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Sa | OTe TImer etm ent IM sStelcR CSUs} Mauro Victoria Soares ioe b a ce IDENTIDADES MIGRANTES, FRONTEIRA E CIDADANIA Gabriel O. s sobre proceso No decorrer cia nas |4 local 1s do Mercasul, Neste contexto de fe cs pos de mig. le C om sua perspect jas identidades F 08 rumos do processo de ince 6 especi A tegito de fronts ha imaginada ou Os migrantes podei vamente no p te, morando de um lado desta To, As fronceiras ssoclais se apresen- 0 processo de ndrlas que precesso s naturais poder fronteira maisevidente. A ten fizem o tragado as fronteiras de acordo c nites narurais tinhe por var as fromteiras nacionais, Nos com marces aparece como opésito naturali- 508 das fronteiras secas, a sinalizagao fudice de onde passaria esta fronteita como Gaunt O, AtvaRez Barth o caraver em divissrias de dgua. ‘As fronteiras apresentam uma que en Esta din: realidade configuram-se como u fronteina a partir dos trabalhadores migrantes nos ri ra opera como motor ideolSgico que imp io e a colonizagao de um 0 vazio e com fraca presenga do Estado, (1976),20 andi enrponees na fronts none slo Br irago da aut oan ee a ieee ivas, Oa fo contradit6- ram no pior dos mun idio, mas nao foram incluidas no mundo do inciaram ao mundo do RAE CIDADANIA jo na estrutura social, As ides inissolas que orien- relagées sociais (CARDOSO DE OLIVEIRA, 1976), Este tema nos itbria, apesar dos ideais de ig um dos aportes rele dade, Nesse senti- tes cesta abordagem éa considerag tidades como Fionteiras étnicas, como limies que interagio entre os grupos. cextos de fronteira, aside ide. Nesse sentido, as iden lades podem operat como fator te nos estados de co- tmina os rumos da res a discussie dos mi bre as realidades observadas localmente e cha- ercado, que modela o ordenamento s. Wolf (1994) descreve 0 mercado mundial como uma uxos do comércio mu ronteitas também podem ser conceit io de espago-tempo que consexam espagos atta das como corredores de 1993, RIBEIRO, 2000), E corredores transnacionais que widades, As frontei neste trabalho apresentam enclaves comerciais em que a légica translocal se articula com a Iégi transnacional ente, como assinalou Garcia Canclini (1997), as fronceiras sto patadoxalmenic um cendtio privilegiado de *hibridagao culeural” e a0 mesmo tempo “lugar de controle”. Um controle que se estabelece pelos no intento de ordenar 6 flu €asos, os controles de fronteira podem coincidir com o limite intemacio- Lou podem estar localizados em qualquer parse do tertitério, Se a fron ira é ida. como lugar de controle, a integiagto, no imaginério, .m sido associada com o levancamento de fronteiras. Em integragao poderia reforgar os controles nas frontelras extrabloco ¢ ‘5 controles nas fronteiras intrabloco, a exemplo da Unio Esses diversos se empiricas observa Final gue as atravessa, Nestes governs central ridos de fronteira se entrelagam pesquisa, As situagbes variam de as das diversas local das, As difie s cidades de maior porte enas cidades pe longo ce urbana, que contrata com agidriaapoinda na pequens prop lade e com uma pares hadores migrantes, enxergamos tim la, em movimento, Contrariando os modelos clissicos de sados apresencam uma mento de pioncitismo, 2 como sociedade em movimento tatas vezes coincide ou «c. Isto implica que este fluxo de migrantes, que avanca para a fronteira como limite, com frequéncia a atravessa, crian- luxos de migiagio internacional, Estes fluxos de inhos pode ser reversivel. Muitos destes migrantes podem volear para 0 pais de origem quando perdem suas capacidades laborais ou enfrentam crises que inviabilizam sua permanéacia no pais hospedeiro, Por outto lado, a froneira como limite ¢asdiferencas de concighies “do outro lado” motivam uma importante parcela da populagao a traba- pADES RANTES, F pela sua pacticiparao no comézcia ¢ pelos mig ye transformaram verdadcitos enclaves can Mevcosul, Trabalhar com os trabalhadores migrances p sentagio dos dados, a geracéo de uma tipologia que dé ex uasao enfrentada pelos migrances. Migrantes no ui tanto os migrantes internos como os estrange nda aqueles inamente os front cos so € como podem set contemplados o¢o si0 alguns dos desafies enfrentadas neste rabalho, )GIA DOS TRABALHADORES MIGRANTES onteita com @ Mercosul, assim coma da forma de as sociais dos paises frontei observamos as dificuldades no acesso aos mecanismos de social ¢, com as limitagées dos dados quanticativos, asi s trabalhadores estao protegidos por algum sistema nos pafses frontelrigos ¢ quantos necessitario ce uma agéo ncificagio de tres tipos de siuagoes relacionadas com os traba- es que migram nas fronteiras do Brasil com os paises do Mercosul. Gaomues O. Anwar Estes trés tipos de situacdes sio: os migrantes dos paises migrantes brasileiros de rerorne; ¢, finalmence os que cealizam pendular. De certa forme, estes migrantes operam como identidades em diver- sos sentdos: sto geradas na interagio dentro de um sistema de identidad nfo se relacionam com alguma esséncia; operam como um lim remetem a uma posig2o na estruturs social. Co 108 nperam como biissolas que ordenam O mimetismo como estrarégia na procara de apag identidade estigmatizada. A parcels da populagao nas cidades visitadas; os migrantes deretoeno por veresc imeroso que es migeances intemacionais; finaln ‘mente nos muttiefpios relecionados com 0 comérc 10 grupo, mais numetose € com cobsriura previck preci Estes és tipos de migrantes ¢ suas identidades associadas operam ni s pelos na do municipio © migrantes intemos do estado ou dos outros estados do Brasil, Os migrantes internos constituem uma parcela significativa da po- pulaglo e tém uma insergao melhor que os nativos em temas como empre- go, cobertura pr. e ios exercem o controle pelas exigéncias legais, podem apresentar bertura maior que outros grupos, Jd 0s 1 cia permanente ou naturalizacio, ps obreriam cobertura do sistema previden Tbextipanes MGRantes, FRONT Os migrantes internacionais de retomo coi s: Muitas veces mbédlico, 0 que leva a ceitos enfrentados pelos jentidades destes fdas por ter socadas pelos ores, que, pelo contririo, preferem mimetiza-las para evitat 0 preconceito. (Os que sealizam migescio pendular incernacional por mativos Iaborais em sua maior parte trabalha na informalidade, sem carteira de igrantes fracassados ande peso sobredimensionar sua presenga erelorga os prec Cabe destacar existe algum ponto de coneato entre a experiéncia do migrante, o estrangeico, que consitéi uma identidade hi- brida, de ser de um lugar ¢ do outro e a situasao des migrantes de retor ..O estrangeiro, ao retornar ao seu pats, descobre que a exp, processo de segmentagao ger: ca se expeesss pelt ma Segmentagio, Mimetismo e Carn lam de segmentacao estaria dada pelas préprias fron- is que dividern ¢ ordenam a populagio a pai tirde identidades internacionais, Esta segmentacae, em alguns casos, coma fo na linka de froateita, inc como em Dionisio Cerquei ha de Fronteita adquire um caréter ima 105, como mares, monumentos ou até pela linguiagem e' tos 06 amtincios, Esta segmentagio tem im [Nas outras cidades conjugadas, 2 ado por diversos Grane ©, ALYARE dios q ionais, Nestes casas, as identidades dos igrances oc tam relagies socais. Os comerciantes se agrupam de azordo com sua origem éthiea, existindo inclusive efreulos de crédito ctnicamente oricntados, 108 agora, né2 Os indianos ances eles com- pravam, eles eram mais de aqueles que chegavam com dinheiro, com- és, drabe, aque é parte, né? F eles sto m pessoa vem de Li pra cd, eles dio u Wo tem um sistema de eréd ~E,j4... Bom, foto queaconteceu ci um amigo que trabalhow comigo ibanés que a gence eraba- thava junto, Falo dele, porque eu vivi como ele era parente do dono, ele eresceu mais ripido do que eu, 1né? Elechegou sem dinheiro nenhum, ele nao tinha um centavo, ble chegou com o dinheiro da passagem que mandaram pea cle e ele velo. Af, chegou aqui, fizeram tipo um empréstimo pra ele, af todo mundo ia ajuclando.o cara, eo cara comegou a ctescer e ele comegott a pagar tudo dle novo (Foz do Iguag neo com ele, Mas assim, wad del Este, sobretudlo nos quarteirées da fionteisa sil, tem se transformado em um verdadeiro enclave transnacional, seg tado etnicamente, Na regio, enconttamos enclaves étnicos articulados em de fluxos de comeércio global. Estes grupos de comerciantes globais giam a solidariedade énica por sobre os mecanismos de inclusio social do Estado, A atividade econdmica gerada por estes enclaves transna~ cionois atcai migrantes brasileiras que se iaserem no mercado do outro ido da fronteira, Existem aqueles que se inserem no mercado formal, como donos de lojas ¢ trabslhadores regalarizades, ¢ tém os que tabalham na informalidade, Enere estes trabalhadores iregulares, cém que se diferenciar Bra- IbewTipabes Micawtes, ERONTEIR 75 a situagdo daqueles que tab: que se desempenham como es. Cabe destocar que se ioria dos que passaum por esta Iaboral ou em momentos de cis ria ¢ 0 ideal da popu- as. See jo tem hora de almogo, um tém um almogo de meia hora mais ou Assim... a remunera¢ao é muito melhar que aq) do local onde v lorizou bastante, © movi nsa para muita minimo, 5 votes por se- jando RS70, R$ 80 por dia. Compenst, por isso ha tan srabulho informal, n= geme vivendo disso. Everton: ~ Nao, cu estava trabalhand omo esta; rio nfo ganhaya bem e no ti entto eu sus pendi a faculdade e vim para c4 ganhar 0 duplo do que ganhava no Brasil, Mas aqui, em compensacio, nao tenho nenium dirci ha. Ai eu decidi vir « tmbalhar aq Gayatet O. Aavanes, quem era policia porque eles nao uswvam uniforme, né Quando eles chegavam, perguntavam cles perguntavam sea gente erapai gas bre algums coisa, po fosse de mais paraguaio que brasileiro, porque tral: Ganha um sa mesmo (Regina, FI/PR). Diante da segmentaga estratégia de registrarem-se em ambos os is que tém certido de nascimento no Bi Urugaai. Em Mato € dos setvidores da previdéncia os assistentes iper-doc lando nascem so registradas em cos estariam sendo usados (satide, educagio, bene! dos documentos no? Entrevistador: — pero e algo nuevo o viene de hace tiempo? 5 FRosmana£ Cioapass 7 ponéle que yo a acl, 40 afios ated en en el pais, con Ia poll 0 padres, general registraban en Entrevistado: ~ e. documento o, en el cure policia federal, saco mi permiso ya, me fui en varios lugares ya y inca us¢ ese documento, verlad, pero es un co mayorta ¢S porque ya se le los que tienen esa ¢,.. es08, 40, 50 | pargite en esa epoca, habian muchos prob! en el pais e, entonces, previendo eso, tal ver los padres A sicuagio na fi ira coma Argentina, Em Barra do Quarai, por uma © hospital mais préximo do -areSrio na cidade, aechapa! e refere aos bras registro em ambos os lados da ft >, ALVAREZ Enerevistador: ~ U: que © hospital m: estio para patir vio pa 2: — E, sio 72 atendido 0 pessoal daqui da Barra, Entrevistador: ~ Mas tem problema para ser atendido? Bra licagao, que eles nao ace aqui. Iso gera um tipo de. Entrevistador: © que nasce gusto. ~E, jd com uma lei agora que obtiga cles re \de ou vai escolher ser urugi Enirevistador: ~ Aconreceu com vec isso? = Nio, ett sou filho de mae uruguaia e mizat os bet eéa enfrentada pelos fronceira: “brasigi and, a principal dificuldade assi do mu sio nos s dos como dupl sofreu 0 a represa de numerosos migeantes internos mo- izados pelo engajamento no grande projeto como forca de tcabalh ‘mesmo tempo em q dagio de uma ex wy Cipapasta 79 Hos que vern p xém, 86 que assim, qua sempre pede a docu Argentina a gente orienta a retosnar pra li, porque a gente nds 6 outro pais né, nés procurames atender as pessoas aqui né, dificlmente € atendido alguém que é na- Secretaria de Promogio Social, bém em municfpios de Rio Grande do sem regime de subsiseéncia de tetomno como pel ans angentinos. O a Argentina € que revo um sessenta e cinco anos de a estratégia emprega F Muito tempo & af rerormam a0 Br i uns fi outros vém todo més Vive na Argentina sara receber 0 benef de d, por ejemplo, consultado para asilero tampoco. O sea que y no #8. Todos sabs no pude decir que es te dicen que tienen que desocupa que andar ast,‘ dleramn doINSS edo mesmo na divist com a Ange pel atinge muisa é Santa jos bem na front teiras, este processo &te! 82 Gansu. O. Alvan de mimetismo empres estas tensBes, revela-se a das formas se expressa quando as tenses s20 canalizadas por confrontos esportivas, como. jogos de futebol ou por confrontos mocivados pela dinamica dos flaxos s Fronreiras, Delmar: ~ B, cada vea que tem jogo do Brasil com o Uniguai tem que fechar ali, pelo menos na dar fazer, pass uma quadra para dentro, un porque mesmo as eles se provocam tanto, Porque vamos sempre ganhar do Urugu (Santana do Livramento), pendular e se inserem ica de ambas Ciudad del Este. As medidas de restrigio a0 cos orientados vide ambas as cidades. A. des nestes contextos de tensio identidades, em sistemas interéinicos que inreratuam cotidianamente mente entrclagados, JA nconeecen muito harem a po rnZo sel como que eles filam Id. Encio é tudo dificil de repence, ‘voce fala para o fiho que vai chegar ral hora, ¢ passa tal horae voce nig chega, Sabe é tudo assim muico di E é no que cles est Acahando com que seja uma cidade s6 coisa para o povo daqui se sentir mo rio, com carteinaassinada, (Regina, For do Iguagu). do term aquelis brigas ali na ponte de fe Garin O. Ayan: Mercosul, Previdéncia e Depois dades d sio posi nag neegragio mol zado pele Mercosul como projeto ¢ impacto na dinamica social da | deste 05 formuladores de politicas ea si nas areas de fronteiras, A revistados é que 0 Mervos por cima, nos cami através jo as fionteiras operavam como t wvayavam tinham gerado um setor snontaclo cor a nova 605 produtos so inspecionades os casos de febre aft es © depi implementasao do Mercos cheged no porto seo. Na zona ru 6 controkes fitossanitétios e dificultaram a circulacéo de gado en dadles da frontcia, ¢ a3 condligbes provocar ums ctise do setor agrttio Uma das erfticas realizadas pelos pequenos pr unciona s6 paras pessoas jus resagricolas, como pessoas fisias, nfo podem compra ler seus produtos «lo outro lado da fronteira, O Mercosul enfrent Mercos es decorrentes das fluxas glo- ste ¢ Rivera t&m se cransformado em importantes ros comerciais de venda de produtos impertados (extrazona), coms um wercado orientado para os consumidores brasileios. ce encontto dos fluxos do comércio local/global com a do Mercosul gera contradicges, Pela logica do Mercosul, estes iberalizagao do comércio dos produtos intra- rincipio, para a circulagio dos produtos exerazona Esta diferenga no tratamento aos proclatos produ asz0 de que 96 0s produces bras IDENTIDADES MiGRANTES, FRONTEIRA E Cl 85 86 desde ponto de vista das politica yaa com este mportante grupo qite re n que a rabal este grupo, em A desconfianga sobre o lugar de residéncia dos mig Gaw O. Aivanez Ante estas contradigoes, a percepeao generalizada que existe nas cida~ des dazona de fronseira é que o Mercosul foi feito p: otrabalhador formal dos grandes centros, s do Mercosul, No ¢ importante desenvolver c/ou fortalecer pol onde a populagdo muitas vezes possui livre acesso a0 wores nas froneeiras, bém os limites das politicas de sep teira, das que ps pendulares, sto n mal de om suas migrasdes, . Estas migragdes pensado com base no smu 108, documentados, cor s do Bloco, Existem alguns ca- Jonge de conscimuirem casos ados apresencam uum per pode resultar proble- migrantes pendulares. mitica, Os miges de retorno, os ngo do ‘Ao longo das fronteitas, es com a documentagio. Pataguai e com Uniguai Por outro lado, em alg 'RONTEIRA £ CIOADANIA 7 88 de documentasao & as dificuldades, por parte da populag 9's cartoriais, como vistos e tradugGes juramentadas, nteira, espe- cao das relagoes de trabalh com a ex- Apesar da contradigo entre a inagio de vistos de trabalho. izagio da situagao de milhares de trabalhadores que real ra. A Formalizagio das ara a incluséo na politica pr pendula na fro idade so dos direitos previe 5) migrantes, urbanos, Este avango ficios beveridgiano, nos (SCHWARZER, 2000). Estes benet cidrios, como a aposentadoria para o ecabalhador rural, 0 assistenciais como a Loas, nao esto contemplados no T Os sistemas bismarkianos, bascudos ina iedade intetperacional ¢ na proporcion foram Formulados no contexto da urbanizagao acelerada da Alemanha d suigiram no cen: Welfare Stare. Os ben maccolocado por Habe Go ou patriotismo da C 1.0. ALVAREZ mnsolidar € aprofundar 0 processo de recome lacao de uma Carta Social Europeia, 1ros pontos, estabelece 0 10 no mercado comum e garunce o acesso 3 seg smenco da Secretaria a IR. Os pontos de vi sti e 40 de resp DOS0 DE OL 197%, CARDOSO DE OLIVEIRA, RG Paulo: Edusp, 1997, enve facicidade e peaquis sobee as oigen ersos en Senta He ado) ~ FLACSOML LOS ARCHIVOS, EL ACCESO A LA INFORMACION, Y LOS CAMINOS HACIA LA MEMORIA HISTORICA demostrar canto los

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