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Lei Maria da Penha n°. 11.340/06 Por que esta Lei recebeu este nome de Maria da Penha? O caso Maria da Penha é simbdlico. Em 1983, por duas vezes, seu marido tentou assassina-la. Primeiro, com arma de fogo, depois por eletrocusso e afogamento. As tentativas de homicfdio resultaram em lesées irreversiveis, como paraplegia e outras seqilelas. A época do crime, Maria da Penha tinha 38 anos e trés filhas. O agressor s6 foi preso em 2002. Ela é um exemplo de mulher que, ao lado do movimento de mulheres, continua lutando contra a violéncia e a impunidade. O que é violéncia contra as mulheres? ALei Maria da Penha (Lei 11. 340, de 07 de agosto de 2006) assim define a violéncia doméstica e familiar contra as mulheres: ART. 5°- Para os efeitos da desta Lei, configura violéncia doméstica e familiar contra a mulher qualquer acao ou omissao baseada no género que Ihe cause morte, lesdo, sofrimento fisico, ‘sexual ou psicolégico e dano moral ou patrimonial: 1 no Ambito da unidade domestica, compreendida como 0 espaco de convivio permanente de pessoas, com ou sem vinculo familiar, inclusiveas esporadicamente agregadas; Il-no €mbito da familia, compreendida como a comunidade formada por individuos que sao ou se consideram aparentados, unidos por lagos naturais, por afinidade ou por vontade expressa; Il em qualquer relagao intima de afeto, na qual 0 agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitacao. Pardgrafo nico As relag6es pessoais enunciadas neste artigo independem de orientacao sexual. Inovagées da Lei * Determina a criagéo de juizados especiais de violéncia domestica e familiar contra a mulher com competéncia civel e penal. * Define as formas da violéncia doméstica contra a mulher como fisica, psicolégica, sexual, patrimonial e moral. Determina que a violéncia contra a mulher independe de sua orientacao sexual. * Determina que a mulher somente podera renunciar & denuncia perante o juiz, mediante audiéncia designada para tal fim, antes da denuncia do Ministério Publico. % Ficam proibidas as penas pecunidrias (pagamento de multas ou cestas basicas). * Amulher devera estar acompanhada de advogado/a ou defensor/a publica em todos os atos processuais. : Lei de Execugées Penais para permitir que 0 juiz determine 0 comparecimento io do agressor a programas de recuperagao e reeducagao, Violenc eres e de * Nao mais competéncia dos juizes especiais (Lei 9099/95) para julgar os crimes de violéncia doméstica. * Sendo a violéncia cometida contra a mulher com deficiéncia, a pena sera aumentada em um tergo. * Estende o beneficio a trabalhadora doméstica por estar no Ambito doméstico. % Altera 0 Cédigo de Proc. Penal para possibilitar ao juiz decretar a prisdo preventiva quando houver risco a integridade fisica e psicolégica da mulher. Oque podemos fazer Autoridade Policial * Garantir a vitima proteco policial. * Encaminhar a mulher ao Hospital, Posto de Satide e Instituto Médico Legal. Fornecer transporte para abrigo ou local seguro. + Acompanhara mulher para assegurara retirada dos seus pertences. + Informara mulher sobre seus direitos, + Sempre que houver qualquer das formas de violéncia doméstica cabe prisdo em flagrante e 0 arbitramento de fianca. + Deve a autoridade Policial registrar o boletim de ocorréncia e instaurar o inquérito policial (depoimentos da vitima, agressor, testemunhas, provas documentais, periciais) e remeter a justiga no prazo legal + Em expediente apartado a autoridade policial pode requerer ao juiz em 48 horas, as medidas como: suspensao do porte de arma, afastamento do agressor do lar, distanciamento da vitima, outras. Avitima deverd ser informada da prisdo do acusado. Processo Judicial: Juize Ministério Publico + No prazo de 48 horas 0 juiz poderé adotar as medidas protetivas de urgéncia que sao: suspensao do porte de arma, afastamento do agressor do lar, distanciamento da vitima, outras. + O Juizado tem competéncia para apreciar o crime e os casos que envolvem questées de familia (pensao, segregacao, guarda de filhos). + O Ministério Publico apresentara denuincia ao juiz e poderé propor pena de 03 meses a 03 anos de detencgao em caso de violéncia fisica. A vitima sera informada, em caso de liberagéo do acusado, + O Juiz determinara a inclusdo da mulher no cadastro de programas assistenciais e sociais em Ambito Unido, Estado, Municipio. + O Juiz assegurara a mulher acesso prioritario a sua remogao quando servidora publica, da administragao direta ou indireta, bem como manutengao do vinculo trabalhista, por até 06 meses. = + Para os demais casos aplica-se as regras do Cédigo Penal Brasileiro, Cédigo Civil e o Estatuto da Crianga e do Adolescente. Livi C oléncia é un Direito das Mulheres e de suas Familias Politicas Publicas * Prever assisténcia a mulher em situacao de violéncia, através da implantagao dos servicos. * Estabelecer a integragao entre o Poder Judicidrio, Ministério Publico, Defensoria Pablica, com as areas de seguranga, publica, assisténcia social, sade, educacao, trabalho e habitacao. * Promove a realizagao de estudo, pesquisa, estatisticas e outras informagées, para a uniformizagao dos dados nacionalmente. * Promogao de campanhas educativas, voltada ao publico escolar e para a sociedade em geral. * Capacitago permanente da Policia Civil, Militar da Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e demais profissionais ligados as areas de atendimento a mulher. * Acomposigao de uma equipe interdisciplinar no Juizado da Violéncia Doméstica e Familiar. Como saber se vocé esta correndo risco? * Vocé tem medo de ficar sozinha com seu marido ou companheiro. Sente-se acuada, isolada. Vocé jd nao suporta mais viver nas condigdes em que vive e pensa: da prdxima vez é ele ou eu... * As agressées estao ficando cada vez mais graves e freqiientes. * Durante as brigas ele parece estar ficando cada vez mais sem controle. » Ele faz questao de contar que tem uma arma e em todas as oportunidades a exibe em sua frente. * Desconfia de suas atitudes todo o tempo, segue voé, liga para seu trabalho insistentemente, como se estivesse Ihe vigiando. Destr6i seus objetos pessoais: roupas, fotos, documentos, méveis. + Maltrata ou mata seus animais de estimagao. % Ele tem envolvimento com criminosos ¢ Ihe ameaga dizendo que alguém fard o servigo sujo porele * Quando vocé decide romper a relacdo e separar-se, ele nao respeita, telefona de forma insistente, vai ate a porta de sua casa, seu trabalho, faz escandalo, ameaca todas as pessoas. QUEBRE O SILENCIO! Oe ce mee oe Mem OU MU Ue T-Te-(ome M0) Ue) Chole ee Mice Nebo B ue mune Ree Reet} Manifestagées da Violéncia * Seu companheiro bate na sua cara, empurra, chuta, soca. Aperta seu braco com forga quando quer que vocé preste atencao no que ele diz. % Ele Ihe chama de burra, feia, gorda ou flacida. Ridiculariza vocé na frente de outras pessoas. * Ele menospreza seu trabalho, delega tarefas a vocé que atrapalham sua vida profissional, age como se vocé fosse uma desocupada. * Ele abre sua correspondéncia, |é os seus e-mails, invade seu computador para ver com quem vocé tem se comunicado. Vigia seus horarios, telefona o tempo todo para seu trabalho para saber onde vocé est. Contrata detetives para Ihe seguir. 5! Obriga vooé a fazer sexo sem vontade ou Ihe submete & praticas sexuais que vocé nao deseja. Sempre coloca em diivida sua moral, constantemente Ihe chama de vagabunda. * * * * * Fazescandalos na porta de seu trabalho, Ihe deixando constrangida. * Aponta armas para vocé. * Usa as criangas para Ihe ameagar, dizendo que some com elas caso vocé ndo faca o que ele quer. * Destréi seus objetos pessoais, rasga roupas e documentos, fura o pneu de seu carro ou quebra seu computador. * Implica e é mal educado com seus parentes, amigos e amigas, cria uma situago de isolamento para voce. * Proibe vocé de trabalhar, sair, ter amigos, de decidir sobre sua vida. + O seu patrdo faz comentarios impertinentes sobre seus atributos fisicos. Ameaga demiti-la caso nao aceite os convites dele. * Vocé é lésbica e é discriminada por demonstragées publicas de afeto com sua companheira. SAIBA: ee ee Oe Me oe TO CER ue LC ee nm Ce ae Cia seer ee ee Coto Cone Me Wee Bet usc oh iu ae Skeet ee ae a nk Sone Mee Reet ct eR eR ico ee Locais Onde Buscar Apoio Delegacias Especializadas de Atendimento a Mulher (DEAMs) - Criada na década de 80, seu papel ¢ investigar e tipificar crimes praticados contra as mulheres. Delegacias Comuns - Se nao existe em sua cidade uma delegacia especializada, as delegacias comuns so responsdveis pela a instauragao dos inquéritos. Unidades Méveis da Policia Militar Atendem a casos emergenciais e depois encaminham as vitimas para as delegacias de policia. Casa Abrigo Se vocé nao tem para onde ir, as Casas Abrigo oferecem moradia e atendimento integral até que vocé possa retomar o curso de sua vida. Defensoria Publica - ALei Maria da Penha 11.340/06 garante as mulheres vitimas de violéncia 0 direito de estarem acompanhadas de advogada(o) em audiéncia. Se vocé nao tem advogada(o), a juiza ou juiz nomeara, por ocasiéo da audiéncia uma (um) defensora(or) publica (0) para acompanhé-la. OAB Na Maioria dos estados, a Ordem dos Advogados do Brasil presta servico de assisténcia juridica gratuita. Procure a OAB de sua cidade. Servigo de Assisténcia Judiciaria Gratuita das Universidades As faculdades de direito costumam realizar assist8ncia juridica gratuita. Servigos de Satide ALei Maria da Penha admite laudos ou prontuarios médicos dos servigos de satide como prova violéncia sofrida. Para a violéncia sexual, alem de atendimento de emergéncia as vitimas, existem ainda os servigos de aborto legal, em caso de gravidez decorrente de violéncia. Centro de Referéncia e SOS Mulher Criados no inicio da década de 80, realizam atendimento multidisciplinar (juridico, social e psicolégico) as mulheres vitimadas. Ha também os Centros de Referéncia do Estado, que integram a rede de atendimento as mulheres em situagao de violéncia Procure se informar sobre estes servigos em sua cidade. ONGs Muitas ONGs assistem as mulheres vitimadas de violéncia. Assim como os centros de referéncia e SOS Mulher, prestam atendimento juridico, social e psicolégico. Conselhos e Coordenadorias - Os Estados e os Municipios tém criado diversos Conselhos de Defesa dos Direitos da Mulher em todo Brasil. Sindicatos Em casos de assédio sexual e assédio moral no trabalho, procure o sindicato de sua categoria para denunciar a violéncia sofrida. Procure também saber se existem outras queixas contra seu agressor. Isso pode ajudar no processo contra ele. {ério Publico do Trabalho Possui competéncia para atuar em casos de discriminagao no trabalho. Assim, se vocé se sentir prejudicada no emprego pelo fato de ser mulher, procure o Ministério PUblico do Trabalho para fazer uma dentncia. Ouvidorias e Corregedorias Orgaos responsaveis pelo o monitoramento e fiscalizagao dos servigos piblicos. Podem ser acionados em casos de violéncia institucional, quando o servidor responsavel nao efetiva o devido atendimento. Amigas (os), Vizinhas (os) e Parentes Além do apoio e ajuda para enfrentar a situacdo ¢ muito importante manter pessoas prdximas informadas sobre a violéncia que esta vivenciando. das Mulheres e de suas Familias WCQ DOR Ee aes en Reet etter ett Seen so eeu om eI ea ee Ce ct Oro) Cee om ee eee CoO Cees Pea ae MRO Oe a eC neiras de Assumir a Luta pelo Fim da Violéncia Contra as Mulheres +Nasuacidade * Participando de eventos, seminarios e manifestacdes sobre o tema; + Divulgando.a Campanha em seu bairro, trabalho ou grupos de amigos; + Fortalecer grupo e organizagées que trabalhem com o tema; + Apoiando iniciativas de criagdo de servigos politicas publicas de atendimento as mulheres vitimadas, como os Juizados Especiais de Violéncia Doméstica e Familiar contra a Mulher. Na sua vizinhanga + Denunciando os casos de violéncia contra as mulheres dos quais tome conhecimento; Testemunhando em processos judiciais sobre a violéncia que presenciou; * Dando apoio e protegao, carinho e compreensao a mulher vitimada. Nos Servigos de Atendimento * Fiscalizando o funcionamento dos servigos locais de atendimento as mulheres vitimadas. * Respeitando as escolhas das mulheres vitimadas, nao julgando seus atos. NaMidia + Nao perpetuando preconceitos e esterestipos sobre violéncia contra as mulheres. NasuaEmpresa » Incluindo na sua assinatura eletrénica o slogan da Campanha: Uma vida sem violéncia 6 um direito das mulheres! * Promovendo debates e reflexes sobre o tema; * Desenvolvendo uma politica nao discriminatoria as mulheres; * Desenvolvendo uma politica de apoio as funcionarias vitimadas; % Organizando grupos de discussao para debater o conceito de género e os tipos de violéncia recorrentes no trabalho (assédio moral e sexual); * Apurando e encaminhando as autoridades competentes casos de assédio sexual e moral contra as mulheres; LEMBRE-SE SEMPRE: DY AAO existe mutter que coste ve aPannar. O que existe_é mulher humilhada demais para denunciar, machucada demais pra reagir, pobre demais para ir embora. *Direitos Garantidos as Mulheres Vitimadas * E seu direito ser tratada com dignidade nos servigos responsaveis pelo o atendimento. % Vocé tem direito de pedir o afastamento do agressor de casa quando houver grande ameaca a satide, integridade fisica ou mental, sua ou de seus filhos(as). * Caso seja obrigada a sair de casa as pressas para resguardar sua integridade, saiba que é um direito seu retirar seus bens pessoais (como roupas e objetos de higiene) e também os de seus filhos(as). O(a) delegado(a) deve designar um policial que acompanhe nessa situacao. * Vocé possui 0 direito de ser colocada em lugar seguro (casas de abrigo ou servicos similares) diante de grave ameaga conta a sua vida ou de seus filhos(as). * Caso seja obrigada a sair de casa para resguardar sua integridade, vocé tem o direito de solicitar que o juiz determine o afastamento do agressor do lar para que vocé possa voltar a viver em sua casa. * Em caso de separaco, tem direito pensao alimenticia para seus filhos (as) e para si, caso nao possua meios de prover seu prdprio sustento. * Possui direito aos bens adquiridos em conjunto no casamento de acordo com o regime de bens adotado. * Direito a guarda de seus filhos (as) caso demonstre estar aptas a educé-los. * Direitos Garantidos as Mulheres Vitimadas * E seu direito ser tratada com dignidade nos servigos responsdveis pelo o atendimento. * Vocé tem direito de pedir 0 afastamento do agressor de casa quando houver grande ameaca a sauide, integridade fisica ou mental, sua ou de seus filhos(as) + Caso seja obrigada a sair de casa as pressas para resguardar sua integridade, saiba que é um direito seu retirar seus bens pessoais (como roupas e objetos de higiene) e também os de seus filhos(as). O(a) delegado(a) deve designar um policial que acompanhe nessa situacao. * Vocé possui 0 direito de ser colocada em lugar seguro (casas de abrigo ou servigos similares) diante de grave ameaca conta sua vida ou de seus filhos(as). * Caso seja obrigada a sair de casa para resguardar sua integridade, vocé tem o direito de solicitar que 0 juiz determine 0 afastamento do agressor do lar para que vocé possa voltara viver em sua casa. Esta Comissdo continuard lutando pela criagéo do Conselho Municipal de Direito da Muther, preparado e em condicées de atuar efetivamente. Com 0 Conselho, pretende-se Ce cin * Instalar com as devidas e apropriadas condig6es, a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher; * O Centro de Referéncia de Atendimento a Mulher com apoio juridico, social e psicolégico; * ACasa Abrigo da Mulher; * O Instituto Médico Legal; * ADefensoria Publica da Mulher; * E apoio e fortalecimento as Organizagées da Sociedade Civil, que atuam junto as mulheres, grupos feministas e de género. Instituigdes Parceiras: Cy Pastorais @Agendha Socials OE Kote Gl Ki rmesens Publicagée Organizada pela ONG AGENDHA Fonte: www.agende.org.br Projeto Grafico: Flavio Roque ae

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