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Do medo esperana

Saio de casa as treze


Para no me atrasar
Para que o nibus no me deixe
Olho para todos os lados ao sair
Com medo que algum possa surgir
E retirar o que ainda tenho aqui
O carro do lixo passa nesse momento
E retira de mim, o perfume que tenho
Meus ps enchem de p
Minha pele de terra
Misturada com suor

At que enfim, cheguei na parada


Encontro muita gente suada
Esperando o buso que maltrata
Pois ele demora, cansa
Mas quando avistado,
A gente chega descansa,
Coloco a digital uma, duas, trs
E peo para o motorista liberar outra vez
Pois essa tal da biometria nojenta
Alm de no prestar, gosmenta
Tem uma espcie de coisa melada
Que de dedo em dedo deixada
E todo tipo de doena passada
Sento do lado de algum
Mas no falo com ningum
Porque ningum sabe quem quem
Porm eu vejo o amor...
Quando o jovem cede o assento ao senhor

Olho a mata do buraquinho


Para esse cu bonito
E fico nesse conflito
Entre estresse e tranquilo
Mas tento manter o equilbrio

Logo avisto o Castelo Branco


E fico me perguntando:
Ser que morar aqui um avano?
Perto da praia, do centro
E de todo canto

Mas me contento
Com o meu lugar
Pois o que posso pagar
Quem sabe um dia Deus me d
Um lugar bem bonito preu morar
O caminho segue e fico a pensar
O quanto eu sou feliz em poder trabalhar
Pois todos os dias eu vejo o mar
Quando passo pela orla de Manara
Mas ainda tenho cinco quarteires para caminhar
Pois eu trabalho na rua da bonana
Da perseverana,
Eu trabalho na Avenida Esperana

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