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\ Concreto:_ Ciéncia e Tecnolog Geraldo Cechella Isaia (Edit {© 2011 IBRACON. Todos dt SS eS Capitulo 7 Agregados Naturais, Britados e Artificiais para Concreto Claudio Sbrighi Neto Professor, Mestrado Profissional IPT/SP 7.1 Generalidades No fim do século XIX e inicio do século XX, com 0 desenvolvimento dos primeiros estudos do concreto de cimento Portland, acreditava-se que os agregados tinham apenas © papel de enchimento, que embora ocupando de 70% a 80% do volume em concretos convencionais, tratava-se apenas de um material granular inerte destinado a baratear 0 custo final de producao do concreto. Como os agregados eram abundantes, baratos e de boa qualidade, tomava-se facil acreditar no seu papel secundario. Mas, com o incremento do uso do concreto, sua aplicaco em larga escala logo colocou em evidéncia o seu verdadeiro papel e deu aos agregados sua real importancia técnica, econdmica e social. Em anos recentes, 0 esgotamento das jazidas de agregado natural de boa qualidade perto dos grandes centros consumidores, © aumento dos custos de transporte, o acirramento da competi¢io comercial entre os produtores de concreto e a conscientizagao da sociedade, que demanda leis de prote¢o ao meio ambiente, vieram a contribuir para um melhor entendimento dessa questao. Os problemas técnicos e econémicos decorrentes da selecio inadequada dos agregados, especialmente a partir dos anos 50 (quando, em alguns casos, barragens de concreto foram quase inteiramente reconstruidas), mostraram e induziram a necessidade de uma melhor compreensdo do papel dos agregados na resisténcia mecnica, na durabilidade e também na estabilidade dimensional do concreto. Verificou-se entao que muitas das propriedades do concreto sao influenciadas pelas caracteristicas dos agregados, tais como: sua porosidade; composicao granulométrica; absorcdo d’4gua;, estabilidade, forma e textura superficial dos graos; resisténcia mecanica; médulo de deformacio e substancias deletérias presentes. Assim, quando essa influéncia passou a ser conhecida cuidou-se melhor da selegio dos agregados, observando-se 0 uso € 0 ambiente de inser¢ao da estrutura de concreto que estara sendo produzida. a. | 234 © Claudio Strighi Netw A Bistiia do desenvolvimento teenol6gico dos agregados para concreto canny, 4 coma forma, paralclamente a0 desenvolvimento do concreto € dos seus insures gy sua primeira fase, evidenciava apenas as propriedades mecanicas. Bastava, porany, agrezado apresentar resisténcia mecanica, ja que 0 seu papel era vito apenas com ‘enchimento que, além de cumprir fun¢ao mecdnica, propiciava um rebaixameno ny cys, total do concreto produzido. Numu segunda fase, relacionada com alguns desastres provocados pela desccben, a reapao dlcali-agregado', na qual obras intciras foram condenadas, a durabilidade 4, ‘comcreto induzida pelo agregado passou a ter sua devida importincia. A reacdo dlc, agregado € uma reacao expansiva que se di no concreto endurecido, provocando fissuras ¢ Mais informagdes sobre er _ ——EEEeeeee Agregados Nawrais, Britados ¢ Artficiais para Conereto 241 dessa operagdo € submetido a proce a areia dos sedimentos finos como silte e argila, A polpa final contendo areia € Agua passa por uma peneira grossa que separa os grumos argilosos e contaminagdes orgdnicas como galhos, folhas etc., antes de sua ens para distribuigdo a0 consumo, de lavagens sucessivas que separam lagem Figura 1 ~ Jazida tipo leito de rio (Foto Anepac), Além das fontes de areia natural, ha alternativa que envolve a explotacio de dunas superficiais ou cobertas por delgada camada de solo superficial. As dunas basicamente por areias de origem eélica (retrabalhadas pelo vento) que, pela sua formacio, apresentam gros Esse tipo de grao, pela sua forma e textura superficial, age como agente de Plasticidade ao concreto recém-misturado, proporcionando reducio no consumo de gua para dada trabalhabilidade pretendida. arredondados com superficie polida. A correta insergao desse tipo de areia no Proporcionamento do concreto Pode levar a importante reducao de custo de producao sem perda de qualidade. Entretanto, niveis minimos de consumo de aglomerante e niveis maximos de Telag&o Agua/cimento devem ser mantidos para preservar a durabilidade do Concreto ¢ minimizar sua deformabilidade. Os agregadas britados siio produzidos em pedreiras desenvolvidas a partir de afloramentos de rocha, que, apés a sua prospeccao, sio avaliados visando nao s6 definir Volumes disponiveis, como também determinar as melhores técnicas de exploracio e € qualidade do material encontrado. Em geral, siio usadas técnicas de desmonte com. ee A ees Ps oo BAD Chitin Bhrtuht Net explosives, seyuide por britageri © selegao granulométrica, por peneiramento ths diversas fagdes resultantes da operagdio dos britadores (Figura 2). om A britiyom é realizada por meio de trés estégios de cominuigao (diminuigig de dianwetro dis particulis), Inicialmente, € feita a britagem primérig em britadores geraliiente de mandibula, em que os blocos de rocha sao Teduzidos por esiiiganento entre duas placas metalicas dispostas em forma de “y> que Ao HHoViTentai continuaMente, Os fragmentos obtidos seguem por esteiras para continuidade da cominuigéo em britadores de diversos tipos que podem ser conicos, de muartelo, ete. Modernamente, os britadores tipo VSI, no fim do processo, proporcionam, através do atrito reciproco entre particulas, uma forma iain equidimensional e textura superficial menos aspera. Pigura 2 ~ Pedreira para produgio de agregado (Poto Anepac), Os agregados artificiais sao obtidos em operages industriais de producao, envolvendo geralmente aglomeragéo de particulas s6lidas que, por tratamento (érmico, resultam nos agregados expandidos ou ainda ser constituido por material granular originado como rejeito em processos industriais que, apés os devidos ensaios de avaliagéo, demonstram caracteristicas adequadas para uso como agregado para concreto. Sio exemplos desses materiais, no primeiro caso, a argila expandida termicamente ¢, no segundo, as esc6rias derivadas de processos siderirgicos. O agregado reciclado é obtido a partir da britagem de entulho selecionado de processos de construgdo/demoligéo contendo, principalmente, fragmentos de argamassa, concreto, elementos cerdmicos. Sao descartados na selecdo metais, madeira, restos orgdnicos e outros materiais que possam apresentar comportamento deletério se incorporados ao concreto. Agregados Natu Britados e Anificiais para Concreto 243 7.5 Caracterizagio dos Agregados ae Ami so assim defines na mesma a Norma “Técnica citada: ameHsa6 do a 3 Eberara Tominal, em milimetros, da malha da peneira da série normal ou A ABNT NBR Tl: 009 eprerea curvas de distribuigao granulométrica correspondentes 4 zona utilizivel e 4 zona étima, que especifica limites granulométricos dos agregados para concretos convencionais. Essa limitagao tem diversas razGes. As mais importantes sao a sua influéncia na trabalhabilidade € no custo do concreto. O Quadro 4 apresenta os limites recomendados pela norma supracitada. Quadro 4 - Limites da distribuigio granulométrica do agregado mitido. Pence con Porcentagem, emi massa, rida acunuiada shade do iis infriones iit superiors (ee Tel | Zana uiizaver™ | — Zona ina” —| — Zona dima’ —[ Zona uileavaP™ 9.5 mm 0 ° ° ° 6.3mm ° ° o 7 4,75 mm ° ° 3 70 2.36 mm ° 70 2 Ey 3.48 mm 3 20 30 3 {600 um 6 % 55 70 300 um Ed 6 s =| 150 um es % % 100 NOTAS 1 *0 mBdulo be finura da zona otima varia de 2,20 a 2.90. | 2.0 médulo de finura da 20 4,55 0220. {220 médulo de inura da zona viiizével superior variade 290380. Em geral, areias muito grossas podem produzir misturas de concreto dsperas e nao trabalhaveis, enquanto as muito finas aumentam o consumo de Agua (portanto, © consumo de cimento para uma dada relacéo 4gua/cimento) e so antieconémicas. ss. O Quadro 4 apresenta os limites granulometricns preconizados pela ABNT NBR 7211:2009, Um dos procedimentos utilizados em métodos de dosagem do concrete, isto & 9 Proporcionamento entre os seus viirios constituintes inctui a determinagdo da massa unitiria de varias proporgdes entre agregados procurando otimizar a proporgio de maior massa unitiria, ja que ela representa o menor volume de vazios da mistura, Isso ooorre porque, em termes de maior compacidade ¢ economia, essa opgio aumenta a economicidade do trago, visto que os vazios entre os agregados devem ser preenchidos por pasta de cimento Portland, ‘Quadro S — Limites da conaposigto gramutomerica dy agregadd grab T [Rafsentagem, em masta, cette scomolada | Penetr com atertra 6 mai Tone gesuomeivees™ Ser IaAISOS310.1) arenas | ases | sans | asso | arsis et T foes st { +— Es t t t TOSS os i060 a= t TS = 90} 90 = 100 1 t 98~ 100 {a= 8, { — Tr 3 t ie [a0 es a {808-100 — [98-400 | d.comesponde & menor dmensio do agrepada, definida pela maior bert da peneira das séeies noemal ou Intermedia em que fea reba a Rago mass fina Ga Gstrbucao graruaimdiree Go agrepaCD, Ge avordD ea imenssbes do agregedo graiKo, |1) Em cada zona granuiometnca, deve ser aceite uma variagdo de, 90 maximo, cinco unkdades | Percentuais em apenas um dos limites marcados com 2), Exsa variaclo pode tambem estar daibonts [lem varios desses tmites. 7.5.2 Forma’é textura superficial A forma dos graos, no caso dos agregados naturais ¢ das particulas ou fragmentos que was mM Os demais tipos de agregados para concreto, 4 0. O método de ensaio ABNT NBR permite a determinagio desse indice nos agregados gratidos. A forma e a textura superficial do agregado mitido consistem num dos itens avaliados visualmente na ABNT NBR 7389:2009, que é um procedimento normative da ABNT. ve ArUeKls par Conerenn 4 Os apregados de orien edtiea, como aqueles provenint interior do estat de Sto Panto, caraeterizamse pela © (60 sido Usados nos. {ragos de conereto, proporcionando— Awe aday Nia, A repndo, chegando, em alguns oa do conereto especialmente WON, dt prejudicar o nivel da resisténcia d tragdo has prineit modo @olimtzar seu desempenho, Na Figura 3 sto Apresentadas a forma e a textura superficial caracteristica das jazidas do tipo leit de rio, Figura 3 Forma e textura tipiea de arela de jazi tipo tito de ie, O concreto de médulo de deformagio superior a 30GPa exige rigorosa selegdo dos agregados, principalmente do agregado grado, a qual deve ser muito criteriosa. Além disso, a escolha de agregado derivado de rochas densas ¢ com alta resisténcia meciinica é extremamente recomendivel. Em regides com baixa disponibilidade de rochas com essas caracteristicas fica Tt 246 — Claudio Sbrighi Neto dificil otimizar a relagiio custo/beneficio na defini¢ao dos tragos do conereto ¢ em geral, gasta-se mais para produzir concreto com as caracteristicas desejadas. 7.5.4 Absoredo e umidade superficial O agregado pode ser utilizado na produgio do concreto em diversas condicgdes de umidade. Quando todos os poros permedveis estéo preenchidos e nao ha uma pelicula de Agua na superficie, diz-se que o agregado estd na condigao de saturado com superficie seca (SSS). Porém, se estiver saturado, mas houver umidade livre na superficie, o agregado estar4 na c¢ - Quando toda a gua evaporavel for removida por aquecimento a 100°C em estufa, diz-se que esté na condig&o seco em estufa. Se colocado ao ar e entrar em equilibrio com a umidade ambiente, estard na gad ondicao de ‘Seco ao ar para a condicao SSS. Os dados de absor¢ao, a absorcéo _ e€ a umidade superficial sio necessdrios para do concreto em misturas realizadas a partir de materiais estocados sujeitos a variacdes climaticas ou mesmo a vatiagte 's da umidade relativa do ar. E preciso lembrar volume. total do agregado dimido em funéo da umidade presente Nos tracos de concreto dosados em volume, é importante inserir as corregdes necessarias. Em geral, as rochas de boa qualidade usadas como agregado para concreto mostram valores de absorg4o muito baixos (até 1%) enquanto aquelas mais porosas ou alteradas pelo intemperismo podem mostrar valores de absor¢ao elevados (>3%). 7.5.5 Substancias nocivas nos agregados As substancias nocivas podem ser de diversos tipos abaixo descritos, cujos limites sio resumidos nos Quadros 6 e 7. Impurezas de orig d s. 0 I 0 oO (himus), serem oe a cr minianle mecénica ou ainda pi (carvao) no concreto. Os materiais carbonosos sao limitados pela ABNT NBR 7211:2009 agregados para concreto em 0,5%, em massa, para concreto aparente, e em 1% para os demais concretos; Agregados Naturais, Britados ¢ Artificiais para Concreto 247 Quadro 6 ~ Limites miximos aceitiveis de substincias nocivas no agregado middo com relagdo A’ massa do material x [—aiantidade maxima | Determinagto Método de « waiveam Tarren de argilae 4 Sie ABNT NBR 7218:2010 Materials crbononoe”_ | asrarc 123 | —_ S21 pain pee cee onereto ndo aparenie ‘Waterial fino que passa pals pensira 75 ym por | ABNT NBR lavagem (material | NM 46:2003 = pulverulento) ae A wolagioobiida no ABNT NBR NM 49:2001 Impurezas orginicas” on ~Diferonga maxima acenvel ABNT NER | entre os resultados do 4 7221:1987 | resistencia a compreseo os comparativos Guando nao Tor deteclada a presence de maietiais carbonosos durante a apreciagho pelrograticn, _, Pode-se prescindi do ensaio de quantiicagao dos m arbonosos (ASTM C 123). Quando @ coloragdo da solucto oblida no enaaio for mais escura, do-que. a, solugdo-podrlo, utlizagSo do agregado mildo deve ser estabelecida pelo anssio previsto na ABNT NBR 7221-1967. Quadro 7 - Limites méximos aceitiveis de substincias nocivas no agregado graido com relagdo massa do material ‘Quantidade maxima Determinacio Método de ensaio Concreto aparente Torrées de argila ¢ materiais eat fridveis on Outros concretos 3.0) Conereto aparente 0.5 cae ASTM ‘ Materiais carbonosos aa Concrete no aa aparente y ‘Material fino que passa pela peneira 75 um por lavagem (material NBR NM 46. 10 pulverulento}"””? Guando nBo for detectada a presenca de ma carbonosos durante a apreciaclo petrograica, pode-se prescindir do * Para agregados produzidos a partir de rochas com absor¢io de égua conforme a NBR NM 53, o limite de material fino pode ser de 1% pi » Para agregado total, definido conforme 3.6, 0 limite de mi desde que seja possivel comprovar, por apreciag&o petrografica, realizada 7389, que 0s gros constituintes nao interferem nas propriedades do materiais inadequados os materiais micaceos, ferruginosos e argilo-minerais expa fino pode ser composto até 6.5%, ‘acordo com a NBR . sdo determinados pelo método de ensaio ABNT NBR 7218:2010. O teor m4ximo permitido pela especificagao de agregados para concreto (ABNT NBR 7211:2009) considerando agregado mitido é de 3%, em massa, enquanto para agregado gratido é limitado a 1% em concreto aparente, 2% em concreto sujeito a desgaste superficial e 3% para os demais concretos; € constinuido por particulas com dimensAo inferior. a 75m inclusive por materiais soliveis em Agua. A presenca excessiva dessas particulas pode afetar a trabalhabilidade e provocar fissuragio no concreto, aumentando 248 — Claudio Sbrighi Neto 0. A presenga desse Malerial linia, pela norma ABNT NBR 7211:2009, no agregado middo, em 3%, em mn 4 agregado, para concreto submetido a desgaste superficial, © 5% em comers. sem ago de desgaste superficial. No agregado gratido, 0 limite & de 1%. 4 quando se tratar de finos originados pela britagem de rocha com alsorg de inferior a 1%, este limite passa para 2%. A nova versio da ABNT NBR 721-249, introduz. 0 conceito de agregado total que, nesse caso, amplia 0 limite do snauerig pulverulento para 6,5% (porcentagem total de material pulverulento considerandy, Proporcionalmente a contribuigao do agregado mitido/agrepado pratido), desde qy, originado por britagem de rocha com absoredo inferior a 1%; *Minerais Aleali-reativos 40 dilcali , que é uma reaco quimica deletéria com 0s componenues alcalinos presentes na solugdo dos poros do concreto, S40 relatados tres tipos: Teacao dlcali-silica, reagdo dlcali-silicato e reagao dlcali-carbonato, Pars ocorréncia da reacdo dlcali-agregado, h4 necessidade da disponibilidade do mineral reativo e lcalis em determinadas proporcdes, na presenga de umidade, Os casos mais relevantes conhecidos de reagdo dlcali-agrepado ovorreram em diversas barragens no mundo inteiro. No Brasil, 0 caso mais conhecido e estudado € o da Barragem de Moxot6, na Bahia, onde 0 fendmeno causou enormes prejuizos a sua operagao. Este assunto esté detalhado no Capitulo 27 desta publicacao; + Impurezas salinas, como cloretos, sulfatos, nitratos e sulfeto no agregado, especialmente no agregado mitido, podem provocar alteragées na hidratagio do cimento Portland, surgimento de-eflorescéncias, provocar expansies e principalmente acelerar a corrosdo das armaduras no caso dos cloretos que podem ser provenientes, por exemplo, da 4gua do mar. O ensaio de determinagao da presenga e quantificacao desses sais € realizado de acordo com a ABNT NBR 9917:2009; presentes na forma de contami: tc, (6leos, graxas, solvente . ntaminaao do lengol freatico ou de cursos d’4gua pode provocar a disseminagao destes residuos ou mesmo de Acidos inorganicos (Acido sulfirico, por exemplo) em jazidas produtoras de areia, prejudicando a hidratagdo do cimento, alterando 0 tempo de pega e o desenvolvimento da resisténcia mecanica da pasta. 7.6 Normas Técnicas de Agregados para Concreto Os detalhes de execu¢aéo dos métodos de ensaio e procedimentos para caracterizac4o dos agregados para concreto, bem como os limites especificados devem ser buscados diretamente nas Normas Técnicas da ABNT, as quais s40 citadas nas referéncias bibliograficas e na listagem relacionada a seguir, que ay a | Arerodes Naweais, Brides ¢ Arificiais para Concreto 249 oomém também as referéncias de normas estrangei itadas *ABNT NBR 6467-2006 A. rerminagao do inchar are ‘#regados - Determinacao do inchamento de ABNT NBR 9935:2011 Agregados ~ Terminologia; *ABNT NBR 9936:1987 Agregados — naga + ABNT NBR 9938: 1987 Agregados -— de agregados gratidos: + ABNT NBR 9939:1987 Agregados ~ Determinacao do teor de umidade total, por secagem. em agregado gratido: * ABNT NBR 10341-2006 Agregados - Determinacdo do médulo de deformacdo estatico € Coeficiente de Poisson de rochas; * ABNT NBR 12042:1992 Materiais inorganicos - Determinacao do desgaste por abrasao: *®ABNT NBR 12655:2006 Concreto — Preparo, controle e recebimento - Procedimento; * ABNT NBR 12695:1992 Agregados - Verificacao do comportamento mediante ciclagem natural: *ABNT NBR 12696:1992 Agregados ~ Verificag3o do comportamento mediante ciclagem artificial 4gua-estufa; * ABNT NBR 12697:1992 Agregados - Verificacao do comportamento mediante ciclagem acelerada com etilenoglicol; * ABNT 15116:2004 Agregados reciclados de residuos s6lidos da construgao civil - Utilizaco em pavimentos e preparo de concreto sem funcdo estrutural - Requisitos; * ABNT NBR 15577: 2008 Agregados ~ Reatividade dlcali-agregados com seis S: Tope 1- Guia para avaliagdo da reatividade potencial e medidas preventivas de agregados em concreto; . Parte 2: Coleta, preparacao e periodicidade de ensaios de amostras de agregados para concreto; do teor de particulas leves; Determinacao da resisténcia ao esmagamento 250 Claudio Sbrighi Neto ; * Parte 3- Anilise petrogrética para verificagio da potencialidade reaiyg agregados em presenca de dilcalis do conereto: te ¢ Parte 4- Determinacao da expansio em barras de argamassa Pelo métog 1 acelerado; > * Parte S- Determinagao da mitigacdo da expansio em barras de argamassa pj método acelerado; * Parte 6- Determinagao da expansdo em prismas de concreto, i © ABNT NBR NM 26:2009 Agregados - Amostragem; *ABNT NBR NM 27:2001: Agregados - ensaio de laboratério; * ABNT NBR NM 30:2001: Agregado mitido - Determinagdo da absore: *ABNT NBR NM 45:2006 Agregados - do volume de vazios; + ABNT NBR NM 46:2003 Agregados ~ Determinagdo do material fino que passa através da peneira de 75 micrometros, por lavagem; * ABNT NBR NM 49:2001 Agregado fino - Determinagdo de impurezas orginicas; * ABNT NBR NM 51:2001 Agregado gratido - Ensaio de abrasio “Los Angeles”; ¢ ABNT NBR NM 52:2009 Agregado mitido - Determinagdo da massa especifica e massa especifica aparente; * ABNT NBR NM 53:2009 Agregado gratido ~ Determinagdo da massa especttica, massa especifica aparente e absorco de 4 ABNT NBR NM 66:2010 Agregados ~ Constituintes mineral6gicos dos agregados naturais - Terminologia; *ABNT NBR NM 248:2003 Agregados - Determinacdo da composicao granulometria; «NBR NM ISO 3310 -1:2010 Peneiras de ensaio - Requisitos técnicos e verificagio. Parte 1 — Peneiras de ensaio com tela de tecido metdlico; © ASTM C 33:2001 Specification for Concrete Aggregates. Redugéo da amostra de campo parg io de gua; Determinagdo da massa unitérig e 7.7 Conceitos Fundamentais Sobre Agregados Artificiais* Os agregados artificiais s4o obtidos em operagées industriais de produgio, envolvendo geralmente aglomeracdo de particulas s6lidas que, por tratamento térmico, resultam nos agregados expandidos ou ainda ser constituido por material granular originado como rejeito em processos industriais que, apos os devidos ensaios de avaliagéo, demonstram caracteristicas adequadas para uso como agregado para concreto. No Brasil sio exemplos desses materials, no primeiro caso, a argila expandida termicamente e, no segundo, as escdrias derivadas de processos sidertirgicos. Em outros paises podem ser encontrados muitos outros tipos diferentes ae agregados artificiais especialmente produzidos visando principalmente & obtencio de agregados leves. Séo exemplos de materiais expandidos termicamente 4% 7 Mais informagdes sobre concreto com agregados leves consultar o Capitulo 42 ee | nas qu , a unitéria da vermiculita esfoliada € de apenas 60 a 130kg/m? e o concrete Produzido com esse material terrae teneia mecanica baixa e retrago grande, mas € uy excelente isolante térmico. A perlita € um mineral proveniente de uma rocha vulednica vitrea muito leve, rica em silica Que, quando aquecida rapidamente até a fusio incipiente (900 a 1100 °C), expande devido a libertaco de gua sob forma de vapor, formando um material celular com massa unitéria compreendida entre 30 a 240 kg/m®. A estrutura interna € formada por capas concéntricas que relembram lima cebola, apresentando um alto teor de umidade (2 a 6 %). A absorcao de gua pela perlita expandida em volume apds 24 horas de imersao ¢ igual a aproximadamente 170 % em massa. Os concretos elaborados com esse agregado tém Possibilidade de grande Tetra¢do, € sdo usados principalmente para fins de isolamento térmico. Uma vantagem é desenvolver rapidamente 0 tempo de pega Permitindo um acabamento rapido. Esse mineral encontra. se em quase todo Jqutindo, destacando-se os Estados Unidos, Irlanda do Norte, Itdlia, Grécia, Japao e Nova Zelandia. resisténcia baixa, 7.7.3, Folhelho/Ardésia/Xisto Esses trés tipos de rochas argilosas que apresentam uma textura porosa pouco a semi- Vitvificada e resistencia mecanica varidvel slo utilizados na Produgao de agregados leves is 252 Claudio Sbrighi Neto em diversos paises da Euroa, Jao e Estados Unidos. De uma forma grag expands sfo um pouco mais pesados e resistentes do que os dois outros ja © processo de preparacio e expansio desses agregados ¢ seni utilizado na producdo da argila expandida, descrita no tépico seguinte. ane a diferenca reside na preparacdo da matéria-prima que habitualmente é fore Via seca, contrariamente a argila que & por via timida. Os graos resultantes apresentam em geral, forma irregular e textura poy semi-vitrificada, possuindo resisténcia elevada. A forma dos agregadas es ou menos esférica, € dependente do processo de fabricacio, principalmene v® britagem é anterior ou posterior a expansio dos graos. ‘ Os grdos expandidos apresemtam massa unitéria que varia entre 459 g 1050 kg/m?, podendo ser incorporado tanto em concretos de baixa resistenc, destinados a isolamento, como em concretos mais pesados e mais resistentes com fins estruturais. Sao também incorporados em concretos destinados a pré- fabricacao de blocos, painéis, etc. 7.7.4. Agregado produzido a partir de tratamento térmico de argila A utilizacdo de concreto leve de agregados de argila expandida tem um considervel hist6rico no mundo, sendo menos representativa sua aplicagio no Brasil. Porém pode ser usado para fabricar quase todo tipo de elemento de concreto armado ou protendido, quer seja construido in situ ou pré-fabricado. A sua aplicacdo permite, entre outras vantagens, a reducdo das secdes transversais dos elementos estruturais e das dimensdes das fundagdes e a reducao do peso dos materiais a ser manipulado em obra, com conseqiiente aumento de produtividade. Permite ainda um maior isolamento térmico no produto acabado. A producao comercial de argila expandida comecou no ano de 1928 nos Estados Unidos. Hoje, ainda é 0 agregado mais aplicado nos concretos leves naquele pais, podendo-se afirmar que 70 % da producdo de agregado leve € de argila expandida. O Park Plaza Hotel, em St. Louis, 0 South-Western Bell Telephone Building, na cidade do Kansas, e a cobertura do tabuleiro da Ponte de Oakland, em Sao Francisco, s40 exemplos da utilizacio de concretos de agregados leves estruturais durante os anos 1920 e 1930. Na Europa, comecaram-se a instalar as primeiras unidades industriais de produgdo de agregados leves a partir de 1938/1939. Essas comecaram a se desenvolver inicialmente nos paises nérdicos devido ao seu clima rigoroso, considerando a necessidade da introdugdo na construcdo de materiais com boas caracteristicas de isolamento térmico. Uma das grandes aplicag6es dos concretos leves na primeira metade do século XX foram os navios de concreto. Durante a segunda guerra mundial, 0 aco escasseou comecando a serem construidos barcos com casco de concreto, que requeriam apenas um terco do ago necessdrio para um barco convencional. Os americanos chegaram a construir uma frota de 12 cargueiros de longo curso de concreto. Esse “a \ a | c Pouco significativo e orienta- a producdo de produtos nao estruturais Pré-fabricados de concreto (bl Para alvenaria, blocos de fechamento pa i tagem técnica e econémica, UTA Caracteristicas do agregado de argila expandida A forma eo aspecto exterior dos 8rdos sdo dependentes do Processo usado na producao Podendo variar desde @ angulosa a quase Perfeitamente esférica (como € no Brasil), sendo esta ultima a ideal Para a elaboracao de concreto de agregado leve de elevado desempenho. Os materiais produzidos em forno rotativo apresentam forma arredondada, aproximadamente esférica, expandida apresentam » Sendo esse um dos maiores Concretos leves com agregados de argila expandida. O processo de fabricacado e transporte dos graos conduz em geral a uma Percentagem de graos partidos nao desprezivel. Atendendo ao efeito negativo deste aspecto sobre algumas propriedades dos concretos leves, deve-se procurar limitar os valores Para essa caracteristica. No Brasil nao existe uma gama muito nO mercado, dimensio indi grande de classes granulométricas disponiveis endo essas escolhidas conforme o tipo de concreto pretendido. A idual das particulas, assim como a continuidade de sua granulometria, tem uma grande influéncia nas propriedades do concreto leve e relacionam-se com Outras caracteristicas destes materiais. Destaca-se que 0 emprego de particulas de menor dimensao conduz, em geral, a uma maior resisténcia mecar um aumento da massa especifica e da rigidez, e ainda, um aumento da condutibilidade térmica. A massa unitdria dos agregados leves de argila expandida produzidos em diversos Paises varia de 300 a 1200kg/m?. No Brasil os valores mais comuns, dependendo da 254 Claudio Soright New Composicdo granulométrica, situa-se em torno de 5$0ku/m*. A absorgic, de agregado, em geral, é elevada (até 18%), POr isso a dostger © has open de mistura do concreto é usual trabalhar com el a condigfo de satura Superficie seca de modo a estabilizar a quantidade de total de figua previsy, °" esse tp, 7.7.5. Escéria de alto-forno como agregado para concreto Escéria € 0 termo aplicado ao material fundido formado por reagoes (Wingy €ntre a matéria-prima (minério ou material jé Processado), os materiais intec MIUZidiy No forno (fundentes) e as impurezas oxidadas durante o refino do metal. A fungig metalurgica das esc6rias é retirar as impurezas e separd- As escérias metaltirgicas so resultantes de um amplo espectro tais coma: Metalurpig do ferro, do ago, do niquel, do cromo, do cobre, do manganés, etc, Embora as fungdes das escérias sejam as mesmas, suas Propriedades fisicas ¢ quimicas sig Muito distintas, Por e icas, as escérias mais utilizadas no amo da construgiy civil sdo as sidenirgicas (ferro), isto é, de alto-forno (ferro gusa), As escérias siderirgicas podem ser classificadas de procedéncia ¢ da maneira como sao resfriadas, 10 ar (cristali: cristalizadas), por 4gua (granulada) ou por gua ¢ ar sob pressio (expandida), A Figura 4 ilustra essa classificagdo genérica. Expandida Cristalizada ou Semicristalizada Figura 4 Classi glo genérica das esc6rias siderrgicas, A fabricagdo do ferro gusa se processa através do alto-forno ¢ as matérias primas utilizadas so: minério de ferro, coque ou carvio vegetal ¢ os fundentes, geralmente cal ¢ calcério. Para a fabricagio do ago se ulilizam trés tipos de Processos no forno de refino, quais sejam: Siemens - Martin, 0 conversor a oxigénio e 0 forno de arco elétrico, o primeiro praticamente em desuso no Brasil As matérias primas utilizadas sdo o ferro gusa ¢ sucatas metdlicas em proporgies varidveis, conforme o tipo de forno, e os fundentes: cal, calcdrio ¢ dolomita. ABregados Naturais, Britados e Anificiais para Concreto 255 7.751 Dale da esc6ria de alto-fomo como agregados gratido e mitido As escérias de alto-forno podem ser moidas e graduadas para uso como agregado mitido ou britadas para serem utilizadas 7 esc6rias mais utilizadas para esse fi Soren a eens ‘ fim so as de resfriamento lento, porém as escOrias granuladas também podem ser utilizadas como agregado mitido. fe} uso de escoria de alto-forno como agregado para concreto esté bem estabelecido em muitos paises como o Japao. os Estados Unidos, os paises da Europa em geral, porém trata-se da escéria de alto-forno cristalizada, havendo muitos trabalhos sobre o tema. Em geral, nao hd especificagées especiais com telacao ao uso desse tipo de escéria como agregado, devendo obedecer as mesmas normas dos agregados naturais. Contudo, alguns paises como a Bélgica eo Reino Unido estabelecem um limite de composicao quimica, para evitar a presenca de aC,S potencialmente expansivo ao se transformar em 7C.S. Particularmente, no Reino Unido, a especificagio adotada é a BS 1047. No Brasil esse fato nao ocorre, pois a maior parte da escéria de alto-forno € granulada e possui como grande mercado a industria cimenteira, sendo utilizada como aglomerante. Nas cinco maiores usinas siderirgicas brasileiras integradas (USIMINAS. CST, ACOMINAS, COSIPA E CSN), a esc6ria cristalizada ou bruta sé é produzida quando ocorrem falhas operacionais no processo e nos granuladores, sendo nesses casos a escéria resfriada em fossos ao ar livre e nao granulada. As Unicas escérias de alto-forno disponiveis e resfriadas lentamente sao as escérias geradas por pequenas siderirgicas nao integradas da regiao de Belo Horizonte e arredores, que ndo possuem granuladores e que produzem geralmente escOrias acidas. Essas escorias apresentam contaminacao de carvao vegetal € ferro metalico residuais do processo em teores expressivos, que podem chegar a 10 % de carvao e 25 % de ferro em algumas fracdes granulométricas. Essas escérias sao heterogéneas e materiais provenientes de uma mesma siderirgica podem ser subdivididos em duas classes distintas: uma compacta, resistente 4 desagregacao, com massa especifica tipica ao redor de 2,4g/cm* e outra leve, esponjosa, com massa especifica menor que 1g/cm*, pouco resistente 4 desagregac4o, com possibilidade para ser utilizada como agregado normal ou denso e leve, respectivamente. Entretanto dificuldades de beneficiamento tém limitado sua aplicacdo sistemdtica no Brasil como agregado para concreto. Partindo-se da premissa de que nao existem agregados totalmente inertes, € légico supor que escOrias cristalizadas sejam menos inertes que os agregados naturais, j4 que esses s40 formados de rochas que foram expostas a longos periodos de tempo e a acdo de todos os agentes capazes de produzir estabilidade. Esse fato explica, pela sua composi¢ao e estado, a melhor aderéncia entre a pasta de cimento e os agregados de escéria em relacao a algumas rochas naturais, com texturas superficiais similares. De fato, estudos desenvolvidos 256 Cluntio Sbrighi Newer ainda na década de 1960 no exterior mostraram que concretos COM Agregados de excoria erintatizada sido mais resistontes & compressdo © A Lago que concretos com agregadoy de seixos, Suas propriedades: sto compardvels ws concretos COND agregadas caledrlos, com bow aderéneia e melhor resisténcia a0 fogo que coneretos com britas graniticas, por exemplo, Para concretos convencionais, os agregadoy gratidos devem apresentar resisténcig superior & di argamassa em que esto envolvidos @ nese particular os agregados de escoria eristalizada cumprem com 0 requisito, apresentando resistencias compressiio de 20MPa a 250MPa, bastante compariivels aos granitos, por exemplo, com resisténcia 4 compressio variando entre 160MPa e 240MPa, Além das exigéneias normais a qualquer tipo de agregado britado natural, para as escdrias cristalizadas, deve-se ficar atento ao fendmeno da instabilidade ‘Ou desugregagdo que pode ocorrer pela presenga de C,S, com a conseqiiente ransformagdo das suas fases a ou B em y, com expansdo de 12% em volume, Em geral, estequiometricamente, se a escoria apresentar (eores Menores que 42% de CaO ou altos teores de MgO € Al,O,, sua instabilidade nao ocorre pela auséneia de formagdo do CS. Reside ai 0 prinefpio da norma BS 1047 em limitar o uso de escdria cristalizada como agregado a partir da obediéncia a formulas quimicas, porém outras técnicas como & microscopia poderiam ser utilizadas para prevenir o uso da escéria contendo C,S em sua constituicao, (Os agregados de escérin cristalizada no exterior apresentam em geral massa especifica de 2,0g/cm' a 2,5g/em’, resisténcia ao desgaste no ensaio de abrasio Los Angeles entre 20% ¢ 35% ¢ angulosidade elevada, A presenca de vesiculas na microestrutura e conseqiente influéncia na massa especifica e resisténcia vai depender da espessura da camada vertida para resfriamento, Quanto maior a espessura, maior a possibilidade de sua parte superficial apresentar material menos denso, mais vesicular e poroso depois de britado, caracteristicas que nortearfo a sua aplicagdo, Por outro lado, em Ambito mundial 0 uso de escéria granulada de alto- forno como agregado mitido para concreto nio é expressivo, devido em parte ‘ao fato dos grandes produtores de escéria como os Estados Unidos e Japio apresentarem, em sua maior parte, escorias cristalizadas. Na Europa a maior parcela da escéria é granulada, similar ao perfil brasileiro, sendo destinada prioritariamente a inddstria cimenteira ou utilizada separadamente como ligante hidrdulico, inclusive para pavimentagéo como cascalho- Oria, em bases e sub- bases, uso bastante difundido na Franga. A Franga, a prop6sito, constitui um dos poucos pafses onde algumas: caracteristicas da escéria granulada para utilizagéio como agregado mitido esto normalizadas. ‘A norma técnica NF P 18306 especifica que a esc6ria granulada deve apresentar mi specifica volumétrica superior a 0,80g/cm? € composigao quimica com Si0, variando de 29% a 38%, Al,O, de 13% a 24%, CaO de 38% a 48%, MgO < 6%, FeO < 4%, MnO < 2%, $< 2% e SO, <0,5%. A referida norma ee | 2mm, contendo cerca de 10% de fi Na Australia, existem registros que Concretos utilizando escéria granulada como Substituto Parcial ou total da areia foram aplicados em varios locais na siderirgica de Port Kembla, incluindo os fornos de Coque, as fundacdes de obras civis e também estradas Sobre aterros. Quando se utiliza escéria granulada como agregado, tornam-se necessérias alteragées na dosagem da mistura para do material e seu efeito na trabalhabilidade, apesar areia pela escOria resulta numa mistura inicialmente aspera, cuja consisténcia é dificil de ser controlada. Uma vez atingida a consisténcia desejada € facilmente trabalhdvel, com acabamento efetuado Por meios convencionais. O resultado é um conereto endurecido com excelentes propriedades. A inclusio, no caso em questao, de 20% de areia de duna sob a forma de finos, melhorou 0 intervalo de distribuicao granulométrica bem como a forma das particulas a um grau aceitivel. Os japoneses também concluiram, apés exaustivas experiéncias, que a qualidade de concretos contendo escéria granulada como agregado mitido & similar a dos concretos contendo areia natural e recomendam que, quando da utilizagao exclusiva de escérias granuladas, esses materiais devem ser moidos até a obtengdo de médulo de finura proximo de 2,2 a fim de melhorar a distribuigo granulométrica e a forma das paniculas. Verificaram, também, que a quantidade de dgua requerida para o concreto com escéria¢ ligeiramente superior a do concreto com areia natural, porém a qualidade dos concretos é Praticamente a mesma. Complementam que 0 bombeamento do concreto pode ser melhorado, aumentando-se a porcentagem de agregado miido (escoria) em cerca de 2% a 3%, em relacdo a areia natural. A trabalhabilidade desse tipo de concreto é satisfatéria, sendo que as mudancas observadas na qualidade antes e apés 0 bombeamento sao praticamente iguais as observadas nos concretos com See oD tipos diferentes de esc6rias granuladas disponiveis no Japao satisfizeram as normas japonesas para agregados tanto do ponto ft) ee eens Pm: ae 258 Claudio Sbrighi Neto de vista fisico quanto quimico e, com relacdo a resisténcia 4 compressig de argamassas, as esc6rias granuladas utilizadas como agregado que tinham maior massa especifica foram as que proporcionaram melhores resultados. s¢ compararam argamassas contendo areia natural e escoria granulada, ay primeiras apresentaram, aos 28 dias, resisténcias a compressio ligeiramente mais altas. Por outro lado, aos 91 dias, as resisténcias das argamassas com, escéria foram ligeiramente superiores. J4 com relacdo a resisténcia a tracao pg flex2o, 0s resultados aos 28 dias sao similares para as argamassas dos dois tipos de agregados ao passo que, aos 91 dias, as argamassas com escoria apresentaram resisténcias a flexdo cerca de 15% mais altas. No Brasil, a utilizacao de esc6rias granuladas como agregado mitido € ainda incipiente, restringindo-se a algumas experiéncias de utilizac4o na execucao de muros € pavimentos em algumas fabricas de cimento ¢ siderirgicas nacionais, O exemplo mais expressivo vem da Companhia Siderargica Paulista (COSIPA) onde, inicialmente, a escéria era utilizada em concretos magros, pisos. passeios etc., sendo aos poucos estendida a obras de concreto estrutural. Hé registros de utilizag4o de mais de 180.000m° de concreto (contendo escéria granulada como agregado mitido), incluindo as obras civis de ampliacao da Siderirgica, entre elas 0 cais do porto, a torre de resfriamento da aciaria LD, o canal interno, etc, As obras executadas com concreto com escéria granulada est4o apresentando um bom desempenho e aspecto, sendo um pouco mais claras devido 4 presenca de esc6ria também no cimento utilizado. Nao houve grandes modificacées na dosagem e execugao do concreto, porém como a escéoria solta é mais porosa que a areia natural, os tracos do concreto foram corrigidos a fim de manter a mesma resisténcia 4 compressdo aos 28 dias. Nas obras da COSIPA, foram utilizadas esc6rias como agregado mitido no concreto em decorréncia do alto custo local da areia natural em funcdo das grandes distancias dos fornecedores e, também, da dificuldade de comercializar, com a inddstria cimenteira, toda a escoria granulada gerada. Verifica-se, contudo, que a utiliza¢ao da escéria é regional, observando-se certa refratariedade ao uso em escala mais ampla, pelo menos dentro da area de abrangéncia geoecondmica das siderirgicas, em virtude do desconhecimento tecnolégico do uso. Esse desconhecimento refere-se principalmente ao comportamento dos concretos ao longo do tempo, especialmente o eventual aparecimento de efeitos destrutivos que possam comprometer a estabilidade das estruturas, devido 4s conseqiiéncias da eventual hidratagdo da escéria granulada enquanto agregado mitdo. Sendo esse material de natureza vitrea, termodinamicamente instdvel e hidraulicamente ativo, e considerando que a nica diferenga em relagao a esc6ria utilizada como aglomerante no cimento seja de ordem granulométrica, havia a suspeita de que a sua propria hidratagao tardia € a possibilidade de reagir com os 4lcalis do cimento pudessem estar ligadas a fenémenos expansivos que afetariam a estabilidade volumétrica das pecas de | 259 conereto, Resultados de Invertipagoes NObre exse emg boa estubilidade volumeétricn ony @ execuiaa aren, coeneon a H's em argamassas quer © Por aumento da temperatura € presso, quer xeja pelo uso de p Alo teor de Alcalis, tendo resultado em fendmenos EXPANSIVOS aumento da religio tragdo/ compressan, oma Observou- re inclusive parece estar reluclonado com o. desenvolvimento de ama Sal 3 pst a superficial da escdria {UE POF ser material hidrauticamente ati rae Fe ee produtos ligantes similares aos Rerados pelas pastas de cimento, Del he cera de ligagdes epitaxicas, propor Snando maior aderéncia pasta-a regado 6, nn conseqiléncia, aumento da rx Gncia A tragiio das arpa elencieg Me uma maneira similar A conferida Delos agregados de Fochas caledrias, “ Em suma, a viabilidade técnica de emprego da escéria granulada de alto- forno como agregado mitido esté bem comprovada, competindo em termos de desempenho geral com as areias na alurais ou de rochas britadas (p6 de pedra), cabendo ao produtor de cone eto eM potencial fazer, em cada caso, um estudo de viabilidade econdmica, levando Mm consideragdo, entre outros Parametros, 0s custos de transporte, a distancia da obra, a disponibilidade local de agregados naturais, as fontes de escéri + it possibilidade de beneficiamento da escéria {aumento do teor de finos), ete E preciso nao confundir as escérias de alto-forno com as escérias de aciaria, Pois sio materiais de Composigiio e desempenho completamente diverso e, em geral, as escGrias de aciaria dificilmente sitio adequadas ao uso como agregado Para concreto de cimento Portland, Para que se tornem adequadas sao requeridos Processos de estabilizagéio, em geral, custosos e que demandam prazos longos para sua implementagio, 7.8 Referéncias Bibliograficas SNRACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS, NBR 7211: Agrewidos para conereto ~ Espeificagdo. Rio de Janeiro: ABNT, 2009, i 7: Agregai a © agreguds midido, Rio de Janeiro: ABNT, 2006, NBR 6467: Agregados ~ Determinagio do inchamento de agregudos r pip NBR 7248 Agregndos ~ Determinugio do teor de torres de argila © materials frldvels Rio de Janciros ABNT, 2010. Ro de Jaco; ANT, 198 Zola de qualidade de acl ~ Método de ens, . . parte | Agta = Anne petrorien de greg par onto Agrgade mi. Ri de Tair: ABNT, 2008, SCD oy a Stuer —. NBR 7389: Parte 2 Agregados - Andlise petrogréfica de agregados para to - Agregado gratide Tne: ABNT, 2009 lo do fndice de forma pelo método do paquimetro ~ Método de pe ot ge ee ee “en preven a aa io de Janeiro: 5 3 “TNH (8 S72 Pate Asean Reavis deegrep Cty prepara prodded ee ‘de amostras de agregados para concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 2008 260 Claudio Sbrighi Neo NBR 1557 Fut 3 Agreendon -Reiiddedel-grepae~ Anse peters pr le ean aces em prea aldo oer Kase ne en won 1 57, Fred Agri” Renn aan “erate ‘massa pelo método acelerado, Rio de Janeiro: ABNT, 2008. mbar og Nim 1s 7: ar Arad Reate ahora - Danie de gg barras argamassa pelo método acelerado. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. 10 ete NBR 1S 577: Parte 6 Agregados - Reatividade dleali-agregado Determinasdo da expan e ‘concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. ™: Pramas Mein Ae Atregados Determinasio de materia fino que pasa atreves da peneira 8 ‘ Rio de Janeiro, ABNT, 2003. 8 Borja NBR NM 49: Agregado mio -Determinalo de inpureras ogi NBR NM 53: Agregndo grado ~ Determiaagio da nase cope qua ~ Método deensio. Rie frei: ANT AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIAL. C12 Sander Tet Meth for Lig Apregates. West Conshohocken: ASTM, 2007 ANDRADE, W.P. (rE). Cnet: Ent © Propet, Eye de Fans, Latin de Pini, 1997 MASON, B. Principles Of Geochemisry. New York: ohn Willy and Sons, 1990, MEXTA. PK; MONTEIRO JM Conta Earotira, prapeas cma Sto Ps teagy SIA MB cal om ne pn Ss PN de Engesaria da Universiade do Por, Port, Portgal, 200, lag a A Pat is 30 Sioa, 7.9 Sugestées para Estudo Complementar ANDRIOLO, FR; SGARBOZA, BC. Ise contre de quate do ee, So Pas Nes, FRAZAO. EB. Teng rch na conan ci io Pa: ABCE, 20 HELENE, Pk Dosage ¢ controle ds conreos de cinento Porta, Si Piso: Pi, 193. ISAIA,G.C. (Ed) Materia de Contrago Chil e Finis de Cala ¢ Engenharia de Mata, Sp a Thracon, 2007,

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