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Mecatrônica Atual Edição 58 PDF
Mecatrônica Atual Edição 58 PDF
Mecatrônica Atual Edição 58 PDF
Diretor
Hélio Fittipaldi
Nesta edição trazemos a contribuição do Adriano
Oliveira, responsável pelo Departamento de Marketing
da Mectrol. O artigo sobre “Marketing Industrial” foi o
www.mecatronicaatual.com.br resultado de uma conversa que tivemos a respeito desse
assunto em nosso país, e a maneira pouco profissional
Editor e Diretor Responsável como ele é tratado. Muitos pensam que marketing é uma
Hélio Fittipaldi coisa trivial e que qualquer um pode ser contratado para
Revisão Técnica dirigir as ações da empresa, claro que sob a supervisão
Eutíquio Lopez do dono ou do gerente de vendas, mas sem autonomia
Redação e poder de decisão.
Augusto Heiss Quem assume esta função, por mais boa vontade
Rafaela Turiani
que tenha, sem um embasamento técnico não consegue Hélio Fittipaldi
Publicidade valorizar a marca da empresa e nem promover as vendas.
Caroline Ferreira
Nikole Barros
Mesmo o recém-formado em Marketing, sem experiência, pode tornar-se uma péssima
solução para a empresa.
Designer
Diego Moreno Gomes
O produto industrial com vendas de empresa para empresa, o conhecido B2B, é geral-
mente de produtos que requerem uma venda com suporte técnico, sendo de média e longa
Colaboradores
Adriano Oliveira, Alex Pisciotta, Cesár Cassiolato,
maturação. A equipe de vendas está preparada adequadamente para a venda acontecer?
Cleiton Rubens Formiga Barbosa, Delcio Prizon, O vendedor conhece bem os produtos que está vendendo? Quantas horas de treina-
Igor Marcel Gomes Almeida, Edson A. de Araujo mento passou neste último ano? O material referente a vendas, catálogos, amostras, etc,
Querido de Oliveira, Emerson Luiz Anaia Duque,
é bem feito? E os banners?
Fabiano Rosa, Francisco José Grandinetti,
Luiz Eduardo N. do Patrocinio Nunes, Quantos não se julgam aptos a fazer um banner acreditando que está "bonitinho", e
Marc Solomon, Rob Hockley, Ron Beck quando o publicam no site... não geram contatos e nem conseguem valorizar a marca?
Nessa hora, o "errado" passa a ser o site que hospeda e não o "artista" que executou
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339
publicidade@editorasaber.com.br o banner. Outra coisa que não se tem atenção, normalmente, é levantar a estatística de
acessos (clicks) e visualizações (views). Sem este controle não iremos notar que pequenas
Capa modificações no layout do banner podem gerar muitos acessos, além daqueles minguados
Banco de imagens - www.sxc.hu
e costumeiros?
Impressão
Neograf Gráfica e Editora Muitas empresas gastam dinheiro à toa, pois não cuidaram de todos os detalhes e
Distribuição não fizeram um plano de marketing. Um plano bem feito, além de economizar recursos,
Brasil: DINAP promove a marca e aumenta as vendas. Pensem nisso!
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800
3
índice
27
32
18 Gestão da Inovação na
Automação Industrial
27
Controle de Acesso
Automático de Veículos
32
Profibus – Instalação Avançada
Parte 1
38
Vírus em Redes Scada: Proteção
Garante o Faturamento
38 e Termofísicas da Aplicação de
Hidrocarbonetos em Refrigeradores
Editorial 03
Eventos 06
Notícias:
Nova linha de ferramentas para pneus
fora de estrada, da Schrader .........................................................08
Lentes líquidas para o leitor DATAMAN 300 .......................09
Sensores de Funcionamento por Radar,
da Banner Engineering ....................................................................10
Padrão Ethernet, cada vez mais no chão de fábrica .................10
Novo Detector de Chama, Paragon ...........................................11
Medidor de vazão econômico para gases
de utilidades, da Endress+Hauser ................................................12
Novo analisador de vibração FastTracer, da Sequoia ...........13
Esteira porta-cabos Igus ...................................................................13
Novo Software para Programação de
Máquinas: Fikus VisualCam 17 .......................................................14
Índice de Anunciantes: Varta Consumer Batteries utiliza VisionPro 3D
na produção de baterias ................................................................14
Cognex ............................... 05 Metaltex ............................ 29
Altus .................................... 07 Nova Saber ......................... 31 Equipamentos Médico-hospitalares .............................................16
Patola ................................... 11 Nova Saber ......................... 47 Portal Mecatrônica Atual .................................................................16
MDA 2013 ............................ 15 Mouser ....................... Capa 02
Fluid&Process 2013 ........... 17
SPS IPC Drives 2012 ........... 21
Rio Mech 2012 .......... Capa 03
Festo ............................ Capa 04
Chão de Fábrica 49
4
literatura
Destinado a técnicos de nível médio, projetistas, acadêmicos de engenharia mecânica
e professores, este livro busca apresentar de forma clara e organizada, toda a
seqüência de passos necessários para o projeto e dimensionamento de circuitos
hidráulicos. Rico em conceitos, figuras, exemplos de aplicações, equacionamentos e
tabelas, ele apresenta a correta forma de dimensionar atuadores lineares e rotativos,
tubulações, bombas e motores hidráulicos, análise de perda de carga (pressão)
e carga térmica, dimensionamento necessário ao reservatório, circuitos série,
paralelo e misto. Aborda também aplicações e dimensionamento de acumuladores e
intensificadores, circuitos seqüenciais, regenerativos e sincronizados, uma introdução
à eletroidráulica, dois apêndices com tabelas de conversão de medidas, normas e
diagramas, além de todas as soluções passo a passo dos exercícios propostos.
curso
Setembro Outubro
P110 - Automação Pneumática Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II Gestão de Custos Industriais
Organizador: Festo Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP Organizador: SAE Brasil
Data: 17 a 21 (noturno) e 24 a 26 www.saebrasil.org.br Data: 8 e 9
(Diurno) Horário: 8h às 18h
Horário: 8h30 às 17h30 Train the Trainer - Formação de Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II
Duração: 20 horas Multiplicadores Excelentes Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP
Investimento: R$ 750 / participante Organizador: Festo www.saebrasil.org.br
(no Estado de São Paulo) e R$ 780 / Data: 27 e 28
participante (nos demais Estados) Horário: 8h30 às 17h30 Veículos Elétricos e Híbridos
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 Duração: 2 dias/ 16 horas Organizador: SAE Brasil
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP Investimento: R$ 640 / participante Data: 26 e 27
www.festo-didactic.com/br-pt (no Estado de São Paulo) e R$ 670 / Horário: 8h às 18h
participante (nos demais Estados) Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II
Poka Yoke - Técnicas à Prova de Erros Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP
Organizador: Festo Jd. Santa Emília - São Paulo - SP www.saebrasil.org.br
Data: 20 e 21 www.festo-didactic.com/br-pt
Horário: 8h30 às 17h30 Eletrônica Embarcada – Algoritmos
Duração: 2 dias/ 16 horas PN152 - Tecnologia de Vácuo para e Estrutura de Dados – E-learning
Investimento: R$ 390 / participante Sistemas Handling Organizador: SAE Brasil
(no Estado de São Paulo) e R$ 420 / Organizador: Festo Data: 6 a 27
participante (nos demais Estados) Data: 27 Horário: 9h às 18h
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 Horário: 8h30 às 17h30 Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP Duração: 1 dia/ 8 horas Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP
www.festo-didactic.com/br-pt Investimento: R$ 450 / participante www.saebrasil.org.br
(no Estado de São Paulo) e R$ 470 /
Análise de Riscos em Projetos participante (nos demais Estados)
Organizador: SAE Brasil Local: Rua Giuseppe Crespi, 76
Data: 24 e 25 Jd. Santa Emília - São Paulo - SP
Horário: 8h às 18h www.festo-didactic.com/br-pt
//notícias
Nova linha completa de
ferramentas para pneus fora
de estrada, da Schrader
São sete ferramentas portáteis para a desmontagem
de pneus agrícolas e off road, além de três acessó-
rios, que agregam tecnologia superior, ergonomia,
leveza e mobilidade. O resultado é mais segurança
e redução significativa no tempo de troca, uma
operação complexa uma vez que alguns modelos
de pneus podem chegar até 4 metros de diâmetro
A Schrader International, fornecedora de soluções de sensores,
válvulas para pneus e componentes para sistemas de ar condicio-
nado diversifica os seus negócios e introduz no país a primeira
linha completa de ferramentas hidráulicas para desmontagem
de pneus agrícolas e OTR (Off Tire Road). A companhia anuncia
também os investimentos em equipe técnica de campo altamente Outros benefícios relevantes são tecnologia superior, ergo-
especializada nesta linha de ferramentais para assessoria aos nomia, leveza e mobilidade. As ferramentas Schrader são portá-
clientes, além do novo Centro de Formação OTR localizado teis (atingindo no máximo 50 centímetros de comprimento e 25
em Jacareí, no estado de São Paulo, na sede da Schrader, para a centímetros de largura), ergonômicas (em formato apropriado
capacitação de revendas e usuários no uso das novas tecnologias. com hastes para segurar e prender no pneu) e leves (em média
As ferramentas hidráulicas para desmontagem de pneus 11 kg), podendo ser levadas até o lugar de sua utilização.
da Schrader, comercializadas na França, EUA, China e agora “A relação custo-benefício da linha de destalonadores Schra-
também no Brasil, estão divididas em duas linhas distintas: der é muito boa, já que cada equipamento se paga com alguns
linha agrícola – direcionada para pneus de tratores e de alta poucos dias de uso, se levarmos em consideração que uma
flutuação, para os mais diferentes tipos e tamanhos de aros; máquina agrícola ou de OTR parada significa perda de dinheiro.
e linha OTR – destinada para pneus de veículos usados nas Ou mesmo, se considerarmos a possibilidade de dano no pneu,
áreas de mineração, logística portuária e infraestrutura (cons- que frequentemente ocorre no processo manual de troca que
trução e terraplanagem), como pás carregadeiras, caminhões ainda predomina nas empresas. Pneus off road podem custar até
fora de estrada e motoniveladoras. Na parte de acessórios, a R$ 80 mil cada, dependendo do tamanho”, destaca Storniolo.
empresa apresenta também o dispositivo Barjuky, a Bomba
Hidropneumática e o Distribuidor Hidráulico para o uso de Ferramentas Hidráulicas
mais ferramentas simultaneamente. Destalonadores Compact e Mini-Kousma
“O setor agrícola deve crescer exponencialmente no Brasil, O modelo Compact (5 kg) é utilizado para afastar o pneu e a
país que é um grande celeiro mundial, com o aumento da popu- roda com uma força de 2.500 kg. É indicado para aro simples ou
lação e a necessidade de volumes cada vez maiores de alimentos. de uma única peça, de veículos agrícolas (como tratores), com
Também acreditamos na demanda crescente de infraestrutura diâmetros variados e pneus de alta flutuação. Já o Mini-Kousma
com os Jogos Olímpicos e a Copa, além do aquecimento do (8,7 kg), possui a mesma função do anterior, mas imprime uma
setor de mineração. Fatores que impõem como imperativo a força de 2.830 kg.
eficiência e otimização de recursos e que são campos férteis
para a boa aceitação de nossas ferramentas off road”, diz Carlos Destalonador Shuttle-T
Storniolo, diretor geral da Schrader Brasil. O modelo Shuttle-T (6,8 kg), capaz de imprimir força de des-
O lançamento da Schrader é inovador. A empresa introduz talonamento de 13.700 kg, foi desenvolvido para veículos fora de
no Brasil ferramentas funcionais sem paralelo no mercado. São estrada com aros de cinco peças e diâmetros entre 25” e 45”.
soluções profissionais que substituem alavancas, marretas e
outras ferramentas rudimentares perigosas por equipamentos Destalonadores Kousma e Maxi-Kousma
modernos e adequados ao trabalho, que resultam em mais O modelo Kousma (13,2 kg), capaz de imprimir uma força
segurança e redução significativa no tempo de troca dos pneus de destalonamento de 4.536 kg, foi desenvolvido para veículos
(operação complexa que pode envolver pneus de até quatro fora de estrada com aros de três peças e diâmetro entre 25”
metros de altura, como os modelos utilizados nos veículos da e 29”. O Maxi-Kousma (13,5 kg), por sua vez, possui a mesma
área de mineração). função do Kousma, com a mesma força e comprimento do
Dispositivo Barjuky
É um produto mecânico que auxilia na liberação do
anel-trava e demais flanges, permitindo a troca do anel de
vedação (O’Ring) sem remover o pneu do aro e veículo. Está
disponível na versão R155134 ( para aros com diâmetros
entre 25” e 39”) e R155135 ( para aros com diâmetros entre
29” e 51”). Oferece total segurança e agilidade na operação,
garantindo mobilidade plena para o uso do dispositivo. O leitor de código de barras, agora com lentes líquidas, da Cognex.
Padrão Ethernet, cada vez Com a tendência entre as empresas de aumentar a disponibi-
lidade das plantas fabris para ter uma constância ou aumento na
mais no chão de fábrica produção, e de conseguir produzir de maneira mais flexível – de
Vantagens da tecnologia foram apresentadas no acordo com a demanda – o controle das fábricas à distância
Workshop Internacional de Automação e Tecno- aumenta sua importância. Com ele, é possível que um centro
de decisão acompanhe, controle e otimize o fluxo de produção
logia da Informação, que o SENAI/SC promoveu em vários pontos, distantes geograficamente.
em Florianópolis Essa integração escritório-fábrica, no entanto, muitas vezes
O padrão de redes Ethernet, antes usado principalmente esbarra nas diferenças de padrão de comunicação entre máquinas
nos ambientes de escritório e doméstico, está ganhando cada e entre máquinas e computadores, o que não acontece quando
vez mais espaço também no ambiente fabril - e promovendo a o padrão Ethernet é adotado. “Um dos principais benefícios
comunicação entre equipamentos e entre centrais de controle e do uso da Ethernet é a possibilidade de usar o mesmo padrão
o chão de fábrica. Para se ter uma ideia, somente a especificação desde o escritório até o chão de fábrica, trazendo uma redução
Profinet, uma das adequações possíveis das redes Ethernet no de interfaces, além de possibilitar a transparência fácil de dados
ambiente industrial e a mais utilizada, aumentou o número de nós em qualquer ponto da planta”, explica Robert Gries Drumond,
(ponto de rede) a uma taxa de quase 40% ao ano na última década. responsável pela área de negócios da Siemens Factory Automa-
A tecnologia foi uma das tendências apresentadas no tion no Brasil, que falou sobre o tema no Workshop Internacional.
Workshop Internacional de Automação e Tecnologia da Infor- Segundo ele, que também é vice-presidente da Associação
mação e Comunicação, em Florianópolis. O evento gratuito, foi Profibus/Profinet da Regional Brasil, a comunicação via padrão
promovido pelo SENAI de Santa Catarina, entidade do Sistema Ethernet proporciona maior produtividade e redução de custos de
Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). instalação, operacionalização e manutenção. Isso porque a adoção
Produção eficiente de ar
comprimido – um exemplo b)
A maior parte da energia usada na produção de ar compri-
mido é perdida sem necessidade, seja por meio de vazamentos,
pressão excessiva no sistema ou calor desperdiçado dos com-
pressores. Como parte de um sistema de gerenciamento de
energia, o t-mass 150 pode fornecer as respostas necessárias
para questões importantes ao consumo de energia ou demanda
regular de ar comprimido.
Outros campos de aplicações estão na correta alocação de
custos da produção de ar comprimido para diferentes setores,
assim como uma medição confiável do consumo para controle
e otimização do processo. Como resultado, esse medidor
econômico permite uma operação econômica. Fa. Proline t-mass B 150 (versão inserção).
Fb. Proline t-mass A 150 (versão inline com flanges).
Fc. Proline t-mass A 150 (versão inline, conexão
roscada).
Veja no Portal:
www.mecatronicaatual.com.br
Avaliação da Resposta a Transientes de Robôs Industriais
Ao avaliar um robô impulsionado por motor, o consumo de energia do motor e do
controlador devem ser medidos ao mesmo tempo que a velocidade é controlada através
de um padrão de ações.
A empresa que mostra como isso pode ser feito é a Yokogawa que emprega seu
analisador de energia PZ4000.
Por tempo indeterminado, este artigo completo estará disponível gratuitamente no
portal http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/179 . Aproveite!
CLPs e Sensores
Controle de Malha Aberta e em Malha Fechada são as duas formas básicas de Controle
de Processos Industriais.Assim através dos sensores o sistema recebe a confirmação das
ações dos atuadores.
Veja a matéria em http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/862
Gestão da
Inovação na
Automação
Industrial
Neste artigo, veremos alguns aspectos das áreas de
gerenciamento de projetos e inovação aplicados à Au-
tomação Industrial
Delcio Prizon
A
década de 1970 presenciou o desenvolvi- Institute), na Pensilvânia, Estados Unidos.
mento de uma boa parte de projetos, os Deste trabalho, iniciado em 1969, resultou
quais culminaram para a implantação da um guia do conjunto de conhecimentos em
tecnologia de produção de açúcar e álcool gerenciamento de projetos (o PMBOK), que
no país. Destes projetos, boa parte deles vem sendo atualizado constantemente, e
obtiveram sucesso, e foram o resultado de teve sua quarta edição em 2008.
pesquisas, desenvolvimentos e experimen- Mais recentemente em 2006, os guias
tos práticos cuja finalidade era viabilizar e para gerenciamento de programas e portfólio
melhorar etapas e processos da produção também se tornaram disponíveis. Estes vieram
açucareira de combustíveis. a complementar todas as macroetapas que
O Gerenciamento de Projetos, priorizados e finalmente autorizados. Este objetivo de examinar possíveis soluções. Outra
Programas e Portfólio alinhamento dos objetivos e da estratégia oportunidade que culminará com um novo
Assim como bem definido no PMBOK, da corporação entra no campo do Geren- portfólio se dá com a ferramenta Balanced
“um projeto é um esforço temporário em- ciamento de Portfólio. É através desta ótica Scorecard, onde os objetivos estratégicos serão
preendido para criar um produto, serviço que se estabelece então um novo conceito submetidos à avaliações sob o prisma das áreas
ou resultado exclusivo”. Esta definição é de gerenciamento nas empresas (figura 1). financeira, Marketing, Processos Internos e
muito feliz pois estabelece bem a fronteira a área de Recursos Humanos.
de como um projeto deve ser concebido. A escolha do Portfólio Um exemplo de Balanced Scorecard está
Ou seja, o caráter temporário nos diz que A escolha do portfólio se dá através de vários demonstrado na tabela 1.
todo projeto tem início e fim bem definidos. momentos, sendo um deles no momento em Na maior parte das vezes surgirão ini-
O fim será atingido assim que as entregas que as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento, ciativas de produtos que serão enviados à
planejadas forem criadas. Marketing, Comercial e outras da corporação equipe de projetos para pré-análise. Desta
Temos, portanto, que o gerenciamento visualizam uma oportunidade de mercado pré-análise é dimensionado o tamanho do
de projetos irá se preocupar com a aplicação não atendida pelo atual portfólio disponível. projeto e/ou programa em questão e uma
de conhecimentos, habilidades, ferramentas Tipicamente, acontece uma análise crítica visão inicial do escopo aparece, muito embora
e técnicas para atender os requisitos necessá- junto ao corpo estratégico da empresa com o ainda sem detalhamento.
rios para a criação das entregas. O PMBOK
estabelece como boas práticas a integração Objetivos Indicadores Alvos Iniciativas
Estratégicos
dos processos de iniciação, planejamento,
Perspectiva Financeira
execução, monitoramento e controle e
encerramento. Todos estes processos se Perspectiva Marketing
aplicam à nove áreas de conhecimentos que Perspectiva Processos Internos
são: Integração, Escopo, Tempo, Custos, Perspectiva Recursos Humanos
Qualidade, Recursos Humanos, Comuni- T1. Exemplo de Balanced Scorecard.
cações, Riscos e Aquisições.
Uma vez entendido o conceito de projeto,
o seu caráter temporário e objetivo bem de- A inspiração
finido, podemos então avançar e coordenar De acordo com Schumpeter, a economia logias e a competição tornou-se mais
vários projetos simultâneos com a finalidade de industrial evolui por meio da “destruição acirrada. Finalmente, a fase descendente
obtenção de um benefício maior, só atendido criadora”. Quando um conjunto de novas caracteriza-se por um excesso de oferta
pelas entregas conjuntas de todos os projetos. tecnologias encontra aplicação produtiva, em relação à demanda. As tecnologias
Neste momento, estaremos atuando com o as tecnologias tradicionais são “destruí- que inauguraram o ciclo tornaram-se, a
conceito de gerenciamento de programa. das”, isto é, deixam de criar produtos essa altura, tradicionais. A queda acen-
O gerenciamento de programa tem um capazes de competir no mercado e tuada dos lucros prenuncia mais uma
contexto estratégico bastante definido, pois acabam sendo abandonadas. ruptura na base técnica, que deflagrará
certamente, o agrupamento de quais projetos Na fase inicial, ascendente, do ciclo, as novo ciclo.
devem ser coordenados surge de uma visão novas tecnologias distinguem os empre- As ideias de Schumpeter permitem
corporativa, tipicamente através de um sários inovadores dos que continuam identificar os cinco ciclos - ou ondas - de
comitê estratégico ou Steering Committee. utilizando as tecnologias tradicionais. Os inovação, das fábricas têxteis do século
Um exemplo deste objetivo maior pode ser inovadores são “premiados” com elevadas XVIII até a “era dos computadores” (veja
entendido, no nosso mundo da automação taxas de lucros e erguem verdadeiros a figura abaixo).
industrial, como os recentes lançamentos impérios empresariais. Na fase de esta- Fonte: Magnoli, Demétrio e Araújo,
dos modernos sistemas de automação e bilização, os lucros caem para patamares Regina, Projeto de Ensino de Geogra-
controle, cujo valor é determinado pela menores, pois a maior parte das empre- fia: natureza, tecnologia, sociedades.
operacionalização de todos os projetos de sas adotou o novo conjunto de tecno- São Paulo, Moderna, prelo.
hardware e software operando de forma
síncrona e coordenada, gerando um grande
benefício para o usuário.
Subindo um pouco mais no topo da
hierarquia da corporação, nos deparamos
com aspectos estratégicos que vão além de
um sistema composto por vários projetos e
programas. Para cumprir a missão e visão
da empresa, muitas vezes existem outros
programas e projetos que devem ser identifi- Ciclos ou Ondas de Inovação na Indústria, desde o século XVIII até os dias de hoje.
cados, categorizados, avaliados, selecionados,
O estabelecimento do Programa
Uma vez priorizados os itens do Portfólio,
são então autorizados programas e projetos.
Alguns projetos podem ser melhor gerencia-
F1. Relacionamento dentro da corporação. dos como programas, devido a quantidade
de subprojetos. Um exemplo de programa
Item Investimento NPV (valor Payback Prioridade para uma empresa de desenvolvimento de
necessário presente líquido)
produtos de automação e controle, aparece
Transmissor de
pressão como na tabela 3.
Transmissor de
No caso do ciclo de vida de um progra-
temperatura ma, devemos atender o gerenciamento de
Sistema de resultados e benefícios. O ciclo de vida de
Monitoramento um programa se divide tipicamente em cinco
Controlador fases, separadas entre si por revisões de final
Programável de fase (phase-gate reviews). Ver figura 2.
Gestão de Ativos Na fase de Set-up do Programa, normal-
Sistema Wireless mente será gerado um “roadmap” detalhado
... que irá direcionar o gerenciamento do
T2. Exemplo de Portfólio. programa e definir suas entregas principais.
Os benefícios são gerados a partir da
Programa Sistema de Automação Industrial fase de Entrega de Benefícios incrementais,
Missão ... que é também a fase que consome a maior
Visão ...
quantidade de recursos do programa. Uma
Valores ...
atividade importante a ser desempenhada
Benefício 1
nesta fase é buscar garantir que atividades
Sistema Nativo Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia
Fieldbus Foundation comuns e dependências entre projetos e
H1 e HSE outros programas no portfólio sejam coor-
Projeto 2 Módulo ethernet suportando HSE denadas. Esta função é desempenhada pelo
Projeto n Servidores OPC com plugin HSE Gerente de Programa em conjunto com os
Benefício 2 Gerentes de Projeto.
Suporte ao Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia
Protocolo Profibus O Gerenciamento do Projeto
DP e PA
Projeto 2 Módulo ethernet suportando Profibus DP e PA
Como já foi dito, um projeto é mapeado
Projeto n Servidores OPC com plugin SNMP para diagnóstico
nos processos de iniciação, planejamento,
... execução, monitoramento/controle e encerra-
Benefício n mento. Sempre que aplicável, é recomendado
Suporte ao Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia o desenvolvimento dos planos abrangendo as
Protocolo várias áreas de conhecimento, que são Inte-
DeviceNet gração, Escopo, Tempo, Custos, Qualidade,
Projeto 2 Módulo ethernet suportando DeviceNet RH, Comunicações, Riscos e Aquisições.
Projeto n Servidores OPC com suporte a Alarmes e Eventos Na fase de iniciação temos a declaração
T3. Exemplo de Programa. preliminar de escopo, na qual a empresa
Comandos básicos
para supervisório
com fala
feito em Excel
Invariavelmente, precisamos extrair e/ou colocar dados no
CLP com uma interface para usuários ou operadores que não
tenham conhecimento em linguagens de programação usadas
nos autômatos. As interfaces hoje são chamadas de supervisórios.
Em alguns casos, o Excel com o VBA pode fazer esta função
para pequenas aplicações e para suprir provisoriamente a falta
de uma IHM de poucas trocas de dados.
Fabiano Rosa
A
través da troca dinâmica de dados entre valores de dados que estão no CLP (tempe-
softwares é possível ler e escrever no CLP. ratura, velocidade, quantidade produzida)
Nós temos como forma desde “copiar com para gravarmos como um arquivo normal
vínculo” até códigos em VBA (Visual Basic para futuro rastreamento de uma produção.
for Application), e utilizando esta programa-
ção com recurso Text-to-Speech podemos Coletando dados do CLP
fazer falar o que desejarmos para alertar Usaremos como exemplo o emulador
ou sugerir ao usuário/operador através de do Contrologix 5000 da Rockwell, mas os
uma lógica com entrada de dados vindos mesmos passos servem para os da família
do CLP, acionando frases prontas com os 5, 500 e Micrologix.
recursos relatados nesta matéria. Passos no Rslinx:
Conclusão
Esperamos que com este simples artigo,
o leitor tenha mais criatividade para utilizar
o Excel com o VBA como supervisório com
fala, para pequenas aplicações com CLP. MA
Controle de Acesso
Automático
de Veículos
Este artigo tem como objetivo desenvolver uma solução
tecnológica que permita o controle dos portões auto-
máticos remotamente através da internet. Aplicando-se
esse sistema no campus da Juta, por consequência, um
profissional da segurança pode permanecer em seu posto
de guarda localizado nos fundos do Campus enquanto
controla entrada e saída de automóveis remotamente,
através de um computador que exibe a imagem da en-
trada principal capturada por uma câmera WEB. Assim,
o segurança que hoje fica exclusivamente controlando
a entrada e saída de veículos do Campus na portaria
N
principal poderá fazer ronda dentro da Universidade,
aumentando a segurança do campus.
Alex Pisciotta
Emerson Luiz Anaia Duque os últimos anos a segurança patrimonial vem
Francisco José Grandinetti ganhando espaço nas instalações prediais
Luiz Eduardo Nicolini do Patrocinio Nunes privadas e públicas, porém o custo para
Edson Aparecida de Araujo Querido de Oliveira manter dois servidores em cada unidade/
prédio para vigiar e recepcionar as portarias
de acesso é elevado.
Entretanto, se o administrador alocar um
Desenvolvimento
O sistema deve coletar comandos através
da internet e então enviar esses comandos
para o módulo de controle dos portões
automáticos. Pesquisou-se um dispositivo
que pudesse funcionar como um servidor
conectado à rede, no qual uma página
recebe os comandos e o dispositivo aciona
pinos de saída, que então são convertidos
em sinal de contato para serem aplicados
aos controladores do portão. Para tal fim,
escolheu-se a placa picoFlash® da empresa
JK Microsystems, que possui as seguintes
características: F2. Placa picoFlash®.
• Baseada nos microprocessadores
R8822 de 40 MHz;
• 512 kB de memória RAM;
• 512 kB de Memória Flash EEPROM;
• 2 Portas Seriais de alta velocidade;
• 16 linhas de entrada/saída digital;
• Adaptador Ethernet.
Uma foto da placa é apresentada na
figura 2.
A placa picoFlash é configurada com
dois discos virtuais A: e B:, sendo que no
disco A: encontra-se o DOS, o BIOS e os
programas utilitários essenciais à operação
da placa picoFlash, e, por isso, o disco A: é
somente de leitura. O disco B: permite es-
crita e leitura e contém programas utilitários
opcionais e está disponível para os arquivos
de usuários e aplicativos.
Quando a energia é aplicada à placa
picoFlash ou quando ela é resetada, a placa F3. Diagrama Esquemático da Placa de Interface.
Placa de Interface
A Placa de interface foi desenvolvida para
permitir a comunicação entre a placa de co-
mando picoFlash e o sistema de acionamento
do portão automático, transformando o sinal
de 5 V e baixa capacidade de corrente da saída
digital da placa de comando em um fechamento
de contato momentâneo, desempenhando o
mesmo efeito de uma pessoa pressionando o
F4. Programa Express PCB quando na criação do leiaute (lay-out). botão de controle do portão.
A placa possui as seguintes características:
• Comando independente para cada
uma das folhas do portão;
• Compatível com a lógica TTL;
• Utiliza alimentação da placa de
controle.
Essa placa teve que ser especialmente
desenvolvida para este fim. O circuito ele-
trônico foi desenvolvido para permitir que
o sinal de 3,3 V disponível na saída digital
da placa de controle seja convertido em um
contato fechado que é aplicado ao botão de
comando dos portões. A figura 3 exibe o
diagrama esquemático do circuito.
F5. Placa de Interface - Lado Bottom. F6. Disposição dos componentes - Lado Top. Funcionamento da Placa de Interface
A placa de interface é composta por dois
circuitos caracterizados como “transistor
como chave”, acionando dois relés indepen-
dentemente. Quando um sinal positivo (cerca
de 3,3 V) é enviado pela placa de controle
picoFlash, esse sinal é coletado pelos pinos
2 e/ou 3 da placa de interface.
O sinal positivo gera uma corrente que
passa pelos resistores limitadores R1 e R 2
que limitam o valor dessa corrente a fim
de não sobrecarregar a porta de saída I/O
digital da placa picoFlash. Essa corrente é
direcionada para a base do transistor NPN
BC337, que permite uma corrente elétrica
com valor b vezes maior que IB circular
de coletor para emissor, acionando o relé
F7. Placa finalizada – Lado BOT. correspondente.
Com o circuito pronto, foi possível O resultado pode ser observado nas monitoramento pode ser processado de
partir para o desenvolvimento do leiaute figuras 7 e 8. Os testes funcionais com a modo local ou remoto.
(lay-out) da placa de circuito impresso da placa confirmaram o funcionamento antes A câmera IP pode ser ligada em modo de
placa de interface. Utilizou-se o software da ligação direta à placa de comando. Para acesso local, contendo a câmera IP, Roteador
gratuito Express PCB versão 7.0.2, o qual se realizar o teste, a placa foi alimentada e o PC, conforme a figura 9.
possui ferramenta que destaca os pontos em por uma fonte de 5 V, através dos pinos 1 A configuração da câmera foi realiza-
comum do circuito, facilitando o trabalho e 4 de J1, e então aplicado 3 V nos pinos da através do software que acompanha o
(figura 4). 2 e 3, consecutivamente, observando-se o produto, chamado DevFind, que encontra
acionamento do respectivo relé. os dispositivos conectados à rede local.
Concepção da Placa Pode-se realizar alterações na configuração
A partir do leiaute pronto, pôde-se partir A Câmera de Vigilância original da câmera, conforme mostrado
para a confecção da placa de interface. A A câmera IP é um equipamento proje- pela figura 10.
figura 5 mostra o leiaute pronto da placa, tado para rede do sistema de vigilância por Após ter configurado a câmera IP, é
considerando uma placa de face única de vídeo, que pode ser ligada com fio ou sem criado um endereço de acesso na internet
50 mm x 50 mm. fio. Foi adotado um chip de alta qualidade que, quando acessado, solicitará o login e
A figura 6 exibe a disposição dos com- no processador de mídia, que processa senha do usuário.
ponentes no lado TOP. áudio e coleção de vídeos, compressão e Assim que for acessado, abrirá a página de
A confecção da placa foi realizada pelo transmissão. controle da câmera. Esse sistema da câmera
método de transferência térmica, no qual se O formato-padrão de compressão IP permite aos usuários verem através do
imprime o leiaute em folha de papel foto- MJPEG garante claramente o desempenho navegador IE, software de gestão central e
gráfico (conhecido como papel Glossy) em de vídeos. A câmera pode ser aplicada nas software cliente (figura 11).
impressora a laser. É importante observar residências, ou em qualquer outro estabe- Ainda nesta figura, pode-se observar os
que a impressão do leiaute deve ser feita de lecimento onde seja necessária a utilização controles disponíveis, como movimentação
maneira espelhada, para que o processo de de transmissão de imagens e áudio para do ponto de observação, brilho, contraste,
transferência térmica resulte no posiciona- um devido monitoramento do ambiente captura de foto, gravação de vídeo, entre
mento correto. de forma geral em que esteja instalada. O outros.
F8. Finalização do Processo de Montagem – Lado TOP. F9. Diagrama de ligação da Câmera IP.
Conclusão
Neste artigo mostramos a implementação
de uma solução tecnológica que integra um
F10. Painel de configuração da Câmera IP. sistema de controle de portões automáticos
com um servidor de internet, o que possibilita
uma maior praticidade de trabalho aos seus
usuários e, no caso específico do Campus
da Juta (UNITAU), uma maior segurança
dentro da universidade. MA
Profibus
Instalação Avançada
Parte 1
É notório o crescimento do Profibus em nível mundial
e, principalmente, no Brasil. Decidi escrever este artigo
sobre instalação avançada, pois tenho visto na prática
muita instalação de forma inadequada, assim como erros
básicos e que têm estendido o tempo de comissionamento
e startup, e consequentemente gerado uma degradação
da qualidade da performance da rede. Esta série de
artigos foi dividida, dada sua extensão e abrangência,
em várias partes. Esta é a primeira parte.
César Cassiolato Baseado nestes dois protocolos de comu-
A
nicação, acoplado com o desenvolvimento de
numerosos perfis de aplicações orientadas e
um número de dispositivos de crescimento
história do PROFIBUS começa na aventura rápido, o PROFIBUS começou seu avanço
de um projeto da associação apoiado por inicialmente na automação de manufatura e
autoridades públicas, que se iniciou em 1987 desde 1995 na automação de processos com
na Alemanha. Dentro do contexto desta a introdução do PROFIBUS-PA. Hoje, o
aventura, 21 companhias e institutos uni- PROFIBUS é o barramento de campo líder
ram forças e criaram um projeto estratégico no mercado mundial.
em fieldbus. O objetivo era a realização e O PROFIBUS é um padrão de rede de
estabilização de um barramento de campo campo aberto e independente de fornecedo-
Profibus
O PROFIBUS é um padrão de rede de
campo aberto e independente de fornecedores,
onde a interface entre eles permite uma ampla
aplicação em processos e manufatura. Esse
padrão é garantido segundo as normas EN
50170 e EN 50254, além da IEC 611158-2
no caso do PROFIBUS-PA.
O PROFIBUS-DP é a solução de alta
velocidade (high-speed) do PROFIBUS. Seu
desenvolvimento foi otimizado especialmente
para comunicações entre os sistemas de au-
tomação e equipamentos descentralizados, F1. Cabeamento e Terminação para Transmissão RS485 no Profibus.
voltada para sistemas de controle, onde se
destaca o acesso aos dispositivos de I/O volvido em cooperação com os usuários da O PROFIBUS permite uma integração
distribuídos. Indústria de Controle e Processo (NAMUR), uniforme e completa entre todos os níveis
O PROFIBUS DP utiliza a RS485 como satisfazendo as exigências especiais dessa da automação e as diversas áreas de uma
meio físico, ou a fibra ótica em ambientes área de aplicação: planta. Isto significa que a integração de
com susceptibilidade a ruídos ou que ne- • O perfil original da aplicação para a todas as áreas da planta pode ser realizada
cessitem de cobertura a grandes distâncias. automação do processo e interopera- com um protocolo de comunicação que usa
O PROFIBUS-PA é a solução PROFIBUS bilidade dos equipamentos de campo diferentes variações.
que atende aos requisitos da automação de dos diferentes fabricantes; No nível de campo, a periferia distribuída,
processos, onde se tem a conexão em pro- • Adição e remoção de estações de tal como: módulos de E/S, transdutores,
cessos com equipamentos de campo, tais barramentos mesmo em áreas in- acionamentos (drives), válvulas e painéis
como: transmissores de pressão, temperatura, trinsecamente seguras sem influência de operação trabalham em sistemas de au-
conversores, posicionadores, etc. Esta rede para outras estações; tomação através de um eficiente sistema de
pode ser usada em substituição ao padrão • Uma comunicação transparente comunicação em tempo real, o PROFIBUS-
4 a 20 mA. através dos acopladores do segmento -DP ou PA. A transmissão de dados do
Existem vantagens potenciais da uti- entre o barramento de automação processo é efetuada ciclicamente, enquanto
lização dessa tecnologia, onde resumida- do processo (PROFIBUS-PA) e o alarmes, parâmetros e diagnósticos são
mente destacam-se as vantagens funcionais barramento de automação industrial transmitidos somente quando necessário,
(transmissão de informações confiáveis, (PROFIBUS-DP); de maneira acíclica.
tratamento de status das variáveis, sistema • Alimentação e transmissão de dados Este artigo apresenta detalhes de instala-
de segurança em caso de falha, equipamentos sobre o mesmo par de fios baseado ções em PROFIBUS-DP e PROFIBUS-PA.
com capacidades de autodiagnose, rangea- na tecnologia IEC 61158-2; Citarei brevemente sobre o padrão RS485-IS.
bilidade dos equipamentos, alta resolução • Uso em áreas potencialmente explo- Sempre que possível, consulte a EN50170
nas medições, integração com controle sivas, intrinsecamente seguras. para as regulamentações físicas, assim como
discreto em alta velocidade, aplicações em As conexões dos transmissores, con- as práticas de segurança de cada área.
qualquer segmento, etc.). Além dos benefí- versores e posicionadores em uma rede É necessário agir com segurança nas
cios econômicos pertinentes às instalações PROFIBUS-DP são feitas por um coupler medições, evitando contatos com terminais e
(redução de até 40% em alguns casos em DP/PA. O par trançado a dois fios é utili- fiação, pois a alta tensão pode estar presente
relação aos sistemas convencionais), custos de zado na alimentação e na comunicação de e causar choque elétrico. Lembre-se que
manutenção (redução de até 25% em alguns dados para cada equipamento, facilitando cada planta e sistema têm seus detalhes de
casos em relação aos sistemas convencionais) a instalação e resultando em baixo custo segurança. Se informar deles antes de iniciar
e menor tempo de startup, oferece um de hardware, menor tempo para startup, o trabalho é muito importante.
aumento significativo em funcionalidade, manutenção livre de problemas, baixo custo Para minimizar o risco de problemas
disponibilidade e segurança. do software de engenharia e alta confiança potenciais relacionados à segurança, é preciso
O PROFIBUS-PA permite a medição na operação. seguir as normas de segurança e de áreas
e controle por um barramento a dois fios. O protocolo de comunicação PROFIBUS- classificadas em locais aplicáveis que regulam
Também permite alimentar os equipamentos -PA utiliza o mesmo protocolo de comuni- a instalação e operação dos equipamentos.
de campo e aplicações em áreas intrinseca- cação PROFIBUS-DP, onde o serviço de Estas normas variam de área para área e estão
mente seguras, bem como a manutenção e comunicação e telegramas é idêntico. Na em constante atualização. É responsabilidade
a conexão/desconexão de equipamentos até verdade, o PROFIBUS PA = PROFIBUS do usuário determinar quais normas devem
mesmo durante a operação, sem interferir DP - protocolo de comunicação + serviço ser seguidas em suas aplicações e garantir que
em outras estações em áreas potencialmente acíclico estendido + IEC 61158, também a instalação de cada equipamento esteja de
explosivas. O PROFIBUS-PA foi desen- conhecida como nível H1. acordo com as mesmas.
Cabo Profibus- DP Recomendado Cabo de Cabos com e sem Cabos com e Qualquer cabo su-
Comunicação shield: Vdc ou sem shield: > jeito à exposição
Cabo utilizado A
Digital 25Vac e < 400Vac 400Vac de raios
Impedância (Ω) 135 a 165 Cabo de Comunicação
10 cm 20 cm 50 cm
Frequência 3 a 20 MHz Digital
Capacitância (pF/m) < 30 Cabos com e sem shield:
10 cm 10 cm 50 cm
Resistência de Loop (Ω/km) <110 Vdc ou 25Vac e < 400Vac
Cabos com e sem
Seção (mm²) >= 0,34 20 cm 10 cm 50 cm
shield: > 400Vac
T1. Cabo Profibus-DP tipo A. Qualquer cabo sujeito à
50 cm 50 cm 50 cm
exposição de raios
Uma instalação inadequada ou o uso de T2. Distâncias de Separação entre Cabeamentos.
um equipamento em aplicações não recomen-
dadas podem prejudicar a performance de um
sistema e consequentemente a do processo,
além de representar uma fonte de perigo e
acidentes. Devido a isto, recomenda-se utilizar
somente profissionais treinados e qualificados
para instalação, operação e manutenção.
em paralelo com tais cabos pode resultar em Para curvar o cabo somente uma vez, o (roletes) a fim de evitar qualquer forma de
captação de interferência e, consequentemen- raio de curvatura deve ser, no mínimo, 10 esforço excessivo em curvas acentuadas
te, provocar erros na transmissão de dados. vezes o diâmetro do cabo. Se o cabo precisar quando for puxar um cabo Profibus para
A interferência pode ser reduzida se- ser dobrado várias vezes durante a operação, contornar cantos vivos.
parando os cabos Profibus-DP da fonte de por exemplo, para a conexão e desconexão A especificação de raio de curvatura
interferência e também reduzindo ao mínimo de estações Profibus, deve-se considerar um para cabos Profibus chatos (planos) aplica-se
o comprimento dos cabos que correm em raio maior (tipicamente cerca de 20 vezes o somente para curvatura para o lado plano.
paralelo com quaisquer outros (tabela 2). diâmetro do cabo). Para curvar lateralmente tais cabos é preciso
Mantenha sempre o raio de curvatura Durante a sua instalação, o cabo Profi- adotar um raio de curvatura significante-
mínimo permitido, pois exceder o limite bus pode ser submetido a forças de tração mente maior.
mínimo de curvatura pode ocasionar danos adicionais e sendo assim, durante a monta-
ao cabo Profibus e alterar suas propriedades gem deve-se manter um raio de curvatura Cabo Utilizado no Profibus-DP
físicas e elétricas. O raio de curvatura míni- maior do que aquele da posição final. Puxar Pode-se determinar a resistência de loop
mo pode ser encontrado nos manuais dos cabos Profibus ao redor de cantos vivos é da seguinte maneira: faça um curto entre os
fabricantes de cabos. um problema em particular. Utilize polias conectores em uma extremidade do cabo e
com um multímetro, meça a resistência entre são de energia eletromagnética e com isto do dielétrico é limitada pela tensão de
os dois conectores na outra extremidade e podemos ter problemas de compatibilidade operação do capacitor, que deve produzir
aplique a seguinte fórmula: eletromagnética (também chamada de um gradiente de potencial inferior à rigidez
EMC, é a habilidade de um equipamento dielétrica do material), causando um mau
Resistência de Valor Medido (Ω) * 1000 m
= funcionar satisfatoriamente sem interferir funcionamento e em alguns casos a própria
loop (Ω/km) Comprimento do Cabo
Tomado como Referência (m) eletromagneticamente nos equipamentos queima do capacitor.
Onde: próximos e ser imune à interferência externa Ou ainda, podemos ter a alteração
Valor Medido (Ω) = Rm de outros equipamentos e do ambiente), de correntes de polarização de transisto-
Resistência de loop = Rs onde o funcionamento de um equipamento res levando-os a saturação ou corte, ou
O valor Rs deve ser <110 Ω/km. pode afetar o outro. Isto é muito comum dependendo da intensidade a queima de
Veja a figura 5. nas indústrias e fábricas, onde a EMI é componentes por efeito Joule.
Lembre-se que cabos com capacitâncias muito frequente em função do maior uso A eletricidade estática é uma carga elétrica
maiores podem deformar as bordas e formas de máquinas (máquinas de soldas, por em repouso que é gerada principalmente pelo
do sinal de comunicação com a taxa de exemplo) e motores e em redes digitais e desbalanceamento de elétrons localizado
comunicação e, a comunicação intermitente de computadores próximas a essas áreas. sob uma superfície, ou no ar do ambiente.
pode prevalecer. Cabos onde a resistência O maior problema causado pela EMI são Este desbalanceamento de elétrons gera
de loop é muito alta e a capacitância for as situações esporádicas e que degradam aos assim um campo elétrico que é capaz de
menor que 30 pF/m podem ser utilizados, poucos os equipamentos e seus componentes. influenciar outros objetos que se encontram
mas cuidado com a atenuação do sinal deve Os mais diversos problemas podem ser a uma determinada distância. O nível de
ser observado. Para o cabo tipo A, a maior gerados pela EMI, por exemplo, em equi- carga é afetado pelo tipo de material, velo-
distância é 1900 m. pamentos eletrônicos podemos ter falhas cidade de contato e separação dos corpos,
O comprimento máximo do cabeamen- na comunicação entre dispositivos de uma umidade e diversos outros fatores.
to depende da velocidade de transmissão, rede de equipamentos e/ou computadores, Quando um objeto é carregado eletros-
conforme a tabela 3. alarmes gerados sem explicação, atuação taticamente, um campo elétrico associado
Um problema comum é encontrar na em relés que não seguem uma lógica e a esta carga é criado em torno dele e um
prática comprimentos do tronco máximo e sem haver comando para isto e, queima de dispositivo sujeito a este campo que não
do spur máximo ultrapassando os limites da componentes e circuitos eletrônicos, etc. esteja aterrado poderá ser induzido, cau-
tabela 3 e com isto, adiciona-se capacitâncias É muito comum a presença de ruídos sando uma transferência das cargas entre
aos sinais. Os comprimentos excedentes na alimentação pelo mau aterramento e os dois corpos.
funcionam como uma antena e as condições blindagem, ou mesmo erro de projeto. Esta transferência de cargas poderá
de intermitências são favorecidas. A EMI é muito importante principal- resultar em falhas que reduzem a vida útil,
mente em sistemas digitais e analógicos prejudicam o funcionamento ou até mesmo
A interferência eletromagnética onde estamos falando de frequências de destroem o dispositivo permanentemente.
A interferência eletromagnética pode ser 30 a 300 MHz, ou seja, superiores a VHF.
radiada (via ar), conduzida (via condutores), Vale lembrar que estamos falando de pulsos Fatores que contribuem para a
induzida(normalmente acima de 30 MHz) rápidos da ordem de ns e qualquer condutor interferência eletromagnética
ou combinação das mesmas. como, por exemplo, a trilha de uma placa Os principais fatores são:
A EMI é a energia que causa resposta de circuito impresso passa a ser uma antena, • Tensão;
indesejável a qualquer equipamento e que sem contar os efeitos por irradiação de sinais • Frequência;
pode ser gerada por centelhamento nas es- e acoplamentos parasitas. • Aterramento;
covas de motores, chaveamento de circuitos Em geral, em frequências elevadas, os • Os componentes eletrônicos;
de potência, em acionamentos de cargas condutores se aproximam ainda mais do • Circuitos impressos;
indutivas e resistivas, acionamentos de relés, comportamento de uma antena, o que nos • Desacoplamentos.
chaves, disjuntores, lâmpadas fluorescentes, ajuda a entender porque os problemas de Existem três caminhos de EMI entre
aquecedores, ignições automotivas, des- emissão de EMI se agravam em redes que a fonte e o dispositivo a ser influenciado
cargas atmosféricas e mesmo as descargas operam em altas velocidades. (a vítima):
eletrostáticas entre pessoas e equipamentos, E ainda, qualquer circuito eletrônico é • Irradiação;
aparelhos de microondas, equipamentos de capaz de gerar algum tipo de campo mag- • Condução;
comunicação móvel, etc. Tudo isto pode nético ao seu redor e seu efeito vai depender • Indução.
provocar alterações causando sobretensão, de sua amplitude e duração. A EMI irradiada se propaga a partir
subtensão, picos, transientes, etc. e que em Um exemplo típico de como a EMI pode da fonte, através do espaço, para a vítima.
uma rede de comunicação Profibus pode afetar o comportamento de um componente Um sinal conduzido viaja através de fios
ter seus impactos. eletrônico, é um capacitor que fique sujeito conectados à fonte e à vítima.
A convivência de equipamentos em a um pico de tensão maior que sua tensão O meio conduzido pode envolver qual-
diversas tecnologias diferentes somada à nominal especificada, com isto pode-se quer cabo de alimentação, entrada de sinal e
inadequação das instalações facilita a emis- ter a degradação do dielétrico (a espessura terminais de terra de proteção. Já a indução
ocorre quando dois circuitos estão magne- Baud rate (kbit/s) 9,6 19,2 93,75 187,5 500 1500 12000
ticamente acoplados. Comprimento Total (m)
1200 1200 1200 1000 400 200 100
A maioria das ocorrências de EMI se ou Segmento (m)
dá através de condução ou combinação de Tronco Máximo (m) 500 500 900 967 380 193,4 100
irradiação e condução. Spur Máximo (m) 500 500 100 33 20 6,6 0
A EMI por indução é mais difícil de T3. Comprimento em Função da Velocidade de Transmissão com Cabo Tipo A.
ocorrer e o modo de acoplamento vai de-
pender da frequência e do comprimento
de onda, sendo que as baixas frequências
propagam-se muito facilmente por meios
condutivos, mas não tão eficientemente
pelo meio irradiado. Já as altas frequên-
cias se propagam com eficiência pelo ar
e são bloqueadas pelas indutâncias do
cabeamento.
As perturbações conduzidas normal-
mente estão na faixa de 10 kHz a 30 MHz
e se classificam em:
• modo-comum - onde a interferência
acontece entre as linhas de sinal e o
terra. O ruído é provocado pela resis-
tência existente e comum ao sinal e ao F5. Medindo a resistência de loop.
retorno. Os sinais de radiofrequência
são fontes comuns de ruído de modo- trutura, tendo como efeito interferências
-comum. O ruído em modo-comum eletromagnéticas indesejáveis como o crosstalk
é o maior problema em cabos devido (diafonia).
a impedância comum entre o sinal Neste sentido deve-se ter uma maior
e seu retorno; atenção e cuidado na fase de instalação,
• modo-diferencial - onde a interferên- objetivando-se adotar medidas para atenuar
cia acontece entre as linhas de sinal. ou mesmo eliminar seus efeitos. O mercado
As perturbações induzidas normalmen- de equipamentos e acessórios para instalação
te estão acima de 30 MHz e dependem de redes de campo dispõe basicamente de
das técnicas de aterramento, blindagem e canaletas e dutos fabricados com os seguintes
mesmo da posição física em relação a fonte materiais:
de indução. • Plástico – é um excelente isolante F6. Espaçamento entre cabos.
A topologia e a distribuição do cabea- elétrico, mas não oferece proteção
mento são fatores que devem ser considerados contra campos eletromagnéticos; aterramento, e também abordaremos algumas
para a proteção de EMI. Lembrar que em • Alumínio – é um bom condutor de vantagens da RS485-IS.
altas frequências, os cabos se comportam eletricidade, mas não oferece proteção Vale a pena lembrar que o sucesso de
como um sistema de transmissão com linhas elétrica. Porém, oferece boa blindagem toda rede de comunicação está intimamente
cruzadas e confusas, refletindo energia e eletromagnética; ligada à qualidade das instalações. Consulte
espalhando-a de um circuito a outro. • Aço (zincado ou pintado) – não é sempre as normas. MA
Mantenha em boas condições as cone- bom condutor de eletricidade, não
xões. Conectores inativos por muito tempo oferece proteção elétrica, mas propor- Este artigo não substitui os padrões IEC 61158
e IEC 61784 e nem os perfis e guias técnicos do
podem desenvolver resistência ou se tornar ciona boa blindagem eletromagnética. PROFIBUS. Em caso de discrepância ou dúvida,
detectores de RF. Dentre os tipos apresentados, os aces- os padrões IEC 61158 e IEC 61784, perfis, guias
Em geral, quanto maior a distância entre sórios fabricados com alumínio são os que técnicos e manuais de fabricantes prevalecem.
O conteúdo deste artigo foi elaborado cuidadosa-
os cabos e quanto menor o comprimento do apresentam uma melhor blindagem eletro- mente. Entretanto, erros não podem ser excluídos
cabo PROFIBUS que corre paralelamente a magnética interna e externa. As canaletas e assim nenhuma responsabilidade poderá ser
outros cabos, menor o risco de interferência de alumínio são praticamente imunes às atribuída ao autor.
Sugestões de melhorias podem ser enviadas ao
(crosstalk). Figura 6. correntes de Foucaut devido a sua condu- email: cesarcass@smar.com.br.
Os cabos Profibus-DP instalados em tibilidade elétrica.
canaletas ou dutos podem estar sujeitos a César Cassiolato - Diretor de Desenvolvimento
fontes geradoras de perturbações quando Conclusão de Equipamentos de Campo, Engenharia de
Produtos, Qualidade , Assistência Técnica e
são instalados paralelamente com cabos de Vimos neste artigo vários detalhes im- Instalações Industriais - Smar Equipamentos
energia, compartilhando a mesma infraes- portantes. Na próxima parte estudaremos o Industriais Ltda.
Vírus em redes
SCADA:
proteção garante
o faturamento
Este artigo alerta para a urgência de implementação de
um sistema de proteção para redes de controle indus-
triais tipo SCADA
Marc Solomon*
N
os últimos tempos, os executivos começa- Acquisition) devido à sua associação com
ram a perceber a importância e urgência de processos industriais, essas redes se conectam
proteger as suas redes de controle de pro- a equipamentos ao invés de computadores e
cessos. O Stuxnet, por exemplo, um worm aos sistemas de suporte ao invés de pessoas.
de computador projetado especificamente Em setores como serviços públicos,
para atacar sistemas de controle de processos transportes, logística, manufatura e indús-
industriais, abriu caminho para mostrar o tria farmacêutica, essas redes são essenciais
que é possível fazer por profissionais. Mais para o funcionamento da organização. Em
recentemente, o Duqu entrou no mercado serviços públicos, por exemplo, elas são tão
de ameaças permitindo que os invasores importantes que são consideradas parte
roubem dados dos fabricantes de sistemas de uma infraestrutura crítica nacional. Já
de controle de processo industrial e utilizem na área de logística, são responsáveis por
T
enho visto na prática, em muitas aplicações, Por que necessitamos
a especificação de equipamentos certifica- de um SIS?
dos SIL para executar funções de controle. Os Sistemas de Seguranças Instrumentados
Existe uma confusão no mercado levando (SIS) são utilizados para monitorar a condição
à compra de equipamentos mais caros, de- de valores e parâmetros de uma planta dentro
senvolvidos para funções de segurança, onde dos limites operacionais e, quando houver
na realidade serão aplicados em funções de condições de riscos, devem gerar alarmes e
controle de processo. colocar a planta em uma condição segura ou
Além disso, os usuários acreditam que mesmo na condição de shutdown.
têm um sistema de controle seguro certi- As condições de segurança devem ser
ficado, mas, na verdade, eles possuem um sempre seguidas e adotadas em plantas
controlador com funções de segurança e as melhores práticas operacionais e de
certificado. instalação são deveres dos empregadores
Avaliação de
Propriedades
Termodinâmicas e Termofísicas
da Aplicação de
Hidrocarbonetos em
Refrigeradores
U
Os esforços de pesquisa e desenvolvimento na área de
Refrigeração e Ar Condicionado aplicados ao uso de flui-
ma análise teórico-computacional foi
dos refrigerantes naturais não está associada somente à
desenvolvida para o R134a, propano
necessidade de preservação do meio ambiente em si, mas (R290) e as misturas selecionadas (R290/
também apresenta grande importância na necessidade R600a 60%/40%, R290/R600a/R134a
40%/30%/30% e R600a/R 290-GLP
latente do aumento da eficiência energética dos equipa-
70%/30%) no ciclo de refrigeração padrão
mentos. Neste sentido, o presente trabalho trata da avalia- ASHRAE, utilizando as propriedades ter-
ção termodinâmica da aplicação de fluidos refrigerantes modinâmicas e termofísicas fornecidas pelo
Software REFPROP 6.0. Os resultados das
hidrocarbonetos em um sistema de refrigeração residencial
simulações computacionais foram comparados
que utiliza o HFC134a como fluido de trabalho. entre os fluidos para indicação da melhor
alternativa ao HFC134a.
Cleiton Rubens Formiga Barbosa Dessa forma, pôde-se observar que os
Igor Marcel Gomes Almeida hidrocarbonetos reduzem os níveis de pres-
são no condensador e evaporador, além de
menores trabalhos de compressão serem
necessários no sistema devido às propriedades
especificamente, quanto à eficiência energética FPROP 6.0, conforme recomendado por pode ser estimada como segue:
consiste no desenvolvimento de um processo KIM et al. (1998).
de conscientização e reforço no processo edu- O coeficiente de performance de sistemas
cativo da população sobre o uso da energia de de refrigeração comerciais e domésticos é in-
forma eficiente nestes equipamentos. crementado de 10 a 20% quando se utilizam
Tal objetivo pode ser alcançado através misturas de hidrocarbonetos que contenham onde h5 e v1 são a entalpia específica
do desenvolvimento de um currículo de en- R600a e R290 (SEKHAR et al., 2004). e o volume específico do refrigerante na
sino médio que aborde questões referentes à Com o objetivo de simular o refrigerador condição de vapor saturado à entrada do
eficiência energética e à utilização da energia por compressão a vapor, algumas suposições compressor e h4 é a entalpia específica do
em disciplinas da área de ciências. Além do são necessárias. São estas: refrigerante à entrada do evaporador, de
desenvolvimento deste currículo, uma outra a) operação em estado estacionário (regime acordo com a figura 1. A razão de pressão
tarefa importante consiste na divulgação de permanente); (RP) é definida como a relação entre a
informação ao público em geral. b) não ocorre perda de pressão nas tubu- pressão de condensação (Pcond) e a pressão
Meios de comunicação social podem lações, isto é, as alterações nas pressões de evaporação (Pevap), isto é,
auxiliar na sensibilização de consumidores ocorrem apenas no compressor e no
e usuários de sistemas de refrigeração sobre tubo capilar;
a utilização eficiente da energia. Documen- c) perdas ou ganhos de calor são negli-
tários públicos e programas de educação são genciadas e,
outros componentes essenciais na campanha d) o compressor apresenta eficiência vo- As pressões de condensação e evapo-
para a transformação do mercado (VAN lumétrica ideal e eficiência isoentrópica ração são determinadas de acordo com as
BUSKIRK et al., 2007). de 75% (FATOUH e EL KAFAFY, temperaturas de condensação e evaporação,
O presente artigo constitui parte intro- 2006a). respectivamente.
dutória de projeto de pesquisa relacionado A figura 1 apresenta o modelo de ciclo O coeficiente de performance (COP)
ao uso de hidrocarbonetos em sistemas de termodinâmico utilizado na análise teórico- relaciona a capacidade de refrigeração com
refrigeração residencial. Enfoca-se a análise computacional. a potência requerida e indica o consumo de
termodinâmica da utilização destes fluidos Para a aceitação do drop-in (processo de potência global para uma carga desejada.
refrigerantes em comparação aos fluidos sin- substituição de um fluido refrigerante sem Alto COP significa baixo consumo de
téticos convencionais através dos resultados alteração nos componentes estruturais do energia para absorção da mesma capacidade
de simulações computacionais realizadas refrigerador) de um fluido de trabalho em um de refrigeração do espaço a ser refrigerado.
mediante utilização do Software REFPROP sistema de refrigeração já existente, algumas Pode ser expresso como
6.0 (McLINDEN et al., 1998), de avaliação importantes características de performance
de propriedades termodinâmicas e termo- devem ser consideradas. São elas: pressões
físicas de fluidos refrigerantes. de operação, capacidade de refrigeração
volumétrica, coeficiente de performance
Modelagem Teórico- e temperatura de descarga do compressor onde Qevap é a capacidade de refrigeração
Computacional (FATOUH e EL KAFAFY, 2006a). e Pcomp é potência requerida para acionar
Primeiramente foi desenvolvida uma O refrigerante deve apresentar um número o compressor. O balanço de energia no
metodologia de análise teórico- computa- mínimo de características essenciais favo- evaporador resulta em:
cional do sistema de refrigeração proposto ráveis, dentre as quais as mais significantes
de forma a se obter estimativa do processo são: reduzida densidade na fase líquida,
de funcionamento do sistema bem como alto calor latente de vaporização, reduzido
de sua performance. Para tal análise serão volume específico na fase vapor e reduzido A potência requerida para acionar o
utilizados softwares específicos, a saber, calor específico na fase líquida, tais caracte- compressor pode ser descrita como:
REFPROP 6.0 (McLINDEN et al., 1998) rísticas serão avaliadas e confrontadas entre
de avaliação de propriedades termodinâmicas os fluidos em questão, conforme citado por
e termofísicas de fluidos refrigerantes. POGGI et al. (2008).
Uma análise teórica foi implementa- A capacidade de refrigeração volumétrica A entalpia específica real do vapor refri-
da para a utilização do R134a, propano (Qvol) é uma medida do tamanho do com- gerante superaquecido à saída do compressor
(R290) e as misturas selecionadas de R290/ pressor requerido para condições de operação (h2) pode ser calculada como segue:
R600a 60%/40%, R290/R600a/R134a particulares. Expressa o efeito de refrigeração
40%/30%/30% e R290/R600a 30%/70% obtido por 1 m3 de refrigerante aspirado pelo
no ciclo padrão de refrigeração ASHRAE compressor (POGGI et al., 2008). Deve-se
(temperatura de evaporação: -23,3ºC, tempe- notar que à medida que a capacidade volu-
ratura de condensação: 54,4ºC, temperatura métrica de refrigeração aumenta, o tamanho onde his,comp é a eficiência isoentrópica
de líquido e de sucção: 32,2ºC), utilizando do compressor requerido é reduzido. A ca- do compressor e h2,is é a entalpia do vapor
as propriedades termodinâmicas do RE- pacidade de refrigeração volumétrica (Qvol) refrigerante superaquecido à saída do com-
Resultados e Discussões
Aplicando-se as diversas equações relativas
ao circuito de refrigeração representado na
figura 1 sob as condições previamente definidas
de operação (ciclo ASHRAE) e o Software
REFPROP 6.0 (McLINDEN et al., 1998),
obtiveram-se os dados operacionais referentes
aos refrigerantes selecionados. A tabela 2 F2. Variação das densidades de vapor em função da temperatura.
apresenta os resultados das simulações.
Analisando-se a figura 2, observa-se que
a densidade do vapor da mistura de R290/
R600a (50/50) é a menor para toda a faixa
de temperaturas de operação, sendo esperada
assim uma redução no trabalho de compres-
são requerido. A redução na densidade é um
fator mais importante que o calor latente de
vaporização do fluido (Poggi et al., 2008).
A diminuição da proporção de R134a nas
misturas acarreta uma redução da potência
de compressão necessária e da transferência
de calor no condensador.
A mistura de hidrocarbonetos com o
R134a proporciona um aumento na lubri-
cidade e miscibilidade do óleo lubrificante
com o R134a (Tashtoush et al., 2002). As
densidades de vapor nas condições de sucção
das misturas e do R290 puro se apresentam
menores que as do R134a, correspondendo a F3. Variação das densidades de líquido em função da temperatura.
uma menor carga de massa necessária destes sistema. Os efeitos do óleo estão fortemente (50/50) apresentam os menores valores de
fluidos no sistema em relação ao R134a relacionados com a habilidade do refrigerante viscosidade em toda a faixa de temperatu-
(Sekhar et al., 2004). de se dissolver no lubrificante. Níveis elevados ras em questão. Tal fato é positivo, já que
De acordo com a figura 3, a mistura de da solubilidade do refrigerante levam a redu- proporciona redução das perdas de carga
R290/R600a (50:50) apresenta as menores ções de viscosidade da solução refrigerante/ nas tubulações do circuito de refrigeração.
densidades de líquido juntamente com a lubrificante, o que é benéfico para o retorno A figura 5 apresenta a variação do vo-
mistura R290/R600a (60:40), proporcio- do óleo ao compressor, mas pode agir em lume específico nas condições de sucção
nando assim, redução das perdas por fricção detrimento da lubrificação dos mancais. (temperatura) do compressor. Observa-se
no sistema (Sekhar et al., 2004). A figura 4 apresenta as características que maiores valores de volume específico na
Em qualquer sistema de refrigeração, uma de variação da viscosidade dos fluidos com sucção do compressor proporcionam maiores
parte do óleo lubrificante circula junto com relação à temperatura, observa-se que as mis- capacidades de refrigeração volumétricas, o que
o refrigerante pelos vários componentes do turas R290/R600a (60/40) e R290/R600a acarreta a necessidade de um maior desloca-
mento volumétrico do compressor para uma
mesma capacidade de refrigeração do sistema.
Nota-se que com o objetivo de realização
de drop-in em um sistema de refrigeração, o
fluido substituto deve apresentar capacidade
de refrigeração volumétrica semelhante à do
fluido original de modo a não ser necessária a
troca do compressor. Neste sentido, observa-
-se que o R290/R600a (50:50) apresenta
os maiores valores de volume específico. O
R290/R600a (60:40) apresentou valores mais
próximos do R134a.
A figura 6 apresenta as condutivida-
F4. Variação da viscosidade em função da temperatura. des térmicas na fase líquida dos diversos
fluidos refrigerantes analisados em função
da temperatura. Observa-se que o R134a
apresenta as menores condutividades em
toda a faixa de temperatura. À medida que
a fração de R134a é reduzida, estes valores
aumentam. As misturas de hidrocarbonetos
R290/R600a (60:40) e (50:50) possuem
maiores condutividades em toda a faixa de
temperatura, sendo estas praticamente iguais
entre as duas misturas. Tal fato proporciona
maiores taxas de transferência de calor ao
sistema de refrigeração.
A figura 7 apresenta as condutivida-
des térmicas na fase vapor dos diversos
fluidos refrigerantes analisados em função
F5. Variação do volume específico na sucção do compressor em função da temperatura. da temperatura. Observa-se que o R134a
apresenta as menores condutividades em
toda a faixa de temperatura. As misturas
de hidrocarbonetos R290/R600a (60:40)
e (50:50) possuem maiores condutividades
em toda a faixa de temperatura, sendo estas
praticamente iguais entre as misturas.
Analisando-se os resultados apresentados
na tabela 2, observa-se que quanto maior a
fração em massa de propano (R290), maior
será a pressão de condensação e menor a
temperatura de evaporação, o que pode
acarretar em grande formação de gelo no
evaporador, a mistura de R290/R600a (60/40)
F6. Variação da condutividade térmica na fase líquida em função da temperatura. aponta para a melhor solução neste quesito.
Qualquer pessoa que esteja envolvida portância na necessidade latente do aumento Os hidrocarbonetos apresentam menores
com o manuseio ou manutenção de circuitos da eficiência energética dos equipamentos. temperaturas de descarga no compressor,
refrigerantes com hidrocarbonetos deve pos- Hidrocarbonetos, como o Gás Liquefeito proporcionando maior vida útil a estes
suir um certificado válido de algum órgão de Petróleo (GLP), são ambientalmente componentes. O coeficiente de performance
acreditado, comprovando sua competência corretos e encontram-se disponíveis na do sistema com hidrocarbonetos e misturas
para o manuseio destes refrigerantes de forma natureza, neste sentido, a utilização destas apresentou crescimento de cerca de 5% em
segura. Todas as ferramentas e equipamentos substâncias como fluidos refrigerantes em relação ao R134a. Consequentemente, me-
devem ser confiáveis para o uso com fluidos refrigeradores é muito atrativa. nores trabalhos de compressão são requeridos
inflamáveis, atenção particular deve ser dada De acordo com a análise termodinâmica para os hidrocarbonetos em relação ao R134a
na seleção de: unidades de recuperação de desenvolvida para os fluidos hidrocarbonetos, devido a suas propriedades termofísicas
fluido, detectores de vazamento, medidores pode-se observar que estes reduzem os níveis relativas à densidade na fase líquida e vapor.
elétricos, cilindros de recuperação de fluido de pressão desenvolvidas no condensador e De forma a consolidar os hidrocarbonetos
e lâmpadas portáteis. evaporador. e suas misturas como substitutos aos fluidos
A utilização do R290 e misturas envol- sintéticos, como o HFC134a, a indústria
Conclusão vendo hidrocarbonetos proporcionam uma de refrigeração deve focar seus esforços no
Os esforços de pesquisa e desenvolvimento triplicação do calor latente de vaporização em desenvolvimento de compressores adequados
na área de Refrigeração e Ar Condicionado relação ao R134a. Tal fator acarreta numa à capacidade de refrigeração volumétrica dos
aplicados ao uso de fluidos refrigerantes redução de cerca de 50% da necessidade de fluidos naturais. Além do desenvolvimento de
naturais não estão associados somente à carga de refrigerante em massa no sistema novas metodologias de projeto de trocadores
necessidade de preservação do meio ambiente de refrigeração para uma mesma capacidade de calor, já que as misturas se comportam
em si, mas também apresentam grande im- do equipamento. de forma diferente dos fluidos puros no que
diz respeito à mudança de fase.
O único fator real que pesa contra a
utilização em massa dos hidrocarbonetos
como refrigerantes em equipamentos de
refrigeração e ar condicionado é a segurança
quanto a utilização de quantidades relativa-
mente grandes destes fluidos inflamáveis.
Como continuidade do projeto de pesqui-
sa serão desenvolvidas análises experimentais
destas misturas selecionadas de modo a se
obter um indicativo de performance em
relação ao HFC-134a, tendo como objeto
de comparação os resultados da análise
F7. Variação da condutividade térmica na fase vapor em função da temperatura. teórico- computacional.
Marketing
Industrial,
por que não pensei Adriano Oliveira é
nisso antes?
responsável pelo
Departamento de
Marketing na
Mectrol do Brasil
H
oje, ainda se confunde muito o conceito de Para se entender melhor, de acordo com
Marketing e suas funções com as outras áreas o dicionário, marqueteiro é "aquele que,
da organização, e isto dificulta ainda mais oportunisticamente, se utiliza do marketing
a sua aplicação. Na indústria há empresas para projetos e interesses pessoais”. Atual-
de todo tipo de gestão, as de menor porte, mente no Brasil, “marqueteiro” é visto como
por exemplo, desconhecem os preceitos do um vulgo pejorativo e até mesmo ofensivo,
marketing, entendendo que esse tema se usado para qualificar negativamente um
restringe à divulgação ou que serve apenas profissional.
para ser um apoio comercial. No meio político, o vemos como aquele
No Brasil o termo marketing teve uma que cuida de campanhas de políticos, que
infeliz banalização e disseminação, muitas muitas das vezes são incompetentes e cor-
falácias confundem o termo com propaganda, ruptos. Por isso, entender seus conceitos é
promoção, publicidade e vendas. de fundamental importância para que este
Analisando a fundo a raiz destas confusões cenário compreenda a definição correta
e equívocos acerca da palavra marketing, os destes termos.
termos terminados em ing exigem mais que No decorrer deste artigo veremos a
uma só palavra para sua definição, sendo importância desta área dentro da empresa
que o sufixo ing (de origem inglesa) tanto e porque não devemos terceirizá-la. Primei-
indica um gerúndio quanto um substantivo. ramente, iremos definir melhor o conceito
O marketing nunca encontrou por aqui de marketing na indústria.
uma interpretação digna do seu real signifi- No setor industrial, ainda nos vemos
cado, entretanto, uma das falácias que mais amarrados a conceitos e paradigmas de um
rebaixam a classe dos seus profissionais é ser passado conservador, tanto nas estratégias de
chamado de “marqueteiro”, isso mesmo - no marketing quanto na comunicação, bastante
diminutivo - pois esta palavra não merece restritos aos pensamentos das lideranças
tal destaque, é o puro aportuguesamento acomodadas em suas posições e no receio
da expressão marketeer usada no inglês para da inovação.
identificar as pessoas que trabalham com É muito comum você se deparar na
marketing. indústria com empresas que de certa forma
“
são bem sucedidas, mas com grandes Comunicação "vendendo" as receitas
"falhas de marketing". Exemplos disso de sucessos através de ferramentas de
vemos nas tradicionais revistas B2B, workflow, e-marketing e links patroci-
anúncios que mostram a pura falta de nados no Google, quando na verdade
...a área de profissionalismo com erros gritantes ou muitas das empresas na indústria não
nos sites que parecem verdadeiros blogs têm uma equipe de marketing própria,
marketing é uma abandonados. que dará o suporte necessário para essas
Muito se perde, pois estas ações ações internamente, ficando à mercê de
área estratégica não levam em conta a importância da um péssimo investimento.
”
formado, principalmente quando este muitas das ações e decisões devem ser
incluindo a direção pertence a gerações mais tradicionais, feitas internamente, até porque envolvem
que, por receio de algo que não viveram muitas vezes informações sigilosas e
da empresa... ou não vivem, não se arriscam. estratégicas da empresa, que não podem
Marketing é muito além de saber o cair "na boca do mercado".
que o mercado pensa e deseja, é saber Enfim, no cenário competitivo indus-
como oferecer, como ser inovador e ao trial, uma empresa que quer realmente
mesmo tempo criativo. ter um marketing industrial eficiente,
Uma definição conceitual de Marke- precisa ter sua própria estrutura interna,
ting que gosto bastante, apesar de não ser mas essa estrutura pode ter o apoio de
definitiva: “É uma função organizacional uma consultoria, agências de design e
e um conjunto de processos que envolvem comunicação, dando suporte quando e
a criação, a comunicação e a entrega de onde for necessário.
valor para os clientes, bem como a admi- Entretanto, a área de marketing é
nistração do relacionamento com eles, de uma área estratégica da empresa e inter-
modo que beneficie a organização e seu dependente de diversas áreas, incluindo
público interessado. (AMA - American a direção da empresa. Recomendo sim a
Marketing Association). terceirização de ações específicas, devi-
Toda decisão de compra tem compo- damente focando o plano de marketing,
nentes racionais e objetivos, e componentes mas defendo uma postura de profissionais
emocionais. Como marca é associada ao full time, sentindo a realidade da empresa
produto, ela é um bom exemplo disso: e descobrindo diariamente como os seus
marca tem elementos tangíveis, racionais, clientes e mercado pensam, este é o grande
e outros intangíveis ou emocionais. desafio do Marketing Industrial.
Marketing industrial deve ser feito No segmento B2B e B2C, o que
para todos, não saindo do princípio B2B conta muito é a sua expertise, as empresas
(business-to-business) ou B2C (business-to- comprarão seus produtos ou serviços se
-customer). Um case que responde a esta acreditarem na sua competência, e isto
tese é a empresa Tetra Pack, que passou gerará credibilidade e confiança.
um bom tempo fazendo propaganda em Já imaginou como serão as empresas
mídia de massa, sendo que nenhum con- lideradas pelas gerações Y e Z? Tenho
sumidor final comprou embalagens, mas certeza que ousadia e inovação serão
sim a marca, originando o conceito do suas marcas registradas. Fica aqui este
“Por que não pensei nisto antes?”, levando questionamento, sucesso a todos, câm-
sempre em consideração o uso das regras, bio, desligo! MA
do público-alvo e toda a sua atmosfera.Por
isso é de fundamental importância que a
área de Marketing não seja terceirizada, Adriano Oliveira, formado em Publicidade e
pois é a "coluna cervical" da empresa, e Propaganda pelas Faculdades Integradas de
sem ela a empresa não fica de pé. Bauru (FIB), responsável pelo Departamento
de Marketing na Mectrol do Brasil, tem
É muito comum vermos diversas especializações em Design, Marketing
empresas da área de Marketing Digital/ Digital e eventos industriais.