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Ver Candace Peet PAD Mocs of Bion ‘Dr Danii Non De Joe Dspeaza 6 7 SOCIOSISTEMAS NELSON TRINDADE rea Pedagogia “Saber Estudae” Partner (non z0sinsltormas ome Autoridade, Aprendizagem e o Direito ao Erro Se definirmos indisciplina como um conjunto de relacées negatives e dest situagdo (conjunto de pessoas © acces), poder-se-a perguntar se 2 dit relagdes positivas e construtivas ? jtivas de uma A resposta ébvia € que isso no é necessariamente verdade. Um campo de concentracgo, um quartel, uma escola, ou uma familia bem disciplinados ndo tm necessariamente relacdes positivas construtivas entre si, apesar de no existirem actos negativos e destrutives da situagio (indisciplina). © problema é mais complexe de que o simples dilema primérlo OU (Indisciplina)...OU (disciplina). Na perspectiva da aprendizagem, a questo a ciscutir no € o dilema indisciplina-disciplina, mas sim, o binémio: Relages posi 1a) Relacdes negativas e destrutivas (indisciplina) as © construtivas (no indi Consideranco que aprender (¢, néo apenas ser instrufdo) implica decisbes de escolha entre uma gama de possibilidades*™*P°*¥""'e, por sua vez, escolher obriga a avaliar vantagens € inconvenientes numa intensificagdo do esforco do lébulo pré-frontal no seu papel de "ser observador’, entio uma situacao de indisciplina (relacdes negativas e destrutivas) tomaré este processo bastante diffi. E assim I6gico e natural que, quando a aprendizagem & real, os aprendentes estdo mplicados € interessados em aprender, portanto, ndo sé n8o querem essa perturbacdo, como nBo a criam, nem sequer a consentem. Deste modo, a indisciplina no existe, nem é possivel {A solugao para o problema da indisciplina no ensino-aprendizegem no é Instalar disciptina, usando mals autoridade massim desinstalar indisciplina, intensificando a aprendizagem. [Alguns filmes sobre esta temética mostram claramente este ponto de Vista, entre outras em particular: To Sir, with Love (1967) de James Clavell com Sidney Poitier + Dangerous Minds (1995) com Michelle Pfeiffer] Na realidade, nao existe apenas outra altemativa que é ndo-indisciplina. ina, pois também pode existir Num exemplo, um conjunto de pessoas a salr por uma porta poderdo: 1. lutare empurrar-se entre si Indisciplina), 2. serem militarmente enquadrados numa formatura (disciplina), 3, ou de forma consciente e auténoma coordenarem-se entre si (no-indisciplina). N3o parece ser vidvel que seja fécil passar da 1° para a 3° alternativa através do uso da autoridade disciplinar. Normalmente, com a Imposicdo da disciplina a situagio fica resolvida ("ganha-se a batalha"), mas 25 pessoas ngo alteram posicdes © preparam-se para um segunco confronto através de uum eficaz aumento do contra-poder ("perde-se a guerra”) Neste timo caso, a solugao légica do aplicador de disciplina serd reforgar 0 enquadramento disciplinar, para poder controlar no futuro o aumento do contra-poder agora bloqueado... @ assim sucessivamente. 0 circulo torna-se vicioso, a solugo “resolveu", mas trouxe consigo o aumento do problema, apesar da sua aparente competéncia, eficdcia e rapidez da resultados (...8 receita estava correcta porque 0 doente melhorou, mas depois morreu...) No plano do ensino-aprendizagem, esta solusdo pelo modelo indisciplina-disciplina tem um feito perverso importante, principalmente quando ¢ eficaz, isto é, quando se consegue que através da disciplina se acabe com a indisciplina, o que permite por @ questo: com este método, qual é 0 preco que se paga na érea da aprendizagem? Por outras palavras, se o ensino se destina a criar aprendizagem, na alternativa em que ele usa a disciplina como suporte para o seu funclonamento, essa solugdo faciitara ou dificultard a sua missdo/objectivo que é ensinar ? No caso de dificultar, essa solucdo pedagégica para o ensino & uma solucéo contra a sua prépria missao-objectivo, 0 que se pode considerar, no minimo, como, incompeténcia, no maximo, como sabotagem, Em sintese, ‘2 autoridade disciplinar no ensino facilita ou prejudice aprendizagem? Para procurar uma resposta, surgem trés questées: L.Aprender: 0 que é? 2. Autoridade: come funciona? 3. Ensinar: como fazer ? A aprendizagem significa a criagdo de novas conexdes nervosas no cértex do aprendente, Implica portanto plasticidade de mudanga do sistema nervoso,, Jey Snowe “Tae Quntun Reso Ver ews Radin estes enitelgidas Neuroplasticidade & 0 termo usado para expressar a capacidade que 0 cértex tem em criar novas redes de neurénios, quebranco e estabelecendo novas ligacoes. Um neurénio tem entre 1000 e 10.000 “portas” (sinapses) para se ligar a outros neurénios, criando assim as redes. Como 0 cértex tem cerca de 100,000 milhées de neurénios, as hipéteses de fazer redes so infinitas, se também considerarmos as ligagées inter redes, Por exemplo, 2 “rede” de somar, tem que estar ligada 8 “rede” de ntimeros, & “rede” de espaco (13 e 31 tém os algarismos em diferentes posicdes no espaco), a rede da lateraldade (em 13 01” esté 8 esquerda e em 31 esté a direita), etc Em resumo, aprender & criar no cértex novas redes de neurénios. 0 Gnico agente capaz de construir essas redes ¢ a prépria pessoa, portanto, ele & 0 tinico formador existente para produzir a sua eprendizagem. 'S6 existe auto-formagio. © professor é apenas um proponente, um fornecedor de situacdes de aprendizagem... nas quais 0 aluno s6 aprende se quiser. ode-se levar 2 mula a0 chafarie, mas 1ngo se pode obrigar a mula a beber 4gua. Albert Einstein: “Eu ndo ensino as maus alunas. Apenas posso criar candigées em que podem ‘aprender melhor. A autoridade € 0 uso de poder para obter determinades comportamentos fisicos ou verbais no desempenho de outrem. Existindo estes, infere-se que a atitude que os originou é aquela que © autoritério pretende, mas esta inferéncia é apenas um simples probabilidade que pode do ser verdadeira, Ensinar_uma ctianga a sorrir e a agradecer contente quando the dio uma prenda (comportamento), nao significa que, por fazé-lo, esteja contente com a prenda (atitude). Se or processos autoritérios se conseguir inserir uma submissao tal que esse comportamento ‘nunca falhe, isso no significa que a crianga fique sempre contente (atitude) com a prenda. A meméria e'0 automatisme provocam com eficécia 0 "show off” Um autoritério nunca pode existir se néo tiver um submisso que Ihe acolha € aceite o autoritarismo, interessante desta dindmica autoritério-submisso é que o poder da sua existéncia esté no submisso e ndo no autoritirio. Quer isto dizer que o autoritario precisa do consentimente do submisso para existir, mas © submisso no precisa do consentimente do autoritério para existe Um autoritério pode aplicar noutro a autoridade que quiser, mas se este no tha reconhecer @ aceitar (mas apenas vendo isso apenas como uma “palhacada"), essa autoridade significa uma ridicula cena de circo. Alguns filmes (e também @ vida real) mostram claramente multas cenas de autoritarismo que 20 serem recebidas por “falsos submissos", até talvez mostrando estereétipos de submisséo, néo passam de divertidas "palhacedas” contadas depois aos amigos. Quantos de nés néo possuem recordacdes destas do seu tempo da escola (de professores € continuos) e do seu emprego (de chefes)? Quando se diz que & preciso uma pedagogia de autoridade, na prética 0 que isso quer dizer & ue se vai fazer uma pedagooia de criacdo de submissos Em termos politicos hd vérlos exemplos deste caso na Histérla. A politica de autoridade & Sempre uma politica de fomenter e manter submissos, Quando se foment submissos a lInguagem de marketing adaptada a cultura democratica chama-tne “politica de autoridade”. Nenhum pai iz que esté a fazer do seu filho um submisso, diré sim que esté a user autoridade para com ele. Na familia, situagéo de maior proximidade nas consequéncias, a questo saber se é uma pedagogla’ de submissdo que queremos como alicerce para © desenvalvimento dos nossos filhos. Se é esse 0 perfil Ge personalidade que imaginamos para o seu futuro. Come analogia, ninguém pode ser autoritério com as condigées atmosféricas, porque por muito que se use autoridade as condicées atmosféricas nunca obedecergo. Nunca se tornargo submissas Porém, pelo contrério, uma pessoa poderd ser sempre submissa as condicées atmosféricas, pois isso ndo depende destas autorizarem ou nao, ao nada fazer para alterar as consequéncias da chuva ou do vento sobre si, apenas se submetendo passivamente Um submisso existe sempre quer o outro, 2 quem ele se submete, quelra ou no. Nie arecisa do consentimento dele Pelo contrario, o autoritério pare existir precisa do consentimento do submisso. Uma pedagosia de autoridade no ensino além de prejudicar a aprendizagem, cria perfis de submissgo, onde 0 conhecimento construide por meméria © padronizacéo (instrucéo??), eventualmente «til e operativo em situagdes rotineiras e estaticas, mas de dificil rendibilidade em situacSes de mudanga e complexas, caracteristicas dos tempos actuals. Como um breve pardntesis, recorda-se que as razdes para a submissdo aceltar a autoridade podem ser diversas, desde posicoes e/ou aneténcias psicolégicas, até opcbes estratégicas (nao ser despedido, nao ter problemas, ter vantagens/lucros, etc.), passando por jogos relacionais, processes carisméticos, seguranca, habitos socials, pressao & conformidade, etc. Uma histéria conhedida € a de dois lemBos (por ex., 5 © 12 ‘anos), em que 9 mals velho se. vangloriava perante or seus ‘amigos de que o mais novo Ihe abedecla sempre, ‘Assim, © Joga era chamé-lo, mostrava-Ihe 2 moecas (50 {Entimios € 2 euros) e dizie-the que escolhesse a que quisesse, mas que nao e atrevesse a tirar a de maior valor. £0 mais pequeno tirava a de 50 céntimos, Um dia_a avé muito incomodada com aquela costumeira submissio, chamou © mais pequeno e disse-he que nao tivesse medo do mais velho, se revoltasse e tirasse a maior (© mais pequene respondeu que ro tinka medo dele, mas que se 0 fizesse nunca mals ganharia 50 c&ntimos, Afinal, quem se submetia @ quem? (© autoritarisme é sempre um processo de enquadramento e confinagdo da autonomia Quando o modelo de funcionamento inerente & sociedade da informagéo e do conhecimento Jane Metin (Gast Botaon Ver Nelson Tindale, asl Siveea Sisteis de inormasdo Siemas de Duan Stents de nforasso Orgatizaiosas Bet lib, Lisboa obriga 8 autonomia da decisio em tempo real por parte dos seus elementos, impedir essa autonomia com modelos autoritarios ¢ impedir 0 desenvolvimento, Come a prépria palavra expressa, "DES-envolver” é tirar o envolvimento, mas autoritarisme é colocar envolvimento, logo autoriterismo e progresso (desenvolvimento) so uma simbiose contra natura, que nunca € possivel, ‘A submissio, como perda de autonomia que o &, & sempre um proceso criador de stress. Segundo Robert Sapolsky (Professor de Neurologia e Ciéncias Neurolégicas na “Stanford School of Medicine”) 0 stress & sempre criador de glucocorticoides, que por sua vez vao dificultar 0 hipotalamus, tornanco os processos de aprendizagem mais diffceis. Faz parte do senso comum que quando 0 stress ¢ grande 0 aprender & dificil, “pois ndo se ‘consegue pensar’. E evidente que quando os niveis de stress sao grandes esta paralisia ¢ Sbvia, mas no acontecerS que com nive's mais “discretos" de stress, no aparecem tamoém. niveis mais “discretos” de dificuldades de aprendizagem ? E néo seré que, com nivels “discretos” ce autoridade, no aparecem niveis “discretos” de stress e portanto também nivels “discretos” de dificuldades de aprendizagem ? Afinal certas dificuldades de aprendizagem nao sero apenas dificuldades de ensino? ‘Assim, uma diltima questo: este tipo de ensine no seré "um ensino contra-aprendizagem* ? Ensinar: como fazer ? Haverd outras formas de integrar ensino-aprencizagem? Quando se ensina a “cavar batatas", uma actividade que néo exige 2 manipulacio de muita informagao circulante, bem diferente de pilotar um avido, & possivel conseguir altos niveis de Incorporago do conhecimento necessério através do uso de autoridade e imposicao de mecanizacSes obrigatérias. Se um robot "recebe instrugBes” um hurnano também, Porém, para guiar um carro, pilotar um avigo, jogar um jogo de computador, desde que seja para fazer face a imprevistos, incertezas e mudancas aleatérias, eventuais automatismos Incorporades (tipo piloto automitico) obtides por metodologias autoritarias néo vao responder as necessidades, Mudancas, complexidade, Imprevistos (e se so imprevistes, no podem ser previstos em ‘automatismas) exigem outras capacitacdes, logo outras aprendizagens, portanto, outros © importante nestes casos no é a informaco-que-sei, nem sequer a informagio-que-néo- Sei, mas sim a informacéo-que-ndo-sei-que-ndo-sel. E para esta titima os automatismos no tem respostas, Porque é que os carros de instruco de condugéo tém 2 volantes? Como é que as criancas aprendem a jogar os jogos de computador ? Em ambos os casos, 0 método & o mesmo: fazendo erros e corr Aprender a fazer marcha alrés numa curva junto 20 passeio, significa aprender a colocar as rodas no local preciso, & distancia correcta do passelo e no momento exacto. Para aprender a fazer tudo isto ndo ha autoridade, nem instrugdes rigidas que o possibilitem, é preciso fexperimentar, fazer erros e Investigar come se corrigem no futuro, anulando os desvios existentes, No caso do aprender a conduzir, o 2° volante 0 material pedagégico necessério para possibiltar a aprendizagem, actuando em situacdo de possiveis erros, mas controlados pelo processo de ensino. 0 métado chama-se de “erro e sucesso”. Temos assim 4 condicées: uma situagao com varias escolhas possivels (erros controlados; @ no erros); uma acgao auténoma; a obtencio da necessaria lucidez sobre a que acontecey; accdes de correccéo, reiniciando 0 ciclo (ndo para revisdo, mas para revisitacso, que 580 metodologias diferentes). Sob 0 ponto de vista de ensino a fase crucial & @ 39, isto é, a construgdo da lucidez necesséria. Para o fazer, 0 papel do ensinar & fornecer informacées, (se necessérias para potenciar a construcdo de lucidez) e ndo dar indicagdes correctoras (tornando desnecessério esse esforco, e implantando automatismos “cegos”). Numa palavra, fornecendo feed backs, se necessarios. Mesmo 0 préprio fornecimento de feed backs deverd ser felto sobre a forma de questées que abram pontos de vista faciitadores da investigacao e consequente definic&o da informagao necessdria de forma auténoma pelo préprio. Culturaimente, 0 feedback & muitas vezes perspectivado como criticismo. Como consequéncia, sé se dao feed backs positivos e nunca negatives, ou ento, dao-se primeiro 0 positives (...fo/ um bom esforco e um trabalho notével, estou muito contente...) € so depois os negatives (... mas, tem alguns erros graves...) Esta forma & uma espécie de “duche escocés’ (chuvelro quente e chuveiro frie alternadamente), ou num conceito mais técnico ¢ @ Jogo relacional conhecde como SIM,...MAS..., n@ minimo de pouca positividade, no maximo de grande negatvidade, Vamos imaginar num hospital, one um médico apés andlises ao doente Ihe diz que [...08 suas andlises esto quase todas dptimas, © néo apresentam nada com que se tenha que preocupar...], continuando depois a conversa num contedde neutro até chegar & fase do “MAS" [..-porém hé aqui uma Ultima, que se no for operado dentro de um més, poderd morrer..1 Este estilo de SIM, MAS... é muito usado em pedagogia ¢ até em relacies pessoas de grande afectividade onde, pare "nao se ferir 0 outro", se acaba por cair num certo "Sado masoquismo” encapotado. Se se mudar © ponto de vista, e se se considerar 0 feed back apenas como um recurso ‘formative, destinado @ aumentar a lucidez sobre a situacdo afim de criar alternativa positiva para o futuro, 2 colagem ao criticismo (julgamento) desaparece e o feed back surge como algo a usar ou a deltar fora, em funcdo de uma opcdo pessoal auténoma do recebecor do feed back, Regressando ao exemple do hospital, se 0 médica, por razSes de sé dar feed back positive, nao fornecer a Informacio negativa (impedindo assim a construgo de uma solusdo positiva para 0 futuro) poder-se-d concluir que se, para nao dar o feed back "negativo", sé der feed back positivo, entéo isso é que é um verdadero feed back negative, Se bem que no plano da satide esta opgio seja clara, j8 na educagio ou nas relagdes Dessoais este processo esté mais enevoado, ou seja, pare ndo criar “traumas” multas vezes 86 se dizem aspectos positives (mesmo, e principalmente, quando née 0 sie), procurando assim no destruir motivacées. Ver Dr: Audeow Newberg Na prética, estio-se a criar falsas relagdes, através das mentiras “piedosas", tirando & falseando o principio da realidade, enfraquecendo, por perda de lucidez, a seguranca no enfrentar de situacdes, e multas vezes originando posigbes de debilidade ou rebeldia social © centro desta questio no esté no conteiido do feed back ser positive ou negativo, mas nas formas (positives ou negativas) utilzadas para o dar. E aqui que se encontra o seu factor crtico Come resumo, poder-se= concluir que: 1. Ensinar é criar situacbes de escola (*AhI An! Ah! experiences = leaming experiences”), . integrar nelas o DIREITO AO ERRO, potenciar a LUCIDEZ SITUACIONAL, @ 0 AGIR NA SUA CORRECCAQ, Se isto acontecer o problema da incisciplina esté ultrapassado. es. Aprender ¢ estudar & ndo s6 natural, como é um processo que existe em cada momento em que vivemos. $6 pra quando se motre. Para_um_passaro polsar num ramo com vento e chuva, tem que “aprender” as caracteristicas do vento (orca, velocidade, direccéo), as caracteristicas do ramo (solidez, oscilaéo, ritmo, etc.), as caractersticas ‘da chuva, os seus efeitos no seu corpo © as reacgBes necessirias, etc., processo mais complexo © em menos tempo que aterrar um aviso uma pista enorme, e cujas decisBes e acgles sdo feltas em décimas de segundos © com exitos da ordem dos 100%. Para um humano subir uma escada, tem que “aprender” a escada. No primelro degrau testa a altura, no segundo confirma e no terceiro automatiza. A aprendizagem esta feita e a subida da escada é automética. Se 0 quinto ou sexto degrau for mais baixo 1cm ou 2 cm, {quase de certeza iré tropecar e talvez cair. O automatismo nao se adaptou ao imprevisto Se quiserem fazer esta experiéncia, tentem de olhos vendados subir uma escada desconhecida, sem terem previamente qualquer imagem dela, nem sequer uma répida olhadela. Se alguém perdesse a 100% a sua capacidade de aprendizagem nem subir escadas conseguiria. (© mesmo acontece para se sentar numa cadeira, Antes de nos sentarmos temos que “aprender” a cadelra: 0 seu tamanho, forma e principalmente a altura. Experimentem vendar (05 olhos e sentarem-se numa cadeira desconnecida, sabendo (mesmo que o néo seja) que ¢ um modelo diferente, A angistia da nao-aprendizagem prévia aparece logo. Aprender € no sé natural, como é basicamente uma necessidade de sobrevivéncia. ‘Na escola a aprendizagem ¢ dificil no por razdes do aprender, mas por consequéncia do ensinar. Hoje as crlancas passam horas seguidas em jogos de computador, ver tesa “Tudo.0 que € mat fare Isto resume-se, na giria das familias, como sendo causado pelo prazer de jogar, o que verdade, Mas se olharmos para 0 tamanho dos manuais, para os livros especializades de apoio aos Jogos, para as horas passadas em féruns e chats (e-learning?) sobre os truques possiveis € para as horas de esforco de estudo que tém que ter para poder jogar, poder-se-8 dizer que © prazer de jogar & antecedido pelo prazer de estudar, sustentaco pelo prazer de aprender, Mas, na sua base estd um enorme esforgo e cansaco de aprendizagem. A diferenca entre ver um filme (ou ouvir uma cango) e um jogo computador & que normalmente todos os DVD trazem uma série de textos de apoio (entrevistas, comentarios, etc.) que ninguém vé ou I, mas os jogos de computador nao sé trazem esses decumentos como so extensos e complicados e so intensamente consultados. A base destes jogos (dai o seu atractivo 7) € que tem dois tipos de desafios cognitives: aplicar as regras e descobrir as regras. Nos jogos tradicionais, xadrez, damas, cartas, etc., primeiro aprende-se as regras depois Jogasse em funcdo delas. Nos jogos de computador, se bem que muitas regras sejam aprendidas pelos manuais e pelos truques, como regras bésicas para manipular © jogo, as regras “importantes” so se aprendem jogando, no método de "ERO E SUCESSO”. E sé lexplorando 0 jago que se conhecem as regras. £ como se o verdadeiro objective do jogo de computador nao seja jogar 0 jogo, mas “descobrir como que isto se Joga”. Por outras palavras, muito mais perto da vida real, pols talvez 0 seu verdadeiro objective nao seja viver a vida, mas sim saber “como & que hel-de viver a vida" [Quando um novato se senta em frente a um jogo de computador, pergunta: = Como é que isto se joga ? © jogador experiente responde: - Fazes isto e isto, mas depois tens que descobrir como se joga, jogando. E sondando a iégica do jogo que se descobre o seu sentido, ds seus objectivos @ as suas regras, regras estas que podem mudar com 0 aumento dos niveis de complexidade, Setven Johnson viver no é esperar que a tempestade passe, é descoorir como dangar nel Realmente a autoridade a disciplina ndo fazem parte de mundo do aprender. 'S6 quando se matou o prazer de aprender, quando se obriga 0 cumprir NAO-ERROS, e se loquela a alegria do SOU CAPAZ é que a indisciplina aparece. (© mundo dos jogos propée a regra da “Ah! Ah! Ah! experience” num movimento continuo de crescimento de “I WANT, I CAN, I DO”. © mundo da escola, da familia e da vida tem que acompanhar este movimento.

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