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-YUNUS A. CENGEL JOHN M. CIMBALA Preficlo CAPITULO I INTRODUGAO E CONCEITOS BASICOS 1 1-1 Introdugio 2 cued Fader 2 ‘reas de Apleacéa Ua Mecénica des Fidos 4 ‘Aguas Uridaces Se inglesas. 15 Homogenedade Dimensional 17 Ranies de Conversao de Unidades 18 1-7 Modelagem Matemética de Problemas de Engenharia 19 Modelagem na Engenharia 19 1-8 Técnica de Resolugio de Problema 20 Passo 1: Defingao do Problema 20 Paseo 2: Degrema Esquemstica 21 Passo 3: Hipéeses Aprorimagées 21 Fasso di Lels Ficas 21 Passo 5: Propredades 21 Passo 6: Caleulos 21 Passo 7: Raciocini,Vetiiagao e Discussdo 21 1-9 Pacotes de Aplicativos para Engenharia 22 Engineering Equation Swer (EES) (Seluionader de Equapbes de Engenharia) 23 FLENT” 28 1-10 Exatidao, Precistio e Algarismos Si ficativos 24 Aplicagdo em Foco: O Que Explosdes Nucleares e Pingos de Chuva Tém em Comum 28 Prcblemas 23 @cAPITULO 2 @ PROPRIEDADES DOS FLUIDOS 31 @ 2-1 Introdusio 32 MeioContieus 32 eecooe 1-2. Condigao de Nao-Escorregamento 1-3 Uma Breve Histéria da Mecinica dos Fluidos 6 1-4 Classificagdo de Escoamentos de Fluidos 8 Regis de Escoamento Viscoso versus No Visceso Esccamentolnerno versus Eterna. 9 Esccamanto Compeessivel vrs Incompresshel 9 Escoamento Laminar versus Turulento 10 Esccamento Natural (ou N8oForgads) versus Forgaco 10, Esccarento em Regime Permanente versus em Regime Ngo Permanente 10 Escoamentes Uni, Bie Tidimensionis 12 1-5 Sistema Volume de Controle 13 1-6 Importincia das Dimensées e Unidades 14 2-2 Densidade e Gravidade Espectfica 33 Densidade dos Gases ideals ou Perfetos 33 2-3. Pressio de Vapor e Cavitagio 35 Energia e Calores Especificos 36 2-5. Coeficiente de Compressibilidade 38 Coeficiente de Expansso Volumeética 39 2-6 Viscosidade 41 2-7 ‘Tensio Superficial e Efeito Capilar 45 feo Caper 47 48 Let Aplicacdo em Foco: Cavitagio 50 Problemas 1 CAP{TULO 3 PRESSAO E ESTATICA DOS FLUIDOS 56 341 Presstio 57 Pressdoemum Ponto 58 Vigo da Presto coma Profundidede 59 3-2 OManémetro 61 Outros Dspostves de Mecigdo ds Pressto 6¢ 3-3 O Barémetro ea Pressio Atmosférica 65 3-4 Introdugao a Estitica dos Fluidos 68 3-5 Forgas Hidrostéticas sobre Superficies Planas Submersas 69 Caso Especial: Praca Retanguar Submersa 72 3-6 Forcas Hidrostdticas sobre Superficies Curvas Submersas 74 3-7 Flutuacdoe Estabilidade 77 Estabilidad de Corpos Imersos eFituantes 80 jidos em Movimento de Corpo Rigido 82 Caso Esoecial 1: Flidos em Repouso Bt Caso Especial 2: Queda Live de um Corpo Fluido 84 Aceleragso em ume Trajetore Reta 84 Rotagdo em um ConteinerGindrico 86 Resumo 9 Referénclas © Lett 38 das 90 CAPITULO 4 CINEMATICA DOS FLUIDOS 103 4-1 Descrigdes Lagrangiana ¢ Euleriana 104 Campo de Aceleracéo 106 Detvada Materia!" 109 4-2, Fundamentos da Visualizago do Escoamento 110 Linhas de Corrente e Tubes de Carente 110 Lntas de Trajetora 112 Lnhas de Emissdo 113, Linhes de Tempo 115 Teenias de Retracao pare Vsuaizagzo do Escoamento 116 Teenicas de Vsualizagao do Escoamento em Superfcies 117 4-3 Representagio Gréfica dos Dados de Escoamento de Fluidos 117 afcos de Perl 117 Graficos Vetorais 118 Gratico de Cartomos 119 4-4 Qutras Deserigdes Cineméticas 119 Tipos de Movimento ou Deformacso cos Elementos de Fhido 119 Vortcidadee Rotacionalidade 124 CCamparagio entre Deis Escoamentos Cxeuares 127 4-5 OTeorema de Transporte de Reynolds 128 Dedugao Aternatwa do Teoremsa de Trarscorte de Reynolds 133 entre Derwvada Material eo TTR 135 Re APITULO 5 EQUAGOES DE CONSERVAGAO DE MASSA, DE BERNOULLI E DE ENERGIA 148 5-1 Introdugao 149 Consenagao de Massa 149 Consenagdo do Momento 149 Conservagao de Eneraia 149 Conservagio de Massa 150 Va2bes em Massa. Volume 150 Priccpio de Consenarao de Massa 151 Volumes de Controle Moves ou Deforméveis 153 Belango de Massa para Processos com Escoamento fem Regime Permanente. 154 Caso Especich Escoamento Incompessivel 154 Energia Mecinica e Bficiéncia 156 ‘A Equacdo de Bemoulli 161 Aceleragéo de uma Particula de Fido 161 Dedugan da Equacto de Berouli 162 Balango de Forgas Transversal as Linas de Corente 164 Escoamento Compressive NBo Permanente 164 Pressdes Estatca, Ondmica ede Estagnagdo 164 Limitagees co Uso a Equagdo de Bernoui 166 LUnha Piezométrca (HGL) e Lina de Energi (EGL) 167 Aplicagdes da Equagao de Bernoulli 169 Equagio Geral da Energia 175 Transterénce de Energia por Calor. 176, Tiansteréncia de EnerBa por Wabatre, W176 5-7. Anélise de Energia de Escoamentos em Regime Permanente 179 aso Especial: EstoamentaIncompyessive! sem Nenhurn Disasitve de Trabalho MecSricoe Arto Desprezve: 182 Foto de Coregdo da Energa Cintica, «182 & h os ¢ & CAPITULO 6 ANALISE DE MOMENTO NOS SISTEMAS DE ESCOAMENTO 197 1 Leis de Newton e Conservagiio do Momento 198, 5-2 Escolhendo um Volume de Controle 199 Forgas Que Atuam sobre um Volume de Controle 200 6~4 A Equacdo do Momento 203 casos Especiis 204 Fetor de Corregdo do Fluxo do Momento, 8 205, Escosmento em Regime Permanente 206 Escoamento em Regime Permanente com uma Entrada e uma saida 207 Escoamenta sem Forgas Eternas 207 6-5 Revisdo do Movimento de Rotagao edo Momento Angular 215 6-6 Equagio do Momento Angular 217 ‘Cosos Especiais 219 Escoamento sem Torques Externos 220 Dispestves com Escoamenta Redial 220 CAPITULO 7 ANALISE DIMENSIONAL E MODELAGEM = 231 7-1 Dimensdese Unidades 232 7-2. Homogeneidade Dimensional 233, ‘Adimensionalzaczo das Equagtes 234 7-8 Anélise Dimensional ¢ Similaridade 238 7-4 O Método das Varidveis Repetidas e 0 ‘Teorema Pide Buckingham 242 ive Histérico: Pessoas Homen 7-5. Testes Experimentais e Semelhanga Incompleta 256 Confguragao de uma Exceréncia e Cortelagdo dos Dados Experimentais 256 Semelhanga incompleta 257 Teste no Tinei de Vento 257 Escoamentes com Superiies Livres 260 Apiicagie em Foca: Como uma Mosca Vou 262 las pelos Adimensionais 249) ESCOAMENTO EM TUBOS 277 8-1 Introdugio 278 8-2 Escoamentos Laminar e Turbulento 279 Nimero de Reynolds 279 SOOCOHHSCOHHHHOHHHSHOHHHHOHHHHHSHOHHHOHOHOHOEOO e ® ° le ° e e ° ° ° e e e e ° ° e ° e e e \@ e rr ° e e e e e ° e e ° e e e e : 8-3 ARegido de Entrada 280 CComprimentos de Entrada 282 84 Escoamento Laminar em Tubos 282 Queda de Press4oe Perda de Cargs 284 Tuber Incas 285 Escoamento Laminar em Tubos Nao Cvewares 287 8-5. Escoamento Turbulento em Tubos 290 Tenséo de Cisathamerto Turbulenta 291 Perfi'da Velocidade Turbulerta 292 ( Diagrama de Moody 295 ‘pos de Problemas de Escoamento de Fides 297 Perdas Menores 301 &-7 Redes de Tubulagdes e Selegao de Bomba 307 Sistemas de Tubulagees com Bombas e Turbinas 309 5-8 Medigdo de Vazio e Velocidade 316 Sond de Pitt e Sonca Estética ge Pitot 317 ecidores de Vazz0 por Otstiucta:Orifcio, Venture Medidores de Bacal 318 Mecigores de Vaz50 por Deslocamenta Posto 321 Medidores de Vaz80 Tpo Turina 322 Medidores de Vazdo de Area Vardvel (Rotimetros) 323 Medidores de Vazdo Utra-Sonicos 324 Medidores de Vzzao Eletromagnétices 325 Medidores de Vaza0 ce Venice 327 Aowmémetros Térmicos(Fio Quentee Filme Quente) 328 Velocimetia Laser Doppler 329 Velocimetia por Imagem de Particle 330 cope ent Foce: Como Funcionam, ow Nao ncionain, os Medidores de Vezdio de Placa CAPIT og ANALISE DIFERENCIAL DE ESCOAMENTO DEFLUIDO 345 8-1 Introdugao 346 9-2. Conservagio da Massa~ A Equagio da Continuidade 346 Deducde Usando © Teorema do Dvergente 347 Deduso Usendo um Volume de Conroe ifntesimal 348 Ferma Alternative da Eq.agao ca Contnudace 351 Equagdo da Coninuidade em Coordenadas Cilncricas 32 CasosEspeciis da Equacéo da Continuidade 252, 3 AFungao Corrente 357 ‘A Fungdo Coren em Coordenedes Catesianas 367 A Funcdo Corenteem CoordenadasClindricas 363 A Fungo CorerteCompeesshal 365 8-4 Conservagdo do Momento Linear ~ Equagio de Cauchy "365 Deducto Usando 0 Teorema do Dvergente 366 DDedugéo Usande um Volume de Conroe Infnitsimal 367 Ferma Aternatia 43 Equatdo de Cauchy 369 edu Usondo a Segunda Lei de Newton 369 9-5 A Equagdo de Navier-Stokes 370 Introdugso 370 Fluids Newtonianos versus Fidos NZo Newtonianos. 371 cucdo da Equardo de Navier-Stokes para Escnamento| Incompressivel,Isotermico 372 f Equagbes da Continuidade e de Navier-Stokes em Cocrdenadas Canesionas 374 Equagées da Continuidade e de Never-Stokes em Coordenadas Clindricas 374 -8 Anélise Diferencial dos Problemas de Escoamento de Fluidos 375 Célcule do Campo de Pressio para um Cannpo de Velocidad ‘Connecido 375 Solugbes Exatas das Equactes da Stokes 380 Condigaes de Contorno 38) CAPIT uLO 10 SOLUGGES APROXIMADAS DA EQUACAO DE NAVIER-STOKES 409 10-1 Introdugio 410 10-2 Equagdes de Movimento na Forma Adimensional 411 10-3 A Aproximagtio de Escoamento Lento 414 Arrasto em uma Esfera em Escoamento Lento 416 10-4 Aproximagdo para Regiées do Escoamento sem Viscosidade 418 Deducdo da Equacdo de Bernoulli em Regiies de Escoamento Sem Viscosidade 419 10-5 A Aproximagio de Escoamento Irrotacional 422 Equageo da Continuidade 422 Equagto do Momento 422 Dextugo da Equagao ce Bernoul Escoomenta 426 Regis lrtacionls de Escoamento Bdimensinais 427 Superpasiggo em RegibesIrotacenais de Escoamento 420 Escoamentes Planaes ircacionalsElementares 430 EscoamentssIotacionaisFormades pele Superposigao 436 10-6 A Aproximacéo da Camada Limite 445 As Equagtes de Camada Limite 449 0 Provedimento de Camada Limite 453 Espessura de Desicarsento 457 Espessura do Momento 460 Camada Lite Turbulenta soore uma Placa Plana 462 Caracas Lites com Gradientes de Pressdo 467 ‘Teena Integral de Momento para Camades mites. 471 mr Regices lerotaconais do R jcucio em Foo: Formagio de Goticulas 480 bemas 48 CAPITULO 11 ESCOAMENTO SOBRE CORPOS: ARRASTO E SUSTENTACAO 490 11-1 Introdugdo 491 11-2 Arrasto e Sustentacio 492 IMEC Gans 11-3 Ammastos de Atrito e Pressio 495 Reduzindo 0 Arrasto por Carenagem 496, Separagdo ce Escoamerto. 497 11-4 Coeficientes de Arrasto de Geometrias, Comuns 499 Sistemas Bioigcase Arrasto 500 Coeficiente de Arasto de Veculos 502 Superpesgao 608 11-5 Escoamento Paralelo sobre Placas Planas 506 Cosiciente de Atto 507 11-6 Escoamento sobre Cilindros ¢ Esferas 510 Eteto da Rugosidade da Sucertce 512 11-7 Sustentagao 514 Eetos ce Exremidade das Puntes das Asas 517 SustentagSo Gerad pele Roiacdo 519 alone e Letuas Sugerdas 524 Apliecicdu em Face: Redagio de Arrasto 525 Protiemas 526 CAPITULO 12 ESCOAMENTO COMPRESSIVEL 533 12-1 Propriedades de Estagnagéo 534 12-2 Velocidade do Som e Némero de Mach 537 12-3 Escoamento Isentrépico Unidimensional 539 \arago da Velocdade do Fido coma Area de Escoemerto 541 Relagbes de Propriedades para o Escaamento Wentrdgica de Gases Ieais 543 12-4 Escoamento Isentropico através de Bocais 545 Boceis Convergentes 546 Bocais Convergrtes-Dweigentes 550 12-5 Ondas de Choque e Ondas de Expansio 553 Cheques Normais 554 Choaves Obiques $69 (nds de Expansso de Prandt-Meyer 563 12-6 Escoamento de Duto com Transferéncia de Calor e Atrito Desprezivel (Escoamento de Rayleigh) 566 Relagdes de Propriedades para o Escoamento de Rayleigh 571 Escosmento Estrangulade de Rayleigh 573 12-7 Escoamento em Duto Adiabético com Atrito (Escoamento de Fanno) 575 Reiagdes de Propcedades para o Escoamenta de Fanno 577 Escoamanto de Fanno Esranguads 581 Aplicagdo em Foco: Interagdes d Choque/Camada Limite 584 smo 588 noi © Letuas Sugendas 536 rolenas 586 CAP{TULO 13 ESCOAMENTO EM CANAL ABERTO 595. 13-1 Classificagao dos Escoamentos em Canal Aberto 596 Escoamentes Unitormese Varados 596 Ezcoomentos Laminar e Turbulent em Cenals 597 13-2 Niimero de Froude ¢ Velocidade de Onda 598 \Velocidade das Ondas de Superfcie 600 13-3 Energia Especifica 602 13-4 Equagdes de Continuidade e Energia 605 13-5 Escoamento Uniforme em Canais 607 Escosmenta Crtco Unifome 608 Método da Superpescao para Permetros N30 Uniformes 609 13-6 Melhores Segbes Transversais Hidrilicas 611 Canals Retanguares 613 Canals Wapezodais 613 13-7 Escoamento Gradualmente Variado 616 Pers de Supertce Liquida em CanzisAbertos, 4x). 617 Aiguns Pets de Supertcie Representatwos 620 Solugdo Numérica para o Peri de Superice 622 13-8 Escoamento Rapidamente Variado e Salto Hidréulico 623 13-9 Controle e Medico do Escoamento 627 Comper ce Escoamento 627 Fesumo Sugestoes de Letra 63 CAPITULO 14 TURBOMAQUINAS 646 14-1 Classificagdes e Terminologia 647 14-2 Bombas 649 ‘Cures de Desempenti da Borba e Escoha ce uma Bomba para um Sistema de TubulagS0 650 CCavitao de Bornba e Carga de Sucgdo Uquida Poste 655, Bombas em Série e Paralelo 658 Bomba de Deslocamento Posto 651 Bombas Orndmicas. 663 Bombe Centrfugas 653 Bombes Axais 672 14-3 Leis de Semethanea de Bombas 680 ‘Andlse Dirensional 680 Velocdaue Especiica de Bomba 682 Le de Semetnanga 684 14-4 Turbinas 687 Turbines por Deslocamento Postno 688 Turbines Dinémicas 688 Turbines por impuiso 688 Turbines de Reacéo. 691 14-5 Leis de Semelhanga para Turbinas 699 Pardmetros Adimensionis para Turbinas 698 Veloidade Espectica de Turtina 702 Turbinas 2638 e Vapor 704 S00 FCOCCCETOTCC OOO OO OOOORSHUSSHTSC OSTEO V EE SCOOOSOCES : Aplicacdo em Foco: Atomizadores de Combustivel Giratérios 706 Referarces e Lenuras Suge! Problems e @ caApituLo 15 @ _INTRODUGAO A DINAMICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL 716 15-1 Introdugio Fundamentos 717 Motivagso 717 Equages do Movimento 717 Proved menta da Solvgao 718 Equagées Aaiciona’s do Movimento 720 Geragaoe Independencia de Matta 720 Condigoes de Contommo 724 APraica Leva a Pereigdo 728 15-2 Céleulos CFD Laminares 728 Regise de Entrada de Esoazment de Tubo ome = £00 723 scoamento ao Redor de um Giindro Circular femRe = 150.731 15-3 Célculos CFD Turbulentos 737 scoamenta 20 Redor de um Glindro Circular emRe= 10.000 739 Escoammento 20 Redor de um Ciinaro Crular em Re = 107741 Projet do Estator de um Ventiador Al com Pas Dreciorais 741 15-4 CFD com Transferéncia de Calor 748 Elevagdo de Temperatura por meia de un Trocacor Ge Calor com Eseoareent Cruzado 749 Restriamento 2 um Conunte de Chips de Circuito integrado 751 15-5 Célculos da CFD para o Escoamento Compressivel 754 Escoorento Compressive través de um Bocl ‘Convergente-Divergente 756 Ccnaques Obiquos sobre uma Cunha 759 15-6 Célculos da CFD para o Escoamento em Canal Aberto 760 Fscosmenta sabe uma Saléncia na Patt Inferior de um Canal 760 scoamento através de uma Comporta Bascuante (Gato Hideo) 761 Aplicagdo em Foco: Um Estomago Virtual 763 APENDICE TABELAS E DIAGRAMAS DE PROPRIEDADES (EM UNIDADES SI) 766 TABELA A-1 Massa Molar, Constante de Gas ¢ Calores Especificos dos Gases de Algumas Substincias 767 TABELA A-2 _ Propriedades dos Pontos de Ebuligio e Congelamento 772 TABELA A-3 Propriedades da Agua Saturada 773 TABELA A~4Propriedades do Reftigerante Saturado-134a_ 774 TABELA A-5_—Propriedades da Aménia Saturada 775 TABELA A-6 Propriedades do Propano Saturado 776 TABELA A-7 Propriedades dos Liquidos 777 TABELA A-8 —Propriedades dos Metais Liquidos 778 TABELA A-9 —Propriedades do Ar a Pressiio. de lam 779 TABELA A-10 Propriedades dos Gases & Pressio de lam 776 TABELA A-11 Propriedades da Atmosfera a Grandes Altitudes 782 FIGURA A-12 Diagrama de Moody para 0 Fator de Atrito do Escoamento Completamente Desenvolvido em Tubos Circulares 783 TABELA A-13. FungSes de Escoamento Compressivel Isentrépico Unidimensional para um Gés Ideal com k = 1,4 784 TABELA A-14 FungGes de Choque Normal Unidimensional para um Gés Ideal comk=14 785 TABELA A-15 Fungées de Escoamento de Rayleigh para tum Gés Ideal comk = 1,4 786 TABELA A-16 Fungées de Escoamento de Fanno para uum Gés Ideal com k= 1,4 787 Glossirio 788 Indice 799) PCOS OOOO COS OOOO SOOO OOHOOOHOHOLOH OOO OOOH OOE OOD SCSPSSHS OSS SCHSSSTOOSHHSHHOHOHOHOHHSOHOHOOOSOOOO INTRODUCAO E CONCEITOS BASICOS N: capitulo introdutéri, apresentamos os coneeitos bésicos comumente usados na andlise do escoamento dos fluidos. Comegamos 0 capitulo com uma discusstio dos estadas da matéria e das diversas maneiras de classificar ‘0 escoamento dos fluidos, tais como regides de escoamento viscoso versus ndo vis caso, escoamento interno versus externo, escoamento compresstvel versus incom- pressivel, escoamento laminar versus turbulento, escoamento natural versus for- ado e escoamento em regime permanente (estaciondrio) versus escoamento em regime ndo permanente, Discutimos também a condiglo de no-escorregamento nas interfaces sélido-fluido e apresentamos uma breve hist6ria do desenvolvimento da ‘mecdnica dos fluidos. Depois de apresentarmos os conceitos de sistema e volume de controle, revemos 0 sistemas de unidades que serio usados. Em seguida, discutimos como 0s modelos mateméticos para problemas de engenharia so montados € como interpretar os resultados obtidos pela andlise de tais modelos. Segue a apresentaco de uma técnica de solugdo de problemas, inwitiva e sistemética, que pode ser usada como um mo- delo na solugo des problemas de engenharia, Por fim, discutimos exatidao (acuré- cia), precisto e algarismos significativos nas medidas e célculos de engenharia. Cay eet Eompreendero flues e recat Pier eaeieaes eran fer es en eno Areeneeeie ct Cee ee FIGURA 1-1 ‘A meciinica dos fluidos trata de liquidos €¢ gases em movimento ou em repouso. © Vol 16Phovo ise ‘Arcade coutto Tensto de cisaamento 0 el to |f Borracha eformada DeformagSo de cieahamento, a FIGURA 1-2 Deformago de uma borracha escolar posicionada entre duas placas paralelas sob a influéncia de uma forga de cisalhamento. 1-1 = INTRODUGAO ‘A mecinica € a cigncia fisica mais antiga que trata de corpos tanto estacionérios ‘como em movimento sob a influéncia de forgas. O ramo da mecdnica que trata dos corpos em repouso € denominado estitica, a0 passo que o ramo que trata dos cor- os em movimento denomina-se dinimica, A subeategoria mecinica dos fluidos & definida como a cigncia que trata do comportamento dos fluidos em repouso {estética dos fluidos) ou em movimento (dinamica dos fluidos) ¢ da imteragd0 entre fluidos e s6lidos ou outros fluidos nas fronteiras. A mectinica dos fluidos também € chamada de dinimica dos fluidos, considerando os fluidos em repovso como um caso especial de movimento com velocidade zero (Figura 1-1). ‘A mecinica dos fluidos divide-se também em varias categorias. O estudo do ‘movimento dos fluides que so praticamente incompressiveis (tais como liquides, especialmente gua e gases em baixa velocidade) é geralmente denominado hidro- dlindmica. Uma subcategoria da hidrodinimica € a lidrdulica, que trata do escoa- ‘mento dos liquidos em tubulagdes e canis abertos. A dinamica dos gases trata do escoamento dos fluidos que sofrem mudangas de densidade significativas, como o caso do escoamento de gases em alta velocidade através de bocais. A categoria aerodindmica trata do escoamento de gases (especialmente ar) sobre corpos tais ‘como aeronaves, foguetes e automéveis em velocidades altas ou baixas. Algumas cutras categorias especializadas, como meteorologia, oceanografia ¢ hidrologia tratam de escoamentos que ocorrem naturalmente 0 Que E Fluido? \Vocé se lembra da fisica que uma substancia existe em tts estado ou fases funda rentals: sélido, liquido e gasoso, (Em temperaturas muito altas também existe 0 plasma.) Uma substincia no estado liquido ou gasoso ¢ denominada fiuido. A dis- tingdo entre um s6lido e um fluido é baseada na capacidade da substancia resist a ‘uma tensio de cisalhamento (ou tangencial) aplicada, que tende a mudar sua forma. O sélido resiste & tens de cisalhamento aplicada deformando-se, ao passo que 0 fMuido deforma-se continuamente sob a influéncia da tensio de cisalhamento, nso ‘importando quéo pequena ela seja. Nos sélidos a tensio é proporcional defor- ‘magdo, mas nos fluidos a tenslo é proporcional a taxa de deformagdo. Quando uma forga de cisalhamento constante € aplicada, o s6lido eventualmente para de defor- marse num ceno angulo de deformasio fixo, enquanto o fide nunca péra de deformar-se e a taxa de deformagio tende para um certo valor Considere um bloco retangular de borracha posicionado firmemente entre duas placas. Quando a placa superior é tracionada com forga F, enquanto a placa inferior mantida fixa, 0 bloco de borracha deforma-se, como mostrado na Figura 1-2. 0 Angulo de deformago (chamado de deformago por cisathamento ou destacamento ‘angular) aumenta proporcionalmente & forca aplicada F. Supondo que nao haja Geslizamento entre a borracha e as placas, a superficie superior da borracha é eslo- cada em um Valor igual ao deslocamento da placa superior, enquanto a superficie inferior permanece estacionéria. No equilibrio, a forga iguida que atua sobre a placa na diregéo horizontal deve ser nula e, portanto, uma forga de mesma intensi- dade, mas oposta a F deve estar atuando sobre a placa. A forga oposta que se desen- wolve na interface placa-borracha devida ao aio & expressa por F = 7A, onde 7 & ‘a tens&o de cisalhamento ¢ A é a Area de contato entre a placa superior 2 bor- racha. Quando a forga é removida, a borracka volta & sua posicéo original. Ta fend- meno também € observado em outros sélidos como um bloco de ago, desde que a fora ndo ultrapasse 0 regime eldstico. Se esse experimento for feito com um fivido (com duas placas grandes paralelas colocadas num grande corpo de gua, por exem- plo) a camada de fluido em contato com a placa superior move-se continuamente ‘com a velocidade da placa, nao importando quo pequena a forga F seja. A veloci- dade do Muido decresce com a profundidade devido ao arto entre as camadas de fMuido, chegando a zero na camada em contato com a placa inferior oct se lembra de que na esttica a tensio 6 definida como forga por unidade de rea e € determinada dividindo-se a forga pela rea sobre a qual ela atua. A.com- ie em | | | | soeheeteanagnaseesan POHSSOHHSSHOHSSSOHLOCCHEHOCHOOOSOOO 00 SSS CF CSCC TSS CFC TEES CCECSC TESTO CCTSSCTSS CO SOTECO | Ponente normnal da forga que atua sobre a superficie por unidade de érea é chamada de tensio normal, « componente tangencial da forga que atua sobre uma superficie por unidade de drea € chamada de tenso de cisalhamento (Figura 1-3). Num flui- do em repouso, a tenso normal ¢ chamada de pressio. As paredes que suportam um fluido eliminam a tensdo de cisalhamento e, assim, um fluido em repouso esté no estado de tensio de cisalhamento nulo, Quando as paredes s4o removidas ou 0 recipiente do liquide é inclinado, desenvolve-se uma tensdo ¢ o liquido esparrama- se ou move-se para manter a superficie livre na horizontal Nam liquido, grupos de moléculas movem-se uns em relagdo aos outros, mas o volume permanece relativamente constante devido &s fortes forgas de coesio entre as, moleulas. Como resultado, © liguido toma a forma do recipiente no qual esté con- tido e, no caso de um recipiente maior sujeito a um campo gravitacional, forma-se ‘uma superficie livre, Um gés, por outro lado, expande-se até encontrar as paredes do recipiente ¢ preenche todo o espaco disponivel. Tal fato ocorre porque as moléculas estdo bastante espagadas e as forgas coesivas entre elas sG0 muito pequenas. Ao con- tririo dos liquidos, os gases néo formam uma superficie livre (Figura I~) Emora sélidos e fluidos sejam facilmente distinguiveis na maioria dos casos, lal distingo no € to clara em alguns casos limitrofes. Por exemplo, 0 asfalto parece e comporta-se como um sélido, visto que resiste & tensio de cisalhamento durante curtos periodos de tempos. Mas deforma-se lentamente e comporta-se como lum flaido quando tais forgas sio exercidas durante longos perfodos de tempo. ‘Alguns plésticos, chumbo e misturas de argila exibem comportamento similar. Tais casos limitrofes estio além do objetivo deste texto. Os fluides que abordaremos neste livto serdo claramente reconhecidos como fluidos. AAs ligagdes intermoleculares so mais fortes 10s s6lidos e mais fracas nos gases. Uma razdo € que as moléculas nos sélidos estio agrupadas mais proximas tumas das outras, enquanto nos gases elas estio separadas por distincias rela- tivamente grandes (Figura 1-5) ‘As moléculas de um sélido so arranjadas num padrio que se repete por todo 0 sélido. Devido & pequenas distincias entre as moiéculas de um sélido, as forgas strativas entre elas sto maiores ¢ mantém as moléculas em posigdes fixas. O espago entre moléculas no estado liquido nio é muito diferente daquele no estado s6lido, exceto que as moléculas nao esto mais em posigBes fixas umas em relaco &s ou- tras, mas podem girar e transladar-se livremente. Num Iiguido, as forgas intermole- culares so mais fracas em relagdo aos sélidos, porém ainda sio mais fortes em comparagio aos gases. As distancias entre moléculas aumentam ligeiramente & medida que um s6lido se liquefaz, sendo a 4gua uma excecao notivel No estado gasoso, as moléculas esto distantes umas das outras © no existe ordem molecular. As moléculas do gés movem-se aleatoriamente, colidindo umas contra as outras € contra as paredes do recipiente em que estio contidas. As forgas intermoleculares so muito pequenas, particularmente em baixas densidades, e as Normal A supertcie _Forgaqueatua AF sobre a rea dA Tangente Asuperticie Tens normal: ¢ =F ua Tensdo de cisathaments 1 =F ode csathamene. 7 = 2 FIGURA 1-3 ‘Tensio normal e tensdo de cisalhamento na superficie de um elemento de fuido. No caso de flucios em repouso, a tens de cisalhamento é nula ¢ a pressio € a ‘unica tensdo normal, Superfice tive Gis FIGURA 1-4. ‘Ao contrério do liquide, 0 gés nao forma uma superficie livre e expande-se ‘para preencher todo 0 espago dispontvel. FIGURA 1-5, Arranjo de étomos em estados diferentes: (a) as moléculas estio em posigGes relativamente fixas ‘num sétido, (6) grupos de moléculas movem-se em torno uns dos outros no estado liquide, (c) as ‘moléculas movem-se aleatoriamente no estado gasoso. FIGURA 1-6 Numa escala microsc6pica, a pressio é ‘determinada pela interaglo entre rmoléculas individuais de gés. Entretanto, podemos medir a pressio, numa escal ‘macrosoépica, com um manémetro. colisdes sio 0 tinico modo de interacio entre as moléculas. As moléculas em estado 1285050 possuem nivel de energia consideravelmente maior do que quando estio nos estados liquido ou solide. Portanto, o gas precisa liberar uma grande quantidade de energia antes que se condense ou congele. ‘As palavras gs e vapor geralmente Sic usadas como sindnimos. O estado de ‘vapor de uma substincia é costumeiramente chamado de gs quando esté acima da temperatura critica. Usualmente, vapor significa gs que nio esté muito distante do estado de condensago. ‘Qualquer sistema fluido prético consiste em um grande niémero de moléculas, fas propriedades do sistema naturalmente dependem do comportamento dessas moléculas. Por exemplo, a pressio de um gés num recipiente € o resultado do momento transferido entre as moléculas e as paredes do recipiente. Entretanto, nlo € necessério conhecer 0 comportamento das moléculas do gés para determinar a pressio no recipiente. Seria suficiente instalar um manémetro no recipiente (Figura 1-6). Essa abowagem macroscépica ou clissica no requer 0 conhecimento do comportamento individual das moléculas e fornece um modo direto e fécil para solucionar problemas de engenharia. A abordagem microscdpica mais elaborada ou estatistica, baseada no comportamento médio de grandes grupos de moléculas indi- viduais, é bastante complexa e sada neste texto apenas como suporte. Areas de Aplicagao da Mecanica dos Fluidos ‘A mecdinica dos fluidos € amplamente usada tanto nas atividedes difrias como no projeto de sistemas de engenharia moderos, de aspiradores de pS a aeronaves supersbnicas. Portanto,é importante desenvolver uma boa compreensio dos princi- pios bésicos da mec&nica dos fluidos. Para comegar, a mecdnica dos fluidos desempenha uma fungdo vital no corpo humano. O coragio esté constantemente bombeando sangue para todas as partes do corpo humano através das artérias € veias e os pulmdes sio as regides de escoa- mento de ar em diregSes alternadas. £ redundante dizer que todos os coragbes ar ciais, méquinas de respirare sistemas de dislise sio projetados usando & dinamica dos fluidos. ‘Uma casa comum é, sob certo aspecto, um saléo de exposigdes repeto de apli- cagies da mectinica dos fuidos. Os sistemas de canalizago de gua fra, es natural € cesgoto para residénciasindividuais e para uma cidade inteira so projetadas primaria- mente com base na mecdinica dos fuidos. © mesmo também acontece com as redes de ccanalizagio ¢ dutos dos sistemas de aquecimento ¢ ar-condicionado. Uma geladeira ‘contém tubos por onde fui refrigerante, um compressor que pressuriza o refigerante € dois trocadores de calor onde o refrigerante absorve ¢ expele calor. A mecinica dos fluidos desempenha 0 papel principal no projeto de todos esses componentes. Até ‘mesmo a operagdo de uma simples tomeira é baseada na mectnica dos fluidos. Podemos também observar numerosas apicages da mecinica dos fluidos num automével, Todos 0s componentes associados ao transporte de combustvel do tanque 20s cilindros ~ tubulagéo de combustivel, bomba de combustivel,injetores de combustivel ou carburador -, bem ccmo a mistura do ar com © combustivel nos cilindros e a descarga dos gases da combustio dos tubos de exaustio so analisados usando-se a mecinica dos fluids. A mecinica dos fuides também é usada no pro- {eto do sistema de aquecimento ¢ a-condicionado, dos sistemas do freio hidréulico, da diregio hidréulica, da transmissio automética e do sistema de lubrificagao, no projeto do sistema de reffigerago do bloco do motor, incluindo 0 radiador e a bomba d'égua, e até dos pneus. A forma serodinamica suave dos modelos de automéveis recentes € o resultado dos esforgos para minimizar 0 arrasto por meio do uso extensivo da andlise do escoamento sobre superficies. Em escala mais ampla, a mecdnica dos luidos desempenha um papel principal no projeto © andlise de aeronaves, embarcagées, submarinas, foguetes, motores a jato, urbinas edlicas, dispositivos biomédicos, refrigeragao de Componentes eletrni- ‘cs e transporte de égua, 6leo cru e gas natural. E também considerada no projeto de cedificagées, pontes e até mesmo em cartazes para garantir que as estruturasresistam SCOOPS SOHOHSSSSHSHOHHHOHSHOOHOHHOSHHSSSTHESOHSOHSOHSHHOOHHOO®S scoumentos natura eclima Embsceagses |Acronavese expegonaves (© Vol. 16/Phoo Ds (© Val. Phew Die sings termeléticas Automéveis \ © Vol 7/Pho Disc Fo por Sohn M. Ciba. Turina eicas ‘Sistema de wbolagio e encanamentos Aplieabesindusrias © Wot, 177Photo Die Foto por John M. Cimbala Cortera de UMDE Engineering ntractng ond Trading. Usa com FIGURA 1-7 Algumas éreas de aplicagtio da mecinica dos fluidos. A forga do vento. Diversos fenémenos nuturais como ciclo de chuvas, padrdes de clima, elevago da égua do chiio a0 topo das Arvores, ventos, ondas dos oceanos € comrentes em grandes corpos de gua também so governados pelos principios da ‘mecdnica dos fluidos (Figura 1-7). 1-2 + CONDIGAO DE NAO-ESCORREGAMENTO 0 escoamento do fluido geralmente & confinado por superficies sélidas e & impor- tante compreender como a presenga de superficies solidas afeta o escoamento do fluido. Sabemos que a gua de um rio nfo pode fluir por cima de grandes rochas € passa em tomo delas. Isto 6, a velocidade da 4gua normal em relagio & superficie da rocha deve ser nula e a Agua que se aproxima da superficie no sentido perpendicular para completamente na superficie. O que nio € tio bvio € que a gua que se apro- xxima da recha com qualquer &ngulo também péra completamente na superficie da rocha e assim a velocidade tangencial da 4gua na superficie também é nla Considere 0 escoamento de um fluido num cano estacionério ou sobre uma superficie sélida no porosa (isto é, impermedvel ao fluido). Todas as observagbes, experimentais indicam que um fluido em movimento péra totalmente na superficie e assume velocidade zero (aula) em relacio & superficie, Ou seja, um fluido em con- FIGURA 1-8 Desenvolvimento do perfil da velocidade devido & condigio de no cescorregamento & medida que 0 fuido escoa sobre umm bordo de ataque oo fee eee meee OOO OOOO SOO eoeorogorooooooorese tato dieto com umn s6lido “gruda" na superficie devido aos efeitos viscos0s € no hi escorregamento, Tal fato & conhecido como condigio de ndo-escorregamento, sear Rove: tannar dt Fins A fotografia da Figura 1-8 obtida de um videoclipe mostra claramente a “Film.” Copyright IHR-Hydroscience & Eepceing Univers of ee na super- “Wed com permis. evolugio do gradiente de velocidade como resultado do fluido “grudand re - MECANICA DOS FLUIDOS Velocidade sniforme de sproximagio, ¥ Velocidades relativas das ‘camadas de Muido Phan FIGURA 1-9 Vetcidade 0 fluido movendo-se sobre uma superficie estaciondria atinge parada (otal na superficie devide & condigo de lo-escorregamento. | FIGURA 1-11 ‘Trecho da adutora de Pergamon. Cada segto da tubulagio de argila tinha de 13a 18cm de difmetwo ficie de um bordo de ataque rombudo de um perfil de asa. A camada que “gruda’” sobre a superficie desacelera a camada de fluido adjacente devido as forcas viscosas entre as camadas do fluido, que, por sua vez, desacelera a camada seguinte ¢ assim por diante. Portanto, a condigao de ndo-escorezamento ¢ responsivel pelo desen- Nolvimento do perfil da velocidade. A regio de escoamento adjacente & parede na qual 0s efeitos viscosos (e portanto os gradientes de velocidade) sio significativos é chamada de camada limite, A propriedade do fluido responsdivel pela condiga0 de nio-escorregamento e o desenvolvimento da camada limite € a viscosidade, a qual € discutida no Capitulo 2. ‘A camada de fluido adjacente a uma superficie mével tem a mesma velocidade ‘que a superficie. Uma das conseqiigncias da condigio de ndo-escorregamento & que todos 0s perfis de velocidade devem ter valor nulo, em relagto & superficie, nos pontos de contato entre 0 fluido e a superficie slida (Figura 1-9). Outra conse- {iléncia da condiglo de no-escorregamento € 0 arrasto da superficie, que & a forga {que 0 fluido exerce sobre a superficie na diregao do escoamento. ‘Quando 0 fluido é forgado a mover-se sobre uma superticie curva, como a face ‘extema de um cilindro, com velocidade suficientemente alta, a camada-limite nfo pode mais permanecer presa & superficie e em algum ponto separa-se da superficie — tum processo denominado separacio de escoamento (Figura 1-10). Enfatizamos que a condigdo de néo-escorregamento aplica-se a qualquer ponto 20 longo da superficie, até mesmo a jusante do ponto de separaglo. A separagio de escoamento 6 discutida com mais detalhes no Capitulo 10. Um fendmeno similar ocorre com a temperatura. Quando dois corpos com temperaturas diferentes entram em contato, ocorte transferéncia de calor até que ‘ambos os corpos tenham a mesma temperatura nos pontos de contato, Portanto, um fluido © uma superficie sélida tém a mesma temperatura nos pontos de contato. Essa propriedade € conhecida como condig&o de continuidade da temperatura 1-3 * UMA BREVE HISTORIA DA MECANICA DOS FLUIDOS' Um dos primeiros problemas de engenharia que a humanidade enfrentou, & medida que as cidades foram se desenvolvendo, foi o suprimento de égua para uso doméstico e irrigagio de plantagées. Nosso estilo de vida urbano 86 pode ser man- tido com abundancia de Agua e esta claro, através da arqueotogia, que cada civiliza {40 de sucesso da pré-histéria investiu na construgio e manutencio dos sistemas de Agua. Os aquedatos romanos, alguns dos quais ainda estio em uso, sio os melhores exemplos conhecidos. Entretanto, tlvez 0 exemplo de engenharia mais impress ante do ponto de vista técnico foi construido na cidade helenistica de Pergamon, atual Turquia. L, entre 283 e 133 AC, eles construfram uma série de tubulagGes de ‘chumbo e argila pressurizadas (Figura I-11), com até 45 km de comprimento € que ‘operavam com presso maior que 1,7 MPa (180 m de altura de carga). Infelizmente, (0s nomes da maioria desses construtores primitivos perderam-se no tempo. A con- tribuigdo reconhecida mais antiga para a teoria da mecinica dos fluidos foi feita FIGURA 1-10 ‘Separaglo do escoamento durante o escoamento sobre uma superficie curva, Fongrfia de GM, Homsy eal. °Mali-Media Fld Mechanics”, Cambridge Unie, Press (200). ISBN 0521-78749. Reimoresso com permis Esta segao € contibuiglo do Professor Glenn Brown, da Oklahoma State University. SHOSSHSCHOSHSHSHSHHHOHSHOHOHHSSHHOHSHEHSHHOOCHSHHHOHEOOS pelo matemético grego Arguimedes (285-212 a.C.). Ele formulou e aplicou o prin- Cipio do empuxo no primero teste ndo destrutivo da histéria para determinar 0 teor de ouro da coroa do Rei Hiero I. Os romanos construiram grandes aquedutos ¢ edu- Garam muitos povos conquistados sobre os beneficios da égua limpa, porém, de todo geral, tinkam uma compreensio geral muito pobre da teoria dos fluidos. (Talvez nao devessem ter assassinado Arguimedes quando suquearam Siracusa.) Durante a dade Média a aplicagdo de maguinaria hidrdulica expandiu-se ‘osamente mas com persisténcia. Elegantes bombas a pistio foram desenvolvi- ‘para remover 4gua das minas e moinhos movidos & gua e a vento foram aper- feigoados para moer gros, forjar metais ¢ para outras tarefas. Pela primeira vez.na histGria humana registrada,trabalhos significatives foram tealizados sem a forga do ‘misculo de uma pessoa ou animal e essas invengoes tém 0 mérito de possibilitar a fosterior Revoluedo Industrial. Novamente, os criadores da maioria do progresso {ko desconhecidos, mas os dispositives propriamente ditos foram bem documenta dos por diversos escrtores téenicos como Georgius Agricola (Figura 1-12) ‘A Renascenga trouxe desenvolvimento continuo dos sistemas ¢ maquinas de fMuido, porém o mais importante foi que o método cientfico foi aperfeigoado ¢ ado- tado em toda a Europa. Simon Stevin (1548-1617), Galileo Galilei (1564-1642), Edime Mariotte (1620-1684) e Evangelista Torricelli (1608-1647) estavam entre 0s primeiros a aplicar 0 método cientifico aos fluides quando investigaram as dis- tribuigées de pressio hidrostitica e © vacuo. Esse trabalho foi integrado e refinado pelo brilhante matemético Blaise Pascal (1623-1662). O monge italiano, Benedetto ‘Castelli (1577-1644) foi a primeira pessoa a publicar um enunciado do principio de continuidade para fluidos. Além de formular stas equagdes do movimento para s6li- dios Sir Isaac Newton (1643-1727) aplicou suas leis para fluidos e explorou 2 inée- cia € resistencia dos fluidos,jatos livres e viscosidade. Tal esforco foi ampliado pelo suigo Daniel Bernoulli (1700-1782) e seu associado Leonard Euler (1707-1783). Juntos, o trabalho deles definiu as equagdes de energia e momento. O tratado clés- sico de Bernoulli de 1738, Hydrodynamic, pode set considerado 0 primeiro texto sobre mecinica dos fluidos. Por fim, Jean d'Alembert (1717-1789) desenvolveu a idéia de componentes da velocidade ¢ aceleragio, uma expressio diferencial para a continuidade e seu “paradoxo" de resisténcia nula para movimento em regime per- rmanente uniforme. (© desenvolvimento da teoria da mecfnica dos fluidos até 0 fim do século XVII teve pouco impacto sobre a engenharia, visto que as propriedades e parime- {ros dos flvidos eram pouco quantificados © a maior parte das teorias eram abstragdes que niio podiam ser quantficadas para fins de projeto. A situagdo mudou com 0 desenvolvimento da escola de engenharia francesa liderada por Riche de Prony (1755-1839). Prony (ainda conhecido pelo seu freio para medir poténcia) € seus associados em Paris, na Ecole Polytechnique (escola politécnica) e a Ecole Ponts et Chaussees (escola de pontes e agudes), foram os primeiros a incluir célculo teoria cientifica no curriculo de engenharia, que se tormou 0 modelo para o resto do mundo, (Agora vocé sabe quem culpar pelo sofrido primeiro ano como calouro.) Antonie Chezy (1718-1798). Louis Navier (1785-1836), Gaspard Coriolis (1792-1843), Henry Darcy (1803-1858) e muitos outros que contribuiram para a engenharia e teoria dos fluidos foram estudantes e/ou professores nessas escolas. ‘Em meados do século XIX, avangos fundamentais chegavam de varias frentes. ‘© médico Jean Poiseulle (1799-1869) mediu com precisio o escoamento em tubos capilates de fluidos maitiplos, enquanto na Alemanha Gotthilf Hagen (1797-1884) definiu a diferenga entre escoamento laminar ¢ turbulento em tubulagées. Na Inglaterra, Lord Osbome Reynolds (1842-1912) continuou esse trabalho e desen- yolveu o ntimero adimensional que leva seu nome. De modo similar, em paralelo a0 Irabalho inicial de Navier, George Stokes (1819-1903) completou as equacdes gerais do movimento dos fluidos com atrito que levam seus nomes. William Froude (1810-1879) desenvolveu quase sozinho os procedimentos e provou o valor de tes- tar com modelos fisicos. A competéncia americana tomou-se igual & dos europeus ‘como demonstrado pelo trabalho pioneiro de James Francis (1815-1892) e Lester Pelion (1829-1908) em turbinas e pela invenedo do medidor Venturi por Clemens Herschel (1842-1930). FIGURA 1-12 ‘Guincho de mina acionado por rods hhidrdulica reversivel G.Aaricol, De Re Metalica, Bae, 156. | o FIGURA 1-13 No inicio do século XX. Santos Dumont (a) ©. ismios Wright (a) (entre outros) levantam v6o. (e) sw sanondanon bil br, Govermo Smthonion estuion (0) Nona Ar and Space Museu ‘Srutiscnian Fratton FIGURA 1-14 (© Oklahoma Wind Power Center (Centro de Energia Eética de ‘Oklahoma, prSximo de Woodward consiste er 68 turbinas de 1,5 MW ccada uma. CConesia de Stee Stadler, Oklahoma Wind Power Tian, Usa com permis 0 final do século XIX foi significative para a ampliacdo da teoria dos fuidos pelos cienstas © engenheiros irlandeses e inglesesincluindo, além de Reynolds ¢ Rrokes, William Thomson, Lord Kelvin (1824-1907), William Strut, Lord Rayleigh (1842-1919) e Sir Horace Lamb (1849-1934). Esses individuos investigaram um frande niimero de problemas como anélise dimensional, escoamento irotacional, Movimento de vortices, cavitagdo e ondas. Em sentido mais amplo, o trabalho deles qambém explorou os clos entre mecinica dos fluidos,termodinémica e transferéncia de calor. ‘Oalvorecer do século XX trouxe dois desenvolvimentos monumentais. Primeiro, 9 autodidatas Santos Dumont, no Brasil, ¢ 0s inmios Wright nos EUA, (além de ou- {ros experimentos na Alemanha, Réissia e Inglaterra) por meio da aplicagio da teoria © experimentagao determinada aperfeigoaram 0 aeroplano. A invengio foi complets © Continha todas as principais caracterfstcas do avido moderno (Figura 1-13a e b). As fequagées de Navier-Stokes eram pouco usadas até essa Epoca porque eram dificeis de resolver, Num artigo pioneiro em 1904, 0 alemio Ludwig Prandtl (1875-1953) Gemonstrou que os escoamentos dos fluidos podem ser divididos em uma camada prdxima das paredes, a camada limite, onde 0s efeitos do atrito sio significativos € tima camada externa onde tais efeitos slo despreziveis ¢ as equagves simplificadas de Euler e Bernoulli so aplicaveis. Seus alunos, Theodore von Kérmén (1881-1963), Paul Blasius (1883-1970), Johann Nikuradse (1894-1979) e outros ampliaram essa teoria com aplicagées tanto em hidréulica como em aerodinémice. (Durante a ‘Segunda Guerra Mundial, ambos os lados beneficiaram-se da teoria, visto que Prandtl permanecen na Alemanha enquanto seu melhor sluno, 0 biingaro de nascimento, ‘Theodore von Kérmén, trabalhou na Améric ‘Os meados do século XX podem ser considerados a época de ouro das apli- cages da mecinica dos fluidos. As teorias existentes eram adequadas a tarefas tequeridas e as propriedades e parimetros dos fluidos estavam bem definidos. Isso Suportou a imensa expansdo dos setores de aerondutiea, quimico, industrial e reeut- sos hidrévlicos, cada um dos quais levou a mecainica dos fluidos para novas dinegées, A. pesquisa ¢ o trabalho em mecénica dos fluidos em fins do século XX foram dominados pelo desenvolvimento do computador digital na América do Norte. A capacidade de resolver problemas grandes e complexes, tis come a mode- Tagem do elima global ou a otimizagio do projeto de uma pa de turbina, ofereceu tum beneficio & nossa sociedade que os criadores da mecanica dos fluidos do século ‘XVIII nunca poderiam ter imaginado (Figura I-14). Os principios apresentados nas péginas a seguir foram aplicados a escoamentos variando de um instante em escala Inicroscdpica a 50 anos de simulagio de toda uma bacia hidrografica, E realmente de nos deixar atnitos. "Até onde iré a mecdnica dos fluidos no século XX1? Francamente, mesmo uma extrapolacio limitada além do presente seria pura tolice. Entretanto, se a historia nos ensina algo, € que os engenheiros vlo aplicar o que eles sabem para beneficiar a sociedade, pesquisar 0 que ndo sabem e se divertir enormemente no proceso. 1-4 + CLASSIFICAGAO DE ESCOAMENTOS DE FLUIDOS ‘Anteriormente, definimos mecinica des fluides como a ciéncia que trata do com- portamento dos fluidos em repouso ou em movimento ¢ a interagio dos fiuidos com Folidos ou outros fluidos em suas fronteiras. HA grande variedade de problemas de tccoamento de fluidos encontrados na pritica e, em geral, € conveniente classificé- los com base em algumas caracteristicas comuns para estudé-los em grupos. Hé muitas maneiras de classificar os problemas de escoamentos de fluidos ¢ a seguir apresentamos algumas categorias gerais. Regides de Escoamento Viscoso versus Nao Viscoso Quando duas camadas fluidas movern-se uma em relago 2 outra, desenvolve-se luma forga de atrito entre elas e a camada mais lenta tenta reduzir a velocidade da GOHSSNHSHHSHSSHOHSHHHSHHSHHHHSSHOHOSHAHHHHHSHHSOHHSHHOOO OO Oe COO S SCO CSS COCs eee ese es camada mais répida. Tal resisténcia interna ao escoamento € quantificada pela pro- priedade do fluido chamada de viscosidade, que ¢ uma medida da aderéncia interna do fiuido, A viscosidade & causada por forgas coesivas entre as moléculas num Iiquido e por colisées moleculares nos gases. Nao existe fluido com viscosidade rnula ¢, assim, todo © escoamento dos fluidos envolve efeitos viscosos de algum ‘grau. Os escoamentos em que os efeitos do atrito slo significativos chamam-se escoamentos viscosos, Entretanto, em muitos escoamentos de interesse pritico, hd regibes (tipicamente regides afastadas de superficies sélidas) onde as forgas vis cosas sio desprezivelmente pequenas comparadas as forgas inerciais ¢ de pressio. Desprezar os termos viscosos em regides de escoamento nao viscoso simplifica bastante a andlise, sem muita perda de preciso. (© desenvolvimento de regides de escoamento viscoso ou nio viscoso como resultado da insergao de uma placa plana paralela a correnteza de velocidade uni- forme de um fluido € mostrado na Figura 115. O fluido grada em ambas as faces da placa em virtude da condigio de nfo-escorregamento, ¢ a fina camada-limite na qual 0s efeitos viscosos sto significativos, proxima a superficie da placa, é a regio de escoamento viscoso. A regio de escoamento afastada de ambos os lados da placa e nfo afetada pela presenca da placa é a regio de escoamento nao viscoso. Escoamento Interno versus Externo 0 escoamento dos fluidos é classficado como interno ou externo, dependendo do fato de o fluido ser forgado a escoar num canal confinado ou sobre uma superficie. 0 escoamento sem limitagéo de um fluido sobre uma superficie, tal como uma placa, umn arame ou um cano, 6 um escoamento externo. © escoamento mum tubo ‘ou ducto € um escoamento interno se 0 fluido estiver inteiramente limitado por superficies sélidas. O escoamento de agua num cano, por exemplo, € um escoa- mento interno, e 0 escoamento de ar sobre uma bola ou sobre um tubo exposto durante uma ventania é um escoamento exteeno (Figura 1-16). O escoamento de liquidos num ducto 6 chamado de escoamento de canal aberto se o ducto estiver apenas parcialmente cheio com 0 liquido e houver uma superficie live, Os escoa- rmentos de égua em rios ou valas de irriga¢lo so exemplos de tais escoamentos. Os escoamentos internos so dominados pela influéncia da viscosidade em todo 0 campo do escoamento. Nos escoamentos extemnos, os efeitos viscosos estio restrtos as camadas-limites prOximias das superfcies solidas e &s regides de esteira a jusante dos corpos. Escoamento Compressivel versus Incompressivel ‘Um escoamento € classificado como compressivel ou incompressivel dependendo do nivel de variag8o da densidade durante 0 escoamento. A incompressibilidade & ‘uma aproximagiio, e um escoamento € dito ser incompressivel se a densidade per- manecer aproximadamente constante em todos os lugares. Portanto, o volume de cada porgao do fluido permanece inalterado durante 0 decorrer de seu movimento ‘quando 0 escoamento (ou 0 fluido) for incompressivel ‘As densidades dos liquidos sfo essencialmente constantes e desse modo 0 cescoamento dos Iquides € tipicamente incompressfvel. Portanto, 0s liguidos so usualmente designados como substdincias incompressiveis. Por exemplo, uma pressio de 210 atm atuando sobre égua liquida causa mudanga no valor da densi- dade da gua liquida a | atm de somente 1%. Gases, por outro lado, sio altamente compressiveis. A mudanga de pressiio de apenas 0,01 atm, por exemplo, causa uma rmudanga de 1% na densidade do ar atmostérico. ‘Ao analisar foguetes, espagonaves ¢ outros sistemas que envolvem escoamen- tos de gas em altas velocidades, a velocidade do g4s € frequentemente expressa em termos do ntimero de Mach, adimensional, definido pela expresso ‘Velocidad do escoamento Velocidade do som FIGURA 1-15 Oescoamento de uma correnteza de fluido originalmente uniforme sobre ‘uma placa plana e as regiGes de escoamento viscoso (préximo 8 placa, de ambos os lados) e escoamento nao viscoso (afastado da placa). Fundamental of Boundary Layers, National (Conic rom Fad Mechanes Fn, ' Education Development Center. FIGURA 1-16 Escoamento extemo sobre uma bola de tenis e a regio da esteira turbulenta a jusante da bola. CConssa Nas ¢Csunar Aerospace, ne Lariat —— “Tualento FIGURA 1-17 Escoamentos laminar, transitério © turbulento. CContesia de ONERA, eografia de Wer FIGURA 1-18 "Nesta imagem Schlieren de uma jovem de maid, a elevago de ar mais leve e ‘mais quente proxima de sew corpo indica ‘que os seres humanos ¢ animais de sangue quente est2o cercados por uma, camada térmica ascendente de ar aquecido, 0.5. Sees, Gas Donamics Lab, Pe Stake Univer, Usada com permisdo onde ¢ € a velocidade do som, cujo valor é 346 m/s no ar & temperatura ambiente © 420 nivel do mar. O escoamento 6 denominado sdnico quando Ma = 1, subsénico {quando Ma < 1, supersénico quando Ma > 1, ¢ hipersOnico quando Ma >> 1 ‘Os escoamentos dos liquidos sio incompressiveis com alto nfvel de preciso, mas o nivel de variagdo da densidade nos escoamentos de gas e o conseqiente nivel de aproximacao feito a0 modelar os escoamentos de gases como incompressiveis Gdependem do niimero Mach, Os escoamentos de gases podem ser considerados, em fgeral, como aproximadamente incompressiveis se as mudaneas de densidade ‘estiverem abaixo de cerca de 5%, que usualmente é 0 caso quando Ma < 0,3. Por- tanto, 0s efeitos da compressipifidade do ar podem ser desprezados para veloci- dades absixo de cerca de 100/nvs. Observe que o escoamento de um gis nilo é ne- cessariamente um escoamento compressivel Pequenas mudangas na densidade dos liquidos correspondentes a grandes rmudangas de pressdo podem ainda ter conseailéncias consideréveis. © inritante “golpe de ariete” numa tubulagdo de agua, por exemplo, € causado pelas vibragSes do cano geradas pela reflextio das ondas de pressio que surgem apés 0 sibito fechamento de vélvuias. Escoamento Laminar versus Turbulento ‘Alguns escoamentos sio suaves e ordenados enquanto outros s#o um tanto caéticos. ‘© movimento altamente ordenado dos fluidos caracterizado por camadas suaves do fluido € denominado laminar. A palavra laminar origina-se do movimento de particulas adjacentes do fluido agrupadas em “laminas”. O escoamento dos fluidos Ge alta viscosidade como 0s 6leos com baixas velocidades ¢ tipicamente laminar. O ‘movimento altamente desordenado das fluidos que ocorre em velocidades alts ¢ € caracterizado por flutuagbes de velocidade € chamado de turbulento (Figura 1-17). {© escoamento de fluidos de baixa viscosidade como o ar em altas velocidades & tipicamente turbulento, O regime do escoamento tem grande influéncia sobre a potencia requerida para bombeamento. Um escoamento que se alterna entre laminar e turbulento € chamado de transitério. Os experimentos realizados por Osborn Reynolds, nos anos 1880, resultaram na criagio do nimero adimensional denomi- ado miimero de Reynolds, Re, como o parametro-chave para a determinagio do regime do escoamento em canos (Capitulo 8). Escoamento Natural (ou Nao Forgado) versus Forgado ‘Um escoamento de fluidos € dito ser natural ou forcado, dependendo de como 0 movimento do fluido foi iniciado, No escoamento forcado, o fluido ¢ obrigado a fluir sobre uma superficie ou num tubo com 0 uso de meios exteros como uma bbomba ou uma ventoinhe, Nos escoamentos naturais, qualquer movimento do fi do € devido a meios naturais tal como o efeito de flutuagdo, que se manifesta como 12 elevagio do fluido mais quente (e, portanto, mais leve) e na descida do fluido mais frio (e portanto mais denso) (Figura 1-18). Nos sistemas de aquecimento de ‘gua pela energia solar, por exemplo, o efeito de termossifio ¢ usado comumente para substituir as bombas localizando 0 reservatGrio de égua suficientemente acima dos coletores solares. Escoamento em Regime Permanente versus em Regime Nao Permanente (Os termos em regime permanente e uniforme sio usados freqientemente na enge- nharia e assim é imporante ter uma compreensio clara de seus signficados. O termo em regime permanente implica ndo haver mudanga com o passar do tempo. 0 oposto de regime permanente é em regime no permanente, O termo uniforme implica nao haver mudanca com a localizacao em uma regido especifica. Esses sig- nificados sto consistentes com seu uso rotineio (distribuigéo uniforme etc) (Os termos em regime ndo permanente ¢ transiente sio usados, com freqiéncia como intercambidveis, entretanto nfo s8o sinénimos. Em mecdnica dos fluidos, em regime nfo permanente € 0 termo mais genérico que se aplica a qualquer escoa- coobeccsece SLCHOHHSHSSHSHHSHSHSHSHHSHSHEHSCHHHOHHSOHHSHHEHOS POMSSOOHSSOSSHSOSSOHSSCOHOLOBOHOHSHECOSOHOHOSHSOHCOEOSO mento que nio seja em regime permanente, mas transiente € usado tipicamente para escoamentos que estio se desenvolvendo, Quando se dé partida no motor de tum fopuete, por exemplo, hé efeitos transitérios (€ criada pressdo dentro do motor do foguete, 0 escoamento € acelerado etc.) alé que 0 motor se acomode € opere re- vlarmente. O termo periddicn refere-se 00 tipo de escoamento em regime no per- manente no qual o escoamento oscila em torno de um valor médio em regime permanente Diversos dispositivos, como turbinas, compressores, caldeiras, condensadares € trocadores de calor operam durante longos perodas de tempo sob as mesmas con- digoes e sio classificados como dispositives de escoamento em regime permanente. (Observe que © campo do escoamento nas proximidades das laminas rotativas de ‘uma turbomaguina naturalmente € em regime no permanente, mas consideramos 0 campo total do escoamento, em vez dos detalhes em alguns locais, quando classifi- camos dispositivos.) Durante o periodo de escoumento em regime permanente, as propriedades do fluido podem mudar de local para local do dispositivo, porém em qualquer ponto fixo permanecem constantes. Portanto, © volume, a massa e 0 t2or total de energia de um dispositivo de escoamento em regime permanente ou parte do escoamento permanecem constantes em uma operagdo estacion [As condigdes de escoamento em regime permanente podem ser bastante apro- ximadas por dispositives destinados & operagdo continua, como turbinas, bombas, caldeiras, condensadores e trocadores de calor de usinas de energia ou sistemas de reirigeracio. Alguns dispositivos ciclicos como motores de movimento alternado ou compressores ndo satisfazem as condigdes de eseoamento em regime permanente visto que o escoamento nas entradas e saidas € pulsante e, portanto, nio € em regime permanente, Entretanto, as propriedades do fluido variam com o tempo de manera periéslica e 0 escoamento através desses dispositivos ainda pode ser ana- lisado como um processo de escoamento em regime permanente usando valores rmédios no tempo para as propriedades, Algumas visualizagdes fascinantes do escoamento dos fluidos sio mostradas no livro An Album of Fluid Motion (dlbum de movimentos dos fluidos) de Milton ‘Van Dyke (1982). Uma bela ilustragao de campo de escoamento em regime nio per- manente & mostrada na Figura 1-19, reproduzida do livro de Van Dyke. A Figura [-19a é a foto de um filme de alta velocidad, que mostra redemoinhos turbulentos alternados. que vertem na esteira com oscilagao periédica a purtir da base abrupta do objeto (a partir do bordo de fuga). Os redemoinhos produzem ondas de choque ue se propagam de maneira instavel na dire¢i0 da montante alternadamente sobre as superticies superior e inferior do aerofélio. A Figura 1-19b mostra 0 mesmo campo de escoamento, mas 0 filme foi exposto durante um tempo maior de modo que a imagem mostra a média temporal sobre 12 ciclos. O campo do escoamento resultante da média temporal parece “em regime permanente” uma vez que os deta- thes das oscilagdes ndo estaciondrias perderam-se durante a longa exposicto. ‘Um dos trabaltios mais importantes do engenheiro € determinar se seré sufi ciente estudar apenas as caracteristicas do escoamento em regime permanente repre- sentado pela média temporal para um dado problema ou se & necessério um estudo mais detalhado das caracteristicas no permanentes do escoamento. Se 0 engenheiro estiver interessado apenas nas propriedades gerais do campo do escoamento (como média temporal do coeficiente de arrasto, a velocidade média e os campos de pressio), @ descrigdo via média temporal ilustrada na Figura 1-19, a média tempo- tal de medidas experimentais, ou um cdlculo analitico ou numérico da média tem- poral do campo do escoamento serdo suficientes. Entretanto, se ele estiver interes- sado nos detalles do campo de escoamento nao permanentes, tais como vibragées induzidas pelo escoamento, flutuagdes nao permanentes da pressio ou ondas sono- ras emitidas por turbilhdes ou ondas de choque, a descrigao via mnédia temporal do escoamento seri insuficiente. ‘A maioria dos exeraplos analiticos e computacionais fornecidos neste livro re- fere-se a escoamentos em regime permanente ou resultantes de médias temporsis, apesar de ocasionalmente salientarmos também algumas caracterfsticas relevantes de escoamento em regime no permanente » FIGURA 1-19 astro oscilante de aerofélio com base abrupta com mimero Mach 0,6. A foto (a) éuma imagem instantines, enquanto a foto (b) € uma imagem de longa exposigdo (média temporal (o) Dyment A, Fadops 1B & Grson, P1982 ‘in Flow Vwlzeon I, ® Merch, 351-336. Washuglon: Memsphere Usa com Devmisno de arthur Deng Ii Bye A Gry: P1978 in tase Mec Pier Lille No. 78. Usa com perms de Arthur Dye FIGURA 120 Desenvolvimento do perfil da velocidade sur can ctelar. V= Wir) Pomtano,gescoamento &bidimensional na Tegido da entrada e tomna-se Unidimensionl a jusane quando 0 Perfil da velocidade desenvolve-se empletamente epermanece sem puanca na diregao do escoamento, FISURA 1-21 O escoamento sobre a antena do automovel & aproximadamente bidimensional exceto préxiino a0 topo € & base da antena, a Escoamentos Uni, Bi ¢ fridimensionais Um campo de escoamento € melhor caracterizado pela distribuigéo de velocidade e desse modo 0 escoamento € dito set uni, bi ou tridimendional se a velocidade do escoamento varia basicamente em uma, duas ou tés dimensées, espectivamente Um tipico escoamento de Muidos envolve geomet tridimensional e a velocidade pode variar em todas as trés dimensGes, implicando um escoamento tridimensional {V Gx y, 2) em coordenadas cartesianas ou V (r, 8,2) em coordenadas cilndricas} Entretamo, a variaglo de velocidade em certas direses pode ser pequena em relagdo & variaglo em outras diregdes © pode ser ignorada com erro desprezivel. Nesses casos, 0 escoamento pode ser convenientemente modelado como uni ou bidimensional, o que 6 mais fécil de analisar. Considere o escoamento em regime permanente de um fludo através de um cano cireular acoplado a um grande reservatéro. A velocidade do fluido em qualquer local da superficie do cano é nula devido & condigao de ndo-escorregamento, € 0 escoa- mento ¢ bidimensional na regido de entrada do cano visto que a velocidade muda em ‘ambas as diregdes r e z, O perfil da velocidade desenvolve-se completamente e per- rmanece sem mudanca depois de uma certa distncia da entrada (cerea de 10 vezes 0 didmetro do cano em escoamento turbulento e menos em escoamento laminar, como na Figura 1-20), eo escoamento nessa regito é dito estar totalmente desenvotvido. O escoamento totalmente desenvolvido num cano circular é unidimensional, uma vez que a velocidade varia na direco radial r, mas nfo nas diregGes angular 8 ou axial z, ‘como mostrado na Figura 1-20. Isto , o pertfil da velocidade é o mesmo em qualquer ponto ao longo do eixo ze € simetrico em torno do eixo do cano. Desenvolvimento do perfil de velocidade, Vr 2) Perfil velocidade completamente desenvolvido, Vir} > / Observe que a dimensionalidade do escoamento também depende da escotha do sistema de coordenadas ¢ de sua orientagio. O escoamento no cano em dis- ‘cussio, por exemplo, € unidimensional em relagio as coordenadas cilindricas, mas bidimensional em coordenadas cartesianas ~ 0 que mostra a importincia da escolha do sistema de coordenadas mais apropriado. Observe também que, mesmo neste escoamento simples, a velocidade ndo pode ser uniforme ao longo da segio trans- versal do cano devido & condigdo de néo-escorregamento. Entretanto, numa entrada bem arredondada, o perfil da velocidade pode ser considerado quase uniforme no ceano, visto que a velocidade € aproximadamente constante em todos 05 raios, ‘exceto muito préximo da parede do cano. © escoamento pode ser considerado aproximadamente bidimensional quando a razdo de aspecto for grande ¢ 0 escoamento no mudar apreciavelmente a0 longo da dimensio mais longa. Por exemplo, o escoamento de ar sobre antena de um aautomével pode ser considerado bidimensional, exceto nas proximidades de suas cextremidades, uma vez que © comprimento da antena é muito maior que seu dil- metro e 0 escoamento de ar que a atinge é razoavelmente uniforme (Figura 1-21). SOHOSCHHSCHNS SEHSHHSSHSHSHHSHHSSHHSHEHOHHHHOHSOHHEHHHOD POPSSOCOHSHSOSHOHOHSOHOHSSSHOHHOSSCOHSHSSHSSHOHOSHHOOHOOCOD: EXEMPLO I-1 Escoamento com Simetria Axial ao redor de uma Bala ft Considere uma bala mavimentando-se em ar calmo. Determine se a média tem- ‘© poral do escozmento de ar sobre uma bala durante sua trajetéria € uni, bi ou 8 tridimensional (Figure 1-22). SOLUGAD Dever ser determinado se 0 escoamento sobre a bala € uni, bi ou tridimensional. Hipétese Nao hd ventos significativas e a bala nao gira, ‘Andlise A bala possui um eixo de simetria e 6, portanto, um corpo simétrico em relagdo ao eixo. O escoamento de ar incidente sobre a bala é paralelo ao seu elxo fe espere-se que a média temporal do escoamento seja rotacionalmente simétrico fem relagdo ao eixo de simetria da bala ~ tais escoamentos sio ditos axialmente simétricos. A velocidade, neste caso, varia com a distancia axial z€ com a dis- tincia radial r, mas no com o Angulo @. Portanto, © escoamento médio de ar sobre a bata é bitimensional Discussio Enquanto 2 média temporal do esccamento de ar é simétrica em relago a0 eixo, © escoamento de ar instanténeo nao €, como ilustrado pela Figura 1-19. 1-5 + SISTEMA E VOLUME DE CONTROLE Um sistema € definido como uma quantidade de matéria ou regido do espago esco- Iida para estudo. A massa ou tegiso fora do sistema & denominada vizinhanga. A superficie real ou imagindria que separa o sistema de sua vizinhanga 6 chamada de fronteira (Figura 1-23). A fronteira de um sistema pode ser fixa ou mével. Observe {gue a fronteira é a superficie de contato compartilheda tanto pelo sistema como pela vizinhanga. Matematicamente falando, a fronteira tem espessura nula ¢ assim no contém qualquer massa nem ocupa volume n0 espago. (0s sistemas sto considerados fechados ov abertos, dependendo se uma massa fixa ov um volume no espaco forem escolhides para estudo, Um sistema fechado (também conhecido por massa de controle) consiste em uma quantidade fixa de massa, ¢ nenhuma quantidade de massa pode cruzar sua fronteira. Porém, @ energia sob a forma de calor ou de trabalho pode cruzar sua fronteira, ¢ © volume de um sistema fechado nfo precisa ser fixo. Se, como um caso especial, nem a energia puder cruzar a fronteira, 0 sistema é chamado de sistema isolado, Considere o dispositivo pistio-cilindro mostrado na Figura 1-24, Digamos que queiramos determinar 0 que acontece quando o gas nele contido € aquecido. Como estamos focalizando nossa atengdo no gas, ele € nosso sistema. As superficies inter- nas do pistio e do cilindro formam a fronteira e como no hé massa cruzando sua fronteira. cle € um sistema fechado, Observe que a energia pode cruzar a fronteira € parte da fronteira (a superficie interna do pistio, neste caso) pode se mover. Exosto © Bis, todo 0 resto, incluindo o pistio e 0 cilindro, formam a vizinhanca. ‘Um sistema saberta ou volume de controle, como € denominado freqiien- temente. € uma regio do espago selecionada apropriadamente. Em geral com- preende um dispositivo que inclui escoamento de massa, tal como um compressor, turbina ou bocel. O escoamento através desses dispositivos € mais bem estudado selecionando-se dentro do préprio dispositivo a regido a ser usada como volume de controle. Ambas, massa ¢ energia, podem cruzar a fronteira do volume de controle. Um grande niimero de problemas de engenharia envolve escoamento de massa que entra e sai do sistema e, portanto. so modelados como volumes de controle. Um aquecedor de agua, um radiador de automével, uma turbina e um compressor, todos envolvem escoamento de massa e devem ser analisados como volumes de controle (sistemas abertos) em vez de massas de controle (sistemas fechados). Em ‘eral, qualquer regio arbitréria no espaco pode ser selecionada como volume de Eixode | FIGURA 1-22, Escoamento com simetria walsooeum bal | VIZINHANGA FRONTEIRA, FIGURA 1-23, Sistema, vizinhangae fronteira FIGURA 1-24 Sistema fechado com fronteira mével, FIGURA 1-25 © volume de controle pode incluir fronteirasfixa, mével, real e imagingria. controle. Nao hi regras definidas para a selecdo de volumes de controle, mas a ‘escolha apropriada certamente torna a andlise muito mais fécil. Se fOssemos anali- sar 0 escoamento de ar através de um bocal, por exemplo, uma boa escolha para 0 volume de controle seria a regiao do préprio bocal Um volume de controle pode ser fixo em tamanho e forma, como no caso do boca, ou pode incluir uma fronteira mével, como mostrado na Figura 1-25. A maio ria dos volumes de controle, eniretanto, tém fronteiras fixas e nao incluem quaisquer fronteiras méveis. Um volume de controle também pode envolver interagbes de calor e trabalho da mesma maneira que um sistema fechado, além da interagio de massa. Fonsi imaginita Font Se Frotcirs mivel (beat) ve a ee (4) Volume de controle (VC) com (6) Volume de conzole (VC) €om ‘ronteiras rele imagindria fronteiae fica e mével 1-6 = IMPORTANCIA DAS DIMENSOES E UNIDADES Qualquer quantidade fisica pode ser caracterizada por dimensdes. As grandezas designadas para as dimensBes so chamadas de unidades, Algumas dimensSes bési- cas, tais como a massa m, 0 comprimento L, 0 tempo 1, € a temperatura T so esco- Ihidas como dimensdes primérias ou fundamentais, enquanto outras tais como velocidade V, energia E e volume V so expressas em termos de dimensbes primérias e so chamadas de dimensoes secundarias ou devivadas. ‘Um certo mimero de sistemas de unidades foi deseavolvido ao longo dos anos. Apesar dos grandes esforgos das comunidades cientifica e de engenharia para Lnifiear © mundo com um tinico sistema de unidades, dois conjuntos de unidades ainda estio em uso atualmente, o sistema inglés, que também € conhecido como United States” Customary System (USCS) (sistema usual dos Estados Unidos) © 0 sistema métrico SI (de Le Systéme International d Unités), que também conhe- ‘cido como Sistema Internacional. O SI € um sistema simples ¢ légico com base em uma relagdo decimal entre as diversas unidades e é usado em trabalhos cientficos € de engenharia na maioria das nagdes industrializadas, inclusive na Inglaterra. O sis- tema inglés, no entanto, nfo tem base numé temdtica aparente © varias unidades desse sistema sio relacionadas umas com as outras arbitrariamente (12 polegadas = 1 pé, 1 milha = 5280 pés, 4 quartos = I galdo etc.) 0 que 0 torna con- fuso e dificil de aprender. Os Estados Unidos sio 0 nico pais industrializado que ainda no se converteu totalmente ao sistema métrico. 05 esforgos sisteméticos para desenvolver um sistema de unidades aceitével universalmente data de 1790 quando a Assembléia Nacional Francesa encartegou @ ‘Academia de Cigncias Francesa de criar tal sistema de unidades. Uma versio inicial do sisterna métrico logo foi desenvolvida na Franga, mas nio teve aceitagdo univer- sal até 1875 quando 0 Tratado de Convencdo Métrica foi preparado e assinado por 17 nages, inclusive os Estados Unidos. Nesse tratado internacional, foram estabele- cidos © metro ¢ 0 grama como as unidades métricas para comprimento € massa, respectivamente, ¢ foi estabelecida a Conferéncia Geral de Pesos e Medidas (CGPM) que deveria reunir-se a cada seis anos. Em 1960, a CGPM eriou o Sl, ‘baseado em seis quantidades fundamentais e suas unidades foram adotadas em 1954 SC OHELOHOSHNHSSEHOSHHHSHOSHSCHOHSHSHHOHOTHSOHSHSCOSSOHHOHO COS: na Décima Conferéncia de Pesos e Medidas: merro (m) para comprimento, ‘grama (kg) para mass, segundo (s) para tempo, ampere (A) para corrente elétrica, frau Kelvin (°K) para temperatura e candela (cd) para intensidade Iuminosa (quanti dade de luz). Em 1971, CGPM adicionou uma sétima quantidade e unidade funda- mental: mole (mol) para quantidade de matéria, Baseado no programa de notagio introduzido em 1967, 0 simbolo de grau foi oficialmente removido da unidade de temperatura absoluta e todos os nomes das tunidades deveriam ser escritos em minisculas mesmo que fossem derivados de rnomes pr6prios (Tabela 1-1). Entretanto, a abreviatura da unidade deve ser escrita fem maidscula se a unidade for derivada de um nome proprio. Por exemplo, 2 Uunidade de forga SI, cujo nome deriva de Sir Isane Newton (1647-1723), € newion (ni Newton) e é abreviada por N. Além disso, o nome completo da unidade pode ser pluralizaclo, mas sta abreviatura nao, Por exemplo, o comprimento de umm objeto pode ser escrito 5 m ou 5 metros, mas no 5 ms ou 5 metro, Finalmente, nas abre Viaturas das unidades no deve ser usado ponto, a menos que estejam no final de wenga. Por exemplo, a abreviatura spropriada de metro é m (no m.) ‘0 movimento recente de mudanga em diregao ao sistema métrico nos Estados Unidos parece ter comegado em 1968 quando © Congresso, em resposta a0 que estava acontecendo no resto do mundo, aprovou um Metric Study Act (ato de estudo rmétrico). © Congresso continuow a promover uma mudanga voluntéria para 0 sis- tema métrico aprovando 0 Metric Conversion Act (ato de conversio métrica) em 1975. Um acordo comercial aprovado pelo Congresso em 1988 estabeleceu a data de setembro de 1992 como meta para que todas as agéncias federais adotassem 0 sistema métrico. Entretanto, a data-limite foi relaxada posteriormente, sein planos claros para o futuro. {As indistrias altamente envolvidas no comércio intemacional (tais como as indistrias automotiva, de refrigerantes € de bebidas alcoclicas) foram répidas na rmudanga para o sistema métrico por razes econdmicas (adotando tum tinico projeto ‘mundial, poucos tamanhos, menores estoques etc.). Hoje, praticamente todos os automéveis fabricados nos Estados Unidos sio métricos. Provavelmente a maioria des proprietérios de avtoméveis nao se da conta desse fato até que tente usar uma cchave de parafusos do sistema inglés pum parafuso métrico. A maioria das indis- trias, entretanto, resistin & mudanga atrasando 0 processo de conversao. "Aualmente os Estados Unidos € uma sociedade de sistema duplo © per mmaneverd desse modo até que 1 transigo para o sistema métrico seja completad Isso acareta uma carga adicional para os estudantes de engenharia, uma vez que Se espera que mantenham sua compreensio do sistema inglés enquanto aprendem, raciocinam e trabalkam em termos do SI. Devido & posigdo dos engenheiros no perfodo de transigo, ambos os sistemas so usados neste texto, com énfase especial para as unidades SI. Como salientado, o SI baseia-se numa relagio decimal entre as unidades. Os prefixos usados para exprimir os miltiplos das vérias unidades esto relacionados na Tabela 1-2. Eles so padrlo para todas as unidades e o estudante € encorajado a decoré-las devido ao seu uso extensivo (Figura 1-26). e e e e e e e e e e e e e@ e @ e 6 e e e e e e e e e e Aigumas Unidades SI e Ingiesas No SI, as unidades de massa, comprimento ¢ tempo sio quiilograma (kg), metro (im) ¢ seguno (s), espectivamente, As respectivas unidades no sistema inglés S30 libra-massa (Ibm), pé (ft) e segundo (s), O simbolo ib € a abreviatura de libra, a oS ie ia ome, aos.) ee SCOHHCHCOEHHHHOHCOSOOO TABELA 174) auiaboe As sele dimensoes fundamentals ou primarias e suas unidaces na 8 0 Unidade Comprimento metro (m) Massa duilograma (kg) Tempo segundo (s) Temperatura kelvin (K) Corrente elétrica _ampére (A) Quantidade de luz candela (cd) uantidade de mole (mol) materia TABELA 1-2 rofivos gadréo das unidades ne St Maltiplo —_Pretixo 10 tera, T 10 eiga. G 10 mega, M 10% uilo, k io? hecto, h 10° deka, da 107 deci, d 10? centi, ¢ 10° ili, m 10°¢ micro, 2 10-7 nano, 9 10" pico, p FIGURA 1-26 0 prefixos dus unidades SI sto usados fem todos os ramos da engenharia COTCSCOSHSSORSSOHSOOHHSOOOHSHOHEHHHHOHOLSOOHOHOOSOOSE 3 Rane 2 ee m 232,174 t FIGURA 1-27 Definigdo de unidades de forga Vest FIGURA 1-28 As intensidades relativas das unidades de forga newton (N), quilograma-forga (kgQ ¢libra-forga (bs). FIGURA 1-28 Um corpo pesando 150 Ibf na ‘Terra pesa apenas 25 bf na Lua, tunidade antiga de peso romana. Os ingleses mantiveram esse simbolo mesmo depois do fim da ocupagio romana da Bretanha em 410. As unidades de massa ¢ comprimento nos dois sistemas sto relacionadas uma com a outra por 1 Ibm = 0.45359 kg 1 pé = 0,3048 m No sistema inglés, a forga € considerada usualmente uma das dimensoes primérias e & designada por uma unidade no derivada. Tal consideragdo € uma fonte de confusio e erro que requer 0 uso de uma constante dimensional (g.) em muitas férmulas. Para evitarmos essa inconveniéncia, consideramos forga como API AT + APip aan Portanto, Ah = Au = Cgigo AT para processos a presso constante e Ah = APip para processos liquidos a temperatura constant. ES Fido | Energia pando | FIGURA 2-6 A energia interna u representa a energia ‘microscépica de um fluido em repouso por unidade de massa, enquanto a centalpia h representa a energia ‘microscépica de um fluido em ‘movimento por unidade de massa. OOOOH OOOOHOHSOHOH8HHHO88O8HO88OOHOOOOS | LUIDOS FIGURAQA7*, seme 0s fludos, como 0s s6tidos, ‘comprimem-se quando a pressio aplicada aumenta de P, para P,, 2-5 = COEFICIENTE DE COMPRESSIBILIDADE Sabemos por experincia que 0 volume (ou a densidade) de um fluido muda cors a variagio de sua temperatura ou pressio. Os fluidos, geralmente, expandem-se quando sio aquecidos ou despressurizados e contraem-se quando resfriados ou pres surizados. Porém, a quantidade de variagao de volume € diferente para fluidos dif. rentes e precisamos definir propriedades que relacionem as variagoes de volume as vvariagdes de pressdo e temperatura, Duas de tais propriedades sto 0 médulo de elas- ticidade x e 0 coeficiente de expansdo volumétrica B. E uma observacdo habitual que um fluido contrai-se quando é aplicada pressio maior sobre ele eexpande-se quando a pressio aplicada é reduzida (Figura 2-7). Isto 6 08 fluidos agem como sélids elastcos com relacéo & pressio. Portanto, de manera andloga 20 médulo de elasticidade de Young para os s6lidos, é apropriado definir um coeficiente de compressibilidade x (também chamado de médulo de compressiili- dade principal ou médulo de elusticidade principal) para fluidos pela expresso ) ea 2-12) Ele também pode ser expresso aproximadamente em termos de variagbes finitas como ap _ AP aviv” Delp Observando que Aviv ou Aplp é adimensional, « deve ter unidade de pressio (Pa ou psi). Além disso. 0 coeficiente de compressibilidade representa a variagio de pressio correspondente a uma variagio relativa do volume ou da densidade do fluido enquanto 4 temperatura permanece constante. Conclui-s, pois, que 0 coeficiente de compressi- bilidade de uma substncia verdadeiramente incompressivel (v = constante) €infinto. ‘Um valor grande de x indica que é preciso uma grande mudanga de pressao para ccausar uma pequena variagSo relativa no volume e, portanto, 0 fluido com x grande & essencialmente incompressivel. Isto ¢ tipico dos liquidos e explica por que 0§ fluidos ‘so considerados incompressiveis. Por exemplo, a pressio da gua sob condigdes atmosféricas normais deve ser aumentada para 210 atm para comprimi-ta 1%, corres- ppondendo a um valor de x = 21,000 atm para o coeficiente de compressibitidade. Pequenas variagGes na densidade dos liquidos podem ainda causar fendmenos interessantes nos sistemas de tubulagio tal como 0 martelo hidrdulico (ou golpe de ariete) ~ caracterizado pelo som sernelhante a0 produzido quando 0 tubo é “marte- lado”. O fenémeno ocorre quando o Iquido numa rede de condutos encontra uma restrigo stbita no escoamento (como o fechamento de uma vélvula) e & compri- mido localmente. As ondas actsticas produzidas golpeiam as superficies curvas € vlvulas da tubulagdo & medida que se propagam ¢ refletem ao longo da tubulagéo, fazendo com que a tubulagio vibre e produza o som familar. Note que o volume © a pressio so inversamente proporcionais (0 volume decresce & medida que a pressio aumenta e assim dP/@v é uma grandeza negativa) € © inal negativo na definicio (Equagio 2-12) assegura que x seja uma quantidade positiva. Além disso, diferenciando p = I/v obtém-se dp = —dulv?, que rearran- Jada fonece (T= constante) a9) come 9) poo Ou seja, as variagdes relativas do volume especifico ¢ da densidade de um fluido sdo iguais em médulo, mas de sinais opostos. ara um gés ideal, P = pRT e (@P/@p); ~ RT = Pip, ¢ assim Kysisea =P (Pa) 19) Portanto, © coeficiente de compressibilidade de um gas ideal ¢ igual a sua press30 absoluta, ¢ © coeficiente de compressibilidade do gés aumenta com o aumento dé | presto, Substnindo « = P na definigh do eoeficiene de compresbildade € Fearanjando, obiém-se doar DP is ideal (T= constante) (2416) Portanco, 0 auniente porcentual da densidade de um gés ideal durante uma com: pressfoisotérmica € igual 3 aumento percentual da pressio, ‘Para o ar sob pressio de I atm, x = P = 1 atm e um decréscimo de 1% no volu- {SUV = ~0.01) comesponde a um aumento de AP = 0,01 atm na pressio. Mas fart oar & 1000 at, x = 1000 aim e um deeréscimo de 1% no volume corresponde am aumento de presséo AP = 10 atm, Portanto, uma pequena varia reativa no volume do gs causa uma grande variagdo de pressio sob presses muito grandes (© invetso do coeficiente de compressibilidade € chamado de compressibi dade isotérmica e & expresso como i | | | a=t=-1(4) 3 (urea a1 } | | A compressibilidade isotérmica de um fluido representa a mudanga fracionéria de volume ou densidade correspondente a uma varia¢do unitéria na presséo. Coeficiente de Expansao Volumétrica {A densidade de um fluido, em geral, depende mais intensamente da temperatura do {ue da pressio, e a variagdo da densidade com a temperatura é responsével por inimeros fendmenos naturais tais como ventos, correntes nos oceanos, fumaga nas thamings, a operagio dos baldes de ar quente,tranferéncia de calor por convecyio mitural e até mesmo a subida de ar quente, dai a frase “o calor sobe” (Figura 2-8) Pana quanificarmos esses efeitos, precisamos de uma propriedade que represent & Figura 2-2 @ | ehiagdo dr densiade de um fuido com a temperatura sob pessio constane a ee | ne i ee OM ee er eee gn capmacta de ral sobre ao @ volume (ou expansividade do volume) 8, definida como (Figura 2-9) Ce eee | : fe ‘Univers Usada com perso ) re) as) £ também aproximadamente expresso em termos de varagBesfnitas por Avy __Selp — Av SCP Qa constante P 1 i pa Soe EP Ceonstante P) 1s) Um valor grande de f para o fluido significa uma variagio greade da densidade com fa temperatura, e 0 produto AT representa a fragao de variagao do volume de um fiuido que corresponde a uma variagdo de temperatura de AT sob pressio constante. woos Pode ser mostrado facilmente que 0 coeficiente de expansio de volume de um * sis ideal (© = pI) A temperatura 76 equivalent a inverso da temperature ae ai (au) \ 1 @), Brust i) (2-20) onde 7 € a temperatura absolut. No estudo das correntes de convece20 naturais, a condigao do corpo do fluiclo | principal que cerca as regides finitas quentes ou fias ¢ indicada pelo subserito “infi- © tito” para servir como lembrete de que este € 0 valor a uma distancia em que a p senga da regio quente ou fria nao € sentida. Em tais casos, o coeficiente de expan [Sto do volume expresso aproximadamente como 100 EPs (8) Una substincia com om 8 pequeno FIGURA 2-99 ou pe p= pt ~T.) @21 ——_O coeficiente de expansio do volume & sae endo gue meta ago ‘Volume de uma substincia com @) temperatura sob presslo constante onde p, a densidade e T,, € a tempertura do fluido em repouso longe do bolsio confinado do fluido quente ou fri. zn Pies ieee 2% 25 30 35 40 45 80 r FIGURA 2-10 Variagio do coeficiente de expansio de volume da égua B com a temperatura na faixa de 20°C a 50°C. (0s dades foram grades ploades como programe EES. ‘Veremos no Capitulo 3 que as correntes de convecgio naturais t@m infcio com 1 forca de flutuagao, que € proporcional & diferenca de densidade, a qual € propor- cional a diferenca de temperatura sob pressio constante. Portanto, quanto maior for a diferenga de temperatura entre 0 bolsio quente ou frio do fluido e corpo princi- pal do fluido circundante, tanto maior serd a forga de flutuagdo e assim as correntes, de convecgo naturais serio mais fortes. 3s efeitos combinados das mudangas de pressio ¢ temperatura na mudanga de Yolume do fluido so determinados considerando que o volume especifico soja fungdo de T e P. Diferenciando v = v(T, P) e usando as definig&es dos coeficientes de compressio e expansio ae f obtém-se av av + = (par - adP) (2-22) dv (3) ar @)# (BaT-adPy (2-22) Entdo a variagao relativa de volume (ou densidade) devido @ mudancas na pressio € temperatura pode ser expressa aproximadamente por 4 Wa 2? 2 gar-aAP 2-23) ve EXEMPLO2-3 — Variagao da Densidade com Temperatura e Presso Considere a agua inicialmente a 20°C @ 1 atm, Determine a densidade final da ‘gua (2) se for aquecida para 60°C sob pressdo constante de 1 atm e (b) se for comprimida com pressa de 100 atm a uma temperatura constante de 20°C. ‘Suponha que a compressiilidede isotermica da égua seja a= 4,80 x 10° atm-?. SOLUGAO Considera-se a agua a temperatura e presséo dades. Dever ser ‘determinadas suas densidades depois de aquecide e comprimida Hipéteses 1 O coeficiente de expansBo de volume e @ compressibilidade isotér- mica da agua slo constantes numa dada faixa. de temperatura. 2 € feita uma analise aproximada substituindo variagdes diferencials nas quantidades por varia- goes finitas, Propriedades A densidade da Sgua % 20°C e pressio de 1 atm € p, = 998,0 kgim?. O coeficiente de expansdo de volume & temperatura média de (20 + 80V2 = 35°C 6 B = 0,337 x 10-* K-. A compressibilidade isotérmica da dgua € dada como a = 4,80 x 10-5 atm“. ‘Andlise Quando as quantidades diferenciais forem substituidas por dferencas e 2s propriedades a e forem supostas constantes, a variacdo de densidade em termos de variacées de presséo e temperatura € expressa aproximadamente por (Equacdo 2-23) Ap = ap AP ~ Bp AT (2) A variagéo de densidade em virtude da variago de temperatura de 20°C para 50°C a pressdo constante & Ap = ~Bp AT = ~(0,337 x 10°? K~")(998 kg/m")(50 ~ 20) K = ~10,0 kg/m? Observando que Ap = ps — ps, @ densidade da agua a 50°C e 1 atm é pa pi + Ap = 9980 + (10.0) = 988.0 kg/m? que é quase idéntico ao valor 988,1 kg/m? a 50°C listado na Tabela A-3. Tal constataggo deve-se @ varia¢o quase linear de A com a temperatura, como ‘mostrado na Figura 2-10. (0) A variagio de densidade em virtude da variagao de pressao de 1 atm para 100 atm a pressao constante é Ap = ap AP = (4,80 * 10° atm™")(998 ke/m?)(100 — 1) atm = 4,7 kg/m? Entdo a densidade da gua a 100 atm e 20°C torna-se a= pr + Ap = 998,0 + 4.7 = 1002,7 ky! Discussio Note que a densidade da Sgua decresce quando é aquecida e aumenta quando ¢ comprimida, como esperado. O problema pode ser resolvide com maior preciso quando estiverem disponiveis formulérios funcionais de propriedades. 2-6 * VISCOSIDADE ‘Quando dois corpos s6lidos em contato se movimentam um em relaco 20 outro, desenvolve-se uma forga de atrito na superficie de contato, em diregao oposta 20 movimento, Para movermos uma mesa sobre um piso, por exemplo, temos que aplicar uma forga sobre a mesa, na diregdo horizontal de intensidade tal que supere a forga de atrito. A intensidade da forga requerida para movimentar a mesa depende do coeficiente de atrito entre a mesa € 0 piso. {A situagdo € semelhante quando um fluido se move em relagdo a um sélido ou {quando dois fluidos se mover um em relago ao outro. Movemo-nos com relativa facilidade no ar, mas nio tanto na agua. O movimento em éleo € ainda mais dificil, como observamos pelo movimento de descida de uma bola de gude langada num tubo cheio de éleo. Parece haver uma propriedade que representa a resisténcia intema do liquido 20 movimento ou a “fluide2”, e essa propriedade é a viscosidade. ‘A forca que um fluido em movimento exerce sobre um corpo na direglo do escoa- mento € chamada de forga de arrasto, ¢ sua intensidade depende, em part, da vis- cosidade (Figura 2-11). Para obter uma relaglo para a viscosidade, considere uma camada fluida entre duas placas paralelas muito grandes (ou de maneira equivalente, duas placas parale- Jas imersas em um corpo liquido grande) separadas por uma distancia € (Figura 2-12). Aplica-se entio uma forga F constante na placa superior, paralela a cla fenquanto a placa inferior € mantida fixa. Apds os transientes iniciais, observa-se que a placa superior se move continuamente sob a influéncia desta forga, com velocidade constante V. O fluido em contato com a parte superior da placa prende- se 2 superficie da placa e move-se com ela a mesma velocidade; a tenséo de cisa- thamento que age sobre esta camada fluida é F . 220) onde A é a area de contato entre a placa € 0 fluido, Observe que a camada fluida deforma-se continuamente sob a influéncia da tensio de cisalhamento, 0 fluido em contato com a placa inferior assume a velocidade daquela placa, que € nula (por causa da condigdo de ndo-escorregamento). Em um escoamento laminar estacionério, a velocidade do fluido entre as placas varia linearmente entre Oe V, c assim o perfil da velocidade ¢ 0 gradiente da velocidade sio aay ar 225) ‘onde y & a distancia vertical da placa inferior. Durante um intervalo de tempo infinitesimal dr, os lados das particulas do fui- do ao longo de uma reta vertical MN giram de um angulo infinitesimal df enquanto a placa superior move-se de uma distncia infinitesimal da = V dt. O deslocamento angular ou deformagao (ou tensio de cisalhamento) & expresso como da _ Vat _ du ee Rearranjando, a taxa de deformagio sob a influéncia da tensio de cisalhamento 7 toma-se dB = B= dt (2-26) Bde di dy Concluimos entio que a taxa de deformacio de um elemento do fluido é equiva lente ao gradiente da velocidade duldy. Além disso, verifica-se experimentalmente a2 | vow aS Fog FIGURA 2-11 Um fluido, movendo-se em relaglo a tum corpo, exerce uma forga de arrasto sobre 0 corpo devido, em parte ao atrto causado pela viscosidade, Peril de velocidade wy=ty FIGURA 2-12 Comportamento de um fluido com cescoamento laminar entre duas placas paralelas quando a placa superior move- ‘se com velocidade constante q i j | 4 Jone i 4/ | / | Tae rma ly FIGURA 2-13 ‘taxa de deformagio (gradiente de velocidade) de um fluido newtoniano & proporcional 3 tensdo de cisalhamento fea constante de proporcionalidade & 2 viscosidade. sic se | “Bom : Peart i cs a ee i Sinane 2 Tad loan ly figura 2-14 ‘Variagdo da tenslo de cisalhamento com 1 taxa de deformagao dos fluidos ‘newtonianos ¢ nfo newtonianos (adectividade da curva num ponto 6 a viscosidade aparente do fiuido naquele ponte). que, para a maioria dos fluidos, a taxa de deformagdo (e portato, © gradiente ds velocidade) é diretamente proporcional & tensio de cisalhamento 7, B du re tes 2-28) a a (228 0s fluidos para os quais a taxa de deformagdo € proporcional & tenstio de ciss- Ihamento so chamados de fluidos newtonianos, em homenagem a Sir Isaac New- ton, que 0s definiu primeiro em 1687. A maioria dos fluidos comuns tais como ‘gua, ar, gasolina e Gleos so fluidos newtonianos. Sangiue e plisticos liquidos sio exemplos de fluidos nio newtonianos. No escoamento cisalhante unidimensional de fluidos newtonianos, a tensio de cisalhamento € expressa pela relagio linear Tensio de cisahamento: r= pS Nin) 20) conde a constante de proporcionalidade js ¢ denominada coeficiente de viseosidade ‘ou viscosidade dindmica (ou absoluta) do fluido, cuja unidade € kg/m - s, ou de tmaneira equivalente, N - s/n? (ou Pa - s, onde Pa & a unidade de pressto pascal) ‘Uma unidade de viscosidade comum & 0 poise, que & equivalente a 0,1 Pas (ou 0 centipoise, que & um centésimo de ium poise). A viscosidade da égua a 20°C 6 igual 21 centipoise e, portanto, a unidade eentipoise serve como uma referéncia util. O ‘réfico da tensdo de cisalhamento contra a taxa de deformagéo (gradiente de velo- Cidade) de um fluido newtoniano € uma rela cuja declividade € a viscosidade do fTuido, como mostrado na Figura 2-13. Note que a viscosidade € independente da taxa de deformagao. ‘A forga de cisalhamento que atua sobre uma camada de fluido newtoniano (ou, pela teceira lei de Newrton, a forga que atua sobre a placa) é Feredecoatonoun Fee a® 00 oan onde, novamente, A é a area de contato entre a placa e o fluido. Entfo, a forca F necesséria para mover a placa superior da Figura 2-12 com velocidade constante V. ‘enquanto a placa inferior permanece estacionéria € rem! 0 ean ssa relago é usada alternativamente para calcular 4. quando a forga F é medida Portanto, o arranjo experimental que acabamos de descrever 6 também usado para medir a viscosidade dos fluidos. Note que sob condigées idénticas, a forga F seré ‘bem difecente para fluidos diferentes. Para fluidos no newtonianos, a relago entre tensio de cisalhamento e taxa de ‘deformagio é nio-linear, como mostrado na Figura 2-14. A inelinagio da curva no sritico de + versus duldy € denominada viscosidade aparente do fluido, Fluidos para os quais a viscosidade aparente aumenta com a taxa de deformagdo (come solugGes de amido ou areia em suspensio) sto chamados de fluidos dilatantes ou de aumento de cisalhamento; € 0s que exibem comportamento oposto (0 fluido tor- nando-se menos viscoso & medida que o cisalhamento auinenta, tais como certas tintas, solugées de polimeros € fluidos com particulas em suspensio) so denor nados fluidos pseudoplasticos ou de reducdo de cisalhamento. Alguns materiais. como pastas de dente, resistem a baixas tensdo de cisalhamento e, assim, compor tam-se inicialmente como sélidos, mas deformam continuamente quando a tensic de cisalhamento excede um limite de carga, pasando ento a comportar-se comic fluidos. Tais materiais sio denominados plésticos de Bingham, em homenagem @ E C. Bingham, que fez trabalhos pioneiros sobre viscosidade dos fluidos no U.S National Bureau of Standards no inicio do século XX. ‘Na meciinica dos fluidos e na transferéncia de calor, a razio entre viscosi ‘dade dinamica e densidade aparece freqtientemente. Por conveniéncia, essa razic & denominada viscosidade cinemxitica ve € expressa como » = j/p. Duas tunidades comuns da viscosidade cinemética sio m/s e stoke (1 stoke = 1 cm/s 0.0001 m’s). [Em geral a viscosidade de um fluido depende da temperatura ¢ da pressdo, em- bora a dependéncia da pressio seja bastante fraca. Para liquidos, tanto a viscosidade dinimica como a cinemftica sio praticamente independentes da pressdo e qualquer ‘variagdo pequena de pressio é normalmente desprezada,exceto n0s casos de pressdes cextremamente altas. Para gases, este também € 0 caso para a viscosidade dinamica (para presses baixas e moderadas), mas nlo para a viscosidade cinemétice, uma vez {que a densidade de um gs € proporcional a sua pressdo (Figura 2-15). 'A viscosidade do fluido € uma medida de sua “resistencia & deformagdo”. A viscosidade resulta da forga de atrto interno que se desenvolve entre as diferentes camadas dos fluidos, & medida que sfo forgadas a mover-se uma em relagéo as ou- tras, A viscosidade € causada pelas forgas coesivas entre as moléculas nos liquidos pelts colisées moleculares nos gases, € Varia extremamente com a temperatura, A Viscosidade dos liquidos decresce com a temperatura, 20 passo que a dos gases aumenta com a temperatura (Figura 2-16). Isso ocorre porque nos liquidos as rmolécules possuem mais energia a temperaturas mais altas e nesse caso podem ‘opor-se mais intensamente as forgas intermoleculares coesivas. O resultado € que as moléculas energizadas do liquido movem.-se mais livremente Num g4s, por outro lado, as forgas intermoleculares so despreziveis ¢ a5 moléculas em temperaturas altas movem-se aleatoriamente a velocidades mais altas. Isso resulta em mais colisOes moleculares por unidade de volume ¢ por unidade de tempo e, portanto, em maior resisténcia a0 escoamento. A viscosidade de um fluido «std diretamente relacionada & poténcia de bombeamento necessério para transportar ‘6 fluido num tubo ou mover um corpo através de um fluido (tal como um carro no ar ou um submarino no mar). A teoria cinética dos gases prevé que a viscosidade dos gases seja proporcional a raiz quadrada da temperatura. Isto é, pig, VT. A. previséo € confirmada por observagées préticas, mas os desvios para gases diferentes precisam ser levados em conta incorporando alguns fatores de corregio. A viscosidade dos gases € expressa em fungao da temperatura pela correlago de Sutherland (do The U.S. Standard Atmosphere) como on +o Gases: # (2-32) onde T é a temperatura absoluta ¢ a ¢ b so constantes determinadas experimental- mente, Note que medir as viscosidades em duas temperaturas diferentes é suficiente pata determinar as constantes. Para 0 ar, os valores das constantes so a = 1,458 X 10°* kgi(m + s+ K!9) eb = 110.4 K sob condigdes atmosféricas. A viscosidade dos ‘gases ¢ independente da pressio sob presses baixas a moderadas (de alguns poucos por centos de 1 atm a virios atm). Mas a viscosidade aumenta sob altas pressGes, devido ao aumento da densidade. Para liguidos, a viscosidade & aproximada pela expresséo Liquidost = a1onr-9 ew) ‘onde novamente T € a temperatura absoluta ¢ a, b € ¢ S80 constantes determinadas cexperimentalmente. Para a 4gua, usando 0s valores a = 2,414 10° N + sim?, 247,8 K, e ¢ = 140 K resulta um erro menor do que 2,5% na viscosidade na faixa de temperatura de 0°C a 370°C (Touloukian et al.; 1975). Considere uma camada de fluido de espessura € numa pequena folga entre dois «ilindros cone8ntricos, como a camads fina de leo num mancal de virabrequim. A folga entre os cilindros pode ser modelada como duas chapas planas paralelas sepa- radas por um fluido, Observando que torque € T = FR (forga vezes brago de momento, que é 0 raio R do cilindro interno neste caso), a velocidade tangencial EV = oR (velocidade angular vezes 0 raio), e tomando a superficie molhada do | 8310 kum s FIGURA 2-15 Em geralaviseosidade dinimica nto © depende da pressio, masa viscosidade @ cinemiica depende Viscosidade Tempeaia FIGURA 2-16 [A viscosidade dos liguidos decresce ea @ dos gases aumenta com a temperatura. @ eseseee e ©. oe (TABELAS=3 Viscosidades dinamicas de alguns Viscosidade Dinamica Fluido gins Glicerina 20°C 1340 oc 105 20°C 152 40°¢ ol leo de motor ‘SAE 10W 0,10 SAE 10¥I30 0.17 SAE 30 0.28 SAE 50 0.86 Mercirio 0,0015 Alcool etilico 0,0012 Agua orc 0.0018 20°C 60,0010 100°C (liquido) 000028 100°C (vapor) 0.000012 Sangue, 37°C 0,00040 Gasolina 0,00029 Aménia 0.00015 a ©,000018 Hidrogénio, o*C 0,0000088 FIGURA 2-17 Variagio de viscosidades dinamicas (absolutas) de luidos comuns com a temperatura sob 1 atm (LN « sim? 1 kg/m + 5 = 0,020886 Ibf + s/pé FM, White, Fluid Mechanics Se. Copyright © 1989 The McGraw-Hill Companies, Ine. Used Ciindro exacionseo FIGURA 2-18 Esquema do Exemplo 2-4, cilindro interno como A = 2rrRI. (desprezando a tensio de cisalhamento que atva tas doas extremidades do cilindro interno), 0 torque & expresso por 2aRol de RL tame (2-94) ‘onde L é © comprimento do cilindro e f € 0 mimero de rotagées por unidade de tempo, que é geralmente expresso em rpm (rotagdes por minuto). Observe que a distancia angular percorrida durante uma rotagdo € 2m rad, ¢ assim a relagio entre 4 velocidade angular em rad/min e a rpm € w = 2m A. A Equagio 2-34 pode ser usada para calcular a viscosidade de um fluido medindo o torque a uma velocidade angular especificada, Portanto, dois cilindros concéntricos podem ser usados como uum viscostmetro, um dispositivo que mede viscosidade. As viscosidades de alguns fluidos & temperatura ambiente estdo listadas na Tabela 2-3, A Figura 2-17 mostra o grifico dos valores listados. Observe que as viscosidades de fluidos diferentes diferem de varias ordens de grandeza, Note tam- bbém que € mais dificil mover um objeto num fluido de maior viscosidade, tal como lum 6leo de motor, do que num fluido de viscosidade menor tal como a égua. Os Iiquidos, em geral, sio muito mais viscosos do que os gases. 006 904 ans om ot 3 3 6 < | 2 ati : 2 eee = = Biri de nrg v0 mt a Hitrosaio oy © © WH 10 Tevpersua, °C EXEMPLO 2-4 Determinagao da Viscosidade de um Fluido i A vsciide de un hide de 26 sa fru vicina Sud etos toni oer epi gue 2 © tater ecto rt 6 12 emesis note cine eas on cindo narod gia « S00 om Sots ei oe 38 Deemine sca oe SOLUGAO 0 torque e 2 rpm de um vscassimetro de cilindro duplo sto dados. A viscosidade do fluido deve ser determinada Mpowses 10 elindro interno esta completamente imerso em 6leo, 2 Os erpstese* casos nas duas extremidades do cilindra interno s20 desprezves. seiine "© perfil de velocidade ¢ linear somente quando os efeitos da curatura crane preavelse o perll pode ser aproximado como tinear neste caso visto Que Tie wet Resolvendo 2 Equacto 2-34 para a viscosidade e substituindo os ‘Valores dados, a viscosidade do fluido & determinada coro re (18.N- my0,0015 m) 4 : aa = TARAL ~ 4n%0,06 m)\300/60 /s)(0.4 m) 6 uma fungdo que depende fortemente da tempe- iperatura correspondente € de pouca leve ser medida durante o iscussdo A viscosidade ratura, e um valor de viscosidade sem a Valia, Portanto, 2 temperatura do fluido também texperimento e registrada com estes calcules. 2-7 « TENSAO SUPERFICIAL E EFEITO CAPILAR CObservase frequentemente que uma gota de sangue forma um monticulo sobre wn video plano; uma gota do merciri forma uma esfera quase-perfeita¢ pode ser rolada Tomo'uma bola de ago sobre uma superficie lisa; gotas da égua da chuva ou de evalho pingam dos ramos ou ds folhas das vores; um combustivel liquido injetado cm um motor forma uma névoa de gotas esfricas; o gotejamento da dgua de uma fomeira cai como gotas esfricas; uma bolha do sabio langada a0 ar toma forma ‘cferica;e a égua forma goticulas de gelo sobre as pétalas das flores (Figura 2-19) ‘Nessas e-em outras observagdes priticas, as gotas liquidas comportam-se como peavenos bales extricos cheios com 0 Kiguio, € a superficie do liguido age come reer membrana elisticaesticada Sob tenslo. A forga de tagio que causa tal tensio atua to sentido paruelo a superficie e € devida &s forgas araivas entre as moléculas do Houido, A intensidade de tl frga por wnidade de comprimento € denominada tensa tuperfcial , geralmente & expressa na unidade Ném (ou Tipe em wnidades insle- sta efeto € também denominado energia superficial e & expresso na unidade tquivaleme N « min? ou Jn?, Nesse caso, «represen 0 trabalho de estiramento que 6 preciso realizar para aumentar area da superficie do liquido uma unidade. Para visualizarmos como a tensio superficial surge, mostramos na Figura 2-20 ‘uma vista microscépica considerando duas moléculas Iiquidas, uma na superficie © viutra dentro do corpo Iiquido. As forgas atrativas aplicadas na molécula que esté no {anterior do liquide pelas moléculas circundantes equilibram-se devido 2 simetss, Mas as foras atrativas que atuam sobre a molécula da superficie no so siméicas as forgas trativas aplicadas pelas motéculas de gis acima da superficie gerl- «cate ap muito pequenas. Portanto, hé wma forga atrativa resultante atuando sobre mevpléeula da superficie do Iiquido que tende a puxar as moléculas da superficie para o inerior da massa guida Essa forza éequilibradapelas foreasrepulsivas des Proléculas absixo da superficie que estio sendo comprimidas. © efeito da com Fresedo reultante eausa a reducio da fea de superficie do liquide. Essa é a razéo Piva as goriculas do liquido adquirirem a forma esférica, que tem a érea de superfi- fie minima para um dado volume. “Voce também deve ter observado, com divertimento, que alguns insetos ppousam ou podem até caminhar sobre a gua (Figura 2-190) ¢ ave agulhas de ago Pequenas fatuam sobre 9 4gua, Tais fendmenos so possiveis por causa da tensio uperficial que equilibra 0 peso desses objetos. Para melhor compreender o efeito da tenslo superficial, considere uma lamina Iiguida (como a lamina de uma bolha de sabso) suspenss numa armagio de fre aartome de U com um lado mével (Figura 2-21). Normaimente, a limina Iiquida tinde s purer 0 arame mével para dentro a fim de minimizar sua éea de superficie Evnecessirio apliear uma forsa F ao sentido oposto para equilibrar 0 efeito de FIGURA 2-19 Algumas conseqincias da tensio superficial, (a) © Pegacus/Visuls Unlined. (0) © Denis Drenner/Vsuls Unlined Motéeula na superiie Motécula no interior do guido | FIGURA 2-20 Forgas atrativas atuando sobre a ‘molécula do liquido na superficie ¢ no interior do corpo liquido. Anmagio de ara rgide 3, Noe ‘Lamina = w FIGURA 2-21 Estiramento da mina liquida com arame em forma de U e as forgas que atuam sobre o arame mével de ‘comprimento b. SPOHOHSHOHSHSHHHOHSHOHHSSHOHSHOHHHSHHHOHSOCHHOOHORCOOSE | TTensdo superficial de alguns fiuidos no ara 1 atm e 20°C (a menos que mencionada o contrério) Tensao Superficial Fluido , Nim* ‘Agua oc 0,076 20°C 0,073 100°C 0,059 300°C 014 Glicerina 0,063 Gleo SAE 30 0,035 Mercaio 0,440 Alcoot etilico 0,023 Sangue, 37°C 0,058 Gasolina 0,022 Amonia 0,021 Solugao de sabio 0,025 Querosene 0,028 * Multisigue por 0,05852 para converter para btipe (0) Mea gvieota 20882, (2D P re () Mea bola FIGURA 2-22 Diagrama de corpo livre de meia goticula e meia bolha, trago. A lamina fina do dispositive tem duas superficies (superior ¢ inferior) expostas ao ar e, assim, o comprimento a0 longo da diregiio em que a tragdo ata neste caso é 2b. Entio, a forga de equilibrio no arame mével F = 2bo.y ¢ portanto 4 tensdo superficial é expressa por Fy 2» (2-38) Observe que, para b = 0,5 m, a forga F medida (em N) é simplesmente a ten- so superficial em N/m. Um dispositivo desse tipo, com preciso suficiente, pode ser usado para medir a tensio superficial de varios fluidos. No arame em forma de U, a forga F permanece constante enquanto o arame mvel € puxado para estirar a limina e aumentar sua érea de superficie. Quando 0 arame mével € puxado de uma distancia Ax, a drea da superficie aumenta AA = 25 x, € 0 trabalho realizado W durante o processo de estiramento & W= Fora X Distancia = F Ax = 2by; Av = 0, MA Visto que a forga permanece constante neste caso, © resultado também pode ser imerpretado como a energia superficial da lamina é aumentada de uma quantidade @, AA durante 0 processo de estiramento, que & consistente com a interpretagdo alternativa de o, como energia superticial. Isso é similar a um eléstico ter mais cenergia potencial (eléstica) depois que esté mais esticado, No caso da linina liquida, o trabalho ¢ usado para mover as moléculas do liquide da parte interna para 4 superficie contra as forgas ue atracdo de outras moléculas. Portanto, a tensio superficial também pode ser definida como o trabalho realizado por unidade de aumento da drea da superficie do liquido. ‘A tensio superficial varia extremamente de substincia para substincia, e com a temperatura para uma dada substincia, como mostrado na Tabela 2-4. A 20°C, por exemplo, a tensdo superficial € 0,073 Nm para a dgua e 0,440 Nim para o mercdirio imersos em ar atmosférico. Gotas do mercirio forma esferas que podem ser roladas como uma bola sélida sobre uma superficie, sem molhar a superficie. Em geral a ten- so superficial de um liquido decresce com a temperatura € torna-se nula no ponto etitco (¢ assim, no hé interface distinta entre Liquido e vapor em temperaturas acima do ponto critco). O efeito da presséo na tensdo superficial usualmente € desprezivel ‘A tensio superficial de uma substincia muda consideravelmente com impurezas. Portanto, certos produtos quimicos, chamados de tensoativos so adicionados 30 liquido para diminuir sua tensSo superficial. Por excmplo, sabes e detergentes ‘baixam a tensdo superficial da égua e permitem que ela penetre em pequenas aber- turas entre as fibras para lavagem mais eficiente. Porém, isso também significa que dispositivos cuja operacio depende da tenséo superficial (tis como tubulagdes de ‘aquecimento) também podem ser destruidos pela presenga de imperezas devido & mo-de-obra deficient. Falamos de tensio superficial de Iiquidos somente em interfaces \iquido- liquido ou liquido-gis. Portanto, é importante especfcar 0 liquido ou gés adjacente para especificar a tensio superficial, Além disso, a tensdo superficial determina 0 tamanho das goticulas que se formam. A gotieula que cresee pela adigio de mais ‘massa se romperd quando a tensdo superficial nfo puder mais manté-Ia unida. E como um baldo que estoura ao ser inflado, quando a presslo interna aumenta acima da resistencia do material do baléo. Uma interface curva indica diferenga de pressio (ou “salto de pressao") 80 Jongo da seco da interface, Sendo a pressdo no lado céncavo maior. O excesso de pressio AP acima da pressdo atmosférica no interior de uma goticula ou bolha, pot ‘exemplo, € determinado considerando 0 diagrama de corpo livre de meia goticula ‘ou botha (Figura 2-22). Observando que a tenslo superficial atua ao longo da circunferéncia e que a presso atua sobre a érea, 0 equilibrio da forga horizontal da goticula ¢ da bolha da Goticula: (24 R)o, = (TRVAPgoscaty > AP pees a 7 z an )0, = (AR )AP og > AP ota Botha: onde P; e P, slo as pressées interna e extema, respectivamente, da goticula ou da polha, Quando a goticula ou a bolha estio na atmosfera, P, & simplesmente a pressdo atmosfrica.O fator 2 da frsa de equilbrio da bolha € devido & botha com Fitir em uma pelicula com duas superficies (interna e externa) e, portanto, duas cir: cunferéncias na segao transversal ‘0 excesso de pressio na goticula (ou bolha) também € determinado con- siderando o aumento infinitesimal do raio da goticula devido & adigao de uma quan- fidade infinitesimal de massa e interpretando a tensdo superficial como o aumento da enetgia superficial por unidade de area, Entdo, o aumento da energia superficial da goticula durante o processo de expansdo infinitesimal torna-se Waar * 0, dA = 0, AR?) = BrRo, AR © trabalho de expansio realizado durante 0 processo infinitesimal é determinado multiplicando-se a forea pela distincia, obtendo-se ‘5 Weapoato = Forya X Distincia = F dR = (APA) dR = 4arR® AP dR Resolvendo as duas expressées acima, obtemos APyyiaus = 20 /R, que é a mesma relago obtida antes e dada pela Equacio 2-36. Observe que 0 excesso de pressio na goticula ou na bolha é inversamente proporcional 20 raio. Efeito Capilar Cutea conseqhéncia imeressante da tensHo superficial é o efeito capilar, que € a ascensio oa depressio de um Iiquido num tubo de pequeno didmetro imerso no Tiguido. Tais tubos finos ou canais de escoamento confinado so chamados de capi lares. A subida de querosene num pavio de algodio inserido no reservatério de uma lamparina de querosene & devido a este efito. O efeito capilar também € parcial- mente responsivel pela subida da égua & copa de drvores altas. A superficie livre curva de um Ifquido num tubo capilar € chamada de menisco. ‘Observa-se comiimente que a égua num recipiente de vidro curva-se levemente para cima nas bordas onde encosta na superficie de vidro; mas, para 0 merctrio, ocorre opesto: curva-se para baixo nas bordas (Figura 2-23). Este efeito € expresso usual rmente dizendo-se que a égua molhu 0 video (aderindo a ele), enquanto 0 mercirio nfo. A forca do efeito caplar & quantficada pelo Angulo de contato ¢, definido como 0 ngulo que a tangente & superficie do Uquido faz com a superficie sida no ponto do Contato. A forga da tensio superficial atua a0 longo da retatangente no sentido da, superficie lida. Diz-se que 0 liquido motha a superficie quando ¢ < 90° e nao motha a superficie quando @ > 90°. No ar atmosférico, 0 ngulo de contato da égua (e a rmaioria de outros liquidos orgénicos) com o vidro é quase nulo, f~ 0° (Figura 2-24), Portanto, a forga da tensdo superficial atua para cima sobre a 4gua num tubo de vidro 40 longo da circunferénca, tendendo a puxar a dgua para cima. Em conseqiéncia, a gua sobe no tubo aié que o peso do Kiquido no tubo, acima do nivel do liquido ro reservatrio, equilibre aforga da tensfo superficial. © Angulo de contato € de 130° para tmercirio-vidro e de 26° para querosene-vidro no ar. Note que o Angulo de contato, em eral, édistimo era ambienes diferentes (ais como outro gas ou liquido em vez de a). © fendmeno do efeito capilar & explicado mieroscopicamente considerando-se {orcas corsivas (Gorgas entre moléculas semelhantes, como gua © gua) e forgas adesivas (forgas entre moléculas diferentes, como dgua e vidro). As moléculas liquidas na interface s6lido-liquido so submetidas tanto a forgas coesivas por cuts, moléculas Uiguidas como a forgas adesivas pelas moléculas do sdlido. AS srandezas relativas dessas forges determinam se um liquido molha ou néo uma superficie sOtida. Obviamente, 36 moléculas de égua so atraidas com mais forea pelas motéculas de vidro do que pelas outras moléculas de égua e assim a dgua tende a subir pela superficie de vidro. O oposto ocorre com o merctrio, ue impede 4 ascensio da superficie de liquide préxima da parede de vidro (Figura 2-25). | fa (o) Fido que 2) Fido qu no momaossido “mae soso FIGURA 2-23 Angulo de contato de fuidos que ‘motham endo molham o s6lido, FIGURA 2-24 Menisco de égua colorida num tubo de video de 4 mm de didmetro intemo. Observe que a borda do menisco cencontra a parede do tubo capilar com ‘um ngulo de contato muito pequeno. Foto de Gabriele Temble Pennyvonia Sate ‘Univers, ade com permite. FIGURA 2-25 Ascensio capilar da agua e depressio capilar do meretirio num tubo de vidro de didmetro pequeno, OOS SOOO OSS OOOOH OHOOHHHHHHHODHHOHOHHHOHOHOOOORE FIGURA 2-26 Forgas que atuam sobre uma coluna liquida que subiu num tubo devido 20 efeito capilar 2aRo,cos 6 FIGURA 2-27 Esquema do Exemplo 2-5. valor da ascensdo capilar num tubo circular € determinado pelo equilforio de forgas da coluna liquida cilindrica de altura h no tubo (Figura 2-26), A parte inf rior da coluna liquida est4 no mesmo nivel que a superficie livre do reservatério e, assim, a pressio nesse local deve ser a pressio atmosférica, 0 que equilibra ressio atmosférica que atua sobre a superficie superior e, desse modo, esses dois efeitos cancelam-se mutuamente, O peso da coluna liquida é aproximadamente W = mg = pg = pacaR’hy Igualando o componente vertical da Forga de tensio superficial ao peso resulta W= Fegan > pate Ro, cos 6 O valor de h fornece a ascenso capilar 2a, pak ssa equago também é valida para Iiquides que nfo’ molham (tal como 0 mercirio no vidro) © dia depressio capilar. Nesse caso, ¢ > 90° e assim cos <0, que resulta em h negative. Portanto, o valor negativo da ascensio capilar correspond & unia depressio capilar (Figura 2-25), Observe que a ascenséo capilar ¢ inversamente proporcional a0 raio do tubo. Quanto mais fine for o tubo, maior seré a ascensio (ou depressio) do liquide no tubo, Na prética, 0 efeto capilar € geralmente desprezivel em tubos cujo difmetro é maior 0 que 1 cm. Quando as medidas de pressfo forem feitas usando-se manémetros. © barémetros, € importante usar tubos suficientemente grandes para minimizar o ef capil. A ascensio capilar também ¢ inversamente proporcional 2 densidade do liguido, como esperado. Portnto, quides mais leves aptesentam ascensio capilar maior. Finalmente, deve-se ter em mente que a Equagio 2-38 é deduzida para tubos de dimetro constants € nfo deve ser usada para tubos de segdo transversal varidvel. Ascensdo capilar: hk cos (R= consiante) (2-38) EXEMPLO2-5 —Ascensao Capilar da Agua num Tubo Um tubo de vidro de 0,6 mm de didmetro & mergulhade num copo com gua a 20°C. Determine 2 ascensdo capilar da agua no tubo (Figura 2-27), SOLUGAD A ascensto da agua num tubo delgado, resultante do efeito capilar, Geve Ser determinada. Hipsteses 1 No ha impurezas na Sgua nem contaminagdo nas superficies do tubo de vidro. 2 0 experimento ¢ realizado em ambiente de ar atmosterico, Propriedades A tenséo superficial da agua a 20°C € 0,073 Nim (Tabela 2-4). 0 Angulo de contato da agua com 0 vidro € O° (do texto anterior). Consideramos Que a densidade da agua liquida seja 1000 kg/m. Andlise A ascensto capilar & determinada diretamente pela Equacéo 2-38 substituindo 0s valores dados, obtendo-se 2s = ap teN stom) 4 pak ae (1000 kg/m?}(9,81 m/s*(0,3 x 10°%m) (eos.g9 IN ,050 m= 5,0cm Prtanto, @ agua sobe no tubo 5 cm acima do nivel do liquido no cope. Discusséa Note que se 0 di&metro do tubo fosse 1 cm, a ascenséo capilar seria 0,3 mm, que dificilmente seria percebida a olho nu. Na verdade, a ascensso capilar num tubo de didmetro maior ocorre apenas na borda. O centro néo sobe nada. Portanto, o efeito capilar pode ser ignorado para tubos de didmetro maior. Neste capitulo foram discutides vérias propriedades comu- priedades extensivas e as outras, propriedades intensivas. Den mente usadas na mecdniea dos fluidos. As propriedades que sidade € massa por unidade de volume, e volume especifico dependem da massa de um sistema sio chamadas de pro- € volume por unidade de massa. A gravidade specifica € definida como a razio da densidade de uma substincia para a densidade da dgua a 4°C, ° Pao GE= ‘A equacdo de estado dos gases ideais € expressa como, P= pRT conde P é a pressio absoluta, 6 a temperatura fermodinamica, p da densidad e R € a constate do gis ‘Noma dada temperatura, a presséo sob a qual uma subs tincia pura muda de fase & denominada pressdo de satura Para processos de modanga de fase entre as fases de guido pare ‘apor de uma substincia pora, a pressio de saturagéo é chamada coniumente de pressGo de vapor P,. Bolhas de vapor que se fo- tam nas repides de pressio baixa de um liguido (fenfmeno {enominado cavito) quebram-se 8 medida que se afastam das regides de pressio baixa, gerando ondas de presslo altamerte Ustrtivas e presses extremamente alias 'A ener existe sob numerosas formas, e sua soma constitu a cnerga total E (0, por unidade de massa) de um sistema. A ‘Sm ee todas ap formas icrosoopicas de energia€ chamada de nora inter U de um sistema, A energia gue Um sistema possui em conseqiéncia de seu movimento em relagdo a algum sistema de referéncia é chamada de energia cinética expressa por unidade de massa como ec = ¥/2, a energia que um sistema possui em onseqizecia de sa akude num campo grvitacional €chamada Ge energiapotencalexpressa por unidade de massa como ep = gz 1s efeitos da compresibildade sobre um fuido s80 repre~ sentados pelo cveficiente de compressibilidade x (também chs- nado de médulo de elastiidade em grande massa) definido (2) - (2) «2 au), Map), Aviv ‘A propriedade que representa a vaiagio da densidade de um Figo com a temperatura sob pressio constante € 0 eoef- Gieate de expanado Je volume (ou expansividade de volume) {.definido como Selo 0G), ale), = at | ‘A viscosidade do fluido é a medida de sua resistencia & deformagao. A forga tangencial por unidade de area € chamada tensdo de cisalhamento e € expressa, para escoamento de cisalhamento simples entre placas (escoamento unidimensional), du 4D conde 1 € 0 coeficiente de viscosidade ou viscasidade dinamica (0u absoluta) do fluido, u € 0 componente da velocidade na diresio do escoamento,¢ y € a direso normal a dirego do escoa- mento. Os fluidos que obedecem a essa relagio linear io chama- dos de fuidos newtonianas. A razko da viscosidade dindmica para a densidade € denominada viscosidade cinemética v. 0 efeito de tragdo sobre as moléculas do liguido numa interface causado pelas forgas atrativas das moléculas por lunidade de comprimento € chamado tensdo superficial o,, O excesso de pressio AP no interior de uma goticula esfrice ou de ‘uma bolha € dado por 40, 2 - Pa onde P, ¢ P, sio as pressbes intema e extema da goticula ou bolha. A ascensio ou ascenséo de um liguido num tubo de didmetro pequeno imerso num liquido é denominada efeito capi- lar. A depressio ou depressio capilar & dada por 2a, nan? onde $ € 0 Angulo de contato. A ascensio capilar€ inversemente proporcional a0 raio do tubo € € desprezivel para tubos cujo didmetro seja maior do que cerca de 1 cm. Densidade e viscosidade so duas das mais fundamentais propriedades dos fuidos e so usadas extensivamente nos tulos seguintes. No Capitulo 3 € considerado 0 efeito da densi- dade sobre a variacdo de presséo num fluido e so determinades as forsas hidrostticas que atuam sobre superficies. No Capitulo 8, € calculada a queda de pressio causada pelos efeitos viscosos durante o escoamento ¢ usada na determinagio dos requisitos de poténcia de bombeamento. A viscosidade também ¢ usada como propriedade-chave na formulagio e solugio das equagbes de movimento do fluido nos Capitulos 9 ¢ 10, ap, 2, P, ove © AP Mae ano aaa 1. B.C. Bingham, “An Investigation of the Laws of Plastic Flow,” US. Bureau of Standards Bulletin, 13, p. 309-353, 1916. Y.A. Cengel eM. A. Boles. Termodindmica, 5.ed., Nova Torque: McGraw-Hill, Interamericana do Brasil, 2006, 3. CT. Crowe, J.A. Roberson e D. F.Elger. Engineering Fluid Mechanics, 7. ed. Nova Torque: Wiley, 2001. 4. RW, Foxe A. T. McDonald. Introduction to Fluid ‘Mechanics, 5, ed. Nova lorque: Wiley, 1999. D.C, Giancoli. Physics, 3. ed. Upper Saddle River, NI: Prentice Hall, 1991. MC. Potter e D. C. Wiggert. Mechanics of Fluids, 2. ed. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1997. 7. ¥. §. Touloukian, $, C, Saxena e P. Hestermans. ‘Thermophysical Properties of Matter, The TPRC Data Series, ¥. II, Viseasity. Nova Torque: Plenum, 1975. 6 8. L. Trefethen. “Surface Tension in Fluid Mechanics” In Mlustrated Experiments in Fluid Mechanics. Cambridge, MA: MIT Press, 1972. 9. The US. Standard Aimosphere. Washington, DC: US. Government Printing Office, 1976 10, M. Van Dyke. An Album of Fluid Motion. Stanford, CA: Parabolic Press, 1982. 11. FM. White. Mecdnica dos Fluidos, 4. ed: MeGraw-Hi Inveramericana do Brasil, 2002 12, CLL. Yaws, X. Line L. Bu. “Calculate Viscositis for 355 Compounds. An Equation Can Be Used to Caleulate Liquid Viscosity asa Function of Temperatura,” Chemical Engineering, 101, 2.4, p- 1110-1128, abr 1994 13. C.L. Yaws, Handbook of Viscosity. 3 v. Houston, TX: Gulf Publishing, 1994 | MECANICA DOS FLUIDOS Freeney » FIGURA 2-28 () Ocorre cavitagdo vaporosa na Sgua aque tem muito povco gs arrastado, tal como a encontrada em locais muito profundos de uma massa de gua Bolhas de eavitagio so formadas «quando a velocidade do corpo ~ neste caso a regio bulbosa curva da superficie ddo domo do sonar do navio ~ aumeata 60 ponto em que a pressio esttica local cai absixo da pressio de vapor da ‘gua. As bolhas de cavtacdo s80 essencialmente cheias com vapor de ‘gua. Esse tipo de cavitagdo é muito violentoe barulhento. (6) Por outro lado, cm Agua rasa, muito mais gés €arastado pela 4gua, formando nicleas de cavitagdo. Por causa da proximidade do domo com a atmosfera na superficie livee, as bolhas de eavitagio aparccem em velocidade mais baixa. Eas est80 predominantemente cheias com 0s gases aurastados pela égua, assim esse fendmeno é conhecido como cavitagdo gasosa Reimpreso com permissto de ©. C.Lawchee ML Ble, Pan State Univer, Cavitag Autores Convidado Pena State ( Cavitagao & a ruptura da interface de um liquido ou de um fuido-s6lido, cau- sada pela redugio da pressio estitica local produzida pela agio dinimica do fuido no imerior efou fronteiras de um sistema liquide. A ruptura é a formagdo de uma bolha visivel. Os liguidos, tal como a gua, contém muitos. vazios rmicroscépicos que agem como niicleos de cavitagdo. Ocorte a cavitagao quando tais ntcleos crescem para um tamanho visivel significativo. Apesar da fervura também ser a formagio de vazios no liquido, geralmente distinguimos o fend- meno da cavitacdo porque é causado por um aumento de temperatura, em vez de redugdo de pressio. A cavitagdo pode ser usads de maneira benéfica, como em limpeza ultra-sOnica, gravago com Agua-forte, ¢ cortadores. Porém, com mais, freqUncia, a cavitacio deve ser evitada nas aplicagbes de escoamento de fluido porque deteriora o desempenho hidrodinamico, causa ruidos extremamente altos € niveis altos de vibragio e danifica (erode) as superficies que atinge. Quando as, bolhas de cavitagio entram em regides de alta pressio e quebram-se, as ondas de choque submersas algumas vezes criam lampejos. Tal fendmeno € chamado de sonoluminescéncia, A cavitagao de corpo € ilustrads na Figura 2-28. O corpo é um modeto da superficie da regio bulbosa submersa do casco de um navio. Seu formato é dessa maneira porque contém um sistema de navegardo e localizagdo sonoro (sonar) que tem formato esférico. Essa parte do casco do navio € chamada de domo do sonar. A medida que a velocidade do navio aumenta, alguns desses domos comegam a cavitar € © ruido criado pele cavitagdo toma o sistema de sonar initil. Os arquitetos © engenheiros navais e especialistas em mecfinica dos fluidos tentam projetartais domos de modo que ndo criem cavitagdo. Testes com modelos em escala permitem que 0 engenheiro veja em primeira mio se tum determinado projeto oferece desempenho de cavitacdo methorado. Porque tais testes sio realizados em tanques de provas, as condigées da égua de teste deve ter micleos suficientes para modelar as condigées em que 0 protstipo ‘opera. Isso assegura que efeito da tensio do liquide (distribuigio de nicleos) seja minimizado, As varidveis importantes s0 0 nivel do teor de eas (dis- tribuigdo dos miicleos) da dgua, a temperatura € a pressio hidrostética onde © corpo opera. A cavitagio aparece primeiro — tanto quando a velocidade V é aumentada como quando a profundidade de submersio J é diminuida — no ponto de pressio minima Cy_, do corpo, Assim, um bom projeto hidrodi- nimico requer 2(P, ~ P,VpV!'> Cray, onde p & densidade, P, = pgh & 2 referéncia & pressio estitica, C, é 0 coeficiente de pressio (Capitulo 7), ¢ P, a pressio de vapor da agua, Referéncias auch, G.C. Billet, M.L.e Deutch, S. "High-Reynolds Number Liquid Flow Measurements” in Lecture Notes in Engineering, v.46, Frontiers in Experimental Fuld Mechanics, Springer-Verlag Berlin ectado por M. Gad-el-Hak, Cap 3, p. 95-158, 198. Ross, D. Mechaniv of Underoter Noe, Pains PUL, Los Altos,CA, 1987 Basber, BP, Hille, R.A. Leste, R. Putermag, Se Wenger, KR. “Defining the Unknowns (of Sonolaminescence" Physi Reports, W281, . 65-183 1997 _ Densidade e Gravidade Especitica TAC Qual é a diferenga entre propriedades intensivas ¢ exten 32C 0 que é gravidade especifica? Como esté relacionada & densidade? Sob que condigées a hipétese de gs ideal € aplicével aos gases reais? 2-4C Qual ¢ @ diferenga entre R e Ry? Como os dois estio relacionados? 2-5 Um balio esférico com didmetro de 6 m est cheio de gés helio a 20°C e 200 kPa. Determine o nimero de moles e @ massa do bélio no balio. Pesposts: 9,28 Krol, 37.2 Ke 2-6 [GB Reconsdere 0 Problema 2-5. Usando o programa EZ EES (ou outro), investigue o efeito do didmetro do ‘aldo na massa de hélio contida no baldo para pressoes de (a) 110 kPa e (b) 200 kPa. Fagao diimetro variar de 5 m para 15 m. Trace o grifico da massa de hélio versus o dimetro para ambos 2-7 A pressio no pneu de um automével depende da tempe- ratura do ar no pnew. Quando a temperatura do ar é de 25°C, o calibrador indica 210 KPa. Se o volume do pneu é de 0,025 m?, determine 0 aumento de pressio no pneu quando a temperatura ddo ar no pneu aumenta para 50°C. Determine também a quanti- dade de ar que deve ser drenada para restaurar a pressio a0 seu ‘valor original nesta temperatura. Considere que a pressio aimosférica seja 100 KPa, FIGURA P2-7 28 Bap A deride do ar amostrico vara com 2 altitude, ‘diminuindo com o aurnento da altitude. (a) Usando cs dades da tabela, obtenha a relago da variagdo da densidade com a altitude e calcule a densidade na altitude de 7000 m. (6) Calcule a massa da atmosfera usando correlago que vocé ‘obteve. Suponha que a Terra seja uma esfera perfeita com raio de 6377 km e considere que a espessura da atmosfera seja 25 km, * Problemas identificados com letra "C” so questtes conceituais € ‘encorejemos os estudantes a responder a todos ees. Problemas com 0 icone. BY s8o abrangentes e devem ser resolvides com um computador, Usando preferenciaimente o programa EES. Zam bhai 6377 1,225 6378 42 6379 1,007 6380 0,093 6381 sige 6382 0,7364 6383 O.6601 6385 0.5258 6387 0.4135 6392 0.1948 6397 0.08891 6402 0,04008 Pressao de Vapor e Cavitacao 29C 0 que & pressio de vapor? Como esti relacionada & pressio de saturaglo? 2-10C A fgua ferve em temperaturas mais alts sob pressBes rmaiores? Explique 2-IC Se a pressdo de uma substincia for aumentada durante 6 processo de fervura, 2 temperatura também aumenta ou per- manece constante? Por qué? TH2C 0 que € cavitagio? O que a causa? 2-13 Num sistema de tubulagdes, a temperatura da gua per- ‘manence absixo de 40°C. Determine a pressio minima permis- sivel no sistema para evitarcavtaso. 14 A andise de uma hélice que dpera em gua 8 20°C mostra Gque a pressio nas extremidades da hélice cai para 2 KPa em Yelocidades alas. Determine se hé perigo de cavitasio para a helce 2-13 Uma bomba é usada para transportar 4gua para um reser- ‘atrio mais alto. Se a temperatura da Sgua for de 25°C, determine 4 pressio mais baixa que pode ocorrer na bomba sem cavitagto. Energia e Calores Especificos 2A6C Qual € a diferenga entre as formas de energia ma croscépica e microscépica? 2ATC O que & energia total? Identifique as diferentes formas de energia que constituem a energia total 2+18C Relacione as formas de energia que contribuem para & energia interna de um sistema, 2419C Como estéo relacionados uns com os outros calor, ener gia interna e energia térmica’? 2-20C © que € energia de escoamento? Fluidos em repouso ppossuem qualquer energia de escoamento? 2-21C Como se comparam as energias de um fiuido em movi mento € de um fluido em repouso? Cite os nomes de formas espectficas de energia associadas com cada caso. 2-2C Explique como as mudancas da energia interna de gases jdeais © substincias incompressiveis podem ser determinadas ‘usando-se calores especificos médios. 2-23C Explique como as mudangas da entalpia de gases ideals « substincias incompressiveis podem ser determinadas usando-se cealores especificos médios. SCO HOHHOHHHHHOHHOSHOHOHHHHHHOHHHEHHHOOOHOOEO Coeficiente de Compressibili 2-24C 0 que representa 0 coeficiente de compressibilidade de ‘um fluido? Como se diferencia de compressibilidade isotérmica? 2-25C 0 que representa 0 coefcinte de expansto de volume de um Mido? Como se diferencia do coeficiente de compresii liad? 2-26C 0 coeficiente de compresibildade de um Muido pode Scr nepativo? E o coefciente de expansio de volume? 227 Observase que a densdade de um g: {0% quando comprimido isotermicamente de 10 atm part 11 am, Determine a porcentagem de decréscimo da densdade do sis se for comprimido isotermicamente de 100 aum para io! am. 2-28 Usando a definigio de coficiente de expansio de volume © 8 expressto Bes aa = WT, moste que @ porcentagem de fumeno do volume especifico de um gis ideal durante expansGo isobrica€ igual & porcentagem de aumento da temperatura sbso- tua ideal decresce 2-29 Agua sob pressio de 1 atm & comprimida isotermica- ‘mente para a pressio de 800 atm. Determine o aumento da den- sidade da gua. Suponha que a compressibilidade isotérmica da gua seja 4,80 10-5 atm™ 2:30 Agua a 15°C e pressdo de 1 tm €aquecia para 100°C fob press constaie, Usando dados de coeficiente de expansto de volume, determine a mudanga na densidade da gua, Resposta: 38,7 hg 2-31. Refiigerantesauado-134 liguido a 10°C € estado para OFC a presso contac. Usando dados de coeficiente de expanr so de volume, determine a mudanga na densdade do rftige rane 2-32 Um reservatéio de agua esté completamente cheio com ‘gua Uiguida a 20°C. O material do reservatrio tal que pode resistr & tensio causada por uma expansio de volume de 2%. Determine o aumento méximo permissvel na temperatura sem comprometer a seguranga 2-33. Repita o Prob. 2-32 para uma expanséo de volume de 1% para égua 2-34 A densidade da dgua do mar em uma superficie Tire conde 2 pressio € de 98 KPa € aproximadamente 1020 kg/m" Considerando que 0 médulo de elasticidade da gua em grande massa seja 2.34 X 10? Nim e expressando a variagto da pressGo com a profundidade z como dP = pg de, determine a densidade a pressfo a uma profundidade de 2500 m. Despreze 0 efeito da temperatura Viscosidade 2-38C_O que € viscosidade? O que a causa nos liquides © _gases7 Os liquidos ou os gases tém viscosidade dinfmica maior? 2-86C 0 que € um fluido newtoniano? A gua € um fluido newtoniano? 2-37C _Considere duas bolas de gude langadas em dois recipi- centes idénticos, um cheio de Agua e 0 outro de éleo. Qual das bolas atingiré o fundo do recipiente primeiro? Por qué? 2-38C Como a viscosidade dinamica de (a) liquidos e (6) ‘gases varia com a temperatura? 2-39C Como a viscosidade cinemética de (a) liquidos e (b) gases varia com a temperatura? 2-40 Um bloco com dimensdes de 50 em x 30 cm X 20 cm pesando 150 N deve ser desiocado com velocidade constante de 0,8 m/s num plano inclinado com coeficiente de atrito 0,27. (a) Determine a forga F que precisa ser aplicada na dirego hori zontal. (b) Se uma pelicula de 6leo de 0,4 mm de espessura com viscosidade dinémica de 0,012 Pa - s for aplicada entre 0 bloco ¢ © plano inclinado, determine © porcentual de redug30 na forga requerido, FIGURA P2-40 2-41 Considere 0 escoamento de um fluido com viscosidade 1 atcavés de um,tubo circular. O perfil de velocidade no tubo é expresso por u(r) = tqa(l — PIR), onde tng, € a velocidade ‘méxima do escoamento, a qual ocomre no eixo central; r €a dis- tincia radial do eixo central e u(r) €a velocidade do escoamento fem qualquer posigio r. Desenvolva uma relaglo para a forga de arrasto exercida sobre a parede do tubo no sentido do escoa- ‘mento por unidade de comprimento do tubo. (7) = py = FR FIGURA P2-41 2-42. Uma chapa plana fina de dimensées 20 em X 20 em € puxada horizontalmente com velocidade de 1 m/s sobre uma camada de Gleo de 3,6 mm de espessura entre duas chapas planas, uma estacionéria e a outra movendo-se com velocidade constants de 0,3 mm/s, como mostrado na Figura P22, A vis- cosidade dindmica do dleo € 0,027 Pa « s. Considerando que a velocidade de cada camada de leo varie linearmente, (a) trace © perfil da velocidade e determine o ponto em que a velocidade do ‘leo seja nula e (b) determine a forga que precisa ser aplicada sobre a chapa para manter 0 movimento Paced fixa a FE mm Ve Lmé, 203 ms FIGURA P2-42 2443 Um corpo com forma de tronco de cone esté girando com velocidade angular constante de 200 rad/s num recipiente cheio de éleo SAE 10W a 20°C (q. = 0,1 Pa s), como mostrado na Figura P2-43. Se a espessura da pelicula de leo em todos os tados for de 1.2 mm, determine a poténcia necesséria para man- {er 0 movimento, Determine também a redugdo da poténcia de aida necesséria quando a temperatura do 6leo aumenta para 80°C (1 = 0,0078 Pa 8) | | Maya (ou Copa) eo SAE 10W 1. «: FIGURA P2-43 244 0 sistema de embreagem mostrado na Figura P24 é ‘ado para transmitie torque através de uma pelicula de éleo de 3 am de espessura com 2 = 0,38 N « s/m? entre dois discos idén- ticos de 30 cm de difmetro. Quando o eixo de acionamento gira ‘com velocidade de 1450 rpm, 0 eixo acionado gira a 1398 rpm. Supondo um perfil de velocidade linear para a pelicula de éleo, determine o torque transmitido. FIGURA P2-44 215. BI Reconsidere o Probleina 2-44 Investigue o efeito dia espessura da pelicula de deo sobre 0 torque transmitido, usando o programa EES (oa outro similar). Suponha aque a espessura da pelicula de leo varie de 0,1 mm a 10 mm. ‘Trace o grifico dos resultados e explique suas conclusbes. 2-46 A viscosidade de alguns luidos mada quando um campo elettico € aplicado sobre eles. Tal fendmeno € conhecido como feito reolégico (ER) © o$ Muidos que apresentam tal comports- mento so denominados fluidos ER. © modelo pléstco Bing- ham para tensfo de cisalhamento, expresso pela equagio t = 7, i lduldy), € muito usado para descrever © comportamento dos fMuidos ER devido 3 sua simplicidade. Uma das aplicagSes mais promissoras dos fluidos ER é a embreagem ER. A embreagem EER maltdiscos tipica consiste em vérios discos de ago espaga- dos igualmente de raio interno R, e raio extemo R,, N deles acoplados ao eixo de entrada. A folga h entre discos paralclos ¢ preenchida com fluido viscoso. (a) Determine a equagio do torque gerado pela embreagem quando 0 eixo de saida etl esta- cionério e (6) clcule o torgue para uma embreagem ER com N= It para Ry = 50 mm, Ry ~ 200 mm ¢ fi = 2400 rpm se 0 fluido for SAE 10 com w= 0,1 Pass, 7, = 2.5 Pach = 12 mm, pasta: (6) 2060 N+ m | - pt I t ino de ena, Bio dest ridnsangidtcstsl | |" Dew ecoklteek cso ecarada 4 4} repent ‘Campo magnéico varivel FIGURA P2-46 2-47 A viscosidade de alguns fluidos denominados Auidos ‘magnetoreol6zicos (MR), muda quando € aplicado um campo magnético. Tuis fluidos contém microparticulas magnetizaveis, fem suspensio num liquide transportador apropriado © so ade- {quados para usar em embreagens hidéulicas controlaveis. Veja a Figura P2-46. Os fluids MR possuem viscosidades muito :aiores do que 0s fluidos ER, e, frequentemente exibem redutor de tenso no qual a viscosidade do fluido diminui & medida que a forga de cisalhamento aumenta, Tal comportamento ¢ também cothecido como comportamento pseudoplistico e € representado ceom sucesso pelo modelo caracteristico de Herschel-Bulkley expresso pela equacio + = 1, + K(duldy)®. Nessa expressio, 7 6 a tenslo de cisalhamento apiicada, x, € 2 tensio de escoamento, K 60 indice de consistéacia © m € 0 indice de poténcia. Para um fluido Herschel-Bulkley com 7, = 900 Pa, K = 58 Pa- s" sm = 0382, (a) determine uma relagdo para 0 torque transmitido or uma embreagem MR com N discos acoplados ao eixo de entrada quando o eixo gira com velocidade angular w enquanto 0 tixo de safda permanece estacionsrio ¢(b)calcute o torque tans- mitido por uma embreagem desse tipo com N = 11 discos para R, = 50 mm, R, = 200 mm, i= 2400 rpm eh = 1,2 mm. 2-48. A viscosidade de um fluido deve ser medida com um vis- cossfmetro consttuido de dois cilindros concéntricos de 75 em {de comprimento. © didmetr extero do ilindro intemo € de 15 em, fe folga entre 0s dois cilindros € 0,12 cm. O cilindro interno {ira a 200 rpm ¢ o torque medido € 0,8 N + m. Determine a vis- cosidade do fluido, FIGURA P2-48 2-49 Em regides Jonge da entrada, 0 escoamento do fluido ‘através de um tubo circular € unidimensional e o perfil de velo- ‘cidade para escoamento laminar é dado pela equagio u(r) thag(l — PIR?), onde R € 0 raio do tubo, r & a distancia radial do centro do tubo, € gg, é & velocidade méxima do escoamento, ‘que ocorre no centro. Obtenla (a) a equagio da forga de arrasto aplicada pelo fluido numa seqdo do tubo de comprimento Le (b) © valor da forga de arrasto para escoamento de 4gua a 20°C com R= 0,08 m, L= 15m, tings = 3 ms, € 4 = 0,0010 kg/m «s SOSOHSHCHHSOOOOHHSEHOHOHHHOHH8OHOHO8ODOOE FIGURA P2-49 2-50 Repita 0 Prob, 2-89 para tng, = 5 ms Resposta (0) 0,982 1 : Tenséo Superficial e Efeito Capitar 2-S1C 0 que € tensio superficial? O que a cause? Por que a tensto superficial também € chamada de energia supericial? 2-S2C_Considere uma bolha de sabéo. A pressio no interior da botha € maior ov menor do que a pressio externa? 2-53C 0 que é efeito capita? que 0 causa? Como & afetado pelo Angulo de contato? 2-S4C Um tubo de diametro pequeno € merpulhado num Liquide cujo Angulo de contato € 110°. O nivel do liguido no tubo sabe ou desce? Explique 2-8C A ascensio capilar € maior em tubos de didmeto pequeno ou grande? 2-56 Um bo de 1,9 mm de ditmetto € mergulhado num liquido desconhecido cuja densidade € 960 kg/m’. Observa-se {gue 0 liquid sobe $ mm formando um angulo de contato de 15°. Determine a tensdo superficial do liquido. 2-87 Determine a pressio manométrica no interior de uma bola de sabio de dimetro (a) 0,2 em e (b) 5 em a 20°C. 2-58" Nutrientes dissolvidos em gua sdo levados para as partes superiores das plantas através de tubos pequenos devido em parte ao efeito capilar, Determine a altura que a solugio subiré numa 4rvore num tubo de 0,005 mm didmetro como resultado do efeito capilar, Trate a solugo como agua a 20°C com ngulo de con- Resposta: 5,75 m tato de 15" FIGURA P2-58 ‘A tensio superficial de um liquide deve ser medida usando-se uma pelicula liquida suspensa numa armagio de arame em forma de U com um lado mével de 8 cm de compri- ‘mento. Se a forga necesséria para mover 0 arame for de 0,012 N, determine a tensio superficial desse Lquido no ar. 2-60 Ao contririo do que se possa esperar, uma esfera de ago s6lida pode flumar na gua devido ao efeito da tens4o superf cial, Determine o didmetro méximo de uma esfera de ago que flu- twaria em égua a 20°C. Qual seria sua resposta para uma esfera de aluminio? Suponha que as densidades das esferas de ago ¢ de alu- _minio sejam, respectivamente, 7800 kg/m? e 2700 kg/m. Problemas de Revisdo 2-61 A pressio absoluta de um pneu de automével & medida como 290 kPa antes de uma viagem e de 310 kPa depois da viiagem. Supondo que o volume permanece constante em 0,022 m, determine a porcentagem de aumento da temperatura absoluta do ar no peu, 2-62 Um reservatétio de 20m contém nitrogénio a 25°C ¢ 800 KPa, Permite-se que parte do nitrogénio escape até que a pressio no reservatério caia para 600 kPa. Se a temperatura nesse momento for 20°C, determine a quantidade de nitrogénic due escapon. 2-63 A composigdo de um liquido com particulas s6lidss em suspenso geralmente € caracterizada pela fragio de particulas solidas tanto por peso OU masse C, gauze = My/M, COMO por volume, C,, yy = V,/Vyp onde m é massa e V Volume, Os {dices s€'nindicam sdido e mistura, respectivamente. Deduza uma expresso para a gravidade especifica de uma suspensdo em gua em fungSo de C, aus © Crt 2-64 As gravidades especificas dos sdlidos e fluidos portadores ‘de uma pasta slo usualmente conhecidas, mas a gravidade specifica da pasta depende da concentragio das particulas ssli- das, Demonstre que a gravidade espectfica de uma pasta bascada ‘em gua é expressa em termos da gravidade especifica do sélido GE, e da concentragio de massa das particulas slidas em sus- Densio C,, mana Pela expresso Resposta: 42,9 hg 2-68 Um reservatério fechado esti parcialmente cheio com gua a 60°C. Se o ar acima da égua for completamente re- movido, determine a presso absoluta no espago esvaziado, ‘Assuma que a temperatura permaneca constant, 2-66 BY variacto da viscosidade dinfmica da égua em fungio da temperatura absoluta é dada como TK Pa 273,15 1,787 x 10-2 278,15 1,819 x 10-8 283,15 1,307 x 1073 293,15 1,002 x 10 303.3 7,975 x 10-4 313,15 6,529 x 10-* 333,15 4,665 x 10-* 353,15 3,547 x 10-4 373,15 2.828 x 10-* Usando os dados tabulados, deduza uma expresso para a vis- cosidade com o formato p= p(T) = A + BT + CT? + DT? + ET", Usando a expressdo deduzida prognostique a viscosidade dinfmica da gua a 50°C na qual o valor registrado € 5,468 10“ Pa +s, Compare seu resultado com os da equagio de ‘Andrade, dada sob a forma n= De®”, onde De B sio cons- tantes cujos valores devem ser calculados usando-se os dados de viscosidade fomecidos. 2-67 Considere 0 escoamento laminar de um fluido newtonia- ae viscosidade pene duas plaas paralelas. O escoamento & no Grmensional € 0 perfil de velocidade € expresso como “tase [vik — fA), onde y € a coordenada vertical da 2 ficiedo fndo, 1 € a distinc ente as dua plas € tgs € wrelocidade maxima do escoamento que ocore no plano do Yo. Desenvolva uma expressio para a forga de arasto exercida sr mbas as placas pelo Mido na diregéo do escoamento por unidade de érea das placas. 9) = Aga = OF FIGURA P2-67 48 Alguns fuidos nfo newtonianos comportam-se como um plistico Bingham pata o qual o esforgo de cisalhamento € Expresso como r = 7, + u(duldr). No caso de escoamento lami far de pléstico Bingham num tubo horizontal de raio R, o perfil, te velosidade ¢ definido pla expressio u(r) = (APISuL)(? ~ R°) jute — R), onde APIL é a queda de pressio constante 20 Tonge do tubo por unidade de comprimento, 2 & a viscosidade Gindmica, r€ a distancia radial do eixo central er, €a tensfo de tscoamento do pléstico Bingham. Determine (a) a tensto de cisa- Thamento numa parede do tubo e (b) a forga de arrasto que atua na segio do tubo de comprimento L. 2-69 im alguns sistemas de amortecimento, um disco circular Jmerso em éleo € usado como amortecedor, como mostrado na Figure P2-69. Demonstre que 0 torque de amnortecimento € pro- potcional velocidade angular de acordo com a formula Tas: eee = Cw, onde C= OSm(Vla +1/6)R*. Suponha pertis de WElocidade tineares de ambos os lados do disco © despreze os feito das bordas FIGURA P2-69, 2-70 Deduza uma expressiio para a ascensio capilar de um liquido entre duas placas paralelas grandes, distantes entre si mergulhadas verticalmente no liquido. Considere que 0 angulo do contato seja ¢. 2-71 Considere um mancal de 30 em de comprimento lubrifi- ccado com éleo cuja viscosidade € 0,1 kg/m + s a 20°C no infcio dda operagao € 0,008 kg/m - s na temperatura operacional cons- tante prevista de 80°C. O didmetro do eixo é de 8 cm, ¢ a folga média entre 0 eixo € 0 casquilho € de 0,08 cm. Determine 0 torque necessério para vencer o atrito inicialmente e durante a coperago quando o eixo gira a 500 rpm. Problemas de Projeto e Dissertacao 2-72 Projete um experimento para medir a viscosidade de Tiquidos usando um funil vertical com um reservat6ro cilindrico de altura h e uma seco de escoamento estreita de didmetro De comprimento L. Fazendo hipdteses apropriadas, deduza uma lexpressio para viscosidade em fungio de quantidades facilmente rmensurdveis tais como densidade e vazio volumétrics. 2:73 Bscreva uma dissertago sobre ascensio de fluido para © topo das érvores através de capilaridade e outros efeitos. 2-74 Esereva uma dissertacio sobre Sleos usados em motores de automéveis nas diferentes estagdes do ano € suas viscosi- dades. SCSEHHDESSSEF HOS HSHHHOHSOHHOHHHOHOHOOHHSSSO 3 CAPITULO Dec Pe cem nmr repouso ees ececn es ei See ee) eee tod Pecan sree ced urante a aceleragao linear iirc PRESSAO E ESTATICA DOS FLUIDOS ste capitulo trata das forgas aplicadas pelos fluides em repouso ou em movi- 6 a pressdic, que é uma forca normal exercida por um fluido por unidade de frea. Iniciamos este capitulo com uma discusso detalhada sobre a pressio, incluindo as pressfes absoluta e manométrica, a pressio em um ponto, a variagdo da pressdo com a profundidade em um campo gravitacional, 0 mandmetro, 0 barémetro e 08 dispositivos de medigio da pressfo. A seguir temos uma discussdo sobre as forgas hidrostdticas aplicadas aos corpos submersos com superficies planas ou curvas. Em seguida, consideramos a forga de flutuacdo aplicada pelos fuidos aos corpos submersos ou flutuantes ¢ discutimos a eszabilidade desses cor- pos. Finalmente, aplicamos a segunda lei de movimento de Newton a tum corpo de Fluido em movimento que se comporte como um corpo rigido, e analisamos a variagio da pressio em fluides que passam por aceleragio linear e aos que esto ‘em contBineres giratérios. Este capitulo utiliza extensivamente 0s balangos de forga para corpos em equilrio estitico, e ser4 stil que os tépicos relevantes da estética sejam revisados antes.

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