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Universidade Camilo Castelo Branco — Unicastelo Curso de Histéria — 1° Semestre — Noturno Paulo José da Silva Resenha critica de “A Matriz Africana no Mundo” de Elisa Larkin Nascimento. ia da Africa Em 2003 foi aprovada a lei 10.639 que tornou obrigatério o ensino de His no Brasil, em todas as etapas do ensino. Es no, que queriam ver a Hist6ria da sua patria mae contada sem o viés eurocéntrico tao caracteristico do nosso mundo globalizado. sa conquista representou 0 anseio de muitos brasileiros, descendentes de africanos ou Para isso, tivemos muitas iniciativas pelo pafs destinadas a resgatar a verdadeira Histé que foram colonizados © que u escravi do povo africano ¢ de seus descendentes pelo mundo, em particular nos paises Jaram para isso em larga escala o expedient da Uma dessas iniciativas se deu pela criagio da colecio Sankofa, idealizada e organizada pelo Ipeafro, entidade fundada na PUC (Pontificia Universidade Cat6liea) de Sao Paulo em 1981. Essa colecio em 4 volumes foi organizada pela professora Elisa Larkin Nascimento. Essa colegio é um reflexo do curso de extensio universitéria Sankofa no perfodo de 1984 até 1995 e visa reafirmar e aprofundar as bases hi incluindo ai a sua producao intelectual e cientifica. (Gricas do povo afticano, Esse primeiro volume se divide nos seguintes capitulos que tentaremos abordar: ankofa: Significado ¢ Intengdes A palavra escolhida para representar essa obra é Sankofa, cujo significado remete & recuperacio ¢ valorizacao das referencias cultura bem apropriado pelo valor que tem essa obra no sentido de aprofundar 0 conhecimento ¢ a reflexdo sobre a cultura afro-brasileira e suas matrizes africanas. africanas. Sem divida um termo. Num primeiro momento esse capitulo trata de uma questéio importantis que 0 racismo ndo'se limita somente a cor da pele mas & algo mais profundo que ¢ a negacio da identidade de um povo. Esse processo se deu principalmente no periodo do colonialismo europeu e suas consequéncias permeiam nossa sociedade até hoje. ima, a saber, Em seguida, temos uma explicagio pormenorizada do significado do ideograma sankofa, que significa “voltar e apanhar de novo aquilo que ficou para tris”, ou, segundo o professor E. Ablade Glover “voltar as suas raizes e construir sobre elas 0 seu desenvolvimento, 0 progresso ¢ a prosperidade de sua comunidade, em todos os aspectos da realizagio humana”. Falando sobre essa simbologia, temos um fato muito importante e que devido ao eurocentrismo foi sendo desvirtuado na academia: a Africa desenvolyeu sim técnicas de escrita, além das ja conhecidas técnicas dos hier6glifos egipcios. O livro nos traz varios exemplos disso. Num segundo momento, o livro desconstréi outras “verdades” eurocéntricas, como @ que sustenta que os africanos eram de um modo geral, atrasados © ignorantes, sem desenvolvimento politico ou tecnolégico, No entanto, sio muitas as evidéncias que apontam um saber afri politicos, a medicin: no encontrado nas mais liversas areas, como os sistemas mineragdo, metalurgia, agricultura, pecuaria, ciéneias, ‘matemética, engenharia, astronomia, etc. Entre os exemplos que o livro cita esti a alegagio de que Hipéerates seria o “Pai da Medicina”, sendo que antes dele os povos africanos j4 detinham avangadas técnicas nessa Area, principalmente a civilizagao Egipcia. capitulo trata ainda dos termos eurocentrismo, etnocentrismo e afrocentricidade. Em resumo, as novas perspectivas sobre a Africa abordadas nesse capitulo sio extremamente esclarecedoras e no s6 podem como devem nos levar a reflexio sobre tudo que aprendemos até hoje. Nossa formagio eurocéntrica no que diz a respeito & Histéria da Africa deve ser radicalmente mudada, sob pena de perpetuarmos um erro secular quanto avaliagio da cultura africana e suas implicagées no desenvolvimento da nossa sociedade. 2~ Introdugao as Antigas Civilizagbes Afticanas 3 ~ As CivilizacGes Africanas No Mundo Antigo

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