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COLEGAO ARTE E CULTURA VOL. Nos ISMAIL XAVIER (orgaizador) A EXPERIENCIA DO CINEMA antologia (Sp: Fermende Gomes ovate: farce Marc do Santor ‘Prodagho Grif: Orono Fermonder 1 algo Mare, 1988 Die ade pae ings press por: EDIgOES ORAAL LTDA. 2 erengidn de Bares, 3-4 — Glia Bibel = Re de ania, Br Fone: B20 (© Comrise sprseatagtegeral, us ntrodosese das nots by Tama Xaver. (0 dteniores dos iio de tao « repraduge dr argos que compte ‘ea etl teYeurnsacs Sa pane Se clio presto no Bra / Printed in Brasil IP ras Catalogagte namie Sinden Nasonal do ores Lives, Ts A Rapeocia do dau ota /Umal Kav orpanzndor — "ace lance Edges ral Habra, 198, (Cig Aree ear 3" 8) igi. 1. Cinema — Flo «etn 2. Cinema — Hina en 1. Xaver ama See oo ~ 71.401 Bie cou - mi om mie INDICE Apresentigho geral/ Ismail Xavier PRIMEIRA PARTE — A ordem do olhar: a cotificario do Cinema liso, ws novas dimensbes i imagem IneodugGo/ Ismail Xavier 1.1, Hugo Munsterberg : 1A A ato. eres 1.1.2. A memétia © 2 imapinasio : 11.3. As emosdes 1.2. V, Pedorkin 1.2.1, Métodos de tatamento do mitril (montagem et ‘watual) : 1.2.2. Os métedos do cinema ee 2.3. 0 dlretor eo rotsizo 1.3, Béla Babies as 1.3.1. © homem viel. 3.2, NOs estamos no fllme 3.3, A face das coisas ” 9 n 36 3s 7 n 1s ” 86 27 1.3.4. A tace do homem 1.3.5. Subjetividade do objeto 1.4. Maurice Merleu-Poaty . 1.4.1, © cinema ¢ a nova pseologia 1S. Andee Bazin 1.5.1, Ontolgia du imagem forogritica 1.5.2, Mone todas turds 1.5.3, A margem de 0 eroismo no cinema 1.6. Edgar Morin 16.1, A alma do enema SEGUNDA PARTE — A ampiiaglo do otha, investigagSes senor: Poss Introd Ismail Xavier 2.1, Serguéi M. Eisenstein 1.1. Montage de atragoes 1.2. Método de reaizgio de um filme oper 1.3. Da tterntura 20 cinema: Uma tags americana 1.4. Novos problemas da forma cinematogritis 2.2, Daiga Verto 2.2.1, NOS — varagio do manifesto (1922) 2.2.2, Resolugdo do conselho dos és (10/4/23) 2.2.3. Nascimento do cine-stho (1924) 2.2.4, Extent do ABC do kinobs (1929) 2.3. Jean Epstein 2.3.1. O cinema © as ler modernas 6 2 97 101 103 19 ma 9 1s 43 14s ray Ws 18s 187 199 203 216 24s 27 22 260 263 261 269 2.3.2, Bonjour cinéma — excertos 2.3.3, Realzagio do detaihe 2.3.4. A imeliénta de ume mdquina — exceros 4) Signos (capinto 1) ) Capituos 2 € 3 — exeertos 2.3.5, 0 cinema do diabo — excerios a) 0 filme contra 0 lero 1) A imagem contra a pala ©) A divide sobre a peso 4) Poesia moral dos gansters 2.4, Robert Desnos 2.4.1. 0 sonho e o cinema 2.4.2. Os sonhos dt oie transporiados para a tle 2.4.3. Cinema fendi « cinema seadémico 2.4.4, Amor e cinema 2.4.5, Melancolia do. cinema 2.5, Luis Bubuel 2.5.1. Cinema: instrumento de poesia 2.6, Stan Brakhage 2.6.1. Metioras da visio TERCEIRA PARTE — 0 prazer do olhar © 0 corpo da ‘yor! 4 pscaadise diane do fe ico Introdusio/ Ismail Xavier 3.1, Hugo Maverhoter 3.1.1. A piiologia da experiénia cinematogrtica 276 280 287 23 296 ais a7 39 2 325 a7 a1 333 339 at 383 355 373 35 324 aa 3.3.2. 340 3.5.1 3.2, Jean-Lowis Baudry : Cinema: feito ideolgicos produridos pelo aparebo de base 3.3, Christin Mete Histria/Discurso (nota sobre dois voyeurtsmos) © isposivo cinematogitico como insinicto so cial — entrevista com Christian Metz 3.4, Laura Mulvey Prager Visual cinema niretivo 3.5. Mary Ann Doane ‘A vor no cinema: 2 ariculaso de corpo e espag, a6 a8 «01 403 an 435 45 4s7 Apresentagdo Geral {swan XAVIER ocr soto a sp cps tr eS 1 rin" ee le op STERUSE toers ceo see Sy ar ae "ie i eas Ct" fea SSS Si Se ty Sal ett SY Roa i mode ‘2 hmichey fms Sion lent ane ae tp Ges lint fen te mee tr sarge cule Sa Diy herbncs ig at capes as Foon oe cera tran tap gn os oe Beason sae coe So" leet ints cca tae a it SMI Sea ne eie e Entre um extemo © outro do percuro, 6S anos de reflexio: stages, eogios, explicagtes, iagnéxieos, lamentos, inerpreagies fe propostas que procararam orientar a pitca dentro de conigses ‘stio-ultris deteminadss, A teria do cima, felimente, ji tem ‘me histérla complexa, dvesficada, de modo a tornar imposivel fama sbordagem de todos os seus aspecos — e mesmo principals ‘utores — uma Gaica selepfo de textos. O recore inevitivel se ‘de, © procure ter flexivel no ello adotado, de forma a incur, ‘sem dspersar, o maior nimero possve de autres caja contbuigso 9 ficou bem marcada no desenvolvimento dos debates © as fixasdo ‘de pacimetros pars & A propria natureza dos dois extemos sugee um fio condutor. De um lado, 0 estodo de Munsterberg, preoeupado em exlicar como funciona a naragdo cinematogritica © sua relagdo com as operapbes mentsis do especiador. De outo, uma cole de artigo: sob 2 fubviea da pscands, trazendo todos 2 marca do “retoro a Freud” ‘we, antes de inciir Sobre a Leora do cinema, jé era dado caract- "tco de pareela considcivel da relléxio sobre as ares a cultura fem geral no content conlemporineo. A preseaga, nos dois exe ‘mos, de esrtos que procuram explicar como se extra a elaio filme/espectador evidenco um eritio bio: dat pip 3s 12 tatvas de carateraar, dct, avallar 0 tipo de experitcia eudo- ‘nwa que o cinema oferece — como rus imagens e sons se tomam siraenese Tepes, de que modo conseguem a mobiizagio podeross fos afetos e se afirmam como instinca de celebragio de valores © ‘econhecimentos solic, as talvez do que manifestagio de ‘onscigncn ents, Bow parte dos texlos aqui reunidos tz em ‘comum esta interrogasio dirgda 20 que aontece na sala excura ¢ ‘un esforgo em demonstrar que a esruura do fiime — enteadida ‘como configuragio objetiva de imagem som organizados de um ‘certo modo —~ tem afinidades dizetas com estuturas propria 20 campo da sobeividade. Reprodusindo, atalizando determinades procesos e operates mentus, o cinema se tora expertaca inte- Hgivele, 20 mesmo tempo, vai ao encontr de uma demanda afeiva ue o epectador tar consigo, Como disse Munsterberg, J em 1916, "o cinema cbedece as eis da mente, nfo as do mundo ex- terion", Esta € uma frase, em test, endossive, principalmente ‘quando entendida como negagio da iagenuidade maior que tende 2 Confundr a linguagem do cinema e a propia etatura do veal. Mas, to véla releabulhada por diferentes tedricos citeatas 20 T0080 os anos, & necesro perguntar: que cinema? que lei? © particular iar a experifncia que est na orgem destas reflexes, seja a do Plcdlogo alemlo, sje a de Moria, Metz ou Mereau-Ponty. Pols, 1 excoo. doe autores ligador & vanguarda dos anos vinte on de ‘wabalbos mais recentes (dos anos sesenla para ci), € comum ermor 0 texto tefrco dicursar sobre o cinema em era, ti- ‘mindo implictamente que o tipo de Slime » que se refere expeste 2 prépria natureza do veieulo, 10 ‘Quando, portano, flo em estrture do fle, 2 especificagic de imagem ¢ 40m ortunzados de um cero modo vio ¢ scidntal. [Na verdade, am clemento sobjacente que organia este Lo € 0 problema da oxSo cinematogrtic tal como se consolidou 8 patr So cinema narativ clssic, produto da india que, adaptandoe ‘i novas demandas ei possbilidades franqueadss pelo avango da ‘Genie pela retragio da censura — ou, se se prefere,avango da “dessblimapio represiva” (Marcese) —, pouco modou em sua e= irutura e principio entre 1916 e 1980." O filme de feyio estilo rnorte-americano, com fluwasSes © polices, & ainda hoje 0 dado Inais contundente da atengio do erica, por forga de seu papel nuclear na organizasio da iadista, por forga de sin presenga na ‘ocedade, Els, portanto, um elemento. fundamental de referencia ‘aul comsierado: existénca de um cinema dominate, rigdamente clificado, e sua retirica de base — a “imprestio de relidade”. Eta colegéo compreende, em sua primeira pate textos que procuram descrever o oar que ese cinema deposia sobre as coi ffs, que buscam earacterizslo em sua esurutura efor, Nom pti imei momento, encontamos peras de expliapio,iluminadors «, por isto mesmo, cldscas; Monterberg, Pudovkin, Balirs. Num s&- fndo momento, sepuimos 2 liglo que a leitura destes ¢ de outros ‘asicos noe tas. Subliar gue hé um cinema particular na origem ‘de um pensamento nlo significa que ele eteja condenado a diet Spenas 0 que diz respeito a ese cinema. Ao ado de uma primeira ‘eserigto do cinema cisco e suas reprs, ainda na primeira parte {4a antologia, tomamen conato com reflexses onde 0 que se busca acenuar © inidéncia de certo aepecio do cinema, enguanto dado hove dt produgio de imagens, no conexto da caltra do século, Ibtraidas as aternativas parcolares de Hoguagem. Bo proprio Balizs quem os Tanga numa discusso sobre a cultura visual r= tuperagto através do cinema de oma sensibidade perdida com 8 fnvengio. de imprents,.E Meteat-Ponty explora a relagio entre cinema © psicologn ds forma enquanto instincias contemporiness que atulzam una nova percepyio do homem- gg de emato, Oe ugeates expermenais. © enn & do, ete, pas do epcindr #0 po Yeas SST saree pus sobre oma compo 6a page, Resa nim spo, © cies ud ng ponies arena, Nowe pair wade oo ee tereno das meg do mouco Jo plc. Neurimei, eit sofenement Mergen na laa tara, ma o palo dramétio cae ee corpo. A orgs, a8 6pam, pode simbo aaa eager no evo ro 8 sce tic eventos 2 1 go oe sire stm ove tir patie, ase un Timatedo para a manifesto dest attudes ato de wés. "To condone we tea es mo mde sl ror em, Roby pc myo Sos tm dn ctby¢ Gr malig pad tomcat Soc ta Or operon S hr £6 cms totes oe (Showin caret mts Stes hae So © subiram até as nuvens; surpreenderam os animais. el = felo src; vveram no melo das rapes Inferior © caparam ox fe hom ot fe O'temor de ge proviso de meme pus ua sey ts” el spo perenne dune ips lage Fret nice ptsamene spre emo “fn Ym te a SS nd eS rn yr fin Seo ge monotone Si sce set et cna” Ma eo ‘cops coms, tune shots dapat coe ‘presentam cada dtl com muta ner, es ous, iene ‘emo mab sen em eo re wo as Sane em sam oun et 6 wc em, tema pessoa pntada por ima dren de arity drei. Cada ‘een om oo oo Ou emo eae uc ce Shy mosh apport mols S's Sta ne man men pinnae ema S's Svea tm so be pem men fre ces wen et et pina n't "fom pr Ne pap gee at ingen finda, vein odes fore na crore ‘pacial: © contedido permanece 0 mesmo. = ‘As pind cnr sore ee mpc foe as ae eat spec formalde ape Sentai ‘id implicam © reconhecimeato de que as posnibiidades do i ard patoae co a vest ae ee fuente carom wy Se apne Plc fos giv timate conn t ans pea deol eee tee ps ro rman ged atan to gant pe ‘ellos 405 poe 6,8 wolamey ap 7, ¢ est por dane 33 valquer outro ritmo, ebviament, &igualmeate possvel. 0 eleto ‘bide aio geoee na ature © mio podria set produziso no pale, (Os eventos rerocedem momentanesmente Uma cea vibrasto, como © wémulo da orquesta, perpasa o mundo. Podemes sinds exit {is clmera um servige’ mas complete, colocandoa num saporte levementebalougane: 0s poatos comeram a descrevercurvas Bizat- ‘25 of movimestos = tomam estuahamenteyoluleuaiesO on- teido permsnece 0 mesmo, mas «nova apresentagio formal provoca ‘na mente do espectedorseasagdesinsltas que dio um nov0 som breado ao fundo emocionl. Naturalmente, as impresses que nos chegam 0s olbos des- perm, de inicio, apenas sensagses, © uma semsigio mio € uma fimogso. Sabese, poem, gue, para « modera psicofsiclogs, a pré- pra cosiéacia Ja emnjio & modelada e macada pels seasaoes (gue emanam dos Sxplor seasons, Tho logo esses imprenies vir nit form do normal penevam na conicgaca, too o conjunto de feosapies corpras inteigadas se altera e-novas emogdes parecer fpoderarse de nés.Vemos, mates, um homem hipnotizado dentro do consulirio do médico: deitado, de olbos fechados, © semblate 4 pucene nada nos revela do seu estado emocional, nada comy- ‘ca Mas se, permanecendo imGvets © sem slleraqao apenas © co e' paces, tudo 0 mals dentro do consult comeiar a teemer, a dangare ase deformar cada vez mais depressa & ponto de ‘os trnsmiir uma sensaedo de tontcia e de uma estanha,tertvel Snormalidsde que todo domins, nés mesmos somos invadidos pla {Stranha emoclo. No vale 4 pena clrarmos em malores deaths ‘or ora, uma vee que tis possibidades da cimera sida pertencem xcknvamente ao futuro, “Teo mo € de esranbar se lembrarmos ‘gue 0 cinema naseu da imitagso seril do teatro ¢ s6 muito lnta- ‘Mente fo descobrindo x seus propios mélodon scttics. Mas € ‘ro que as madangas formas da apesenass picéica sero muito ‘umerosas to logo os arts da imagem se volte para ese aspecto ‘quedo. "Bsus mudancas formals podem vir a ter grande valor para a expresio ds emorses. A sul arte da chimera poderd despre ma mente do especador as paricalaidades de muitos comporamentos {remogSex que so hoje imposes de exprimir sem o recuro da palavens. adn de Hogs Munsee, Fm A Pca! Sy, New York, Dover Pubs 1990, elon 4) 54 ‘Traduglo de Joko Luz Viena 12. V. Pudovkin 12d METODOS DE TRATAMENTO DO MATERIAL* (Montagem estrutural) O mse ensure,» cnegitonie in 9 wi, sn is mn ce pt pa aca tt pe Say ps0 oe ic ee ema oh ee toe ee ce ates cin meme de errs ca il dln eb Se tonto Un ca ee artnet peta tas chem" ited oe dec cer ee cee mamas mse peed ice "tanaine's tn no sr van mt cme Sot oe came ee ere oe Sm cn lth a Pr a ane SEsMoe oles sear ec en Ennio de 4 venice do cinema capo “0 Roto ean Tea” pate 0 ir ft pasts pe pinta vr om 1926 pela Ears inti e Moe Uenipa. ato S Smee abe ” por diane, chama-se moatagem. A montagem € am dos instr Ieutos de eet mais siicativos 20 alance do ténico €, por fxteatio, também do rota, Vamos nos famiiarizar agora com for métodes de montage, um a um. MONTAGEM DA CENA Quem jb et famiiarizado com o cnems, certamente cone 1 expresio cloreup. A representagio aterada dos rostos des Perondgens durante um disloge; a representazao de mics, ou pS ‘Ccupendo toda a tla — tudo sto € conheeido de todos. Mas, para fe aber adequadamente ilzar 0 closeup, devese enlendet 0 5e0 Signiicado de seguinte forma: 0 closeup dlrge a atengdo do es peciador para aquele detahe que, num determinado pont, € impor- {ante pare o curso da apo. Por exemplo, us pessoas atwam numa enn. Imagine que 0 significado desta cena consists no deeuro| ferl da agio (como, por exempl, se todas as és esvesem le- ‘antando algim objeto peso). Esas ts pesous slo ent apre- Seotadas simultaneameate numa visSo geal, 0 chamado plano etl ‘Mas suponkamos que qualquer uma dels ince uma agio indepen- ente,contendo sigaiicado no fiero (por exemplo, a0 separarae dos cuir, ei caldadosmente reir um revsver do boo), eato {Teimere sponta somente para elt. A ago da personagen € 1e- firrada separadamente (0 que foi dito acima, apica-se nfo vomente 2 pessoas, como também a separagio de tapectos de uma pessoa © objet.” Supo- ‘nhamor qoe um homem sea ilmado ao ouvir, apaentemeate calm, ‘conversa de lguém aconece que, na verdade, ee est comto- Tando com dficuldade sua rive, Amassa o cigaro em sua mio, hum gsto que pasa desspercebido das outras pewows. Esta mio Seed mostrada nt tela sempre de forma separa, em closeup. pos, Go contri, 0 xpectador go a perceber, perdendo um detahe Caracteristico, A idle exitente no prineiplo (e ainda mantida por igus), de que 0 cloweup € uma ~interpeio do planogeal, € Inteiramente fais 0 close-up aio sigiica nenhum tipo de intet- ipso. Representa uma forme propia de constrsio. ara eeclirecer aatureza do proctsio de montagem de ume cena, podemor usar seginte analog. Imagines observando ums 38 ‘ena que se deenrole A sua frente, assim: um homem parade em frente do muro de una cas, vires para a equetda: eno aparece lum outro homem, espicranJose srratsiemente pelo porso. OS fois se encontam razoevelmente distants um do outro © parm © primeio pega um objeto qualquer e mostra para 0 outo, mea fando-o. © segundo fecha os punhos com raiva ese langa em di FepHo 20 outro, Neste momento, aparece una mulher na jnela do tereero andar © gra “polical™ Os dois atagonsias fogem cor endo em dregs posta. De que mancira tudo ito foi obser- wade? 1, © obvervador ole para 0 primero homem. Vira besa, 2. 0 que ett ele othando? 0 observador dirge seu olhar ns meima digo ¢ v8 0 outro homem entrando pelo port, Ele pra 3. Como rege 0 primeizo & aparigso do segunda? 0 obser- ‘vador otha de nove pata o primero homem que reir um objeto © tmeaga 0 segundo. 4. De que forma reage 0 segundo? Outta mudansa deol © segundo homem fecha seus punhes ¢ langi-se em diresio a seu ponent 5. O observador chega para o lado para asisir 8 brign dos dois oponentes. 5. Um grito vem de cima. 0 observador levanta «sua co * boga e v8 uma mulher gritando na jane 7.0 bservador abixa a caboga ¢ ve 0 resultado do grito — ‘os antagoninias desaparecendo em dregs posts ‘Acontece que 0 observador stave por all pero © vu todos ‘os dette, claramente, ainda que para iso tvese que virar sua besa primeira para s esqurda, depois pars a diet, depois para cma, eof para onde sua atnsio fosse despertada pelo interes fem cbservare pela seqncia do desenvolvimento da cena. Supo- amos que ve estvese mais long, obserando simultaneamente dus pessoas ¢ a janla do tereio andar, ele teria recbido apenas ‘uma impresio geral, sem poder olhar separadamente para opi- mero homem, depois para o sezndo, ou para ruler. Aqui os aproximames do sglicado basco da mentagem. Osea objeto € ‘mostrar o desenvolvimento da cina como se fosse em rleve, coo 59 uzindo steno do espectador primero para ete elements, depois para aguele outro, em separado. A lente da cimere substi © ‘tho do observador, eas mudangas 10 dngulo de clmera —dirgds ‘rimeio para uma pessoa, depos para a outa, agra neste detahe, depois neste outro — devem se sujeter = conigdes Méntics A ‘os olhos do obserador..-O vénico em cinema, deforma a ase= ‘rar a maior claera, Galase © autenticidad, filme a cena ex pe- ‘aos separados c, 20 juntos para s exibigio, diige a sengio do espectador para esses elementos separados,levando-o a ver da ‘mesma forma que 0 obvervador stent. Dp que fol dito, tore lara a maneica peta qual montagem pode tabular sore as mo ‘Ges. Imagine um espectador exctado com alguma cena ves esenvolve muito rapidamente. O sev olhar aitado & langado ree pidamente de um lugar para 0 outro. Se initermos ete oar com 4 chimera, contepuiremes uma série de imagens, pedagos que 4 al- 'ernam rapidamente, criando um roszo emocionnte na coasrgio ‘ds montagem. 0 contro sviam pedagos mai longos,alterados or fuses que caracerzam uma consrusio de montagem. mas ‘alma © lets (como, por exempl, a fmagem de um rebano de trdo se deslocando 20 largo da estads, como se fore observado do pono de vista de um pedestre nessa mesma estrada), Airavés dests exemplos,determinamos o significado birco de ‘montagem consrutva, A montagem constr ae cenas partir dos pedagosseparaes, onde cada um concentra steno do espectador spenas)naquele elemento. importante part a afta. A seqienia esses pedagos nto deve ser sleatria © sim coresponder i ians- feréncia natural de atengdo de um obserador imaginrio (que, no Sina, &representado pelo espectador). Nesta seqlencia deve ex: presar uma Wgica especial que serh aparente se cada plano com fiver um impulso no sentido de taster a atengio para 0 outro plano. Por exemplo, (1) sm homem vira sua cabege pore olka; (2) mostrase 0 que ele ve. MONTAGEM DA SEQUENCIA Em perl, uma das carscerisicas do cinema é a de digit & tengo do espectdor para os diferentes elementos que sucedem ‘no devenvolvimento de'uma agd0. Est & um mélodo Bisco. Vie 60 ‘mos que a cena spared, © até mesmo 0 movimento de um 36 homem contrudo na tela a pair de pedagos separados. O ime nfo & Simplemente uma colegio de cenas diferentes, Da mesma forma fem que ees pedago, ou plaos,sfo tabalhados de manera a dotar Ss cenar de ima agéo_ que as intergue, as cenas separadas slo fgropadss de forma a eriarsoqincis inteiss. A seqlénia cons- trulda (moniads) part dis crass. Suponhamos. que temos a farefa de consiruir a seguinte seqiacia: dois empides se arastam forratetsmente em dirySo a um paiol de polvora no intito de fxplodelo; no ctmitho, am deles perde um pipel com as insrugdes ‘Alzoem achn o papel e avis o garda que chega a tempo de prender fv estes e evitar 2 exploso. Neste caso, o rotersta tem que Tier com a simultneidade das virias apes scomecendo ea Tugares Gierntes. Enquanto of cides se azrastam em diepfo ao pala tluéanencontra 0 papel e core para preven © guards. Os pies fstio quase alcangando o avo; o» guirdas foram avisados e corre fan diegio 20. puiol, Or expen terminaram os proparativos; 0 fuarda cheg tempo. Se continuamos com a analog préviaentte ‘Tedmera ¢ 0 obeerador, agora no apenss teemos que var & ‘mera de um lado para 0 outro como também desloc-a de um lager a oro. O obzervador (a cimers) qum momento se enconta ‘nr, segulndo os espe, nouzo na sala dos guards, registrando 4 confasio em segida volta para o priol mostrando os espides ‘Em aio « assim por dante Mas, na combinasio das cenas separ fades (montage), Ii precedente de sucesso permanece em vigor. Somente aparecerd na tela uma eeqiénen consecutive se a ateasdo {do epestador for transerida coretameate de cena para cena. E fsta correo & condiionada da sequin forma: 0 espectador vé os ‘Spides soraties, © perda do papel e Gialmentc a pesoa que © fncontou, Esta pessoa corre em busca de ajuda, 0 espectador & Tevado a uma inevtvel exctapdo — ers que © bomem que em controu o papel conseguirs impedir a explosio? © rots ime Glatamente responde mostrando or espe mais préximos do psi! wists reposta possi oefio de um avso “o tempo & cure” A ‘rcitagio do expectador — chegario a tempo? — continua; © r0- {eine mosea o guarda saindo em dire a0 pol — 0 temo & mute curto os espes so mortrados em seu tabu. Dest forms, tranferindo 4 steneHo ora para os uardss, ora para os es ‘ides, 0 rote responde com impulsos reais, a fim de aumentar 6 6 incre do pecan, « «contro (montagem) da eqtaca € obtida de Tom comet eee ae Hi uma ll em plop que dz gut, se wma emo sea un determiado movinet, pl mia dese ovine pes ‘rovocr uma emoqio coreiyondent.”Se 9 rts pode fer um Fo wnfome beast Se rene do eet s,s the pode onsets forms, or semestn Gue Sparen ero teeta et pent ge tne Pe se nage memo momest © sipectnr€ deca onde ele deseo 4 motopm sade pe etvanents Cc tite. Devese sprnders entender gue 8 montagem aii, de fo, a drevio deberee © conpsinine dx pemaenoe © sn {ei do eipecador Se 4 nottagem for nme combinesto Aksconoide ds vse pate, 0 expectation no ctniert (opee era) adn: 9 pos que secs for combina de tear fou 9 {tao de eveniordeintivamenteslesenads, ou com’ uma, Baba cones, ja le movinentado ov tang, 8 mowtegm cose ft aca ow trogen ©. peta MONTAGEM DO ROTEIRO © filme & dividido em rolos Eset roles goralmente possem ‘© mesmo lumanho, em méia, de 900 a 1200 pés de comprimesto” ‘A combinapio dos rlos forma um fle. O tamanho nocmal Ge tum filme situase entre 6.500 7.500 pé, Este tamanho, ainda sim, nfo provoce nenhum cansago destcesiio no expecta. O fm 6 geralmente composto de 6's rolos. Deve-seresltar agi, ‘somo uma sugestio pra, que 0 tamanho métio de um plano (Gembrar a montagem das cons), varia de 6 10 pés , conseqicm- femente um rolo compte-e de 100-2 150 pianos.” Pela orenagao dada por estes nimeos, o roersa pode visulzar a quantidade de material que eatrari no rotate. O roeito é composio de una ste le seqténcas. Na discusdo da constugio (montage) do votiro 4 parr dos seqacis, intoduzises um ovo elemento 0 trabalho o roeirsta — a charada continidade drastic da ego, que foi 7 ila de 35 mm, | flo e201 mato de pall sree 4 urged 0 ulon we eae 24S pee 500" coneon rte » 10 9 ea iscuida no comeso devts paste. A contauidade des seqiocias Seperadss, quando clocedas juntas, depende nio speass da simples Ironsferéncin de tengso de um lugar 4 oute, mas também & con- Alicionada pelo deenvovinento da ago, formando 1 base do reer, importante, entretanto, lembrar 20 roles do segine pono: tim roti sempre pout em seu desenvolvimento win memeato de (grande tenso, geraimente encontrado quase no final do time, A fim de preprar 0 espectader, ou, mais corretamente,prservilo para ‘sta tenaio final, € especialmente importante obserar que 0 espec- {dor nio se afiade por um cansago desncesirio durante © de- (corer do Sime, Um mélodo jf dscuido, no qual 0 rotenita con- Segue este objetivo, consite na cuidadosa dsibugso dos lereiros (ue sempee distrem 0 expetador), comprimindo-os, numa quan {ilade mator, nos primeior olor e dexando 0 Alo rolo para a ago interop Desta form, em primeito lugar, desdobr-se a ago do rotiro fem seqlénciay, as segueacas em cenas estas sio consiuldas {purr di montagem’ dos plapos, cada um cortespondendo a um Angulo dt climes |A MONTAGEM COMO UM INSTRUMENTO PARA TIMPRESSIONAR (MONTAGEM RELACIONAL) 1 mano, pae ou 6 ste & montage cis ur natn fa € apes Mo pte utr 8 SS ous pln spuror« om metodo soe cola * “Guevto pucolpc” Go eed" Vamor gor ns femiazar como pinipes todo expec que tm, como mea, cist tim impression eopectedr Conrae. — Sapnianon cone endo ness tra, cota 9 sk tune mise Ge um bomen, moro de ome; 9 esi imps ‘Sour 'may pioundamente we soca itonce sem seo {e'tm cue bomen femsctn nevi "A esa relagio de conte bate simples coresponde um ratte de monagen, Nevis imreio dese conse & at eta pp © ponte ni apts rsoone 9s dome 8 com a soqiéncin da glutonice, como também reacionar as cenas Separadts€ até mesmo os planos separa das cena, uns com 0 ‘outro, forgando 0 expectador, desta forma, «compara ab duas ages thrante o tempo todo, sendo que uma relorga a cute, A montage for cootrasie € um dos métedos mais eens, mas também um fox als comuns e mis padronizados e, portanto, deveve tomar fuidado para no exagerar Paaeliano, — Pte Bodo parse com 0 do conse, mas € onsiceveimente mais amplo, A wi ubstica pode ser expleada fwas carmen com tr exomplo. Nem spam, tna Podutdo,deervcvese 8 egune a0" um aalador, un os Tires de ume gre conden Amat; a eecio et a= adn porn cin da minh A begin € montage da Sunt Staneraro dono da fdbin, © copregador do Bomem condenads {Toca ocotaurate bebo, bn par ose rg de puso: gut Sor. Most osc ee ropa par st levedo part Din ef Ds nov opto: el oct uma amp pars saber thors #30, 0 cao dn pro se deca pla rua sob grande Tine,” mpegs que abe # porta —'» pre 0 conde I sffe am repeting al bt. ‘0 dono dh fabric, bbado eon ts sun can nde me meso un mo ombud en “Tt relogio com ou ponte lentaneate camiahando pera neo hea, O tabuheder et send enor Neste eel, dea acres tematemente desconexor so esavlvide ep {tae do elope que ances excio posing Oe Tipo, no pus do brato seme lige, data forma, ao prot pal do geo detect gue se aponinay sempre roe” anim a contac do oper. Ese sem sombre {divi wm modo irene gue Ser conieavelment de servi. Sinbolomo, — Nas cense fnsis do Slime A Greve, a repression fos trabalbadores & pontuada. por planos da matanga de am boi frum matadouro. © roteirkta dessa, dessa manelra dizer; de mes- tna forma que um agougoeiro derruba um boi com 0 golpe de um ‘machado, oe trabahadores slo asesinados a sang fri © crue Imente, Ete método & epedialmenteimeressante porque, pela ‘montagem, ele infrodur um conccto abstato na conscicia do es pester, sm 0 uso do let, 6 ‘Simutaneldade, — Nos Snes americanot, 4 parte final & cont- teuida a partir do desenvolvimento rapido ¢ simultines de dias ‘es, nas quis, a rerluglo de uma depende da realist da outa, © final da pare contemporines de Irioleincia, jt meaconado, & onstruldo dessa forma. 0 objetivo nal deste mitoso € ear 20 tspectador uma teasio mixima de exctagio pela colocagio cons tante de uma pergunt, tal come, neste caso do Hime de Gait: seri que cles chegario a tempo? — Seré que ehegario a tempo? (© méodo & puramente emorionsl, © hoje jé tio wado que hepa oabocrecer, mas nio se pode nega que, de todes os métodos Ae constagio de desenaces, este € 0 mas fiz. Leimotv (reierasio do tema). — Em gent, ineressa 20 rotei- rita dar éalse em especial a0 toma bisieo de um rotelo. Para fal propésto, ete © método de reterapio. Sua natureza pode facimente ser demonstada com um exempo. Num roteiro antvre- lito visndo expor a crbeldade e a hipocrin da grea a revigo do regime aria, 0 mesmo plano foi repeido vétis vezes: um Sino tocando vagarosament, com os seguites letetessuperpostos: "0 som dor sinor envi 20 mundo uma mensigem de pulenia de amor”. Fate plano apurceu todas as Yezs em que 0 rotcista Gesejava enfazar a estopider da pacizncia, ou hipoctsia do tal amor prepa. © pouco que foi dito acim sobre a montagem relaconal natu- ralmente no exgoa, de forma alguma, a vaiedade enorme de seus ‘métodes. Importante foi demonsrar que a mootagem constrivs, {im modo especiica e paricularmente cinematogritic, € nas rior do rots um instrument importante para impressonat © ‘spectador. 0 esto cuidadoso do Seu uso n05 fines, combinado om talento, levari indubiavelmente A deseobera de savas possib Tides e, conjuntamente, 2 erapso de novas formas 6s 12.2 (0$ MeTODOS DO CINEMA* (Os amesicanos foram ot pimeiros a desobrir a presenga de possibiidades peculiar ao cinema. Observaam gue 0 cinema 0 {penis regs simplesmente os eventos que passim diane da ci- fra, como tame colca-e numa ponigso de reproduziios na tela ttravés de metodo especinis que Ihe S00 props "Tomemos como exemplo wma passeata que se desenola na rus Imaginemo-nos como wm observador dessa paseata. Para receber me impressio delniiva ¢ clara do evento, © observador precisa Tealcar alguns ages. Em primelro lar, deve subic até o tethado Ar uma case, pera obter uma visio geal do grupo como um todo ‘e dimension 0 seu tamanko; em seguida, deve dese e othar, da Janela do. primeiro andar, para os Teeitos das fanas careyadas| pels pestous; fialente, deve misturarse a muliio, «fim de ter tina tdi da aparncia exterior dos participants. Por trés vers, o observador maou de ponto visa, olhando ‘ora de mais roxio, ort de um local mas afaxado, com © props: Sito de consepuir «imagem, a mais completa © exaustva posse 66 do fendmeno em andlse. Os amercanes foram os prineiros & ‘entar a substiuigo do observador avo pela cimera, Em seu tr batho, demonstraram que, nfo apenas er possvel regsrar a cena, como tambén, pela manpulagdo da clmera — de tl forma ques posigio em relagio 20 objeto flmedo varasse algunas vezes — podiase repreduzi « mesma cena de forma mals clara © expresiva do que se 5 clmern desempenhasse o papel de um expectador de teavo seatado imével em sua poitona. A cimers, slé eno um ‘spectador imével, fnalmente reebia assim uma carga de vida ‘Adguia a feculdade de movimento proprio, ¢ se tanslormava, de ‘um espectador passive em observador ative, Dai em dant, 2 cé- ‘mers, contolada pelo drt, pode nio somente capaciar 0 espec- tador a ver o objeto filmado, como também induzo a aprender ese objta FILME E REALIDADE ‘Quando © slor de tenra se encontra mum canto do paleo, cle io consepue crwar para 0 outo lad sem dar um nimero nace ‘rio de pasos. E crzaments ¢ imervals deste tip, sto coisas Indispensdves, condiconadas plas leis do expaso © do tempo res, ‘com ae quais © produor teal tem scare que contar © que n80 Int como superar. Trabalhando com procesos reais, é ineviivel tums série completa de itervalos que lgam 0s ponton separadoe © ieifietvos da ago, Se,_por outro lado, comsiderarmos o trabalho do dirior de ‘nema, nto parece que a matéri-prima nio ¢ outa seado aucles pedagos de celulide, nos quais foram flmados de varios pono: de Vita oF movimentonindividualizados que compsem a a¢50. De ‘ada mais, 2 no ser destes pedaos, slo riadas aguelas aparéncis tela, formando a representagso flmica do. desevolvinento da ‘alo. "Asim, © material do dieior de cinema nio consste dos ‘procesoh reais que aconecem no espago a0 tempo fel, e Sim Magueles pedagos de’ celulGide nos quai estes proctesos foram re- ‘Bsindon, Exe celle ett inteamente suelo & yontade do die Feter que o monta e que pode, aa composigio da forma flmica de ‘ualqueraparénin dda, elimina todos 0 pontos de intervao, con etrando a 2530 no tempo, no nivel mais allo que ele desir oa ute método de concertarso temporal, a cocentagio da agto pla elminagao de pontos de intervalo desnecesros, corre tam bem, de forme me simpliicaa, no teatro, Tal méiodo eaconta Sum expresio na contro de uma pega 2 partir de ates. O ele- tento de conseupio da peca através do_ gual passame vitis anos fate © primero ® 0 segundo alo & apropdatamente uma cones tragio temporal andloga. No cinema, este método mio apenas & levado 20 msimo, como forma a base real da representagio. Em bora ja possivel so produtor teal aproximartemporalmente dois sos comsecutivos, ee, ado obstate, ¢ incapar de fazer 0 mesmo ‘om incidents separados dentro de'uma ica cena. © siretor de cinema, pelo contro, pode concentar tempor ralmente, aZo apenas incientes separades, mas até mesmo os mo- ‘mentor de uma nica pesoa. Exe proceso, eralmeate chamado de "teague” na verdade, nada mais do que © método caracterstico Ge representa fini, De forma » mostrar na tela a queda de um homem de ume jmela no quinto anda, os planos podem ser fimados da seuinte Primeiro filmsse o homem ctindo da jaela sobre uma rede, de tal forma que a rede nfo gue vive na tela; em Sopida, 0 ‘meso homem ¢ flmado csindo' no chlo de pouca altura. Calo- ‘aos Indo a lad, oF ois planos cram, na projsio, 2 impresio desejeda. "A queda catastrfica, na realidade nunes ocore, « nfo Sera tela endo a resultant de dois pedagor de celldde colados Indo s lado. Do acontecimento real, of sea, dh queda real de uma pestoa de uma alta espantoa, apenas dos momentos So selcio~ fados: o comego e 0 fina, A passgem inermedifia pelo ar € ‘lminads, io € correlo chamar tal proceso de trague; & um Imétodo de representagdo fMmice que eoresponde exatamente & el ‘minagéo dor cinco anor que sepivam, no tats, © primelzo do se- undo ato No exemplo do observador que spreia a pusseata na rut, sprendemos que 0 procesto de fimagem nio é 2 fxaplo pure ¢ ‘Smples do que aconsce na frente dt ciners, mas sim uma forma pclae de representago deste faa. Eaue o evento naturale sud Spatdacla oa tela hé uma difeenga bem marcada, © exatamente ta difeenga que far do cinema uma arte. 8 ESPACO E TEMPO FILMICOS CCriado pela clmera, obedient & vantade do dirtor — apée fo core © junio dos pedaces de celléide — surge a uma nova nogdo do tempo, o tempo filico. No se trata daguele tempo rel ‘ompreendido pelo fendmeno a medida que se devenrla, dante ds cimer, sim de um novo tempo, condicionado apenas pela ve locidade da percep e contol pelo nimero e pela duasio dos elementos separados,seleconados para a represenasio fica da Tada apo ocorre fo somente no tempo, mas também ao es paso, 0 tempo filmca € dferenciado do tempo real pela sos ex: Closva dependénca dos comprimentos dos pedagos de cellbide que ‘lo unidos pelo dteor. Igual 8 nogSo de tempo, 4 de espago rico vinculase também a0 proceso principal do cinema, 2 mon (ager, Pela jungdo os dfeents pedags o dzetor era um espapo 2 Sua ineira vontade, undo e comprimindo num nico espagofi- ‘mio esses pedagos que jé foram por ele registrados provavelmente fm diferentes Ingres do espago real. Fm vistude &2 posiblidade fe climinagéo doe momentos de pusagem e dos intervals, os quais jf foram snatsados existe) em todo trabalho cinematogrstico, ‘0 expago flimico aparece como uma sptese dos elementos reals te- sSstrados pela ciera Lembremes 0 exemplo do homem caindo do quiato andar. Aquilo que, na realidad € uma queda de 3 metros de altura sobre tums rede ¢ um salto de am simples banco, parece na tela uma ‘queda de 300 metros. LV. Kuleshov montou, em 1920, segunts cenas pare um experiment: 1 Um jovem caminhs da esqurda pare dire. 2, Uma mulher camioba da disci para exqueda les fe encontram ¢ se cumprinentam com um aperto de mos, (0 jovem pon 4. Morr-se um grande eifilo branco, com ampla escaeria 15. Os dois sobem as scads. spuds, madoevepradanet, foram motados na ote dnda.e ojo tna, Oe tacos Amado forum arsenide So expenndr des anc, como num af80 ar, iiterups tin eecont de do joven um cone até cu Wnba #2 a bide pela ecaday aU 2 enadn, Cada wesho soar, cae ton, fotfiado num lca irene: pr exemple, 0 jovets pero do eco GUM, 2 tule, perto do monuneato 2 Cog 0 pero de macy, pte do Teo Bobi, e's can brane ea un {Rano de am tine americana (aa verde tn ¢ Casa Bana), oquano gue shin na ears (lads na Cater de Sto Seedr.“O que, resi dio?” Embornfimagem tea silo ffcanda ey losagts varias, 9 cpetadorpetsbeu a cean ome Gin Todo," ttn de eps sel apenao ph cere spte- ‘nm conettador, de forma, na ela Aleta 0 que Kulesbn denoninon de "proraia cava Peo procs ce juno os fesoyos de cella risose um nov espa fini que m0 ex Thitw veaidade Eats sepradr por uma daca de qll- ‘metros foram concentra expo ue ode se eaberto pels ores em pouces pesos 0 1.2.3 (0 DIRETOR E 0 ROTEIRO* 0 dlretor sempre se etrona com a tare de crar © fle pari de uma sé de imagens plasicamente cexpresvas A. ante do diretor conte me habiliade ‘Se'encoatar tis imagens plastica; na faaldade de car 1 partir de_ pianos separados pela montagem, “frases” laras ¢ expresivas, tnindo ess tases para formar Periodos que afeam vivameate e, «parr deles,constrit tm fle. ‘A ATMOSFERA DO FILME ‘Toda a agfo em qualquer roto se insere num stmostra que 4 0 colorido gurl 0 filme. Esta atmosfera pode ser, por xem plo, um modo especial de vive. Através de um exame mals dete Ina, podese ate considerae 8 stmosfera como sendo alguns pe- culiridade especial, algum teago especial, essenil, dese modo de vide escolhido. Essa atmosfera, ese colorido, ni pode e nfo deve $= tomar explicto nem uma cena, nem n0 ltr, deve consan= Tiled 4 ence do cinema, cpl“ Dir + © Mata n temente impregnar 0 filme iter, do comeso 20 fim. Como fale, 2 aslo deve esta imersa neste pano de unde. Uma série itera or melhores filmes exbidos recenlemente demonstra que # énfase uma atmosfern na qual se iasore 2 agio & faclmente oblda com 8 fotograia. filme Devid, 0 Capula (Tor'Able David, Henry ‘King, 1921), nos mora i de forma muito inensa, © também Imetessante oar que o efeto provocado pela unidade deste fme to “colorido” se basia suma habiidade, quase aunca comunicad, de saturar 0 filme com uma profusdo de dealbes corretamente ob: servados. Naturalmente nlo € possvelexigir do roteirita que ele Aescubra todos estes detahes © 05 coloque por esrito. O melhor aque ele pode fazer ¢ encontrar ums formulseso absrata necessia, fabendo 20 dzeor absorver eta formulagéo ¢ darihe a necesirs forma plistica. Anotasées fits pelo roterisa tais como “Havie um odor intolerivel 2a sala” ,ou “Mas srenas das Ebacas ib vam e cintavam através de uma stmotera pecs, pemmeada de Seo", nfo so, de forma slguma, probs. Els indicam coreta- mente a relagdo entre as ideas do rotestae a futura moldagem plisticaefetmada pelo dtetor. Ja se pode afimar agora, com um ferto grau de cetera, que a torela mais imediata & espera do di reior € a busea da solugio, por métodos fmicos, dor problemas ‘eserves menconados. As primeiras expecincias foram efetuadas pelos americanos quando mostraram uma paisagem de caster sim- Dlico no inicio de um filme. David, 0 Copula comosava com imagem de um vilarjo visto através de uma cere em flor. O maar espunante © tempestuoso simbolzava 0 leimotv do te The Remnants of a Wreck © exemplo maravilhoso, que produziv ums realizayio inques tiondvel nese setio, sio as imagens da aurora enevouda que se levanta sobre 0 cadiver do mariheito anassinado em O Encou ‘racado Potemkin. solugio destes problemas — como represent 1 Stmosfera — sem divide ums pate importante do rtefo. Este teabalbo fo pode naturaimene ser deseavolvido sem 1 partipaslo ‘Greta do detor. Mesmo uma simples pusager — que se encontra com ffegiéncin em qualquer filme — deve, através de uma linha ‘mesa interna, se hgat 20 devenvolvimento da 930. Volto a repetir que 0 cinema & excepcionsimente econdmico & preciso, ele nao hi, e no deve baver, nenhum elemento supér- fiuo. Nao existe tal coisa como um puto de Tunde neuto; todos n ‘of elementos devem ser scumolador¢ dirigidos com 0 objetivo nico de resolver oe problemas dadou. is cada apo, na medida em ‘que acontece ao mundo real, est sempre emvoia em condicoes is — asta € 2 natureaa da atmostra. (5 PERSONAGENS NA AMBIENTAGAO Gostria de apontar que, no trabalho de-um dos mais impor- antes diveioves da atualidade, David Guth, em quate todos os seus filmes, © em cipecil maguees em que cle aingt o méximo de expresso ¢ forg, invariavelmente ht casos em que & ag80 do 0- Tero se desenvlie entre personagens meiclados dtetmente com tudo aquilo que acontece no mundo 20 redor. (O'movimentado final do enema de Grifith € construido deta forma 2 fortalacer, para 0 espectador, 0 coafto a ita dos hers um grou inimagndvel, gras a0 fao de'que 0 dreor colocs, ne ‘cio, venlaia, tempestade, plot que se parem, enchenes, uma ‘adosa e enorme cachoeirs. Quando Lill Gish em Way Down East (1920) si de casa, srrinadn, son (lidade despedagadn, en- ‘quanto que 0 Wel Barthelme core str dela para devalvela 8 Vide — busca total do amor sob o destspero, deseavolendo-se no titmo furioso da ago —-, Iwo iso acootece duran una asistan ora tempestede de neve; e, no climax final, Gift foga 0 espec- tador a sentir © desespero, quando um bloce de geo, girando' em rotapio e caregando & figura de uma mulher, aproxima do pre- ipl, de uma gigantesa cachocra. A propria cachoeia dia Impressio de raion, sem esperanga, da gual aio se pode capa. Primeiro vem a tempestade de neve, « em sepua 0 io revolt, cespumante, em degelo e ehelo de blocon de glo que parecem sinds rai selvageas do-que a tempestade, ¢, finlmente 2 poderora co choeira, que, ela propria, di impresio mesma da more. Nesta Segutacia de eventos, repetese, em escala maior, 2 mesma linha do Aesespero crescent — desespero para se chegar 30 fine) pela morte ‘que, de forma ircesinive, se sposiou da personagem principal. Esta hharmonia — a tempestade no coragio humano ¢ a devairada tem pestade ds narurezh — € uma das congas msiores do” genio (eon tains dev. Padovkin, Fin Teche and Fm Aeine, ew York Grove Pe. B Tradugo de JoRo Luz Viewea fae Béla Balazs fs 1st DER SICHTBARE MENSCH (O Homem Visivel) — 1923 A cates on piracy pos ee Gis o nboio de amano Spiel eons el Shin Vom Hap men eon ve eo So ingen sna ole a er orery pela spite fa Mae ew aba eee ee ee UES", auc pe a etd teu a» ide ca ar hn © cpt vn! termes lo tam ei hel ¢ 1 ctl gem ct coms Ta de te SSS gs et Was pets mato pace tote pt oe Se, oe MST unk, stl bt ete eal ee eng ae ag ‘e wvossn uns so acta uew noe mg sane "ene Sate, Snag dr baat, wc cs SECT GEES ace ‘lM atten som n rifica. Como a miquina impresora, trtese de um artic 16 fico destnedo a malipicar e a dstibui produtos para o eapiito Ihumano; sev efeto a cltors humana nfo seri menor do que agucle ‘ausado pela imprensa.O nfo falar ko sipiien que nose tena ada a dizer. -Agules que aio falam podem estar transbordando ‘de emogbes que 56 podem se expresss através e formas «images, stone figs. _O homem da cultura visual usa tals recuson nfo fm subtitulos plavras, ow sja, como um surdo usa seus dedes. Ete nfo pensa em palavras, cujas sabes desenkaria no ar como pontos © tapos do Céigo Morse, Os geste do homtem visual nfo So feitos para transmitir concetes que possam ser expresos poe palaveas, mas sim as expeiéncias interiors, emogGes n80 raconsis fue flesram sinds sem expresso quando tudo o que pudesse ser dito fsse dic. "Tus emogdes tepousam no aivel ms profunde da lima e nfo podem ser express por pulavrs, que sE0 meros re Feros de conectos, da mesma forma que noses experéncas m= Seals nfo. podem ser expressas através de conciioe racionaliados (0 que aparece na face e'na expresso facial ¢ ums expergaca esi ritual visulzada imediatamente, sem medisgio de plates ‘Nos tempos dureos as velhas ares visuas, 0 pimtore o escutor ‘nfo preenchiam © espago_ vaio. apensr com’ formas ¢.contornos abst os, como também homem nio era apenas umn problems fo ass. Os pintores podism pintr 0 expinito a alma Sem se tornarem “literrios", pois a alma e 0 expiito sinds mio hhaviam sido fimitados a concéios expressveis omen por meio de palavas; a alma e 0 espicto podiam ser encanados sem resis. Era um tempo feliz onde as pinturas ainda podiam ter vm “tema” © uma “igi”, uma ver que dca ainda nfo bavia sido amarrada 20 concelto ¢ 2 palara que nomeva 0 eoneito. "0 artist podia are. Sentar, numa forma original de manifestgio, « encamagéo da alma ‘corporificada em gesto ov ms fegdes. Mas, desde ents, a impeemsa tornow-se a ponte principal sobre a ual desilam at mais remotae trocasesprituas, enquanto que a alma foi concentra ¢ cstlzads Principaimente na palavra, Os meios mais sus de expressfo ofere- ides pelo corpo nfo eram mais necosrios Por eta rando,nostor ‘compos ereceram sem alma vazos — 0 que nio 6 uso, de- A superficie expresiva de nosio corpo fi, desss forms, red ida apenas a0 rosto© 150 aconteceu no 36 porque o resto do compo B ficou xcondido pels roupes. Pars os scasos residues de expressio ‘corporal que nos retaram, a pequena superficie da face era 0 sul tiene, projetandose como um semaforo dssjtado da ala e tans- ritind sinais da metbor forma possivel. As vezes acresentaa-se tim geso de mio, lembrando » melncoli de um torso mutlado [Na época da culture da palava, @ alma aprenden a falar, mas oes- cou quase que invisivel. “Ete foi eleto da impeease [No momento, o cinema esti preses abrir um novo camino para a nose cultura. Milhées de pessoas freqlentam os cinemas Todas as noite e unicamente através dn visio viveaiam acontec Imenios, personagens, movies, estado de esto e at peasamentos, tem a necesidade de mitt palavras. Pols as palawas nto atin~ fem o conteddo eypritual das imagens © so mero istrumentos pas- Seacirs de formas de arte ainda nio deenvolidas. A humaaidade finda estéaprendendo a linguagem rica e colorida do esto, do mo- mento « da expresso fail, Exa nfo & uma ligueyem de signos Subsituindo as palavras, como sera a Tnguagem-signo do surdo- tudo — é vm meio de comunicasa0 visual sem a mediagéo de a tas envoltas em came, "O homem ‘ornou-se aovameate visvel A pesquisa ingen descobriu que as orgens da lnguagem se encontram no movimento expressiva to é, que 0 homer, quando ‘comegou falar, movia sua lingua e teuslibioe num grau igual 20 or outros msclor do set ror « corpo — da mesma forma que lum bebé hoje. Orignalmente 0 propisito alo foi produit sons, ‘© movimento da lingua e dos Isbios ere, niialmeate, x mesma. ges ticulagto espantines igual a todos 0s ouizos movimenos expressivos do corpo. A preduio de sons foi um fendmeno secundirio for- fuito, que s6 mals tarde fl ulizado com fine prices. A mensa- fem Imediatamente visivel fob asim transformada numa measagem {tediatamente autivel, No decorrer deste proceso, como acontece com cada tadusio, muito se perdew. O movimento, expressive, 0 (esto, € a linguamle aborigene da raca hum, No momento estamos comesando a relembrar © 4 reuprender ‘sta Tingua, Ela ainds ¢ deaajtade e primitive © muito distant, SE agora, dos retinamenton da arte da palavea. Porem, ja comese ‘se tomar capuz de expresur coisas que escapam aos artists da Palas Quanto do pensamento humano permanecena sem. ex. Dressio se no tvésemon a musical A arte da expresso facial € 1» do gest, que agora se devenvolve, tard povameate &supetici muitos ‘onteddossubmersos. Ainda qu (as experncas humanas nao se- jam raciotis, conteidos coaceltuas, elas nGo slo, etretanto, nem ‘agat, nem confor; sf0 io carat Ineguiocas quanto 2 mica, ‘Assim, o homem interior i também tornarse vsel, ‘Mag se o vetho homem visveldesapareceu, @ n0v0 homem vi- sive sindn no existe. Como fale antes, lel da natureza que 0s Grados em desso deyenerem desaparecam, deiando para tis spends seus radimentes. Os enimas que nio mastgam perdem seus ‘entes. Na era da cultura da palavia f2emos poco Wo dos Po- ‘eres expressives do moma corpo e, por consequite,perdemes, Par inmente esc poder. "A gestculagto. dor povos primiivos € {te ‘Genlemente mais variada & expresiva do que » do europen elt, ‘jo vocabuléri, por outro lado. ¢infntamente mais rio. Com mais suns anos de arte cinematogrifica,nowtos extuiosos deseo ‘rico que o clema peemitrd compilacdo de enielopéias de ex- pressfo acal, movimento gest, dt mesa forma que exitem hi muito tempo dcinérios para as pulavrs. © piblico, entretanto, ‘lo proceaeeperar pela cncciopédia do gesto nem plas gramticas das futuras acaemias: ele pode ie 20 cinema € a apeeader Entretanto, quando abandonamos © corpo como um meio de cexpresdo, née perdemos mals do que um simples poder de expressio ‘orporal.” Tudo agulo que ra para ser comuniado também se re- ‘daria devido a exsaneligéncn, Poi os trata do mesmo esiio, rom da mesma alma que € xpress ora'em palatas ora em gesos, ‘A assca ndo expresin a mesma cost que & poesia, de forma di {erente — el expres algo bastante diferente. Quando merpuhamos ‘0 alde das palavras nas profundezas,o que trazemos a superficie So coin diferentes do que quando fazemos o mesmo com os gos. ‘Mas que ninguém pense que quero devover& cultura do movimento © do gest 0 lugar Boje ccupado pela cultura das palavras, pois ‘enhuma delas pode substuir a ous, Sem ume cultura conceit, ‘clonal sem 0 desenvolvimento cientico que a acompanha, nlc pode aver progresto social e Romano, A tama que inelga © fcedade moderna é paivea etcia ¢ (lads, sem © qual Seria Inpossvel qualquer organizago ¢ planejamento.” Por outro lado, 0 {asco nos mosirou 0 caminho que s humanidade segura, com fsa endéncia a reduzir a cultura humana as emogoes subcons 50 cieates, em lugar de conesitos claros. Estou me referindo apenas ane’, mesmo agul, nfo re trata de deslocr arte mai raonal fda palavra,Nio hi razdo para renunclar a‘um tipo de conguisa humana em favor de outra, "Mesto a cultura musi! mais deten- ota io ores expur erhi pec) ma Pa Ge Voltando & imagem do bade, sebemos gu, de fontes sees, no se pode retrar gua de espicie alguma. A. psiolgia © « flologia ‘mostraram que nossos pensimentose senimenos so detrminados 4 priori pela possbiidade de express. A fillopa sabe também {que mio s30 apenas conceitos ¢ sentimentos que clam pares; © ‘process corre também de forma invest: as palavas fevorecem © parecimento de conceitos ee seatimentos. E uma forma de cco. ‘nomia pratiada por nossa constiuigdo mental que, tal como nosio forzunismo fisico, desea produsie pouqusimas cosas ites. A andie gia e picolipca mostrou que ss palavras nio 380 spends Imagens que expressam nosos pensimentor ¢ semimenton, Na tmaioria dos casos, as palevas funconam como formas Himitadoras 2 prior. Eis a raz do pergo de banalizasso, cliché, que to fte- (qlentemente ameaga 0 homem culto. Aqui novamesie a evolusto do espitto humano mosrase um proces dialético. Seu dsenvol- vimento aumenta seus meios de expressio ¢ ese aumento, por sua vex, fala e accra 0 seu desenvolvimento. Se, por consegumt, © cinema sumente se possbiidades de expresso tambm alpen © ‘epitito que ele pode expres. ‘Seri que est inguagem da expresso facial e do gesto expresivo proximard os homens, ou aconteceré © cotrsio? Apes da torre ‘de Babe, avia coneitos qu, por irs de palavras diferentes, eram omuns a todos, © uma pessoa poderia também aprender & lingua dos touts. “Os concitos, por outro lado, poser, nas comenidaes ce vilizadas, um conteddo detrminado pela convengio. Uma gramstca Uuniversalmente vida era um prinepio potencaimente mais uf dor no sentido de manter os indvidvosintegrador, especialmeate uma sociedtde burguesa em que estavam propensos a Storer Se- rados solados uss dos outros. Ate mesmo a ieratura do subj imo extremo wsava 0 vocabulério comum e, dess form, s¢ preservou da selidso de uma incompreensio definitive, Matlin fsgem dor gesor mito mais individual « pestoal do que a lin _pungem das palavas,embora a exprssio facial também teaha suas formes habitois suas interpetagdes convencionis a um nivel tio grande que sgutmn poderia— e deveria — esreer uma "“gsilogia”™ Eomparade, com bise a0 modelo ofercido pela lnglsticn comps fade Todava esta inguagem da expresso facile do gesto, embore postuindo ume certa tradgGo. geramente acta, carece das regres Figgas que governam & gramétea que, pelo mécito de nossa ace ‘emia, sto de os obrigatri a todos nds. NGo hi escola que esta bale que voet deva expresar sua alegria om tal tipo de sors, fou 0 seu mau humor com agule tipo de sobrancslhe franzila. NSO fi eros passives de punigho nesta ou aaquela expressio facil, bora es vangs, sem dGvida lguma, realmente observem e item (ais pests c cartes convencionais, Por culo lado, sas expresses ‘fo mais imediatamenteinduridas por impulosintemnos do que as palevas. Contodo, rovavelmente srk ate do cinema que, ana, poders unir os povor e as mages, toraélos familarizados uns com {bs outros e suas no seaido de uma compreensio mitua, O fine muda pio. depende dos obaiculs Soladres imposos peas (Stores lagiscas Se ollarmos para os rosts © gests de cada tum de 6s, es efendermos,ndo apenas estaremos nos entendendo, Como também aprendendo a seit ak emocoes de cada wn. O gesto fio € 36 ume projrto exterior da emogio, & tamblmn 0 que 2 del ‘A niversatidade do cinema deve-se, em primeio lugar, a causas cecondmicas que #8 sempre ae mait forts. A feitara de um fe € “ig tio caro que somente powcas aages possoem um mercado Jo- Imesico sufiente para manter uma prodoqso cnematogrifica ren Ulvel, E uma das pé-condigdes da popuardade intermaconal de ‘qualquer fle reside na compreensio universal da expessio facial Ah esto. Caracterisicas nacionaisespeifias Serbo permitidas no ‘ecorrer do tempo apenss enguanto curiosidades exten ¢, por is, Ser inevitivel uma cera homogeneidade na “estologia™. As les ‘do mereado cinematogrfica permitem apenss a exsténcia de gestos expresses facas univereamente comprocnsivis, sendo que, cada fnoange deve ser entendda da mesma forma tanto por ume princess {Smyrna quamo. por ums opedsia de Sio Francico. No mo: Imento, jf temoe uma stuagso ma qual o cinema fala a nica Tinguagem univers comem, entendda por todos. Pecularidades fimas,eipesialidades nacional podem, em algun casos, dar eolo- 82 ‘ido elo a um fie, mas nfo podem munch se tana fre ue fogam vangar ums hin, poe se ov eros ue een © Signiiado equ decir o curso dem ne no fore compecen ‘aos unifrmemte por ode ay pics de Tos os geen 6 oir perder dibs somo su fine. © me modo conti par que a pests se tomasiem 6 seamen seta ue im ote gu iu um io 0 nteraconal.” Ne medida em qu uns hus somum posse tas reuno dos homens dato dor limites de suas propin rags nagdes, eno o cinema, que far com gue © homem wale sa igualmente viel tous, contiburadetvanente para 0 tive Tamento' dev dferecar fat etre ss viris rages ages, To nando, sin, um dos mais te pionion ne descvolvimento de fmm hameidade‘enierl ¢ trocions. 83 13.2. NOS ESTAMOS NO FILME* os formes de exreso Algmas pots scream que ano roo pl chimeras vem opens 4s obi SPS ao ann ovarian © tenn, come nbn © Be unc dina gor moda onsanencte Ae vided hin do ce : verde qua ineracnemstogica rev poves mundo aie cite sein den oe a ana do oj, 0 sito ds asic, Inguage arts das cous mud repro contest, sve = apes 20 tear sver ann, nove fea Uda sve historian mais importante ¢ deisiva foi 0 fato de que o cinema ndo rostrava maui mes, a qe de fone rent: 0 & See Stic permanente en detaprece adulnente Conca do especdar &com fam deapaece tmbér ag SEESE eor tune apo titi pre do experincia oa 7 Roped pul do Cap. VL A Chee xsi’ dot Te i a ne aa Cans te a nse we (3) 4 IDENTIFICAGAO [No cinema, a cimera carrega o expectdor para dentro mesme 4o filme. Veros tudo como se foe do interior, © estamos rodeados pelos personagens. Exes nio precisam 0 contar o que seem, uma vez que a6s venos © que cles véem © deforms em! que véem. Embora nos eacotremot setados nas poltronas pees quis pe- amos, nio € de li que vemos Romev e Tula. Nos olamos pera ‘ima, para 0 baleo de Julta com os los de Romew e, para bao, pra Romeu, com os olhos de Julieta. Noss olho,e com ele nose sonsciéncis, idenifcase com os persanagen no filme; chaos pars '© mundo com os ols dees ¢, por i, no temos nenhum aogulo de visto préprio. Andamos pelo meio de muliddes, galopamoe, ‘voamos ou calmos com o hers, se-um pesonagem olht © oro noe os, ele otha da tela para nds. Nostos olhotestio na cémera © tomam-se idéaticos acs olhaes dos personageas. Os personagens ‘dem com os nosss olbos. neste falo que consise o ato peice: Iogico de “densitieasso” [Nada compardvel a este efito de “identicagéo” 8 ocoreu em ‘qualquer outa forma de arte € € aqui que o cinems manifeta sia absolta novidade artitica, © cLose.uP Como j dssemos, a base da nova linguagen formal € a cimere sinematogréfica que se move, alternando constantemente Ge ponto de vista distinc do objeto e, com ela, o nimero e 9 tamanho de ‘objets em cena, o dngulo e a perspectiva, tudo muda incessant mente. Este movimento seccona © objeto diane da chimera em visdes parciis, ou “planes, independeate do fato dete objeto se mover ou nio. As Vises parcais nto slo detahes de um filme intro. Pois 0 que ocorre nao € a diviso, em suas partes const ‘wintes, de uma imagem jéeeistrada aj imaginads. 0 resultado isto sera o detahe; neste caso cada grupo teria gue ser mosrado, assim como cada individuo ums cena de multilo, de um ingulo ‘ual aguele em que aparece na imagem total; inguém, ou ma 85 oven se mover — se isto aconacmse, no sram mais - herent, “ge far ne i una tage tal forma, ji ext; «i a poo de sn amps lv, Foe sine Smaps scionds Tas agens tandem em nossa conse seems tl enboranio seam spares de um intel mo Sry cuente em nance podem set Wanfomades numa imagem nglobane © dic 86 Ls.3. A FACE DAS COISAS* © QUE UNE AS VISOES PARCIAIS? A reposts a tal questio é: » montagem ou edigo, a compo. sigdo mével do Gime, uma arguitewa-no tempo e nio no expaye, sobre a qual muito mals se dito adane. Por agora, estamos inte. ressados na questio pscolgica do porgué ina cena divide my lmagensseparades nio se desntegra¢ sim permanece na conscincia o espectador como um todo coctent, ume unidade conustent de ‘pago © tempo. Como sabemos estarem at coisas acontecenda 5 ‘mulaneamente € no mesmo lugar, ands que es imagens que de filam perante nossos ofhos obedesam 2 uma reqlénea temporal & ‘mostrem © pasar reel do tempo? sta unidade ¢ a simutaneidade das imagens evolulado no tem Po nio € produrida automaticamente. 0 espectador deve participar ‘om uma asociagdo de idéas, uma siotese de comciéncia «imag ‘aso 20s quals 0 piblico de cinema teve, em primeiro Inga, gue Ser edado, Ena & 2 cultura visual da ual alamos em capiulos ee 37 ss mgm si on) compost concent ose haver panos que ecapam do 100, € oreitgetaatenannante ate num Sore ata oe cp ee tee ear eta ops een ee SR SRS woes ‘oho, com relagio aos planos anteriores © posteriores, alguma cofss: SS eee mawateeiea aaa wee Series Papa tatams sauwearante Sora einatearmen le sis inter Se eomeoo ie Saese ar erie South Stare mak cas es mae nis ut tem me noes ea Sr Rote ns Grape ao Sees arene Tope ute dierent. Por exempn, contimando com a imagem penn et somone tA ae neenee Si aps Sa cn eee No jaracetsr meats ates akon (© SOM & INDIVISIVEL ‘A oatrcza totalmente diferente do som tem influéncia conside- ive na composicio, montagem e deamaturga do cinema sono. ‘A cera sonora ao pode fragmenta o som em pedagos, por planes damesma forma que ehmera cinematogrtica fragmenta os objets 88 No cro, som ¢ smc ptshido de fone ins! ¢ homo inex isto ele possi o mesmo carter, tanto numa part do expan, {somo em qualquer out; o som s6 pode er mais alto, ou mas ico, ta prtino cu oa dat «mista, sb a ma ents formss, aos outtos sos. Na boate, por exemple, podenos oui, e ino, apenas a misica de fondo &, em sequide, rsadas © com: vers em vor alta de um grupo baruhento em uma das mess que podem até conseguir abaar a miss, (© SOM NO ESPACO ‘Todo som ocupa um ugar idemtiticivel no espago. Pela sua stra, podemes dizer se ele se encontra numa sala ou nun pordo, num grande sao ou ao ar lie. Esta posibiidae de localeacto ‘do som contibui também para unificar os planos caja aggo se de. senrola no mesmo espago. "0 Sime sonoro educou 0 noo ouvido — ou poderia e deveria Wo edcado — a reconece a alure (Cimbre) do som. Mas n6s evoluimos, menos em nossa edueagio fuditiva do que na visual. Em qualquer aso, o cinema sono, gue poderinwtiizar o som enguanto material artisico da mesina forme (veo cinems mado utiizou a impress visual, fi logo ultrapasado pelo ime falado que, num cero Serio, sigiicou um pass ats fm diego ao testo fotagrafado A FACE DAS COISAS © prineiro mundo novo descoberto pla chimera cinematogrtia fa época do cinema mudo foo mundo” das coisas bem pequcnes, aves somente a dstnens muito curtas, «vida escondha dos sere liminutos, “A cimera nos mestrava objeor e aconecimentos até endo desconhecidos: as aventuras dos insetos nu natura slvogem, or entre a relva, os dramas dos pintahos de um di. num canto ‘do avo, as tala exoticas das flores e & poesia das pltagens fem minature, 0 cinema io touxe apenas novos temas, Atraves do closeup, a cémera, na epoca do cinema mudo, tba revelava 2s Forgas cults de uma vida que pensévamos conhocer tin. bem, (0s contornos confuses so, na maior parte, 0 esulado de nonsa 89 cana € inseasivel visto, de nossa superciaidade, Em geral, mal {ocamos a complexa e variada substincia da vide. A chimera des cobra dlla-mde das matéis vitis nas quais todos os grandes trent sic, em sltima instincis, conebidos: pois © maior pedago de tera no pasia de um agresado de pariculas em movimento, ‘Um grande némero de close-ups pode mara o instante mesmo em ‘qe © gerl€transformado no parcuar.O ose-up no $6 amplion Somo também aprofundou nossa visio da vida. Na epoca do ei etna made, 0 clavexup nio apenas revelou coiss nova, com tin ‘bem non dovolweu 0 significado das velks. A VIDA VISUAL © doseryp nos spresenta uma qualidade exstnte num gesto manual gue nunca haviamon percebido, como, por exemple, quando {mo bate eo lguma coi Tal qualidade € gerlmente mais resiva do que qualquer combine de fetes. O closeup mor {us a sua sombra na parede, sombra que vvou com voce durante {oxn asus vida e que vou raramente conbecia mostra a face muda € fo destino dos objeto que convtem com yoo! em seu ambiente € ‘uj desing ext ntimamente igado ao sev. Antes do cinems, voc! fothava para & sua vide da mesma forma que wm despreparsdo fouvinte de um concerto cave a orgusra exccuando ume sinfona (0 ue ele ouve apenas & a melodia prinpal, enquanto que todo 6 resto se confunde num ruido geral. Somente os que conseguem ‘istngur a argutetora dor conirapontos de cada echo da paritura ‘que podem realmente entender e apredar a misica Fé assim fue vemos a vida: 6 a melodia principal chega aos olhios. Mas tom fle, com seus close-ups, reveln ab partes mais vecdndltas de rosea vide poifnis,alim de nos eninar e ver os inincados d fates visas da vida, dt mesma forma que uma pesoa Ie ums partzure orquese (© CHARME LIRICO Do CLOSE-UP 0 loe-up as vzes pode dar a impressio de ums mera preo- cupacto natualita com 0 detahe. Mas or boos closeups radian lume attude humana carinhosa ao contemplar as coisas esconddss, 90 deed clad, um geal carvers sobre os init do ‘ns mira Sums site Os om dase So inno eos, ¢ a son oro pt Closeups perso roves danas sobre 0 gu ramet scncuny so sapere at apc Poems ‘er om plano mid de a pon, sada © conernod clog Taine", eateany teat os dt sue enon Serres spans‘ pga sje de oe eer {Eien Ente at mage Se ana cose cefore, reprdn Si cma de tani sega, pkoos sear 8 epee ‘orto do al toa cbt eculce fut elon lac, ‘in, «imagem sends eu pac ese abe pace 2 Sao, "Chime © lana deine evel mame Of & Sombra de sgum dete ievvl el sobre cea ape loreape oa agets gue exes sna polica do dir. "Moxtam sft ds cose fbn a exes Qe, anes poe siete ecard ‘Ste propo stmnte cesenss Ags enone 2 edo vera operand nee a1 1g. A FAGE DO HOMEM* Avbase © posibilidede de uma arte do cinema resdem ‘no fato de que todsh as pessoas e todas as coises pareyem © que io, Toda ate lide sempre com seres humanos, ¢ uma manifesto Inumana e apresenta seres humanos- Parfrascando Marx: “A raiz de todas arte €-0 foment. Quando o closeup reira © véu de fossa imperepibilidade e insensbidade com rclayio is pequenss oisas escondidas © noe exibe a face dos objeos, ec, ainda asim, ‘os tmotra 9 homem, pais © que forna 0 objets expresivos so ts expreses humangs, projetadas nesses objets. Os objetos sio tpenasreflexs de nds mesos, ¢ esta caracterstca que dstingue Parte do conhecimento clentfico (embora este seja, em grande porte, dterminadosubjetivaments)- Quando vemos a face das oie, facets o que of angor fzeram quando eiaram dewses a partir da imagem do homer ¢ aces impriniram uma alma humana. Os floseups do cinema so instrumentoserativos deste poderoso antro- ppomertamo visual TF Reprotapio paca Jo cp. VIL A Face do Home 2 Eniretanto, mss importante do que a descoberts da fisknomia as cots, fot a descoberta da face humana, A expresso facial € 1 maniestagio mais subjeva do homem, mais subjiva até mesmo fue 4 fala, pois tanto 0 vocabulrio quanto a gramiticaextéo sw fetes regas © convengdes mais ou menos vélidas univeraimente, fenquanto que a conbinasio das feigies, como ja for dio, € uno ‘manifestagdo ndo govemada por cinonesobjetivos, embora sje pa sipalmente uma questo de Imitap. sta, que € una das man estas numanas mais subjetvas e individuss, & coneetizade no eoseup, UMA NOVA. DIMENSAO Se 0 close-up isla algum objeto ou parte dele de vu ambiente, 16s, ainda assim o pereebemos no espa: no exguecemoe em mo: ‘mento alum que 2 mio, digamos, mostada pelo closeup, pertence a algum sec humano. precsameateexta ligne que empresa sini ficado a cada um dos seus movimento. Porém, quando 0 genio « 2 ousadia de Griffith peojtaram, pela primera vez, “eabosss ‘ecepads” numa tela de'cinema, ele mio sb trouxe a face humane ara mais perto de nis no espege, como também transportou-a do ‘espago para uma outa dimensdo, NSO nor refeimos,& claro, ela o cinema, nem aos raios de luz que nela se movem que, cmbora Sendo cosas vsti, somente podem ser concebidos no expago, eta ‘mos falando da expresdo na face, conforme revada pelo close-up. Dissemos que a mie isola perder o seu significado, roa expresso se nio soabéseros © imagindssemos sua ligacdo com qualquer ser Inumano. A expresso fasal no rosa € completa e compreensvel fem si mesma e, portanto, alo hi necesiade de pensrtos nea ‘como exitindo no espago © 90 tempo. Meso que tiéseemos act ‘ado de ver © mesmo rosto no meio de wma multdio e o coseup apenas o separase dos outros, ainda ass senticamce que de 1e- Penteestévamos a sés com este resto, exclindo o reso do mundo, Mesmo que acabissemos de ver o dono do rosto aum plano geal, «quando olhamos para os ols, num close-up, i no pensimos mals ‘aqueleexpago amp, porque a expresso sgnifcagto do roto ‘nfo possulnenhuma rlagao nem ligaco com o expugo. Ao encerat ‘wo resto islado, nos desligames do espago, nossa consclénia do espago € cortada e nos encontramos mums outa dinensio: aquela 93 4a fsiononia, 0 fo de gue % tos do rst podem se vison tug nad, Le, mo eager on alles eto em cna os ror fos Inds ¢ a bck a sain — page to Teena wo ePaG0 rando tems, nao uma fiyura de came ¢ oS, fas si uma feu ou em ots pls, emo, estas deepist,inenge Tpensuneton, ov sess que, embore noms clos posam vr fo cto no espa Pose sentiments, emogts, estos Ge esp Incase, pesrston lo so, 2m memes, prints 30 Se, Imemo qe eum siuladonmrves. demos qu o seam. MELODIA E FISIONOMIA 1A aadlie do tempo ¢ da daa fos por Hens Berson 908 ude a eompreceder ea dimensio paras. Una melodia, die ispon,€compota dente lads gue ve sicodem ums is ous, Cevtoqtecn, res no tempo. ‘Enea um mle lo Post Simensio no tempo na itis om que «primes nota ss tena Sim clomento du nln porqu cs rlere 8 prima © porwuc Se rcloce muna eau define 4 Cos a ous nots, icuindo mE pore rao su, era pa we toda de ante gu tego, sina fot eh presente ma pines como tment word meld an ta eon we Inca smeie porque owines primeira nota junto com ela AS ‘as Som une eps 2 ory, ue sequen Temporal ©, por 8, oss una dua fal, mis aie mec coutente do poss iment no tempos ac dv ote ene no & um fen=00 Ge cxoes no tempo, A miola io surge gadolment no fixe ‘Spa ms jt cht como wma etiade completa asi qu api Inia mia € eae De qatar ubeianon geu e Ina comegou? As ous nds pssuom dra tempor ms ‘Sat rains eae qu do spin ao son nia, so fore do tempo. Una dedugh logia tb tem sua seins, fou a emise «2 conus odo s seguem,tenporalmene, um Tuant"0 proceso de pemanentenqumio proceso pucclgco ocr wm droia, ms ae forma iin, como 8 mel, Bio perenem 2 dnenado temporal No momento «experi facil, fionomi, posal uma se lagi com 2 spo seman slg Gmelin tom 0 tenes oa (0s tragosiolados,nsturalmente, sparecem no epao; mas sign- feado das sussrelagies ents si no € um fenémeno pevtencente a6 ‘pug, ta como nio-o sfo as emogies,pensatento ¢ ides ma rifestos nas expresses fais que vemos. Estas s80 com imagens «, nda assim, parece fora do espgo; tal é 0 elito pslcolégice Ga capresso facil SOLILOQUIO. SILENCIOSO © teatro modero ato usa mais 0 solibguio declamado ¢, na sua falta, os personagens apenas silenciam nos momeator de maior sinceridade, aqueles menos Blogueados pea convengio: quando eto 56s. 0 palblico de hoje no tleraré soiSquo fala, presumivel- mente por ser tifa No momento, 0 cinema nos epresena 0 solitéquioslenciso, no qual um ros pode se express com #3 gre ‘oes mais suts de significado, sem parecer artifical © nem des petar a ito dos especiadores. Neste mondlogo silencio, a ima humana solitsia pode encontrar uma lingua mais cindide & esinibida do que no solldquio declamado, pois ela faln de form insiniva, subconscienemente, A. linguagem do roxio, no pode ser ‘uprimida ou contolada, Nio importa o guso contola e fougont mente hipéerito see um rest, no closeup sumeatado podemos ‘obvervar com cereza que ele issimula alguma coi, que © Toxo parece uma menira. AS emogdes possiem suss expresces Cpe, sifeassuperpostas 20 fo rst. E muito mais facil meme com pilavas do que com o rost, © © cinema, sm sombra de divides, rovou is, No cinema, 0 sodquio mudo do roto fala até mesmo quando © herGi nlo esti sé, e neste fato se enconta umd nova Brande oportunidede para representar © homem. 0 significado pocico, do solléquio esd no fato de que ele ¢ ume manifetgio da soidfo Imental no da fica. Encanto no texto, um persongern 38 ode declsmar um monélogo apensno momento eam due nio howver ninguém a sua vols, ainda que o personagem se snta mules vess mais soto ao se encontrar sé no meio de uma mulidio, 0 mo- logo da solo pode levantar sua vor dento do personegem Uma zatena de vezes até mesmo quando ele esiverfalando com alguém. E por isso que os sollquios hamanos mais profundamente sender 95 ‘ao enconraram expresso no paleo. Somente 0 cinema possbiita tal expresso, pos 0 closeup pode iolar um personagem no meio da malor muidto e mostrar © qui soitirio ele se enconta na rex Tidade © 0 que sente nesta solidio povoads, © cinems, especiaimente 0 cinema voto, pode separar as pa- Javeas de um personagem que se diige «outros do jogo mudo dos ‘eagos pelos qua, no eo de tal conversa, somos levados a per ceber om soiéguio slencioso sentir « ference que existent fete solilagquio e a coaversasdo audivel O que um ator de carne ‘ osto consegue mosirar no Paco & que suas palavas, no maximo, ‘bo so sincera, © € mera convengéo o fo de que o interlocutor ‘em tl conversagao nfo veja 0 que cada espctador pode ver. Mas to closeup iolado do cinema fodemos pouerar até no mais pro- fndo de ani aeaves dageles diminatos movimento dos misclos falas que, mesmo © interlocutor mais stent, munca percebei Um tomancista pode, astualmente, escrever um ditlogo de forma a nelecolocar 6 que pensam os personagens enquanto flam. Mas, 20 fazer iso, le uebra anda — a vezes cic, 5 wezes teigca, mas sempre admirivel — que hi ene a palaveafalads © © pensameato escondido. E através deen unidade que tal core ‘igo se manifesta no rosto humano e © cinema foo prineiro a nos ‘mostar, em toda a Sua impresionane varedde 1.3.5 SUBJETIVIDADE DO OBJETO* ‘Todo objeto, sea homem ov animal, endmeno natural ou arte- fato, possui milhares de formas, de acotdo com 0 ingulo do qual ‘bservamos e desacanos os veut contormos. Ean cada uma das for- ‘mas, definidas por milares de contornos diferentes, podemos re. conbecer sempre o mesmo objeto, poi elas sempre se asemelham to seu modelo comum, mesmo que no se paeyam ent sl. Mas ada qial express um ponto de vista diferente, wma interpre: ‘acto diferente, um diferente etado de expt, Cada éngulo visual significa uma aitude iatrce. Nao hi nada mais sbjetvo 60 que o cbietivo. ‘A técnica do enguadramento posibita a ideaficaglo 4 qual jf nos referimos como 0 efeto mas espeifico do cinema. A cimera ‘lta para os outros personagens « para seus ambientis a partir dos folhes'de'um pessonapem. Ela pode olhar o ambiente + partir dos folhos de uma figura diferente 4 cada iestante. Por meio de tis fenquadramentos vemos oespago da acdo de seu interior, como os os dramatis personae, © sabemas como cles se sentem aele. 0 ahismo no qual 0 hei despenca se abre aos nosos ps a aires ue ele deve ecalat se estendem para os cus diame de nosos rsts, 7 Rereduso pasado cap 1X, “A mdanga de Ragu ” Se a psnagen muda no flim, senimos como se fossemos nr que tvessemos nos movide, Por iso, os enquadramentos que mudam ‘onsantemente dio ao espectador a seasgio de que ele proptio se ‘move, da mesma forma qoe se tem llusio de movimento quando fam trem na plaaforma 20 lado comese a debra estgio. A te feta verdad da arte do cinema & de transormat em efeitos ltiticoe of novos efeitos psicoliglcos possbitados pela téenica da cinematografia. ALGO MAIS SOBRE A IDENTIFICACAO |A Gsonomia de cada objeto num filme é o resultado de duas fsionomiae — uma & aquela propria 20 objet, que & independents do especiador —¢ a ovtrt € deiermiaada pelo pooto de vsia do tspectador e pela perspctva da imagem. Num plano, a uss © fundem numa’ unidade tip corsa que 6 um olho bastante teinado & capar de dsinguir estes dois componentes dentro do proprio flme. (Ov operador de cimers procure varios objeivos 20 escolher 0 seu Angulo. Ele pode querer acentuar a foce real cbjetiva do objeto ‘mostrado buscindo neste cao, of contornos que exprestm ms ae fquadamente est carter do objeto, ou pode se ineressar mais em ‘mostrar estado de espiito do personagem. Neste eas, se quser transmit as impresies de um homem arscado,apresentars objeto de um Angulo distorcido, empretando a ele um aspecto sterador: 1, 86 quiter-nos mostrsr ©. mundo conforme perebido.por_um ‘homes feliz, 0 opeador de clmera pode ciara imagem do objeto 14 Maurice Merleau-Ponty 14d © CINEMA E A NOVA PSICOLOGIA® oe ee iomt coum monic de snags ens ela una Ses dpedea modo ett, da comependetexcostatetnca Tea A nove og dein, at eta qu, eso tnd cena tomas snes mais spr © meth la odemos dma ewe fica ene cha e'o fendmene were que a codons Now rea eto aut de et homogisy es € ce por {empl en igus de sparc pao eect ou par 6 wal ‘noe, undo cu aio pan un sapere verano al ‘io veo, ni quer tone inclrE porge,dedeo nivel da ‘Spr vst day cote, minha perceplo oo lite rps Siu qu Be eo preci fla chan cation, pone ‘orgs em eng de resale’ 8 mente do pe Be tm mo peal devenor comecbor timo, alo com oaio, mas Cont ur dacoa de coaguagia” Ove & pl ‘Spt e‘ceps anes deta non prep” nlo 0 lames Exo da antlogs de José Lino Graseal A Ida do Cons, 103 justaposts e, sim, cnjuntos. Nés agropamos as etrelas em cons feagbes, como jé 0 faziam or anos , Sem embargo, muitos outos tragador da crt celeste so, a prior, possves. Se se nos apresents Seca et ee sempre emparctamos os poatos de acordo com a fEemula a, 4 Ch ete. embora 0 agrupamento De, &, £2, ete... set, em Principio, igualmente provivel. © doeate que contempla « tpessria Ge seu qurto pode vela, subitamente, se tasformar, caso 0. de Senho efigus se tornem fando, enquanto o que & vsto habitual mente como fondo torse figura. O aspecto do mundo flcaria tumultuado para ns caso consguisemos ver, como cose, os inter- vals ere a5 cosas; isto &,o espag entre a drvores na venida — reciprocamente, a8 pebprias coisas como fendo sto & a6 mesmas vores, Bo que ocorte naguelas aivinbas ou qubra-caberas, feitss| para seem completads, c asim soluconadas, com 0 devenho: 0 oslo ou cagador nio esto vsfes porque os elementos de suas figures permanecem deslocados inteprados noutras formas; por ‘xemplo, o que € 4 orelha do coclo fea ainda com intervalovazio ‘nire duae vores da floret, O eoelo e o cagador apaecem me- ‘ante uma nova seqrepugio do campo, uma nova organizagio do todo, A camullagem € 4 ate de ocular uma forma, mediante a Jntrodagto das linhaspricipis que definem dentro de outs for- ‘mas mais dominantes, Podemcs apicar a mesma expéie de anise is pecepgies do ‘ouvido, $5 que, agora, ndo mais se tata de formas’ n0 e¥PaG0 ©, ‘Sin, de formas tomporais. Por exemplo, uma melodia € uma figure “sonora, nfo se mescla aot ruidos de fundo que podem acompanhil, como 0 som de uma buziaa que é ouvido durante um concerto mu- Sica Amelia no ¢ uma soma de nota: cada nota vale apenas pa funglo que exeree 0 conunto ¢, por iso, a melodia nio fea feosivelmene modiicada com uma trasposigio, sto é se se mudam fodts a nota que a compoem, respeitando-se as rlagdes e a esru- tara do conjunto. Em contapesiedo, uma dnica mudanca nestas relagbes € sufcene para medificar a fsiopomia total da melodia [Esa percepyio do todo € mais primitivae natural do que agela dos 104 lementosisladon, Nas experéncas com o reflex condsionado, fonde se adestram os cachorrs para, mediante uma rere salvar, ‘esponder a uma luz ov a um som — asocando- fregbentemente {Tne ov o som hexibigio de um pedago de care — consat-se que (© adestramento adquirio, face a uma determinada sucesso de nots & também adguiido, 20 mesmo lance, com relagio @ qualquer me Todia de idéace estates, A percepoio analica, que nos propicia © valor sbsouto dos elementos solados, coresponde, eno, a uma stitde porterior¢ excepional — & aqucla do sibio que observa ou o flbato que rele; a percepsio das formas, no sentido bem geral 4e estar, totidade ou configuraio, deve ser considerado como 1 nosso meio de percepeio mals espoatineo. "Anda sobre outa perspectiva, pricologia moderna deeruba os postulados dt pscoogiae dh folgia egies. Consul Iuga-o- Jum dzer que possuimos cinco sentdos que, & primeira vista, cada tum deles existe como um mundo sem comunicago om os autos «qe a fez ou a cores que atuam sobre 0 eho alo atuam sobre os ‘vidos em sobre o tat. E, todavia, sabes, hf muito, que alguns ‘egoe chegnm a expimir a cores que alo véem por meio dos sons (qe escutam. Um cego dizi que 0 vermelbo devera ser alguma oie como um acorde de carn. Mas, durante muito tempo, pen Savas que isso era um fenémeno excepcional, quando, na realiade, se conse num fenémeno geal. Durante a intoicacso pela mes. fatina, os sons slo regularmente acompannados por manchar color as, cas auansas, formas e distinca variam de acoréo com o tin bre, a intensidade © a altura dor sons, AIG as pesone normais falam de cores quenes, fra, berranies ou metilias, de vons cars, agudos,bihantes, anhosos, suaves. de ruldes mortos, de perfumes Pevetanies, Cézanne dia que era posivel encergar 0 aveludado, dures, a macier e a 0 cdor dav objelon. Minha percep, fentio, io é uma soma de dados visuals, Utes ou autos: per tbo de mod indivi, mediante meu ser total, capto uma eutura Sica da cosa, uma maneiza nica de exis, que fla simultane mente, # todos os meus Setios. [Neturalente, piclogiacisica soba das eapiesenistetes ‘entre as partes diveras de meu campo visual assim como ene oF ‘dados de meus diferenes senidos. Mas, ara ela, esa unidade era ‘construia;relaconava-a@ intelgéncia © A mem6ri.Digo que veo omens pasrando na rua — esrevia Descartes num teecho clebre 105 de Méditaions — mas, na realidade, que veo exatamente? Velo apenas chapéus e capas que poderiam igualmene cobris as bonects ‘qe s6 se movem por molas. Se digo que vejo homens & porque captei, “atraves de um exame da intlgenla,agulo que screditara ver com meus olhos". Feo pesuadigo de que of objets continvam | exist quando nfo mais 6s vejo, como, por exemplo, quando eto ats de mim. Mas, consoante 0 pensamento cisco, exes cbjetos invsives somente subsisiem para mim porgue minha consciéncia oe maniém presenes, Mesto 0s objetos diane de mim nio 880 pro- Priamence vistos, mat apenas viualiados. Desse modo, eu nfo teria ver um cubo, ou sea, um sido formado de sis faces e doze aresas igus; no velo mals do que uma figura em perspec, na ‘qual as faces lnterais esto deformadas ea face donal completamente ‘ocala, Se fal de cubos € porque minha inelignciarecoastr a¢ partis, resi a face ocuita. 6 poss ver 0 cubo e a pari de sua defnigao seomeuica, s6 poss visualizlo, A peccepeto do movimento demonstra de manciraainds melhor + que ponta a inte inci intervém a suposta vido. No momento em que meu te, prado na estago, se pe em marcha, ocrt, amide, que julgo ver Sair aquele outro ‘gue est parido a lado do-mea.” Asim send, (os dados seasoriis so, em 5, neutore capazes de receber infrpre- tagbes diferentes, de acordo com a hipsese na goal se detém meu ‘pitt. De um modo geal,» psicolgla clasica transforma a per- ‘xpgio mum autéadco delfar intelectl dos dados sensives © noma ‘spied principio de cincia. Signos sdo-me dados © & necesrio ‘que eu exraia a sua sigificagto; um texto me ¢ apreseatado © & ineceséro que o lea ou 0 interpete._Mesmo quando toma em conta 4 unidade do campo de pecepeio, « piclopa clasica permanece fel & nogio de seasapio, que fornece o ponto de partida Ja ands; pelo fio de ter, sobretudo, concebido oF dados'vsuais como um Imossico de snsagées, ela tem necesidade de fundar a unidade do campo pereeptivo muna operasdo intelectual. O- que nos propor ‘sion, com religio iso, a teoria da forma? Rejeitando decid ‘mente a nogdo de sesacio, nos ensina a no mals distingur os signos 4e sua sigiiagso, © que € seatdo do que € pensado, Como. po- ecamos defini exatamente a cor de'um objeto sem menconar ‘como, por exemplo, 2 cor azul dese tape, Sem dizet que é um “seul anosa" Cézanne colocou a questo: como, dentro das coisas, dstinguir sun cor e sun forma? A per 106 cepeio no pode ser entndide como a imposgso de determinado ‘Sgnifcado s determinados sgnos senses, pois ees sgnos so in ‘eserves, ea sun mae imedatatextra senivel, sm a referéocia 30 objeto que sgnfcam. Se, sob uma iuminagio varidel, reo- ‘ecemos um objeto defndo por propredades costae, no € por- (que a intligincialeve em conta‘ natureza da luz incidente © dh dedura a cor real do objeto; € porque a luz dominante do meio, ‘azindo come lluminarso,confere imedintamente 30 objeto sua verda- Geira cor. Se chaos para dois pratos desiguaimente suminados, tles os parece igalmente brancos © desigalmenteiluminados, en- ‘quanto o facho de lu, vido da janca, igrar dentro de noso campo ‘sual. Se, plo contri, observamos es mesos prats araves de lum orfcio, do outro lado do local onde esto, un dees, mediate mente, nos parsert cin, enquanio © outo permanesed brane, © pena de sabermas que aio passa de um efeto de imino, ne- uma anise intelectual das aparéncias nos faré emsergar a verd- deca cor dos dois pratos. A permanéncn das cores © dos objets ‘lo 6, ent, construida pela ineigncia e, Sim, captada pelo alher, fa medida em que eve barca ou adota a organiasio do campo Visual. Quando, no fim do dia, acendemos a lz, esta lz etic de inicio, afigre-se-nosamatel, um instante depos jd tend a perder ‘qualquer cor dfinida e, de maniracorelat, of objets que, a pin ‘Spi eoram sensivelmente modificados em sas ces, retomanh UD [spevto compardel Aquele que possvem durante 0 dia. Os objetor ‘¢1 luminagio fermam um sistema gue tende pare determinada con tncia e certo nivel de estbldade, nio por causa de uma operasio intelectual, mas devido & propria configuracio do campo. Quando [pereebo, no imapino o mundo: ele se organiza diane de mim. Qua- {5 percebo um cabo, nfo 0 fago porque minha razio reconsirua ts perspectives da apacénia c= propinto elas, imagine « debi ‘io geomética do cabo. Loge de corrigas, nem sequer_noto 38 fformagies de perpestiv através do que velo, estou diante do tubo em si, em sta evdéacla Do mesmo modo, os objetos dtr ‘de mim aio sto tepresetados por qualquer operagio da memria fou do pensamento: cles me eso presetes, valem para mim, tl ome o fando que nlo vejo e coatings presen, apesar da figura que ‘© oculta em parte." AI a percepeio do movimento, que, de ini, patecia depender diretamente do’ ponto de refeincia excolhido pela Invelgéneia, nfo & mas, por sew toro, do que um elemento da orga 107 siagio global do campo. Pois se € verdade que meu tem eo tem 40 Tado podem, alternadamente, dat # impresso de movimento, no instante em gue um deles comesa a anda, cabe aotar que a eso ‘no ¢ sbiteriae que eu no a posto provocar 8 vontade, mediante 4 escola intelectual e desinteresada de um pooto de referénia. Se ‘estou jando cartas em minha cabina, 0 trem ao lado que comesa 4 se movimentar. Se, 20 contro, procuo alguém com ot olor Gentro do tem ao lado, ¢eatio o meu que comesa a andar. Em feada ccasito, parece-os imivel agusle 90 qual fzemes domiciio da visio e que € a nossa ambigncia do momento. _O movimento e Indica disutbucmse para ns, de Acordo com o nosso melo, © mance segundo st hipsters que, nose intligencin €agradivel constr, porém consoraate © modo que nos fiamos 20 mundo e a sui ‘Motada dentro dele por noso corp. ‘Tanto veo o campaniio ims Yel ao céu, como as uvens delzando dun volt, como, em epost, {5 uvens parecem iméves © o campanirio tombs no esparo. Mas, sinda aqui, a esolha do ponio fxo nfo € fia pela intligencia: 0 ‘bjeto que oo ou 20 qual ancora a vite pareceme fixo 36 pos astar essa signiicagzo dele se olhar para outro lao, Muito menos ‘eva confzo pelo pensamento. A percepedo nlo € uma espécie de ‘étncia em emlbrigo ou um exercio inmogural de inteligncia. Pre- ‘csamos rencontrar uma permutabiidade com o mundo e ume pre Seng, nce, mas antiga do que a inteigncia, Ent, a nova pscoogia tra também uma concepsto nova da percepgdo de outrem A psicolgia cldsica acitava sem discuss 4 iferenga entre observacto interior, ou introrpecio, e obserasdo exterior. Os faior plquicor — a cera ou 0 meso, por exemplo 6 posiam ser conhecidos ditetamente & pari do interior « por ‘quel que os senia, Tinha-se como certo que no posto — de fora aplr os sivas corpora da eélera oa do medo © ve para lnerpretar esses sgnos,deveria recorer a0 conhecimento que thes se de célera ou do medo, dento de ‘im, por intompecso. Os Dsictlogos, hoje em dia, levamme a notar que a inrospeosto, na Terdide, nio me propicia quase nada.” Se procuo estudar © tor (ou 0 aio, mediante pors observagio interior, x6 eacontto pouets ‘oias para desrever:algumas angina, algumss palpitagies de co- ‘ado, em suma, perturbagies banais que ngo revelam 4 exéncia {60 amor nem do Selo. Cada ver que contigo observages interes Santee € porque nto me contentei em operat & coinedéncia com 108 meu sentiment, & porque consepui estudé-o como um compor- fament, como ums, modiicaylo de minhas relagSes com outer evcom c mundo, € porque consepui imagni-lo como imsgino ‘0 comportamento de outra pesoa ao qual tesemunho. De fao, 36 Criangas compreendem of gests cas expends fsiondmicas tem fntes de serem capezes de reproduces 4 seu modo; € lbpico, em Consegiéncia, que, por assim diz, o sentido Jess, conditas Ths Seje aderente. "Nocesirio, aqui, rejetr ese preconesto que tans forma 0 amor, o 6a ov a cera em reldadesineriores, acosiveis 44 uma 96 testemunha, ou aes, a. quem as experiments. Célers ‘ergonba, Gio. ou amor nfo so falos piguicos ocltos no mais profundo da consciéncia de outem; sto tipos de comportamento 08 ‘nls de conduta, visvels pelo lado de fora. Estio sobre este fosto ou nee getose, mints oculos por detris dees. A pscalo- fia s6 comeyou'a se deenvolver no dia em que renunciou dife feaciar 0 corpo do eptit, em que abandonou os dois métodos cor- feloos de observcto toterior e-2 piologia fisiolgica. Nada seria fprendido sobre a emocio enquanto se semitase @ medir a rapidez ‘a respragso, 08, no caso da eer, as batdas de coragio — e mada ‘se aprenderia a respeito dn mesma eSlera enguanto se tenase pre- porcionar 0 detlbe qualiaivo « indzivel da edlers vivida. Fazer picloga da clea nfere a temaiva de fear o senioda eer; indagar qual as fanefo numa vida humana e para que ela seve Descabre-s, isin, que a emogéo, como diz Jane, € uma reso de desorgnizagi que intervém quando estamos engajados num impasse; {de modo mais profundo, dscobrese, como demonsrou Sarre, que ‘a clera€ uma conduta mégica, através da qual, renuncando & 580 ‘fica dentro do mundo, damo-nor, a0 nivel imagindso, uma satis- {gio inezamente simbstica, como aguele que, oma conversa, ni0 ‘podendo convencer se interlocutor, recor Bs injrlas que mada pro- am, ov como aquele outro que, nio ousando ating sev iimigo, © Content em mortar, de loge, of punhos cerrados. J6 que = fmogio no € um fato piguco e interno e, sim, uma variaglo de ‘owas relagdes com ulrem e como mundo, level em nossa, atte Corporal, no se. deve dizer que apenss of sgnos da eélera’ ov do ltmor so propisiados 20 eapectador esranho, ou que o outrem € Capado inirtamente staves de uma iterpeetaslo dos signos — Gdvese der que 0 outrem me & dado como evidécia, como com portamento, Nossa céncia Jo comportamento vai bem mals longe 109 do que se penss. Caso se apresente 2 pesos nfo prevenidas @ fotografi de muitos rosos, de muitos peri, areprodugao de mts sserits ea gravagdo de muitas vores, € se sles pede pea asocat ‘um rosto, um perf, uma vez, ume esr verficrse que, de modo tgeral,«associag & feta de manera corrta ou que, plo menos, © -nimero de ajuntamestos corres supera em muito os ences, A ceria de Miguel Angslo € atibuida a Rafael em 36 casos, mas € idemtfcada corretamente em 221 cass. B,entio, porque recone ‘emos uma determinada estrtura comm & woe, isionomin, 105 json © 20 andar de cada pessoa — cada pessoa nlo & para nos, ‘nada mais do que essa estrura ou eave modo de erat no mundo ‘Vere como essas observagies poderim ser aplicades 4 piclogia 4 Tinguagem; da mesma forma que 0 coro e a alma” de um hhomem nto sio mais do que dois aspecios de seu modo de estar ‘0 mundo, assim, a palavra eo pensamento que ele exprime mio fever ser consderados como dois terms exteriores: a palavra taz 1 sun signiicardo de manera inten a que o corpo se consi) fa encarnasio de um comportmento, De um moo geal, 2 nova psiologia not faz vet, no homem, ‘nfo mais uma iteligéncia que consuGi © mundo, mas'um sr que, rele, es angado , a el, também ligado por um elo natural. Em ecorréncia, ela 90s ensina de novo a observar exe mundo, com 0 ‘qual estames em conta, através de toda a superficie de nosto ser, fenquanto a psicologa clisica renunciava so mundo vvido, em fa ‘yor daquele que a intigéncia conseguia. contr. ‘Se, agora, examinamos 6 fle como um objeto ase perceber, demos aplicr, em relagio a isso, tudo 0 que acaba deer dito sobre a pereepsio em geal. E comprovarses que, a ptr dese onto de vis, a naturezae a signiicapio do Gime tomam-e cares £8 toms pli ns cour presume reflexes dor ign, incisimente, que um filme nfo € uma soma de ime sens, porém uma forma temporal. £0 momento de recordar a ft. ‘moss experéacia de PudGvkin, que coloca em evidéncia a sua ‘uidade médica” Certo dia, ee tomou um grande plano de Mow 7 Mele-Pomy se refers, sete moments expe de Lev Kile stor, ileus me Panga por Podinin, que por va fe cnr ‘Sah fat que provements scons 9 etueco tna. (N. Ort) 110 in pl opin en, pt mt ingwerigarias geen eta see ioe eee rte a ola Bin tone ’2 kena se Sa ee Shs gress anes ia ats face Sat Toso eae Sons Rios site ed ee Scr oh aes nm Si nce Tee ae ta Be Se i ts ge pen i eerste ofan adnate Stee ice teeth hoes we ion ee ie eter eS Someta, Se ea SS et ae gee ce et aes Tone Sete Sn ae ae Soph Death ke Sea ee a Sree Soe er age nso ee eters more sa tt tmp ont ofits Tea ans ne Sate ee age aaeepne To natin Spend nie Sine Lhe Sena se oes Sse i et om hn Meneh Cee e iea teers sui aes Brule Se See Seeders anger oat ly ee ta dt capt Ol Sameer ee tsa eect Saar ine ees a wine nfs pvcn dig Eek ten say a Tr 7 vinnie ret cat, yarn » gal Leena iho ava ge tee inp nr foraso do psa de Ane Baan ore) un tare, sem nesta pensar em terms de express, ¢ sem estar sempre em condigdes de formular as regras que cumpre inutvamente (© que acabamos de dizer a respite da ita visual, apices tam bm & sonora — no somente uma adgdo de plavras ou de rides, ‘mas tambem uma forma, Existe um ritmo de som, assim como © de imagem. Existe una moniagem de ruides ¢ de sons, da. qual Leeaharét encontava um exemplo na antiga realzagio sonore, Broadway Melody (Melodia da Broadway): "Dois atores estio c= cena; do alto das galeras,escutase a sua declamagio. Imediata- ‘mente aps, primeiro plano, tom de sussure, percedese uma pale- wea que eles tocam em vor baixa...” A. forge expresiva dessa ‘montagem reside em nos fazer sear a cocxstnca, «simultane ‘dade das vides num mesmo universo — 8 stores, para nds, © ara ‘lee préprios, como, bh pouco tempo, a montagem visual de Po- ‘ovkin gave 0 omem e sex olhat aon eventos que o circundam. [Nie se consistindo o filme Visual na mera fotografia em movimento ‘de uma pega tear, e como # esctha eo aprupamento das imagens ‘eoastituem, para o cinema, um meio de exprestio original, de idén- tien mance, 0 som, no cinems, nio é 2 simples reproducto fon0- srifica de ruidos e de palavras, porém comporta una determinada ‘Organiario interna que'o ctiador do filme deve inventar, O ver-

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