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ARGAMASSAS E REVESTIMENTOS

Funções dos revestimentos

 Ajudar a proteger a edificação contra a penetração da chuva e de outros


fenômenos atmosféricos
 Aumentar a durabilidade e reduzir os gastos de manutenção das edificações
 Encobrir uma superfície cujo acabamento final não é considerado satisfatório,
obtendo um efeito estético melhorado
Requisitos de desempenho
 Capacidade de absorver deformações (movimento térmico, higroscópico e
diferencial entre os componentes)
 Aderência à base - f (capacidade de absorver deformações, rugosidade da base,
cuidados com a preparação)
 Resistência ao impacto e desgaste superficial
 Baixa permeabilidade ou impermeabilidade à água

 Permeabilidade ao vapor de água

DEFINIÇÃO
Argamassa: Misturas homogêneas de um ou mais aglomerantes, agregados
miúdos e água, podendo ter adicionado à esta materiais (aditivos) com a finalidade de
melhorar determinadas propriedades. Tem a propriedade de aderir a materiais porosos e
de endurecer após certo tempo.

Componentes das argamassas


 Cimento
 Cal
 Gesso
 Agregado miúdo (areia)
 Aditivos

Argamassa de Assentamento

Propriedades

 Trabalhabilidade: uma argamassa tem boa trabalhabilidade quando se distribui


com facilidade ao ser assentada, preenchendo todos os vazios. Não se separa ao
ser transportada, agarra a colher do pedreiro, não endurece quando toca blocos
de sucção alta, e permanece plástica por um bom tempo.

 Retentividade de água: está relacionada com a manutenção da consistência da


argamassa. É a propriedade da argamassa de não perder a água que possui para o
elemento onde foi assentada.

 Aderência: não é uma característica própria da argamassa. Depende das


condições da mesma, e da unidade da alvenaria. A aderência é um processo
mecânico; a argamassa se ancora na alvenaria pela penetração nas suas
reentrâncias.

 Resistividade mecânica: o principal esforço que a argamassa de assentamento


sofre é o de compressão. Também sofre flexão e cisalhamento por esforços
laterais nas paredes, porém em menor quantidade.

Propriedades da argamassa de revestimento

Quando fresca
 Adesão inicial: é a propriedade que a argamassa fresca de revestimento possui
de permanecer adequadamente unida à base de aplicação, após o seu lançamento
manual ou mecânico, auxiliada pela sua plasticidade - traduzida pela coesão
entre as partículas sólidas - e dificultada pela influência da força da gravidade.
Adesão inicial é uma das principais propriedades tecnológicas para a
determinação de trabalhabilidade requerida às argamassas.

 Consistência e plasticidade: são os principais fatores condicionantes da


trabalhabilidade das argamassas, a qual pode garantir que o revestimento fique
adequadamente aderido ao substrato e dar o acabamento superficial conforme
prescrito, caso essa propriedade não seja muito alterada pelas características do
substrato. A consistência e a plasticidade podem alterar-se completamente em
função da relação água/aglomerante, da relação aglomerante/areia, e da natureza
e qualidade do aglomerante. São vários os métodos empregados para a medida
da consistência. Os métodos que impõem à argamassa uma deformação através
de vibração ou choque medem ao mesmo tempo a consistência e a plasticidade.

 Retenção de água de consistência: define-se retenção de água de uma argamassa


como a propriedade que a mesma possui de reter mais ou menos água de
amassamento ao entrar em contato com uma superfície de maior nível de
absorção. Nas argamassas mistas de cimento e cal, os aglomerantes são os
principais responsáveis pela capacidade de retenção de água. No entanto as
partículas de agregado também são responsáveis por essa propriedade.

Quando endurecida

Resistência mecânica (capacidade de absorver deformações): É a propriedade das


argamassas endurecidas de acompanhar a deformação gerada por esforços internos ou
externos de diversas origens e de retornar à dimensão original quando cessam esses
esforços sem se romperem, ou através do surgimento de fissuras microscópicas que não
comprometam o desempenho do revestimento no que diz respeito à aderência,
estanqueidade e durabilidade. A resistência mecânica é uma das principais propriedades
responsáveis pelo êxito das argamassas nas diversas funções do revestimento, para tanto
devem apresentar módulo de deformação compatível com cada função. As solicitações
às quais as argamassas de revestimento se encontram submetidas são:
a. Movimentação volumétrica da base - a variação dimensional por umedecimento
e secagem é a mais comum, que ocorre por ação dos agentes externos, como
temperatura e umidade;

b. Deformação da base - devido a deformação lenta do concreto da estrutura e


recalques das funções;

c. Movimentação do revestimento - ligadas às condições climáticas, as variações


de temperatura provocam o fenômeno de dilatação e contração do revestimento;

d. Retração do revestimento - tensões internas são provocadas pelo movimento de


retração em conseqüência de uma diminuição de volume devido à perda de água
para a base, por evaporação, e ainda devido às reações de hidratação do cimento.
Quando as tensões internas atuantes no revestimento superam a sua resistência à
tração, surge a fissura. A retração pode ocorrer após a secagem do revestimento,
por variações no ambiente.

CARACTERÍSTICAS DE ALGUMAS ARGAMASSAS:

As argamassas de cal aéreas possuem mais coesão do que as de cimento, por


esse motivo precisam de menor quantidade de aglomerantes para se obter uma massa
com trabalhabilidade adequada para rejuntamentos e revestimentos.

Já argamassas magras de cimento, com acréscimo de cal, ficam mais


trabalháveis. As argamassas de cal retêm a água de amassamento por mais tempo.
Quando estão secos, as pedras, os tijolos e os blocos de alvenaria absorvem com maior
rapidez a água das argamassas de cimento do que das argamassas de cal. Quando a
argamassa de cal seca e endurece, geralmente ocorre uma diminuição de volume do
material. Essa diminuição do volume será maior proporcionalmente à quantidade de cal
e água usadas na mistura. Pode ocorrer o aparecimento de fissuras nesse tipo de
argamassa quando o processo de secagem torna-se demasiadamente rápido devido à
ação do sol e do vento ou quando a sua retração (quando endurecido) for impedida.

Também pode haver danificação dos revestimentos externos de argamassa cal


em locais atingidos pela água. Uma argamassa com qualidade deve ter todos os grãos do
material inerte (o agregado miúdo) envolvidos e aderidos pelo material ativo (a pasta) e
os espaços entre os grãos do agregado miúdo devem ser preenchidos pela pasta. Para
uma boa aderência entre o agregado e o aglomerante, é necessário que o primeiro esteja
limpo e molhado pela água.

No caso das argamassas mistas o cimento é o aglomerado que tem maior


resistência.

O DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO

O desempenho de um produto é definido pelo grau de satisfação das


necessidades do usuário. No caso dos revestimentos, a principal exigência de
desempenho é a durabilidade, deve ser entendida como a aptidão de um produto em
atender às necessidades de seus usuários, ao longo do tempo, no ambiente específico em
que é empregado. Para a utilização de revestimentos com bom desempenho é preciso
compreender as funções e propriedades das argamassas que os constituem e dos
substratos que lhes servem de base. A avaliação de desempenho deve abranger a fase de
construção e de uso do edifício.

Fatores que afetam o desempenho na fase de construção

O desempenho durante a fase de construção está ligado à facilidade de aplicação das


argamassas, a qual está relacionada com os seguintes fatores:

 Grau de umedecimento da base

 Adesão inicial

 Espessura final do revestimento

 Facilidade de produção

 Facilidade de acabamento

 Método de aplicação

 Tempo disponível entre a mistura e a aplicação

 Tempo disponível entre a aplicação e o desempenamento


 Risco de fissuração

 Desperdícios

 Adequação à estrutura produtiva da obra

Fatores que afetam o desempenho da fase de uso

Como exposto acima, a durabilidade é o principal requisito de desempenho exigido


das argamassas de revestimento, que depende dos seguintes fatores:

 Exposição a intempéries

 Efeitos da poluição atmosférica

 Especificações de acabamentos

 Detalhes arquitetônicos

 Características da base

 Propriedades da argamassa fresca e endurecida

 Características e proporção dos materiais constituintes

 Danos causados por abrasão ou impacto

 Manutenção periódica

Em cada um desses itens há um grande número de variáveis que não devem ser
estudas em um único programa de testes. As manifestações patológicas dos edifícios
têm mostrado que a aderência, em particular, tem efeito marcante na durabilidade dos
revestimentos argamassados. E os fatores que afetam a aderência podem ser divididos
em três grupos:

 Fatores ligados ao projeto

 Fatores inerentes aos materiais


 Fatores que dependem da mão-de-obra

Fatores que influem na resistência dos revestimentos e na sua evolução:

Quantidade de cimento - a resistência mecânica das argamassas (tração,


compressão, abrasão e aderência) é melhorada com o aumento do consumo de cimento.

Teor de cal - a resistência mecânica aumenta com pequenos volumes de cal na


argamassa e decresce significativamente com teores mais elevados. Um teor equilibrado
de Cal (0,25 a 1,0) confere ao revestimento um ganho de aderência, pois esse
aglomerante aumenta a capacidade dos revestimentos de resistir a deformações. Há,
contudo que se ter cuidado com a cura, pois a cal tem um endurecimento lento em
presença o gás carbônico contido no ar. Somente após 30 dias ocorre a recarbonatação
superficial completa do hidróxido de cálcio.

Incorporação de ar - esta propriedade diminui a massa volumétrica aparente da


argamassa, tendo por conseqüência menor resistência mecânica.

Relação água/cimento - é um fator determinante de resistência mecânica. No


entanto deve ser interpretado com reserva quando se trata de revestimentos. Nas
argamassas ricas em aglomerante, maiores valores de aderência poderão ser
conseguidos com um aumento de plasticidade (maior teor de água). Em revestimentos
com argamassa pobre em aglomerante, só um ponto ótimo no fator água/cimento poderá
incrementar a resistência mecânica sem prejuízo da trabalhabilidade, resultando na
otimização da aderência.

REVESTIMENTOS

“É o cobrimento de uma superfície com uma ou mais camadas superpostas de


argamassa, apto a receber acabamento decorativo ou constituir-se e, acabamento
final” - NBR 13529/1995
Os tipos de revestimentos variam de acordo com o material que utilizam.
Normalmente são compostos por argamassa de cimento ou gesso.

Ao longo do tempo, independente do tipo do material ou do uso à que se destina,


deve-se exigir sempre as mesmas funções básicas dos revestimentos argamassados:

 Unir;

 Vedar;

 Regularizar;

 Proteger.

As camadas de constituição dos revestimentos são denominadas de emboço e


reboco, podendo-se, caso necessário, aplicar previamente um suporte de revestimento
(tela metálica, por exemplo) ou uma camada de chapisco. A função unir é básica nas
argamassas de assentamento, entretanto pode ser estendida às argamassas de
revestimento quando utilizamos o chapisco, responsável pela boa união entre os
substratos de concreto e as camadas posteriores do revestimento.

O revestimento tradicional de argamassa se compõe de três camadas:

 Chapisco - Camada inicial para aumentar a aderência ao substrato. Camada


áspera e irregular. Espessura máxima = 5 mm. Regulariza a absorção da
superfície da base. Propicia a aderência da camada subseqüente.
 Emboço - Camada intermediária que ajuda a cobrir as irregularidades do
substrato. Camada de regularização (niveladora) da superfície da base*.
Espessura entre 10 e 15 mm. Espessura superior a 15 mm: preenchimento em
mais de uma camada. Papel importante na estanqueidade da parede.
 Reboco - Camada final de acabamento. Camada com textura superficial suave e
regular. Espessura entre 5 e 10 mm.

* Procedimento a ser tomado em função da profundidade de irregularidades na


superfície da base:
1. Até 30 mm de profundidade: argamassa de emboço.
2. Entre 30 e 50 mm: tela metálica sobre as irregularidades.
3. Maior que 50 mm: reconstrução da parede ou encasquilhamento.

Atualmente existem argamassas pré-misturadas que permitem a diminuição do número


de camadas1. Chama-se de revestimento monocamada. O revestimento de gesso, em
geral, é composto por uma camada única.

CLASSIFICAÇÃO E TIPOS:

As argamassas podem possuir diversos tipos de classificação. As argamassas são


classificadas segundo seu emprego, tipo de aglomerante, número de elementos ativos,
dosagem, técnica aplicada e consistência.

Segundo sua consistência classifica-se em: secas, plásticas e fluidas.

1
- O Guia Weber 2009, Weber Quartzolit. Sistema de revestimento em paredes. Revestimento
monocamada (Rebofin e Multimassa Uso Geral Quartzolit).
Segundo o tipo de aglomerante classificam-se em: hidráulicas (que endurecem
pela ação química exclusiva da água), aéreas (que endurecem pela ação química do CO2
do ar) e mistas (compostas por um aglomerante hidráulico e um aéreo).

Em relação à técnica aplicada:

 Aderentes – argamassas, cerâmicos (argamassas colantes e pastas de resina).

 Não aderentes – fixados por dispositivos (parafusos, pregos, grampos),


simplesmente apoiados.

Em relação ao seu emprego, encontramos:

 Argamassa de assentamento
 Argamassa de revestimento de paredes
 Argamassa de revestimento de piso
 Argamassas colantes
 Argamassa de recuperação de estruturas

Das quais constam:


1. Argamassa aérea: Preparada com aglomerantes aéreos
2. Argamassa hidráulica: Preparada com aglomerantes hidráulicos
3. Argamassa de cal: Preparada com a cal como aglomerante
4. Argamassa de cimento: Preparada com o cimento como aglomerante
5. Argamassa de cimento e cal: Preparada com o cimento e a cal como
aglomerantes
6. Argamassa simples: Argamassa preparada com um único aglomerante
7. Argamassa mista: Argamassa preparada com dois ou mais aglomerantes
8. Argamassa aditivada: Possui características no estado fresco ou endurecido
melhoradas pelo uso de algum aditivo
9. Argamassa colante: Argamassa na qual são adicionados polímeros que
modificam as características quando da adição de água, formando uma massa
viscosa, plástica e aderente
10. Argamassa redutora de permeabilidade
11. Argamassa radiológica: Argamassa de cimento que contém barita (sulfato de
bário) ou outro tipo de agregado que impeça a passagem de radiações.
12. Argamassa termo isolante: Possui características de elevada aeração ou com uso
de agregado leve que confere menor condutividade térmica em relação à
argamassa comum.

Em relação aos seus aglomerantes, as argamassas de assentamento podem ser:

 Argamassa simples de cal: é uma mistura de areia e cal que preenche os vazios
entre os blocos ou tijolos, cimentando-os. A cal pode ser de dois tipos: a cal
virgem e a cal hidratada. A primeira, para ser usada, deve passar por um
processo de hidratação; enquanto que a segunda pode ser comprada pronta. A
cal pode se apresentar em três estados para a mistura com o agregado na
formação da argamassa: pasta, leite de cal ou pó. A cal dá à argamassa uma boa
trabalhabilidade e capacidade de reter água, entretanto, quando está endurecida,
apresenta baixa resistência. Apresenta baixa resistência mecânica.
 Argamassa simples de cimento: as argamassas de cimento e areia são indicadas
para suportar maiores cargas, pois possuem alta resistência. Argamassas ricas
em cimento têm boa trabalhabilidade, porém são pouco econômicas. Alta
retração por secagem; tendência à fissuração. Não devem ser aplicadas sobre
bases de baixa resistência e alta porosidade (concreto leve, celular, blocos e
tijolos leves). Secam rapidamente, possui baixa plasticidade, baixa retenção de
água. Para ter-se o máximo de qualidade deve-se observar os cuidados com a
estocagem e o prazo de utilização.

 Argamassa mista de cimento e cal : São as mais indicadas para revestimentos em


argamassa. Tem proporções adequadas de cada componente, cada qual
contribuindo com suas características, formando uma mistura mais completa. A
função da cal é plastificante, por sua capacidade de reter água e ter
trabalhabilidade. A função do cimento é dar resistência e aumentar a velocidade
de endurecimento. Esse tipo de argamassa se adapta e é indicada para vários
usos em alvenaria (seja ela estrutural ou não).

 Argamassa mista de cimento e saibro: é uma argamassa de cimento em que o


saibro atua como plastificante, aumentando o volume da mistura e melhorando
sua trabalhabilidade. Não se sabe muito sobre o emprego do saibro nas
argamassas, mas seu uso vem de uma tradição herdada dos antigos mestres de
obra. Vale também por sua economia.

Revestimento do tipo massa raspada:

A massa é batida em argamassadeiras ou manualmente em masseiras. A mistura


manual não é recomendada porque a falta de homogeneidade pode provocar o
aparecimento de manchas e grumos esbranquiçados, além de diferenças de tonalidade.
A massa é aplicada (chapada) com colher de pedreiro ou desempenadeira.
Quando atinge o ponto de sarrafeamento (teste do dedo, que não deve afundar quando
pressionado contra a massa), ela é desempenada com régua. Algumas firmas
desempenam durante a aplicação da massa, mas não sarrafeiam depois. Quando a
argamassa adquire mais resistência e quase não desagrega com a passada de uma
lâmina, ela é raspada, normalmente com as costas de um serrote. Essa lâmina deve ficar
inclinada (veja esboço abaixo), e não perpendicular à parede, senão a superfície fica
ranhurada.

Traços de argamassas:
(1) Tipos de base de acordo com as características apresentadas:
 Lisa, densa e de resistência elevada: concreto, bloco de concreto e tijolo
cerâmico
 Resistência e porosidade médias: bloco cerâmico, tijolo cerâmico, bloco de
concreto medianamente resistente, bloco sílico-calcário
 Resistência baixa e porosidade elevada: concreto leve e celular; blocos e tijolos
leves
 Porosidade muito elevada: concreto sem finos com poros abertos e grandes
 Tela metálica: estrutura aberta

(2) Tipos de acabamento


A - desempenado - liso ou feltrado
B - raspado ou texturizado
C - chapiscado ou rústico

(3) Os algarismos romanos entre parênteses representam os traços mais indicados dentre
os recomendados.

Exemplos de argamassas de revestimento para fins decorativos


Atualmente dispõe-se de uma infinidade de opções de argamassas texturizadas.
Muitas são encontradas prontas para a aplicação, algumas necessitam de preparo.

A aplicação das argamassas decorativas geralmente é feita sobre a parede já


rebocada, geralmente seguem uma composição básica:

 Resina Acrílica: Assemelha-se às massas corridas, seu uso é indispensável. É


diluída em água.

 Hidrorrepelente: Tem função de repelir a água, funcionando como uma espécie


de impermeabilizante.

 Biocida: Usados em misturas onde não há cal. Evitam o surgimento de fungos e


bactérias que causam mofo.

 Minerais: São os agregados da argamassa, as texturas são formadas conforme as


dimensões dos grânulos.

 Pigmento: É o que confere cor à argamassa, conforme a resina acrílica utilizada,


dispõe-se de um certo número de cores oferecidas pelo fabricante.

Algumas argamassas texturizadas podem receber pintura posterior à aplicação,


qualidade esta que varia conforme a composição. A maioria dessas argamassas pode ser
aplicada tanto em interiores como em exteriores.

Os efeitos texturizados são dados durante a aplicação da massa, com o auxílio de


ferramentas como: rolos texturizados, rolos comuns, luvas, espátulas, rodos,
desempenadeiras, etc.

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA EM OBRA


Normalização Brasileira
• NBR 7200/1998 – Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas
inorgânicas – Procedimento.
• NBR 13281/2001 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
Requisitos.
• NBR 13530/1995 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas.
• NBR 13749/1996 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas –
Especificação.

ESQUADRIAS
1. Finalidade
As esquadrias são componentes da edificação que asseguram a proteção quando
a penetração de intrusos, da luz natural e da água. Com a sua evolução, as esquadrias
deixaram apenas de proteger e adquiriram também o lugar de decoração de fachadas.

2.1 Tipo
2.1.1 Esquadria de madeira

A madeira representa o primeiro tipo de material utilizado como componente


para a fabricação das esquadrias, sendo, portanto, muito observada nas edificações
históricas mais antigas. Com o decorrer do tempo e o surgimento de materiais
alternativos, a madeira perdeu parcela significativa de mercado, o que vem sendo
retomado atualmente devido à evolução no seu processo de produção, possibilitando a
disponibilidade de grande variedade de modelos com desempenho compatível com as
exigências do mercado. Algumas das madeiras normalmente utilizadas são a imbuia, o
mogno, o angico, a jatobá, entre outras.

Normalmente, as esquadrias de madeira são entregues na obra já montadas, com


travamentos de proteção entre as folhas e fechos, devendo ser chumbadas às alvenarias
por meio de pregos ou grapas, ou ainda fixados em contramarcos previamente
colocados na parede.

Dentre as vantagens relacionadas com este tipo de esquadria em relação às


demais pode-se citar o custo mais acessível, facilidade de execução e de montagem, e
como desvantagens encontra-se a durabilidade e a segurança.
2.1.2. Esquadrias metálicas

Os componentes metálicos também representam uma tecnologia antiga para a


fabricação de esquadrias, advinda desde meados do século 19, quando se utilizavam
perfis de ferro laminado preparados e ajustados em pequenas serralharias. As esquadrias
metálicas atualmente utilizadas para a confecção de esquadrias são de aço, mineral
constituído essencialmente de ferro e carbono, com pequenas quantidades de manganês,
fósforo, enxofre ou silício. Para reduzir a possibilidade de ocorrência de corrosão, as
ligas são compostas também com cobre, e as esquadrias podem receber ainda
revestimento superficial com camada microscópica de zinco (aço galvanizado), que atua
como barreira de isolamento e como cátodo de sacrifício, ou seja, oxida-se em lugar do
aço.

As esquadrias metálicas são também entregues na obra prontas para o


assentamento, devendo-se ter muito cuidado no tocante ao contato dos perfis com
argamassa, a qual deve ser removida preferencialmente sem o auxílio de espátulas ou
lixas grossas que possam danificar a proteção superficial. Além disso, não se deve expor
este tipo de esquadria a ácidos, os quais podem reagir quimicamente com o aço, mesmo
protegido, deteriorando o material. A instalação é, em geral, realizada em vão
rigorosamente esquadrejado, o que pode ser obtido por meio da utilização de gabaritos
ou contramarcos pré fixados na alvenaria.

O peso elevado destas esquadrias, que dificulta a sua adequada instalação, e a


necessidade de contínua manutenção preventiva quanto à ocorrência de corrosão são os
principais pontos negativos relacionados com este tipo de componente, o que pode ser
compensado pelo seu bom desempenho quanto à segurança, e também o seu efeito
estético.

2.1.3. Esquadrias de PVC

Trata-se de uma tecnologia moderna utilizada para a fabricação das esquadrias.


Conforme ilustra a figura 1.1., o composto de PVC (policloreto de vinila) utilizado para
esta finalidade deve ser obtido a partir de uma mistura íntima entre o etileno, cuja
matéria prima é o petróleo, e o cloro. A resina de PVC formada nesta mistura recebe
uma incorporação de aditivos especiais necessários para o atendimento de requisitos de
desempenho importantes para o produto, tais como resistência ao intemperismo, rigidez
e resistência mecânica.
As esquadrias de PVC possuem uma câmara interior oca que é preenchida com
perfis metálicos de aço galvanizado, reforçando a estrutura quanto aos esforços
mecânicos.

Algumas das características intrínsecas das esquadrias de PVC são: apresentam


facilidade de manutenção e limpeza; são resistentes a agentes biológicos; são
autoextinguíveis, isto é, não propagam chamas em caso de incêndio; têm maior
capacidade de manutenção da temperatura interna dos ambientes, devido ao seu baixo
coeficiente de transmissão do calor, entre outros.

Uma das grandes vantagens quanto ao uso deste tipo de esquadria está
relacionada com a moldagem dos perfis, a qual, neste caso, é realizada por meio de
soldagem a quente, de modo que não há aberturas nas ligações entre os perfis,
proporcionando excelente desempenho desta esquadria quanto à estanqueidade. O seu
alto custo, por enquanto, representa a sua maior desvantagem, aliado ao pouco uso ainda
nas condições ambientais nacionais.

2.1.4. Esquadrias de alumínio

É o tipo de esquadria mais largamente utilizado na construção civil atualmente,


especialmente no Brasil a partir da década de 50, tendo na construção da cidade de
Brasília, no Distrito Federal, o seu grande marco inicial.

As esquadrias de alumínio são também entregues prontas para instalação na


parede, a qual é feita sobre contramarco assentado diretamente na alvenaria, cuja função
é garantir a vedação e regularização do vão.
O uso intensivo do alumínio para composição das esquadrias se deve à sua
grande leveza, aliada a uma grande resistência mecânica, o que lhe proporciona
facilidade de transporte e montagem, e à durabilidade satisfatória quanto à ação de
agentes agressivos naturais como maresia ou regiões industriais, e sua estabilidade
dimensional.

3. Tipos de portas e janelas

A depender da geometria e distribuição das aberturas, existem diversos tipos de janelas


e portas cujas vantagens e desvantagens devem ser consideradas de acordo com as
características específicas de cada projeto. Os tipos mais comumente utilizados estão a
seguir descritos, inclusive com as respectivas representações utilizadas para
identificação em projetos.

3.1. Portas e janelas de correr

• Características: Apresentam uma ou mais folhas que se movimentam por deslizamento


horizontal no plano da folha.

• Vantagens: Indicadas para grandes vãos; fácil operação; ventilação regulável


conforme a abertura das folhas; não interfere nas áreas internas, possibilitando a
instalação de grades, persianas ou cortinas;

• Desvantagens. Apresenta vão livre para circulação de ar de apenas 50%; dificuldade


de limpeza na face externa; exige manutenção e limpeza constantes dos trilhos
inferiores, em face do risco de infiltrações de água através dos trilhos.

3.2. Portas e janelas de abrir

• Características: É formada por uma ou mais folhas que se movimentam mediante


rotação em torno de eixo verticais fixos, coincidentes com as laterais das folhas;

• Vantagens: Quando aberta, libera 100% do vão para ventilação; fácil limpeza da área
externa;

• Desvantagens. Ocupa espaço interno quando abre para dentro; não permite regulagem
ou direcionamento do fluxo de ar; deve ser mantida fechada em caso de chuva; não
permite tela ou grade, se abrir para fora, ou cortina, se abrir para dentro.

3.3. Janela maxim ar ou projetante deslizante


• Características: possui uma ou mais folhas que podem ser movimentadas em torno de
um eixo horizontal, com translação simultânea deste eixo;

• Vantagens: permite ventilação nas áreas inferiores do ambiente mesmo com chuva
sem vento; não ocupa espaço interno; com braço de articulação adequado pode abrir em
ângulo de até 90º, facilitando limpeza e ventilação;

• Desvantagens. Exige cuidados quando da incidência de rajadas de vento; a abertura


para o lado de fora limita o uso em áreas térreas; não permite uso de grades ou telas pela
face exterior.

3.4. Janela gilhotina

• Características: é formada por uma ou mais folhas que se movimentam por


deslizamento vertical no plano da janela;

• Vantagens: possui vantagens similares às da janela de correr, especialmente se as


folhas possuírem sistemas de travas e balanceamento. Caso contrário, as folhas devem
possuir retentores para permitir o controle de movimentos;

• Desvantagens. Além das desvantagens descritas na janela de correr, exige rigorosa


manutenção para regular a tensão das travas e retentores; apresenta risco de queda.

3.5. Janela basculante:


• Características: possui eixo de rotação horizontal, centrado ou excêntrico, não
coincidente com as extremidades superior e inferior da janela;

• Vantagens: ventilação constante com chuva de pouco vento; facilidade de limpeza das
áreas externas; pequena projeção interna e externa, possibilitando o uso de cortinas e
grades; favorece o direcionamento de ar;

• Desvantagens. Não libera totalmente o vão; apresenta estanqueidade reduzida em face


do grande comprimento de juntas.

3.6. Janela pivotante (horizontal ou vertical)

• Características: possui uma ou várias folhas que podem ser movimentadas mediante
rotação em torno de um eixo horizontal vertical não coincidente com as laterais e
extremidades da folha;

• Vantagens: facilidade de limpeza da face externa; permite o direcionamento do fluxo


de ar para cima ou para baixo (horizontal), direita ou esquerda (vertical);

• Desvantagens. Dificuldade para instalação da tela, grade, cortina ou persiana.

3.7. Janela de tombar

• Características: possui uma ou mais folhas que podem ser movimentadas mediante rotação de
um eixo horizontal fixo, situado na extremidade inferior da folha;
• Vantagens: ocupa pouco espaço interno; propicia abertura gradual;

• Desvantagens: utilização restrita a pequenos vãos.

3.8. Janelas Sanfonadas


 Folhas articuladas entre si
 Deslizamento das folhas: sobre um rebaixo feita no marco
 Vantagens: ótima eficiência na ventilação (100% do vão)

Batente

4. Componentes:
 Batente
 Folha e caixilho
 Ferragens
 Contramarco ou contra-batente
 Marco ou batente
 Guarnição

5. PORTAS
Compõem-se de batente, que é a peça fixada na alvenaria, onde será colocada a
folha por meio de dobradiças. A folha é a parte móvel que veda o vão deixado pelo
batente e por fim a guarnição, que é um acabamento colocado entre o batente e a
alvenaria para esconder as falhas existentes entre eles.

6. TIPOS
6.1. Porta Balcão
São portas que comunicam dormitórios com o terraço ou sacada, mais
modernamente em qualquer ambiente. Podem ser consideradas como um misto de porta
e janela. Porta, porque permite comunicação entre dois ambientes e janela, porque
permite a iluminação e a ventilação.
Compõem-se internamente por folhas de abrir ou de correr, envidraçada
(caixilho) e externamente de venezianas (Figura 7.9). Podendo ser de duas ou quatro
folhas.

6.2. Portas venezianas


 Quadro de 2 montantes e 2 travessas com palhetas inclinadas a 45º encaixadas
nos montantes
 Comprimento máximo das palhetas = 40 a 50cm. Se for maior, fazer montante
intermediário conforme figura abaixo.
 Usos: armários, cozinhas, portas janelas, etc.

6.3. Portas de abrir:


Podem ser de uma ou mais folhas. Cada folha deverá ter a largura mínima de
0,60m e máxima 1,10m, para evitar peso excessivo nas dobradiças. Acima de 1,10m
devemos usar duas folhas. Cada folha compõe-se de almofada e grade na parte externa e
postigo na parte interna. O postigo apenas ocupa a área da grade.
A almofada é geralmente feita em chapa nº16. A grade poderá ter desenho variado, e os
postigos são de abrir e desempenham o papel de permitir a ventilação do vão, mesmo
com a porta fechada. No quadro do postigo é que se colocam os vidros.

6.4. Porta de correr:

Assemelha-se ao caixilho de correr, as folhas deslizam suspensas por roldanas


na parte superior e orientadas por um guia no piso.

BIBLIOGRAFIA:
1. BAUER, L. A. F. Materiais de construção.
2. PINTO, J. A do N. Elementos para a dosagem de argamassas.
3. NBR 13281/2001. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes
e tetos – Requisitos.
4. PETRUCCI, E.G.R.. Materiais de construção. São Paulo, Ed. Globo, 9ªed.,
1993
5. http://www.esquadriasprimos.com.br/catalogo.html Visitado em Junho de 2009
6. CINCOTTO, M.A.; SILVA, M.A.C.; CASCUDO, H.C. Argamassa de
revestimento: características, propriedades e métodos de ensaio. São Paulo,
IPT, 1995. (Boletim 68).
7. FIORITO, A.J.S.I. Manual de argamassa e revestimentos: estudos e
procedimentos de execução. São Paulo, PINI, 1994.
8. MACIEL, L.L. O projeto e a tecnologia construtiva na produção dos
revestimentos de argamassa de fachada. São Paulo, 1997. Dissertação
(Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

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