. 18 da Lei n* 9.615, de 24 de margo de 1998, § 1° Os dirigentes de que tratam os incisos | ¢ ll do caput deste artigo seréo sempre: | -o presidente da entidade, ou aquele que he faca as vezes: € Il-0 dirigente que praticou a infraglo, ainda que por omissio. § 2° A Unido, os Estados, 0 Distrito Federal ¢ os Municipios poderao instituir, no ambito de suas competéncias, multas em razao do descumprimento do disposto nesta Le § 3° A instauragao do processo apuratorio acarretara adogao cautelar do afastamento compulsério dos dirigentes e demais pessoas que, de forma direta ou indiretamente, puderem Interferir prejudicialmente na completa elucidacao dos fatos, além da suspensdo dos repasses de verbas publicas, até a decisao final Art. 38. (VETADO) pela Lein® 12.200 de 2010) $F Ineorrera nas ieléneia-nurn-sa S2-Asveniicaese $-3"-A-apenagse-se-dora-por-sentenga-dos_juizades_eepecials-criminais-©-deverd-ser provocada pelo lM de-evenio-esporivo-o Art, 39-A. A torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar 2 violencia; ou invadir local restrito aos competidores, Arbitras, fiscais, dirigentes, ‘organizadores ou jornalisias sera impedida, assim como seus associados ou membros, de ‘comparecer a eventos esportivas pelo prazo de até 3 (trés) anos. {Incluido pela Lei n° 12.298, de 2 Art. 38-8, A torcida organizada responde civilmente, de forma objetiva e solidéria, pelos danos causados por qualquer dos seus associados ou membros no local do evento esportivo, ‘em suas imediacdes ou no trajeto de ida e volta para o evento. {Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) Art. 40. A defesa dos interesses € direitos dos torcedores em juizo observara, no que couber, a mesma disciplina da defesa dos consumidores em juizo de que trata o Titulo Ill da Leino 8.078, de 11 de setembro de 1990. Art. 41, A Unido, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios promoverdo a defesa do torcedor, e, com a finalidade de fiscalizar 0 cumprimento do disposto nesta Lei, poderao: cconstituir 6rga0 especializado de defesa do torcedor: ou II atribuir a promogao e defesa do torcedor aos érgaos de defesa do consumidor. Art. 41-A, Os juizados do torcedor, érafos da Justiga Ordinaria com competénola civel e criminal, poderao ser criados pelos Estados e pelo Distrito Federal para o processo, 0 julgamento a execugao das causas decorrentes das atividades reguladas nesta Lei, (Incluido ela Lein® 12.299, de 2010) CAPITULO XA Dos CRIMES Incluido pela Lein® 12.299, de 2010) Art. 41-8. Promover tumulto, praticar ou incitar a violéncia, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos: (Inciuido pela Lei n® 12.299, de 2010) Pena - reclusdo de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluido pela Lei n® 12.209, de 2010 § 1° Incorrera nas mesmas penas o torcedor que: (Incluido pela Lei n® 12,299, de 2010) |= promover tumulto, praticar ou incitar a violéncia num raio de 5.000 (cinco mil) metros {a0 redor do local de realizagdo do evento esportiva, ou durante o trajeto de ida e volta do local da realizacao do evento; (Inciuido pela Lei n® 12.205, de 2010} | - portar, deter ou transportar, no interior do estadio, em suas imediagdes ou no seu trajeto, em dia de realizagao de evento esportivo, quaisquer instrumentos que possam servir para a pratica de violencia, (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) § 2° Na sentenga penal condenatéria, o juiz devera converter a pena de reclusao em pena impeditiva de comparecimento as proximidades do estadio, bem como a qualquer local fem que se realize evento esportivo, pelo prazo de 3 (\rés) meses a 3 (trds) anos, de acordo ‘com a gravidade da conduta, na hipdtese de o agente ser primario, ter bons antecedentes @ ‘ndo ter sido punido antericrmente pela pratica de condutas previstas neste artigo. (Incluido pela Lein® 12,209, de 2040) § 5 A pena impeditiva de comparecimento as proximidades do estadio, bem como a qualquer local em que se realize evento esportivo, converter-se-& em privativa de liberdade quando ocorrer 0 descumprimento injustificado da restricao imposta, (Incluido pela Lei n° 12.299, de 2010) § 4° Na conversao de pena prevista no § 2”, a sentenca devera determinar, ainda, @ obrigatoriedade suplementar de 0 agonte pormanecer em estabelecimenta indicado polo juz, no periodo compreendido entre as 2 (duas) horas antecedentes e as 2 (duas) horas posteriores a realizado de partidas de entidade de pratica desporiva ou de competigéo determinada Incluico pela Lei n? 12.299, de 2010) § 5° Na hipdtese de 0 representante do Ministério Pablico propor aplicagao da pena restritiva de direito prevista no art. 76 da Lei n? 9.099, de 26 de setembro de 1995, o juiz aplicard a sangao provista no § 2°. {incluido pala Lei n 12.299. de 2010) Art, 41-C. Solicitar ou aceiter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou nao patrimonial para qualquer ato ou omissao destinado a aterar ou falsear o resultado de competigao esportiva: (ncluido ele Lei n® 12.2% Pena - reclusdo de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluido pela Lei n* 12.299, de 2010) Art. 41-D. Dar ou prometer vantagem patrimonial ou nao patrimonial com o fim de alterar 04 falsear o resultado de uma competicao desportiva: (Incluido pela Lei n° 12,299, de 2010) Pena - reslusdo de 2 (dois) a 6 (seis) anos @ multa. (Incluico pela Lei n? 12.299, de 2010) Art. 41-£. Fraudar, por qualquer meio, ou contribulr para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competigo esportiva: (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) Pena - reclusao de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluido pela Lei n® 12,299, de 2010) Art. 41-F. Vender ingressos de evento esportivo, por prego superior ao estampado no bilhete: (incluldo pela Lei n® 12.299, de 2010) Pena - reclusao de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluido pela Lel n® 12,299, de 2010) Art. 41-G. Fornecer, desviar ou faciltar a distribuigao de ingressos para venda por prego superior a0 estampado no bilhete: (Incluido pela Lei n® 12.299, de 2010) Pena - reclusdo de 2 (dois) a 4 (quatro) anos © muita. (Incluido pela Lei n? 12.299, de 2010) Paragrafo Unico. A pena sera aumentada de 1/3 (um tergo) até a metade se o agente for servidor publico, dirigente ou funcionario de entidade de prética desportiva, entidade Tesponsdvel pela organizagao da compeligdo, empresa contratada para o proceso de emissdo, distribuigao e venda de ingressos ou torcida organizada e se ulllzar desta condigao para os fins previstos neste artigo. (Incluido pela Lei n° 12.298, de 2010) CAPITULO xt DISPOSICOES FINAIS E TRANSITORIAS. Art. 42. O Conselho Nacional de Esportes - CNE promoverd, no prazo de seis meses, contado da publicagao desta Lei, a adequagao do Cédigo de Justica Desportiva ao disposto na Lein’ 9.615, de 24 de margo de 1998, nesta Lei e em seus respectivas regulamentos. Art, 43, Esta Lei aplica-se apenas ao desporto profissional Art. 44. © disposto no pardgrafo unico do art. 13, e nos arts. 18, 22, 25 ¢ 33 entraré em vigor apés seis meses da publicacao desta Lei, Art 45. Esta Lel entra em vigor na data de sua publicagdo. Brasilia, 15 de maio de 2003; 182° da Independéncia e 118* da Repiblica. LUIZ INACIO LULA DA SILVA. Agnelo Santos Queiroz Filho Alvaro Augusto Ribeiro Costa Este texto no substitui o publicado no DOU de 16.5.2003

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