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Abraos de luz
Descanso
Descanse seu corao na minha aldeia. S o som das guas e nada mais. Havia uns
passarinhos, mas eles se foram. Havia borboletas, tambm nos deixaram. Havia um
bicho ou outro pelo mato, e j aqui no esto.
Descanse. Descanse sua voz no meu silncio e grite com a alma o que quer saber. Cala
os ouvidos para o barulho de fora e tome flego para escutar. Sero muitas e longas
frases, talvez queira ouvir mais de uma vez. Mas nada ser repetido, aqui se fala s
uma vez.
Descanse suas mos no piano, na marimba, no tambor. Descanse seus dedos com o
ressoar das cordas que tocam beleza e honestidade. A msica soa leve e vibrante, forte
e acalentadora. Descanse seus olhos nessa cano.
E quando as portas se abrirem, quando seus braos soltarem o peso que carregam em
vo, ver que a luz se projeta ao infinito e ser tarde, tarde para voltar. Abra os
olhos, arranque esta alma ferida e cansada, que o brilho j vem. O brilho do que
eterno e verdadeiro.