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CORROSAO DE ARMADURAS PARA CONCRETO ARMADO Paulo Roberto do Lago Helene - Professor do Curso de P5s-Graduagao em Engenharia de Construcao Civil-EPUSP. 1, INTRODUCRO Varias sio as vezes em que o profissional de engenharia civil se vé diante de um problema de corrosdo de armaduras nas estrutu ras de concreto armado. Como as variaveis que intervén no processo tém origem em di, ferentes fontes, em muitas situacdes néo & facil, nem rapido, ex plicar o porqué de uma estrutura corrofda, quando tantas outras — em tudo semelhantes e similares — néo apresentaram o problema. A justificativa mais cémoda, em geral & atribuir o fato a fal ta de cobrimento adequado de concreto, tomando-se como referéncia as recomendagées de nornas e requlamentos oficiais. No Brasil, em geral, recorre-se 3s recomendacdes da NBR 6118 (NB-1) Projeto e Execugio de Obras de Concreto Armado publicada em 1978 pela Asso ciacdo Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Essas recomendacées si, no entanto, de carater geral e ndo devem ser tomadas como ani, cas bem como as melhores para todas as situagées. Isso poderia in viabilizar alguns processos construtivos que sé sdo possiveis técni, cae comercialmente utilizando-se cobrimentos inferiores aos atual, mente recomendados pela NBR 6118. 0 cobrimento de concreto tem a Finalidade de proteger fisica mente a armadura e propiciar um meio alcalino elevado que evite a corrosio por passivacao do aco. Essa protecdo depende, portanto, essencialmente, das caracter¥sticas e propriedades intrinsecas do concreto. A diferentes concretos devem corresponder diferentes co brimentos, mantido um mesmo nivel de protecao. Por outro lado, o meio ambiente no qual se insere a estrutura € que, em Gltima insténcia, & 0 agente promotor de eventual coro sdo, também deve ser considerado. E de se esperar que regides com atmosfera seca e “pura* nao agridam tanto a estrutura quanto atmos feras limidas e fortemente contaminadas por gases acidos e fuligem. Como manter uma mesma exigéncia de cobrimento sem considerar esses fatores regionais? Aumentar 0 cobrimento, em geral, signifi ca aumentar as dimensdes das pecas ou manter as dimensdes e aumen tar as seccdes de aco, ou seja, aumentar o custo da estrutura. in - deve existir oxigénio. A formagdo de uma célula ou pilha de corrosio eletroquimica pode ocorrer como indicado na Figura 1, que explicita graficamente © fendmeno. Como en qualquer outra célula, hd um anodo, um catodo, um condutor metalico e um eletrdlito. Qualquer diferenca de potencial entre as zonas anédicas @ catédicas acarreta o aparecimento de cor rente elétrica. Dependendo da magnitude dessa corrente e do acesso de oxigénio poderd ou nao haver a corrosao. A gua esta sempre presente no concreto e, geralmente, em quantidades suficientes para atuar como eletrdlito, principalmente nas regides da obra expostas @ intempérie. Um concreto normal, @ 25°C, pode ter um teor de umidade de equitibrio da ordem de 6% quando num ambiente de umidade relativa de 80%. Essa umidade de @ quilibrio representa, neste caso, mais de 140] de agua/m? de con creto. Qualquer diferenca de potencial que se produza entre dois pontos da barra, por diferenca de umidade, aeracéo, concentracao salina, tensao no concreto e no aco etc., @ capaz de desencadear pilhas ou cadeias de pithas conectadas em série. Na maioria das vezes formam-se micropilhas que podem, inclusive, alternar de po sigdo os polos. E necessario, também, que haja oxigénio para a formacdo da ferrugem cuja reagdo de formagdo pode ser simplificadamente indi cada por: 4 Fe + 30, + 6H,0 —» 4 Fe(OH), (ferrugem) Na realidade, as reagdes sio mais complexas e 0 produto de corrosdo denominado ferrugem, nem senpre Fe (OH)3, mas sim una gama de dxidos e hidrdxidos de ferro. A corros&o pode ser acelerada por agentes agressivos contidos ou absorvidos pelo concreto. Entre eles, pode-se citar os fons sul fetos (S"~), fons cloretos (C1~), 0 diGxido de carbono (COs), os nitritos (NO 3), 0 gas sulfidrico (HjS), aminio (NH 4), 0s Oxides de enxofre (S0,, S03), fuligem etc. Os agentes agressivos néo per miten a formacao, ou destroem a pelicula ja existente de passiva gao do aco, acelerando a corrosao. 1m 3. 0 PAPEL DO COBRIMENTO DE CONCRETO Uma das grandes vantagens do concreto armado & que ele pode, por natureza, e desde que bem executado, proteger a armadura con tra a corrosao. Essa protecdo baseia-se no impedimento da formacao de células eletroquimicas, através de duas maneiras: Protegéo fisica Un bom cobrimento das armaduras, com um concreto de alta com pacidade, sem "ninhos", com teor de argamassa adequado e —homogé. neo, garante, por impermeabilidade, a protecdo do ago ao ataque de agentes agressivos externos. Protecdo quimica Em ambiente altamente alcalino forma-se na superficie do aco uma capa ou pelicula protetora de carater passivo. 0 concreto tem cariter alcalino porque as reacdes de hidratagéo dos silicates de calcio liberam hidréxido de cdlcio (Ca(OH)o), em teores que podem atingir cerca de 120kg/m? de concreto. Essa base forte, Ca(OH),, dissolve-se em Sigua e preenche os Poros e capilares do concreto conferindo-Ihe um carater alcatino.0 hidrdxido de calcio tem um pH da ordem de 12,6 (@ temperatura am biente) que proporciona uma passivagao do aco, conforme experién cias efetuadas por Pourbaix e as préprias constatagdes experimen tais em inimeras obras ja construtdas. Pode-se adotar, como refe réncia, que a armadura estaré normalmente passivada quando em meios alcalinos que apresentam pi de 10,5 a 13. 4. SINTORAS Nas regides em que o concreto néo @ adequado, ou néo recobre ou recobre deficientemente a armadura, hd a formac3o de dxi-hidrd xidos de ferro, que passam a ocupar volumes de trés a dez vezes su periores ao volume original do aco da arnadura, nodendo causar pres sdes de expansdo superiores 2 1SHPa (=150kgf/cm?). Essas tensdes provocam inicialmente a fissuracdo do concreto na diregdo paralela % armadura corrofda, o que favorece a carbona taco e a penetracao de CO, e agentes agressivos, podendo causar 0 lascamento do concreto, conforme apresentado na Foto 1. 178 Essa fissuragao acompanha, em geral, a dire¢do da armadura principal e, mais raramente, a direcdo dos estribos, a néo ser que estes estejam 3 superficie. Na maforia das vezes, aparecem manchas marrom-avermelhadas na superficie de concreto e bordas das fissuras completando 0 quadro patoldgico, conforme indicado na Figura 2. Finalmente, @ tTpico de corrosio preponderantemente eletroqui mica em meio aquoso, a nfo continuidade perfeita do fendmeno em to da a extensio das armaduras consideradas. Geralmente, hd trechos sios alternados com trechos fortemente corrotdos, conforme mostra do na Foto 2. 5. ORIGEM DA CORROSAO Partindo-se da consideracdo de que 0 processo de producio uso de uma estrutura compreendem cinco etapas: uma inicial de pla neJamento e concepcio; uma de projeto e especificagées; uma de se legdo e recepcdo de materiais e componentes elaborados fora do can teiro da obra; uma de execugdo propriamente dita e uma de utiliza edo de construgdo acabada; tem-se observado, nos casos estudados pelo IPT, que a maior incidéncia de problemas de corrosio origi, na-se de deficigncias no projeto e especificacées e em falhas de execugao. A maioria dos projetos néo preva diferentes concretos ou dife rentes cobrimentos de um mesmo concreto, segundo a posigao que o componente estrutural ocupa na obra ou segundo a agressividade do meio ambiente onde a estrutura serd inserida. Da mesma forma duran te 2 execucéo néo sio tomados os cuidados necessarios com a coloca gio dos dispositivos que asseguram o cobrimento do concreto tais como pastilhas, “caranguejos" e espagadores. 0 teor de argamassa do concreto, sua porosidade, lancamento e cura adequados sao, em alguns casos, pardmetros e técnicas construtivas desconhecidas do engenheiro ou mestre responsavel pelas obras. Como evitar ninhos em juntas de concretagen? Como aumentar a compacidade superficial do concreto? Como curar superficies verti cais ou mesmo fundo de vigas-e lajes? Como especificar o cobrimen to da armadura de um pilar de garagem ou do pavinento térreo (deve ser diferente dos demais?). 0 desconhecimento ou pequena importan cia dada a esses aspectos durante as etapas de projeto e execugao sio, na maior parte dos casos, os fatores que déo origem aos pro 174 blemas de corrosio. 6. CAUSAS DA CORROSAO Carbonatacdo do concreto Nas superficies dos componentes estruturais a alta alcalinida de inicial do concreto vai sendo reduzida com o tempo. Essa redu gio ocorre essencialmente pela agdo do CO, presente na atmosfera e outros gases acidos, tais como gis sulfférico e didxido de — enxo fre. Esse processo, denominado carbonatacao do concreto, di-se len tamente, segundo @ reacée principal: Ca (OH), + CO, CaCO, + Hy0 0 pH de precipitacdo do Caco, & de cerca de 9,4 (a temperatu ra ambiente), o que altera substancialmente as condicées de estabi lidade quimica da capa ou pelicula passivadora do aco. racteristicas do meio ambiente As atmosferas nas quais poderdo estar inseridas as estruturas de concreto armado podemser classificadas em atmosferas rurais, ur banas, industriais, marinhas e viciadas. Como atmosfera viciada,en tende-se aquela resultante de ambientes fechados e especTficos, tais como galerias de Sguas pluviais, interceptores e coletores de esgoto, galpdes de galvanoplastia, cozinhas industriais e outros ambientes que, devido & sua especificidade, néo serdo abordados neste artigo. A caracteristica deletérica principal de atmosferas urbanas € industrial @ que elas possuem elevados teores de dxidos de enxo fre e fuligem acida que depositam-se por impactagao sobre as super ficies dos componentes estruturais, penetrando no seu interior po roso. 0 pH de agua de chuva de certas regides urbanas e indus triais pode chegar 2 3,5 ou menos, enquanto que em atmosferas ru rais, nio polutdas, & da ordem de 6,5 a 7 (praticamente agua neu tra). Por sua vez, a velocidade de corrosdo de superficies metals cas expostas a atmosfera urbanas e industriais pode ser de 30 a 60 vezes maior que a velocidade observada em atmosferas rurais Gases acidos de atmosferas urbanas e industriais e a salinida- 175 de de atmosferas marinhas contribuem para a rapida redugdo da alca linidade do concreto aumentando a velocidade e profundidade de car bonatagdo e, consequentemente, despassivando a armadura. A agdo danosa dessas atmosferas deve ser considerada sempre em conjunto com a umidade relativa da regiao, pois se nao for atin gida a umidade critica néo havera risco de corrosdo acentuada.Essa umidade relativa critica para o aco exposto em atmosfera rural, a 25°C, esta por volta de 65%. Conclui-se que as exigéncias de cobrimento e de protecdo de armaduras imersas em concreto de estruturas situadas em cidades “secas", tais como BrasTlia e Belo Horizonte, com U.R. 60%, nao podem ser as mesmas de cidades como Recife e Sdo Paulo, onde = a U.R. & superior a 80%. Fechando 0 ciclo do efeito de fatores regionais, deve ser con siderada também a acdo da temperatura. Para um dado teor de vapor de agua no ar, uma diminuicdo brus ca de temperatura pode acarretar a condensacao ou pelo menos aumen tar a U.R., podendo entao uitrapassar a umidade critica. Agentes agressivos presentes na atmosfera 0 agente agressivo mais intenso € 0 cloreto (CI-), presente em atmosferas marinhas (até +'5km da costa) Pequenos teores de cloretos podem ser responsaveis por grande intensidade de corrosio, pois eles mio so incorporados aos produ tos de corrosdo, atuando na maioria dos casos como catalisados das reacées eletroquimicas. Eles possuem pequeno raio atémico, podem deslocar-se com gran de facilidade entre os poros do concrete e séo bons condutores 18 nicos de corrente elétrica, dinamizando as células de corroséo ele troquimicas. Outros anTons, tais como sulfatos ¢ amdnia, podem atuar de modo similar, porém, sempre com intensidades menores. Agentes agressivos incorporados ao concreto E usual, na maioria das vezes, por absoluto desconhecimento dos técnicos envolvidos, @ incorporacéo de elementos agressivos du rante o proprio preparo do concreto. 0 agente agressivo mais comum € 0 cloreto (ion CI-), que pode ser adicionado involuntariamente ao concreto, a partir de aditivos 176 aceleradores de endurecimento, agregados e aguas contaminadas ou até a partir de tratamentos de limpeza com acido muriatico. A grande maioria dos aditivos aceleradores de pega e endureci mento tém, na sua composicao, cloreto de cilcio, CaCl. Concentragées de cloretos iguais ou superiores a 700 mg/l des passivam o aco, mesmo que este esteja imerso em agua de cal (pH = 12,5), além de reduzirem, significativamente, a resistividade elé trica do concreto. Os agregados de regides préximas ao mar e aguas contaminadas ou salobras também podem conter cloretos, na maioria das vezes sob a forma de cloreto de sédio. Finalmente, os cloretos podem ser incorporados ao concrete in voluntariamente, através de tratamentos superficiais de linpeza com Acido muriatico que nada mais € do que um Scido clortdrico co mercial. Nossa experiancia tem demonstrado ser conum esse tipo de acontecimento pois, infelizmente, ainda ha reconendagdes de fabri cantes de pastilhas e pisos que aconselham Timpeza com acidos. Enbora ndo muito comum, o que também pode acarretar problenas, & 0 emprego de agregados com concrecées ferruginosas, na maioria decorrentes de rochas em alteracao. Os produtos das reacdes podem ser acidos (as marcassitas e piritas podem gerar acido sulfirico e sulfatos) que iréo contribuir para o aceleramento do fendmeno de carbonatagao superficial do concreto, reduzindo a protecdo quimica do cobrimento, Praticamente, todos os revestimentos nos quais predominem a cal eo cimento Portland como aglomerantes, nao acarretam proble ma @ armadura e até, pelo contrario, poderdo auxiliar na protecao. Ngo € 0 caso de outros revestimentos & base, por exemplo, de gesso. 0 sulfate de calcio tem carater acido, principalmente quando decor rente da obtencéo de fertilizantes. Esse subproduto industrial po de originar pastas e argamassas com pH por volta de 6 e, consequen temente, por serem porosos e higroscépicos, contribuir para o au mento do risco de corrosao das armaduras. Da mesma forma, hd que se cuidar do emprego indiscriminado de argamassas prontas. Qualidade do concreto de cobrimento A carbonatagdo superficial dos concretos & variavel conforme a natureza de seus componentes, 0 meio ambiente e as técnicas cons trutivas de transporte, langamento, adensamento e cura utilizadas. Como consequéncia, a profundidade de carbonatacao @ de dificil pre visio e também variavel dentro de amplos limites. ” As profundidades de carbonatacdo aumentam, inicialmente, com grande rapidez, prosseguindo mais lentemente, tendendo assintotica mente a uma profundidade maxima. Tendo a relagdo agua/cimento papel preponderante na permeabi. lidade dos concretos, € natural que tenha grande influéncia na ve locidade de carbonatagdo. A profundidade de carbonatagao de concre tos com relagéo agua /cimento de 0,80, 0,60 e 0,45, esta em média na relacdo 4:2:1. A cura da superficie dos componentes estruturais tem um papel importantTssimo na protegdo contra a corroséo. Com tratamentos ade quados, & posstvel evitar-se a dessecacao superficial e a conse quente micro e macro-fissuracao que poderiam permitir a penetragdo de agentes agressivos. Outro aspecto que deve ser ressaltado @ 0 relative 7 homoge neidade do concreto e 3 uniformidade do cobrimento de concreto.Sen do a corrosao um fendmeno essencialmente eletroguimico, regides po rosas ou de pequeno cobrimento, alternadas com regides densas e com maior cobrimento, podem gerar pilhas de aeracao e concentracao diferencial aumentando 0 risco de corrosao ou acelerando uma corro sdo j& iniciada. Além destas causas, consideradas as mais comuns, pode-se ci tar ainda: corrosdo devida a correntes (continuas) de fuga como as encontradas em estruturas de metro, corroséo devida a deposigéo de agentes agressivos sobre as superficies da armadura devido 3 ma es. tocagem no canteiro, corrosdes devidas a composicao e caracteristi cas do aco, corrosées devidas a pares galvanicos gerados por pro ximidade de metais com diferentes eletronegatividades, etc. 7. PREVENGAO Na etapa de projeto » avaliar agentes agressivos da atmosfera do local de implan tagdo da obra; avaliar as condigdes higrotérmicas do local de implantagéo da obras especificar cobrimentos maiores ou concreto de meThor quali dade para as armaduras de componentes semi-enterrados, gara gens, térreos, banheiros, areas de servico, coberturas e ex terioness 178 . evitar proximidade de diferentes metais e tratanentos meta licos superficiais. Na etapa de recepcdo dos materiais . determinar teor de agentes agressivos nos aditivos, nos a gregados e na Sigua de amassamento; . rejeitar barras de aco excessivamente corroida + preparar pastilhas de argamassas (com quatro arames) ou adquirir pastithas plasticas. Na_etapa de execugdo evitar concretos com relagdo agua/cimento superior a 0,555 ndo permitir deposicao de agentes agressivos sobre as bar ras @ fios de ago, no estoques empregar agregados com dimensao maxima caracterTstica da mesma ordem de grandeza da espessura do cobrimentos + aumentar o teor de argamassa dos primeiros concretos lana dos sobre juntas de concretagem: + cuidar do adensamento para evitar ninhos de concretagem; ; curar, por pelo menos 15 dias, as superficies do concreto; . evitar revestimentos neutros ou Scidos @ base de "gesso"; + Promover o estucamento e a hidrofugagao periédica (manuten sao) das superficies de concreto aparente; + proteger temporariamente os arranques ou esperas. 8. RECUPERACAO Antes de decidir-se por um certo procedinento de recuperacio e protegdo contra corroséo, devem ser efetuados andlise e diagnéstico precisos do caso patolégico ocorrido. As medidas corretivas devem ser tomadas em funcao das causas e origens especificas de cada pro blema. De um modo geral, a recuperagdo deste tipo de fendmeno pata VSgico @ delicada e requer méo de obra especializada. Consiste basicamente de trés etapas: 1. Limpeza rigorosa, de preferéncia con jato de areiae api coamento de todo 0 concreto solto ou fissurado, inclusive 179 das camadas de Sxidos ¢ hidrdxidos das superficies das bar rass 2, Analise criteriosa da posstvel reducéo de secio — transver sal das armaduras atacadas. Se necessario, colocar novos estribos e/ou novas armaduras longitudinais. Sempre que for empregada solda, esta deve ser & base de eletrodos e deve-se controlar o tempo e temperatura com o fito de evi tar a mudanga da estrutura do aco, principalmente se este for de classe B; 3. Reexecugdo do cobrimento das armaduras de preferéncia com concreto bem adensado. Este cobrimento tem a finalidade de: - impedir a penetragdo de umidade, oxigénio e agentes 2 gressivos até as armaduras; = recompor a drea da secgao de concreto original; - propiciar um meio que garanta a manutencéo da capa passi vadora no aco. Esse novo cobrimento pode ser executado através de qualquer procedimento que atenda a esses requisitos, como por exemplo, os. citados a seguir: 1. Concreto projetado com espessura minima de Scm. Esse con creto tem boa aderéncia ao concreto "velho* e ndo requer formas, mas tem a desvantagen de acarretar muita reflexio (perda de material) e “sujar" o ambiente (Foto 3). 2. Adesivos @ base de epdxi para undo do concreto “velho" com 9 "novo", sendo este aplicado no local por método tra dicional. Esta soluco apresenta vantagem em relacéo a an terior, pois impermeabiliza a armadura definitivamente, im pedindo que, mesmo com a carbonatacdo superficial, aja corroso. No entanto, ela tem a desvantagem de requerer formas e de dificultar a compactacao e adensamento do con creto "novo". Geralmente ela acarreta seccdes finais maio res que as iniciais com prejutzos estéticos; 3. Concretos e argamassas poliméricas obtidas de resinas 3 ba se de epdxi ou metil-metacrilato. Eles possuem alta durabi Vidade, impermeabilidade, aderéncia ao concreto velho e & armadura, porém necessitam formas e requeren mao de obra especializada @ testes prévios de desempenho, pois hé mui ta flutuacdo nas caracterfsticas desses produtos. Esses concretos e argamassas tém a vantagem de nio acarretaren problemas estéticos pois podem ser moldados em pequenos 180 “espagos" disponTveiss Concretos e argamassas especiais para grauteamento. Estes produtos apresentam retrac3o, tém boa aderéncia e podem ser auto-adensaveis, no exigindo aumento de seccéo, aléa da original; tém, porém, o inconveniente de requererem for mass 5. Concretos e argamassas “comuns", bem proporcionados, com baixa relacdo gua/cimento e aplicados com fdrma e dentro das tcnicas de bem construir. Essa solucéo geralmente exi ge grande aumento de seccio e requerem alto conhecimento de tecnologia de concreto para assegurar a aderéncia do concreto “velho" ao “novo”. Finalmente, cabe reforcar que, antes de qualquer recuperacao, devem ser identificadas e sanadas as causas. Caso isso néo seda observado, corre-se 0 risco de acarretar corroséo em outros 10 cais, por se haver criado mais descontinuidade na estrutura, além das originalmente existentes. Quando a causa & devida a cloretos incorporados 3 massa de concreto, a melhor solucdo pode néo ser simples e em geral requer respostas especificas para cada caso. 9. CONSIDERAGOES FINAIS A corrosio das armaduras no concreto armado @ um fendmeno que 536 ocorre quando as condigées de protecdo proporcionadas pelo co brimento de concreto sao insuficientes. Essa insuficiéncia, como visto, pode ser causada por deficién cia do proprio concreto ou por acdo de agentes agressivos com ori gem em diferentes fontes, sendo sempre necessirio identificé-las a fim de que se possa lograr uma protecao efetiva e duradoura. Cabe ressaltar que o fendmeno da corrosdo de armaduras em ge ral @ mais frequente que qualquer outro fendmeno de degradacdo das estruturas de concreto armado, comprometendo-as tanto do ponto de vista de seguranca, quanto estético, sendo sempre dispendioso 0 seu reparo ou recuperacéo. Em algumas estruturas, tais como obras maritimas, a incid@ncia de corrosio pode ser mais importante que @ propria aco da agua do mar sobre 0 concreto. Depois de 30 anos de observacio, 0 "Sea Committee of the Institution of Civil Engineers", concluiu que a deterioracao dos pilares e colunas em Aguas de mar devem-se, principalmente, & corrosio das armaduras. tat A fiel observancia dos cobrimentos mininos, da qualidade do concreto e da execugdo pode evitar esse problema. De qualquer forma, sendo um fendmeno expansivo, na maioria dos casos, torna-se visTvel a tempo, possibilitando a tomada de medidas rapidas de recuperagao e protecio. surenriom 06 connere 97 meas Anessvs evNTUAs Fig. CELULA DE CoRROSAO EM CONCRETO ARMADO avpcuereagfo oe aaeares ‘nese von orvsko SnSorelo oo emcsnooe J nssumgte onan 48 romps ‘too doe manos Oe cannon Je) Lascampro 90 covensre € amosko Sobran reovokesewiricatvn 24 ‘$teeho ot ameaouea Fig.2- OETERIORAGAO PROGRESSIVA DEVIDA TA ‘CORROSKO OAS ARMADURAS (*) Reprodugdo da revista Tecnologia de Edificacées-IPT/DEd-Ago. 84 182 Foto |= Levenrie 6 nos devin a foes de eget dor pean eon

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