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oe ieenaden ol 4_HISTORIA E SOCIOLOGIA « Esper Y _Espero que bastem agumas constatag previas para situar o presente capitul \ se entende muito frequentemento — ¢ a mae pre — por sociologia, essa. cidncia ilobad tat nos_principios do século, Emile Durkheim ¢ Frangois Simiand g aspiravam fazer; ciéne vi 7 i ainda nao existe, mas para que nao se deixi rh de tender, mesmo no caso de nunca ge nine a atingi- la. FEntendo por historia uma iny. tigagao cientificamente dirigida, ¢m_ ultimo x: tremo, un ciéncia, mas complex uma histori ia, um oficio de _historiador, mas sim, oficios, ‘hi. storias, uma soma de curiosidades, de _pontos de vista, de possi les; soma & qual, L£ uro, outras curiosidades, outros _pontos de vista e ottras possibilidades se virao ainda ea _acrescentar. Talvez me faca compreender me- lhor por um socidlogo — que tende, como os * Fernand Braudel: «Histoire ct Sociologics no Traité de Sociologie, de Georges Gurvitch, Paris i filésofos, a ver na hist regras ‘oria de uma ver poe tition com pt tem tantas mere emPre — se Gina igi de abenas Manelras, discutiveig ¢ yl ee _Bbordar 0 passado veis © diseutia existem peran Quantas as afi ita, pode mene a, 0, Presents. Que gpa Pod MO Ser considerada coro’ Hist tudo do presente. ‘como um cents Ps * Certo, prc isto, que ninguém eg, aera nee ey sequer ‘una 2m de espostas, as habituais perguntay cutin relagSes entre histria e soicloga sobre as ena da polémica, continuamente Las ainda que nio seja nunca a = ; mest vizinhos que nio podem ignorarse nen ake cer-se perfeitamente e que, nas suas dis sdes, quando se definem, 0 fai = mente. Ex a wem unilateral fe. Existem falsas polémicas, tal como exis- tem falsos problemas, Em todo.o.caso-o-di- Jogo_do -socidlogo-e—do—historiador_coastiti quase sempre um falso didlogo. Quando Fran- ois Simiand polemiza com Charles Seignobes, pensa estar a falar com a histéria, quando, Fealidade, 0 est a fazer com uma certa hist ria, aquela que foi baptizada por Henri Beer tom o nome de historizante’. Quando s Ce 8 1A. eélebre controversia inicio ania propbsito do livro de Paul LacomPe, De this Z vehinde comme science, Paris; 1804. 0 ST sealer gots Stmiand «Méthode historique ot science 2008" ‘na mesma €poca, com Henri Hauser, seam o mais brilhante historia: decerto, Ojo; mas com um historiador demasiado habil advogado, e nas antigas ficio, Deveria ter-se dirigido @ Tam adversirio da sua “correria entiéo 0 Tisco de se 26 € possivel quando prestam a ela, quando con- ster com sabre> *, para utilizar setgwras. de um historiador ieitado ¢ diver pelevfue replieava hi. j& muito tempo, em 1900, tide adtigo seu, exactamente o proprio Pau! Lacombe. Este apaixonado da historia, no seu Maso de fazer uina Pala et VAtlontique, tomo I, pag. XI. (0 tempo, claro esté, que a engleba); funcdo deste tempo ¢ néo s6 das duragdes que reparte com outras experiéncias gociais. 5—Fui vitima de ilus6es faceis? Mostrei o oficio de historiador transbordando dos seus antigos limites, pondo praticamente em discus- 80 0 proprio campo da ciéncia social, movendo & sua curiosidade em todas as direcedes. Nos Principios deste século, para a psicologia: era a €poca em que Werner Sombart afirmava que © capitalismo é, antes de mais, espirito (muito mais tarde, sempre nesta mesma linha de con- quista, Lucien Febvre falara de ee mental). Depois, aproximadamente na 4 si dos trinta, para a economia politica conjun- tural, que Frangois Simiand revelou aos histo. riadores franeeses. E, desde hd muito, para a geografia. Constatar-se-4 0 pouco que o mar- xismo sitiou, ao longo deste século, 0 nosso oficio. Mas as suas infiltragées, as suas tenta- q6es € as suas influéncias foram miltiplas ¢ poderosas: faltou apenas, nesta primeira me- tade do século XX, a obra mestra de histéria marxista que teria servido de modelo e de ponto de reuniao: ainda estamos & espera dela. Esta enorme influéncia desempenhou, no entanto, a sua fungdo entre as numerosas transforma- gSes do nosso oficio que obrigaram o historia- dor a desprender-se dos seus costumes, a con- trair outros novos, a sair de si proprio, dos seus aprendizados, para nao dizer dos seus éxitos pessoais. Existe, no entanto, um limite secreto e exigente a estas migracées e meta- morfoses *. Nao penso que seja possivel fugir A histé- ria. B neeessario que -o ‘Socidlogo descontie. A filosofia (da qual vem é na qual permanece) Prepara-o demasiado bem para nio ser sen- sivel a essa necessidade concreta da histéria. As técnicas de investigacdo podem consumar * A versio original de chistéria © sociologias, reprodua ein segulda, literalmente, a parte T—excepto SuPrimelto parégrafo—da seccio IV de , Revue de méthaphysique et de morale, Paris, 1955, pags. 225-247. SIMIAND, FRANCOIS: «Méthode historique et science sociales, Revue de synthése historique, 1903, pags. 1-22 e 129-157.

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