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e Campus Natal Zona Norte |INSTITUTO EDERAL DE EDUCACKO CIENCIA TECNOLOGIA 00 RL CAMPUS NATAL ZONA NORTE Eletrénica de poténcia Definicao Chaves semicondutoras de poténcia ne. Tipos de circuitos de eletrénica de poténcia .. Aplicagbes da eletrénica de poténcia Dispositivos de poténcia: caracteristicas e funcionamento Diodos de poténcia on... Transistor bipolar do juncdo (TB) Transistor de efeo de campo meta-xido-somicondutr (MOSFET) Transistor bipolar de porta isolada (IGBT) . Retificador controtado do silicio (SOR)... TRIAC.... so Dispostvos o crcutos de dispar. pac. “ Transistor de unjungdo (UIT) Oscilador de relaxagéo com UT. Cs para disparo . Dispositivos de protegéo e circuitos .. Varistores FUsivels sn Transformadores de pUls0 1. Acopladores épticos.. Conversores AC/DC (eiicadores) fon Retificadores monofdsicos n&0 Control@d0S «1... Retificadores monofésicos controlados Conversores DC/DC (choppers) Choppers step-down (buck) Choppers step-up (boost) .. (Choppers buck-boost Conversores DC/AC (inversores) Funcionamento de inversores monofésicos SSRSSSVsSRRRBRSsssesaaaserxeavwnnnwn Chaves estitleas ro. Definigao e aplicagoes nn seonneennens 8T ‘Comparagéo com relés eletromecénicos 38 Relé de estado sdlido (SSR)... . se . 39 Bibliogratia a ABOSTIA DE ELETRONICA DE POTENCIA LINSTITUTO FEDERAL DE EOUCACAO CIENCIA E TECNOLOGIA 00 A campus narAL 20a NORTE Eletrénica de Poténcia 1.1 Definigéo A eeletrénica de poténcia trata das aplicagies de dispositivos semicondutores de poténcia, como tiristores e transistores, na conversdo € no controle de energia elétrica em niveis altos de poténcia aplicados & industria. Essa conversao é normalmente de AC para DC ou Vice-versa, enquanto os parametros controlados so tensdo, corrente e frequéncia, Portanto, 2 letrénica ‘de poténcia pode ser considerada uma tecnologia interdisciplinar que envolve trés campos bésicos: 2 poténcia, a eletrénica e 0 controle, 1.2 Chaves semicondutoras de poténcia ‘As chaves semicondutoras de poténcia so os elementos mais importantes em circuitos de eletrénica de poténcia. Os principais tipos de dispositivos semicondutores usados como haves em circultos de eletrénica de poténdia sio: Diodos; Transistores bipolares de juncio (BITS); Transistores de efeito de campo metal-dxido-semicondutor (MOSFETS); ‘Transistores bipolares de porta isolada (IGBTS); Retificadores controlados de silicio (SCRs); Triacs; 1.3 Tipos de circuitos de eletrénica de poténcia Os circuitos de eletrénica de poténcia (ou conversores, como séo usualmente chamados) podem ser divididos nas seguintes categorias: Retificadores no controlados (AC para DC) - converte uma tens monofésica ou trifésica em uma tensio DC e so usados diodos como elementos de retificacdo. 2. Retificadores controlados (AC para DC) ~ converte uma tenséo monofésica ou trifésica ‘em uma tenséo varidvel e sdo usados SCRs como elementos de retificacdo. 3. Choppers DC (DC para DC) ~ converte ums tenstio DC fixa em tenses DC varidvels. 4, Inversores (DC para AC) — converte uma tenso DC fixa em uma tensio monofésica ou trifésica AC, fixa ou varidvel, e com frequéncias também fixas ou varidvels. 5. Conversores ciclicos (AC para AC) ~ converte uma tensdo e frequéncia AC fixa em uma tensdo e frequéncia AC variavel. 6. Chaves estaticas (AC ou DC) - 0 dispositive de poténcia (SCR ou triac) pode ser ‘operado como uma chave AC ou DC, substituindo, dessa maneira, as chaves mecénicas @ eletromagnéticas tradicionais, 1.4 Aplicades da Eletrénica de Poténcia A transferéncia de poténcia elétrica de uma fonte para uma carga pode ser controlada pela variagéo da tenséo de alimentacéo (com o uso de um transformador variével) ou pela insergo de um regulador (como uma chave) Os dispositives semicondutores utlizados como chaves tém a vantagem do porte pequeno, do custo baixo, da eficiénciae da utiizagdo para o controle automético da poténca. ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE A aplicagdo de dispositives semicondutores em sistemas elétricos de poténcia vem crescendo incessantemente. Os dispositivos como diodo de poténcia, transistor de poténcia, SCR, TRIAC, IGBT etc, so usados como elementos de chaveamento e controle de forecimento de energia de maquinas e motores elétricos. Dentre as aplicagées cotidianas mais comuns se destaca 0 controle microprocessado de poténcia. Fig. 01 ~ Controle miroorocessade de poténala Os equipamentos de informatica, tais como a fonte de alimentagao chaveada do PC, 0 estabilizador, 0 no-break, etc, utilizam como elementos principais disposttives semicondutores chaveadores (Mosfets, IGBTS, TJBs, etc) Fig 02 -no-break Fig, 03 - Fonte Chaveada de PC 2. Dispositivos de poténcia: caracteristicas e funcionamento 2.1 Diodos de poténcia (© material ative mais comum para a construgdo do diodo é o silicio, um material semicondutor, ou seja, classificado entre o isolante 0 condutor, cuja resisténcia decresce com ‘© aumento da temperatura. O silico é um elemento do grupo IV da tabela periédica e tem quatro elétrons na titima Grbita em sua estrutura atémica. Se a ele for acrescido um elemento pentavalente, com cinco elétrons na ultima érbita, haveré um elétron live na estrutura do cristal. O elétron livre possibilita um grande aumento na ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE conducdo e, como o elétron é uma carga negativa, esse material é conhecido como semicondutor tipo N, Se ao slicio for acrescentada uma impureza trivalente, um elemento com trés elétrons ra sua Uitima érbita, surge um vazio ou lacuna na estrutura cristalina, que pode receber um elétron, Esse vazio pode ser considerado uma carga positiva, conhecida como lacuna, possibilta um grande aumento na conducéo; esse material dopado & conhecido como semicondutor tipo P. © grau de dopagem (adicéo de impurezas) é da ordem de 10” atomos. Em semicondutores tipo N, a maioria dos portadores de corrente é de elétrons e a minoria & de lacunas. 0 contrério aplica-se a semicondutor tipo P. Dependendo da dopagem, a condutividade do semicondutor tiva Wou Pé aumentada muito se comparada 20 silico puro. 0 diodo mostrado abaixo é formado pela jung3o dos materiais dos tipos N e P. Desta forma, sé hd passagem de corrente elétrica quando for imposto um potencial maior no lado P do que no lado N. Devido a uma barreira de potencial formada nesta jungéo (Vy), & necesséria uma d.d.p. com valor acima de 0,6V (em diodos de sinal) para que haja a condugao, Em diodos de poténcia, esta tensio necesséria gira em torno de 1 a 2V, SIN] PL sungéo PN K A —__kK_— Simbolo Elétrico TS Wr Fou 04 ~ Simbolo do code Na figura 05 vemos o aspecto fisico de um diodo de poténcia caracterizado pelo anodo rosqueado, ‘Figura 05 ~ Aspect fio do dodo de paténcts Principais valores nominais para os diodos ‘Tensio de pico inversa (PIV) 0 valor nominal da tensdo de pico inversa (peak inverse voltage ~ PIV) é a tenséo inversa maxima que pode ser ligada nas terminals do diado sem ruptura. Se far excedido a PIV nominal, 0 diodo comeca a conduzir na direcdo inversa e pode ser danificado no mesmo instante, Os valores nominais da PIV so de dezenas a milhares de volts, dependendo do tipo do diodo. Os valores nominals da PIV so também chamados de tensdo de pico reversa (PRV) ou fensao de ruptura (VBR). ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE Corrente A corrente direta média maxima € a corrente méxima que um diodo pode aguentar com seguranca quando estiver diretamente polarizado. Os diodes de poténcia esto disponiveis com valores nominais que vao desde alguns poucos a centenas de ampéres, ‘Tempo de recuperacio reverso (tr) 0 tempo de recuperagio reverso de um diodo é bastante significativo em aplicacées de chaveamento em alta velocidade. Um diodo real ndo passa, em um tnico instante, do estado de Cconducdo para o estado de no-conducéo. Nesse momento, uma corrente inversa flui por breve periodo, e 0 diodo no desliga até que a corrente inversa caia a zero, (© intervalo durante © qual a corrente inversa flui é denominado de tempo de recuperago reverso. Durante este periodo, so removidos os portadores de carga armazenados na jungdo quando a conducéo direta cessou. Os diodos séo classificados como de recuperacéo répida e lenta com base nos tempos de recuperacdo. Esses tempos vo da faixa de microssegundos, nos diodes de jungSo PN, 2 varias centenas de nanossegundos em diodos de recuperacao rdpida, como o Schottky. Os diodos de recuperagao rpida sao utilizados em aplicagies de alta frequencia, tals ‘como inversores, choppers e nobreaks. ‘A figura abaixo mostra um caso onde o diodo conduzia a corrente direta (I;) @ que, depois de desligado, existe um tempo em que a corrente flui no sentido inverso (Isa) ‘Figura 06 ~ Tempo de recuperacdoreverso Temperatura maxima da juncSo (Tyoa) Este pardmetro define a temperatura maxima que o diodo pode suportar, na juncao, sem apresentar defeito. As temperaturas nominais de diodas de silico estdo normalmente na feixa de -40°C 2 +2008C. A operacio em temperaturas mais baixes costuma resultar em um desempenho melhor. Os diodes so em geral montados em dispositivos dissipadores de calor para que haja melhora nas condicdes nominais de temperatura. Corrente maxima de surto (Irs) 0 valor nominal da corrente direta maxima de surto é a corrente maxima que 0 diodo pode suportar durante um transitério fortuito ou diante de um defeito no circuto, 2.2 Transistor bipolar de juncao (138) Um transistor bipolar & um dispositive de trés camadas Pe N (P-N-P ou N-P-N), cujos simbolos so mostrados na figura 07, ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE a Fura 07 — Transistor bpolr de junco {figura seguinte mostra as crrentese tenses inerentes aos dls tipos de TBs If. It Lh 24} WAP] (a) NON (0 PNP Figura 08 Comentese tensées no TB Aplicando-se as leis de Kirchoff para corrente e tenséo, teremos as seguintes equagies: - NPN ou PNP: Ie= Iz + Ip = NPN ou PNP: Te = Bl + NPN: Vee = Vee + Ves + PNP: Vec = Ves + Vac Para 0 JB trabalhar como chave eletrénica é preciso polarizé-lo nas regides de corte e saturacéo e como amplificador, na regido ativa, De modo geral, 0 TJB de poténcia segue os mesmos pardmetros do transistor de sinal. Algumas caracteristicas so préprias devido aos nivels de correntes e tenses que o dispositive trabalha, por exemplo: a) 0 ganho (f) varia entre 15 e 100; b) operagio como chave, variando entre os estados de corte e saturaco; ©) tensio e corrente maximas de coletor de 700V e 800A, respectivamente; d)_tensdo de saturacdo ¢ de 1,1V para um transistor de silico. 2) tensdo de bloquelo reverso entre coletor e emissor em torno de 20V, de modo que o impede de trabalhar em AC, 2.3 Transistor de efeito de campo metal-6xido-semicondutor (MOSFET) © transistor de efeito de campo de semicondutor de éxido metilico (MOSFET) de ppoténcia é um dispositive para uso como chave em niveis de poténcia. Os terminais principais séo 0 dreno e 2 fonte, com a corrente fluindo do dreno para a fonte e sendo controlada pela tensdo entre a porta ¢ a fonte, Abaixo é mostrado 0 simbolo do MOSFET: ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE 7 cali Fura 09 Simbolo do MOSFET © MOSFET & um transistor de chaveamento répido, caracterizado por uma alta impedincia de entrada, apropriado para poténcias babkas (até alguns quilowatts) e para aplicagies de alta frequéncia (até 100kH2) Um MOSFET tem aplcagies importantes em fontes de alimentacio chaveadas, nas quaisfrequénciasaltas de chaveamento subentendem componentes menores emails econémicos, além de motores de baixa velocidade de controle que utilize modulago por largura de pulso ~ PWM (ver item 6). Os MOSFETS estdo disponivels no mercado nos tipos canal N e canal P. Entretanto, os disposttivos em canal N tém valores nominais de corrente e tenso mais altos. A figura 08 mostra a simbologia de um disposttivo em canal N. Devido a alta resisténcia de porta, a corrente de controle & praticamente nula, propiciando um controle de conducéo entre dreno e fonte a partir de uma tensdo aplicada no terminal de porta, Ainda, pela balxissima necessidade de corrente de controle, & posstvel comutar a condugéo do MOSFET através de circuits microcontrolados. © MOSFET & bem mais répido nas comutagies que 0 T3B, entretanto fornece mals perdas de conducéo na saturacso. © MOSFET infelizmente sozinho no consegue bloquear uma tenséo reversa entre dreno fonte. Isto de deve 20 um diodo acoplado intermamente a sua estrutura em antiparalelo. Este diode & chamado de afode de corpo e serve para permitir um caminho de retorno para 2 corrente para a maioria das aplcacSes de chaveamento, Este dodo é visto na figura 10, 5 Foua 10 Detahe do dodo de corpo 2.4 Transistor bipolar de porta isolada (IGBT) O transistor bipolar de porta isolada (IGBT) mescla as caracteristicas de baixa queda de tensdo de saturago do TIB com as excelentes caracteristicas de chaveamento e simplicidade dos circuitos de controle da porta do MOSFET. O simbolo do IGBT & mostrado a seguir ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE ool e Figura 11 ~ Sinbob do IGT Os IGBTs substituem os MOSFETS em aplicacdes de alta tenso, nas quais as perdas na conducao precisam ser mantidas em valores baixos. Embora as velocidades de chaveamento dos IGBTs sejam maiores (até 50 kHz) do que as dos TJBs, so menores que as dos MOSFETS. Portanto, as frequéncias maximas de chaveamento poss{veis com IGBT ficam entre as dos TBS @ as dos MOSFETs, Ao contrério do que ocorre no MOSFET, 0 IGBT no tem qualquer diodo reverso interno. Assim, sua capacidade de bloqueio para tensdes inversas é muito ruim. A tensdo inversa maxima que ele pode suportar é de menos de 10 V. 2.5 Retificador controlado de io (SCR) SCR é um dispositivo de trés terminals, chamados de anodo (A), catodo (K) e gatilho (@), como mostra a figura a seguir: esTRuTURA simpo.o aspect EQUVALENTE COM a TRANSISTORES a a ° 4 [rn] ° {| ° nie w 106 6 TY c ¢ CAG é ‘gua 12 Retcacercontroade deste A seguir vemos 0 aspecto fisico mais comum do SCR de poténcia, A figura mostra 0 ‘nado sendo o terminal rosqueado e dois rabichos: 0 catodo, mais grosso, e 0 gatiho, mais fino. Figura 13 ~ Aspect fico do SCR de potéacia Podemos considerar 0 SCR um diodo controlado pelo terminal de gatiho. No SCR, apesar da tenso ser positiva, o mesmo ainda permanece bloqueado (corrente nula). $6 quando for apliado um pulso de gatilho, é que o SCR passaré a conduzir corrente, ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE ‘comportando-se como um curto-circulto, Para observar este fato melhor é mostrada a curva deste dispostivo. Caracteristicas e parametros Observando-se a curva da figura 14, pode-se distinguir ts regides: Polarizacdo reversa: com Vak<0, praticamente no ha corrente reversa. A corrente reversa depende do tipo de SCR. Nos de baixa corrente, a corrente reversa é da ordem de dezenas a centenas de 1A e nos de alta corrente, a corrente reversa pode chegar a centenas de mA. Polarizacao direta em bloqueio: nesta regio, hé varias curvas parametrizadas pela corrente de gatilho Is. Quando I = 0, o SCR permanece bloqueado, desde que a tensdo seja Inferior a Veo (tensdo de disparo ou breakover voltage). Quando VaK= Veo, 0 SCR dispara ea corrente cresce, sendo limitada pela resisténcia de carga, colacada em série com o SCR. Polari direta em condugdo: para que 0 SCR permaneca nesta regio, & ecessério que a corrente de anodo atinja um valor minimo de disparo It (latching current ‘ou corrente de disparo). Caso esse valor nao seja atingido, apés o disparo, o SCR volta ao estado de bloqueio. faster Foua 14~ Cana caracteritica do SOR Pela curva do SCR, vé-se que, quanto maior 0 valor da corrente de gatilho, tanto menor a tenso Vac necesséria para disparar 0 SCR. Isso é verdade até o limite de Ic = Icr (corrente de gatilho com disparo). IcT € a minima corrente de gatilho que garante o disparo do SCR com tensso direta de conducdo Vr. Com Ict aplicada, é como se o SCR fosse um diode. Na regio de polarizagao direta em conduso, a queda de tensio do dispositive é em tomo de 1,5V. ‘Apés 0 disparo, sendo estabelecida a conducdo (Ia>I1), a corrente de gatiiho poderé ser removida que este continuard em condugao. O SCR s6 voltaré ao bloqueio se a corrente IA Gir abaixo de IH (corrente de manutengao ou holding current), ou se VaK < 0. Métodos de acionamento O nivel minimo de tensdo e corrente necessério para o disparo do SCR é uma funcéo da temperatura da juno. De maneira genérica, quanto menor a temperatura de juno, maior serd a corrente ¢ menor serd a tenso necesséria 20 gatilhamento. ‘A corrente e tensao de gatilho estdo sujeitas a um valor maximo, mas no disparo devem ultrapassar um valor minimo. 0 produto entre a tensio e corrente de gatilho dé um nivel de poténcia para o qual um maximo é estabelecido. ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE Métodos de disparo sem aplicagao do pulso de gatilho ‘Além da aplicagdo do pulso de gatiho, o SCR pode ser disparado de outras formas, Normalmente, esses disparos so indesejades, pois, em alguns casos, podem destruir o dispositvo, paro por sobretensio ‘Se aumentarmos a tenso Vak a ponto de atingir o valor VBo, o SCR entraré em condugao, mesmo sem a aplicacéo da corrente de gatilho. Este processo de disparo, nem sempre destrutivo, raramente é utiizado na pratica, Disparo por variago de tenséo Um capacitor armazena carga elétrica e a corrente que carrega capacitor relaciona-se com a tensdo pela expressdo: u seja, para haver variagdo de tens no capacitor (av), em um intervalo de tempo (at), & necessério circular uma corrente / pelo capacitor. Quando a variacao de tensdo & muito pequena e o intervalo de tempo muito pequeno, essa expresséo muda para av i=C— dt Em um SCR polarizado diretamente, na junco Jz existem fons positives de um lado e ‘ons negativos do outro. Isto & como um capactor carregado, como mostra a figura 15. cH, 4 Floura 15 ~ Detae do efato capactvo na juno do SCR Assim, mesmo no havendo pulso no gatlho, fechando-se a chave CHi, a capacitancia da junco J, fard com que circule corrente de gatitho. Como a variacéo & muito grande (de zero para V), a corrente resultante seré muito grande. Essa corrente poder ser suficiente para estabelecer o proceso de conducéo do SCR. Esse disparo é normalmente indesejado e pode ser evitado pela ago de um circuito de protegio chamado de SNUBBER, Este circuito & mostrado na figura 16, Cireto de protegéo (Gnubber, Fura 16 Creuito de proto SNUBBER ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE Disparo por outros meios Ha a possibilidade do SCR entrar no estado de conducio, sem a aplicagdo do pulso de gatilho, por aumento de temperatura ou por intensidade de incidéncia de luz ou radiagdo no dispositive, No segundo caso, hd um dispositive préprio chamado de LASCR (Light Activated Silicon Controlled Rectifier). Além do disparo por luz, esse dispositive também é acionado pelo gatilho. Podemos ver na fig. 17 os detalhes deste dispositivo. ° Loe ‘Aigura 17 Detaes do ASR Métodos de bloquelo Bloquear ou comutar um SCR, significa cortar a corrente que ele conduz e impedir que le retorna 8 condugio. Ou seja, 0 bloqueio estaré completo, quando a corrente no sentido direto for anulada € a reaplicado de tensio direta, entre anodo e catodo, no provocar 0 retorno do SCR ao estado de condugao, Bloqueio natural Quando se reduz a corrente de anodo a um valor abaixo de Th, chamada de corrente de manutencao (holding current}, © SCR é bloqueado. A corrente de manutengo tem um valor baixo, normalmente cerca de 1000 vezes menor do que a corrente nominal do dispositive. Em circuito CA, em algum momento a corrente passa pelo zero da rede, levando 0 SCR a0 bloqueio. Exemplo: Bloqueio pelo Zero da Rede . ‘ares on Figura 18 ~Bloquee pelo zero da rede Bloqueio forcado Em vez de aguardar a passagem de corrente pelo zero da rede para bloquear um SCR, pode-se fazer o bloqueio através de dois meios: 11°: diminuir 0 fluxo de corrente direta para um valor abaixo de TH; 20: aplicar tensdo reversa, ISTITUTO FEDERAL DE EOUCACAO CIENCIA E TECNOLOGIA 00 A campus narat 20NA NORTE Apés 0 bloqueio, deve-se garantir que a tenso néo seja reaplicada ao SCR mediatamente. Isto restabeleceria 0 processo de condugo do dispositivo. A tensdo reaplicada deve aumentar segundo um pardmetro dv/dt, definido nas folhas de dados fornecidos pelo fabricante. Exemplo: Bloquelo por Chave ‘Figura 19 ~Bloqueo por chave Exemplo comentado: Bloqueio por Capacitor ‘Figura 20 ~ Bloque por capacitor Com Ch; e CH abertas, 0 SCR esté bloqueado, a témpada apagada e o capacitor descarregado. Fechando-se Ch, alimenta-se o circuito de gatilho. O SCR dlspara e tampada acende. ‘Além da corrente da lémpad, 0 SCR conduz também a corrente de carga do capacitor Gy, conforme se vé abaixo: we Figura 21 ~ Process de carga do capactorC; ( capacitor carregase de forma exponencial, com uma canstante de tempo + = Ry. Cr. (0u seja, passado um tempo correspondente a s, 0 capacitor carrega-se com apraximadamente 273 da tensio que 0 alimenta. No caso deste circuito, com cerca de 5x 0 capacitor estard totalmente carregado com 12V. Se Ohl for fechade, a tensio acumulada no capacitor polarizard reversamente 0 SCR Jevando-o ao bloqueio, de acorde com a figura 22. ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE iowa 22 — Poarizaioreversa do SCR através do capactor 2.6 TRIAC Para se evitar a necessidade de utilizacdo de dois SCRs em antiparalelo, foi desenvolvido 0 TRIAC. TRI (triodo ou dispositive de trés terminais) e AC (corrente alternada) formam o nome deste elemento, cuja principal caracteristica & permitir 0 controle de passagem de corrente alternada. © simbolo 6 dado por: Aur) VA « AMT) Figura 23 ~ Sinbolo do tise Caracteristicas e parametros ‘Sua curva caracteristica é mostrada a seguir: Figura 24 Curva caracerstica do tise Pela curva caracteristica, pode-se observar que 0 TRIAC pode conduzir nos dois sentidos de polarizacdo, ISTITUTO FEDERAL DE EOUCACAO CIENCIA E TECNOLOGIA 00 A campus narat 20NA NORTE ‘As condicdes de disparo so anélogas ao do SCR. Podendo ser disparado com corrente de gatilho positiva ou negativa. Em conducéo, apresenta-se quase como um curto-circulto ‘com queda de tenséo entre 1V e 2V, (Os terminais séo chamados de anodo 1 (A1 ou MT1), anodo 2 (A2 ou MT2) gatilho (6). (© TRIAC pode ser disparado em qualquer polaridade de tensio e sentido de corrente, desta forma ele opera nos quatro quadrantes, tomando-se o terminal Al como referéncia, Vé- se este fato na figura 25. ‘Quadrante | A, | G 1 >0 | >0 m >0 | <0 im <0 | <0 Vv, <0 | 50 Figura 25 ~ Quacrantes de polariagio do trie A sensibilidade ao disparo varia conforme o quadrante, em fungao das diferencas nos ganhos de amplificagéo, em cada caso. Normalmente, 0 primeiro quadrante ¢ 0 de maior sensibiidade ao disparo e o quarto, o de menor. (© TRIAC em corrente alternada Os circuits a seguir mostram, como exemplo, aplicagées simples do TRIAC em corrente alternada. a) Controle em Onda-Completa com TRIAC Fines 26 b) Controle de Poténcia numa carga goon VF ml ® twee | OAS ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE 3. Dispositivos e circuitos de disparo 3.1 DIAC Quando 0 TRIAC é usado como dispositive de controle, é frequentemente utiizado um DIAC como dispositivo de disparo, conforme pode ser visto na figura 28. Carga Vu fh, me 7K Tae ‘Fgura 28 Controle de aspera com DIAC © DIAC (Diode Alternative Currente) & uma chave bidirecional disparada por tensSo. Normaimente, a tensio de cisparo dos DIACs ocorre entre 20 e 40V, A sua curva caracteristica esta mostrada a sequi, junto com seus simbolos mais utiizados: (a) Carva Caracterstca VA () Simbotos Figura 29 - Detaes do DIAC No circuito da figura 28, a rede Ry, Ra © Cy defasa @ tensio sabre Cs. O capacitor se carrega até atingir a tensdo Vo de disparo do DIAC. Quando isso ocorre, 0 DIAC entra em conducdo e cria um caminho de baixa impedancia para o capacitor descarregar-se sobre 0 gatifno do TRIAC. A corrente de descarga do capacitor é suficientemente elevada para conseguir disparar TRIACS de baixa poténcia, mesmo com valores relativamente baixos de capacitancia 3.2 Transistor de unijungo (UIT) 0 UIT 6 um dispositive semicondutor de trés terminals com apenas uma jungo PN, A estrutura fisica e a simbologia do UT séo mostradas na figura 30. ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE (a) Estrutura Fisica (6) Simbolo lou 30 ~ Detates do WIT Para facilitar a andlise do funcionamento do UIT é utiizado o circuito visto @ seguir. Figura 31 ~ Ceuta equvalente do UIT Na figura acima, 0 diodo representa a juncdo PN do emissor. O caminho B,-By (Base 2 © Base 1) é dividido em duas partes: a primeira, rb2, que é a resisténcia entre o ponto central 2x 0 terminal B, e a Segunda, formada por uma resisténcia fixa r, e outra varidvel rq, sendo rbL = Fy + Fy A soma das resisténcias rbl terminals By e By rb + rb2 corresponde a resisténcia da barra entre os 3.3 Oscilador de relaxacao com UIT © circuito tradicional de disparo usando 0 UIT & chamado de oscilador de relaxago, mostrado na figura 32, Figura 32 Osciador de relaagion © UIT tem dois parémetros importantes: Tensdo de Disparo (Ve) e Tensio de Vale (W). 0 primeira diz o valor de tenso necessério para fazer conduzir 0 caminho entre o emissor (E) € a base 1 (B,). O segundo informa o valor de tensdo que, apés a entrada em candugdo, ISTITUTO EDERAL DE EOUCACAO CIENCIA ETECNOLOGIA 00 At campus nara 20NA NORTE bloqueia o citado caminho, Em outras palavras, estes pardmetros indicam 0 inicio ¢ o fim do disparo do UIT. Analsando 0 circuito da figura 32, vamos considerar inicialmente 0 capacitor descarregado. Ao ligarmos a fonte Vas 20 circuit, 0 capacitor comesaré a se carregar exponencialmente. Enquanto o valor da tenséo do capacitor ndo alcancar 0 valor do parémetro Ve, 0 UIT estaré bloqueado, isto é, passard uma pequena corrente pelo caminho entre os terminais de base, Esta cortente, por sua vez, iré produzir uma pequena queda de tensSo no resistor Ray No momento que a tensdo do capacitor atinge o parémetro Ve, 0 UIT comesaré a conduzir através do caminho emissor ¢ basel. Neste instante inicial de conducdo, a resisténcia interna deste caminho & baixissima, proporcionando a elevacio da corrente e, a0 mesmo tempo, a descarga do capacitor. E o que chamamos de resistancia negativa, Este surto de corrente inicial & transitrio, pois a resisténcia do caminho E-B; torna-se

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