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‘inane “0 Feminismo Cristo: Como Tuto Comegov’ por Dr. Augustis Nicadems Lopes | Mulhers Piedosas Wulheres Picdesas 2 “O Feminismo Cristao: Como Tudo Comecou” por Dr. Augustus Nicodemus Lopes por Flavia Silveira | quinta-feira, 14 fevereiro, 2013 | Feminismo, Histéria Estudar a histéria do surgimento do movimento feminista é de grande ajuda para nés. Geralmente uma perspectiva global e ampla do assunto em pauta nos ajuda a entender melhor determinados aspectos do mesmo. No caso do movimento feminista, a sua histéria nos revelard que a ordenacao de mulheres ao ministério, em alguns setores do movimento, & apenas um item de uma agenda muito mais ampla defendido por um setor bastante ativista do ferninismo nas igrejas cristas, Origens do Movimento Feminista Fora da Igreja Examinemos primeiramente o movimento feminista fora da igreja, focalizando suas principais protagonistas. ‘Século 18: A Vindicagéo dos Direitos da Mulher A*Primeira Onda” do feminismo teve inicio na primeira metade dos anos de 1700 quando uma inglesa, Mary Wollstonecraft (foto), escreveu A Vindication of the Rights of Woman (A Vindicagao dos Direitos da Mulher). Um ano depois desta publicacao, Olimpe de Gouges publicou um panfleto em Paris intitulado Le Droits de La Femme (Os Direitos da Mulher) e uma americana, Judith Sargent Murray, publicou On the Equality of the Sexes (Sobre a Igualdade dos Sexos). Outras pensadoras feministas surgiram em pouco tempo tais como Frances Wright, Sarah Grimke, Sojourner Truth, Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, Harriet Taylor e também John Stuart Mill. Seus pensamentos e obras foram defendidos com fervor e pouco a pouco foram deitando profunda influéncia na sociedade moderna contempordnea do mundo ocidental. Século 19: A DeclaragGo dos Sentimentos Em 1848 cerca de 100 mulheres se reuniram em uma conven¢do em Seneca Falls, Nova York, para ratificar a Declaragao dos Sentimentos escrita para defender os direitos naturais hitpuw.mherespedosas.com.bifeminisme-cristan! ane ‘wrarots *0 Feminisme Cristo: Coma Tuto Comegot" por Dr. August Nicodemus Lopes | Mueres Piedoses, bsicos da mulher. As autoras da Declaragdo dos Sentimentos reclamavam que as mulheres estavam impedidas de galgar posigdes na sociedade quanto a empregos melhores, além. de nao receber pagamento equitativo pelo trabalho que realizavam. Notaram que as mulheres estavam exclufdas de profissdes tais como teologia, medicina e advacacia e que todas as universidades estavam fechadas para elas. Denunciavam também um duplo padrao de moralidade que condenava as mulheres a penas publicas, enquanto excluia os homens dos mesmos castigos em relaco a crimes de natureza sexual ‘A Declaragao dos Sentimentos foi um marco profundamente significativo no movimento feminista. Suas reivindicacdes eram, em sua grande maioria, justas e consistentes. Por isto, o movimento foi ganhando muitas e muitos adeptos, apesar, e por causa das grandes barreiras que foram impostas as mulheres que se expunham na defesa de suas idéias e ideais. As leis do divércio foram liberalizadas e drésticas mudangas ocorreram com 0 status legal da mulher dentro do contexto do casamento. Por volta dos anos 30, como resultado de sua educago qualificada e profissional, as mulheres comegaram a entrar no mercado de trabalho como forca competitiva. Muitas das barreiras legais, politicas, econémicas e educacionais que restringiam a mulher foram removidas e esta comega a pisar 0 mundo do homem com paixao e zelo. ‘Século 20: Simone deBeauvoir e Betty Friedan A primeira fase da construcao do feminismo moderno comecou com a obra da fildsofa francesa Simone deBeauvoir (foto), Le Deuxiéme Sexe (0 Segundo Sexo), em 1949. AS mulheres, segundo deBeauvoir, foram definidas diferenciadas tomando como referencial o homem eno com referéncia a elas mesmas. Ela acreditava que 0 sexo masculino compreendia a medida primeira pela qual 0 mundo inteiro era medido, incluindo as mulheres, sendo elas definidas e julgadas por este padrSo. O mundo pertencia aos homens. As mulheres eram 0 “outro” nao essencial, Simone deBeauvoir observa esta inigitidade do status sexual em todas as Sreas da sociedade incluindo a econémica, industrial, politica, educacional e até mesmo em relac3o a linguagem. As mulheres foram forgadas pelos homens a se conformar e se moldar aquilo que os homens criaram para seu préprio beneficio e prazer. As mulheres de seus dias nao foi permitido ou ndo foram encorajadas a fazer ou se tornar qualquer outra coisa além do que o feminino eterno ditava; elas foram cerceadas num papel de "Kiiche, Kirche, und Kinder” (cozinha, igreja e filhos, em alemo). De acordo com deBeauvoir a mulher estava destinada a existir somente para a conveniéncia e prazer dos homens. No inicio dos anos 60 uma jornalista americana, Betty Friedan, transformou os conceitos filoséficos de Simone deBeauvoir em alguma coisa mais assimilavel para a mulher moderna, ao publicar A Mistica Feminina, um livro onde examinava o papel da mulher norte americana, De acordo com Friedan, as mulheres dos seus dias foram ensinadas a itpvaew.mtherespedsas.com.bifeminismo-cristan! on ‘wrarots *0 Feminism Cristo: Como Tudo Comagex”por Dr August Nicodemus Lapes | Muhsres Pedosas buscar satisfagao apenas como esposas e maes. Ela afirmou que esta mistica do ideal feminino tornou as mulheres infantis e frivolas, quase como criangas, levianas e femininas; passivas; garbosas no mundo da cama e da cozinha, do sexo, dos bebés e da casa, Assim como deBeauvoir, ela afirma que a Unica maneira para a mulher encontrar-se a simesma e conhecer-se a si mesma como uma pessoa seria através da obra criativa executada por si mesma. Friedan batizou o dilerna das mulheres de "um problema sen nome”. Friedan concordou com deBeauvoir que a libertago das mulheres haveria de requerer mudangas estruturais profundas na sociedade, Para isto, as mulheres precisariam ter controle de suas préprias vidas, definirem-se a si mesmas e ditar 0 seu préprio destino. 0 Problema sem Nome: Patriarcado No final dos anos 60 a autora feminista Kate Millett (foto) usou termo “patriarcado” para descrever o “problema sem nome” que afligia as mulheres. © termo tem sua origem em duas palavras gregas: pater, significando “pai” e arche, significando “governo”. A palavra patriarcado era entendida como 0 "governo do pai”, e era usada para descrever o dominio social do macho e a inferioridade e a subservigncia da fémea. As feministas viram 0 patriarcado como a causa Ultima do descontentamento das mulheres. A palavra patriarcado define o problema que deBeauvoir e Friedan ndo puderam nomear mas conseguiram identificar. De acordo com as feministas, 0 patriarcado foi o poder dos homens que oprimiu as mulheres e que era responsavel pela infelicidade delas. As feministas concluiram que a destruigéo do patriarcado traria de volta a plenitude das mulheres. A libertacao das mulheres do patriarcado haveria de permitir que elas se tornassem integras. Surgimento do Movimento Feminista Dentro da Igreja Podernos considerar o livro de Katherine Bliss, The Service and Status of Women in the Church (0 Trabalho e o Status da Mulher na Igreja, 1952) como 0 marco inicial do moderno movimento feminista dentro da cristandade. O livro era baseado numa pesquisa sobre as atividades e ministérios nos quais as mulheres cristas estavam comumente envolvidas. Bliss observou que, embora as mulheres estivessern extremamente envolvidas na vida da Igreja, a participacao delas estava limitada a papéis auxiliares tais como Escola Dominical Misses. As mulheres nao participavam em liderancas tradicionalmente aceitas, tais como as atividades de ensino, prega¢io, administragio e evangelismo, ainda que muitas delas pareciam estar preparadas e terem dons para este exercicio. Bliss chamou a atenc3o da Igreja para a reavaliagdo dos papéis homem/mulher na Igreja, particularmente da ordenacao de mulheres, Ativistas Cristdos compram a Briga itpvaew.mtherespedsas.com.bifeminismo-cristan! ane ‘wrarots *0 Feminism Cristo: Como Tudo Comagex”por Dr August Nicodemus Lapes | Muhsres Pedosas A obra de Bliss serviu de municdo para ativistas cristaos na luta pelos direitos civis e politicos em 1961. Eles, juntamente com as feministas na sociedade secular, comegaram a vocalizar o seu descontentamento com o tratamento diferenciado que as mulheres recebiam por causa do seu sexo, inclusive dentro das igrejas cristas. Neste mesmo ano, varios periédicos evangélicos publicaram artigos sobre a “sindrome das mulheres limitadas aos papéis da casa e esposa”, onde se argumentava que as mulheres estavam, restritas a papéis inferiores na Igreja. Os homens podiam se tornar ministros ordenados, mas 8s mulheres se Ihes impunham barreiras nas atividades ministeriais como ensino, aconselhamento e pastoreamento. As mulheres, afirmavam os ativistas, desejam participar da vida religiosa num nivel mais significativo do que costura ou a diresao de bazares ou arrumar a mesa da Santa Ceia ou servigos gerais tais como o levantamento de recursos para os necessitados, os quais freqientemente sao designados a elas. Tanto quanto com trabalho fisico, elas desejam contribuir com idéias para a Igreja. © Concilio Mundial de Igrejas Aatengio sobre os papéis do homem e da mulher dentro da Igreja se tornou mais intenso na medida em que o movimento secular das mulheres foi ganhando forca. Ainda em 1961 © Concilio Mundial de Igrejas distribuiu um panfleto intitulado Quanto 4 Ordenagéo de Mutheres, chamando as igrejas afiliadas para um “re-exame de suas tradigdes ¢ leis canénicas’. Varias denominacdes comecaram a aceitar que o cristianismo havia incorporado em seus valores uma atitude patriarcal dominante da cultura de suas origens. Muitos catélicos, metadistas, batistas, episcopais, presbiterianos, congregacionais € luteranos concordaram: a mulher na Igreja precisa libertagao, Com esta conclusio em mente, de que a mulher precisava de libertacdo dentro da Igreja, estabeleceu-se um curso de ago que tinha como alvo abrir as avenidas para o ministério ordenado das mulheres tanto quanto para os homens. Nos anos 60 as feministas cristas se colocaram num curso paralelo aquele estabelecido pelas feministas na sociedade secular. Elas, junto corn suas contra partes, buscaram anular a diferenciacdo de papéis de homem/muther. 0 tema dominante foi a necessidade da mulher definir-se a si mesma. As feministas criam que 8s mulheres se deveria permitir fazer tudo 0 que o homem pode fazer, da mesma maneira e com o mesmo status reconhecido que é oferecido ao homer. Isto, segundo elas criam, constituia a verdadeira igualdade. Os Primeiros Argumentos em Prol da Ordenagao de Mulheres As ferninistas cristas buscaram a incluso das mulheres na lideranca da Igreja sem uma clara andlise da estrutura e funcionamento da mesma segundo os padrées biblicos, Meramente julgaram-na como sexista e comesaram a incrementar 0 curso de aco em resposta a este julgamento. As feministas cristas, de mos dadas com suas contra partes seculares, comecaram a demandar “direitos iguais”, Na reivindicacao destes direitos, itpvaew.mtherespedsas.com.bifeminismo-cristan! ane ‘wrarots *0 Feminism Cristo: Como Tudo Comagex”por Dr August Nicodemus Lapes | Muhsres Pedosas aquela altura do movimento feminista cristo, ainda partiam do pressuposto que a Biblia era a Palavra de Deus. Vejamos seus argumentos. Os Pais da Igreja Foram Influenciados pelo Patriarcado Segundo as feministas cristas, Clemente de Alexandria, Origines, Ambrésio, e Criséstomo, Tomas de Aquino, Lutero, Tertuliano, Calvino e outros importantes teélogos e lideres da Igreja Crist, influenciados pelo patriarcado, reafirmaram a inferioridade da mulher através da histéria da Igreja e, assim, proibiram a ordenacao de mulheres e cometeram erros quanto aos papéis conjugais. As mulheres foram excluidas das posigées de autoridade porque os pais da Igreja as viam, em sua prépria natureza, como inferiores e menos capazes intelectualmente do que os homens. A Biblia ensina a Igualdade dos Sexos Em segundo lugar, as feministas crist’s passaram a afirmar que a Biblia dava suporte & plena igualdade das mulheres e que os homens haviam negligenciado estes conceitos biblicos. As primeiras feministas cristas afirmam que o registro da criagaio da mulher no Génesis tem sido quase que universalmente interpretado de uma maneira equivocada para se ensinar que “Deus impés a inferioridade e a sujeigao" da mulher. Os tedlogos (homens) foram acusados pelas primeiras feministas de ignorarem as passagens biblicas que dao suporte a igualdade feminina, torcendo-as para o seu préprio interesse. A doutrina da lideranga da igreja que exclufa as mulheres do ministério foi, portanto, apresentada como um subproduto de um estudo amputado das Escrituras. NGo hé Diferenga entre Homem e Mulher Atese maior proposta pelas feministas crists no inicio dos anos 60 era idéntica as teses, do feminismo secular: ndo ha diferenga entre homem e mulher. As feministas argumentaram que concernente as emocGes, psique e intelecto, ndo ha demonstrag3o valida de diferencas entre mulheres e homens. Qualquer aparente diferenga resulta Unica e exclusivamente de condicionamentos culturais e jamais de fatores biolégicos. Portanto, tendo em vista a igualdade dos sexos, as feministas cristas reclamam que a mulher deve ser posta em posicdes de plena lideranca dentro de casa e na Igreja em igualdade com os homens. © primeiro passo do movimento feminista dentro da Igreja foi a ordenacao das mulheres para os offcios eclesidsticos e este foi somente o primeiro passo. A ordenagaio das mulheres requer o desenvolvimento de uma nova teologia, de uma nova visio sobre Deus, sobre a Biblia, o culto € o mundo. A teologia deve se redefinir, alinhando-se com 0 ponto de vista feminino. Foi o préximo passo dado. Desenvolvimentos Posteriores da Teologia Feminista Uma teologia inteiramente nova deveria ser buscada, portanto, baseada na experiéncia e na interpretac3o da mulher. Um novo desenvolvimento teoldgico era necessario para dar itpvaew.mtherespedsas.com.bifeminismo-cristan! sie ‘wrarots *0 Feminism Cristo: Como Tudo Comagex”por Dr August Nicodemus Lapes | Muhsres Pedosas suporte 8 ordenaco feminina. Esta nova teologia se moveu em varias direc6es. Veremos que ordenacao feminina é apenas um item de uma agenda muito maior e mais radical. Reinterpretagao da Sexualidade Feminina Rejeitando a definicao de feminilidade e dos papéis femininos que Ihes foram impostos pelos homens e pela mentalidade patriarcal dominante, uma parte significativa das ativistas radicais demandaram uma nova definicao destes itens que partisse de outro referencial. A conclusao a que chegaram foi que a prépria mulher é o melhor referencial para sua autodefinicao. E na caminhada desta nova descoberta, ela deve se descobrir em relago com outras mulheres e no com o homem. € preciso registrar que nao foram todas as feministas que concordaram com este novo passo. Na década de 70, movimentos radicais em prol do lesbianismo passaram a identificar sua misséo e propésito com o movimento ferninista em geral. Foi aqui que o lesbianismo entrou no movimento feminista cristo mais radical como elemento chave na reinterpretagdio da mulher, sua feminilidade, espiritualidade e papéis. A maior contribuigo para a entrada do lesbianismo no movimento feminista foi dada pela lider feminista Kate Millet, que publicamente admitiu ser lésbica, apés escrever o livro Sexual Politics, best-seller publicado em 1970. 0 fato ganhou divulgag3o mundial mediante reportagem da revista Time naquele mesmo ano. Surgiram dentro das igrejas grupos de lésbicas “crists” pressionando para a ordenac3o de mulheres, de Iésbicas, a celebracdo do casamento gay e aceitagiio de homossexuais e lésbicas ativos como membros comungantes, Reinterpretagao Feminista da Biblia A teologia feminista veio a ser profundamente afetada pela hermenéutica pés-moderna, a qual ensina que a escrita e a leitura de qualquer texto so irremediavelmente determinadas pelas perspectivas sociais e experiéncias de vida dos seus autores e leitores. Aeesta altura, jd se havia abandonado o conceito da inspirac3o e infalibilidade da Biblia Empregando-se este principio na leitura da Biblia, as ferninistas cristas concluiram que @ mesma é um livro machista e reflete o patriarcado dominante na cultura israelita e grega daquela época. A Biblia é 0 livro de experiéncias religiosas das mulheres e dos homens, judeus e cristéos, mas seu texto foi formado pelos homens, adultos e instruidos. Poucos textos foram escritos por mulheres. Como resultado, os autores freqlentemente enfatizaram somente o papel dos homens. Eles contaram a historia de todo 0 povo a partir de sua expectativa masculina, Desenvolveram a viso patriarcal da religiao a ponto de transformar Deus — um puro espirito sem género — em um ser masculino! E que este Deus sempre escolheu homens como profetas, sacerdotes e reis porque os homens sao melhores ou mais fortes moralmente do que as mulheres! ‘As feministas radicais propuseram, assim, uma reinterpretagao radical da Biblia partindo da ética delas. Propuseram também que as mulheres aprendessem a examinar as leituras itpvaew.mtherespedsas.com.bifeminismo-cristan! ane ‘wrarots *0 Feminisme Cristo: Coma Tuto Comegot" por Dr. August Nicodemus Lopes | Mueres Piedoses, feitas na ética patriarcal e a impugnar qualquer interpretago distorcida pelo machismo. De acordo com elas, a interpretacao tradicional da Biblia sempre foi masculina pois 0 masculino era tido como universal. Hoje, essa leitura ideolégica incomodava muitas mulheres e homens nas igrejas, Elas passaram ainda a defender a publicaco de versdes biblicas onde o elemento masculine fosse tirado da linguagem, Estas verses, chamadas de “linguagem inclusiva” no deveriam mais se referir a Deus como Pai e deveriam chamar Jesus de “a crianga de Deus” em vez de Filho de Deus. Jé existe dezenas de versées biblicas assim no mercado mundial. Algumas feministas ainda mais radicais declararam que a Biblia no é confiavel e que as histérias das mulheres de hoje precisam ser adicionadas ao cénon da Biblia, Reinterpretagao do Cristianismo Como resultado desta nova leitura da Biblia, orientada contra todo elemento masculino & contra o patriarcalismo, as feministas propuseram uma reforma radical no Cristianismo tradicional. A ordenagao de mulheres é apenas um pequeno aspecto deste projeto. Na concep¢ao delas, a verdadeira religigo deve conter elementos que reflitam o poder ea cooperacio das mulheres, cuja principal caracteristica é gerar a vida, Assim, mui naturalmente, as feministas adotaram e “cristianizaram” os antigos cultos pagdos da fertilidade, que celebram os ciclos da natureza, as estagdes do ano, a fertilidade da terra, as colheitas e a geraco da vida. Os cultos seguem temas littirgicos relacionados com as estagdes do ano. Este novo Cristianismo femninino entende que a mulher é mais apta que co homem para estabelecer e conduzir a religigo, pois enquanto o homer, guerreiro, mata e tira a vida, a mulher gera a vida, Aquela que conduz a vida dentro de si é mais adequada para definir a religiao e conduzir seus cultos. Reinterpretagao de Deus © passo mais ousado dado pelo movimento feminista cristéo radical foi a “reinvengao de Deus”. Mais de 800 ferinistas, gays e lésbicas do mundo inteiro reuniram-se nos Estados Unidos em 1998 num Congresso chamado Reimaginando Deus. Os participantes chegaram a conclusées tremendas: 0 verdadeiro deus de Israel era uma deusa chamada Sofia, que 0s autores masculinos transformaram no deus masculino Javé, homem de guerra. Jesus Cristo ndo era Deus, mas era a encarnacao desta deusa Sofia, que é a personificagaio da sabedoria feminina. Esta deusa pode ser encontrada dentro de qualquer mulher e é identificada com o ego feminino (na foto, capa de livro publicado sobre 0 assunto). No Congresso celebraram uma “Cela” onde 0 pao e o vinho foram substituidos por leite e mel, e conclamaram as igrejas tradicionais a pedir perdao por terem se referido a Deus sempre no masculino. Amaldicoaram os que s8o contra o aborto e abencoaram os que defendem os gays e as lésbicas. itpvaew.mtherespedsas.com.bifeminismo-cristan! ma ‘wrarots *0 Faminisme Cristo: Come Tue Comapou” por Dr. Augst.s Nicodemus Lops | Mulhsres Piedosas Conclusio Aleitura das origens e desenvolvimentos do movimento feminista, tanto 0 secular quanto © cristo, deixa claro que a ordenagao de mulheres ao ministério € apenas um item da agenda muito mais ampla dos feministas radicais dentro da igreja crista. E claro que nem todos os que defendem a ordenacao de mulheres concordam com tudo que se contém na agenda do movimento feminista cristo. preciso deixar isto muito claro. Conheco pessoalmente diversos it mos preciosos que sao a favor da ordenacao de mulheres ao pastorado mas que repudiam as demais teses do movimento feminista radical. O que estou descrevendo aqui principalmente ¢ a postura dos radicais dentro do ferninismo evangélico. * Entretanto, nao se pode deixar de notar a semelhanca notével entre muitos dos argumentos usados para defender a ordenagao feminina e aqueles empregados na defesa do homossexualismo nas igrejas, das versGes feministas da Biblia e mesmo da reinveng3o de Deus e do Cristianismoléste artigo é reprodugdo da primeira parte de um Caderno sobre Ordenagdo Feminina que publiquei algum tempo atrds, que por sua vez utilizou @ pesquisa histérica da tese de mestrado do Rev. Ludgero Morais sobre o tema, * Assim como o Dr. Augustus Nicodemus, o blog Mulheres Piedosas considera antibiblica a ordenagao de mulheres ao ministério da Palavra, Nés cremos que as mulheres foram. chamadas para servir a0 Senhor em outros ministérios, como por exemplo o de esposa e mae. ** Esse texto foi postado originalmente no blog O Tempora, O Mores e republicado aqui mediante permissao do autor. ‘+e Dr, Augustus Nicodemus Gomes Lopes é ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, tedlogo calvinista, professor e escritor, natural da Paraiba. Desde 2003 é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, cargo que visa manter a confessionalidade presbiteriana da instituigao. E formado em teologia pelo Semindrio Presbiteriano do Norte, de Recife, mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (Africa do Sul), doutor em Interpretacao Biblica pelo Semindrio Teolégico de Westminster (EUA), com estudos no Seminario Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e diretor do Serninario Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminério José Manuel da Conceigao (MC) em Sao Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de P6s-Graduago Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suga de So Paulo (1995-2001). ‘Atualmente é pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, ern So Paulo, SP. itpvaew.mtherespedsas.com.bifeminismo-cristan! ane

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