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CAPITULO_8 Usos da Histéria AA atten social trata de problemas de biogra historia e de seus contatos dentro das eaeicee eae éstes os trés — biografia, historia, sociedade — pontos coor. denados do estudo adequado do homem, eis a tese que de. fendi ao eriticar as vérias escolas atuais de Sociologia, cujos adeptos abandonaram essa tradicao classic. Os problemas do nosso tempo — que incluem o problema de natureza mesma do homem — nao podem ser formulados adequada- mente sem aceitarmos na prética a opiniao de que a histéria edula do estudo social, e reconhecermos a necessidade de desenvolver mais uma psicologia do homem que seja so- cioljgicamente fondamentada e histbricamente relevante. Sem 0 uso da historia e sem o sentido histérico das questies psicoldgicas, o cientista social nao pode, adequadamente, for- mmular os tipos de problemas que devem ser, agora, 0s pon- tos cardeais de seus estudos. iT O cansativo debate sébre se o estudo histérico € ou deve ser considerado como uma ciéncia social nao é importante nem interessante. A concluséo depende claramente dos tipos de historizdores e dos tipos de cientistas sociais em caust Alguns historiadores sf apenas compiladores de fatos sume tos, que procuram nao “interpretar ; ocupam-se. Por VE proveitosamente, com algum fragmento da historia, ¢ pare vem relutantes em localizd-lo dentro de qualquer sea 156 \éria iminentes, ec eer io detaihe, mas também eso, capaz de abarcar aconte- amenfpoce no desenvolvimento das estru- r 5 se preocupe com @ adores mipreensao da trans- ‘sociais, e com a interpre meio de narrativas. dos historia * necessari instituigoes medida em g 3 jar ‘nio-com- tender odo de tempo, e a trabalbar de forma. parada. O trabalho de mult ocupam a See oa mparado do que ae Pramnas de énfase © especializagao, tarefa comum. Muitos historiadores americanos estio, hoje, influencia- dos pelas concepgoes, problemas e métodos das varias Cién- cias Sociais. Barzun e Graff sugeriram recentemente que tal- vez os “cientistas sociais estejam pressionando os historia- dores para modernizarem sua técnica”, porque “os cientistas sociais esto demasiado ocupados para ler a histéria”, e “néo reconhecem seus préprios materiais, quando apresentados em configuracao diferente”. Hi, decerto, mais problemas de método em qual A , qualquer trabalho de histéria do que muitos historiadores habitual mente imaginam. Mas hoje em dia, muitos imaginam néo tanto os métodos, mas a epistemologia — e de uma forma Eis J ig ve wa pum afastamento curioso em relagdo & rica. A influéneia que sdbre certos historia- dentro de uma mesma {Jacques Barzun, York, 1951, zon wat © Henty Gratt, The Modern Researcher, Nova 1ST dores tém determinados tipos de iva, mas ainda no é bastante ampla git uma andlise minuciosa, aqui. ‘A principal tarefa do historiador € manter fo registro humano — mas tal descricéo € enganosamente simples. © historiador representa a meméria organizada do hhumanidade e essa memoria, como ia escrita, é gra demente maledvel. Modifica-se quase sempre de forma dris. tica, de uma geracao de historiadores para a outra —e nag ‘apenas porque novas’pesquisas, mais detalhad novos fatos e documentos no registro. Mo\ devido as al cexistente e dentro da qual o registro é encaixado. Tais so 08 critérios de selegao dos numerosos fatos 3 di toriador,.e ao mesmo tempo as principais seus sentidos. O historiador nao mantendo sua inter- pretag tunspectos. Nao preci- samos da projecdo imaginativa de George Orwell para saber como a pode ser deformada facilmente no proceso de sua representacio continua, embora seu 1984 tome ésse aspecto enfiticamente dramético e, esperemos, tenha atemo- rizado devidamente alguns de nossos colegas historiadores. Todos ésses perigos da emprésa do historiador fazem jinas* humanas mais tedricas, o que dela uma das tora a calma incia de muitos dos seus pratican- tes ainda mais impressionante. Impressionante, sim, mas bastante instével. Suponho ter havido periodos nos’ quais as perspectivas fdssem rigidas e monoliticas, e nos quais 0s historiadores podiam permanecer inconscientes dos temas tomados como solucionados. Mas 0 nosso periodo no é assim; se o§ historiadores ndo tém “teoria”, podem propor- _ lar material para escrever-se a ria, mas nao podem, hea mesos, esrevéla Podem alimentar 0, registro, mas no podem manté-lo ininterrupto. Essa tarefa, hoje, exige wt atengao explicita a muita coisa além dos “fatos” <= mas sb Mais fun- m bastante co- paragbes com os pesquisa soci informagio ad blema, e 1 ser, € 0 Social cldssico. A objecao, além disso, s6 é relevante para Ztitos problemas e pode, ‘na verdade, ser contornada fre- ‘ientemente: para muitos problemas, 36 podemos obter in- Armagao adequada em relago ao passado. O sigilo oficial e nio-oficial, a difusio generalizada das telagées piblicas, sio ealidades contemporaneas que devem, certamente, ser leva~ das em conta, ao julgarmos a exatiddo da informagéo sobre 0 passado e sdbre o presente. Essa -objecdo, numa palavra, & apenas outra versio da inibigio metodolégica, e com fre~ giigneia uma caracteristica da ideologia do “saber nada” dos que sao politicamente cordatos. 2. Mais importante do que as proporgées nas quais os his- toriadores s4o cientistas sociais, ou de como se devem compor- tar, € 0 ponto, ainda mais-controverso, de que as Ciéncias So- ciais sd0, em si, disciplinas histéricas. Para realizar suas ta- tefas, ou mesmo para apresenté-las bem, os cientistas sociais devem usar o material da historia.’ Exceto supondo alguma teoria trans-histérica da natureza da histéria, ou que o ho- mem na sociedade é uma entidade nao-historica, nenhuma ciéncia poder transcender a historia. Téda Sociologia digna do nome é “Sociologia Histérica”.- f, na excelente expressio le Paul Sweezy, uma tentativa de escrever “o presente como 159 u fazendas que nos interessa sob rio nos So, temos de estudar as estruturas ‘0 conhecimento, tanto as ‘impordneas.” Se nao levarmos em conte variedade, que naturalmente nao pretende incl pos existentes, nossa formulacio nao pode ser em adequada. Tais regularidades, ou relagoes, que as varias caracteristicas da sociedade nao podem nidas claramente. Os tipos histéri parte muito importante daquil indispensdveis para nossas explicagées. Eliminar tal mate- rial — o registro de tudo 0 que o homem féz e em que se transformou — de nossos estudos seria como eS dar 0 processo do nascimento, ignorando 0 da materidade Se no: ;nidade nacional de uma socie- i , no teremos Imente ocidental), nfo teremos esperancas de perceber muitas diferencas ae Essa mentais entre os tipos humanos e instituigdes soci ‘para a verdade geral tem um sentido bastante ee Ye. qual ciéneia social: no momento de entrecruzamento ¢* the, Sa 301 quer sociedade, h4 com freqiiéncia tantos den 160 habitualme local assumem bommogencidade comparacies de estruturas.sociais ma comparada, historicas ica, como claro’ sem ésse trabalho. uma gama ampliada, rasos e desorientadores. guém argumente, por exemplo, ferenca politica é um dos princip. ‘0 contemporineo das socie “= Moris Ginsberg, ‘Vol. TI, 39, Londres, 185 a 0° menos solucionado — sem considerarmos, de for- @ gama das sociedades contemportneas e ” © “opinido publ Se néo usarmos, nos estaremos condenando a re Nao suponko, igacies reais sem sair da- quela sociedade ou periodo” * Iss0 as vézes ocorre, mas nao podemos supé-lo com certeza. Para saber nao, devemos formular nossos estudos como lades ocidentais. de temas-chaves da cigncia po- no pode ficar ém nosso estudo, tados por exemplo, que al- com a afirmacé fatos do cenério pol ‘Nao obstante, Essays in Sociology and Sociat Philosophy, 958. 161 nos estudos da “psicologia politica dos eleitores” parados € nao-histéricos, nao encontramos Tem etto-com. assificacao dos “eleitores” — ou dos = mesmo los “hom ‘SMO uma que leve realmente em conta tal indiferenca, ‘De! piticos” — historicamente especifica dessa indiferenca pole? dia menos seu sentido, nao podem ser for tuais désses estudos sdbre votagag aaa N08 t ioe dos camponeses do mundo “politicamente indiferentes” nao. te: que dizé-lo do homem da iitderay meteiens Entre outras coisas, a importincia das instituigses pet Para os modos de vida e suas condicées sio totalmente af entes nos dois tipos de sociedade. E ainda: a oporturianig formal de participagio politica difere; a expectation wen” ticipacio politica provocada por todo 0 curso da demon burguesa no Ocidente moderno nem sempre existiu no eet do pré-industrial. Para compreender a “indiferenca poliien explicd-la, para apreender seu sentido nas massas modernas, temos de examinar os varios tipos e condigies de indiferenca, e para isso € necessdrio empregar materiais histéricos e com, parados. Pré-industri al que sio sentido massas, 2) Os estudos nao-histéricos tendem a ser estiticos ou curtos, limitados a ambientes. Isso é de esperar, pois adqui- rimos conseiéncia, mais facilmente, das estruturas maiores quando elas se estéo modificando, e em geral sb adquirimos consciéneia dessas modificagbes qu visio, de modo a incluir uma gama histérica adequada. Nos- sa oportunidade de compreender como os ambientes menores € as estruturas mais amplas interagem, e nossa oportunidade de compreender as causas mais amplas em ago nesses meios limitados requerem, assim, que tratemos com materiais hist¢ cos. A consciéncia da estrutura, em tédas as acepgves désse térmo central, bem como a formulagio adequada das enn ges e problemas dos ambientes limitados, exigem 0 recone cimento e a pratica das Ciencias Sociais como disciplinas téricas. Nao s6 rossas possibilidades de ter consci tura = ampliadas pelo fierce histérico, ol nao podemos esperar compreender qualquer socieda’s Tada, até cian ca estética, sem o uso de materiais histo- ‘ 1is- reos. A imagem de qualquer sociedade 6 uma imagem ancia da est como também ciedade is0- 162 ari specifica. © que Marx chamou de “principio Ge apectiome histrico™ relerese, primeio, | una, linha Sfentadora: qualquer sociedade deve ser compreendida em termes do. periodo especifico no qual existe. Qualquer que feja a definigao de “periodo”, as instituigSes, ideologias, tf por de homens e mulheres néle predominantes cons. Broem uma configuragio singular. Isso néo significa que Esse tipo historico nao possa ser comparado a outros, e certamente a que 0 padréo sO possa ser com- preendido intuitivamente. Mas quer dizer — © esta a se- gunda referéncia do principio — que dentro désse tipo hist. Fico, varios mecanismos de transformacéo atingem 2 wm de- ‘mit ipo especifico de cruzamento. ses mi a Sean Ym — seguindo John Stuart Mill — chamou de principia media, sio 03 mecanismos mesmos que 0 cien: lista social, preocupado com a estrutura social, deseja aprender. Os primeiros teéricos sociais quiseram formular leis inva- ridveis da sociedade — leis que seriam vilidas para t8das as sociedades, tal como os processos abstratos dla ciéncia fisica evaram a leis que iam além da riqueza qualitativa da “natureza”. Nao ha, ereio, nenhuma “lei” trans-histérica for- lada por nenhum cientista social que ndo deva ser com- preendida como relacionada com a estrutura especifica de algum periodo. Outras “leis” sio apenas abstragies écas, ou tautologias confusas. O tinico sentido de “leis sociais” ou mesmo de “regularidades sociais” sio os principia media que possamos descobrir, ou se o desejarmos, construir, numa esirutura social, dentro de uma era especificamente histérica. Nao conhecemos principios universais de transformacio his- erica; os mecanismos de transformagio que conhecemos variam com a estrutura social que estuclamos. Isso porque a transformacdo histérica é uma transformagéo das estruturas sociais, das relacdes entre suas partes componentes. Tal como hé uma variedade de estruturas sociais, hd uma variedade de Prinefpios de transformagio historic, 3) © conhecimento da histéria de uma sociedade & Quase sempre indispensavel para sua compreensio, 0 que s¢ ‘ora perfeitamente claro a qualquer economista, cientista palitico ou socidlogo que deixe seu pats industrialmente adiantado para examinar as instituiges de alguma estrutura 163 ‘ édio, na Asia ou na ee onete oa ‘le com freqiiéncia J earhecimento desta esté incorpora- come que trabalha. Quando adota sn compara, adquire consciéncia me- ange omaind intrinseco ao que deseja to Sineramente como um “pano-de-fundo geval : as sociedades ocidentais ‘Na mesma dps, 08 problemas 085 criolo talvez sio problemas ineviv's"™ fem delinidora, o fato de ser uma tenha, como aa rimeira vez, as variedades de mundos free om pcera tem una ioterinfludncia séria, répida e socits ame Gestudo de nossa época deve ser wm exame cto Asses mundos e de suas interagies. Talvez por comrade aisatora reservado a0 antropélogo se tenha trans- fed nos "pales subdesenvolvides” do mundo, que os rormaee saa, tal como 6 cientistas politicos soefélogos, neluem regularmente entre seus objetos de estudo. & por isso que parte da melhor Sociologia que hoje se faz tem como objeto areas e regibes mundiais. 0 estudo comparado e o estudo histérico tém mudtuas relagies profundas. Impossivel compreender as economias jcas subdesenvolvidas, comunista e capitalista, tal como txislem no mundo de hoje, através de comparacoes rasas € intemporais, Devemos expandir o aleance temporal da and- ise. Para compreender e explicar os fatos comparados, tal como estéo A nossa frente, temos de conhecer as fases histé- meas € as razbes histdricas dos varios indices e as varias di- recies do desenvolvimento e da falta de desenvolvimento. Temos de saber, por exemplo, por que as coldnias undadas Beles eldentais na América do Norte e. Austria, 08 de cian oe lomartm se, no devido tempo, sovieds- eels industrialmente florescentes, mas as eoldnias San ta Amées Latina © Aen continuaram empobrec senvolvidas, até 0 século XX Assim, 0 ponto de vis a rade aoe Pamte ae vista histéico leva ao estudo compa- 88 Principais fa: dental modema, ay" apenas eat sealldade vciedades; quero dizer também que senvolvimento Uije nem mesmo formular os problemas histé- a mente mologicos desta estrutura, sem compreendé-los em Hleos © s00iGm comparagao com outras sociedades. co e nosso trabalho néo seja explicitamente 4) gneem? mesmo que n0s preocupemos com alguma comparado ge ume, estrutura social nacional — precisare- area limitaga tis historicos. Sdmente por um ato de abstra- mos de materisnecessariamente a realidade social, podemos slo, ave viotiar um momento reduzidissimo, £ possivel, pray Construit breves visoes ou mesmo panoramas esté- decerto, congo concluir um trabalho com essas construgées. ticos Mtque o ebjeto de nosso estudo & passivel de transfor- magao, nos niveis descritivos mais simples, devemos indagar: quais Séo as tendéncias salientes? Para responder a essa per- dat devemos esclarecer, pelo menos, “de que” e “para que”. Nossa formulagao de tendéncia pode ser a curto prazo, ou da extensio de uma época; isso dependerd, naturalmente, Je nosso objetivo. Habitualmente, porém, num trabalho de certas proporgdes, necessitamos de tendéncias de considerd- Vel extensio. As tendéncias de maior térmo séo habitual- mente necessérias, mas apenas para superar 0 provincialis- mo histérico: a suposicio de que o presente é uma espécie de criagéo auténoma. Se quisermos compreender as transformacées dindmicas de uma estrutura social contemporénea, teremos de distin- guir sua evolugéo a longo prazo, e em térmos desta indagar: qual a mecnica da ocorréncia dessas tendéncias, que trans- formam a estrutura da sociedade? f& com essas indagagoes que nossa preocupagdo chega ao auge, relacionando-se éste com a transig&o histérica de uma época para outra, e com o que podemos chamar de estrutura de uma época. © cientista social deseja compreender a natureza da épo- g@.Bresemte, delinearthe a estrutura ¢ discernir as principals definide e be a atuam. oe época, quando devidamente definida, € um Yeampo de estado inteligivel”, que revela a mecdnica do processo histérico a ela peculiar, O papel das lo poder, por exemplo, no proceso histérico, varia 7 acdrdo com a extensdo em que os meios institucionais de lecisio sio centralizados, 163 A nogio da estrutura © dindmic © das caracteristicas pine iportante para as Cidnctan seg se)a recoohevido . msdemo; 08 econom logos — especiales expiem nn dos tempos modentos sibilidades em relaehe dades a dla. mosierna ciene renact quanto da Psicologia —~Toveg todo" una intend ited que toes da ascensio, dos comport laa fons dades Uurbanas industrials do Ocden’ mente em contraste com a Bra Fest Bios” de St. Simon, o “militar” e “circulacdo das elites” de Pareto, primérios” de Cooley, o Durkheim, 0 “folk © “sagrado & secular” de Becker, a “sociedade capaz de ‘negociar” ¢ 9 Entado-quartel” de Lasswell — tdas essas concepates, yor mais generalizadas que estejam, tém raizes historica Rte mesmo quando acreditam nao trabalhar historicamente, og clentistas em geral revelam, pelo uso dessas expresses, certa Docao das tendéncias histéricas e até mesmo um senso de perfodo, E em térmos dessa sensibilidade a forma e & dindmica do “periodo modemo”, e & natureza de suas crises, que a Preocupacio-padrao do cientista social com as “tendéncias™ deve ser compreendida. Elas sio estudadas numa tentativa de ir além dos acontecimentos e dar-lhes um sentido orde- nado. Freqiientemente, tentamos focalizar cada tendéncia um pouco além da posicéo que ocupa no momento, e o que € mais importante, ver tédas elas ao mesmo tempo, como Partes méveis da estrutura total do perfodo. &, decerto, in- telectualmente mais facil (e politicamente mais aconselhé- 166 treto, os “grupos, secundarios ‘mecinico™ e “orginico” de e “urbano” de Redfield, o = as dis er, mantende-as dis” onjunto. | Pare, qaitibrados, ices en88 Ee ee Se ast extremista”- ontelectuais nessa tenta: os perigas Ite ee sto por Ou! sites pers Todo, & visto por OUtre ve como Wha de visio sindtica. & yr yeres, Por, Je descrigio. E oe ecessidade de carrera ada pela eee nio creio que a pele mas nio hes passiveis selegio de detathes passive aiquer nog do todo, 8 ee trabalh histbrica também a confundir “pre- porém, nio.devem ser jada precisio, © nao constituem as cematpar as tendencias. 4 também a a pergunta alo procurando responder a pergunté ent tao, estudar a historia, se retirar-se para ela; dar atencdo As tendéncias contem~ Sordneas, sem ser “apenas jornalisticos”, avaliar o futuro Besaas tendénciag sem ser meramente proféticos. Tudo isso E dificil, Devemos lembrar que estamos tratando de material histérico, suscetivel de répida modificacdo, e que h4 contra- tendéncias. E temos sempre que equilibrar a imediacdo do estreito presente com a generalidade necessria para tevelar © sentido das tendéncias especificas do perfodo como um todo. © cientista social esta procurando ver 'ndéncias — estruturalmente, e ndo ape. 's numa variedade de ambientes di: cada v jas todas € 1 SSreiearis. is essa selegao sera ari tee pois €552, soir f, estamos sujet ene te pigao™. Estas das, Bara om (emia Treqlentemente, Procuram, en! 3. ears Hn, 80 da historia uso auténafes, ME DA verdade € nhecidas como “del to a que prefaciam com frequency 22 anode. teinporinea, eae prowaen Porcionar uma explicayie his dt seadas no passalo dle wong niente inadequadas elas: '0C, comb Srica™, Primeiro, che . acho necessitio aceit temos de estudar a historia pare tae & isso entendo que as pecas tomadas fate cages historicas deters Poona Gio do que deve ser explicado, As icon Pate ma coisa como “uma_persisté: ¢ isténcia perguntar “por que persistir?” Hal = a resposta varia de acérdo com as. objeto de’ nosso estudo. Para cada u tar identificar 0 papel que dese, 3 7 mpenhou, ¢ eo Passou a fase seguinte. ae Segundo, no trabalho sébre u ima sociedade co nea, creio ser boa regra tentar, primeiro, explicar ent fempord- 7 , explicar suas carne. teristicas contemporaneas em térmos de’ sari contemporinea. Isso significa localizilac ate tes de, mesmo como conseqiiéncia de, autias earsee de seu ambiente contemporineo. Mesmo que sia tee para defini-los, para delimité-los claramente, pay ‘PO mais especificos os seus componentes, & melhor chmesa ett uum periodo de tempo — embora ainda histirico, evden mente — mais ou menos limitado. z Em seu trabalho sébre os problemas adultos dos indk- viduos, alguns neofreudianos — destacando-se, talver, Karen Horney — parecem ter adotado um processo semelhante. $6 voltamos As causas genéticas e biogréficas depois de ter es. gotado as caracteristicas contemporineas e 0 cenério do ca- rater. E, naturalmente, um debate clissico sobre 0 assunlo ocorreu entre as escolas funcional e histérica de Antropologia Uma razao disso, creio, é 0 fato de que as “explicacbes his toricas” freqientemente se transformam em ideologias con- servadoras: as instituicdes exigiram longo tempo para evo- luir, e assim no devem ser tratadas com pressa. Outra ra- z4o 6 que a consciéncia histérica com freqiiéncia se toma a raiz de um tipo de ideologia radical: as instituigoes s40, no final das contas, transitérias; assim, essas instituigSes par so também 'S como par- 168 gg ee para o homem. nas on “natural sio ete tanpre num determinism fares nO Sfamese quase seunp Se sstsrico, oF Mesa siescéncia — € con ark sig Oe a feita e pode ser feita. a uma po éria tem sido feita ae evgnco de Come A ee istrico que signi com difieul ito ¢ halar oe minhas exp fo desejo abafar © StPn cejo impregnar 1 lem Fade, mas tambo re i adicais da nogio do desting Ge usos conservadores, °F, Ts" como uma’ categoria histori Ce 18S oer esting tirico, | Nao wp mais adiante explicarei- versal, €02 ainda mais controversa, mas se onsiderével: acredito que 0s mm relagio ao fato de exigirem Moo, referencias diretas aos “fatd- at areEa Rs geeede Grasse iedade, num res histéricos" fod, pode ser tal que o “pasado histérico determina Dre tem relevancia para seu entendimento. Hon eevidentemente, bastante claro que para compreender ‘uma sociedade que se movimenta lentamente, présa por Uelos num ciclo de pobreza e tradicao e moléstias e igno- seeiee (cmos de estudar o terreno histérico, e os mecanismos Fitdricos persistentes de sua terrivel limitagdo pela sua pro- pria historia, A explicagao désse ciclo, e da mecanica de Pida uma de suas fases, exige uma andlise histérica pro- funda, que se deve explicar, acima de tudo, é 0 meca- nismo da tolalidade do ciclo. Mas os Estados Unidos, por exemplo, ou as nagdes do noroeste da Europa, ou Australia, em sua atual condicdo nao estéo encurralades em nenhum ciclo da historia. Esse tipo de ciclo — como no mundo deserto de Ibn Khaldoun®* — nao os afeta. Todas as tentativas para compreendé-los nes. Ses térmos, parece-me, fracassaram, e tendem na verdade a se tornarem uma insensatez trans-histérica. A relevdncia da histéria, em suma, é, ela mesma, sujeita ae, Principio da especificidade histérica. “Tudo, na verda- '®, pode ser considerado como “vindo do passado”, mas 0 final & Minha afirma for exata, erioddos € SO Londres: soghubsin Mahdi, Ibm Khaldoun's Philosophy of History, clarecedor einen iorical Essays, Londres, 1957, que encerra 0 ea. 169 _ “yindo do passado” — € 0 que ey endo dese FA56 CO ttalmente novas no tude em po. FOr ue a “historia” se repete nao se repetes le dine ya sociale do perfodo de cuja histdra nos Aste prinefpio sovioligico seja aplicé rie eu epi ele i anc 0s Estados para o qual as explicacées histéricas sejam me. n period Parque para mullas outras sociedades e epocas, nos elevates de plicar, elo eu, vArias caracteristicas in contribu BATA encia social americana: 1) porque muitos Hes einis, preocupados apenas com sociedades oci. Gents semporineas ov, ainda mais limitadamente, ape. nal con fades, Unides, consideram 0 estudo histanco pas comes para seu trabalbo; 2) porque alguns historia. irelevicm hoje, de forma bastante desordcnada, a0 que doves face, sObre a istria Cientiica, e procuram, em Seu me Tho usar técnicas altamente formalistas, e até mesmo ohistéricas, 3) porque outros historiadores Gaornos, com freqiiéncia, a impressio, especialmente nos su- plementos dominicais, que a histéria é, realmente, uma trapaca, Fina fabricagio de mitos sobre 0 passado para usos ideo! ices atuais, tanto liberais como conservadores. O passado % Assinalo um racioeinio de apoio numa excelente exposicéo bee os tipos de histGria do trabalho, por exemplo, em Walter Galen fon: +. a tenda proporcionada pelo eultivo de ierras velhas tende a'ser pequena....-. na auséncia de... ... novos materiais impor- tantes.. s-. Mas eita no é a tinica jusliticagéo para concentrar-se em scontecimentos mals recentes. movimento trabalhista con- femgorineo difere nZo #6. quantitativamente, mas também qualita tivamente, de hé trinta anes. Antes da década de 1980, tinha o catiter sectirio; suas deeisées no etam um fator econdmico impor- lante, © te se preocupava mais com os limitados problemas internos 42 que com politica nacional.” (Walter Galenson, “Reflections on the Writing of Labor History, Industrial and Labor Relations Review, outubro de 1967). Em relagdo & Antropologia, naturalmente, @ debate entre explicaeéo “funcional” e “histériea” hé muito ver aworrenéo, "Os antrop6logos necessitam, com freqtléneia, ser fun- flenals, porque ndo podem descobrir nada sobre a historia das “cul ura" gue examina, Realmente, devem tentar explicar o presente pole Dresente, através des inter-relagées des varias caracteristicas Emer Guiness de uma sociedade. Para um exame do assunto, ver est Gellnen, © Nain anal a ‘7 ‘Time and History in Social Anthropology”, Mind, 170 dos é na verdade, uma fonte maravilhosa de dof jes; e ~— se eston certo em relagio & irrelevncia imagens fei70% je grande parte da historia — ésse fato mes- contemporaine is facil tal uso ideoldgico da histéria, fro torna a do trabalho histérico para as tarefas © a nla sorial,nio 6 decerto, Timtada 3s “ex. da ioe gasse “tipo americano” de estrutura so- Plicagses histércae so Go relevancia varidvel da expli- cial, Além ds@ ‘Gm si, uma idéia historica, que deve ser cagio historica © omen terreno historico. Até mesmo para debatida ¢ ProveGade contemporanea, a irrelevincia da his- asse tipo de sovrefacilidade, ser levada demasiado longe téria, podesjon estudos comparados podemos ter conseiéncia Sommemgncia de certas {ases histéricas de uma sociedade, que ae iancia essencial para comprcensio de sua forma com fredranea, A auséncia de uma Era Feudal é condigio cot nie muitas caracteristicas da sociedade americana, careneis’ quais 0 cardter de sua elite e sua extrema flexibi- Fuade'de satus, que tem sido confundida com falta de estru- tua de classe ¢ ‘falta de consciéncia de classe”, Os cien- tistas sociais podem — na verdade, muitos tentam — afas- tarse da histérla por meio de uma indevida formalidade do Conceito e técnica. Mas essas tentativas exigem-Jhes su- posiges sdbre a natureza da histéria e da sociedade que no Slo proveitosas nem exatas. Esse abandono da historia toma impossivel — e escolho com cuidado a palavra — compre. ender precisamente as caracteristicas mais contemporaneas dessa sociedace, que é uma estrutura historica que 36 pode- mos compreender guiados pelo principio do especifismo his ico, A relevincia promessa da cif 4, multe: problemas da Psicologia Social e Histérica so, de E nessa dren OS Mais intrigantes que podemos estudar hoje. poche ete as Principals tradigdes intelectuais de nossa confluencia e, ‘ade da civilizagdo ocidental, chegam a uma natureza humane? ne: E.nesta dea que “a natureza da pelo. Tluminismo. Sree imagem genérica do homem, herdada pe pemin oi, em nossos dias, posta em discussio mento de governos totalitarios, pelo relativismo W771 descoberta do grand © pela rapides rivamente. le potenc con res, dos tipos de ind formam, nao podem se © compreen ruturas histor as sem rete s nas quais o ambiente ¢ Tene : dle sua vi g AS transformagies histéricas ence tidos nio 86 para os modos de vida indica ais in Sere carater mesmo — e os - ida 8 aunt uma das razies pelas nt quai ou um sistema em e dl mo. O que quer que seja, o homem é histérico que deve ser compreendido, se em intima e complexa correlacio com as histérica. le si mes. um agente social e for compreendido, estruturas social ¢ Nao hé, decerto, nenl as relagdes entre “P: A maio- itufram tentativas formais de inte- grar uma variedade de idéias sobre 0 “individuo” e 0 “grupo”, Sem diivida, sao todos titeis, de certa forma, para alguém Felizmente, em nossa tentativa de formular aqui o aleance da ciéncia social, nao teremos de procupar-nos com éles. Como quer que os psicdlogos definam scu campo de traba. lho, © economista, 0 socidlogo, o cientista politico, 0 antro- pélogo, e o historiador, em seus estudos dla sociedade huma- na, devem formular suposicées sdbre a “natureza humana’ Tais suposigdes se enquadram habitualmente na disciplina intermedidria da “Psicologia Social”. Q interésse nessa area aumentou porque a Psicologia, como a listéria, € tio fundamental para o trabalho das Cien- 172 ‘os psicdlogos nfo se ocuparam dos quan, gatites socials se tornaramn sour pros “Os economisias, hi muito os eientistas.so- Jizados, tem consciéncia de que 0 velho “ho- a hedonista e calculista, j4 nao pode ser to- mm economic? re psicologica de um estudo adequado das ome Fondmicas. Dentro da Antropologia, erescev um igoes CO mpersonalidade e cultura"; dentro da Socio- m como da Psicologi yeiais qe, 3 Sorias em jOK jogos. cisplema problem ios psicdlonos Pre mais £0 , a “Psicologia Social” é hoje estudo. nentado campo de Mig 4 essa evolugso intelectual, certos psicdlogo ee) variedade do trabalho na “Psicologia Social tomaram wriros procuravam, de varias formas, redefinir a enanane, ‘de forma a conservar um campo de estudos & Psicologi bres dbviamente sociais, e outros ainda limita- ‘dos fatéres Oby + parte ‘a0 trabalho da Psicologia humana. Nao fn eS lade calcd hee destscalogia —~ campo hoje tao dividido — e muito menos a sic julgé-las. Hé um estilo de reflesio pslcoligica que ndo vem ee ado, explicitamente, pelos psicdlogos; mas que, no obs- Here toon anoetdg inflabala Sbbre Chet eel tee at téda ‘a nossa vida intelectual. Na Psicandlise, e especialmen- te no trabalho do proprio Freud, 0 problema da natureza humana é formulado em seus térmos mais amplos. Durante a ultima geragdo, dois passos foram dados a frente pelos psicanalistas menos rigidos e os por éles influenciados: Primeiro, a fisiologia do organismo individual foi trans- cendida, e comecou o estudo dos pequenos circulos de fami. a nos quais ocorrem melodramas tao terriveis, Podemos dizer que Freud descobriu de um ponto de vista inesperado nea. "g'ite — a andlise do individuo em sua familia sangul, Rea, & claro tidy, ciiuencia” da familia sdbre © homem ae aoe ida; o ndvo era que, como instituicio social, i seen orinla, de Freud, intrinseca para o caréter vital do individuo. plies endo. 0 clemento social nas lentes da Psicanilise am- trabalho sociolipiog ener’ Peo que podemos chamar de Psicanalitica junen cen? SUPEFEE. Na América, & tradicgo 173 J floreseet inicialente no behaviorising de ates, a ele a Mas ocorreu, em seBuida, uma limeog? Hestagio. O ambiente pequena-escala das “relace see g hoje claramente vse, o content ae val esas cles mesmas, © portanto, o préprig gO igo stnados, azo 0 & Md, decert, excesses, moni ‘Amer aA Fromim, que relacionou as instituigdes "ec Erich Prottabeleceu-thes 08 sentidos ara os tipog meas Siduos. Uma razio da hesitacao geral é o papel sx Ti Ihdo'do analista: seu trabalho © Sua perspecticg coc limi FEsioalment, ligados a0_paciente individual; oy a0; Pro- dos quais de pode adquitir répida conscigneia, sobl as coms ies especializadas de sua clinica, sfo limitados. Tnfcyeondt te, a Psicanélise ndo se tornou parte firme ¢ integral da Pes. guisa académica. * . e Q pass A frente seguinte, nos estudos psicanalticos,¢ esiender a outras dress 0 que Freud comegon « farce ge forma téo magnifica, para as instituigSes de parentesce a6 determinado tipo. O necessirio & a ideia de ebtrutura oes com 2 composigio de ordens institicionais, cada ums del quais devemos estudar psicolbgicamente, como Freud ex dou certas instituigdes de parentesco. Na Psiquiatria —“s terapia pratica das relagGes “interpessoais” — ja comecamot a lovantar perguntas sobre um ponto central perturbations tendéneia de relacionar os valores © normas com a8 supsstes necessidades dos individuos per se. Mas se a natureza mesne do individuo no puder ser compreendida sem intima rele réncia 4 realidade social, devemos entdo analisdla nessa re. feréncia. Tal andlise inclui néo s6 a localizagao do indivi. uo, como entidade biogréfiea, dentro dos varios ambientes interpessoais — mas a localizagéo também désses ambientes dentro das estruturas ezciais que les formam. cee nCUttt Tetdo destacada para a tendéncia de glorificar as “rela~ Geaitterressons” € a qualidade e as limitagdes da palavra “cul- Peng limos de qual grande parte do que € social na essencia fectruau’’ omem € reconheeldo e afirmado. Em eontraste com Rendveis da menig g cmeelto “cultura” é uma -das palavras mals ito, artit Social, embora, talvez por sua razéo, nas maos cultar® ome yenormemente til. Na prética, a concepedo de soci) aerestide ag eeuencla, mals uma referéncia frouxa a0 meio ‘adigdo” do que uma idéia adequada da estru- bem como da Psico- cod i reo- jo da Psican’ Tossivel resuimir as preo- op 6 Role Bociais. Relaciono aqui, jean das Ciencias SAM, proposigies ave umarios, BP jlosas, ou pelo menos oad a Parte do cientista social mas mpreendida ade- : s quais jinstituigdes dentro das quai jografia registra a aqui- Ia, Pois esta biogr: gistra a desenre> cao e, de forma muito intima, a modificagio to. Os papéis variam: o da em de wm papel para GUI Danheiro de jogos num ainga_ce ceria familia, © Oe Pe trabalhador, 0 capa~ a a5, 0, rab 7 certo erupo de “Tae. Grande parte da vida humana con ta, 0 Gener penhar tals papéis dentro de instituigGes es- See eee def a biografia de um individuo, de- pecilicas. Pare Mera significagio e o sentido dos papéis que yes ewe desempenha; para compreendé-los, devemos ese emper bs crrpender as instituigées de que sdo parte. : Mas a visio do homem como uma criatura social nos pemite ir muito mais fundo do que a simples biografia ex- tema, como seqiiéncia de papéis sociais. Essa opinido exige de nés compreensio das caracteristicas mais internas e “psi- P : _e “p coldgicas” do homem: em particular, de sua auto-imagem e de sua consciéncia e, na verdade, do crescimento mesmo de sua mente. Bem pode ser que a mais radical descoberta dentro da Psicologia e ciéncia social recente seja a de que a ones mais intimas da pessoa sdo social- amplos limites doa e x mesmo implantadas. Dentro dos . aparelho glandular e RErvoso, as emocdes de mé i do e édio, e amor e ira, em tédas as suas variedades, io pode ser CO onto Teeter end Social Structure, Neos meses YEE loi, dos Srgios vensoviais, nossa percepgig as cores. que pereebemos, os oddree WO mu los que ouvimos, sao ae oe ne s vimos, Que gurados © sovialmente circunscritos 38°, S°°lmente ‘ e prope nas ea ; Das quais os °S, ser compress em Hern fos ented, at ermos dos vocabulari, + dev que predominam numa sociedade e aa ae * de motive € confuses entre ésses vovabulirios otHicacies sociais $0 A biografia e 0 carter do individuo na preendidos apenas em termos. de eee ge nao podem ser compreendidos totalmente eg pe ompreensio adequada exige que apreendaney Tent. A giv désses cendrios fntimos com sta moldura ina tetzelae mais ampla, e que levemos em conta as translorma eel sa moldura, e os efeitos conseqiientes sdbre o anki Quando compreendemos as estruturas sociais e es smear: Goes estruturais que influem sdbre os cendrios e as expe. riéncias mais intimas, podemos compreender. as causas da conduta e sentimentos individuais, dos quais os homens, nos ambientes especificos, tém consciéncia. A prova de ums concepedo adequada de qualquer tipo de homem nao pode basear-se no que os individuos désse tipo julgam estar. agra. divelmente de acdrdo com, suas auto-im Como vivem em ambientes restritos, os homens nio conhecem, € nio po- dem conhecer, tédas as causas de sua condigio e os limites de seu egoismo. Os grupos de homens que tém opiniges realmente adequadas de si mesmos, e de suas posigies s0- ciais, so realmente raros. Supor 0 contrério, como se faz Com freqiiéneia em virlude mesmo dos métodos usados por alguns cientistas sociais. € supor um grau de autoconsciéneia ‘acional e autoconhecimento que nem mesmo os psicdlogo do século XVIIL aceitariam. A idéia do “Homem Paritano de Max Weber, de seus motivos ¢ de sua fungio dentro das instituigdes religiosas e econdmicas, nos permite comprern: dé-lo melhor do que éle se compreendia: 0 uso que Weber faz da nogdo de estrutura permitiu-Ihe transcender a cons: ciéncia que 0 proprio individu tem de si e de seu meio. ‘A. relevircia da experidncia inicial, “o peso” da in- fdncia na psicologia do cardter adulto, & ela mesma, relative 40 tipo de infancia e ao tipo de biografia social que Pree Podem ser com, + © sem divide Lérmos dos prt 176 a edad , por exemplo, evidente hoje nas varies soctedades. ‘Ge uma personalidade deve (na ferlmmites dos tipos especificos de Jado dentro focal que tais familias ocupam den- i em Wgocial de que $60 Parte, iH da este fal nfo pode ser construida ape- A i oe ea ee eo especifica de indi- idéias ov Mohs seus meios. AS tentativas, de explt- is e histéricos & base teorias etm gu" freqiientemente se baseiam as sObre “0 ite ojedade é apenas uma grande quan- pa suposigo de ave %icersos e que, assim sendo, se conhe- tidade de individues eer egtomos", podemos, de alguma for- cenmos tudo sobre S855 sim conhecer a sociedade. Nao ma, somar @ inorritfiera, Na verdade, néo podemos mesmo G'uma suposigao ft Tementar sobre “o individuo”, por ne~ saber 0 a6 © Teicologico déle, como criatura socialmente num ereeetd na construgio abstrata de modelos, o que isolada. fre pode. ser util, o economista ngo, pode supor aturaimens’ Jnomico; nem pode o psiquiatra da vida fami- far (e priticamente todos os psiquiatras slo, na verdade, lat (eiBtas dessa drea social) supor o clissico Homem Edi- ceeeitois lal como as relagoes estruturais dos papéis econé- Piico e politico sio hoje com freqiiéncia decisivas para a Ripreensio da conduta econdmica dos individuos, assim 0 Stovas grandes: modificacoes sofridas, desde a paternidade Vitorlana, pelos papéis dentro da localizagdo da familia como Uma instituigdo das sociedades moderna, O principio do especifismo histérico aplica-se & Psicologia © As Citncias Sociais. Até mesmo caracteristicas bastante fntimas da vida interior do homem sio melhor formuladas como problemas dentto de contextos histéricos especifics. ‘ara compreender que se trata de uma suposi¢io perfeita- mente razoivel, basta apenas refletir por um momento sb- bre a ampla variedade de homens e mulheres que se evi- dencia no curso da histéria humana. Os psicélogos, bem pied ae — — Goleadee na verdade, pensar bem “i soncuir qualquer frase cujosujito seja 0 “homen iments edad humana 6 tal que nenhuma Psicologia “ele- da “natureza basica” “que ipok fanstintes”, ‘nenhum rinefplo 8 eno, j amos, nos permite explicar me variedade humana de tipos e indiveluos. Qualquer w fam da sobre o homem, & parte que possa ser afirmads a © 0 que coisa due Pe realidades sécio-histsricas a ‘te g inerenmeramente aos amplos limites, bioldgicos ¢f fere-se Bates ‘da espécie humana. Mas dentro désses limit, tencialig dessas potencialidades, temos rente um panes? nascem tapos humanos. Procurar explicé-lo em térmos 42 uma rane Fe eatureza humana basica” limitar a prog, his teoria cvpana a uma pequena gaiola drida,de Lonceitos se téria humenfeza humana” —— quase sempre nao construidg bre vialidades precisas e irrelevantes sObre 0 camundongs fe trivi no labirinto. “9 titulo do fi . bservaram que “o titulo do famoso tivo do De Sc seal Behavior in the Human Male, @ 7° xemplo notavel de uma suposico oculta cy, & este caso, fusay’o livro no € sobre o macho na espécie humana, mag Hibs ‘os homens nos Estados Unidos, em mosity raat ‘culo XX... .”. A idéia mesma da natureza humana é uma suposicio de ciéncia social, e dizer que forma o objeto de wn inlormagves & fugir & questio fundamental. Pode nto haus. alifsadaratrapiseriatcaltara humana, uma questao altamente mutdvel”. * A jidéia de uma “natureza humana” comum ao homem como humem é uma violacdo do especifismo social e histo. Heo que 0 trabalho euidadoso sObre os estudos humanos exige; €, no m{nimo, uma abstragdo que ‘os estutliosos sociais nao adquiriram 0 direito de fazer. Sem dtivida, podemos oca. sionalmente lembrar que na verdade nao conhecemos muito sobre o homem, e que todo o conhecimento que tenhamos nao elimina totalmente o elemento de mistério que cerca sua variedade, tal como revelada pela histéria e biografia. Por vezes, desejamos chafurdar nesse mistério, sentir que so mos, no final das contas, parte déle, e que talvez devemos mergulhar néle. Mas sendo homens do Ocidente, estudare, dade humana, que para nds significa remover o m visio que dela temos. Com isso, ni mos estudando e como conhecemos por istéria, a biografia e as so- ciedades das mo tempo criaturas e criadores, — pp. 229.7 © Graff, The Modern Researcher, N, York, 1957, 178

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