Você está na página 1de 15
exon “ ; { CURSG, piss: JLo. lente: OF 106 J joann AS ble COPIADORA Ne PROF. fai ol Hecegeyie | 1 onsetave CONTEODOS, NETODOLOGIAS E PRATICAS Selva Guimaries Fonseca nt DIRETOR GERAL, Witon Meacottadr COORDENACAO EDITORIAL Wilion & Mighton COORDENAGAO DE REVISAO Alles 4. Gomes REVISAO DE TEXTOS Aine Mery EDITORACAG ELETRONICA, “Adriane Bergantin da Sir Fabio Diego ta Sta Giselede Cassa Ribeiro Ararat Ttione de hima ‘CAPA sevens Eeonardo Paiva Dados laternacionais de Catalogagio na Pbleac0(C1P} (Chnara Brasileirade Livra, 52, Bras) Bibliegraia | |, Ensino fondamental - Contetdo2, Ensino fardemental - Métodos 2, Pr 1, Fongesa, Selva Gui tndices para Catitogo Sistematco Métodes 3713 Frojetos 3713 ISBN 978-85-7516-370-2 “Todos os devo resrvndes & Editora Alinea ‘wrw.atorocalinea con. br Inpresso.no Bras Ersito fundamenal:conteides, netodotogias © 10420 copia a! ‘Roe Tidontss, 1083 ~ Gunakare ~ Campiaas-SP (CEP 13023.191 ~PABX: (19) 32329340. 32922219 a oo ve 2 Alinea ea Conselho Editorial EDUCAGAO Conselho Faitorial Nacional Profa, Dre, Diana Gongalves Vidal - USP rofa, Dra. Elsa Pereira Gonsalves ~ UP Prof. Dr Jose Luni Santelice ~ UNICANP;LUniso Profs, Dra, Gealuina Posto Witter ~ UNIC/PUC-Campinas Profa, Dra. Maria de Lourdes Pinto de Almeida - UNICAMP/UTP Profa, Dra, Moris Bagénia Montes Castanho - PUC-Camnpinas Prof, Dr, Moyses Khullmana Junior - USE/FCC Profa, Dra. Olinda Maris Noronha ~ PUC-Campinas/GNISAL Prof. Dr, Pedee Laudinor Goergen - UNICAMP Prof. Dr. Sergio Montes Castanho ~ UNICAMP esmineney Consciho Editorial Internacional Prof. Dr. Antonio Novea ~ Universidade de Lishoa/Porugal Prof. Dr. Mariano Fernandez Enguita ~ Universidade de Salamanca Larripa ~ Universidad de San AnciésfArgentina ina Guitz - Universidad de San Andzés/Argeatina Profa. Dea. Profs. Dra. Si Prof. Dr. Christepk Wulf - Universidade Livre ée Berlin Prof. Dr. Antonio Gomes Alves Ferreira - Universidade de Coirmbra/Portugal 0 oun rs ANONAR SAITERA FEAOE, UNESCO: itestigorel futuro! Reis Acernaciomal de Clencias Sociales, 13%, E POSSIVEL ALFABETIZAR SEM “HISTORIA”? QU... COMO ENSINAR HISTORIA ALFABETIZANDO? Selva Guimandes Fonseca Introdugao sont Inicie’ minha trajet6ria profissional na carreira docente, savando como alfabetizadora em escoles pleas, nos mead dos anos 70. nos incomodava e provocava, aaquele ‘momento, uma jovem dedicada (estudante © professora), a prioridade absoluta dada, por zelosas diretoras esupervisoras de tnsino, a0 processo de ensino e sprendizagem da Leitura, Tserita ¢ de Matemdtica, desvinculade € em detrimento das ‘basicas do curriculo escolar: Estudos Socinis is a nomenclatura era."integeagio Social”) € Cigncias Naturais. Geraknente, a recomendaso ra ministtat os 1 dessas duas disciplinas em poucas aules, proximas a0 calen ériodeprovas. Como era obrigat6rio registrarnos didtios asmolase as frequéncias dos alunos em todes es dscipinns, os professores ensinavam alguns eontetidas que eram “cobrados” de forma objetive nas avallagdes, gecalnente, em forma de festes, Assim, of Estudos Sociais e as demais disciplinas eram ‘eras formalidades na “grade curriculty”, outra nemenclatura ecomente na periods & bastante representativa da concepeao curricularem vigor. 09 am SEA GUMABAESFONSECR ‘A ceitmlidade du provésso pedsgégico era ensinar 0 eserover ¢ realizar as quatro operagies via memorizastio da “tabu fneiras, no cotidiano escolar, eram basicamente © “tomar a lig ‘alunos na castilhae o “tomar a tabuads”. Lembramnos bem de, todos os dias, registrar no “cederno de pla calizado ¢assinado pela superviscrae também pelas inspetoras de ersino, nas visitas mensais ~ 0 chamado “cabecalho”: data, nome da escola, da diretor, da professorae doaluno, os “cilculos mentais” 2 ¢ “para casa”. Essas © outras “tarefas” escolares, 08 “exercicios de fixazo" eram muito similares aqueles que vivenciamos como ahina des anos iniciais em escolas piblicas. Logo, podemos hoje afirmar que o reperério de conhecimentes pedag6gicos mobilizados em posteriormente, na versio dos anos 80 tetido basico era constituide por datas do ano”, relevo, vegetagio, clima e a hidrografia da nossa regio. ‘Ceontexto sbcio-histbrico c educacional «6 em particular, no inteiot do estado de Minas Gerais, marcade itadura Miltar € pela reorganizagio dos movimentes s6ciais ¢ pol Iutas pela democracia + impictaram, profuundamente, 0 processo educativo desenvolvide mus escolas, ‘Muitas pesquisas realizadas ¢ publicadas na época evidencism as contradigbes esse periodo (Silva, 1984; Freitag, 1989; Gadoti, 1990; Fonsece, 1993; Fenelon, 1984). 8 caracteristicas principals, herangas historices do clitisrro educacional ¢ da desigualdade social, prevalecersm Gurante longo etlodo: evasto erepetincia escolar. A desvalorizagio dadren de humanidades, 0 teenicismo pedagigico, 0 controle ideoktgico do curricula, a repressfo 40s movimentos sociais © & libexdade de expressio; a desqualificacie ¢ ik ; f 3 t ‘ \ 5 ” t oss. AUR smo CHA ISA HSTOMRALRDEANOHY 13 ~ oletiizagt dos rd fessores so dimansées qu comsiom 0 lar da massa experiencia como alfabetizadora alé0 inicio dos anes 80'- tar brasileira, era recorrente, nos anos iniciais do a crenga de muitos e o questionamento de alguns se era possive \dos Sociais, ou Hist6ria € Geografia” aos alunos finda nfo alfabetizadios, Esse debate ganhou forga nos anos 80 nos processes de reformulagio curricular, promovida pelos governos tstadvais ¢ rnunicipsis efeitos democraticamente, ¢ na dé dos Sociai no Ensino jaduais municipais ¢ em wwa LDB (Lei de Diretrizese Bases profossorauriversitariae pesquisadr de percorrer 0 caminho das séricsi (5? a8") edo ensino de 2” professoras para 08 ano sje Basino Mé ppedagogas no curse de Pedagogia de Universidade Federal india, No trabalbo em equipe, com professoras © professors (aa universiade passamos a conviver com professores do sexe masculine) de Mctodotogia de Lingus Portuguess, ‘Matemitica, Citncios e demais zea; oacompanbarcerto das alunas futures professora) nas escois; nas pesqulsas eos inimeres curses de formagio ccontinyada. p |.gyjdenciamios, a0 longo dos anos, que # questi finda & prosente nas tepresantagSes e prétieas de rmitos edueadores. De forma diversa, com argumeates diferentes, wm algumas escolas, educadores ‘questionamsedevem ou no ne Geografia antes deosaluncs aprenderem aller escrever. gestoras, pedagogas, coordenadores ‘educacionais recorrendarn, explicitamente unm claro resquicio dos anos 70) no planejamento esoolaro ensino de Histriaapbsmeses de irabatho come Lingua Portuguesa. Diane da pergunta de muitos professores: 32 possvel casinar Histéria sem antes aliabetizar(litura¢escrta), respondennos coin outta pergunt, similar aqucl feta por Costrogiovan (1998) emum texto sasile uo exterior snalisemo periodo da Ditadera °1964-2004: 40 Anos do Goipe: Ditedwra m4 SOR CUEARES ona inspitidor, intintedo™E'bsstvel alfibitizar sem ss “Estidos Soci Passci a responder, questionando: “E possivel alfbetizar sem Hi Como ensinzr Histéria alfabetizando criangas, jovens adultes essa inquictaeo que, desde 0 inicio da minba hist6ria docente, passoua ser ‘uma constante nos estudos ¢ reflexes na prdtica de posquisa e ensino nos cursos de formagio de professores ¢ alfabetizacores ¢ na pacticipasio de Projetos Nacionais como PROFORMACAO, PROIOVEM, EIA? ¢ cataduais PROCAP © VEREDAS no estado de Minas Gerais, Este texto apresenta algumas reflexées sobre esse problema, © foco, 9 objetivo principal ¢ anslisar ¢ papel formativo da discipina Histéria nos anos iniciis, a importineia, o lugar e. papel processo de alfabetizago do educando; bem como diverses dimensées teéricas © metodolégicas das relagdes entre os processes de ens aprender Hist6ria ¢ Lingua Portuguesa. Trata-se de resultados de estud parte de uma iavestigagzo mais ampla sobre 0 4 Aprender Histéri praticas pedagégicas”, desenvolvido com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa) e da FAPEMIG (Fundagdo de Amparo a Pesquisa especialmente por storia oral, Declaramos que, nos desse espago textual, pretendemos, mais que responder as perguntas que compder o titulo do texto, provocar outtos questionamentos..,, TREDAS: Programe de Formato Super dos professores da rede piblica do estado de Minss Gra lagSes entre a formaeo docente, os Seberes eas” oss, LBENEAR SEN “TORK OU..COMDENSUNAR HSTEIA ALBEDO? 5 brigado a stuar-sea sl dco, este texto pesseal, profissional e avadérnica produ al ecoletiva. lo XXI, predomins nas escoles piblices brasileiras uma estrutura curricular nacional, definida pelo Estado, por meio dos PCNs de Histéria e Geografia desde 08 anos do Ensino Fundame: iplinas com as concepgies pedagégicas, os colas, nos diversos contextos sm que foram produzidas ovo lngar curricular da His Estudos Sociais definidas na Lei 5.692/71. O texto do documento PCNs 26 AVA CUNAEAE Fonte, (1997) consolidou a Histéria-t-Geografia cotio"éreas espéétf conhecimento escolar no Ensino Fundamental e reafirmou o pa objetivos do ensino ce Histérie nos primeiros anos de escolar luma contribuigio expeciica ao desenvolvimento dos akinos corns conscientes, capazes de entender a Hi Progeama Nacional de Livro Di se 0 i consordincia corn os “Pardimetros”, passou a didéticos pera os anos ini didéticos distintos para as duas discipli © Goografie, Oprocesso gradual de separagio das disciplinas Hist6ria ¢ Geografia nos euriculos para os anes inicia', n08 anos 80 € 90, explicitou contredicBes 0 dos ancs 2000, on xigir nos edits attic de pesquisis, dissertegdes & teses, amplamente divulgadas no meio aeadéinico escolar, Sra especficada uma das consequéncias—talveza mais _grave —, a pera ow a crise da identidade do objeto de estudo da Historia no processo educative nesse segmento edacacional. Exemplificaremos com base em um case especifico, Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado da Edueagio publicev, em 1994, uma nova proposta curricular, antes dos PCN, ‘que previa aseparacio da disciplina Fcrmagao Social ePoliica em Historia Geografia A partir de entio, asescolaspassaram a dempandarereslizarcurses de formago continvada para implantagio do nove cuntculo, Algumas das ipsis quests dos professores cram as seguintas: o que ersinar em ose Historin?.0.quecasinar em Goografa? Quais ramos conteidos da Histéri?™- ‘Como distinguir, entreas teméticas convencionais dos urriculos anteriores ~ como, por exemplo: aczsa, afamilia, a comunidade, 0 baitro, acidade ~, “o que-era da Historia €0 que era da Geografia?” Inimeras vezes cuvi esses pergunias nes escoles, nas palestras ¢ cursos. Essas divides so reveladores de algunas questées intimamente imbricades: 0 nfo lugar da disciptina Histéria no curriculo; a desvalorizagic social, polition © pecagogiea da ‘storia como conheciment escolar edisciplina formativa; as ccvacteristices do processo de formagao inicel dos professores; as concepeties pedagigicas © de slfabeizagio dominantes; 0 peril do material pofgpficn e, em 35 didéticos de Hist6ria e Geografia no petiodo. ros AUANTUARSHA-HISTORA O.COMD SAR SIR AARNE? a7 Bee curtfeulos pteseritos a patti? dos anos 76; poles Secretarias Estadvais ¢ Muni diversas rogides do Brasil ‘oniributram de forma marcants para a dilvigo dos objetos de ensino de Hisiéria e Geografia, com forte tempero de moral e civismo na fisio Estudos Sociais, o mesmo ocorreu nos cursos de formecio de professores, sejanc curso Nonmal,em ni Pedagogia ou na versio aper‘eigoada das Licenciaturas Curtas de Estudos Sociais que formaram geragdes de professores nos anos 70, 80 e até rexdos de 90 (em algomas instituigdes de ensino superior privadas). Para exemplificar, relatamos nossa experiéacia as formago inicial para professora dos ano: Como aluna do Curso Normal emnivel médio ~ era uma escota confessional, bem conceituada—na diseiph conteides, 0 como ensinar na segunda série o tema “a ev ipio”, com base nas fortes. ¢ regist as slunas, fitaras professorss, famnoso “Caderno de Datas Civicas”. Esse era um trabelho claberado durunie todo 0 ano, com muito capricho, de asordo com 0 calendério civico locel, regional, estacual e nacional, Consistia na pesquisa e no registro emum cademo grande, de capa dura, com bonita grafia, de varios texios, fotos, deserhos e sugesties do atividades a seremdesenvolvidas na escola, no calendéric das datas civicas mais impoztaates, ofi comemoradas. Lembramos tem da e5 i de'Tisadontes”, data muito caranas escolas pablict® sclembro, “Dia da Independéncia do Bresil”, Esse by ‘muitos pontos” na avaliagio, era ¢ ara a formatura e motivo de orguiho da produgtio da turma,® A hist6ria linear, progressiva, heréica permeava 0 conjunto de saberes fiagmentados que compunkam os Estudos Sociais, ou melhor, a metodologia de Estudos Sociais easinaga 40s futuros professores. ‘Apesar do peso ¢ da forga a’ contexto, das catactertstioas da formagio inicial, do que e como se aprendia e ser professora priméria, da impossibilidade de separaros fios dessa trama, a nossa hipdtese &o que 0 3. Sobre o tema “datas elvicas" no Ensino Kugdarental e a formagio da censciéneia historiea, ver Mendonca (2008), 8 SOW oA Fensca "RSL aos lies diluted’ 46 Bstidos Socais"tdotliS'no pring” Principal fonte de saberes escolares, principal suporte do proceso de ensino e aprendizagem, ullizado em larga escala até meados dos anos 99, eas concepgées de alfabetizagéo (sem dissocit- ria no processo de alfabetizactio integral da erianga, na formagio dos stjeitos. Emrrelagio ao perfil dos livros didéticos de Estudos Sociais adovados nesse pericde histérico e distrituidos para os zlunos cas séries Ditico),faz-se necesstrio registrar um importante trabelho realizado pelo MECIEAR Fundagio de Assisténcia so Educardo em 1993, Fm meio a 8 dentncins sobre varioszproblemas-do PNLD (execugzo, 5 como também estrangeinos 0 MEC eriou un grupo ds r especialstas cas diverses Areas, indicados pelas s UNDIME (Unio Nacional de Ditigentes Mun [ANPED (Associaglio Nacional de Pesquisa ¢ Pos-Graduagto em Educag SEF (Secretaria de Edvcagio Furdamentl) e PAE/MEC. A comissto foi, oficialmente, eriada em 1993 com o objetivo de definir parimetros definideres de quali eS andlisar a qualidade des conteides programiticos © os aspactos pedagSgicos-metodolégicos de livros adequados as sé do 1° grau, usualmente adotados no ensino de Porty Maromética © Cinclat (artigo |* ¢a Portarla n.1130, de 5 de agesto do 1993, do MEC). As comissio de area de Estudos Sociais e das demais disciplinas realizaram o trabalho no periodo de outubro de 1993 a marga de 1994, sendo-erdlatério eniregue 20 ministro da Educegdo em abril amalisado um conjunte de oitenta correspondiam aos dez titulos mais utilizedes ¢ solicitados pelos rosie LnaTeAnsen “istic ou. como esa ison rHoeTZANOO? 9 * proféssorés” a’ FAE em 1991. Eire as ‘conchus6eS"dos eapeditilistas’ {evaliadores darea de Estudos Sociais) sobrea abordagem dos conteidos resialta-se a difisso de extereétipos e preconceltos racais, polkicos e cukurais [..] Hi, expliciamente, urra tertatva de mascarar a percopgic ch diversidade, cas contradigées © das diferencas presentes na socledide, As informacées sdo raga cartogrdfica e rem para 0: desorvohimento da © oral. Sio textos carentes de informagoes ;numalinguagera pobre (MEC, 1994, . 71) 0s av: mencionam que as obras se caracterizam pela Hinguagem é pobre e os: piblicas (p. 72). Concl \dando: 6 ungenta que o Estado brasleiro resgate os corsumidor © no mass adquira os livros qua contribuamcom o desenvolvimento doeducendo, deacordo.com (05 fins da educacio nacional (p. 73)4 avaliagao, 0s livros didétices mais utiizados 8 anos 90 ainda eram marcados pelos divisio das disciplinas Histéria e Geografia ocorrer em muitos Estados € “Manicipios, conforme ji: mencionado; de forma paulatina desde 1982. Vejam «que algumas das principais caracterstcas das obras eram a “generilizaglo.¢ a simplificagZio” dos contetidos. Ore dificultava a percepgdo & a compreensiio por professores ¢ elt ‘objeto da Histéria, que aparecia ‘sudsumido, diluido, pulverizado ao longo dos textos ¢ atividades de Estudos: Sccisis. O corpo de conhecimentos ¢ de conceitos histéricos espétificos, o objeto do ensino de Historia para esse nivel de ensina no era explicitaddocomo 4, ‘Tratase do documento: MEC (1994), Tivras eram de Estudos Sociais, apesar dae. = eigenen 250 {eit c imagens, AIS G, os livres, Segundo o documents nfo contributam, para o desenvolvimento da linguagem oral, escrita, para o processo de aifabesizagto. Assim, o documento evidencia de forma clara como os contetides, as imagens, as atividades dos ivrosde Estudos Sociais dficultavamn oprocesso de compreensio ds realidad social, historica, econdnica, cult, Os conceitos histérico-geegrificos, quando abordados, eram de tal forma fragmentados © nnturalizados que maszaravam as contradi¢Ses ¢ rio possibilitavam ‘© desenvolvimento de habilidades € competéncias, tais como crilicidade e criatividede, leitura critica, reflexdio e compreensio. Como ¢ amplamente cot ido do meio educaci permanente de avaliagio do: sisternatizado apertit de 1995, pe LB, Lei 9394/96, sendoo documer © aperfeig govemo Fernando das obras atuais de Histéria para os registradas no decumento de 1994, ides no documento “Guia de Livros © texto traz, além dos critérios, as conclusécs gerais sobre a produgio apresentada (43 coleySes ¢ 72 livros regions espectficas das 32 colegdes 36 livros regionais aprovados (MBC, 2009) ‘A molhoria do padrio qualitative dos Tivros didéticns, nilo apenas de ‘como emestudos'e pesquisas (Oliveira; Stamatto, 2007; Carv Bimpertante ressaltarque na Fiche de Avaliagio do PNLD/201 hhé um conjunto de critérios avaliativos que possibilitam: sé a linguagem da obra, mes também as p desenvolvimento de capacidades competéncias de leitura compreensio de géneros textuais ¢ produgéo de textos, avatiadas as possibilidades apredentadas pelos livros de Histéria (anos rd ‘5. Ostextos dos Guias de Livros Didétions dos tit ‘contends as avaliag’es dos livros, as reserhas: site: www. mee. gor. be cditsis do PNLD/MEC, iss, poder ser obticias 0 simu aaseret stn -astSun"7 OU. como HURUR MTERA NABER 21 de aptehdizagem hi nada a0 dominio da dda Lingue Portuguesa (Brasi/MEC, 2009, p. 327). Desse modo, o higar ceugado pelo ensino de Historia, nos amos jnicinis do Ensino Fundamental (nas diferentes verses), durante décadas da ‘educagio brasileira, foi marcadarrente caracterizade por uma concep¢io a, Figidamente, a transmissio de teflextio, da descoberla, da possibilidade de corstrugio de saberes, do processo de crienga, Essa concepgfoinibeo processo de compreensto do ‘ético como uma elaboragio, vim. poss permanenterec ‘ado saber, Assim, 0 profestor acabava por fatos, dein valores como verdades absolut, cxiatividade e da crit . eas, os nomes de herbis foram duronte mos os deviam set momorizedos de forma papel US" pebfessor litnitive-se ao de wn mero cpectadores passives de emaque dificutava a compreensio dz diversos syeitos e grupos, constituiu eas que visavara romper com a forina tradicional de se xvelvimento de novas da primeira déeada do século XXL, pesquisadores, professorespossuenryma.ctara compreensiia de quea escola de diferentes propostas de de Hist6ria apenasuma das formativa, deensino ede ves praticase possibilidades indica outras relagdes ecucativas centre o ensino de 50 de alfabetizagto. ra? (ura es _ngeresout ensino oaaprendizagem da Histria permite 32 sta SomaRics Fonseca Leitura 6 eSttitd da historia, leitura e escfita da palavra Bato subtitlo ‘inspire-se na Carta de Paolo Freire aos professores Ensinar, aprender: litera do mundo, letura da patavra (2001). Bssa carta levo-nos a pensar sobre a impossibilidade de ceparar a leitura © a eserifa da palavrada letura do mundo, da tara da histéria. Essa pritca, segundo Freire, Feltura da pal do texto e, ‘agora Ajetura anterior do mundo @200I. __ Leitura, compreensio, palavra, texto. Ler o mundo impli com generatizagies, ficagBes © fragmentaglo no'do educative. Seer” & ero io poslemas aprender a leras petavras sem a busca da compreensio da Historia, da Geografia constrafdas pelos homens, compreensto das coisas do mundo, das experigncias humanas, das relagSes sociais, de trabalho, de tempo. Isso requer de nis uma outra concepoto de Histéria, de ensino ¢ aprendizagem da Lingua, A Historia piedciparS6 Coit As AGDES, as expetigncias himanay; busce compreender ts diversas maneiras como homens e mulheres vivem e viveram, como pensame pensaram suas vides ea de suas sucicdades, nos diferentes tempos c espagos. vers experiéncins so¢iaiszem: ‘em movimento, as transformagies e permanéscias; um processo que assume formas muito diferenciadas, produto das apes ¢ rclagées dos préprics homens. Assim, oestudo da Histéria desde os primeiros anes de escolaridade 6 fiundamenial para que 0 individuo possa conheces-se, conhecer 0s grupos, perceber a diversidade, possibilitando comparagSes cnire grupos esociedades ‘nos diversas tempos e espacos. Por isso, a Histéria ensina ater respeito pela ference, contribuindo para o entendimento das modos de letra ¢escrita do [Nessa perspectiva, a Historia € formativa, ajuda-nos a compreender © mundo, Logo, nio pode ser ensinada s¢j luda do processo de alfebetizagzo da criangae do adulto, Nesse sentido, voto ao mestre Freire, ara quem é necessirio romper com as dicotomias: ros. arse HSER ORO HEAT AIETENOT 53 ‘quando 2 fanenios sobre a cacta de aguém que ~~" antes: escrover Ao aprender aler,rospreparanos pani crever a fla que secidment constrmos, Nas cal las, semler @ sem escraver, no se pode estar, buscar conhecer, apreender asubstantvidade do objeto, reconhecer nticarnente a Fazio. de ser do objete. Um das eqpivocos que cometemos eth em dicotorrizar for do escrever, dese 0 cornea da cexperincia em que as cangas enssiam seus primis passos na prea da leturae da excita, tomando esses processes como algo dealigndo do pracesso ger! de conhecer (2001, p. 2) ‘Acrescentamos, outro equivoco & separar a compreensio da dicotomizada de imagem Geogafia e demais suberes escolares. Eatetanto, & preciso recoshecer também ¢ de modo partioular as dicotemias entre aprender a Jer © @ escrever entre alfabetizagio e letramento, Claramente essa separagao & produto derivado de uma concepyio “tradicional” ée alfebetizayto, traduzida, segundo Maga Soares, ‘ou-sintéticat que. tornava.os dos fbbetizacio —aaquisicdo dossistemas ‘aprender alee como decodificagio oa ‘escrover como codificagio —.pyscedenda,glewramento - 9. desonvolvimento de habiidades text cotvivio com tpos egéneros varia textos, acompreensio das fungoes da eserita (1004, p. |N autora completa: na concepgio atual, a alfzbetizagio néo precede © Soares, 20 analisar as letramento, recupers 8 |gumas tentativas que visam A melhoria da qualidade de ensnee da organiza do tibllo pedagogico promavem a separagio nas, que so atribuidas a diferentes professores a partir do sentenciagio. global também trabathavam de fo 0s professores ¢ 0s alunos. O método global fez redida contribui para a formagio da erianga? Promover a conciliagio, romper com &s dicotemias impli relagdo com os saberes e as pritices. Consideramos este trabal is concepsées pricolégicas, Hnguisticas letura e escrita, a entrada da erianga (0 primeizo alfabetizar a crianga (ensinar a ler € eserever no sentido para depois ensiner Histéria, conforme preconizam alguns ediigi sas ao contrérie a proposta é alfabetizar ensinando Histéria, As ‘oncebermos o processo de alfabetizagio no sentido amplo da palavra, como leitura a compreenséo do mando des palavras, ‘odas as dreas cxroaltes,ineluindo ob chamados temas ranserss, contibuem & Itanearrente por esses dols processos: pola aqulsigio do sistema de escrita~ a alfabetizario—e pelo desenvolvimento das habliddes de uso desse cisterns om ativdades deleitura sescrita, fe ervolvem a lingua escrita ~o fetrar Sela no eso lagrosa, capaz. de resalveros problemas do ensino, mas como umaatitude que se caracteriza da busca, pela inquietagio, pela pesquisa. A-nogsonvery .0 de interpeneiragiio de canteidos ws fontes, temas ¢ problemas » Por sua ver, «5 te pode som oh 'oda aprendizeger das relagses "fae prope, isto @, em depondéncia dy afabetizazio. Aavtcracneerraesse importante texto reafirmando anecessidadeca sido dosprincipsis desafios do presente, dopassado revente que nos remeteuo futuro da educasio. Do movimento historiogrifico e educacional, ccorrido ‘nos titimos nos da historia da educayao no Brasil, é novas configuragdes do ensino de Historia nos ancs Fundimenial, A produglo de livios e-de-Gutros mterais didaticos, como rmencionaco anteriormente, evidencia csse processo, Houve uma ampliagio dos objetes de estudo, dos temas, dos problemas, das fonies historicas 6 necessévio romper Pedagogices marcadas pela fragmentagio também 0 rompimento com 0 radicalismo de “autonomizagao” ¢ referencias teérico-metodoligicos so diversificados, questBes até entio debatidas em outros espacos educativos chegam is sales de aula, medidas pela ago pedagégica de mutes professores que nd se contentam comarnera reprodugio de livros diditicos (ainda que muito deles renovadores) como as ‘inicas fontes de saber, ‘No Brasil contemporinco, democratico prefomina de norte a sul, nos sistemas educacionsis piblices e privados, umna diversidade de formas de ensinar e aprender Histéria, Tenho registrado o fato de num contexto de globalizacéo © homogeneizacéo curricular via Patimetros Curriculares Nacicneis (PENS); avaliagdes na jcoldgicas emetodolégicas ‘no ensino de Historia, NoMifléfior da divefsidade, é possive! destacar comuns trilhadas peles histérias ensinadas, das imos: a coacepsdo curricular temética ¢ a perspective seja em cursos de formagio docente®, seja no Ensino Essas concepeSes inspiram-se no atusi movimento historiografico, DimensGes € pressupastos das novas predugées si ~ reeorrenies hoje, nao sb nos cutriculos para o ensino de Hisidri textos curriculares das escolas, nos livros didéticos e para também na pritica cotidiana de formadores ¢ de professores dos anos So viesevate mudarigzs:qee destacam nas propostas de ensino quais compat 6 Sobreisso, sugerimos conhetera estutura cutrioular do Projto Veredas - Curso de Fonmagio Supsrior de Professores desenvolvide pela SEE/MG em interetmbio com universidades do estado de Minas Gerais, EMH OP Pb lGinas de interpretago & compreensdo; ajadam a rossiv AGABETEN UM “HITONA? OL. COD EVAR STOR AABETIAHDOT Br Expeiiéncias educativas, possibilidades metodolagicas “Exporincias educativas desonvolvidas em diferentes reilidades sponta, sugerem carinhos de coastrucio de priticnsinterdisciplinares em ‘ossas escclas que favorevem, potencializarn © tabalho com o ensina © a prendizagemde Historia, demede interpenetrado, articulado ao processo de alfebetizagio ¢ Jetramento, conforme defendido por Soares. Inimeras cslratégias, experinoias educativas t8m sido divulgadas apresentando esultsdos exitosos, como-es projetos de trabalho (Heméndez; Ventura, 1998; Fonseca, 2003;) inlegrando diversas areas do saber (Morin, 2000), uiilzando-te de diversas fontes ¢ linguagens no processo de ‘Uma das possi ensinar Histéria alfabetizando 08 alunos € por meio da Relembransos, aqui, os projetos de trabalho de Histbria oral registrados por Thompsonsno cl 10 A vor do passado (1992), Segundo 0 :ducativos a favor dodesenvolvimentode judam as criangas a weduzir€ e _avaliar criticamente as fontes, 40 cole ¢_meméries sobre como as pessoas viviam no passido, como se vestiam, as brincadziras, as mmudangas na paisagem e outros temes; deseavolvem hi pesqu 0 autor aporta 0 deseavolvimento de hi tato, paciéncia, a capacidade de comur ago, de escuta, de convivencia lantes, com © diferente, com as experiéncias de outras pessoas, a solidariedade, Em relacie & Historia, © aluno tem a oportunidade de ter uma visio viva de como era 0 passado, Em seguida, o autor relats algumas experiéncias realizadas ern escolas inglesas, Em uma delas, ums escola priméria de um-eoridado de Cambridge, professora deseavolveu um projeto de Historia oral, dente rmotade de um trimestre, em dues tardes por semana corm uma turma, um 28 . ~ grupo ‘vaiiddo (em tenmibs de‘nacitialidadé e nivel de alfobetizigio} de” vinte criangas de 7 snas de idade. O projeio foi a primeira experiéneia de aprendizado de Historia © teve como objetivo tomar o eneontto interessante para os alunos, motivé-los, fazé-los sentir que podiam coleter evidencias de quea Hist6riag reste importante para o presente.O porto de Partida foi a apresentagiio zos alunos de uma fotografia antiga da es sessenta anos antes, onde epareciem os primeiros alunos de pé em 103 entulios de construgio, Apés « exploragéo da fotografia, de intmeras pergunlas ¢ hipdteses levaniadas, descobritam que pessuiem a idade de seus avés. Assim, @ “vové” foi escolhida como a figura simbélica do projeto, Forum feitas eatrevistas, discusses ¢, apertir do material coletado, a professora montow un livro de leitura para aturma com trechos ¢ textos da pesquisa, desenkos © materiais sobre vérios temas, como vestusrio, Vérias atividades complementares foram desenvol como visita a um maseu e a comemoragig do,tdia da vows, em que elas (avés) foram convidadas para tomar um cha ¢ conversar com os alunos na escola, Produziram textos, desenhos, maqueies ¢ outros. O autor lembra-nos que 0 éxito da projeto se deve 20 fato de tersido executadoem interdisciplinar entre Histéria, Lingua © a rea de Artes, bem como a realizagao de visitas externas. A experigneia relatada mostra-nos como & possivel ensinar Histérin desde os primeiros anos com base em variadas estratégias pedagogicas, formas de organizagao do processo de ensino ¢ aprendizagem por meio da iiféfpenetiaas"Ue"Sberes € priticas, da transversalizagiio de problemas ¢ métodos. A Histéria oral, como assinalade por Thompson, favorece o desenvolvimento das nogdes de tempo © espago, proporcionando a percepeio dos diferentes ritmos ¢ tomporalidades: 0 passado, o presente, 0 fituro as nogies de sucessiio, duragio, ordonagio, simultaneidade, as transfornagées 6 as permansncias 1no proceso histérica. As nogies espaciais ¢ temporais slo chaves para a compreensiio das agbes humenes, pois 0 tempo n&o é algo vazio, congelado, naturel, que submeteo homem.Masé um tempo preenchido de ages, que esti.sempre em movimento, que manifesta diferengas, semelhangas, tansformagdes, continuidadese contradigées. Como afinma © autor, a histéria oral langa a vida para dentro da prépria histérie, sve APART SEM“ITORA" OU..COMO SIAR AFLETLANDO? 59 avoretendo a compréensio da histéria como algo cnstruido por pessiias tos diferentes tempos € espagos. O desenvolvimento de uma pritiea pedagogica que possi cluno a compreensio da histéria como uma construgéo de miltiplas leitares © interpretagSes. Este principio pressupée a reflexto permanente sobre o conhecimenta histérico, combatendo os maniqueismos, os vieses heroicos das vozes dominantes da cidade, da regio ou em nivel nacional que perpassam, olgumas vezes, es saberes excolares. Nesse sentido, sereditamos que nfo hé espago para simplificagies, para a imposigio de uma inica e detenminada versio, ou de preconceitos sobre a familia, a escola, mitos ¢ esteredtipos politicos, associagSes ¢ grupos que fazem parte di realidade da crionga. Compete ao professor po: compreensic da diversidade de agies, dos mil diferentes visBes, permitindo o confrento ¢ o debate em sala de ivo em Historia por ternas istoricos ¢ fatos poli pata 0 estudo de diversas dimensdes da vida em sociedade, des, as relagdes politicas, sociais ¢ efotivas, iares, a cultura,as festas, o lazer etc. Os livros didéticos, aosugerirem, ‘variados temas e incorporarem diferentes fonlese linguagens (2 literatura, im. zabalho em sala de aula que articula as experigncias vividas ao conhecimento produzido em diferentes tempos © lugares nas dreas basicas do curziculo escolar, © estudo da Historia integrado & alfabetizagaio com base na problematizagio das vivéncias de professores ¢ allinos, a0 dilogo com textos © imagens possibitita a recuperazio do presente ¢ do passitio de forma cintmrica eprocessusl. Asnogdesde tempo e espace sto ampliadas, perniitindo a compreensio das transformagies ¢ permanéncias ni ide onde vivem alunos. professores eem outros lugares, préximos sso pode ser Feito de forma dinamica, desde os primeiros anos ‘ae Ecotacidade, evitando 0 “presentismo” (0 privilégio do presente sein articular com outros tempos) € por outro lado o privitegiar do “passado polo passado”, sem reiagdo com outros tempos. ae ptyptestae 260 sea cunts rons, A investigagio, o,debate,o.regisiro, a produgio de conhecimentos sito procedimentos metodolégidos que devem embascr a pritica do professor alfabotizador. A pritica da pesquisa, no ensino de Hist te, de sites da intemet. O desenvolvimento de hos de pesquisa pressupde que alu doaluno edos grupos; ionadore de novos conte- izag de urna produgio que cnvol Acreditamos que iniciar a pritica investigativa desde os primeitos anos e escolaridade contribu para o desenvolvimento do gosto pela pesquisa, da expresso oral ¢ eserita ©, fundamentalmente, para formar, nos alunos, a ‘cancepeio de que sio sujeitos produtores de saber, de conhecimento. Isso &, a asso ver, unv ds pilares para a formagio da cidadania, ‘Neste sentido, relatzrnos uma experiéneia realizada por mim, como professor alfabetizadore, polivaleate em uira escota piblica, que também no possuta rigidez de fronteiras disciplinares, Professors, sem estabelécimento de horaries rigidos para cada conteido, A organizagio do tempo pedagigico er definica pela propria professora nadinamica do processo de ensino © aprendizagem, xo cotidiano escolar. Era uma turma hetzrogénea de, aproximadamente,trinta alunos, em de alfabetizagao. Desenvolvia a primeira Historia, tendo em vista a cnianga, a historia de vida dos alunos, desenvolvendo neles a compreenstio de 7. ssa cxperiéncia foi veatizada com veriayées durante Totas as disciplinas exam ministradas peti” esma =" Erosive AARNE UL, CMU EASING STORY AABAEANDO djl todo fazemos’e"esertvernos H Wa ¢ ahistéria de vida da crianga”. passo foi desenvolver uma atividade de reflexio, de autoconhecimento, com base nas perguntas: Quem sou eu? Quem soms nés, as criangas? Os alunos foram ‘motivados com imagens (desenhos) ¢ fotos a perceberem as diferengas e semelhangas entre eles e criangas de diferentes coinias ¢ lugares, Level umespelho paraasala de aula Pedique cada aluno se olhasse, despertando-os com observagées, como: Veja bem como &0 seu cabelo, a sua cor de pele, seu rosto e seu corp... Uma idea interessante que despertou ccuriosidade dees foi a de cobrir uma caixa de sepatos vazia, ccolarum espelho,no findo, dentro da'eaixa,e tampé-la. Levei para a sala como uma caixa de surpresa. Despertava a ‘cutiosidade dos aluros, soliitando que tentassem adivinharo que hevia dentro da caixs, Em seguida, abria a caixa e ‘mosirava o esgelho tum a um, sem que os outros ficassem sabendo 0 que havia ali dentro, dizends, por exemplo: *vacks vio ver algo muito importante, observe bem, ¢ em seguide, ssemdizerparaos outros oque vocés viram, desenhe no papel” les ficavara muito surpreses. Pedia atodos que fizessem seu avtorretrato. Expressavam oralmeite, como” como ‘iam es cuttos, as ciferengas ¢ semelhangas entre eles. Em seguida, criava outra situaso, insfigando-os para o fato de que, para alguém se conhecer, ndo basta saber a cor de seus olhoj ede seus cabelos. & precisosaber quem ele ¢, como fazem no dia a dia, pois crianga, dizia, twrbém faz Hist6ra ‘Uma das principeiszespostas era "brincat”. Entio diseatia por cio de imagens e de entrevista, feitas por eles, com pais ¢ profestores sobre como brincavar quando eram criangas, 26 2 sH4in GUUS once, ©» quais' cram ois brinquedos e as ‘brificiideiras que possuitaiti no passado, Bstabetecia relagses entre o passado e presente. 0 anerudoien que pernaneceunas brineadcas? Nest pico faz Historia” era também explorado o“dacurento", posquiser a sua (rosa propria histir conseguir diferentes registros da hisiria de momento, discutia as diferentes fontes usadas ma escrta da histéria, Por meio das fartlias eiou a Secretaria da Bscole, 4 ceitiio de nascimento do aluno. Explorava-a em possivel ter cipie de todos. lembro, deve ser abordada como um dirsito de cidadania, fundamental para a pessoa ter acesso aos outros direitos como educagao e saide. Liamos a cestidio, analisivamos ¢ retirdvamos os principsis dedes, construindo fichs do identificagfo, contendo: Nome completo; Date do nascimenta, Idade; Local de nascimento; Nome dos pais etc. ‘Nessa ficha, quando possivel, era colada uma fotografia oo desenho do rosto, ou 0 polegar direito do alino, Era -nestabelevido nitidislogo sobre o registo denascimento, com questies como: Pare que serve? Quando foi Quem faz o registio? Se o.aluno sabe por que tam este O que ele quer dizer? Perguntavarn 40s pais, avés € parentes ‘mis velhos a histria de seu nome. Indagava se conheciam alguém que nfo tivesse 0 registro, Caso comhecesse, 0 que poderia ser feito para ajudé-lo a conseguir 0 registro? Levava-os a conhecerem ontros documentos, parecidos como registro, “Alguém ja conheos? Descubra ¢ escreva o nome de outros documentos”, ‘Com base na leiturae andlise do registro denascimento, 08 alunos possufam informagSes para pesquiser outros registros _| Sonsideracies finais sive aap 0 com> isan stb uA? m3 so desua historia, etic; montavam uma Tinka de tempo'de sua <* vida, Faziam a atividade desenhando ou colando fotografias © também escrevendo, Uma das formas que mais utlizei para o registro fei a diviso do tempo de vida da erianga, numa imica Jalha ox em tds folhas, os trés momentos da vide antes, agora ce depois), ou sefe, pascado, presente ¢ futuro, De passe dos dados, os alunos entrevistavam sous familiares exegistravam, :motivados para a investigagdo s escrita da histéria da turma, da ‘escolae da comunidade. Assi, despertava nos meus alunos 0 gasio ¢ a curiosidade pela historia! Pormrava desde a primeira unidade a nogio de que todosnés somos sujeitos da Hist6ria, tems direitos ¢ deveres, temas 0 dircito de escrever a nossa propria historia, Assim, aHistbria ndoera algo distante, motto, narod ‘sbavessivel aos adultos alfabetizados,mas crianga tambérn faz Portuguese, Historia ¢ Artes. O processo de al desenvolvido articuladoa compreensio de conceitos enogSes bésioas pant a compreensio e formagao histérica dos alunos. sees com Acreditamos que trabalhar o ‘ensino de Historia de forma inlerdisciplinar requer do professor uma posture ertica em relagio ao contecimento, um compromisso com o trabalho coletivo, uma posigao politico-pedagdgicana qual a formagio do: ‘um processo em que diversas instinct entrelagam, intervi dareceperagio da to acreditamos que néo & possivel alfebetizar a crianga no senti como defendido pelos mestres Freire ¢ Soares formacio histbrica do alune desde 0% ancs Aesenvolver as compet icas da amet 268 PA UMAR OME, articulada ao desenvbivimento‘das noyoe¥'de Histé trabalho, cidadania, tempo ¢ espago. Nao € neces imeiro ensinar & Jere nescrever puia depois esomente depoi wros'estudos da Historia, Aoconiério, a historia de vidade erianga, de sua familia, de sua escola, de sua cultura deve ser levadovem conia ¢ contribui nesie proceso, A Histéria oral é umapossibilidade metodol6gica importante nesse rocesso, pois como nos ensinou Freire (2001, p. 3) Sociedade, eitura aoralidade precede a grafia, masa traz em si desde o primeiro momento em qua 0s seres humanos se tornaram socialmente ‘apazes ce ir exprimindo seatravés de simbolos que diziam algo de seus sontos, do seus mados, de sua expariénciasocial, de suas sperancas, de suas préticas. Quando aprendemos a fer, © {fazernes sobre a eserita de alguém cue artes aprendeu a ler-e a ‘escrever.Ac aprender alr, nos preparamos para imedistamenta. para excrever a fala que socialmerte construknos, Assim, & posstvel alfabetizar aprendendo e ensinando a nossa propria historia, Nao apenas somos sujeitos da Historia, mas da escrita ¢ as leituras da Histérial ‘Nota: Bste texto ¢ parte de estuos reatizados em projeto de pesquisa, financiedo pelo CNPq ¢ FAPEMIG x0 periodo 2007-2010, Referéncias BURKE, P. Una histéria social do conherimento, Rio de Janeiro: Jorge Zabar, 2008. BRASIL. MEC. Guin dos Hivos diddéticos: PNLD 2010: Historia, Brasilia, MEC, SEB, 2009. BRASIL. MEC. FAB. Deftnigto de eriterios para avatiogao dos lures ddéticas: a FAR, 1994, CARVALHO, A.B.dosS..Leiturase usar do lvvo diddtico de Histéria:relagees profestorlivro didéiica nos anos fineis do ensino funcamertal Diszeagio ress. sannan se tse? Ou como ens ston ACEO? 5 ¢vestrado ein Educasio) x Eaculdade de, Educacio, Universidade, Federal de ‘Uterlindia, Uberndia: 2009. FREIRE, PCat de Foul Freire aos professors, Estudos Avangados, 15,42, Sli Paulo, maiofagosto, 2001, FREITAG, B. Escola, estado e sociedade, Sie Paulo: Cortex ¢ Moraes, 1979, educactonal e indistria cultural, Sio Paulo; ConeztAutores irs, 1993. sae pratica de ensino de histéria. Campinas: Papirus, 2003. SIMON, CB. Razer doprender historia. ano: Manual do Professor. , 2008, yma sé escola para todos. Petrépolis: Vezes, 1990... HERNANDEZ F. trabalho. Por Alegre: Arimed, 1988. MENDONCA, J. A. A consouedo do pensanento histirlen & das tdentidades “jurenis: unt estuta ccm jovens de 8" zértes do ensino fundamental. Dissertagio ‘(Mettrado em Educagio} — Universidade Federal de Uberlindia, 2008, MORIN, E. Os sete saberes necessirios & edueagio do futuro. Sto Paulo: Coster 00, MORIN, E. 4 religactio dos saberes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002 OLIVEIRA,M.M.D; STAMATTO, M, politicas educacionais, pesquisa ¢ ensino. Nat SILVA, M. A. (Org). Repensando a histd 1584. SOARES,M.Letromento ealfabetizacio as muitas facetas, Revista By wagio, 25, p. 2004, ‘THOMPSON, P. A vor de pascado, Rio de Janeiva: Paze Tetra, 1992. ZAMBONI, E.; DEL ROSSI, V. L. 8. (Ores.). Quanta 4empo o tempo tem? Campinas: Alinea, 2003. FENTURA, M. 4 ongantzscdo do currteula por projetos de

Você também pode gostar