AMOR DE INFNCIA

Marina estava sentada na beira do riacho, prximo a sua casa, com o dirio
aberto... No meio das folhas manuscritas, um raminho de flor seca...
Marina segurou a flor entre os dedos, roou-a nos lbios e deu um sorriso...
Era um dia de sol e as nuvens brincavam de desenhar figurinhas no cu...
Marina fechou recolocou a flor no dirio e o fechou... Abraou o dirio como
se abraasse um amigo querido e saudoso.
Essa sensao a fez voltar no tempo... Lembrou-se de Matias com quem
dava as mos e rodopiavam at cair no cho e ver o sol girar... Tempos
fceis aqueles...
Marina cantava e Matias a acompanhava com uma gaita quando faziam o
caminho de casa...
Por ande andar Matias? No o via desde os tempos de colgio... Ele queria
ser piloto de caa ou astronauta, s pra ficar pertinho do cu e alcanar as
nuvens...
Marina jogou uma pedrinha no riacho e ela quicou trs vezes sobre a gua...
Brincadeira dos dois...
Matias foi para So Paulo e ela ficou na pequena cidadezinha em que
nascera...
De incio Matias enviava fotos e cartes postais que foram rareando com o
tempo... Depois, se mudou novamente e nunca mais ela teve notcias...
Marina olhou para o sol e sorriu... Lembrou-se de que Matias lhe dizia que o
sorriso dela era o sol que iluminava o dia dele, mesmo debaixo de chuva...
Tinha uma brincadeira que os dois faziam sempre que tinha sol... Ficavam
olhando o sol se por e quando o sol parecia tocar no riacho, se
entreolhavam , diziam TCHHHHHHHHHHHHHH... e caam na gargalhada... E
ficavam rindo por um bom tempo, com um tentando fazer ccegas no
outro...
Eram muito ntimos e falavam de tudo... To amigos e s se abraavam e se
beijavam nas bochechas... Amor de infncia, puro e casto, que deixou boas
lembranas pra sempre...

Sukie hikari