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PARTE 1 EVOLUGOES CULTURAIS E TECNICAS PREDISPONENTES, 1750-1939 CAPITULO 1 0 sistema barroco havia funcionado como péce de duplaintersecéo. Contrastara frequenterrente com jar ‘0 da ornamentacao © do Por sua vez, 0 parque de “estilo in- ntencionalifade a natureza; apesar de stuades no parque em si reho- reza que era um pré-equisito da ostalgica. Agora... essa separa- 20 contemplative surciu como uma reacéo ide de homens praticos ante da natureza. quanto a exploracao técnica tencia a decla rar guerra & natureza, as casas e parques tents vam uma reconcliaggo, um armistico local troduzindo © sonho de uma paz imp para tanto c homem continuou a conservar ¢ imagem de um entorna natural intocado. Jean Starobinsk invention de} A arquitetura do Neoclassicismo parece ter surgido de duas evolugdes diferentes, mas Transformacées culturais: a arquitetura neoclassica, 1750-1900 inter-relacionadas, que transformaram radi- calmente a relagdo entre o homem e a natu- 5; Teza. A primeira foi um sibito aumento da capacidade humana de exercer controle s0- uma mudanga fundamental na natureza da consciéncia humana, em resposta is gran- des transformagSes que ocortiam na socie- dade e que deram origem a uma nova for- ‘mago cultural igualmente apropriada aos estilos de vida da aristocricia decadente © dda burguesia ascendente. Enquanto as mu- dangas tecnolégicas levavara a uma nova in- fra-estrutura © a exploragio de uma maior capacidade produtiva, a mudanga da cons- ciéncia humana produzia novas categorias de conhecimento © um modo historicista de Pensamento, reflexivo o bastante para ques- ‘ dade. Enquanto ‘4 novas instituiges técnicas, como a Ecole des Ponts et Chaussées, fundada em 1747, a outra levou ao surgimento ‘manistas do Iluminismo, pioneiras da sociologia, da = ‘oria e da arqueologia moder rit des lois [Do es, tesquieu Baumgarten [0 século de ria da arte antiga) de J. J. Winekelmann 764), centdo conscientes da natureza instivel de sua época, a buscar auténtico por meio de urna reava- precisa da Antiguidade. O que os mo- tivava nfo era simplesmente 0s, mas obedecer aos pr ‘obra destes se baseare, A isa argue ica que se desenvolveu a partir desse ‘pullso logo levou a uma grande controvérsia: I das quatro culturas mediterrénicas— nseqtiénci liago do mundo antigo foi io do Grand vitruviano, que se dava como valido — era o catecismo do Clas ‘mo = seria agora cotejado com as ruinas auténticas. Os desenhos em escala publica ddos nas décadas de 1750 ¢ 1760 em. des pl licio de Diocleciano em Sj fam a intensidade com qu Magnificenca ed Architertura de’ Romani [Da magnificén- um ateque direto a polémica - engenharia — e parece que 1- visivemente o resto de sua carreira. Série por Wirckelmann entre bel cia ¢ da arquitetura dos romanos] (1751) era etruseas que sobreviversm devasiagdes de Roma ~ timulos e obras de oriertaram, apés série de gravuras, ele represertou 0 lado escuro daquela sensagto jé classifica da por Edmund Burke em 1757 come ‘me, esse tranqdilo terror induzido pela con- temple do grande tamanho, da extrema antigu‘dade e da decadéncia. Essas q des iram plena - gens cram, porém, como Manfre- do Tafuri observou, tratadas “como unr mito I a ser contestado... com meras fragmentos, como simbolos deformados, como organs. ‘mos alucinantes de uma ‘ordem’ em estado de decedéncia” Entre 0 Parere su I'Architettura [Parecer sobre a arquitetura] de 1765 e as éguas-for- tes de Pesto, s6 publicadas depois da sua m io prt mento gratuito, suas inv exereerem uma atrago contemporiineos, © os ‘manos dos irmaos Adi primeira expressio no Paladianismo, iniia~ EvOLLCOES CUTURY conde de Burlington, conquantoclgo purificador Semelbante pos- ‘oma, onde, entre 1750 e 1765, 0s -xpoentes do Neoclassicismo esto ia ainda viria a surtir efi Figorosa pode muito ido ago ds teorias neopaladianas dap do propostas por Robert ima a fungdo expressiva que pos- er requerida por uma circunstancia ou caraceristica especial {oi codificada pelo abade de seu Noweau séance [ordem, dis - de Adolf Loos, sustentava que muitas PONENTES 5 TECNICAS Pa Essa contestagdo da o:todoxia vitruviana 16 de tout [Novo tratado de toda a arquit Enquanto as duss retérico e piblico do Antgo Regime, 0 Tha- tado de Cordemoy antecipava a preocupago so formal apropriada e com uma mia diferenciada para social variavel de dife i truco. A época ja estava tendo de enfrentar ‘a articulaglo de uma sociedade muito mais 18 aplicagao judiciosa , Cordemay preoc- 1- demoy, antecipando em duzentos anos Orna- iment und Verbrecken (Orvamento © crime] trug0es nflo pediam nenhum omament tha preferéncia pela alvenaria sem ou pilastras e pelas estruturas ortogona coluna livre era a esséncia de uta pura, tal como se manifestou na gotica eno templo grego. Em seu Essai sur Uarchitecture [Ensaio sobre a arquitetur abade Laugier reinterpretou Cordemoy © prop0s uma ar- quitetura “natural” universal, consistindo a cabana primitiva” em quatro troncos de ér- 6 HISTORIA CRIICA DA ARQUITETURA MODERN em ver- Cordemoy, afirmou ser essa 1 base de uma espécie de > edificies tao vastos que impossibilitavam sua lm de representar 0 caréter social de suas eragBes de acordo com os ensinamen- grandeza de suas concepgde - pela otra de Le Camus de ‘A tarefi de inteprarateoria de Cordemoy © 0 opus magnum de Soufflottradigao aca- se tornou o mestre da * de arquite Boullée, Jacques farie-Joseph Peyre, tipo € ao caréter em seu Cours ture [Curso de arquittural, publicado de 1750 a 1770, Seu projeto de igrej ideal, pu- ido no segundo velume do Cours, refe- e a Sainte-Genevitve e exibia com des- Esse projeto de igre ade a grander qu de z,no qual a imensidao da perspectiva a pureza geométrica sem adarnos de for- ‘ma moaumental se combinavam de modo a promoyer alegria e angtstia. Mais do que qualquer outro arquiteto do Muminismo, - Boullés estava obcecado com a capacdade evocar a presenga dodivi- de noie se suspendia, para represertar 0 ‘um fogo que de dia era apagado para re- jo firmamento produzide pela brilhando através das paredes va- era, ‘Embora seus sentimentos politicos fos- sem solidamente republicanos, a obsessio de Boullée era imaginar os monumentos de um. Estado onipotente, dedicados & adoracio do Ser Supremo. Ao contrério de Ledoux, niio ‘se impressionava com as utopias descentra- lly ou Jean-lacques Rous- influéneia na Europa i considerdvel, princi- lade de seu discipulo, Jean-Nicolas-Louis Durand, que reduziu suas {déias extravagantes a uma tipologia norma- seu Pricis des lepons données Escola digo Narolednico, mediante a qual estrutu- ras econdmicas e apropriadas poderiam ser precisaria apenas de 112 colunas e 248 me- vOLUCOES CULTURAL - mas sugeriam também que o sistema produ- -ONENTES 7 tros de paredes ~ econemia consideravel, unidades produtivas € alojamentos rigs, Cada elemento desse complexo fo € a forga de trabalho eram fatores do ‘mesmo processo. para simbolizar a intengio social de formas: ‘convencionais, como ‘que evocam justica e unidade no chamada Pacifére, seja p ‘como no caso da Oikema, projetada na for- {8 HISTORIA CRINCA DA ARQUITETURA MODERNA Fig 4 Ledoux, iad ideale Chau, 1804 ‘ma de um pénis. Esta itima estrutura 0 arquiteto das grandes épocas contrava sua mais auténtica inspira Choisy iustrava a determinagio estrutural de sua Kistéria com projeges axonométri- ‘eas que revelavam a esséncia de um tipa de forma numa s6 imagem grifica, que com- preendia planta, corte elevagio, Como Reyner Banham observou, essas ilustragdes objetivas reduzem a arquitetura que repre- sentam i pura abstraglo, e era isso, além do € éeinformagio que sintetizavam, que sa tio apreciadas pelos pioneiros do Movimento Moderno na virada do século, otico formulado pela primeira vez. cerce de tum século tes por Cordemoy. Essa proje- contra seu paralelo na caract zagio do dérico como estrutura de mat ‘ransposta para a alvenaria, Uma transpos ‘mado nc estilo da estrutura tradicional de madeira. Acrépole: “Os gregos nanca visualizaram tum edificio sem o terreno que o emoldurava sem os outros edificics que 0 circunda- vam... cada motivo arquitet6nico, por si, é simétrico, mas cada grupo & tratado como uma paisagem em que s6 as massas se equi- libra”. Essa nogio pitoresca de um equilibrio parcialmente simtrico teri sido to estranha a0 ensinamento da Ecok des Beaux-Arts quanto 0 era a abordagem| de Guadet na Ecole des Beaux-Arts e com sua influéncia sobre seus diseipulos Auguste ram aos arquitetos pioneiros do séeulo XX. CAPITULO 2 ddo uma informacgo que ¢ mais precisamente sincronizaa com o ritmo acelerado da histéria, ‘A errova, a imprensa diia e 0 telégrafo su- plantardo aes poucos © espaco em seu papel informatio anterior. Francoise Choay ‘A cidade moderna: planejamentc do ‘século X0% 1969, ‘A cidade finita, tal como chegou a existir nna Europa ao longo dos quinhentos anos pre= cedentes, foi totalmente transformada, no lapso de'um século, pela interagdo de uma quantidace de forgas téenicas e socioecox8- ‘micas. sem precedentes, muitas das quais ‘emergiam: pela primeira vez na segunda meta- de do século XVIIL. Contam com destague entre elag de um ponto de vista técnico, no- ‘yagdes ccmo a producio em massa de trilhos de ferro, a partir de 1767, inventada por Atra- ham Dany, © a semeadeira mecinica para plantio em linha de Jc generalizado depois de do em ferro forjado, em 1784, a méquina de ‘Tull era essencial para o aperfeigoamento do sistema retativo de quatro colheitas de Charles ‘Townshend ~ 0 principio do “alto cultio”, que se generalizou por volta do fim do sécuo. -temente rural e a concentrar o tak , fibrica, primeiro perto de cursos d’égua, Transformacées territoriais: evolucao urbana, 1800-1909 Essas inovagdes produtivas tiveram inti cas, a outra foi motivade pela necessidade de alimentar uma populardo industrial que crescia com rapidez. ‘Ao mesmo tempo, @indistria textil do- méstica, que ajudara a sustentar a economia agriria da primeira metad: do século XVILL, transformou-se rapidamente, primeiro pela riquina de far de James Hargreaves (1764), que aumentou muito a capacidade indivi- dual de fiacdo, depois pelo tear a vapor de Edmund Cartwright, utilizado pela primeira vez na produgio fabril em 1784, Este ilti- mo acontecimento ndo apenas estabeleceu a produsio téxtil como indistria em grande escala, como levou de imediato a invencao da fibtica de varios pavimentos ¢& prova de fogo. Assim, a manufatura tradicional foi forgada a abandonar sua base predominan- depois, com o advento da forga motriz a va- i- por, perto de jazidas de carvlo. Com 24.000 feares a vapor em produgio em 1820, a ci- dade manufatureira inglesa jé era um fato estabelecido, Esse processo de enraizamento ~ enra- cinement, como Simone Weil o chamou foi posteriormente acslerado pelo uso da ‘rago a vapor no transporte. Richard Tre- vithiek foi o primeiro a fazer a demonstra- ‘edo, em 1804, de uma locomotiva rodando ferro fundido. A inauguragao ‘errovias instaladas em 1860. O advento da distincia depois ‘rélia, Enquanto essa migragio levou a po- pulagio necesséria para d oAenmpanhada de uma sibita queda da mortalidade, essa evolugdo geral devida a melhores padres nutrtvos ea técnicas mé- dicas aperfeigoadas, deu origem a uma con- cresceu oto vezes sando de 75.000 em 190), sagan Lan milhes em 1901. Mesmo esses aumentos de scs a oito vezes so modestos compara- dos com o cresciment: periodo. Nova York Zoi ‘mente como uma cidade Iada, em 1811, em conformidade com 0 Plano Municipal d 9, € su popula- ‘e40 passou de 33.000 er 1801 para 500.000 em 1850 e para 3,5 milhées em 1901. Chi- cago cresceu numa taxa ainda mais astond- dentro da distincia a pé dos centros de pro- Jo. Naturalmente e3sas habitaybes con- (que eram externos ¢ Tixo contiguos. Com ‘um escoamento precério ¢ uma manutengéo inadequada, tais condiga: ‘mulagéo de excrementos ‘gBes, ¢ que provocava alta incidéncia de doengas — da populagdo trabalhadora na nha] (1842), a Comissio Real sobre o Esta- do das Grandes Cidades e dos Bairros Po- pulosos de 1844 e, por fim, a Lei de Saide EVOLUCOES CULTURAIS & TECNICASPREDISPONENTES 15 Publica de 1848. Es fornavam as autoridades locais legalmerte responséveis pelo esgoto, a coleta de lixo, 0 fornecimento de gua, as vias pabli {nspego de matadouros eo enterro tos. Medidas semelhantes ocupariam Hauss- ‘mann durante a reconstrugdo de Paris ene 1853 ¢ 1870. ( resultado dessa legislaco na Inglater- ra foi tomar a sociedade vagamente cors- pos de um futuro Estado ciente da recessidade de melhorar a habita- 0s que manifestaram bem eo da classe operéria; mas ha por asseniamentos indus! concordnciainicial quanto aos meios ¢ 08 fenry Roberts; sucederam a esse cs apartamentos da Rua Streat dos pela mesma sociedad em 18 50, e um prédio operitio prototipico de dois andares equatro apartamentos, também pro- {etado por Roberts para a Grande Exposigao de 1851. Esse modelo genérico de reunido dicionais, como igre secundaria, banhos pi uma escada comum iriainfluenciar o plane~ Jamento de habitagdes operirias durante 0 resto do século. filntropo Peabody Trust, financiado pelos americanos, e virias sociedades beac- esas, além de autoridades mu- nicipais, tentaram, a partir rar a qualidade da habita projetado para estar em campo aberto, sua economia seria predominantemente agrico- vangard. Em seu itetwa fez um esforco notivel para mestique agric desinstitucionalizar a imagem dessa habita- doméstica agri 0, adaptando o estilo doméstico Arts end veu que 0 fa 22), Fourier escre- uma cidade em 16 HSTORIA CRINCA DA ARQUIETURA MODERN Fo. 8. God, Fait, Guise, 1859-70. ‘miniatura cujas ruas teriam a vantagem de io estar expostas a0 tempo. Ele o via como uma estrutura eujo tamanho, se nericamente, substituiria a sordi no-burguesa das pequenas casas diseipulo de Feurier, Victor Considé- rant, escrevendo em 1838, misturou a meti- ‘guas da costa mais préxima... do que alojar ‘numa construgio unizria 1.800 bons cam- poneses no coragio da Champagne ou fir= ‘memente no solo da Beauce”. Essa combi- nagio de comuna e navio seria rotomada por ‘A importincia duradoura de Fourier es- tiem sua critica radical da produgao indus- trializada e da organizagZo social, pois, ape- sar de numerosas temativas de ctiar falans- térios na Europa ¢ na América, seu novo 0, escolas, ba- Jardim-de-infincia, um snhos piblicos e uma lavanderia. Cadabloco residencial tinha em seu centro um patio iluminado do alto, que tomava o Tugar das ruas-corredores elevadas do falanstério, Em ions sociales [Solugdes so- jodin absorvia os aspectos is do fourierismo, mostrando sma podia ser adaptado para a ‘cooperativa, sem recorter as icas da “atragdo passional”. A parte acomodar as massas trabalhado- ras, a matriz londrina setecentista de -uas € pragas estendeu-se ao longo do século XIX para satisfazer ds exigSncias residenciais de ‘uma classe média urbana crescente Nao de todos os lados por ruas e casas gemina~ das continuas ~, 0 Movime priedade rural com tratamento paisagistico” (andscaped country estate) na cidate. O emonstré-la em co- John Nasi, em trocinio real, por uma fachada continua sa, penetrando o tecido urbano exis ‘estendendo-se como uma faixa mais av me- nos ininterrupta de casas geminadas dh ais | tocritica vista de Regent’ Park, a0 norte, até a urbanidade palaciana de St Jame’s Park Carlion House Terrace, a0 sl ity Brown e Uvedale iado por Nash para o suprimento de habitagSes contiguas no peri- + metro de um parque uirbano. Esse modelo foi primeiro ido fora de Liverpcol em irk de Nova York, de Fre~ detick Law Olmsted, inaugurado em 1857, EVOLUGOES CULTURAISE TECNICAS PREDISPONENTES 17” {oi dire:amente influenciado pelo exeraplo dde Paxton, inclusive em sua separagio entre teifego de veiculos e de pedestres, A idéia deo sisiema de circulagio ditava totalmente ‘a maneira como parque devia ser usado. Com A‘phand, o parque se torna ume in- urbanizadas. lego irregular, que Nash criou em St James's Park em 1828 a partir da bacia re- tia da concepedo pitoresca inglesa concepedo cartesiana francesa da paisagem, datada do século XVII. Os fran- ceses, que até entio haviam considerado 0 verde como outra ordem arquitetonica e re- presentedo suas avenidas como coluratas de drvores, acharam irresistivel 0 apelo ro- ‘méintico da paisage lar de Reston, Depois da Revolugdo, remodelaram seus argues aristocriticos segundo seqiércias pitorescas. ‘Mas, apesar de toda a forga do piteres- 0, o impulso francés no sentido da raciona- lidade permaneceu, primeiro nos perce- ments (demo linha reta para criar unia via piiblica totalmente nova) do Plano dos Artistas para Paris, 1793 per uma comissdo de ar cionérios sob a lideranca do pi Louis David, e mais tarde na arcada napo- leGnica da Rue de Rivoli, construida a partir de 1806 com base no projeto de Percier e Fontaine. Enguanto a Rue de Rivoli deveria, servir d= modelo arquiteténico no apenas para 2 Regent Street de Nash, mas tamaém ppara a “fachada” cenogrifica da Paris do Segundo Império, o Plano dos Artistas de- monstrava a estratégia instrumental da allée (alameda), que se tornaria a principal ferra- ‘menta struglo de Paris sob Napo- lea 9F Jacques Ne © 0 bardo Georges Hauss- ‘mann. dzixaram uma marca indelével nfo apenas em Paris, mas também num grande rnimero de cidades importantes, na Franga e nna Europa Central, que 2assaram por regu larizagées & Haussmann ao longo da segun- da metade do século. A influéncia deles esti presente inclusive no plano, elaborado em ‘malha qua- driculada de Chicago, sobre o qual 0 mes- to populaci Em 1853, como novo prefeito nomeado do departamento de Seize, Haussmann viu \essas mesmas condigdes em Paris, com sua ‘gua poiufda, sua falta de um sistema de esgotos adequado, sua insuficiéncia de espa- 698 abertos para cemitétios e parques, suas vastas éreas de habitagdes miscréves ¢, ast but not least, seu trifege congestionado, As duas primeiras dessas cndigSes eram indu- bitavelmente as mais ctiticas pata 0 bem- estar cotidiano da populagio, Por captar a ‘maior parte de sua agua no Sena, que tam- bbém servia como principal coletor de esgo- tos, Paris padecera dois striossurtos de c6le~ ra na primeira metade de século, Ao mesmo tempo, o sistema vidio enistente nao era mais adequado para o centre administrative de ‘uma economia capitalista em expansio. Sob a breve autocracia de Napolefo Il, a solugio radical de Haussmann pura o aspecto fisico desse complexo problema era o percement. Esse vasto objetivo era, como Choay escre- veu, “proporcionar unicade © transformar num todo operacional © ‘enorme mercado consumidor, a imensa Fabrica’ que era 0 aglomerado parisiense”, Smbora o Plano dos Artistas de 1793 ¢, antes dele, o de Pierre Patte de 1765 tenham an‘ecipado claramente Choay assi ddanga discemnivel da localizagio dos eixos, dde uma cidade organizada em torno de quar tiers tadicionais, como no plano fe © Pare des Buttes Chaumont e o Parc Mon- ceau, foram criados ou melhorados dentro ampliados da cidade. Acima de tudo, eriou-se um sistema adequado de de Paris, dando énfase & impor- mas de comunicagdo rapidos dou prioridade ao sistems de trifego e em - particular, tragdo a vapor Para ele, o trifego Ringszasse, construfda em torno do centro velho entre 1858 e 1914. Os monunentos ‘uténomos dessa expansdo urbana “aberta”, i- estruturada em tomo de uma via curva de cra, em mais de um aspects, o ponto de. incorporava essa énfase dada ao movimento na forma de uma protocidade linear em que zonas separadas de implantago e de trans- porte sto organizadas em faixas. Seu desenho > anfecipava em certos aspectos as propostas inirodugao do met 184) e do trem de subtrbi fe ajardinado surgi 20 HISTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA EvOLUCOE ICAS PREDSPONENTES 21 Plano deRivesde, —o centro de crescimento verti bio ajardinado de cxescimento ficou demonstrada no boom im se seguiu ao grande incéndio de Chicago em 1871 processo de suburbanizagio jé come- subirbio original da cost cra ligado 20 cen ‘um caminho para Com a intredugao do bonde a vapor so trfego de passageiros centrado emChiea- go. Assim, a tltima década do século pre- so urbano, mudangas subiirbio de Oak Park, que seria o campo de go com 0 plano quadri 22 HISTORIA CRITCA DS ARQUITETURA MODERNA, fator determinante principal dos dois mode- tes cue elas adotavam diante do trifego fer- roviirio. Enquanto a Ruris objtos do que a pessoas ~, a ci ida- era expressamente projetada para f por via férrea, que Ebenezer Howard apre~ Path fo Real adotada, ¢ nfo o modelo linear pattocinado pela Compafia Madrilefia de Urbarizacién, de Soria y Mata, que construiu apenas cerca '- de 22 quilémetros do longo “cola” de 55 prias palavras de 1882, “uma rua Unica de quilSmetros projetados para rodear Madri. uns 500 metros de largura, ¢ com um com- Q fiacasso desse exemplo condenon a cida- de linear a um futuro mais teériee do que Town Planning in Practice [Pritia do pla- 30], publicado em 1909, que exerceu. A preocupagdo de Solega Barry Puke com “cidades imagindrias irregulare exemplificado por cidades medi sis como Nuremberg ¢ Rothe malfadado modelo da St George's Guild, ideado por Ruskinem 1871, Howard conce- beu essa sua cidade como uma comunidad de ajuda mitua auto-suficiente, produzindo pouco além de svas necessidades. A dife- re esas cdades-modeloestava, aft situdes fundamentalmentediferen- “regulamentar”, Unwin permaneceu tio con- ciondrio americano Tom Paine projetou um ‘monumento & Revolugdo Americana na for- ‘ma de uma ponte de ferro fundido sobre o tio Schuykill. Paine mandou fabricar as peas dessa ponte na Inglaterra, onde fo- ‘ram expostas em 1791, exatamente um ano antes de ser acusado de traigio e forgado a cexilarse na Franca. Em 1796, uma ponte de ferro fundido de 71 metros foi construi- da sobre o Wear em Sunderland, com proje- to de Thomas Wilson, que adotou 0 método de Paine, de montagem em aduelas. Mais ‘ou menos na mesma época, Thomas Telford estreou como construtor de pontes com sua ‘Buildwas Bridge, de 39,5 metros, construi- dda sobre o Severn, um projeto que empre- ‘g0u apenas 176 tonelads de ferro, contra as 384 toncladas usadas em Coalbrookdale. Nos trinta anos seguintes, Telford cont nuou demonstrando sua incomparével ppeténcia como construtor de pontes © das e como o iiltimo grande engenheiro de ‘canais da declinante era hidrovidria, Sua car- reira precursora encerrcu-se com seus ar- ‘mazéns de tijolos e estrutura de ferro na St Katharine Dock, em Lonires, projetados pe- Jo arquiteto Philip Hardwick e construidos em 1829, Baseavam-se no sistema de cons- ‘rucdo fabril de varios endares e resistente 20 fogo, desenvolvida nas Midlands durante altima década do século XVI Os princi pais precursores estruturais de St Katharine 26 HISTORIA CRTICA DA ARQUITETURA MODERNA de motim, de seis pavimen- construida em Derby linho de Charles Ba- ge, ‘em Shrewsbury em 1796, Em- Dora essas duas estraturas empregassem co- unas de ferro fundido, a necessidade pre- ‘mente de aperfeigosr um sistema & prova de fogo para a construpio fabril levou, no es- ppago de quatro anos, a subst ‘madeira usadas em Derby numa diregio da abdbada parece deriva desenvolvimento, empreendido desde 0 sé- culo XVII, da abstada roussillonesa ou ca- tall na Franga, que foi adotada pela primei- ra vez nesse pafs como meio de realizar uma parte seu uso em catedrais do século reforgo com alvenaria e ferro forja- do na Franga tem suas origens em Paris, na fachada leste do Losvre ‘eno port (1772), Bssas duas obras an senvolvimento do cancreto armado, Em 1776 Soufflot propés uma cobertura com arma- ‘20 em ferro forjado para uma parte do Lou- ve; essa proposta abria caminho para o tra- batho pioneiro de Victor Louis: a constru- glo de uma cobertura de ferro forjado para o ‘Thédtre Francais em 1786 Palais-Royal em 1790. E: ‘ura céncava e & prova de fogo para o piso, sistema esse que mais uma vez derivava da abobada roussill risco urbano creseente, prova-o a BIE de Paris, cuja cobertura consumida por tum ineéndio foi sabstituida em 1808 por ‘uma ciipula com nervuras de ferro, projeta- da pelo arquiteto F.J. Bélanger e pelo enge- arquiteto e um cor primeira aplicagio do ferro numa ponte acontecia na construgdo da clegante Pont des Arts sobre o Sena, construida com base em desenhos de L. A. De Cessart em 1803. ‘Coma fundagdo da Ecole Polytechnique, em 1795, os franceses propugnaram pelo de uma tecnocracia coe- ‘a crescente espe- da engenharia pois da morte de Souffle ‘gistar o trabalho pioneiro de SoufMlot, Lou's, Brunet, Cessart ¢ outros. E enquanto ‘Schinkel, que, no ira de arquiteto, em 1816, comegou a incorporar elaborados elementos de ferro em seus adornos neoclissicos para cidade de Berl Por essa época, a técnica da construcdo suspensa em ferro teve uma evolugio inde- pendente, comecando com a inven¢o em. 1801, pelo americano James Finlay, da ponte info de sua cai Fo, 14.1.8. eW. A Roebling, pote do Brook Hove’ 336 po cabos. ida de tabuleiro plano, realizado 6 on Bridge cde Thomas Pope, aauge da breve, mas cr lay, foi sua ponte pénsil de cadeias de ferro, com vip de 74,5 metros, sobre o Merrimac, em Newport (1810), tabalho de Finlay, conforme docu- mentado por Pope, exerceu influéncia ime- agdo da técnica de sus- param de seu. desenvolvit chatos de ferro forjado de Br duradouro em sua ‘metros de vao, constru‘da sobre o Tweed em 1820. Telford e Brown colaboraram breve- ‘mente auma ponte péi essa colaboragio sem divida influenciou o projeto de Telford para sua ponte de 177 VOLUGOES CULTURAIS ETECNICAS PREDISPONENTES 27 ferro forjado culminou 20 ‘ge, em Bristol, de 214 metros de vio, proje- ada por Isambard Kingdom Brunel em 1829, mas s6 terminada 2m 1864, cinco anos depois da morte de Brunel. ‘Como a manufaturade elos de ferro for- tenso era sem- ar eabos de fio trefilado, em vez de cadeias, parece ter- se insinuado pela primzira vez em 1816 a ia, e depois aos irmios construiram uma ponte de fio trefilado so- bre o Rédano, em Tain-Tournon, em 1825, Acbra dos Séguin foi tema de um exaustivo estudo analitico realizado para a Ecole des Ponts et Chaussées por LI a publi- 28 HSTORIA CRITICA DA ARQUITETURA MODERNA cagio dessa obra em 1831 inaugurou a ida~ de de ouro da ponte pénsil na Franga, onde cerca de uma centena de estruturas foi cons- trulda na década seguinte. Vicatrecomend- va que todos os futuros elementos de sus- pensdo fossem fabricados de fio de ago, em vez de barra de fer, para tanto inventou ‘método de trangar in Loco cabos de aco. cio semelhante foi posteriormente 10 engesheiro americano John ‘Augustus Roebling, cuja patente para a ma- rnufatura de eabos deaco foi obtida em 1842, dois anos antes de ele empregar esse mate- rial na suspensio de um aqueduto sobre 0 da sua ponte ferroviiia de 243,5 metros de vo sobre as cataratas do Niagara (1855) até sua ponte do Brooklin, em Nova York, de 487 metros de vio, concluida, apés a’sua ‘morte, por seu filho Washington Roebling, em 1883, Com a virtual conclusto da infra-estru- tura ferroviria da Gra-Bretanha em 1860, ia estrutural briténica entrou fo de hibernagéo que perdurou pelo resto do século, Poucas obras de britho ‘ou engenhosidade ficaram por construir depois do meado do século; ent sracas aos estudos de Eton Hodgkinson ¢ ao trabalho experimental de William Fair- baimn. Robert Stephenson jé has as descobertas de Hodgkinson ¢ Fairbaim fem seu desenvolvimento da longarina de cchapa em 1846, sistema que seri ‘mente demonsirado na ponte Brita ‘sa estrutura compreendia dois ppendentes, de uma s6 via, reve chapa de ferro, que transpunhs em dois langos de 70 metros de vao cada, © ‘um vao principal de 140 metros. Os pilares - de pedra de Stephenson foram projetados para a ancoragem dos componentes suple~ Jada dos. “tubo ‘mais que suficiente para o vio. Vis com- pardveis foram real i Saltash, no qual uma via tinica transpde 0 ‘Tamar sobre duas armagies horizontais a sustentar seus arcos, cada qual com 138,5 metros de vaio. Foram novamente usadas ‘chapas laminadas e rebitadas para formar as cordas elipticas ocas de 4,9 ror 3,7 metros através de seus respectivos eixos. Essas cordas interagiam com cat pénseis de cadei supo-tes verticais nos quais o | estrada era suspenso. Por sua eleva ginagdo, a iltima obra de Brunel eq: vva-se aos grandes viadutos que Eiffel construiria no Macigo Central fran cs nos trinta anos se; seges de chapa ocas antecipava a gigan- tesca estrutura tubular de ago que seria empregada por John Fowler e Benjamin Baker nos balangos de 213 metros de sua Forth Bridge, concluida em 1890. ( desenvolvimento da ferrovia,iniciado - como trecho experimental que George Ste- her - ington, teve uma extraordindria expansio no segundo quartel do séeulo. Na Ingla- terra, haveria mais de 3.200 quil6metros de vias férreas em menos de vinte anos; a “Amica do Norte contava com 4.€00 qui- rio gerel da construgio, de que eram o: cos elenentos disponiveis & prova de fogo para os armazéns de varios pisos que a pro- industrial exigia de a época da viga de ferro furdid mpreendido um esforgo no pata melhorar a ca e ferjado, A seco iu durante as. prim fe dessa secdo surgi ‘que por sua vez levou 0 primeiro trilho americano, laminado no pais de Gales em 1831, com seco em for~ ral s6 se generalizou depois de 1854, cuan- do versies mais pesadas ¢ com maior enver- ‘mentes, os engenheos experimentavarn vi rios meios de aumentar a capacidad= de cobertura de vos do material, construindo clemen:os espessos com as cantoneiras e chapas usuais de ferro forjado que estavam sendo empregadas na construgo naval Sa- jssem grandes vos, io componentes. de reforgando ou mi ferro, ‘oi mais ou menos eclipsada no ‘meado Jo século pela laminago bem-suce- dida de uma viga de ferro forjado de centimetros de espessura. O apresertava um sistema aperfei construylo fabril, formado por vigas de fer- |- no estaleiro naval de Skeerness. Es aproximou fortuitame cipios do conereto Numa tendéncia semelh vel edificio de quat ra de ferro fundido e forjado, to, revestido de ferro corrugac tado pelo coronel as, e Zorjado, no caso das visas), 0 depésito de Sheerness antecipava tanto a seed padrdo como 0 método de mon- tagem da moderna construgdo de estrutura metilica, Em meados do século, colunas de ferro fundido e tilhos de ferro forjado, usados Junto com o envidragamento modular, torna- ram-se a técnica padrao da répida pré-fabri- ‘cago e construgio de centros. urbanos de distribuigdo: mercados, casas de cémbio © gzalerias, Este tltimo tipo foi desenv em Paris. A Galerie d°Criéans, de For construida no Palais Reyal, em 1829, foi a primeira galeria a ter uma absbada de bereo envidragada. A natureza pré-fabricada desses, sistemas de ferro findido garantia na der de mortagem, mas també lade de transportar kts de edi gas distincies. Assim, aps ‘meados do século, 0s peises ind ‘comecaram a exportar estruturas pré- das de ferro fundido pare om A sibita expansiio do cr no € do comércio na costa na déceda de 1840 estimulo James Bogardus ¢ Daniel Badger a abrir ofi- cinas de fundigao em Nova York, a fim de produzir fachadas arquitetonicas de ferro de 30 HISTORIA CRIICA DA ARQUTETURA MODERNA Fig 16. Fontaine, Galerie Foren. 1829 vrios pavimentos. No entant década de 1850, suas estruturas “empacota- das” baseavam-se no uso de grandes vigas de madeira para vencer 0 va © ferro reservado péra as colunas internas e as fachadas. Uma das melhores obras da longa carreira de Bogardus & seu Haugh- , Nova York, 1859, construido com projeto do arcuiteto John’ P. Gaynor. Este foi o primeiro cdificio servido por um elevador de passagciros, apenas cinco anos depois de Elisha Graves Otis ter feito sua histérica demonstrazdo dessa méquina, em 1854, ‘Acestrutura totalmente envidracada, to sobre o vidro en 1845. O ps Richard Turner e Decimus Burton, construl- do no Jardim Botanico de Kew em 1845-48, foi uma das primeins estruturas a tirar par~ tido da sibita disponibilidade de vidro lami- nado. Os primeiros grandes recintos perma- nentes fechados a serem envidragados a par- tir de entio foram as estagdes ferroviirias \eonstruidas na segunda metade do século XIX. Esse avango comegou com 1 Lime Street Station, de Turner e Joseph Locke, em iagio ferrovidriaapresenteva um para vaos amplos podia ser prontamente ingeda. Assim, foi tomada a decisio de transpara garganta em cinco vios: dois vos curtos de cada lado, suportados por piares, longo, de 160 metros, apoiade num arco com dupla fixagio. O procesto ai empregado, que seria balango no nivel da vi cera construido simultaneamente em duas metades, a partir do nivel da agua. As se- das iniciais eram levadas flu- tuand © levanadas et sue posite antidas ‘numé dhranie a monizgem foal por cabos sus” ppensos nos remates dos pilares adjacentes. 0 formidével sucesso do viaduto do Douro, 1878, fez com que Eiffel re- jtamente a encomenda do sobre o Truyére, ne Ma- igo Cental Domesmo modo que o viaduto deDou- trugio da torre Eiffel. Como 0 Crystal Pala- ce, mas em menor grau, a torre foi projetada ultrapassava os 2 na Galeria das Maq) estrutura tinha de conter um acesso para 0 répido movim tantes. A velocidade ere e havia meio de acesso a torre elevadores que corressem em nados dentro de suas pernas lho reminiscente da térnica de montagem usada no caso dos vadutos articulados. tura inimaginivel que s6 podia ser experi- mentada atravessando a matriz aérea do préprio espago. Dada aafinidade futuristica entre a torre ea aviaglo, celebrada pelo avia- dor Santos Dumont, quando deu a volta na estrutura com seu dirigivel em 1901, no & de espantar que, trinta anos depois da sua . foi apropriada e reinterpretada como brincial mbolo de uma nova Jetado em 1919-20, Assim como a tecnologia do ferro foi queza mineral da terra,a tecnologia do ereto, pelo menos o desenvol cimento hidriulico, parece ter decorrido trafego maritimo. Em 1774, John Sm: [34 HISTORIA CRIICA DA ARQUITETURA MODERNA ‘Apesar do desenvclvimento precursor do ccimento Portland por Joseph Aspdin, para uso como imitagdo da pedra em 1824, e de varias outras proposias inglesas para a cons- trugdo em concrets armado cor ‘como a que foi feita pelo sem Loudon em 1792, a lideranca ini alaterra no pioneirismo do concreto passou ‘gradativamente & Franca, Na Franga, as restrigdes econdmicas que iugdo de 1789, a sintese yam-se para eria circunstin- cias favordveis & invengdo do concreto arma- do. O primeiro uso conseqiiente do novo ma- terial foi feito por Trangois Coignet, que ja tinha ridade com © método de cors- trugdo em pisé da regido de Lyon. Em 1861, cle desenvolveu uma técnica de reforgar 0 cconereto com so, estabeleceu a primeira compan! dda a especializar-se na construglo inet tabalhow en Pais sob armado, inclusive, em 1867, tie de edificios de apartamentos de seis anda- res. Apesar dessas encomendas, Coignet no cconseguiu tirar paterte, eno fim do Segundo Império sua empresa fechou. pioneiro francés do concreto foi 0 paisagista Joseph Monier, que, seguindo sua bbem-sucedida produgio de vasos de flores de concreto em 1850, obteve, depois de 1867, uma série de patentes para aplicagdes, reforgadas com met, cujos direitos parciais cle impensadamente cedeu, em 1880, aos cengenheiros Schuster e Wayss. Novos direi- tos foram obtidos d2 Monier em 1884 pela. firma de Freytag, ¢ logo depois foi fundada 2 grande companhia alem’ de engenharia civil de Wayss e sistema Monier ca obra de G. publicagdo de importantes estudos teéricos sobre tensdes diferenciais no conerety arma- do pelos teéricos alemaes Neumann e Koe- nen serviram para consolidar a lideranga lem nesse tipo de construcio. 0 periodo de mais intenso desenvolvi- menio do conereto armado ocorteu entre -om um trabalho pioneiro rea- William E. ‘rutor a tra ‘A vantagem estrutural inerente aiss0 foi quase imediatamente con- Hyat e Thomas conjuntos foram pi ‘Nao obstante esses avangos internacio- ais, a exploragio si ‘em 1879, Realizou entio um vasto progra- mma de pesquisas particulares antes de paten- tear seu abrangente sistema de 1892. Antes grande problema do con- fora produzir uma articulacdo ‘monolitica. Os sistemas compostos ie con- Fi, 16, Hennbique junta monoliia de conereto aah, patenteaca em 1892 Monier (Monierbau), publicada em 1887. EVOLUGOES CULTURAIS ETECRICAS PREDISPONENTES 35 ago que haviam sido patenteados por maim em 1845 estavam longe de sermo- ‘eas mesmas restrigdes valiam para a de Hyatt e Rickets. Hennebique su- ‘ssa dificuldade com o emprego de ergalhies de segio cilindrica, que podiam +r curvados e enganchados uns nos outros. parte de seu sistema exclusive © uso rgalhdes de reforgo dobrados em coto- ‘aamarragdo das juntas com cintas em 0 para resistir & tragio local. Com 0 amento da junta monolitica, foi truiu a primeira ponte rodovisria de concre- fo em 1901 e apresentou uma espetacular ceseada helicoidal de conoreto armado ma ex- ritdinica de 1908. data de.cerea de 1898, com a publicagao re- gular de sua revista Le Béton armé [O con- creto armada] e o uso de seu sistem: nas ccléticas estruturas da Exposigio de Paris de 1900. Nao obstante as fachadas falsas do ‘Chateau d’Eau construldo em concret> ar- mado pelo filho de Frangois Coignet, « Ex- posigio de Paris de 1900 dew um enorme impulso & construed em conereto, e em 1902, uma década depois de sua fundagao, a firma de Hennebique transformara-se numa grande companhia internacional. A esta al- tura, varias obras estavam sendo construi- das com concreto em toda a Europa, tendo Hennebique como o principal empreiteiro. Em 1904 ele construiu sua conereto armado em Bourg-la-Reine, com lum jareim no teto e um minarete. Suas s6li- das paredes eram de concreto armado lan- ‘gado in oco entre “formas” permanentes de Concreto pré-moldado, e sua fachada quase toda de vidro avangava dramaticamente em ito da firma de Hennetique “ balango do plano principal do edificio. Na ‘menopélio de Henne- virada do século, bique sobre seu ‘embora suas patente anos de duracio. Em comegou a acabar, cional que estabeleceu 0 cédigo francés apritica do concreto armaado. Em 1890, 0 engenheiro Cot ‘tou seu sistema de clment armé que ct nava conereto armado ¢ tijolos, sendo estes uunidos ao conereto com arame. Nesse siste- ma hibrido, a principal fungo do eleme manter a continui- dade estrutural em reas de alta tragio, Nas fireas de compressio, o tijolo predominava naturalmente, O sistema exerceu forte atra- fo sobre 0 arquiteto macionalista Anatole pela estrutura aparente como nica base vi- lida para a expressio ra arquitetura, Com base nessa idéia, de Baudot confinava 0 mo- Viollet-le-Duc, ele se preocupou com blema do grande espago como 36 HISTORIA CRIICA D8 ARQUTETURA MODERNA seu projeto no- 1901), a fabrica = coneluidos em jizadas, meio século depois, pelo cengenheiro italiano Pier Luigi Nervi, em particular na Sala ée Exposigées de Turim (1948) e no lanificio Gatti, construido nos arredores de Roma em 1953. Em oposi¢do ao principio de Baudot da forma reticulada, o desafio do grande 0 foi respondido por Max Berg com a zacio de elementos de concreto armado de enormes dimensSes 2m sua Jahrhunderthall construida por Konwiarz e Trauer para a Exposigio de Breslau de 1913. Dentro des- se vasto salio cent , de 65 metros de diimetro, as nervuras de conereto da cipula broiam de uma viga anular perimétrica que, por sua vez, é susteatada por enormes arcos s. Essa impressionante e hereilea cstrutura ficava ocuita na parte de fora por expressivo primordial de uma linguagem filas concéntricas de vidros, sendo o plano arquiteténica veio com a Maison Dom-ino orginico e ae

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