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ies Ciria hati et Ope. pat Mauro Mussiat Claude Berim oe Meo VEE Mae aa @ inguagem “Ys alteragdes da aquisicdo da linguagem esto entre os mais {requentes transtornas do neurodesenvolvimento infantil com uma prevaléncia média de 5% da populagéo pré-escolar. Nao é sé devido 2 alta prevaléncia que esses transtornos tém relevancia na prética clinica, mas sobretudo pelo fato de estarem comumente associa dos a comorbidades neuropsicolégicas e neuropsiquidtricas como 0s _ transtomos de atengao e hiperatividade, a ansiedade generalizaca, 0s transtornos de conduta € os transtomos espectficos de aprendi- ‘Zagem. Sabe-se, por exemplo, que criangas pequenas, com idade inferior a 5 anos e atraso na aquisigéo da linguagem iréo apresentar importantes e persistentes anormalidades neuropsicol6gicas quando avaliadas com a idade de 9 anos, entre elas a dislexia®**, te re ‘Temas em Disiexia A linguagem, em tetmos amples, relaciona-se com o vasio sistema de comunicagao através de cédigos simbéticos utilizados para expresséo de idéias, significados © emogbes constituldos por palavras, gesios, misica, elementos aucitivos e visuais diversos'#, 0 processo de aquisigo da in- guagem verbal envolve o desenvolvimento de quatro sistemas interdepen- dentes: 0 fonolégico, relacionado com a percepgao e a producéo de sons Para formar palavras; 0 seméntico, atribuindo as palavras o seu significado; © pragmético, que se refere 20 uso comunicativo da linguagem num con- texto social; e 0 gramatical ou morfolégico, compreendenda as regras sin- téticas para combinar palavras em frases compreensivels. O sistema fono- logioc e gramatical confere a linguagem a sua forma. O sistema pragmatico descreve 0 modo como a linguagem deve ser adaptada a situagées sociais espedfcas, transmitindo emoctes e enfatizando significados. Distingue-se ‘tambem a linguagem verbal da ndo verbal traduzida pela gestualidade, pela mimica, pela expresséo facial, por signos visuais, técteis ou pela miisica e ‘expressdes relacionadas com a arte de uma maneira geral", A linguagem humana, embora adquirida, tem uma estrutura de base filogenética propria que se modifica e se expressa de diferentes formas no curso da ontogénese. A linguagem € a atividade humana de maior Plasticidade © também a de maior ambiguidade, subjetividade, fazendo a Ponte entre a percepgdo mediada pelos sentidos, e a experi8ncia simbblica integada pela memdria € o pensamento. Se antes do desenvolvimento dda linguagem verbal o pensamento traduz-se em fragmentos sensério- motores, cartegadas de emocionalidade, com 2 mediacdo da linguagem, este proto-pensamento transcende a niveis mais complexos de abstragao e metacognigaot#. Desenvolvimento ontogenético infancia, etimologicamente, deriva de latim infante, que significa “que ainda néo fala”. No desenvolvimento da linguagem, hd uma fase pré-tin- gulstica, em que so vocalizados apenas fonemas (sem palavras) e que Neuredesenvolvimentoe hinguagem pode oersistir até 20s 11-12 meses; quando na fase linguistica, 2 crianga comega a emitir palavias isoladas até o posterior desenvolvimento da in- guagem verbal com toda a sua complexidade e riqueza de significados. ‘A aquisigéo € continua e ocorre de forma ordenada e sequencial, com so- breposigéo considerdvel entre as diferentes etapas deste desenvolvimento Assim, a aquisigéo da linguagem representa a interacéo entre todos 08 aszectos do desenvolvimento fisico, cognitive, emocional social da crianca. A medida que amadurecem as estruturas cerebrais necessérias & prodicéo de sons, 2 discriminacéo auditiva, ao controle fonatério da fata, hhé maior complexidade na associagio de significadas e contextos que faci- Vitam ianto a forma, a interagéo como a comunicagéo social da crianga com 05 pas, outros adultos, outras criangas e com ela mesma. Tal desenvoivi mento formara a base da natureza narrativa do discurso, do pensamento e da metacognigao® Fases do desenvolvimento 0 balbucio inicia-se a0 redor dos 3 meses e os bebés parte da imitagdo acidental dos sons ouvidos e, posteriormente, evoluem para uma imitago mais voluntéria. Por volta do final do 1° ano de vida, as criangas emiten a sua primeira palavra e, cerca de 8 meses a 1 ano mais tarde, comezam a falar utiizando frases. © choro também expressa uma comuni- cacao bastante variada do lactente e os pais muitas vezes s4o capazes de Gistinguir seu significado pelos diferentes matizes, tonalidade € intensida- des que podem sinalizar fore, sono au aborrecimento, Durante as 6 semianas € os 3 meses de vida, os bebés comecam a pro- duzir sons quando estéo contentes emitindo murmdirios e sons vocdlicos. Dos 3 aos 6 meses, os bebés comegam 2 brincar com os sons da fala e tentam ajusté-los de acordo com as pessoas que encontram & sua volta. Entre os 6 e os 10 meses, a crianga comeca a repetir sequéncias de conscantes-vogais como "ma-ma, da-da, pa-pa”. Esta lalago no 6 uma verdadeira linguagem, na medida em que néo comporta significado, Temas em Disesla 0 desenvolvimento da linguagem prossegue com a initagao aciden- tal dos sons da fala que as criangas ouvem e depois reproduzem. Com cerca de 9 a 10 meses de vida, os lactentes Imitam deliberadamente sons sem os compreenderem. Acredita-se que lactentes comegem a reconhecer (0s sons da fala ainda no dtero. Séo capazes de distinguir sons da fala da lingua materna. Estudos com potenciais evocados mostram que recém- nascides tém lateralizacao hemisférica para a linguagem e familiaridade para fonemas comuns na lingua matemna, O reconhecimento de padres ‘métricos (sflabas acentuadas e nao acentuadas) também carece desenvol- verse 8 medida que as criangas tomam-se cada vez mais familirizadas com a sua prépria lingua. Lactentes com 8 meses presiam atencdo a0 modo como as palavras scam e armazenam esses padries de sons na meméria, Aparentemente, a0 prepararem-se para compreender o discurso, jcamegam por se familiarizar primelro com os sons das calavras e, mais tarde, associam-thes significades. Ente os 9 € 08 12 meses, aprendem alguns gestos socials convencio- nals, como dizer adeus, abanar com a cabega para signifcar sim, abanar ‘com a cabeca para significar no e por volta dos 13 meses, a crianga usa estos representacionais mais elaborados como, por exemiplo, leva uma xicera vazia & boca ou levanta os bragas para mostrar que quer ser tevadlo 20 colo. Gestos simbélicos, tals como soprar para significar “quente”, geral- mente emergem na mesma fase que a crianga pronuncia as suas primeiras palavras; esses gestos revelam que as criangas compreendem que os ob- jetos e as idéias tém nomes @ que os simbolos podem referr-se a coisas, episédios, desejos e circunsiéncias especificas do cotidiano, A crianga emite, em média, a primeira palavra por volta dos 10 meses, iniciando @ discurso linguistico, ou sefa, @ expresso verbal que veicula um significado. Passaré a usar multas palavras e irs mostrar alguma compreensio da gremética, da prontincia, da entoagdo e do fitme. Assim compreendern muitas palavras antes de serem capazes de utilizé-las, ou seja, © seu vocabulério passivo desenvolve-se mais rapidamente do que 0 seu vocabulério ativo. As primeiras palavras [Neurodesenvalvimentoe linguagern compreendidas entre os 9 ou 10 meses séo as que, em geral, ouvem mais vezes. Essas palavras s80 0 seu oréprio nome e a palavra “néo". Por volta dos 13 meses, a maioria des criangas compreende que uma palavta representa um objeto ou acontecimento especifico, poden- do rapidamente aprender o significado de uma nova palavra. A medi- da que as criangas comegam a depender mais das palavras para se expressarem, 0s sons @ os ritmos da fala tornam-se mais elaborados, © vocabulério continua a aumentar eo avango linguistico seguinte ocor- re quando uma crianga pequena junta 2 palavras para expressar uma idéia, A primeira frase da crlanga esta, normalmente, relacionada com acontecimentos rotineitos, objetos, pessoas ou atividades que a rodeiam. As criancas, inicialmente, utilizam 0 discurso telegréfico, 0 qual, como a maioria dos telegrames, inclui apenas algumas palavras fundamentals, as palavras de contetido. Entre os 20 @ os 30 meses, adquirem os fun- damentos da sintaxe, ou sea, 2s regras para juntar frases na sua lingua: comecam por usar artigos, preposigées, conjungées, plurals, termina- 02s de verbos, tempos passadas dos verbos e a forma do verbo “ser”, Por volta dos 3 anos, 0 discurso é fluente, mais extenso e complexo; ape- sar das criangas, muitas vezes, omitirem partes do discurso, conseguem ‘manter 0 seu significado*”®, ‘iio “Temas em Diseia co} reste tetas rete Anu mente saga Fal itn ang atc ae se ‘a intern ees enn ues sss a ie ‘mde tom seuss, sig ne ts erp eps a a, nema esi sad es es een ace, ‘cag cag pat po ut, mi at pt Sa, sta oy vot rats rot, ae 0 cia ps 73a ie. sg cme circ marie, oro. yee a ps le ‘estan aan. in fits is eo 0 x3 ogi dstnss ete, a0 650 po, 2 dt quan osann pl ecg mina seen ok aoa, cm ite bat wtesm neta ees mye coe, sn ems om ne ari ini ac, CCriangas com atraso de linguagem podem apresentar dificuldades nas varias dimensbes, como a fonolégica, a morfolégica, a seméntica 2 pragmética. A criance, inicilmente, desenvolve as palavras faladas (nl- vel fonolégico e morfolégico)e atrbul significado a elas (nivel sernantico) Esta fungdo relaciona-se com a rea de Wernicke ¢ cértex de associagéo adjacente, localzado na regiéo ternporal superior e parietal inferior. Crian- 28 com distasia receptiva tém dificuldade na discriminaco auditiva das Palavras, bem como na atribuicéo de significado, Por outro lado, preferem interagéo nao verbal para a comunicagéo, como a expressdo gestual, 2 técil ea visuals Nevrodesenvelvimento e inguagem A linguagem receptiva segue um curso maturacional de acordo tom as fa86s do neurodesenvolvimento. Assim, com aproximadamente "2 18 meses, conhevem o significado do no, entendem expressdes como me da, venha aqui, e, 6 apta para apontar partes do corpo. Aos 2 anos de vida, obedece @ ordens simples sob comando € consegue anontar vérios, ‘abjetos nomeados. Com a idade de 3 a 4 anos jé nomeia objetos € conhe- ce preposigbes. ‘A linguagem expressiva, por sua vez, tem curso mais lento do que a receptiva. Criangas com atraso de linguagem tém, de maneira geral, a recepgdo mais Integra do que a expresso. Criangas com 10 € 12 meses adquiriram uma ou duas palavras espectficas eo vocabuldrio desenvolve-se bastante aos 18 2 24 meses, sendo que a crianga com 2 anos jé ¢ cepaz de formular sentencas de 2 palavras e com 3 a 4 anos usa sentengas com 4 palavras, usando expresses verbais no passado e no futuro. Neurobiologia da linguagem e especializacao funcional hemisférica desenvolvimento da linguagem segue 0 curso maturacional € da mielinizagéo cerebral, num gradiente péstero-anterior, no sentido que, as reas posteriores do cérebro so mielinizadas mais precocemente que as areas anteriores. Isso pocle explicar 0 fato de que as fungdes receptivas, seménticas, da jinguagem ocorrem mais precocemente do que 2s funcoes morfossintaticas, que dependem da maturagdo mais tardia das areas ante- riores, mais particularmente do lobo frontal. Enquanto 0 desenvolvimento fonoldgico se concentra nos sete primeiras anos de vida, 0 componente semantico, embora mais precoce, tem maturagéo mais prolongada, desen- volvendo-se durante toda a vida!232, Existem também diferengas sexuais no grau de maturaggo das reas erebrais da linguagem, sendo que as meninas desenvolvem habilidades fonolégices e seménticas em fases mais precoces em comparacdo com 08 meninos, A maior equipotencialidade das dreas cerebrais na crianga 6 Temas em Olsens responséve! pela maior pasticidade no sentido de preserragdo da lingua- gem, mesmo em lesbes lateralizadas do hemistério domirante, bem como etd envohvida na maior fcilidade para @ aprencizagem de ingues diferen- tes da lingua matema antes dos 5 anos de idade. A plastcidade cerebral para a linguagem verbal vai diminuindo a sua janela com a maturagéo e especializagio hemistérica®®” Bases neuroanatémicas da linguagem As éreas funcionais relacionadas com a linguagern so bem estabe- lecidas nos adultes e constam de sitios mais ou menos concéntricos lo- calizados no hemistério esquerdo. Tais areas abrangem a area de Broca, situadas no giro frontal ascendente esquerdo, envolvida, prncipalmente, 10 planejamento motor da linguagem, na articulagdo e no ritma da fala abo pita ow ‘ra co Nevrodesemvolvimento¢ inguagem A rea de Wernicke, situada na porgdo medial e superior do lobo temporal, esté envolvida na compreensdo da linguagem, enquanto que 0 fascfculo arqueado, que liga estas duas éreas, retaciona-se com a integra- ‘20, compreenséo e expresso. O chamado giro angular esté localizado no lobo parietal, ¢ faz a integracdo entre as fungbes endsicas e praxicas da linguagem, tendo grande particioagdo nos processos de escrita e leitura, Outre érea envolvida nestas funcdes & a do gito parietal inferior, ou giro ‘upramarginal. © papel do télamo e de dreas cerebelares tem sido verti ado como extremamente importante no desenvolvimento da linguagem, princigalmente em estudos utiizando neuroimagem funcional. 0 giro do Cingulo e outras areas mais limbicas do lobo frontal também implicam 0 aspecto motivacional da linguagem, enquante que o hemistéro diteito, no dominante, associa-se, principalmente, com os aspectos néo verbais da linguagem, como a pragmatica € a prosédia. Essas dreas esto em amplo desenvolvimento na crianga € sao suscetiveis & plasticidade e mudanga funcional quando da presenca de insultos cerebrais localizadas, ou mesmo ‘mediante a exposicSo a desafios culturais como 0 aprendizado de linguas ‘ou estudo de um instrumento musical, Distirbios da linguagem oral na infancia Disfasia expressiva e disfasia receptiva [No adulto, 0 termo afasia engloba as dificuldades da comunicagso resultantes de les6es cerebrais adquirdas. Na crianga, 0 tetmo distasia prarece-nes mais adequado para designar as dificuldades de comunicacao verbal no verbal, no periodo anterior aos padres de pleno desenvol- vimento da fala. A partir do momento em que a crianga jé adquiriu fra- ses grematicais e uma estrutura mais complexa da linguagem (geralmente ‘apés os 3 anos de idade), o termo afasia € 0 apropriado para designar as dificuldades da linguagem apts lesbes cerebais. Na afasia de Broca, ha dificuldade da fala expressiva, 0 vocabuldrio & restrito a estereotipia € a0 largo, Na atasia de percepgéo ou sensorial de Wemicke, 0 aspecto mais Tomesem Dexa Comprometido & a compreensao da fala; a fluéncia pode estar mantida, em- bora o conteddo e 2 integridade narrativa estejam prejudicades. Na afasia de condugéo, néo hé ciffculdads nem na expresséo, nem na compreenséo, mas hé comprometimento tanto da repeliggo, quanto da nomeagio. Na cchamada afasia transcortical, hi falhas na elaborago € na organizacdo das respostas linguisticas. Na afasia anémica, hé apenas difculdade para ‘nomeagao, enquanto que @ afasia mista se caracteriza pelo envolvimento de todas as fungées da linguagem**=5, 10 cameo em i2 lortapocertealnaie® Os distirbios distésicos da inféncia, diferentemente dos quadros observados nos adultos, relacionam-se geralmente com as alteracces ceretrais bilateais, nao resultam em distungées importantes da fala, uma vez que hé maior plasticidade cerebral nas criances, principal- Neurodesenvoivimento inguagem mente quando as lesées so congénitas ou ocorrem antes dos 4 anos de idase. A classificagdo das distasias nas criancas sao basicamente subdivididas em trés esferas: 1, Disfasia expressiva — caracterizada por dlficuldade na articulacao de fonemas, palavras, com percepgéo normal ou nouco afetada, 2. Disfasia receptiva-expressiva - que se caracteriza por agnosia verbal auditiva, na qual hd grande diffculdade na compreenséo auitva verbal e preservaco de linguagem nido verbal. Este tipo é ‘© que se observa na chamada afasia de Landau-Kleffner, na qual 4 agnosia auditiva se associa a crises epilépticas. Ainda, neste ‘grupo, temas a disfasia fonolégico-sintatica, na qual as criangas apresentam orissdes, substituigées e distorgées fonolégicas, com bo habitidade compreensiva ou leve difculdade. 3, Disfasias de processamento de ordem superior ~ caracterizarn-se Por dificuldades denominadas de semantico-pragméticas, em que as criangas apresentam uma fluéncia verbal adequada, muitas vezes excelente meméria verbal e musical, mas dificuldades nos aspectos prazmétioas @ prosédicos da fala. Este tipo de anorma- lidade pode ser encontrado em criangas com transtomo invasivo do desenvolvimento (espectro autista), portadoras da sindrome de Asperger, criangas com hiperlexia e nes portadoras da sindrome de Williams. Ainda, dentro do grupo de processamento superior, temas a dificuldade léxico-sintética, em que as criangas tém difi- cculdades para encontrar as palavras, tendo preservadas as dimen- bes seméntica, fonolégica ¢ pragmatica da linguagem*** A avaliagéo da linguagem expressive realiza-se através da observa- 20 da linguagem espontinea da crianga, da sua habilidade em nomear cores, ag6es, figuras ou pedindo-se para renetir palavras. A caracterstica das disfasias expressivas & a néo-fluéncia, a presenga de erros gramaticais € probiemas de articulagéo da fala. Crianga com distasia expressiva tem 12 savitio Temas em Disiexa dificuldade para repetir palaveas ou sentencas. Na chamada distasia de Condugéo, que afeta 0 chamado fasciculo arqueado (que liga a area de Broca & de Wemnicke), 2 crianga tem adequada compreenséo (devido & integridade da érea de Wernicke) e da fala esponténea (Integridade da rea de Broca), mas no consegue repetir aquilo que the & dit. Dimensao ndo verbal da linguagem-prosédia AA prosédia representa 0 aspecto afetivo e emocional da fala, a entona- (80, a inflexéo, o volume, a énfase, bem como a expressao facial e a postura corporal que fazem parte do contexto de atribuiggo de significado nao verbal a linguagem. Uma mesma frase com diferentes inflexées de prosédia pode ‘er mensagens antagbnicas quando é usada como sarcasmo, afirmagéo sim- ples ou dévida, © aspecto proséico da linguagem relaciona-se com as fun- {GBes do hemistério nao dominante nia mesrna localizago (hombloga) do sitio anat6mico das éreas de recepcdo e expressdo do hemistério dominante. As- sim, a prosédia da fala tem localizagdo nas porgies posterores do giro ter poral superior do hemistério cerebral direito Grea andloga a de Wemicke). Por outro lado, @ prosédlia exoressiva esté localizada na regiao posterior do giro frontal inferior direto (andloga da area de Broca). A prosécia desenvolve-se recocerente na Infancia e se estabelece, funcionalmente, para a comuni- cago no periodo pré-escolar precoce. Criangas com diffculdade de prosédia receptiva € expressiva tém também dificuldade na interagéo social. O exame dos aspectos proséicos da fala pode ser realizado através da observacéio, a gestualidade e da integracéo da crianga e na compreenséo dos aspectos emocionais ¢ contextuais da linguagem, no sentido de delimitar-se se esses ‘Ho apropriados pera 0 contexto ou para a ocasido. Para avaliagdo da pro- sédia gestual, podem ser usados cartes que mostram expressdes faciais de

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