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56 FEICS AIMPORTANCIA DO ENSINO DE HISTORIA E GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS: DISTANCIANDO-SE DAS MEMORIZAGOES E REPETICOES, CONSTRUINDO E VIVENDO A PROPRIA HISTORIA, ELIENE MARIA DE MELO” SUELY NORBERTO GOMES” RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar a importancia da contextualizag4o das disciplinas de Historia © Geografia nos anos iniciais do ensino fundamental sob a perspectiva construtivista, visando 0 de- senvolvimento do aluno na apropriag&o do saber, abandonando o modelo tradicional das repetigbes € memorizagées descontextualizadas. Através de leituras bibliogréficas sobre a fundamentago teérica referente ao ensino da Historia e Geografia e realizagao de pesquisa de campo em forma de questiona- Tio, utilizou-se 0 método de abordagem hipotético-dedutivo construida sob a hipétese de que a apren- dizagem significativa acontece quando o professor consegue proporcionar situagdes que promovam ao aluno a (re) construgao do conhecimento pautado em alguns passos que o tora apto a compreender ¢ transformar o mundo onde vive e interage, Palavras-chave: Histéria. Geografia. Anos Iniciais. Aprendizagem Significativa ABSTRACT This work aims to analyze the importance of contextualizing the disciplines of history and geography in the early years of elementary school in the constructivist perspective, to develop the student in know- ledge acquisition, abandoning the traditional model of repetition and memorization decontextualized, Through bibliographical readings on the theoretical basis concerning the teaching of history and geo- graphy and conducting field research in form of questionnaire used the hypothetical-deductive method of ‘approach built on the assumption that meaningful learning occurs when the teacher can provide situations that promote the student to (re) construction of knowledge guided steps which makes it able to unders- tand and transform the world we live and interact Keywords: History. Geography. Early Years. Meaningful Learning. INTRODUGAO * FEICS — Acad@mica do Curso de Pedagogia. E-mailinmelo8@hotmail.com ** Mestre em Educagao UFMT; Professora orientadora do Trabalho de conclusao de curso na FEICS.E- -mail: suellynorberto@yahoo.com.br Atribuir significados na aprendizagem no ensino de Histéria e Geografia, tendo como objetivo formar alunos conscientes de sua importancia para a vida em sociedade consiste numa tarefa de renovagdo para 0 professor nos anos iniciais, apesar dos avangos e das propostas pedagégicas construtivistas inseridas ao longo do processo educacional, abandonar as praticas automaticas de memorizagées, re- petigdes eo apego a superficialidade das comemoragées de datas civicas ainda é um desafio no século XX\. De acordo com os Paraémetros Curriculares Nacionais (PCN), as propostas de ensino para tais disciplinas envolvem compreensao e reflexao da realidade social a fim de proporcionar a ampliagdo da capacidade cognitiva do aluno por meio de esti- mulos, incentivo e intervengaio do professor. Este trabalho reflete 0 esforgo empreendido na pesquisa bibliografica e de ‘campo em forma de questionério, realizado com objetivo _de apresentar o proces- so de ensino-aprendizagem da histéria e geografia nos anos iniciais, considerando a atuago do professor na escolha dos contetidos e metodologias de ensino e a dinami- ca com que se constréi, desconstréi e reconstréi tais conhecimentos. 1 O PROCESSO DA CONSTITUIGAO DO ENSINO DA HISTORIA E GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS. © ensino da histéria e geografia no ambito escolar passou por diversas mo- dificagdes, principalmente porque a histéria da educagao constitui-se em processos. Segundo 0 PCNs (2000) desde 0 Decreto das Escolas de Primeiras Letras em 1827 a abordagem dessas disciplinas sofreu mudangas na busca de adequar 0 ensino ao momento histérico, politico e religioso; se bem que nesse periodo a intengdo era mes- mo de confirmar a alianga entre o Estado e a igreja. A metodologia de ensino dessas disciplinas era baseada na memorizagao e repeti¢ao, heranga que perpassou para as geragdes seguintes e visiveis nos dias de hoje. Contextualizando (Zucchi, 2012) no século XX as mudangas politicas, sociais, intelectuais e econémicas foram deter- minantes para 0 processo de transformagao no Ambito pedagégico, o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova de 1932 constitui um marco para a educagao, o documento assinado por grandes icones ligados a educagdo, dentre eles, Anisio Teixeira e Lou- tengo Filho trazia em seu texto argumentos para a mudan¢a da metodologia e contet- dos do ensino propondo uma reforma na educagao brasileira onde a aprendizagem seria construida e ndo apenas transmitida. Este documento compreendeu um refe- rencial para as demais mudangas significativas que constitui a nossa educagao hoje. Em 1961 foi aprovada a 1* Lei de Diretrizes e Bases da Educagao Nacional (LDB), Lei 4024/61 que nao trouxe inovagao na estrutura do ensino, no entanto a LDB 58 = FEICS de 1971, Lei 5692/71 elaborada na ditadura militar (1964-1985) inclui a obrigatorie- dade da educagao dos 7 aos 14 anos e realiza mudanga significativa no ensino das disciplinas de histéria e geografia nas ent&o chamadas séries iniciais, realizando a jungao das mesmas em uma Unica disciplina, a de Estudos Sociais com os contetidos controlados pelos militares que visavam ideologias “..de um ufanismo nacionalista destinado a justificar o projeto nacional organizado pelo governo militar implantado no Pais a partir de 1964.” (PCN 2010, p.26), s6 em 1993 por meio da Lei n. 8633 essas disciplinas voltaram ao curriculo escolar apés longo processo de debates entre os profissionais das areas de histéria e geografia na intengao de trazer a existéncia tais disciplinas. (Zucchi, 2012 p.21). Em 1996 foi aprovada a 3* e atual LDB, sob a Lei n. 9394/96 onde se destaca dentre outras particularidades a formago do profissional da educagao. Outro marco bastante significativo na constituigéo do ensino da Historia e Geo- grafia se deu em 1997 com o langamento dos Parametros Curriculares Nacionais (PCN) pelo Ministério da Educagdo, vindo a ser uma das mais importantes propostas — no obrigatérias — muito embora relevantes para a organizagao dessas e demais disciplinas nos anos iniciais Hoje ao longo desse processo de mudangas e transformagdes o professor, que outrora era a figura central detentora do conhecimento, cede o seu lugar ao aluno que assume 0 papel de personagem principal auxiliado por ele na construgdo do saber. O professor agora, na posi¢éo de mediador tornou-se responsavel por fazer a liga- 40 dos saberes cientificos e os saberes de senso comum dos alunos ajudando-os a construir conhecimento. E nesse aspecto que este trabalho é direcionado, visando as possibilidades de inimeras metodologias que podem ser utilizadas pelo professor no século XXI na execugao dessa mediagao oferecendo ao aluno a oportunidade de crescer apropriando-se de conhecimentos histéricos e geograficos de forma significa- tiva. 2 OPORTUNIZAR CONHECIMENTO NAS AULAS DE HISTORIA E GEOGRAFIA Segundo Celso Antunes 0 ensino das disciplinas de histéria e geografia nao & 0 mesmo de dez anos atrs, assim como o préprio mundo néo o é. Passamos por processos, transformagées, novos conceitos, novas leis, etc. A sala de aula nos anos iniciais precisa acompanhar tais mudangas e para isso a figura do professor 6 des- tacada como sendo a grande ferramenta que ira alavancar este ensino. O professor precisa assumir uma atitude de reflexdo e escolher qual melhor teoria pedagégica ir proporcionar aos alunos oportunidades de novas descobertas. Os PCNs embora quase vinte anos em circulagao nao foi de todo absorvido em sua ideias e sugestées, seguidor de uma linha de pensamento construtivista esses parametros ainda batem de frente com mentes tolhidas e fechadas, presas a uma era tradicional onde a teoria do projeto e a pratica dele sao elementos desconhecidos. Eis al o grande — qué - da questdo, como por em pratica ideias, conceitos e um novo rumo se nao entendeu a proposta oferecida a priori? Antunes aborda que: ‘A mudanga de paradigma nas informagées existentes no mun- do de hoje, trazidas por uma visdo do planeta baseada em no- vas tecnologias aeroespaciais, a popularizagao das informagées alentadas pela difusao da TV a cabo, as aberturas a pesquisa e a informagao cientifica possibilitadas pela Internet, a globaliza- 40 da economia e do consumo mundial, as novas revelacdes cientificas que alterem saberes de diversos ramos do conheci- mento, associadas ao avango da pedagogia, com a conquista de novos elementos sobre meméria, inteligéncia, aprendizagem e criatividade, acabaram por tornar inadidvel o acréscimo de subs- tanciais mudangas no atual conceito de geografia e de historia @ nos procedimentos para fazé-las plenamente compreendidas pelos alunos nos ensinos fundamental e médio (ANTUNES, 2001, p.13) O ensino da geografia e da histéria nos anos iniciais de maneira compreen- dida e sugerida nos PCNs possibilitaré ao alunado conhecimento contextualizado e sempre atual, partindo de situagées concretas e palpaveis, de tematicas visualizadas no entorno dos mesmos e da vivencia desses alunos abrindo-Ihes os olhos e mentes para a existéncia de um mundo que esta sempre em movimento e que fazem parte, Celso Antunes ressalta A aula de geografia ou de historia, [..]. [.-], deve percorrer di- ferentes temas, encandeando-os sempre, contextualizando-os com 0 “aqui” e 0 “agora” do corpo e do entorno do aluno, com as relagdes socioculturais do espago neste e em outros tempos e com os elementos fisicos e biolégicos que deles fazem parte, investigando suas multiplas interdependéncias (Antunes, 2001, p.14). Visualizar, projetar e inserir essas ideias na sala de aula dos anos iniciais pro- porcionara a crianga uma base solidificada de conhecimentos que viréo a ser como sementes bem plantadas de modo que suas raizes sero profundas a fim de que nos ciclos seguintes se desenvolva de forma saudavel produzindo e construindo novos conhecimentos. 60 = FeIcs A partir dessa perspectiva Celso Antunes elenca uma série de intengdes cons- cientes que considera esse olhar fundamentado na teoria construtivista abordada nos PCNs, intengdes das quais nos apropriamos para fins de andlise e como proposta para que todo professor dos anos iniciais possa abraga-las a fim de oportunizar aos alunos uma nova dimensao das disciplinas de histéria e geografia. A primeira delas envolve “Estimular um permanente diélogo do aluno com o saberes de seu mundo, [...]e relacioné-los com a visdo de uma histéria e geografia que estabelegam a perma- nente interdependéncia entre a sociedade ¢ a natureza, [...)". Entende-se, portanto, a importancia de que, enquanto ainda pequenos dé-se a oportunidade da fala, das questées, das expressdes, das conversas informais a fim de que se estabelega uma ligagdo reciproca entre as disciplinas e suas tematicas. A segunda intengao consiste ‘em “Nunca separar os fundamentos da natureza dos da sociedade e nem os de ‘on- tem” dos de ‘agora’, [...]". Dessa forma o professor instigaré o aluno a pensar e intervir no assunto em questo relacionando-o com sua realidade. O autor também aborda a questo sobre o trabalho cartografico intencionando arraigar esse tema de forma a “[...] fazer com que o aluno pesquise em fontes plausiveis textos e ilustragdes, obser- vando-os com suas diferentes linguagens interpretagdes, hipdteses e conceitos”. Essa agao do professor influenciaré o aluno a buscar respostas ao invés de té-las prontas e de acordo com os achados intervir colaborando para construgao do conhecimento, isso unido a interdisciplinaridade movera as ideias para além da historia e geografia escolar, fara com que o aluno associe este conhecimento com o seu proprio mundo. ‘As demais intengdes sugerem um bom planejamento, um cronograma palpavel segui- dos de uma avaliagao do ensino-apredizagem, Antunes também destaca o valor das formas de expressées dos alunos que se apresentam variadas e miltiplas em suas manifestagSes e por fim encerra citando mais uma vez o estimulo como ferramenta para o professor usé-la em sua sala de aula a fim de alcangar objetivos concretos de aprendizagem: “Estimular a criatividade do aluno, levando-o a questionar-se ¢ ques- tionar as pessoas sobre espacialidade e temporalidade dos fendmenos que pesquisa e descobre” (Antunes 2001, p.15) 3 REFLEXAO SOBRE A PRATICA DO ENSINO DE HISTORIA E GEOGRAFIA A PARTIR DA PESQUISA EM FORMA DE QUESTIONARIO REALIZADO COM PRO- FESSORES DA EDUCAGAO BASICA. Estabelecer, elencar, enumerar e programar as ages que permitiréo resuk tados positivos no ensino de histéria e geografia constitui uma etapa que exige com- preensdo, disposigao e conhecimento, todavia executa-lo exige muito mais do pro- fessor do que elabord-lo. A pratica pedagogica propriamente dita exige foco e esforgo para torné-la real, palpavel e dessa forma significativa para o aluno, Ausubel afirma que “Intervir no real é 0 fim ultimo da aprendizagem’, trazendo esse tipo de aprendi- Zagem para 0 ensino de historia e geografia significa envolver os alunos de maneira peculiar ao ponto de sentirem-se préximos ao contetido ministrado, ou seja, que tenha significado e para isso o professor precisa desenvolver o dom de “atrair a atengao” Para esta pesquisa elaborou-se um questionario a fim de descrever o ponto de vista ¢ a atuacao do profissional da educagao ante o desafio de ensinar historia e geografia no primeiro ciclo dos anos iniciais sob a perspectiva de uma aprendizagem significativa utilizando-se dos conhecimentos prévios dos alunos permitindo que os mesmos descubram e (re) descubram os contetidos ao mesmo tempo em que se uti- lizem das descobertas em seu meio social, Guerrero em sua obra cita Amay: [..] © conhecimento cotidiano desempenha um papel funda- mental na compreensao e agao das pessoas em contextos de atividade especificas; portanto, nao existe nenhuma razao para empenhar esforgos e recursos educativos em sua anulagao (AR- NAY, 1998 apud GUERRERO, 2012, p.11) Participaram também desta pesquisa, professores de ciclos posteriores a fim de analisar a importancia da aprendizagem significativa desse ciclo para a sequen- cializagao do ensino e para o aprofundamento e ampliagao dos contetidos dessas disciplinas. O resultado da entrevista por um lado apresentou um cenario que ainda caminha em regides utdpicas vistas as dificuldades enfrentadas pelos professores no sistema educacional, por outro lado vislumbra-se uma nova era no ensino-apren- dizagem comprovando-se que ao dar significado e apresentar uma utilidade social aos contetidos dessas disciplinas oportuniza-se aos alunos adentrar numa atmosfera de ensino muito mais proveitosa do que a aprendizagem mecanica ou memoristica fazendo-os alcangar e desenvolver inteligéncias e reas do cognitivo através de esti- mulos e incentivos dirigidos. Assim, ao permitir 0 envolvimento dos contetidos que compéem as disciplinas de histéria e geografia com os conhecimentos do cotidiano dos alunos, o professor estabelece uma ligagao que posteriormente permitiré que esses contetidos transfor- mem-se em conhecimentos reestruturados e desta forma ampliados alcangando as- sim niveis elevados do saber. Na andlise do questionario que se propés a fazer, observou-se através da rea- lidade do dia a dia do professor as dificuldades encontradas na abordagem dos con- tetidos da historia e geografia desde o primeiro ciclo quando se faz necessério a 62 = FEICS compreensao do professor na apropriagdo dos contetidos e conceitos, sua escolha por esta ou aquela metodologia de ensino e seu relacionamento com os alunos em detrimento a forma com que estes relacionam as informagdes com os seus préprios saberes. Guerrero reportando-se ao gedgrafo D. Pereira afirma que: Para que se construa uma relagdo entre professores e alunos, cabe ao professor pensar de forma critica todo o proceso de ensino e aprendizagem, superando as antigas reflexdes de ca- rater conteudista, trilhando a pratica do estudo e da compreen- so de conceitos (GUERRERO, 2012, p.24,25). Este estudo alcangou professores do ensino puiblico e privado, também a alguns professores do terceiro ciclo na intengdo de visualizar no ponto de vista destes, as dificuldades encontradas no ensino dessas disciplinas ao depararem-se com alunos que passaram por uma abordagem superficial no primeiro ciclo tomando o desenvolvi- mento dos contetidos fatigante exigindo do professor uma nova estratégia de ensino Referindo-se a D. Pereira, Guerrero conclui que: O professor tem a tarefa de pensar e estabelecer o caminho que seus alunos percorrerao para aprender; por isso cabe a ele pen- sar de modo consciente e critico os processos de ensino e de aprendizagem da Geografia. Somente desse modo é possivel superar o carater memorizador, repleto de contetidos fragmenta- dos, descontextualizados e atemporais de que a Geografia é re- fém desde sua instituigéo como conhecimento escolar (GUER- RERO, 2012, p.25). Da mesma forma Zucchi em sua obra: O ensino de Histéria nos anos iniciais do Ensino Fundamental, afirma que: O professor, de posse das informagées ligadas aos conheci- mentos prévios dos alunos, seus interesses e maturidade aca- démica, deve selecionar ou priorizar 0 estudo de determinados conceitos histéricos. Também deve fazer escolhas didaticas com relagao a forma como vai auxiliar os alunos a construir esses conceitos, para que tais conhecimentos possam constituir uma base sélida (ainda que adaptada a faixa etdria) sobre a qual eles. continuarao a acumular saberes histéricos ao longo de sua tra- jetoria escolar (ZUCCHI, 2012, p.65). No exame da pesquisa realizada é possivel perceber que todos os professores conhecem o modelo de aprendizagem significativa sugerida por Ausubel e acreditam que trabalham nessa linha de pensamento, bem como afirmam que os alunos preci- sam ser estimulados e desenvoiver as miltiplas inteligéncias das quais Gardner fala eas competéncias citadas por Perrenoud, no entanto confessam que os contetidos ainda sao transmitides de forma desconecta e que os resultados ainda se apresentam superficiais, os professores afirmam que existe uma barreira entre o planejamento e sua execugdo, embora alguns testemunhem que por conta da instituigdo que traba- ham 0 desenvolvimento do ensino dessas disciplinas ocorrem de forma harmoniosa permitindo que os alunos consigam realizar a integragao dos assuntos abordados No primeiro ciclo com os dos ciclos posteriores além de conseguirem relacionar os saberes de seus alunos com os seus saberes de forma a construir nos alunos conhe- cimento que é utilizado de maneira participativa na sociedade , mas os professores que trabalham no ensino do segundo e terceiro ciclos no dividem do mesmo resulta- do afirmando que os alunos chegam aéreos em relagdo a essas disciplinas, quando questionados a respeito de algum contetido demonstram indiferenga e desinteresse exigindo do professor um desdobramento para instiga-los. Celso Antunes afirma que: Ja n&o podemos nos iludir com a ideia de que geografia seja apenas “a localizagao da superficie da Terra de fenémenos fisi- cos, humanos e biolégicos, de suas causas e analogias”, assim como a histéria j4 nao pode se preocupar apenas com as mino- rias sociais que regia o destino e os fatos ligados a politica, economia e cultura de povos do passado. Como ciéncia do es- pago e da paisagem, a geografia necessita caminhar muito além dos limites de sua antiga definicao, e a histéria necesita explo- rar miltiplas inter-relagdes entre povos e culturas e sua plena contextualizagdo no que fazemos hoje (ANTUNES, 2001, p.55) No decorrer da pesquisa observaram-se as dificuldades na execugao dos planos © projetos além das condigdes de trabalho dos professores, questionamos a respeito da avaliagao dos alunos, e embora todos respondessem que a avaliagdo se dava de forma continua durante todo 0 processo do ensino aprendizagem, nao fugiam a regra de uma avaliagao escrita em sua maioria na forma de questionarios com perguntas formulada na intengao de receber uma resposta pronta e memorizada. Ao serem ques- tionados sobre as competéncias desenvolvidas pelos alunos ao longo desse proces- 80, percebemos que ainda é algo a ser construido pela maioria dos que responderam ao questionario, por outro lado alguns poucos professores afirmaram que seus alunos ‘embora ainda nao dominem a leitura, sao capazes de interpretar simbolos e signos, percebem a matematica relacionada as disciplinas de historia e geografia e utilizam desses conhecimentos em seu cotidiano. Quando perguntamos sobre suas metodolo- FEICS gias a maioria utiliza-se apenas de aulas expositivas visto que o tempo para essas dis- ciplinas € muito curto enquanto a minoria afirma langar mao de jogos e brincadeiras, teatro, contagao de historia, exposigao de fotografias, aulas de campo dentre outras. Na analise das respostas do questionario, foi possivel perceber que a aborda- gem no ensino da histéria e geografia nos anos iniciais passa por disparidades entre professores e professores refletindo nos alunos suas escolhas e suas metodologias A construgao do saber do individuo relacionado a essas disciplinas esta ligada direta- mente a forma com que tais profissionais agem dentro da sala de aula. CONSIDERACOES FINAIS O presente estudo tedrico reflexivo é de suma importancia por tratar dos aspec- tos pedagégicos e das exigéncias atuais para o ensino da Histéria e da Geografia nos, anos iniciais do Ensino Fundamental que é a base para a estrutura de uma aprendi- Zagem significativa para toda a escolarizagao de uma pessoa. Percebeu-se que ainda estamos distantes do ensino ideal e que falta formago continuada e atualizada do profissional além de uma abordagem mais proficua na sua formagao de maneira que venha dispor de habilidades para o trabalho docente na administragao dessas disci- plinas. Vale ressaltar que todos os objetivos, contetidos e avaliagdes das duas discipli- nas proposta neste estudo sao norteados pelos Parémetros Curriculares Nacionais (PCN) e protegidos pela Lei n? 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educagao Nacional (LDB), portanto um direito do aluno de ter acesso a uma educagao que possa estar compreendida em sua vivencia e ampliada para novos conhecimentos Guerrero completa: Assim, compreende-se que nao se alfabetiza somente em Portugués ou Ma- tematica; a alfabetizagao é um proceso que ocorre também nas outras dis- ciplinas escolares: em Geografia, Ciéncias, Historia, Arte, entre outras, pois, cada uma dessas disciplinas apresenta um conjunto de linguagens, cédigos, procedimentos @ conceitos préprios. Isso permite ao aluno realizar uma lei- tura do mundo com base em um conjunto de conhecimentos socialmente construldos (GUERRERO, 2012, p.26). Aandlise apresentada reflete a preocupagao de superar a pratica de um ensino obsoleto e transmissor sem vinculos e superficial das disciplinas de histéria e geo- grafia entendendo que hoje € preciso oferecer oportunidade de relacionamento aos alunos a fim de despertar sede por conhecimento e utilizé-lo para seu beneficio e para © bem da sociedade © desenvolvimento desta pesquisa contribui para futuras reflexes sobre os procedimentos, metodologias e praticas no ensino da histéria e geografia com base nas compreensées dos autores citados e professores entrevistados. Ensinar historia e geografia nos anos iniciais sob a perspectiva da aprendiza- gem significativa consiste num importante papel do professor que deseja contribuir para que o aluno seja um sujeito consciente de sua atuagao no meio, com capacida- des de analisar com criticidade as diversas questdes que se Ihe apresentardo enquan- to se forma cidadao REFERENCIAS ANTUNES, Celso, 1937 - A sala de aula de geografia e histéria: Inteligéncias, multiplas, aprendizagem significativa e competéncias no dia a dia | Campinas, SP Papirus, 2001. BRASIL. PCNs, Parametros Curriculares Nacional: historia e geografia / Secretaria de Educagao Fundamental, - 2. ed, - Rio de Janeiro: DP&A, 2000, GUERRERO, Ana Lucia de Araijo, Alfabetizacao e letramento cartografico na geografia escolar — Sao Paulo : Edigdes SM, 2012 ZUCCHI, Bianca Barbagallo, O ensino de histéria nos anos iniciais do ensino fundamental: teoria, conceitos e uso de fontes — Sao Paulo : Edigdes SM, 2012,

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