Mecatrônica Atual Edição 58 PDF

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Editora Saber Ltda Marketing Industrial

Diretor
Hélio Fittipaldi
Nesta edição trazemos a contribuição do Adriano
Oliveira, responsável pelo Departamento de Marketing
da Mectrol. O artigo sobre “Marketing Industrial” foi o
www.mecatronicaatual.com.br resultado de uma conversa que tivemos a respeito desse
assunto em nosso país, e a maneira pouco profissional
Editor e Diretor Responsável como ele é tratado. Muitos pensam que marketing é uma
Hélio Fittipaldi coisa trivial e que qualquer um pode ser contratado para
Revisão Técnica dirigir as ações da empresa, claro que sob a supervisão
Eutíquio Lopez do dono ou do gerente de vendas, mas sem autonomia
Redação e poder de decisão.
Augusto Heiss Quem assume esta função, por mais boa vontade
Rafaela Turiani
que tenha, sem um embasamento técnico não consegue Hélio Fittipaldi
Publicidade valorizar a marca da empresa e nem promover as vendas.
Caroline Ferreira
Nikole Barros
Mesmo o recém-formado em Marketing, sem experiência, pode tornar-se uma péssima
solução para a empresa.
Designer
Diego Moreno Gomes
O produto industrial com vendas de empresa para empresa, o conhecido B2B, é geral-
mente de produtos que requerem uma venda com suporte técnico, sendo de média e longa
Colaboradores
Adriano Oliveira, Alex Pisciotta, Cesár Cassiolato,
maturação. A equipe de vendas está preparada adequadamente para a venda acontecer?
Cleiton Rubens Formiga Barbosa, Delcio Prizon, O vendedor conhece bem os produtos que está vendendo? Quantas horas de treina-
Igor Marcel Gomes Almeida, Edson A. de Araujo mento passou neste último ano? O material referente a vendas, catálogos, amostras, etc,
Querido de Oliveira, Emerson Luiz Anaia Duque,
é bem feito? E os banners?
Fabiano Rosa, Francisco José Grandinetti,
Luiz Eduardo N. do Patrocinio Nunes, Quantos não se julgam aptos a fazer um banner acreditando que está "bonitinho", e
Marc Solomon, Rob Hockley, Ron Beck quando o publicam no site... não geram contatos e nem conseguem valorizar a marca?
Nessa hora, o "errado" passa a ser o site que hospeda e não o "artista" que executou
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339
publicidade@editorasaber.com.br o banner. Outra coisa que não se tem atenção, normalmente, é levantar a estatística de
acessos (clicks) e visualizações (views). Sem este controle não iremos notar que pequenas
Capa modificações no layout do banner podem gerar muitos acessos, além daqueles minguados
Banco de imagens - www.sxc.hu
e costumeiros?
Impressão
Neograf Gráfica e Editora Muitas empresas gastam dinheiro à toa, pois não cuidaram de todos os detalhes e
Distribuição não fizeram um plano de marketing. Um plano bem feito, além de economizar recursos,
Brasil: DINAP promove a marca e aumenta as vendas. Pensem nisso!
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800

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3
índice
27
32
18 Gestão da Inovação na
Automação Industrial

23 Comandos básicos para supervisório


com fala feito em Excel

27
Controle de Acesso
Automático de Veículos

32
Profibus – Instalação Avançada
Parte 1

38
Vírus em Redes Scada: Proteção
Garante o Faturamento

40 SIL ou não SIL?


Eis a Questão

42 Avaliação de Propriedades Termodinâmicas

38 e Termofísicas da Aplicação de
Hidrocarbonetos em Refrigeradores

Editorial 03
Eventos 06
Notícias:
Nova linha de ferramentas para pneus
fora de estrada, da Schrader .........................................................08
Lentes líquidas para o leitor DATAMAN 300 .......................09
Sensores de Funcionamento por Radar,
da Banner Engineering ....................................................................10
Padrão Ethernet, cada vez mais no chão de fábrica .................10
Novo Detector de Chama, Paragon ...........................................11
Medidor de vazão econômico para gases
de utilidades, da Endress+Hauser ................................................12
Novo analisador de vibração FastTracer, da Sequoia ...........13
Esteira porta-cabos Igus ...................................................................13
Novo Software para Programação de
Máquinas: Fikus VisualCam 17 .......................................................14
Índice de Anunciantes: Varta Consumer Batteries utiliza VisionPro 3D
na produção de baterias ................................................................14
Cognex ............................... 05 Metaltex ............................ 29
Altus .................................... 07 Nova Saber ......................... 31 Equipamentos Médico-hospitalares .............................................16
Patola ................................... 11 Nova Saber ......................... 47 Portal Mecatrônica Atual .................................................................16
MDA 2013 ............................ 15 Mouser ....................... Capa 02
Fluid&Process 2013 ........... 17
SPS IPC Drives 2012 ........... 21
Rio Mech 2012 .......... Capa 03
Festo ............................ Capa 04
Chão de Fábrica 49
4
literatura
Destinado a técnicos de nível médio, projetistas, acadêmicos de engenharia mecânica
e professores, este livro busca apresentar de forma clara e organizada, toda a
seqüência de passos necessários para o projeto e dimensionamento de circuitos
hidráulicos. Rico em conceitos, figuras, exemplos de aplicações, equacionamentos e
tabelas, ele apresenta a correta forma de dimensionar atuadores lineares e rotativos,
tubulações, bombas e motores hidráulicos, análise de perda de carga (pressão)
e carga térmica, dimensionamento necessário ao reservatório, circuitos série,
paralelo e misto. Aborda também aplicações e dimensionamento de acumuladores e
intensificadores, circuitos seqüenciais, regenerativos e sincronizados, uma introdução
à eletroidráulica, dois apêndices com tabelas de conversão de medidas, normas e
diagramas, além de todas as soluções passo a passo dos exercícios propostos.

Automação Hidráulica - 5a Edição Revisada e Atualizada


Autor: Eng. Arivelto Bustamante Fialho
ISBN: 978-85-365-0210-6
Preço: R$ 99,00
Onde comprar: www.novasaber.com.br

curso
Setembro Outubro
P110 - Automação Pneumática Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II Gestão de Custos Industriais
Organizador: Festo Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP Organizador: SAE Brasil
Data: 17 a 21 (noturno) e 24 a 26 www.saebrasil.org.br Data: 8 e 9
(Diurno) Horário: 8h às 18h
Horário: 8h30 às 17h30 Train the Trainer - Formação de Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II
Duração: 20 horas Multiplicadores Excelentes Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP
Investimento: R$ 750 / participante Organizador: Festo www.saebrasil.org.br
(no Estado de São Paulo) e R$ 780 / Data: 27 e 28
participante (nos demais Estados) Horário: 8h30 às 17h30 Veículos Elétricos e Híbridos
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 Duração: 2 dias/ 16 horas Organizador: SAE Brasil
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP Investimento: R$ 640 / participante Data: 26 e 27
www.festo-didactic.com/br-pt (no Estado de São Paulo) e R$ 670 / Horário: 8h às 18h
participante (nos demais Estados) Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II
Poka Yoke - Técnicas à Prova de Erros Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP
Organizador: Festo Jd. Santa Emília - São Paulo - SP www.saebrasil.org.br
Data: 20 e 21 www.festo-didactic.com/br-pt
Horário: 8h30 às 17h30 Eletrônica Embarcada – Algoritmos
Duração: 2 dias/ 16 horas PN152 - Tecnologia de Vácuo para e Estrutura de Dados – E-learning
Investimento: R$ 390 / participante Sistemas Handling Organizador: SAE Brasil
(no Estado de São Paulo) e R$ 420 / Organizador: Festo Data: 6 a 27
participante (nos demais Estados) Data: 27 Horário: 9h às 18h
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 Horário: 8h30 às 17h30 Local: Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II
Jd. Santa Emília - São Paulo - SP Duração: 1 dia/ 8 horas Cj. 1003 - 10º andar - São Paulo - SP
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Análise de Riscos em Projetos participante (nos demais Estados)
Organizador: SAE Brasil Local: Rua Giuseppe Crespi, 76
Data: 24 e 25 Jd. Santa Emília - São Paulo - SP
Horário: 8h às 18h www.festo-didactic.com/br-pt
//notícias
Nova linha completa de
ferramentas para pneus fora
de estrada, da Schrader
São sete ferramentas portáteis para a desmontagem
de pneus agrícolas e off road, além de três acessó-
rios, que agregam tecnologia superior, ergonomia,
leveza e mobilidade. O resultado é mais segurança
e redução significativa no tempo de troca, uma
operação complexa uma vez que alguns modelos
de pneus podem chegar até 4 metros de diâmetro
A Schrader International, fornecedora de soluções de sensores,
válvulas para pneus e componentes para sistemas de ar condicio-
nado diversifica os seus negócios e introduz no país a primeira
linha completa de ferramentas hidráulicas para desmontagem
de pneus agrícolas e OTR (Off Tire Road). A companhia anuncia
também os investimentos em equipe técnica de campo altamente Outros benefícios relevantes são tecnologia superior, ergo-
especializada nesta linha de ferramentais para assessoria aos nomia, leveza e mobilidade. As ferramentas Schrader são portá-
clientes, além do novo Centro de Formação OTR localizado teis (atingindo no máximo 50 centímetros de comprimento e 25
em Jacareí, no estado de São Paulo, na sede da Schrader, para a centímetros de largura), ergonômicas (em formato apropriado
capacitação de revendas e usuários no uso das novas tecnologias. com hastes para segurar e prender no pneu) e leves (em média
As ferramentas hidráulicas para desmontagem de pneus 11 kg), podendo ser levadas até o lugar de sua utilização.
da Schrader, comercializadas na França, EUA, China e agora “A relação custo-benefício da linha de destalonadores Schra-
também no Brasil, estão divididas em duas linhas distintas: der é muito boa, já que cada equipamento se paga com alguns
linha agrícola – direcionada para pneus de tratores e de alta poucos dias de uso, se levarmos em consideração que uma
flutuação, para os mais diferentes tipos e tamanhos de aros; máquina agrícola ou de OTR parada significa perda de dinheiro.
e linha OTR – destinada para pneus de veículos usados nas Ou mesmo, se considerarmos a possibilidade de dano no pneu,
áreas de mineração, logística portuária e infraestrutura (cons- que frequentemente ocorre no processo manual de troca que
trução e terraplanagem), como pás carregadeiras, caminhões ainda predomina nas empresas. Pneus off road podem custar até
fora de estrada e motoniveladoras. Na parte de acessórios, a R$ 80 mil cada, dependendo do tamanho”, destaca Storniolo.
empresa apresenta também o dispositivo Barjuky, a Bomba
Hidropneumática e o Distribuidor Hidráulico para o uso de Ferramentas Hidráulicas
mais ferramentas simultaneamente. Destalonadores Compact e Mini-Kousma
“O setor agrícola deve crescer exponencialmente no Brasil, O modelo Compact (5 kg) é utilizado para afastar o pneu e a
país que é um grande celeiro mundial, com o aumento da popu- roda com uma força de 2.500 kg. É indicado para aro simples ou
lação e a necessidade de volumes cada vez maiores de alimentos. de uma única peça, de veículos agrícolas (como tratores), com
Também acreditamos na demanda crescente de infraestrutura diâmetros variados e pneus de alta flutuação. Já o Mini-Kousma
com os Jogos Olímpicos e a Copa, além do aquecimento do (8,7 kg), possui a mesma função do anterior, mas imprime uma
setor de mineração. Fatores que impõem como imperativo a força de 2.830 kg.
eficiência e otimização de recursos e que são campos férteis
para a boa aceitação de nossas ferramentas off road”, diz Carlos Destalonador Shuttle-T
Storniolo, diretor geral da Schrader Brasil. O modelo Shuttle-T (6,8 kg), capaz de imprimir força de des-
O lançamento da Schrader é inovador. A empresa introduz talonamento de 13.700 kg, foi desenvolvido para veículos fora de
no Brasil ferramentas funcionais sem paralelo no mercado. São estrada com aros de cinco peças e diâmetros entre 25” e 45”.
soluções profissionais que substituem alavancas, marretas e
outras ferramentas rudimentares perigosas por equipamentos Destalonadores Kousma e Maxi-Kousma
modernos e adequados ao trabalho, que resultam em mais O modelo Kousma (13,2 kg), capaz de imprimir uma força
segurança e redução significativa no tempo de troca dos pneus de destalonamento de 4.536 kg, foi desenvolvido para veículos
(operação complexa que pode envolver pneus de até quatro fora de estrada com aros de três peças e diâmetro entre 25”
metros de altura, como os modelos utilizados nos veículos da e 29”. O Maxi-Kousma (13,5 kg), por sua vez, possui a mesma
área de mineração). função do Kousma, com a mesma força e comprimento do

8 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


//notícias
Lentes líquidas para o leitor de
código de barras DATAMAN 300
A Cognex anunciou o acréscimo de lentes líquidas para
as séries de leitores de código de barras de montagem fixa,
DataMan® 300. O novo acessório permite que qualquer leitor
DataMan 300 seja atualizado facilmente a partir de foco fixo para
foco automático. A tecnologia de foco automático variável das
lentes líquidas é ideal para aplicações que exijam uma grande
profundidade de campo, ou quando um novo foco seja necessário
depois de uma mudança de produto.
O destalonador "A lente líquida é um poderoso adicional à nossa série de leito-
Kousma (13,2 kg) res de identificação DataMan 300," diz Carl Gerst, vice-presidente
e Maxi-Kousma
(13,5 kg) com e gerente da unidade de negócios, sobre os produtos de identifi-
força de 4.536 kg, cação. "O recurso de foco automático torna o ajuste a diferentes
de veículos fora distâncias de trabalho tão simples quanto apertar um botão".
de estrada, da O recurso de ajuste inteligente do DataMan 300 seleciona
Schrader. automaticamente a melhor configuração para iluminação integra-
da e para foco automático para cada aplicação. Esse processo de
gancho de aperto maior, mas atende aros de três peças ajuste garante que o leitor de código de barras será configurado
com diâmetros igual ou maior que 29”. para alcançar as taxas de leitura mais altas possíveis para 1-D, 2-D
e DPM (códigos de marcação direta na peça). As lentes líquidas
Destalonador Magma também podem ser ajustadas com software ou comandos de
O modelo Magma (12 kg), capaz de imprimir força de série sem a necessidade de tocar o leitor.
destalonamento de 20.000 kg, foi desenvolvido para aros de Para leitura de apresentação, leitura de palete e aplicações
veículos fora de estrada de grandes dimensões, com diâme- com classificação de pacote pequeno, as lentes líquidas podem ser
tros entre 45” a 63”. configuradas para percorrer o alcance focal total das óticas e ler
códigos de barras sob uma vasta gama de distâncias de trabalho.
Acessórios O DataMan 300 está disponível em dois modelos. Ele tem uma
Bomba Hidropneumática resolução de 800x600 pixels, e o DataMan 302 é um modelo de
Utilizada em todas as ferramentas hidráulicas, o equi- alta resolução, com 1280x1024 pixels. Este último é ideal para
pamento de funcionamento ar-hidráulico depende de uma leitura de códigos DPM pequenos, geralmente encontrados em
linha de ar comprimido que ofereça no mínimo 100 libras aplicações nas indústrias eletrônicas e automotivas.
de pressão para funcionar e amplifica a pressão de saída Os leitores DataMan utilizam os mais avançados algoritmos
hidráulica para 700 bar ou 10.000 psi. Não requer esforço de leitura de códigos. 1DMax+™ usa a tecnologia Hotbars™
do operador e mantém bombeamento contínuo de óleo (de patente pendente), que pode localizar e extrair dados de
para alimentação da ferramenta com vazão de até 0,7 l/min. códigos mais facilmente e com maior precisão que qualquer
outro sistema. O algoritmo 2DMax+™ fornece desempenho de
Distribuidor Hidráulico leitura superior em código 2-D (com marcações precárias ou
O distribuidor hidráulico é um produto desenvolvido danificadas em ambas as linhas estacionárias) e de alta velocidade.
pela Schrader, especialmente para a necessidade brasileira, O acessório lente líquida para o DataMan 300 está disponível.
que junta o acionamento de até quatro destalonadores ao Para obter mais informações sobre a série DataMan 300, visite
mesmo tempo em uma mesma bomba. O dispositivo agiliza www.cognex.com/300.
ainda mais a troca do pneu, na medida em que quatro des-
talonadores afastam todo a extensão do diâmetro do pneu.

Dispositivo Barjuky
É um produto mecânico que auxilia na liberação do
anel-trava e demais flanges, permitindo a troca do anel de
vedação (O’Ring) sem remover o pneu do aro e veículo. Está
disponível na versão R155134 ( para aros com diâmetros
entre 25” e 39”) e R155135 ( para aros com diâmetros entre
29” e 51”). Oferece total segurança e agilidade na operação,
garantindo mobilidade plena para o uso do dispositivo. O leitor de código de barras, agora com lentes líquidas, da Cognex.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 9


//notícias
Sensores de Funcionamento por Radar Os sensores são
baseados em
radar e possuem
Detecção Confiável de Objetos Estacionários (ou longo alcance
em Movimento) em todas as Condições Climáticas (canto superior
esquerdo), grande
amplitude (canto
A Série R-GAGE, da Banner Engineering (www.banneren- superior direito)
gineering.com), detecta veículos e ajuda a prevenir colisões. e feixe estreito
Lançada por essa empresa, a nova série de sensores baseados em (parte inferior).
radar, possui recursos aperfeiçoados para detectar grandes objetos contêiner.
em difíceis situações externas. Os sensores R-GAGE são aplicados
na prevenção de colisões e no monitoramento de veículos em
portos de contêineres, sistemas de trânsito e estacionamento,
manufatura, mineração, manuseio de materiais e ferrovias.
Os novos sensores proporcionam a redução de 'zona morta',
detectando objetos mais próximos. O radar de onda contínua
de frequência modulada (FMCW, na sigla em inglês) oferece
detecção confiável em quase todas as condições climáticas, não
sendo afetado por chuva, neve, vento, nevoeiro, luz, umidade
ou temperatura. Ele também detecta objetos estacionários que
não podem ser detectados pelo radar Doppler.
Os sensores oferecem dupla zona de detecção para prevenir
colisões entre guindastes portuários. Além disso, podem au-
mentar a eficiência na movimentação de contêineres, fornecen-
do informações precisas de posição ao operador do guindaste.
Há modelos disponíveis para aplicações que necessitam lon-
go alcance (até 40 m), grande amplitude e feixe estreito. Todos
apresentam a facilidade de configuração através de chaves DIP, Os sensores ajudam a prevenir colisões de guindastes em
sem necessidade de PC. portos de contêiner.

Padrão Ethernet, cada vez Com a tendência entre as empresas de aumentar a disponibi-
lidade das plantas fabris para ter uma constância ou aumento na
mais no chão de fábrica produção, e de conseguir produzir de maneira mais flexível – de
Vantagens da tecnologia foram apresentadas no acordo com a demanda – o controle das fábricas à distância
Workshop Internacional de Automação e Tecno- aumenta sua importância. Com ele, é possível que um centro
de decisão acompanhe, controle e otimize o fluxo de produção
logia da Informação, que o SENAI/SC promoveu em vários pontos, distantes geograficamente.
em Florianópolis Essa integração escritório-fábrica, no entanto, muitas vezes
O padrão de redes Ethernet, antes usado principalmente esbarra nas diferenças de padrão de comunicação entre máquinas
nos ambientes de escritório e doméstico, está ganhando cada e entre máquinas e computadores, o que não acontece quando
vez mais espaço também no ambiente fabril - e promovendo a o padrão Ethernet é adotado. “Um dos principais benefícios
comunicação entre equipamentos e entre centrais de controle e do uso da Ethernet é a possibilidade de usar o mesmo padrão
o chão de fábrica. Para se ter uma ideia, somente a especificação desde o escritório até o chão de fábrica, trazendo uma redução
Profinet, uma das adequações possíveis das redes Ethernet no de interfaces, além de possibilitar a transparência fácil de dados
ambiente industrial e a mais utilizada, aumentou o número de nós em qualquer ponto da planta”, explica Robert Gries Drumond,
(ponto de rede) a uma taxa de quase 40% ao ano na última década. responsável pela área de negócios da Siemens Factory Automa-
A tecnologia foi uma das tendências apresentadas no tion no Brasil, que falou sobre o tema no Workshop Internacional.
Workshop Internacional de Automação e Tecnologia da Infor- Segundo ele, que também é vice-presidente da Associação
mação e Comunicação, em Florianópolis. O evento gratuito, foi Profibus/Profinet da Regional Brasil, a comunicação via padrão
promovido pelo SENAI de Santa Catarina, entidade do Sistema Ethernet proporciona maior produtividade e redução de custos de
Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). instalação, operacionalização e manutenção. Isso porque a adoção

10 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


Novo Detector de Chama: Paragon
//notícias
O Paragon é o detector de chama capaz de realizar
também a leitura da temperatura da chama. Este detector
faz parte da série de produtos integrais da Fireye para a se-
gurança em combustão, em ambientes de multiqueimadores,
ou mesmo de queimadores simples. Embora se utilize apenas
da radiação IR, é indicado para queima de gás e óleos, leves
e pesados, e de uma variedade de carvões, pois possui avan-
çadas técnicas de sensoriamento e discriminação de chama,
tais como flicker frequency e comparação da assinatura da
chama aprendida com sinal em tempo real
Para tanto, o detector de chama possui dois sensores: um
detecta a existência da chama e o outro infere a temperatura
da mesma, por meio da técnica do corpo negro. Ele ainda
realiza auto-diagnóstico, incorpora 3 relés de chama internos
(um para a temperatura e dois para a chama) e dois sinais 4-20
mA (temperatura e chama), que se comunicam diretamente
com o sistema BMS (Burner Management System), eliminando
assim a necessidade de controladores ou outros módulos.
O Paragon foi concebido para diversas aplicações, entre
elas, as que dependem de combustão acima de ou em deter- Por meio da técni-
minada temperatura, assim como incineradores, combustão ca do corpo negro,
o Paragon detecta
de gases de processo e aplicações com baixíssima emissão a existência da
de NOx. O equipamento também interage com o software chama e infere a
FEX1 (Fireye Explorer), o qual permite ao usuário obter maior temperatura da
controle e mais informações sobre o funcionamento do mesma.
detector de chama Paragon e da combustão.
A Vorah representa e distribui os produtos e serviços
Fireye em todo o Brasil.

de padrão também unifica o uso dos sensores, cabeamento e


atuadores – já que não é preciso comprar para cada um dos
padrões. “É possível ajudar o cliente a reduzir os custos em
até 40% em todo ciclo de vida da planta”, garante. Isso, claro,
sempre assegurando o real-time, ou seja, a certeza de a comu-
nicação será feita no tempo necessário. Afinal, no ambiente
fabril, diferente do uso doméstico, décimos de segundo de
atraso na comunicação entre máquinas fazem toda a diferença.
Comparado aos outros padrões, Drumond afirma que o
Ethernet possui alto desempenho, quantidades de equipa-
mentos conectáveis praticamente ilimitados e uma operação
mais simples. No mais, permite tanto o uso comum de redes
(acesso a servidor, conexão entre máquinas, internet), sem
comprometer as necessidades especiais do cliente industrial.
O Workshop Internacional de Automação e Tecnologia da
Informação, do SENAI/SC, contou com palestras com repre-
sentantes das empresas de referência como Cisco, Siemens
e da Sociedade Fraunhofer, uma das principais instituições
de pesquisa e inovação tecnológica da Europa. Estiveram
em discussão, temas como robótica, computação em nuvem,
Ethernet industrial, pesquisa aplicada e sustentabilidade.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 11


//notícias
Medidor de vazão econômico
para gases de utilidades,
da Endress+Hauser
Em muitos setores da indústria existem gases como Ar
Comprimido, Nitrogênio, Dióxido de Carbono ou Argônio.
A produção, transporte, distribuição e compra desses gases
consomem uma considerável quantidade de energia e dinheiro.
E o objetivo de qualquer operador está claramente definido:
controle eficiente do processo e baixo custo de operação. O
a)
novo medidor de vazão termal t-mass 150, da Endress+Hauser,
foi desenvolvido com esse objetivo.
Seja para o monitoramento e controle de ar comprimido,
para alocação de custo, detecção de vazamento ou uso em
sistemas de gerenciamento de energia, o t-mass 150, que tem
um turndown de até 100:1, é capaz de medir pequenas vazões,
mesmo em baixa pressão.
Como um medidor de vazão multivariável, o t-mass 150
mede não apenas a vazão mássica, mas também o volume
corrigido de vazão, a temperatura do processo e a vazão
equivalente em free air delivery (FAD). Devido ao princípio de
medição térmica, não é necessário nenhuma compensação de
pressão ou temperatura.
Por conta do “Gas Engine” integrado ao dispositivo, usuários
podem implementar o medidor com excelente flexibilidade. O
“Gas Engine” torna possível mudar entre diferentes gases sem
c)
a necessidade de recalibração.
Para instalação em dutos retangulares ou em tubos de DN15
a DN1500 (1/2” à 60”), disponível em versões em linha e inser-
ção. Uma grande variedade de conexões de processo pode ser
escolhida, tal como roscas, flanges comuns ou flanges lap-joint.
O sensor em aço inox e o automonitoramento contínuo da
eletrônica fornecem operação confiável por um longo período.
O equipamento pode ser usado em temperaturas de proces-
so de -40 a +100ºC e pressões de até 40 bar. A operação via o
menu guiado em português, com textos adicionais explicativos,
garante o rápido comissionamento.

Produção eficiente de ar
comprimido – um exemplo b)
A maior parte da energia usada na produção de ar compri-
mido é perdida sem necessidade, seja por meio de vazamentos,
pressão excessiva no sistema ou calor desperdiçado dos com-
pressores. Como parte de um sistema de gerenciamento de
energia, o t-mass 150 pode fornecer as respostas necessárias
para questões importantes ao consumo de energia ou demanda
regular de ar comprimido.
Outros campos de aplicações estão na correta alocação de
custos da produção de ar comprimido para diferentes setores,
assim como uma medição confiável do consumo para controle
e otimização do processo. Como resultado, esse medidor
econômico permite uma operação econômica. Fa. Proline t-mass B 150 (versão inserção).
Fb. Proline t-mass A 150 (versão inline com flanges).
Fc. Proline t-mass A 150 (versão inline, conexão
roscada).

12 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


//notícias
Esteira porta-cabos Igus®
A esteira porta-cabos Igus® se adequa a todos os tipos de
ambientes e zonas climáticas, e é utilizada em vários tipos de
movimentos e cursos, podendo também ser utilizada na posição
vertical e fazendo os movimentos de “zigue-zague”. Ela melhora a
condução e proteção dos cabos e mangueiras em movimentações;
se adapta a muitas máquinas e acessórios para montagens e ajuda
na condução de cabos “bus” e dados mais sensíveis.
As esteiras porta-cabos Igus® se aplicam em diversos seg-
O FastTracer é usado na manutenção mentos como por exemplo, indústria petrolífera, máquinas para
preditiva, evitando paradas na produção.
cortes, guinchos plataformas, empresas que utilizam pontes
rolantes, entres outras.
Novo analisador de vibração
Esteira porta-cabos
FastTracer, da Sequoia “E6”: 37% mais leve
A Sequoia apresenta equipamento portátil e com- A segunda geração, a
pacto para executar análise de vibrações e detectar E6.1, é até 37% mais leve
e mais silenciosa. Além
desbalanceamento, folgas, desalinhamento e pro-
da facilidade de montá-
blemas de rolamento. -la e da possibilidade de
A Manupre, distribuidora exclusiva no Brasil dos produ- uso em outros tipos de
tos da Sequoia – empresa italiana especializada em soluções aplicação construtiva.
avançadas para monitoramento de vibrações – apresenta Essas alterações tor-
o lançamento FastTracer, um equipamento portátil voltado nam a proteção de seus
à medição e análise de vibrações, ideal para ser usado na cabos e tubos mais re-
manutenção preditiva. “O produto é essencial para pre- sistente, fazendo com
ver e detectar problemas de desbalanceamento, folgas, que aumente a vida útil
desalinhamento e rolamento. Identificando esses pontos, do produto.
é possível prevenir paradas de produção e, consequente-
mente, evitar prejuízos financeiros e equipe ociosa enquanto Esteira porta-cabos “E6” da Igus®:
mais leve e mais silenciosa.
a máquina é consertada”, orienta o diretor da Manupre,
Fábio Chavernac.
A conexão do FastTracer é feita por meio da porta USB
do computador dando um retorno de medição imediata,
como onda no tempo, espectro de frequências, real, RMS,
pico a pico, aceleração, velocidade e deslocamento. Tudo
isso nos três eixos simultaneamente. “A interface desta
tecnologia permite uma visualização das informações em desgaste das peças mecânicas analisadas. Já em pesquisa e análise
tempo real, registra aquisições de dados e fornece relató- de estrutura pode monitorar edificações, pontes e estruturas em
rios automáticos, possibilitando o envio pela internet para geral, por conta de sua sensitividade mesmo em casos de vibrações
suporte remoto ou para medições centralizadas, além do em baixas frequências.
armazenamento pós-processamento em arquivos de Excel”, Características técnicas:
complementa Chavernac. - Pequeno (30 x 55,5 x 15 mm), tamanho similar a uma caixa
Outro benefício do equipamento é que ele utiliza a de fósforo;
tecnologia MEMS (Micro-Electro-Mechanical-System), que - Baixo peso (55 g);
significa Micro Sistema Eletromecânico, sendo que o sensor - Fácil de transportar;
em três eixos trabalha com mercúrio e dispensa a calibração - Fornecido com CD para instalação imediata;
periódica, sempre garantindo a segurança e aumentando a - Resistente a choque mecânico de até 10000g;
vida útil dos maquinários. - Proteção IP67;
A solução FastTracer é indicada tanto para a indústria - Imunidade contra distúrbios garantida pela comunicação digital;
como nas pesquisas ou análises de estruturas. No setor - Possibilidade para extensão de cabo de até 30 m;
industrial, sua aplicação é indicada para motores, turbi- - Registro em banco de dados;
nas, engrenamentos, rolamentos, ventiladores e sistemas - Configurável em várias escalas de alarmes em baixas e altas
complexos, permitindo uma rápida visualização de fadiga e frequências.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 13


//notícias
Novo Software para Programação Varta Consumer
de Máquinas: Fikus VisualCam 17 Batteries utiliza
VisionPro 3D na
A Fitso - Soluções em Tecnologia CAD/CAM/CAE em par- produção de baterias
ceria com a Metalcam apresentou o lançamento da nova versão
do Fikus VisualCam, software para programação de máquinas A Varta Consumer Batteries GmbH & Co. KgaA, em
com controle númerico CNC, tais como tornos, centros de Dischingen, Alemanha, produz cerca de 1 bilhão de baterias
torneamento, eletroerosão a fio, corte a fio e jato d'água. portáteis anualmente. A fim de atender às demandas dos
O Fikus VisualCam 17 traz uma série de melhorias em todas clientes por qualidade dos produtos, a empresa depende de
as aplicações, novas funcionalidades e desenvolvimentos para um alto grau de automação. A Varta tem limites rígidos de
melhorar a automação e a produtividade. Conheça algumas delas: tolerância para a produção de pilhas, especificamente para
as interfaces para transferência de energia (ou seja, os polos
Torno 2 Eixos positivo e negativo). Baterias que tenham falhas mecânicas
A fim de calcular mais precisamente o tempo de processos, ou defeitos de desempenho devem ser rejeitadas. No en-
é possível definir o avanço rápido e o tempo de troca das ferra- tanto, a empresa também se preocupa com a preservação
mentas em cada máquina. Também pode-se colocar o arquivo da eficiência de produção e redução de custos e, por isso,
de tabela de ferramentas em uma pasta definida pelo usuário, é importante inclusive manter a proporção de rejeições a
e compartilhá-la entre vários usuários. mais baixa possível.
Visualização padrão (ZX+ ou ZX-) na configuração da A Varta aku.automation selecionou sistemas de visão
máquina. Agora podemos escolher a visualização padrão do compostos com o software VisionPro® 3D e uma câmera
torno, em X negativo ou positivo, para coincidir com o layout SmartRay 3D. Eles foram bem-sucedidos na obtenção de
da máquina usada. 100% de detecção de falhas e de rejeição mínima de peças
Verificação de colisão para ferramentas de canal com ângulo. aceitáveis em sete linhas de produção com este sistema de
Verificações de colisão de ângulos em ferramentas de canal visão alocado.
foram adicionadas ao cálculo.
Uma diferença pequena, mas importante
Eletroerosão a Fio Até a introdução de sistemas de visão industrial, seres
Agora, você pode importar as trajetórias e processos com- humanos inspecionavam produtos para identificar possíveis
pletos de outro arquivo Fikus. Assim, se tivermos um arquivo defeitos mecânicos. Em 2010, a Varta passou a utilizar vi-
no qual criamos uma estratégia de usinagem e implementamos são 2-D para detectar defeitos de qualidade causados por
diferentes processos, aplicaremos essa mesma estrutura para contaminação e distorção mecânica ao invés de pessoal.
um novo arquivo, simplesmente importando a usinagem para Entretanto, esses sistemas identificavam pseudo-rejeições
o novo arquivo. a uma taxa inaceitável de 8 a 10%. Mesmo as mais peque-
Ponto de troca da tecnologia definido pelo usuário. Agora nas partículas de contaminação, que não tinham qualquer
é possível definir o ponto onde ocorre a troca de tecnologia, efeito negativo sobre qualquer desempenho da bateria ou
sendo viável definir esse ponto também no movimento de sua aparência, eram classificados pelos sistemas de visão
entrada e no contorno. 2-D como defeitos.
Diferentes tipos de movimentos de entrada/saída para o con- A Varta aku.automation resolveu este problema usando
torno foram adicionados: livre, perpendicular, tangente “gota”, uma câmera SmartRay 3-D em combinação com o poderoso
tangente semicircular, tangente “bala”, tangente “sino”, etc. software VisionPro® 3D. Este novo sistema fez a diferen-
ciação entre a contaminação e distorção mecânica fácil e
Centro de Torneamento reduziu as taxas de pseudo-rejeição para um nível aceitável.
Suporte aos centros de torneamento: 2 Spindles/ 2 Torres,
1 Spindle/ 2 Torres, 3 ou mais Spindles / Torres. Eixos X,Y,Z,B Desempenho sem limites
e C são alguns dos exemplos suportados. No processo de testes do sistema de visão 3-D, a Varta
Implementado um novo algoritmo computacional para gerar usou o software VisionPro 3D para compilar um catálogo
o contorno de revolução de um conjunto de superfícies 3D. Este extenso de amostras de referência. Ela é capaz de diferenciar
recurso é particularmente útil para usinagem de peças com a com sucesso a contaminação e defeitos mecânicos, graças ao
tecnologia combinada de Centro de Torneamento, quando a ob- histograma e à ferramenta de análise de blobs do VisionPro
tenção do contorno de revolução do torno não é óbvia nem fácil. 3D, entre outras coisas. As capacidades de multiprocessa-
Software de excelente custo/ benefício, com rápida curva mento do VisionPro 3D entregam o suporte a aplicações de
de aprendizagem e em língua portuguesa. Com menus rápidos, alta velocidade que a Varta requer e o VisionPro 3D permite
poucos cliques e assistentes para facilitar o desenvolvimento que o sistema 3D faça uso das capacidades máximas dos
da programação NC. dispositivos multinúcleos modernos.

14 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


//notícias
Equipamentos médico-hospitalares No segmento médico, a SKF conta com uma extensa linha
de produtos que vão desde guias e atuadores lineares até pi-
Estratégia da SKF consiste em aumentar o índice lares telescópicos. Esses componentes têm a função de ajudar
de nacionalização do segmento e reduzir as perdas a empurrar, baixar ou levantar uma cama hospitalar, aparelho
da balança comercial de tomografia ou cadeira odontológica.
“É um setor que não para de crescer. Somente no ano pas-
sado foram movimentados mundialmente cerca de US$ 690
A SKF do Brasil está atenta ao saldo negativo da balança milhões com a venda de equipamentos médico-hospitalares.
comercial no setor da Saúde, que deve atingir a cifra recorde O Brasil é um importante player e estamos atentos às mais
de US$ 12 bilhões neste ano. Para ajudar a minimizar essas recentes movimentações de mercado. Vamos entrar forte
perdas, a companhia sueca decidiu aportar por aqui com uma nessa disputa”, revela Paola.
plataforma de produtos e serviços em mecatrônica. Essa tec- Além do setor médico, a SKF está de olho em outros seto-
nologia auxilia, por exemplo, no acionamento e controle de res importantes, como o de máquinas-ferramenta, alimentos
movimento de camas hospitalares ou cadeiras odontológicas. e bebidas, automotivo, agrícola e petroquímico. “Atuamos no
Com a chegada dessa ciência no Brasil, a empresa espera que mundo com cera de 500 engenheiros altamente capacitados
fabricantes de equipamentos médico-hospitalares aumentem o em mecatrônica. É uma equipe qualificada e especializada em
índice de nacionalização de suas máquinas e ajudem a diminuir soluções de engenharia avançada. Essa tecnologia está sendo
o déficit transacional na Saúde. transferida agora para o Brasil”, detalha a executiva.
“Enquanto o Governo Federal negocia a instalação de O Grupo SKF está presente em 10 países com sua plataforma
fábricas no País com grandes fabricantes de equipamentos de mecatrônica. Tem operações no Canadá, Suécia, Estados
médico-hospitalares, podemos fornecer produtos e serviços Unidos, Alemanha, Itália, China, Tailândia, Suiça, França e Itália.
em mecatrônica que ajudam a melhorar o desempenho, a “Estamos trazendo para cá diversas opções de produtos e
produtividade e a eficiência dessas máquinas. São sistemas serviços em mecatrônica. Projetamos faturar em torno de R$
mecânicos, eletrônicos e de controle totalmente integrados e 10 milhões a partir de 2015”, antecipa Paola. Todos os produtos
dotados de moderna tecnologia”, conta Paola Jimenez, gerente poderão ser adquiridos por meio de venda direta ou pela Rede
de Produtos em Mecatrônica. de Distribuição SKF.

Veja no Portal:
www.mecatronicaatual.com.br
Avaliação da Resposta a Transientes de Robôs Industriais
Ao avaliar um robô impulsionado por motor, o consumo de energia do motor e do
controlador devem ser medidos ao mesmo tempo que a velocidade é controlada através
de um padrão de ações.
A empresa que mostra como isso pode ser feito é a Yokogawa que emprega seu
analisador de energia PZ4000.
Por tempo indeterminado, este artigo completo estará disponível gratuitamente no
portal http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/179 . Aproveite!

CLPs e Sensores
Controle de Malha Aberta e em Malha Fechada são as duas formas básicas de Controle
de Processos Industriais.Assim através dos sensores o sistema recebe a confirmação das
ações dos atuadores.
Veja a matéria em http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/862

16 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


automação

Gestão da
Inovação na
Automação
Industrial
Neste artigo, veremos alguns aspectos das áreas de
gerenciamento de projetos e inovação aplicados à Au-
tomação Industrial
Delcio Prizon

A
década de 1970 presenciou o desenvolvi- Institute), na Pensilvânia, Estados Unidos.
mento de uma boa parte de projetos, os Deste trabalho, iniciado em 1969, resultou
quais culminaram para a implantação da um guia do conjunto de conhecimentos em
tecnologia de produção de açúcar e álcool gerenciamento de projetos (o PMBOK), que
no país. Destes projetos, boa parte deles vem sendo atualizado constantemente, e
obtiveram sucesso, e foram o resultado de teve sua quarta edição em 2008.
pesquisas, desenvolvimentos e experimen- Mais recentemente em 2006, os guias
tos práticos cuja finalidade era viabilizar e para gerenciamento de programas e portfólio
melhorar etapas e processos da produção também se tornaram disponíveis. Estes vieram
açucareira de combustíveis. a complementar todas as macroetapas que

saiba mais A tecnologia foi dominada, produtos


foram criados, e também a primeira crise
do setor foi vivenciada, talvez por falta de
envolvem o gerenciamento dos projetos e
empreendimentos, nos quais estamos cada
vez mais envolvidos, principalmente neste
Gerenciamento de energia elétrica
para redução de demanda um planejamento mais amplo ou falta de momento de grandes obras no Brasil.
Mecatrônica Atual 33 avaliação dos riscos envolvidos naquele O trecho descrito no box, extraído de
empreendimento. O gerenciamento das um livro de geografia inspirou este artigo.
Gerenciamento de Ferramentas de
Corte várias etapas existentes seguiu a intuição e No item 2 será discutida a noção de
Mecatrônica Atual 44 a experiência dos vários gerentes e empre- gerenciamentos de projetos, programas e
Gerenciamento de ativos na endedores envolvidos. portfólios e seus principais focos. No itens
manutenção Coincidentemente, na mesma épo- 3 a 5 um detalhamento um pouco maior
Mecatrônica Atual 34 ca, grandes empreendimentos no mundo de cada modalidade de gerenciamento. Pela
Critérios para projetos de automação inteiro estavam carentes de técnicas que extensão do assunto, este artigo apresenta
eficientes pudessem otimizar processos, e torná-los uma visão bastante simplificada das moda-
Portal Mecatrônica Atual mais gerenciados. Surgiu neste período, lidades de gerenciamento, mesmo porque
www.mecatronicaatual.com.br/ uma tentativa de documentação de boas o objetivo é dar uma visão integrada do
secoes/leitura/748
práticas de gerenciamento, trabalho este todo e como a aplicação é benéfica quando
liderado pelo PMI (Project Management adaptada nas corporações.

18 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


automação

O Gerenciamento de Projetos, priorizados e finalmente autorizados. Este objetivo de examinar possíveis soluções. Outra
Programas e Portfólio alinhamento dos objetivos e da estratégia oportunidade que culminará com um novo
Assim como bem definido no PMBOK, da corporação entra no campo do Geren- portfólio se dá com a ferramenta Balanced
“um projeto é um esforço temporário em- ciamento de Portfólio. É através desta ótica Scorecard, onde os objetivos estratégicos serão
preendido para criar um produto, serviço que se estabelece então um novo conceito submetidos à avaliações sob o prisma das áreas
ou resultado exclusivo”. Esta definição é de gerenciamento nas empresas (figura 1). financeira, Marketing, Processos Internos e
muito feliz pois estabelece bem a fronteira a área de Recursos Humanos.
de como um projeto deve ser concebido. A escolha do Portfólio Um exemplo de Balanced Scorecard está
Ou seja, o caráter temporário nos diz que A escolha do portfólio se dá através de vários demonstrado na tabela 1.
todo projeto tem início e fim bem definidos. momentos, sendo um deles no momento em Na maior parte das vezes surgirão ini-
O fim será atingido assim que as entregas que as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento, ciativas de produtos que serão enviados à
planejadas forem criadas. Marketing, Comercial e outras da corporação equipe de projetos para pré-análise. Desta
Temos, portanto, que o gerenciamento visualizam uma oportunidade de mercado pré-análise é dimensionado o tamanho do
de projetos irá se preocupar com a aplicação não atendida pelo atual portfólio disponível. projeto e/ou programa em questão e uma
de conhecimentos, habilidades, ferramentas Tipicamente, acontece uma análise crítica visão inicial do escopo aparece, muito embora
e técnicas para atender os requisitos necessá- junto ao corpo estratégico da empresa com o ainda sem detalhamento.
rios para a criação das entregas. O PMBOK
estabelece como boas práticas a integração Objetivos Indicadores Alvos Iniciativas
Estratégicos
dos processos de iniciação, planejamento,
Perspectiva Financeira
execução, monitoramento e controle e
encerramento. Todos estes processos se Perspectiva Marketing
aplicam à nove áreas de conhecimentos que Perspectiva Processos Internos
são: Integração, Escopo, Tempo, Custos, Perspectiva Recursos Humanos
Qualidade, Recursos Humanos, Comuni- T1. Exemplo de Balanced Scorecard.
cações, Riscos e Aquisições.
Uma vez entendido o conceito de projeto,
o seu caráter temporário e objetivo bem de- A inspiração
finido, podemos então avançar e coordenar De acordo com Schumpeter, a economia logias e a competição tornou-se mais
vários projetos simultâneos com a finalidade de industrial evolui por meio da “destruição acirrada. Finalmente, a fase descendente
obtenção de um benefício maior, só atendido criadora”. Quando um conjunto de novas caracteriza-se por um excesso de oferta
pelas entregas conjuntas de todos os projetos. tecnologias encontra aplicação produtiva, em relação à demanda. As tecnologias
Neste momento, estaremos atuando com o as tecnologias tradicionais são “destruí- que inauguraram o ciclo tornaram-se, a
conceito de gerenciamento de programa. das”, isto é, deixam de criar produtos essa altura, tradicionais. A queda acen-
O gerenciamento de programa tem um capazes de competir no mercado e tuada dos lucros prenuncia mais uma
contexto estratégico bastante definido, pois acabam sendo abandonadas. ruptura na base técnica, que deflagrará
certamente, o agrupamento de quais projetos Na fase inicial, ascendente, do ciclo, as novo ciclo.
devem ser coordenados surge de uma visão novas tecnologias distinguem os empre- As ideias de Schumpeter permitem
corporativa, tipicamente através de um sários inovadores dos que continuam identificar os cinco ciclos - ou ondas - de
comitê estratégico ou Steering Committee. utilizando as tecnologias tradicionais. Os inovação, das fábricas têxteis do século
Um exemplo deste objetivo maior pode ser inovadores são “premiados” com elevadas XVIII até a “era dos computadores” (veja
entendido, no nosso mundo da automação taxas de lucros e erguem verdadeiros a figura abaixo).
industrial, como os recentes lançamentos impérios empresariais. Na fase de esta- Fonte: Magnoli, Demétrio e Araújo,
dos modernos sistemas de automação e bilização, os lucros caem para patamares Regina, Projeto de Ensino de Geogra-
controle, cujo valor é determinado pela menores, pois a maior parte das empre- fia: natureza, tecnologia, sociedades.
operacionalização de todos os projetos de sas adotou o novo conjunto de tecno- São Paulo, Moderna, prelo.
hardware e software operando de forma
síncrona e coordenada, gerando um grande
benefício para o usuário.
Subindo um pouco mais no topo da
hierarquia da corporação, nos deparamos
com aspectos estratégicos que vão além de
um sistema composto por vários projetos e
programas. Para cumprir a missão e visão
da empresa, muitas vezes existem outros
programas e projetos que devem ser identifi- Ciclos ou Ondas de Inovação na Indústria, desde o século XVIII até os dias de hoje.
cados, categorizados, avaliados, selecionados,

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 19


automação

Nesta fase é bastante importante o ge-


renciamento do portfólio, uma vez que uma
decisão errada aqui, levará a um custo muito
grande a partir de então, e espera-se como
resultado um produto que corresponda as
expectativas da área comercial.
Um exemplo de portfólio possível para
uma empresa de desenvolvimento de produtos
de automação e controle aparece como na
tabela 2. Neste modelo de gerenciamento, a
ferramenta Balanced Scorecard será utilizada
para a garantia do cumprimento dos indica-
dores e métricas dos portfólios dos projetos.

O estabelecimento do Programa
Uma vez priorizados os itens do Portfólio,
são então autorizados programas e projetos.
Alguns projetos podem ser melhor gerencia-
F1. Relacionamento dentro da corporação. dos como programas, devido a quantidade
de subprojetos. Um exemplo de programa
Item Investimento NPV (valor Payback Prioridade para uma empresa de desenvolvimento de
necessário presente líquido)
produtos de automação e controle, aparece
Transmissor de
pressão como na tabela 3.
Transmissor de
No caso do ciclo de vida de um progra-
temperatura ma, devemos atender o gerenciamento de
Sistema de resultados e benefícios. O ciclo de vida de
Monitoramento um programa se divide tipicamente em cinco
Controlador fases, separadas entre si por revisões de final
Programável de fase (phase-gate reviews). Ver figura 2.
Gestão de Ativos Na fase de Set-up do Programa, normal-
Sistema Wireless mente será gerado um “roadmap” detalhado
... que irá direcionar o gerenciamento do
T2. Exemplo de Portfólio. programa e definir suas entregas principais.
Os benefícios são gerados a partir da
Programa Sistema de Automação Industrial fase de Entrega de Benefícios incrementais,
Missão ... que é também a fase que consome a maior
Visão ...
quantidade de recursos do programa. Uma
Valores ...
atividade importante a ser desempenhada
Benefício 1
nesta fase é buscar garantir que atividades
Sistema Nativo Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia
Fieldbus Foundation comuns e dependências entre projetos e
H1 e HSE outros programas no portfólio sejam coor-
Projeto 2 Módulo ethernet suportando HSE denadas. Esta função é desempenhada pelo
Projeto n Servidores OPC com plugin HSE Gerente de Programa em conjunto com os
Benefício 2 Gerentes de Projeto.
Suporte ao Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia
Protocolo Profibus O Gerenciamento do Projeto
DP e PA
Projeto 2 Módulo ethernet suportando Profibus DP e PA
Como já foi dito, um projeto é mapeado
Projeto n Servidores OPC com plugin SNMP para diagnóstico
nos processos de iniciação, planejamento,
... execução, monitoramento/controle e encerra-
Benefício n mento. Sempre que aplicável, é recomendado
Suporte ao Projeto 1 Sistema Configurador de estratégia o desenvolvimento dos planos abrangendo as
Protocolo várias áreas de conhecimento, que são Inte-
DeviceNet gração, Escopo, Tempo, Custos, Qualidade,
Projeto 2 Módulo ethernet suportando DeviceNet RH, Comunicações, Riscos e Aquisições.
Projeto n Servidores OPC com suporte a Alarmes e Eventos Na fase de iniciação temos a declaração
T3. Exemplo de Programa. preliminar de escopo, na qual a empresa

20 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


automação

coloca os primeiros requisitos de alto nível


dos projetos, requisitos do produto e limites.
Um exemplo disto poderia ser o projeto
2 do Benefício 1 anterior, onde os requisitos
de alto nível ditarão que o hardware deve
suportar Ethernet 10/100 Mbps, sistema
operacional de tempo real, suporte a TCP/
IP, etc. Veja na tabela 4.
Uma visão geral dos processos de plane-
jamento é apresentada na figura 3.
Para a fase de planejamento iremos de- F2. Ciclo de Gerenciamento de Programa.
senvolver de forma bem detalhada o plano
de gerenciamento do projeto, que incluirá o
desenvolvimento do Escopo através da EAP
(estrutura analítica do projeto) ou WBS (work
breakdown structure), conforme tabela 5.
Com os pacotes de entrega pré-de-
terminados, é feito o sequenciamento de
atividades para cada pacote de entrega, e
posteriormente é desenvolvido o crono-
grama, onde podemos estabelecer a linha
temporal do projeto, conforme figura 4
determinando os caminhos críticos, assim
como determinar custos, orçamentação,
recrutamento do pessoal necessário, decisão
de fazer ou contratar externamente algumas
ou todas as entregas do projeto. Utiliza-se F3. Visão geral dos processos de planejamento.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 21


automação

nesta fase tipicamente as ferramentas de


desenvolvimento de cronograma como o
Project ou Open workbench (freeware), mas
dependendo da natureza e complexidade, é
possível inclusive o uso de planilhas Excel.
Devemos a partir deste momento gerar
o plano de riscos do projeto. Devemos en-
carar estes riscos como possíveis ameaças
e também oportunidades que porventura
possam existir no projeto.
O primeiro passo será identificar os ris-
cos, faremos então uma análise qualitativa e
quantitativa (dando ênfase a esta última) e F4. Exemplo de cronograma de projeto.
então poderemos propor as respostas a cada
risco identificado, nos preocupando em Declaração Preliminar de Escopo
eliminar, mitigar, transferir e até em aceitar Projeto Módulo ethernet suportando HSE
cada ameaça. Para as oportunidades podemos Gerente ...
Justificativa ...
também provocá-las de forma a amplificar as
Descrição O hardware deve suportar Ethernet 10/100 Mbps, sistema operacional de
probabilidades de ocorrência. Ver tabela 6. tempo real, suporte a TCP/IP, etc.
Premissas A CPU XYZ da Intel pode ser utilizada, uma vez que a performance dos testes
Os projetos da indústria efetuados em Janeiro/2004 foi adequada e eles se mantiveram dentro dos
brasileira limites de performance previstos.
Apesar dos exemplos deste artigo serem Restrições É necessário que o projeto não ultrapasse o custo de desenvolvimento de $$$ e
focados em desenvolvimento de produto o produto final tenha um custo de componentes $$.
para aplicação na automação industrial, estas T4. Declaração Preliminar de Escopo.
mesmas técnicas de gerenciamento têm sido
amplamente aplicadas ao setor industrial como Estrutura Analítica do Projeto
um todo, ou seja, desde o desenvolvimento Projeto Módulo ethernet suportando HSE
da infraestrutura física de uma nova planta Gerente ...
industrial, assim como na implantação do Entrega 1
sistema de automação no chão de fábrica. Hardware Sub-Projeto 1 Fonte de alimentação Universal
Afinal, tudo acaba sendo mapeado em projetos. Sub-Projeto 2 Hardware ethernet 10/100 Mbps
A visibilidade que o Brasil vem atingin- Sub-Projeto n ...
do, principalmente com o Etanol, coloca a Entrega 2
indústria brasileira como uma das principais Firmware Sub-Projeto 1 Sistema Operacional de tempo Real
fornecedoras de commodities e de tecnologia Sub-Projeto 2 Stack TCP/IP
do cenário mundial. Temos portanto, um im- Sub-Projeto n ...
portante papel na automação industrial neste ...
momento, que é gerenciar adequadamente os Entrega n
projetos concebidos pelo nível corporativo. Software de Configuração Sub-Projeto 1 Sistema Configurador de endereços
Com o uso intensivo das boas práticas Sub-Projeto 2 Sistema de troca de firmware
de gerenciamento de portfólio, programa e Sub-Projeto n ...
projetos, podemos nos colocar como grandes T5. Estrutura Analítica do Projeto.
jogadores deste campeonato mundial. As boas
práticas podem ser obtidas através do PMI Item Data Categoria Causa Raiz Efeito Probabilidade Impacto
Identificação
e também mediante treinamento adequado
em cursos específicos de gerenciamento. 1 15/01/2008 Recursos Profissionais capaci- Atraso de 20% $$$
Humanos tados são assediados projeto
O gerenciamento de riscos nos mostra pela concorrência
que temos uma grande oportunidade neste
momento e podemos provocá-la ainda mais. 2
Juntando o treinamento adequado, profissio- ...
nais capacitados e a capacidade de inovação n
das indústrias nacionais, provocamos o avanço T6. Identificação dos Riscos do Projeto.
da automação industrial e vendemos nossa
tecnologia para todo o mundo, o que já vem Delcio Prizon é engenheiro elétrico com especializaçao em gerenciamento de projetos e gerente de área na
acontecendo há alguns anos. MA Divisao de Pesquisa e Desenvolvimento da Smar Equipamentos Industriais Ltda.

22 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


automação

Comandos básicos
para supervisório
com fala
feito em Excel
Invariavelmente, precisamos extrair e/ou colocar dados no
CLP com uma interface para usuários ou operadores que não
tenham conhecimento em linguagens de programação usadas
nos autômatos. As interfaces hoje são chamadas de supervisórios.
Em alguns casos, o Excel com o VBA pode fazer esta função
para pequenas aplicações e para suprir provisoriamente a falta
de uma IHM de poucas trocas de dados.
Fabiano Rosa

A
través da troca dinâmica de dados entre valores de dados que estão no CLP (tempe-
softwares é possível ler e escrever no CLP. ratura, velocidade, quantidade produzida)
Nós temos como forma desde “copiar com para gravarmos como um arquivo normal
vínculo” até códigos em VBA (Visual Basic para futuro rastreamento de uma produção.
for Application), e utilizando esta programa-
ção com recurso Text-to-Speech podemos Coletando dados do CLP
fazer falar o que desejarmos para alertar Usaremos como exemplo o emulador
ou sugerir ao usuário/operador através de do Contrologix 5000 da Rockwell, mas os
uma lógica com entrada de dados vindos mesmos passos servem para os da família
do CLP, acionando frases prontas com os 5, 500 e Micrologix.
recursos relatados nesta matéria. Passos no Rslinx:

saiba mais As aplicações ficam limitadas aos pro-


gramadores que podem ser estudantes,
técnicos ou engenheiros. Desta forma,
• Abrimos o Rslinx, (software que
estabelece comunicação com os equi-
pamentos da Rockwell, ele possui
Instalação e Alimentação
de um CLP também temos a vantagem de desenvolver diversos drives) e configuramos o
Mecatrônica Atual 52 a aplicação conforme nossa expertise, e se o driver de comunicação do CLP que
programador conhecer mais de linguagem desejamos até aparecer no browser
Entenda os CLPs
Mecatrônica Fácil 49 de programação do que a programação de como (neste exemplo foi o do emulador
automatismo, ele poderá se sentir à vontade do Contrologix 5000 e o controlador
Programação de um CLP - Modos
de programação para desenvolver em VBA ou vice-versa. tem o nome Teste_de_Fala).
Mecatrônica Atual 46 Com o Excel / VBA podemos descarregar • Criamos o caminho que vai ser o
valores de receitas, para mudanças de setup vínculo com Excel selecionando o CLP
CLPs e Sensores
Saber Eletrônica 453 de máquinas, no CLP, ou até mesmo ler que tem o programa que gostaríamos

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 23


automação

de extrair os dados e selecionando a


opção Data Monitor, clicando com
o botão direito do mouse (figura 1),
aparecerão as tags disponíveis que
são usadas no programa que está no
controlador. Escolha a tag clicando
com o botão esquerdo do mouse,
aparecendo “copy to clipboard”.
• Para finalizar, no lado CLP, depois de
clicar em “copy to clipboard” aparecerá
a tela para criar o tópico. Se ele não
existir, ele tem o caminho para as tags
(figura 2), clicar em DONE e logo a
seguir abrirá a tela “Copy DDE/OPC
link”. Ela colocará a tag disponível na
área de transferência, clicar em OK.
Passos no Excel:
• Abra o Excel;
• Use colar especial > colar vínculo > OK.
Existem outras formas para ler dados
do CLP que seria, escrevendo dados em
F1. Crie o vínculo entre o Excel e o CLP com o software RSlinx. VBA, mas para o nosso propósito “Colar
com vínculo” atende. A diferença entre as
formas é que lendo diretamente na célula, a
atualização é em tempo real, não dependendo
de eventos para atualizar e ler e também
pouco uma lógica de programação para isso.
Para fazer falar:
• Com o Excel aberto, pressionar Alt
+ F11 para abrir o VBA. A linha de
comando Application.speech.speak
“palavra ou frase a ser reproduzida”
(figura 3) faz o Excel falar.
• Confira os recursos de fala do Windows
(iniciar -> configurações -> painel de
controle -> fala) o default é a biblioteca
“Microsoft Sam” em inglês. Para falar
em português é necessário instalar
uma biblioteca em português, a voz
“Raquel 22 kHz” da Scansoft dá um
bom entendimento para a aplicação.
F2. Configuração do tópico no RSlinx. Obs.: Para verificar se tem recurso de
text-to-speech (falar textos), habilite no Excel
clicando em Exibir > Barra de ferramentas >
Converter texto em fala. Estando desabilita-
do, os botões da caixa estarão desativados.

Enviando dados para o CLP


Para enviarmos dados para o CLP é
necessário escrevermos um código no VBA
do Excel, onde basicamente é composto por
três comandos específicos:
• DDeinitiate - para iniciar um canal
de comunicação. O seu escopo é
composto do aplicativo utilizado
F3. Os comandos do CLP no VBA após "colar o vínculo". (no nosso caso é o RSlinx), e do

24 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


automação

tópico (onde se encontram as tags a


serem utilizadas). Quando o canal é
iniciado com sucesso, ele retorna um
número que representa este canal onde
atribuímos uma variável;
• DDepoke - Envia o dado pelo canal
de comunicação aberto. Composto
por canal de comunicação, destino
do dado, fonte do dado;
• DDeTerminate - fecha o canal de
comunicação.
Para facilitar quando for escrever o có-
digo, use o Copy DDe/OPC (do Rslinx) e o
Colar especial com vínculo (do Excel) como
se fosse coletar dados para ver o caminho
completo até a tag, veja na figura 4.
Os valores das células A1 e A3 são escritos
na tag “Botao” do CLP, como apresentado
na figura 5.
O conteúdo de A1 é escrito quando o
botão TESTE no Excel é pressionado, e o F4. Utilize as funções Copy DDe/OPC e Colar Especial com Vínculo para ver o caminho até a tag.
conteúdo de A2 quando o botão é solto,
fazendo assim um botão pulsador.
Na figura 6 temos todo o trâmite da
informação no Excel, Rslinx e Contrologix
(CLP) e um exemplo de código e toda o
troca de dados para um botão pulsador..
Para trabalharmos com valores que não
são binários, basta colocar o valor na célula
A1 da figura 6 e retirar todo o procedimento
“Commandbutton1_Mouseup” para não
escrevermos o valor da célula A3; quando F5. Os valores lógicos do CLP visualizados também no Excel.
soltarmos o botão “TESTE”, temos que
atentar para o seguinte: a tag "botão" no
CLP está declarada como Booleana e estamos
escrevendo um valor que pode ser inteiro, ou
até mesmo real, ficando assim incompatível
com o valor a ser escrito.
Com um pouco de criatividade pode-
mos fazer as mais diversas aplicações e sair
de algumas situações que o dia a dia da
indústria nos proporciona, por isso quanto
mais recursos melhor.

Conclusão
Esperamos que com este simples artigo,
o leitor tenha mais criatividade para utilizar
o Excel com o VBA como supervisório com
fala, para pequenas aplicações com CLP. MA

Fabiano Rosa é Técnico em Eletrotécnica,


Eletrônica e Informática Industrial. Ocupa
atualmente o cargo de Técnico de Manutenção
Especializado em Automação e Eletricidade
na Sociedade Michelin de Part. Ind. e Com,
divisão de pneus de carga. Trabalha há 19 anos
na Manutenção da Michelin. F6. Todo o trâmite da informação apresentado, nos três softwares.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 25


automação

Controle de Acesso
Automático
de Veículos
Este artigo tem como objetivo desenvolver uma solução
tecnológica que permita o controle dos portões auto-
máticos remotamente através da internet. Aplicando-se
esse sistema no campus da Juta, por consequência, um
profissional da segurança pode permanecer em seu posto
de guarda localizado nos fundos do Campus enquanto
controla entrada e saída de automóveis remotamente,
através de um computador que exibe a imagem da en-
trada principal capturada por uma câmera WEB. Assim,
o segurança que hoje fica exclusivamente controlando
a entrada e saída de veículos do Campus na portaria

N
principal poderá fazer ronda dentro da Universidade,
aumentando a segurança do campus.
Alex Pisciotta
Emerson Luiz Anaia Duque os últimos anos a segurança patrimonial vem
Francisco José Grandinetti ganhando espaço nas instalações prediais
Luiz Eduardo Nicolini do Patrocinio Nunes privadas e públicas, porém o custo para
Edson Aparecida de Araujo Querido de Oliveira manter dois servidores em cada unidade/
prédio para vigiar e recepcionar as portarias
de acesso é elevado.
Entretanto, se o administrador alocar um

saiba mais servidor para monitor e acionar as portarias


dos prédios à distância, centro de monito-
ramento, e um servidor para recepcionar
Manual da placa picoFlash®, da
empresa JK Microsystems cada portaria, o custo será reduzido em
50%. Portanto, o objetivo deste trabalho é
Manual WEBTCP e WATTCP,
apresentar o desenvolvimento de uma solu-
disponibilizado pela empresa JK
Microsystems ção tecnológica que permita o controle dos
portões automáticos remotamente através
Manual da câmera IP FEASSO,
modelo F-IPCAM01 da internet.
Aplicando-se esse sistema no campus da
Site para consulta e atualizações de
Juta ou outro prédio, consequentemente, um
software:
www.jkmicro.com profissional da segurança pode permanecer
em seu posto de guarda enquanto um outro
Site do fabricante:
www.datasheetcatalog.com controla entrada e saída de automóveis re-
motamente, no centro de monitoramento,
Site: http://www.youtube.
com/watch?v=wlF_
IysSKHE&feature=related
26 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012
automação

através de um computador que exibe a


imagem da entrada principal capturada
por uma câmera WEB. Assim, o segurança
que hoje fica exclusivamente controlando
a entrada e saída de veículos do campus/
prédio na portaria principal poderá fazer
ronda dentro da Universidade, aumentando
a segurança do campus.
Para tal, desenvolveu-se uma aplicação
utilizando uma placa microprocessada que
contém suporte a ambiente WEB, permitindo
uma fácil conectividade do periférico por
qualquer computador conectado à rede, como
pode ser observado na figura 1. Com isso,
dispensa-se o uso de um computador ligado F1. Diagrama em blocos do sistema proposto.
24 horas apenas para controlar o portão,
barateando o projeto tanto em hardware
quanto em consumo de energia elétrica.
Além disso, o espaço físico necessário é
bem menor, uma vez que o sistema se torna
muito mais compacto.

Desenvolvimento
O sistema deve coletar comandos através
da internet e então enviar esses comandos
para o módulo de controle dos portões
automáticos. Pesquisou-se um dispositivo
que pudesse funcionar como um servidor
conectado à rede, no qual uma página
recebe os comandos e o dispositivo aciona
pinos de saída, que então são convertidos
em sinal de contato para serem aplicados
aos controladores do portão. Para tal fim,
escolheu-se a placa picoFlash® da empresa
JK Microsystems, que possui as seguintes
características: F2. Placa picoFlash®.
• Baseada nos microprocessadores
R8822 de 40 MHz;
• 512 kB de memória RAM;
• 512 kB de Memória Flash EEPROM;
• 2 Portas Seriais de alta velocidade;
• 16 linhas de entrada/saída digital;
• Adaptador Ethernet.
Uma foto da placa é apresentada na
figura 2.
A placa picoFlash é configurada com
dois discos virtuais A: e B:, sendo que no
disco A: encontra-se o DOS, o BIOS e os
programas utilitários essenciais à operação
da placa picoFlash, e, por isso, o disco A: é
somente de leitura. O disco B: permite es-
crita e leitura e contém programas utilitários
opcionais e está disponível para os arquivos
de usuários e aplicativos.
Quando a energia é aplicada à placa
picoFlash ou quando ela é resetada, a placa F3. Diagrama Esquemático da Placa de Interface.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 27


automação

executa um procedimento de inicialização


e então inicia o DOS. Um simples arquivo
AUTOEXEC.BAT é executado e então a
placa está pronta para o uso. Assim, os apli-
cativos desejados podem ser configurados
para iniciar automaticamente ao iniciar a
placa, e é isso que é feito com este projeto.
O segundo item, muito importante no
desenvolvimento do projeto, foi a placa de
interface, que faz o intercâmbio entre a placa
de controle e o circuito de acionamento dos
motores do portão automático.

Placa de Interface
A Placa de interface foi desenvolvida para
permitir a comunicação entre a placa de co-
mando picoFlash e o sistema de acionamento
do portão automático, transformando o sinal
de 5 V e baixa capacidade de corrente da saída
digital da placa de comando em um fechamento
de contato momentâneo, desempenhando o
mesmo efeito de uma pessoa pressionando o
F4. Programa Express PCB quando na criação do leiaute (lay-out). botão de controle do portão.
A placa possui as seguintes características:
• Comando independente para cada
uma das folhas do portão;
• Compatível com a lógica TTL;
• Utiliza alimentação da placa de
controle.
Essa placa teve que ser especialmente
desenvolvida para este fim. O circuito ele-
trônico foi desenvolvido para permitir que
o sinal de 3,3 V disponível na saída digital
da placa de controle seja convertido em um
contato fechado que é aplicado ao botão de
comando dos portões. A figura 3 exibe o
diagrama esquemático do circuito.

F5. Placa de Interface - Lado Bottom. F6. Disposição dos componentes - Lado Top. Funcionamento da Placa de Interface
A placa de interface é composta por dois
circuitos caracterizados como “transistor
como chave”, acionando dois relés indepen-
dentemente. Quando um sinal positivo (cerca
de 3,3 V) é enviado pela placa de controle
picoFlash, esse sinal é coletado pelos pinos
2 e/ou 3 da placa de interface.
O sinal positivo gera uma corrente que
passa pelos resistores limitadores R1 e R 2
que limitam o valor dessa corrente a fim
de não sobrecarregar a porta de saída I/O
digital da placa picoFlash. Essa corrente é
direcionada para a base do transistor NPN
BC337, que permite uma corrente elétrica
com valor b vezes maior que IB circular
de coletor para emissor, acionando o relé
F7. Placa finalizada – Lado BOT. correspondente.

28 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


automação

Com o circuito pronto, foi possível O resultado pode ser observado nas monitoramento pode ser processado de
partir para o desenvolvimento do leiaute figuras 7 e 8. Os testes funcionais com a modo local ou remoto.
(lay-out) da placa de circuito impresso da placa confirmaram o funcionamento antes A câmera IP pode ser ligada em modo de
placa de interface. Utilizou-se o software da ligação direta à placa de comando. Para acesso local, contendo a câmera IP, Roteador
gratuito Express PCB versão 7.0.2, o qual se realizar o teste, a placa foi alimentada e o PC, conforme a figura 9.
possui ferramenta que destaca os pontos em por uma fonte de 5 V, através dos pinos 1 A configuração da câmera foi realiza-
comum do circuito, facilitando o trabalho e 4 de J1, e então aplicado 3 V nos pinos da através do software que acompanha o
(figura 4). 2 e 3, consecutivamente, observando-se o produto, chamado DevFind, que encontra
acionamento do respectivo relé. os dispositivos conectados à rede local.
Concepção da Placa Pode-se realizar alterações na configuração
A partir do leiaute pronto, pôde-se partir A Câmera de Vigilância original da câmera, conforme mostrado
para a confecção da placa de interface. A A câmera IP é um equipamento proje- pela figura 10.
figura 5 mostra o leiaute pronto da placa, tado para rede do sistema de vigilância por Após ter configurado a câmera IP, é
considerando uma placa de face única de vídeo, que pode ser ligada com fio ou sem criado um endereço de acesso na internet
50 mm x 50 mm. fio. Foi adotado um chip de alta qualidade que, quando acessado, solicitará o login e
A figura 6 exibe a disposição dos com- no processador de mídia, que processa senha do usuário.
ponentes no lado TOP. áudio e coleção de vídeos, compressão e Assim que for acessado, abrirá a página de
A confecção da placa foi realizada pelo transmissão. controle da câmera. Esse sistema da câmera
método de transferência térmica, no qual se O formato-padrão de compressão IP permite aos usuários verem através do
imprime o leiaute em folha de papel foto- MJPEG garante claramente o desempenho navegador IE, software de gestão central e
gráfico (conhecido como papel Glossy) em de vídeos. A câmera pode ser aplicada nas software cliente (figura 11).
impressora a laser. É importante observar residências, ou em qualquer outro estabe- Ainda nesta figura, pode-se observar os
que a impressão do leiaute deve ser feita de lecimento onde seja necessária a utilização controles disponíveis, como movimentação
maneira espelhada, para que o processo de de transmissão de imagens e áudio para do ponto de observação, brilho, contraste,
transferência térmica resulte no posiciona- um devido monitoramento do ambiente captura de foto, gravação de vídeo, entre
mento correto. de forma geral em que esteja instalada. O outros.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 29


automação

F8. Finalização do Processo de Montagem – Lado TOP. F9. Diagrama de ligação da Câmera IP.

Realizadas as configurações, procedeu-


-se à confecção da página da Internet a
ser carregada no servidor picoFlash para,
além das funcionalidades de fechamento
e abertura dos portões, também receber os
sinais da câmera.
Para isso utilizou-se linguagem HTML,
constituindo-se 3 páginas: a primeira
chamada homepage.htm, que comporta
um frame, dividindo a tela em duas outras
páginas. A segunda é a Navigato.htm, que
apresenta o título do projeto e a página de
comandos, e a terceira é a página Coman-
do.htm, que consiste apenas no botão de
controle do portão.

Conclusão
Neste artigo mostramos a implementação
de uma solução tecnológica que integra um
F10. Painel de configuração da Câmera IP. sistema de controle de portões automáticos
com um servidor de internet, o que possibilita
uma maior praticidade de trabalho aos seus
usuários e, no caso específico do Campus
da Juta (UNITAU), uma maior segurança
dentro da universidade. MA

Francisco José Grandinetti é Prof. do Depto de


Engenharia mecânica da UNITAU
Luiz Eduardo Nicolini do Patrocinio Numes é
Prof. do Depto de Infomática da UNITAU
Edson Aparecida de Araujo Querido Oliveira é
Prof. do Depto de economia e Administração
da UNITAU
Alex Pisciotta é Líder de Projetos na Autoliv do
F11. Imagem da Câmera após configuração de rede. Brasil LTDA.

30 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


conectividade

Profibus
Instalação Avançada
Parte 1
É notório o crescimento do Profibus em nível mundial
e, principalmente, no Brasil. Decidi escrever este artigo
sobre instalação avançada, pois tenho visto na prática
muita instalação de forma inadequada, assim como erros
básicos e que têm estendido o tempo de comissionamento
e startup, e consequentemente gerado uma degradação
da qualidade da performance da rede. Esta série de
artigos foi dividida, dada sua extensão e abrangência,
em várias partes. Esta é a primeira parte.
César Cassiolato Baseado nestes dois protocolos de comu-

A
nicação, acoplado com o desenvolvimento de
numerosos perfis de aplicações orientadas e
um número de dispositivos de crescimento
história do PROFIBUS começa na aventura rápido, o PROFIBUS começou seu avanço
de um projeto da associação apoiado por inicialmente na automação de manufatura e
autoridades públicas, que se iniciou em 1987 desde 1995 na automação de processos com
na Alemanha. Dentro do contexto desta a introdução do PROFIBUS-PA. Hoje, o
aventura, 21 companhias e institutos uni- PROFIBUS é o barramento de campo líder
ram forças e criaram um projeto estratégico no mercado mundial.
em fieldbus. O objetivo era a realização e O PROFIBUS é um padrão de rede de
estabilização de um barramento de campo campo aberto e independente de fornecedo-

saiba mais bitserial, sendo o requisito básico a padroni-


zação da interface de dispositivo de campo.
Por esta razão, os membros relevantes das
res, onde a interface entre eles permite uma
ampla aplicação em processos, manufatura e
automação predial. Esse padrão é garantido
Miminizando Ruídos em Instalações
PROFIBUS companhias do ZVEI (Associação Central da segundo as normas EN 50170 e EN 50254.
Mecatrônica Atual 46 Indústria Elétrica) concordaram em apoiar Desde janeiro de 2000, o PROFIBUS foi
um conceito técnico mútuo para manufatura firmemente estabelecido com a IEC 61158,
Utilização Eficiente de Canaletas
Metálicas para a Prevenção de e automação de processos. ao lado de mais sete outros fieldbuses.
Problemas de Compatibilidade Um primeiro passo foi a especificação A IEC 61158 está dividida em sete partes,
Eletromagnética em Instalações do protocolo de comunicações complexas nomeadas 61158-1 a 61158-6, nas quais estão
Elétricas - Ricardo L. Araújo, PROFIBUS FMS (Especificação de Men- as especificações segundo o modelo OSI.
Leonardo M. Ardjomand, Artur R.
sagens Fieldbus), que foi preparado para Nessa versão houve a expansão que incluiu o
Araújo e Danilo Martins, 2008. www.
emfield.com.br exigência de tarefas de comunicação. DPV-2. Mundialmente, os usuários podem
Um passo mais adiante, em 1993, foi agora se referenciar a um padrão internacional
Manuais:
Manual Inversor WEG a conclusão da especificação para uma de protocolo aberto, cujo desenvolvimento
Manual Inversor Drive Siemens variante mais simples e com comunicação procurou e procura a redução de custos,
Manual Smar Profibus mais rápida, o PROFIBUS-DP (Periferia flexibilidade, confiabilidade, segurança,
Artigos técnicos – César Cassiolato Descentralizada). Este protocolo está dis- orientação ao futuro, atendimento às mais
www.smar.com/brasil2/ ponível agora em três versões funcionais, o diversas aplicações, interoperabilidade e
artigostecnicos/ DP-V0, DP-V1 e DP-V2. múltiplos fornecedores.
Site do fabricante:
www.smar.com.br

32 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


conectividade

Profibus
O PROFIBUS é um padrão de rede de
campo aberto e independente de fornecedores,
onde a interface entre eles permite uma ampla
aplicação em processos e manufatura. Esse
padrão é garantido segundo as normas EN
50170 e EN 50254, além da IEC 611158-2
no caso do PROFIBUS-PA.
O PROFIBUS-DP é a solução de alta
velocidade (high-speed) do PROFIBUS. Seu
desenvolvimento foi otimizado especialmente
para comunicações entre os sistemas de au-
tomação e equipamentos descentralizados, F1. Cabeamento e Terminação para Transmissão RS485 no Profibus.
voltada para sistemas de controle, onde se
destaca o acesso aos dispositivos de I/O volvido em cooperação com os usuários da O PROFIBUS permite uma integração
distribuídos. Indústria de Controle e Processo (NAMUR), uniforme e completa entre todos os níveis
O PROFIBUS DP utiliza a RS485 como satisfazendo as exigências especiais dessa da automação e as diversas áreas de uma
meio físico, ou a fibra ótica em ambientes área de aplicação: planta. Isto significa que a integração de
com susceptibilidade a ruídos ou que ne- • O perfil original da aplicação para a todas as áreas da planta pode ser realizada
cessitem de cobertura a grandes distâncias. automação do processo e interopera- com um protocolo de comunicação que usa
O PROFIBUS-PA é a solução PROFIBUS bilidade dos equipamentos de campo diferentes variações.
que atende aos requisitos da automação de dos diferentes fabricantes; No nível de campo, a periferia distribuída,
processos, onde se tem a conexão em pro- • Adição e remoção de estações de tal como: módulos de E/S, transdutores,
cessos com equipamentos de campo, tais barramentos mesmo em áreas in- acionamentos (drives), válvulas e painéis
como: transmissores de pressão, temperatura, trinsecamente seguras sem influência de operação trabalham em sistemas de au-
conversores, posicionadores, etc. Esta rede para outras estações; tomação através de um eficiente sistema de
pode ser usada em substituição ao padrão • Uma comunicação transparente comunicação em tempo real, o PROFIBUS-
4 a 20 mA. através dos acopladores do segmento -DP ou PA. A transmissão de dados do
Existem vantagens potenciais da uti- entre o barramento de automação processo é efetuada ciclicamente, enquanto
lização dessa tecnologia, onde resumida- do processo (PROFIBUS-PA) e o alarmes, parâmetros e diagnósticos são
mente destacam-se as vantagens funcionais barramento de automação industrial transmitidos somente quando necessário,
(transmissão de informações confiáveis, (PROFIBUS-DP); de maneira acíclica.
tratamento de status das variáveis, sistema • Alimentação e transmissão de dados Este artigo apresenta detalhes de instala-
de segurança em caso de falha, equipamentos sobre o mesmo par de fios baseado ções em PROFIBUS-DP e PROFIBUS-PA.
com capacidades de autodiagnose, rangea- na tecnologia IEC 61158-2; Citarei brevemente sobre o padrão RS485-IS.
bilidade dos equipamentos, alta resolução • Uso em áreas potencialmente explo- Sempre que possível, consulte a EN50170
nas medições, integração com controle sivas, intrinsecamente seguras. para as regulamentações físicas, assim como
discreto em alta velocidade, aplicações em As conexões dos transmissores, con- as práticas de segurança de cada área.
qualquer segmento, etc.). Além dos benefí- versores e posicionadores em uma rede É necessário agir com segurança nas
cios econômicos pertinentes às instalações PROFIBUS-DP são feitas por um coupler medições, evitando contatos com terminais e
(redução de até 40% em alguns casos em DP/PA. O par trançado a dois fios é utili- fiação, pois a alta tensão pode estar presente
relação aos sistemas convencionais), custos de zado na alimentação e na comunicação de e causar choque elétrico. Lembre-se que
manutenção (redução de até 25% em alguns dados para cada equipamento, facilitando cada planta e sistema têm seus detalhes de
casos em relação aos sistemas convencionais) a instalação e resultando em baixo custo segurança. Se informar deles antes de iniciar
e menor tempo de startup, oferece um de hardware, menor tempo para startup, o trabalho é muito importante.
aumento significativo em funcionalidade, manutenção livre de problemas, baixo custo Para minimizar o risco de problemas
disponibilidade e segurança. do software de engenharia e alta confiança potenciais relacionados à segurança, é preciso
O PROFIBUS-PA permite a medição na operação. seguir as normas de segurança e de áreas
e controle por um barramento a dois fios. O protocolo de comunicação PROFIBUS- classificadas em locais aplicáveis que regulam
Também permite alimentar os equipamentos -PA utiliza o mesmo protocolo de comuni- a instalação e operação dos equipamentos.
de campo e aplicações em áreas intrinseca- cação PROFIBUS-DP, onde o serviço de Estas normas variam de área para área e estão
mente seguras, bem como a manutenção e comunicação e telegramas é idêntico. Na em constante atualização. É responsabilidade
a conexão/desconexão de equipamentos até verdade, o PROFIBUS PA = PROFIBUS do usuário determinar quais normas devem
mesmo durante a operação, sem interferir DP - protocolo de comunicação + serviço ser seguidas em suas aplicações e garantir que
em outras estações em áreas potencialmente acíclico estendido + IEC 61158, também a instalação de cada equipamento esteja de
explosivas. O PROFIBUS-PA foi desen- conhecida como nível H1. acordo com as mesmas.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 33


conectividade

Cabo Profibus- DP Recomendado Cabo de Cabos com e sem Cabos com e Qualquer cabo su-
Comunicação shield: Vdc ou sem shield: > jeito à exposição
Cabo utilizado A
Digital 25Vac e < 400Vac 400Vac de raios
Impedância (Ω) 135 a 165 Cabo de Comunicação
10 cm 20 cm 50 cm
Frequência 3 a 20 MHz Digital
Capacitância (pF/m) < 30 Cabos com e sem shield:
10 cm 10 cm 50 cm
Resistência de Loop (Ω/km) <110 Vdc ou 25Vac e < 400Vac
Cabos com e sem
Seção (mm²) >= 0,34 20 cm 10 cm 50 cm
shield: > 400Vac
T1. Cabo Profibus-DP tipo A. Qualquer cabo sujeito à
50 cm 50 cm 50 cm
exposição de raios
Uma instalação inadequada ou o uso de T2. Distâncias de Separação entre Cabeamentos.
um equipamento em aplicações não recomen-
dadas podem prejudicar a performance de um
sistema e consequentemente a do processo,
além de representar uma fonte de perigo e
acidentes. Devido a isto, recomenda-se utilizar
somente profissionais treinados e qualificados
para instalação, operação e manutenção.

Meio Físico, Cabeamento e


Instalação – PROFIBUS-DP
A transmissão RS 485 é a tecnologia de
transmissão mais utilizada no Profibus, em-
bora a fibra ótica possa ser usada em casos de F2. Terminador de Barramento PROFIBUS-DP.
longas distâncias (maior do que 80 km). Vale
lembrar que os equipamentos PROFIBUS- 1, sendo que, para manter a integridade como escravo DP as estações de trabalho,
-DP não são alimentados pelo barramento. do sinal de comunicação, ambos os ter- onde em uma queda de energia ou reset do
Seguem abaixo as principais características: minadores devem ser energizados, sendo microcomputador as linhas de alimentação
• Transmissão assíncrona NRZ; possível perceber a existência do sinal de oscilam desbalanceando a rede.
• Baud rate de 9,6 kbit/s a 12 Mbit/s, Vp. É recomendado utilizá-lo somente para Na figura 3 a terminação ativa na posição
único no barramento e selecionável alimentar os terminadores, pois qualquer incorreta (esquerda) mostra que tanto o nível
(de acordo com o equipamento que inadequação neste sinal pode gerar uma quanto a forma de onda são degradados.
suportar o menor baud rate); situação de falha de comunicação. A ativação incorreta do terminador causa
• Par trançado com blindagem; Quando houver um terminador na rede, descasamento de impedância e reflexões do
• Estações por segmento, máximo de o cabeamento irá funcionar como uma sinal, uma vez que além do terminador há
127 estações; antena, facilitando a distorção de sinais e um cabo com tal impedância.
• Distância dependente da taxa de aumentando a susceptibilidade a ruídos. A A falta de terminação, ilustrada na forma
transmissão (Veja tabela 1); impedância característica é o valor da carga, de onda à esquerda da figura 4, promove
• Distância expansível até 10 km com que colocada no final desta linha, não reflete o não casamento de impedância, fazendo
o uso de repetidores; nenhuma energia. Em outras palavras, é o com que o cabo Profibus fique susceptível
• Atenuação máxima de 9 dB ao longo valor da carga que proporciona um coeficiente à reflexão de sinal, atuando como uma an-
de todo o comprimento do segmento; de reflexão zero, ou ainda, uma relação de tena. Na forma de onda à direita, é possível
• PIN, D-Sub conector (mais comum). ondas estacionárias igual a um. observar a terminação adequada.
O Profibus normalmente se aplica em Tanto a rede Profibus-DP quanto a rede
áreas envolvendo alta taxa de transmissão Profibus-PA exigem terminadores, pois sua Cuidado com cabeamento e
e instalação simples a um baixo custo. A ausência causa o desbalanceamento, provo- lançamento de cabos
estrutura do barramento permite a adição cando atraso de propagação, assim como Cabos danificados (machucados, mor-
e remoção de estações sem influências em oscilações ressonantes amortecidas, causando didos, com a capa de proteção danificada,
outras estações com expansões posteriores transposição dos níveis lógicos (thresholds), etc.) podem representar um grande risco.
e sem nenhum efeito em estações que já além de melhorar a margem de ruído estático. Eles em contato físico podem energizar
estão em operação. No Profibus-DP, os terminadores são ativos, partes e componentes e, consequentemente,
Quando o sistema é configurado, apenas isto é, são alimentados. Veja a figura 2. produzir o risco de danos pessoais ou no
uma única taxa de transmissão é selecionada funcionamento da planta. Estes sempre
para todos os dispositivos no barramento. Cuidados Necessários com devem ser removidos e substituídos.
Há necessidade da terminação ativa no Terminadores na Rede PROFIBUS-DP Cabos em geral, em plantas ou fábricas,
barramento no começo e no fim de cada Devido ao fato dos terminadores serem podem estar energizados com tensões e cor-
segmento, conforme apresenta a figura ativos, um erro muito comum é colocar rentes elevadas. Lançar cabos Profibus-DP

34 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


conectividade

F3. Forma de Onda na RS485 I (PROFIBUS-DP).

F4. Forma de Onda na RS485 II (PROFIBUS-DP).

em paralelo com tais cabos pode resultar em Para curvar o cabo somente uma vez, o (roletes) a fim de evitar qualquer forma de
captação de interferência e, consequentemen- raio de curvatura deve ser, no mínimo, 10 esforço excessivo em curvas acentuadas
te, provocar erros na transmissão de dados. vezes o diâmetro do cabo. Se o cabo precisar quando for puxar um cabo Profibus para
A interferência pode ser reduzida se- ser dobrado várias vezes durante a operação, contornar cantos vivos.
parando os cabos Profibus-DP da fonte de por exemplo, para a conexão e desconexão A especificação de raio de curvatura
interferência e também reduzindo ao mínimo de estações Profibus, deve-se considerar um para cabos Profibus chatos (planos) aplica-se
o comprimento dos cabos que correm em raio maior (tipicamente cerca de 20 vezes o somente para curvatura para o lado plano.
paralelo com quaisquer outros (tabela 2). diâmetro do cabo). Para curvar lateralmente tais cabos é preciso
Mantenha sempre o raio de curvatura Durante a sua instalação, o cabo Profi- adotar um raio de curvatura significante-
mínimo permitido, pois exceder o limite bus pode ser submetido a forças de tração mente maior.
mínimo de curvatura pode ocasionar danos adicionais e sendo assim, durante a monta-
ao cabo Profibus e alterar suas propriedades gem deve-se manter um raio de curvatura Cabo Utilizado no Profibus-DP
físicas e elétricas. O raio de curvatura míni- maior do que aquele da posição final. Puxar Pode-se determinar a resistência de loop
mo pode ser encontrado nos manuais dos cabos Profibus ao redor de cantos vivos é da seguinte maneira: faça um curto entre os
fabricantes de cabos. um problema em particular. Utilize polias conectores em uma extremidade do cabo e

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 35


conectividade

com um multímetro, meça a resistência entre são de energia eletromagnética e com isto do dielétrico é limitada pela tensão de
os dois conectores na outra extremidade e podemos ter problemas de compatibilidade operação do capacitor, que deve produzir
aplique a seguinte fórmula: eletromagnética (também chamada de um gradiente de potencial inferior à rigidez
EMC, é a habilidade de um equipamento dielétrica do material), causando um mau
Resistência de Valor Medido (Ω) * 1000 m
= funcionar satisfatoriamente sem interferir funcionamento e em alguns casos a própria
loop (Ω/km) Comprimento do Cabo
Tomado como Referência (m) eletromagneticamente nos equipamentos queima do capacitor.
Onde: próximos e ser imune à interferência externa Ou ainda, podemos ter a alteração
Valor Medido (Ω) = Rm de outros equipamentos e do ambiente), de correntes de polarização de transisto-
Resistência de loop = Rs onde o funcionamento de um equipamento res levando-os a saturação ou corte, ou
O valor Rs deve ser <110 Ω/km. pode afetar o outro. Isto é muito comum dependendo da intensidade a queima de
Veja a figura 5. nas indústrias e fábricas, onde a EMI é componentes por efeito Joule.
Lembre-se que cabos com capacitâncias muito frequente em função do maior uso A eletricidade estática é uma carga elétrica
maiores podem deformar as bordas e formas de máquinas (máquinas de soldas, por em repouso que é gerada principalmente pelo
do sinal de comunicação com a taxa de exemplo) e motores e em redes digitais e desbalanceamento de elétrons localizado
comunicação e, a comunicação intermitente de computadores próximas a essas áreas. sob uma superfície, ou no ar do ambiente.
pode prevalecer. Cabos onde a resistência O maior problema causado pela EMI são Este desbalanceamento de elétrons gera
de loop é muito alta e a capacitância for as situações esporádicas e que degradam aos assim um campo elétrico que é capaz de
menor que 30 pF/m podem ser utilizados, poucos os equipamentos e seus componentes. influenciar outros objetos que se encontram
mas cuidado com a atenuação do sinal deve Os mais diversos problemas podem ser a uma determinada distância. O nível de
ser observado. Para o cabo tipo A, a maior gerados pela EMI, por exemplo, em equi- carga é afetado pelo tipo de material, velo-
distância é 1900 m. pamentos eletrônicos podemos ter falhas cidade de contato e separação dos corpos,
O comprimento máximo do cabeamen- na comunicação entre dispositivos de uma umidade e diversos outros fatores.
to depende da velocidade de transmissão, rede de equipamentos e/ou computadores, Quando um objeto é carregado eletros-
conforme a tabela 3. alarmes gerados sem explicação, atuação taticamente, um campo elétrico associado
Um problema comum é encontrar na em relés que não seguem uma lógica e a esta carga é criado em torno dele e um
prática comprimentos do tronco máximo e sem haver comando para isto e, queima de dispositivo sujeito a este campo que não
do spur máximo ultrapassando os limites da componentes e circuitos eletrônicos, etc. esteja aterrado poderá ser induzido, cau-
tabela 3 e com isto, adiciona-se capacitâncias É muito comum a presença de ruídos sando uma transferência das cargas entre
aos sinais. Os comprimentos excedentes na alimentação pelo mau aterramento e os dois corpos.
funcionam como uma antena e as condições blindagem, ou mesmo erro de projeto. Esta transferência de cargas poderá
de intermitências são favorecidas. A EMI é muito importante principal- resultar em falhas que reduzem a vida útil,
mente em sistemas digitais e analógicos prejudicam o funcionamento ou até mesmo
A interferência eletromagnética onde estamos falando de frequências de destroem o dispositivo permanentemente.
A interferência eletromagnética pode ser 30 a 300 MHz, ou seja, superiores a VHF.
radiada (via ar), conduzida (via condutores), Vale lembrar que estamos falando de pulsos Fatores que contribuem para a
induzida(normalmente acima de 30 MHz) rápidos da ordem de ns e qualquer condutor interferência eletromagnética
ou combinação das mesmas. como, por exemplo, a trilha de uma placa Os principais fatores são:
A EMI é a energia que causa resposta de circuito impresso passa a ser uma antena, • Tensão;
indesejável a qualquer equipamento e que sem contar os efeitos por irradiação de sinais • Frequência;
pode ser gerada por centelhamento nas es- e acoplamentos parasitas. • Aterramento;
covas de motores, chaveamento de circuitos Em geral, em frequências elevadas, os • Os componentes eletrônicos;
de potência, em acionamentos de cargas condutores se aproximam ainda mais do • Circuitos impressos;
indutivas e resistivas, acionamentos de relés, comportamento de uma antena, o que nos • Desacoplamentos.
chaves, disjuntores, lâmpadas fluorescentes, ajuda a entender porque os problemas de Existem três caminhos de EMI entre
aquecedores, ignições automotivas, des- emissão de EMI se agravam em redes que a fonte e o dispositivo a ser influenciado
cargas atmosféricas e mesmo as descargas operam em altas velocidades. (a vítima):
eletrostáticas entre pessoas e equipamentos, E ainda, qualquer circuito eletrônico é • Irradiação;
aparelhos de microondas, equipamentos de capaz de gerar algum tipo de campo mag- • Condução;
comunicação móvel, etc. Tudo isto pode nético ao seu redor e seu efeito vai depender • Indução.
provocar alterações causando sobretensão, de sua amplitude e duração. A EMI irradiada se propaga a partir
subtensão, picos, transientes, etc. e que em Um exemplo típico de como a EMI pode da fonte, através do espaço, para a vítima.
uma rede de comunicação Profibus pode afetar o comportamento de um componente Um sinal conduzido viaja através de fios
ter seus impactos. eletrônico, é um capacitor que fique sujeito conectados à fonte e à vítima.
A convivência de equipamentos em a um pico de tensão maior que sua tensão O meio conduzido pode envolver qual-
diversas tecnologias diferentes somada à nominal especificada, com isto pode-se quer cabo de alimentação, entrada de sinal e
inadequação das instalações facilita a emis- ter a degradação do dielétrico (a espessura terminais de terra de proteção. Já a indução

36 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


conectividade

ocorre quando dois circuitos estão magne- Baud rate (kbit/s) 9,6 19,2 93,75 187,5 500 1500 12000
ticamente acoplados. Comprimento Total (m)
1200 1200 1200 1000 400 200 100
A maioria das ocorrências de EMI se ou Segmento (m)
dá através de condução ou combinação de Tronco Máximo (m) 500 500 900 967 380 193,4 100
irradiação e condução. Spur Máximo (m) 500 500 100 33 20 6,6 0
A EMI por indução é mais difícil de T3. Comprimento em Função da Velocidade de Transmissão com Cabo Tipo A.
ocorrer e o modo de acoplamento vai de-
pender da frequência e do comprimento
de onda, sendo que as baixas frequências
propagam-se muito facilmente por meios
condutivos, mas não tão eficientemente
pelo meio irradiado. Já as altas frequên-
cias se propagam com eficiência pelo ar
e são bloqueadas pelas indutâncias do
cabeamento.
As perturbações conduzidas normal-
mente estão na faixa de 10 kHz a 30 MHz
e se classificam em:
• modo-comum - onde a interferência
acontece entre as linhas de sinal e o
terra. O ruído é provocado pela resis-
tência existente e comum ao sinal e ao F5. Medindo a resistência de loop.
retorno. Os sinais de radiofrequência
são fontes comuns de ruído de modo- trutura, tendo como efeito interferências
-comum. O ruído em modo-comum eletromagnéticas indesejáveis como o crosstalk
é o maior problema em cabos devido (diafonia).
a impedância comum entre o sinal Neste sentido deve-se ter uma maior
e seu retorno; atenção e cuidado na fase de instalação,
• modo-diferencial - onde a interferên- objetivando-se adotar medidas para atenuar
cia acontece entre as linhas de sinal. ou mesmo eliminar seus efeitos. O mercado
As perturbações induzidas normalmen- de equipamentos e acessórios para instalação
te estão acima de 30 MHz e dependem de redes de campo dispõe basicamente de
das técnicas de aterramento, blindagem e canaletas e dutos fabricados com os seguintes
mesmo da posição física em relação a fonte materiais:
de indução. • Plástico – é um excelente isolante F6. Espaçamento entre cabos.
A topologia e a distribuição do cabea- elétrico, mas não oferece proteção
mento são fatores que devem ser considerados contra campos eletromagnéticos; aterramento, e também abordaremos algumas
para a proteção de EMI. Lembrar que em • Alumínio – é um bom condutor de vantagens da RS485-IS.
altas frequências, os cabos se comportam eletricidade, mas não oferece proteção Vale a pena lembrar que o sucesso de
como um sistema de transmissão com linhas elétrica. Porém, oferece boa blindagem toda rede de comunicação está intimamente
cruzadas e confusas, refletindo energia e eletromagnética; ligada à qualidade das instalações. Consulte
espalhando-a de um circuito a outro. • Aço (zincado ou pintado) – não é sempre as normas. MA
Mantenha em boas condições as cone- bom condutor de eletricidade, não
xões. Conectores inativos por muito tempo oferece proteção elétrica, mas propor- Este artigo não substitui os padrões IEC 61158
e IEC 61784 e nem os perfis e guias técnicos do
podem desenvolver resistência ou se tornar ciona boa blindagem eletromagnética. PROFIBUS. Em caso de discrepância ou dúvida,
detectores de RF. Dentre os tipos apresentados, os aces- os padrões IEC 61158 e IEC 61784, perfis, guias
Em geral, quanto maior a distância entre sórios fabricados com alumínio são os que técnicos e manuais de fabricantes prevalecem.
O conteúdo deste artigo foi elaborado cuidadosa-
os cabos e quanto menor o comprimento do apresentam uma melhor blindagem eletro- mente. Entretanto, erros não podem ser excluídos
cabo PROFIBUS que corre paralelamente a magnética interna e externa. As canaletas e assim nenhuma responsabilidade poderá ser
outros cabos, menor o risco de interferência de alumínio são praticamente imunes às atribuída ao autor.
Sugestões de melhorias podem ser enviadas ao
(crosstalk). Figura 6. correntes de Foucaut devido a sua condu- email: cesarcass@smar.com.br.
Os cabos Profibus-DP instalados em tibilidade elétrica.
canaletas ou dutos podem estar sujeitos a César Cassiolato - Diretor de Desenvolvimento
fontes geradoras de perturbações quando Conclusão de Equipamentos de Campo, Engenharia de
Produtos, Qualidade , Assistência Técnica e
são instalados paralelamente com cabos de Vimos neste artigo vários detalhes im- Instalações Industriais - Smar Equipamentos
energia, compartilhando a mesma infraes- portantes. Na próxima parte estudaremos o Industriais Ltda.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 37


supervisão

Vírus em redes
SCADA:
proteção garante
o faturamento
Este artigo alerta para a urgência de implementação de
um sistema de proteção para redes de controle indus-
triais tipo SCADA
Marc Solomon*

N
os últimos tempos, os executivos começa- Acquisition) devido à sua associação com
ram a perceber a importância e urgência de processos industriais, essas redes se conectam
proteger as suas redes de controle de pro- a equipamentos ao invés de computadores e
cessos. O Stuxnet, por exemplo, um worm aos sistemas de suporte ao invés de pessoas.
de computador projetado especificamente Em setores como serviços públicos,
para atacar sistemas de controle de processos transportes, logística, manufatura e indús-
industriais, abriu caminho para mostrar o tria farmacêutica, essas redes são essenciais
que é possível fazer por profissionais. Mais para o funcionamento da organização. Em
recentemente, o Duqu entrou no mercado serviços públicos, por exemplo, elas são tão
de ameaças permitindo que os invasores importantes que são consideradas parte
roubem dados dos fabricantes de sistemas de uma infraestrutura crítica nacional. Já
de controle de processo industrial e utilizem na área de logística, são responsáveis por

saiba mais esses dados para explorar as entidades que


usam esses sistemas.
Mas, por que essas redes são suscetíveis a
encaminhar milhões de encomendas por
dia. Em algumas empresas essa rede opera
nos bastidores, intermediando o acesso aos
Ataques de roubo de dados e
redes zumbi continuam em alta na ataques? A grande maioria das empresas possui prédios, controlando o ar-condicionado,
América Latina departamentos especializados responsáveis elevadores e refrigeração de um data center.
Site da revista PC&Cia pela proteção de duas redes-chave: Data As redes SCADA são consideradas as
Redes Industriais Centers (servidores) e Workstations (estações redes mais desprotegidas e, por isso, estão
Saber Eletrônica 461 à 463 de trabalho). No entanto, uma “terceira na mira dos cibercriminosos. Se eles conse-
Redes da Organização Profibus rede”, a de controle de processos, ainda guem o acesso, podem trazer consequências
Mecatrônica Atual 16 precisa receber o mesmo nível de atenção. prejudiciais às empresas, seus clientes e até
Frequentemente chamadas de redes à população em geral, o que seria extrema-
SCADA (Supervisory Control and Data mente perigoso.

38 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


supervisão

O que faz com que essas redes


sejam mais vulneráveis?
Alguns fatores que tornam essas redes
mais vulneráveis são:
• As ameaças estão se tornando mais
sofisticadas. Se antes os motivos eram
amadores, agora estão relacionados,
em forma de ‘hacktivismo’, à política,
espionagem e agressão ao Estado. As
ameaças persistentes avançadas – as
profissionais - estão impulsionando
o surgimento de um novo nível de
ataques complexos e furtivos, difíceis
de identificar e ainda mais de desativar;
• As redes estão se tornando cada vez
mais conectadas, na medida em que
as empresas estão sedentas por obter
dados que permitam uma melhor
tomada de decisão e fornecedores
que habilitem tudo na internet com F1. Tela de exemplo do SCADA.
o objetivo de diminuir os custos de
suporte e aumentar a retenção de bilidade/tempo de atividade da rede é o mais fechado, mesmo quando acontece
clientes; importante objetivo da rede. Em terceiro lugar, alguma falha no software, hardware
• Projetadas em uma época diferente, as as políticas de alteração regulares de senha ou energia;
redes de controle de processos têm sido podem pôr em risco a empresa, bloqueando • Apoiar uma vasta biblioteca de normas
consideradas inerentemente seguras o acesso dos engenheiros de um sistema. E e em formato de código aberto para
e muitas vezes não incluem noções em quarto lugar, as ferramentas de segurança aceitar conjuntos de regras SCADA,
básicas de segurança. Quando divul- que exigem acesso direto à internet não são além das normas determinadas pelas
gados por fornecedores de sistemas, redes viáveis, pois muitas redes de controles agências do governo, outras regras de
os patches de correção são difíceis de são bloqueadas por Firewalls. terceiros e proprietárias, únicas para
se implementar devido às exigências Ao mesmo tempo, as redes de controle a rede da própria empresa;
de disponibilidade do sistema; de processos têm várias áreas de vulnerabili- • Controlar o uso da rede por aplicação,
• A rede SCADA é frequentemente dades que devem ser protegidas. A Interface usuário e grupo como uma forma ideal
‘invisível’ e não recebe a atenção e Homem-Máquina (em inglês, The Humam de segregar zonas de controle de rede
investimento necessários para aumen- Machine Interface), os servidores de processos para obter a máxima flexibilidade;
tar o nível de segurança compatível e históricos são normalmente baseados em • Prover a descoberta passiva de dis-
com o aumento das ameaças; Microsoft Windows e são pontos potenciais positivos, avaliação automática de
• Na maior parte das organizações, os de entrada para qualquer invasor que tenha impacto e ajuste de regras para tomar
engenheiros de controle de processo acesso através da rede corporativa e que esteja uma ação corretiva somente nas
gerenciam a rede de processo de utilizando exploits conhecidos. A Unidade ameaças que são relevantes para uma
controle industrial, enquanto o de- Terminal Remota (RTU) e Controladores rede específica da empresa;
partamento de TI gerencia as demais Lógicos Programáveis (CLPs) são muitas • Oferecer monitoramento e gerencia-
redes. Esses dois grupos possuem vezes proprietários e exigem conhecimento mento centralizados para unificar
demandas e prioridades distintas. sofisticado no sistema de controle para que funções críticas de segurança de rede,
Dada a separação típica de funções, seja possível a invasão, como acontece com agilizar a administração e resposta.
quando consideramos que as empresas de o Stuxnet e Duqu. Os processos de controle de rede e sua
soluções de segurança deveriam mudar seu As seguintes diretrizes podem ajudar segurança são de extrema importância. Cada
pensamento em relação a “Segurança da TI”, as empresas a identificar as soluções de vez mais no radar dos invasores profissio-
falamos que elas deveriam mudar a forma segurança que respeitem as exigências e nais, é a vez da rede SCADA simplificar o
de considerar as prioridades e necessidades prioridades do processo de controle de gerenciamento da empresa e obter a atenção
específicas dos engenheiros de controle de ambiente de rede, ao mesmo tempo em que e proteção que merece.
processos responsáveis por gerenciar a rede reforçam sua proteção. As empresas devem
SCADA. Em primeiro lugar, as ferramentas de pensar em soluções que podem: *Marc Solomon, Chief Marketing Officer,
possui mais de 15 anos de experiência em
segurança não devem interferir nos processos • Fornecer a flexibilidade para operar Software de Gerenciamento e plataformas de
de circuito fechado, pois podem colocar em de modo passivo ou in-line sem SaaS (Software as a Service) para operações
risco o controle. Em segundo lugar, a disponi- interromper o processo de circuito de TI e Segurança.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 39


supervisão

SIL ou não SIL?


Eis a questão
As condições de segurança devem ser sempre seguidas
e adotadas em plantas e as melhores práticas operacio-
nais e de instalação são deveres dos empregadores e
empregados. O que se busca é reduzir a probabilidade
de ocorrência de falhas. Este artigo nos esclarece alguns
pontos sobre o uso de segurança instrumentada
César Cassiolato

T
enho visto na prática, em muitas aplicações, Por que necessitamos
a especificação de equipamentos certifica- de um SIS?
dos SIL para executar funções de controle. Os Sistemas de Seguranças Instrumentados
Existe uma confusão no mercado levando (SIS) são utilizados para monitorar a condição
à compra de equipamentos mais caros, de- de valores e parâmetros de uma planta dentro
senvolvidos para funções de segurança, onde dos limites operacionais e, quando houver
na realidade serão aplicados em funções de condições de riscos, devem gerar alarmes e
controle de processo. colocar a planta em uma condição segura ou
Além disso, os usuários acreditam que mesmo na condição de shutdown.
têm um sistema de controle seguro certi- As condições de segurança devem ser
ficado, mas, na verdade, eles possuem um sempre seguidas e adotadas em plantas
controlador com funções de segurança e as melhores práticas operacionais e de
certificado. instalação são deveres dos empregadores

saiba mais Neste artigo, veremos quais as diferenças


básicas que ajudarão nestas especificações
e em um melhor entendimento.
e empregados. Vale lembrar ainda que o
primeiro conceito em relação à legislação de
segurança é garantir que todos os sistemas
SIS - Sistemas Instrumentados de
Segurança - Partes 1 à 5 A implantação de um SIS é uma medida sejam instalados e operados de forma segura,
Mecatrônica Atual 51 à 55 de segurança que constitui uma das camadas e o segundo é que instrumentos e alarmes
de proteção independentes, previstas na norma envolvidos com segurança sejam operados
Site do fabricante:
www.smar.com/brasil/ IEC 61508, para manter a operação de uma com confiabilidade e eficiência.
artigostecnicos/ planta ou processo em um nível aceitável Os Sistemas Instrumentados de Segurança
IEC 61508 – Functional safety of de risco, garantindo assim a integridade de (SIS) são os sistemas responsáveis pela segu-
electrical/electronic/programmable pessoas, da planta, patrimônios, evitando rança operacional e que garantem a parada de
electronic safety-related systems impactos ambientais. Veja a figura 1. emergência dentro dos limites considerados

40 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


supervisão

seguros, sempre que a operação ultrapassar


estes limites. O objetivo principal é se evitar
acidentes dentro e fora das fábricas, como
incêndios, explosões, danos aos equipamentos,
proteção da produção e da propriedade e mais
do que isso, evitar riscos de vidas ou danos à
saúde pessoal e impactos catastróficos para a
comunidade. Deve-se ter de forma clara que
nenhum sistema é totalmente imune a falhas
e sempre deve proporcionar mesmo em caso
de falha, uma condição segura.

SIS x BPCS (Sistema de


Controle de Processo Básico)
Tal como ilustrado na figura 2, é ge-
ralmente preferível que qualquer sistema de
proteção (incluindo um SIS) seja mantido
funcionalmente separado do sistema BPCS
em termos da sua capacidade de operar
independente.
Quando a separação não é possível porque
as funções de segurança são integradas com
o sistema de controle de processo (cada vez F1. Camadas de Segurança.
mais comum em modernos sistemas com-
plexos), todas as partes do sistema de segu- comunicar, faz com que a saída não esteja
rança que têm funções relacionadas devem em condição de ser avaliada seguramente:
ser consideradas como um SIS para efeitos • Na condição segura deve estar com a
de avaliação da integridade de segurança. proteção de escrita habilitada;
Saiba mais sobre SIS e SIL no artigo • Nenhum ajuste local pode ser realizado
“Confiabilidade nos Sistemas de Medições (Ajuste local deve ser desabilitado);
e Sistemas Instrumentados de Segurança • Equipamento SIL para reparo deve
(SIS)” na Mecatrônica Atual nº 56. ser enviado ao fabricante para que este
garanta o certificado SIL. Qualquer
Posicionadores de intervenção do usuário descaracteriza
Válvulas Certificados o certificado SIL (mais um motivo
Alguns usuários usam os posicionadores para se atentar quando especificar SIL
de válvulas fazendo o teste de stroke parcial para uso em função de controle!!).
(partial stroke testing/movimento parcial) com
a finalidade de mostrar que a válvula está Conclusão
apta a atender uma solicitação do sistema Vimos, neste artigo, que um sistema
de segurança. Esta função não é certificada. seguro de controle faz uma função de
Na verdade, não se certifica a posição em si controle e não de segurança. Além disso, F2. SIS versus BPCS.
da válvula. O que se certifica é a habilidade está claro que nada é totalmente seguro. O
de fechar a válvula todas as vezes que for que se busca é reduzir a probabilidade de manutenção e ciclos de vida de segurança,
necessário, isto é, a função de segurança. ocorrência de falhas. planos de emergências, etc. Verifique tam-
Por exemplo, se durante um partial stroke Vale lembrar que a principal preocupação bém preços de sobressalentes e custos com
o equipamento for colocado em demanda, das normas é garantir ao máximo a segurança atendimentos e manutenções. Em plantas
a certificação garante que ele vai parar o e isto tem seu custo. Equipamentos aplicáveis que já estão em operação os custos podem
teste e fechará a válvula. em Sistemas de Seguranças Instrumentados ser maiores. Quanto mais se aumenta a dis-
custam mais que os usados em Sistemas ponibilidade da planta, na maioria das vezes,
O que você ainda precisa saber Regulatórios de Controle. Um PLC de se diminui a segurança e vice-versa. MA
sobre equipamentos SIL? segurança pode custar muito mais que um
Nenhuma mudança de configuração, convencional. César Cassiolato - Diretor de Desenvolvimento
de Equipamentos de Campo, Engenharia de
simulação, multidrop ou teste de loop pode Equipes precisam estar treinadas e todo Produtos, Qualidade , Assistência Técnica e
ser feita com o equipamento em operação processo documentado, desde o início do Instalações Industriais - Smar Equipamentos
normal (isto é, exigindo segurança). Ao projeto, análises, startup/comissionamento, Industriais Ltda.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 41


energia

Avaliação de
Propriedades
Termodinâmicas e Termofísicas
da Aplicação de
Hidrocarbonetos em
Refrigeradores

U
Os esforços de pesquisa e desenvolvimento na área de
Refrigeração e Ar Condicionado aplicados ao uso de flui-
ma análise teórico-computacional foi
dos refrigerantes naturais não está associada somente à
desenvolvida para o R134a, propano
necessidade de preservação do meio ambiente em si, mas (R290) e as misturas selecionadas (R290/
também apresenta grande importância na necessidade R600a 60%/40%, R290/R600a/R134a
40%/30%/30% e R600a/R 290-GLP
latente do aumento da eficiência energética dos equipa-
70%/30%) no ciclo de refrigeração padrão
mentos. Neste sentido, o presente trabalho trata da avalia- ASHRAE, utilizando as propriedades ter-
ção termodinâmica da aplicação de fluidos refrigerantes modinâmicas e termofísicas fornecidas pelo
Software REFPROP 6.0. Os resultados das
hidrocarbonetos em um sistema de refrigeração residencial
simulações computacionais foram comparados
que utiliza o HFC134a como fluido de trabalho. entre os fluidos para indicação da melhor
alternativa ao HFC134a.
Cleiton Rubens Formiga Barbosa Dessa forma, pôde-se observar que os
Igor Marcel Gomes Almeida hidrocarbonetos reduzem os níveis de pres-
são no condensador e evaporador, além de
menores trabalhos de compressão serem
necessários no sistema devido às propriedades

saiba mais termofísicas privilegiadas destes fluidos. A


utilização destes fluidos também propor-
ciona uma menor temperatura de descarga
Quanto custa um banho?
www.sabereletronica.com.br/ do compressor, incrementando a vida útil
secoes/leitura/60 deste componente de alto valor do sistema.
A utilização do R290 e misturas envolvendo
Nariz eletrônico
Mecatrônica Atual 37 hidrocarbonetos proporciona uma triplicação
do calor latente de vaporização em relação ao
Construindo geradores eólicos
Mecatrônica Fácil 51 R134a. Tal fator acarreta uma redução de cerca
de 50% da necessidade de carga em massa de
Ionização Ambiente: A Eletrônica
refrigerante no sistema de refrigeração para
melhorando sua Saúde
Eletrônica Total 139 uma mesma capacidade do equipamento.

42 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


energia

Em setembro de 2007, quando se come- Categoria Exemplos Requisito


A (doméstico/ Hospitais,
moravam os 20 anos de sucessos do Protocolo prisões, < 1,5 kg por sistema hermético.
teatros, escolas,
de Montreal, uma nova decisão histórica foi público) < 5 kg em salas específicas de máquinas ou em sistemas indiretos.
supermercados, hotéis.
tomada pelo conjunto dos países signatários. B (comercial/ Escritórios, pequenos < 2,5 kg por sistema hermético.
Com o fim dos CFC’s, previsto para 2010, privado) shoppings, restaurantes, < 10 kg em salas específicas de máquinas ou em sistemas indiretos.
decidiu-se pelo início do processo de substi- < 10 kg em locais ocupados por pessoas.
tuição dos HCFC’s já em 2013, antecipando Câmaras frias, < 25 kg para lados de alta pressão (exceto condensadores
C (industrial/ abatedouros, áreas não resfriados a ar) se localizado em sala de máquinas específica.
em dez anos o prazo previsto pelo Protocolo restrito) públicas, Sem limite, se todos os equipamentos forem localizados em salas
de Montreal para o abandono destes gases. específicas.
Além dos benefícios para a recomposição da T1. Requisitos de carga de refrigerante para várias categorias de espaços (ACRIB, 2001).
Camada de Ozônio, objeto do Protocolo, a
medida traz também um enorme benefício sobre a utilização de hidrocarbonetos em no setor residencial, onde os refrigeradores
para o regime climático, dado o acentuado refrigeradores domésticos contribuem em grande parte com tal nível
Potencial de Aquecimento Global (GWP) A maioria dos trabalhos está concentrada de consumo, que é de 8695 MWh, de um
dos HCFC´s. na substituição do CFC-12, e poucas pesqui- total de 19232 MWh incluindo todos os
Ao longo de seus 20 anos, a eliminação sas abordam a substituição do HFC-134a, setores (industrial, comercial, rural, poderes
dos CFC´s contribuiu significativamente para que é o fluido atualmente utilizado nestes públicos, iluminação pública e outros setores)
que se evitasse a emissão de bilhões de tone- equipamentos. (IBGE, 2007).
ladas de CO2 equivalente e pode continuar Vale lembrar que a substituição dos A constatação desta realidade local
a fazê-lo com uma relação custo-benefício HCFC´s se dará com a introdução de outros está sendo analisada no contexto do de-
das mais favoráveis. Somente no Brasil, a gases. Caso o HCFC- 22 venha a ser substi- senvolvimento de projetos de extensão
antecipação do prazo de eliminação dos CFC´s tuído predominantemente pelo HFC-134a, junto à comunidade rural ou urbana para
determinada pela Resolução 267/2000 do uma das alternativas mais consolidadas no levantamento do consumo energético de
CONAMA evitou o consumo de 36,5 mil mercado, grande parte deste ganho seria refrigeração e estudo da possibilidade de
toneladas PDO de CFC´s, o que equivale, anulada, já que o GWP das duas substâncias realização de projetos de drop-in nos equi-
quanto ao seu efeito para o aquecimento são similares. pamentos. Uma das alternativas possíveis
global, a 360 milhões de toneladas de CO2. Os refrigeradores estão dentre os equipa- para tal objetivo consiste na substituição de
A título de comparação, o ProÁlcool, o mais mentos que representam as maiores participa- fluidos refrigerantes sintéticos por naturais,
bem-sucedido programa de combustíveis ções no consumo residencial de eletricidade como os hidrocarbonetos, em operações de
renováveis do mundo, evitou de 1975 a 2005 no Brasil. Essa participação é estimada em drop-in. Resultados experimentais demons-
a emissão de 650 milhões de toneladas de torno de 30% representando em 2004 um tram reduções no consumo de energia de
CO2. Antecipar os prazos de abandono de consumo de eletricidade aproximado de 4,3% (MOHANRAJ et al., 2007), 5%
HCFC´s significará novos ganhos. 23.000 GWh, cerca de 6,3% do consumo total (WONGWISES e CHIMRES, 2005) e
No entanto, os esforços de pesquisa e de eletricidade no país. Apesar dos avanços de até 20% (MACLAINE-CROSS, 1997).
desenvolvimento na área de Refrigeração e no aumento da eficiência no consumo de Devido a flamabilidade, um dos mais
Ar Condicionado aplicados ao uso de fluidos energia dos refrigeradores disponibilizados importantes avanços no projeto de equipa-
refrigerantes naturais não estão associados no mercado, o que é indicado pelo selo mentos de refrigeração com hidrocarbonetos
somente à necessidade de preservação do PROCEL, ainda existem em operação nos foi a minimização de carga em massa destes
meio ambiente em si, mas também apre- domicílios brasileiros muitos equipamentos fluidos, ou em outras palavras, a obtenção de
sentam grande importância na necessidade antigos com tecnologias ineficientes. elevadas taxas de capacidade de refrigeração
latente do aumento da eficiência energética Estima-se que a participação de refrigera- específica (kW/kg de refrigerante). Este
dos equipamentos. Tal característica é dores com idade superior a 15 anos no esto- objetivo pode ser alcançado pelo uso de
observada na Decisão XIX/6 do Protocolo que em uso seja de aproximadamente 12%. trocadores de calor compactos, trocadores
de Montreal. Neste sentido, de acordo com Isso indica prolongamento da utilização de de calor de placa brasados com o fluido de
diversas pesquisas realizadas com tais fluidos, equipamentos com utilização de tecnologias transferência de calor sendo um líquido
a utilização de hidrocarbonetos em operações ineficientes e com eficiência degradada. O ou trocadores de microcanais utilizando
de drop-in em equipamentos de refrigeração consumo desses equipamentos pode ser até 5 ar como fluido de transferência e reduzin-
proporcionam condições favoráveis à redução vezes superior aos equipamentos novos com do ao máximo o volume de tubulações e
do consumo energético. classificação A do selo PROCEL (MELO e componentes auxiliares, especialmente os
Hidrocarbonetos, como o Gás Liquefeito JANNUZZI, 2008). componentes em que o fluido se encontra
de Petróleo (GLP), são ambientalmente Desta forma, observa-se a importância na fase líquida (MARTÍNEZ-GALVÁN et
corretos e encontram-se disponíveis na na- de buscas de alternativas para redução al., 2011). A tabela 1 apresenta os requisitos
tureza, então, a utilização destas substâncias do consumo energético de refrigeradores de carga de refrigerantes hidrocarbonetos
como fluidos refrigerantes em refrigerado- domésticos no Brasil. Especificamente no para diversas categorias de aplicação.
res é muito atrativa. Pouca informação se caso da cidade de Santa Cruz-RN, a maior Um elemento-chave para a transformação
encontra disponível na literatura científica parcela de consumo energético anual se dá do mercado de refrigeradores domésticos,

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 43


energia

especificamente, quanto à eficiência energética FPROP 6.0, conforme recomendado por pode ser estimada como segue:
consiste no desenvolvimento de um processo KIM et al. (1998).
de conscientização e reforço no processo edu- O coeficiente de performance de sistemas
cativo da população sobre o uso da energia de de refrigeração comerciais e domésticos é in-
forma eficiente nestes equipamentos. crementado de 10 a 20% quando se utilizam
Tal objetivo pode ser alcançado através misturas de hidrocarbonetos que contenham onde h5 e v1 são a entalpia específica
do desenvolvimento de um currículo de en- R600a e R290 (SEKHAR et al., 2004). e o volume específico do refrigerante na
sino médio que aborde questões referentes à Com o objetivo de simular o refrigerador condição de vapor saturado à entrada do
eficiência energética e à utilização da energia por compressão a vapor, algumas suposições compressor e h4 é a entalpia específica do
em disciplinas da área de ciências. Além do são necessárias. São estas: refrigerante à entrada do evaporador, de
desenvolvimento deste currículo, uma outra a) operação em estado estacionário (regime acordo com a figura 1. A razão de pressão
tarefa importante consiste na divulgação de permanente); (RP) é definida como a relação entre a
informação ao público em geral. b) não ocorre perda de pressão nas tubu- pressão de condensação (Pcond) e a pressão
Meios de comunicação social podem lações, isto é, as alterações nas pressões de evaporação (Pevap), isto é,
auxiliar na sensibilização de consumidores ocorrem apenas no compressor e no
e usuários de sistemas de refrigeração sobre tubo capilar;
a utilização eficiente da energia. Documen- c) perdas ou ganhos de calor são negli-
tários públicos e programas de educação são genciadas e,
outros componentes essenciais na campanha d) o compressor apresenta eficiência vo- As pressões de condensação e evapo-
para a transformação do mercado (VAN lumétrica ideal e eficiência isoentrópica ração são determinadas de acordo com as
BUSKIRK et al., 2007). de 75% (FATOUH e EL KAFAFY, temperaturas de condensação e evaporação,
O presente artigo constitui parte intro- 2006a). respectivamente.
dutória de projeto de pesquisa relacionado A figura 1 apresenta o modelo de ciclo O coeficiente de performance (COP)
ao uso de hidrocarbonetos em sistemas de termodinâmico utilizado na análise teórico- relaciona a capacidade de refrigeração com
refrigeração residencial. Enfoca-se a análise computacional. a potência requerida e indica o consumo de
termodinâmica da utilização destes fluidos Para a aceitação do drop-in (processo de potência global para uma carga desejada.
refrigerantes em comparação aos fluidos sin- substituição de um fluido refrigerante sem Alto COP significa baixo consumo de
téticos convencionais através dos resultados alteração nos componentes estruturais do energia para absorção da mesma capacidade
de simulações computacionais realizadas refrigerador) de um fluido de trabalho em um de refrigeração do espaço a ser refrigerado.
mediante utilização do Software REFPROP sistema de refrigeração já existente, algumas Pode ser expresso como
6.0 (McLINDEN et al., 1998), de avaliação importantes características de performance
de propriedades termodinâmicas e termo- devem ser consideradas. São elas: pressões
físicas de fluidos refrigerantes. de operação, capacidade de refrigeração
volumétrica, coeficiente de performance
Modelagem Teórico- e temperatura de descarga do compressor onde Qevap é a capacidade de refrigeração
Computacional (FATOUH e EL KAFAFY, 2006a). e Pcomp é potência requerida para acionar
Primeiramente foi desenvolvida uma O refrigerante deve apresentar um número o compressor. O balanço de energia no
metodologia de análise teórico- computa- mínimo de características essenciais favo- evaporador resulta em:
cional do sistema de refrigeração proposto ráveis, dentre as quais as mais significantes
de forma a se obter estimativa do processo são: reduzida densidade na fase líquida,
de funcionamento do sistema bem como alto calor latente de vaporização, reduzido
de sua performance. Para tal análise serão volume específico na fase vapor e reduzido A potência requerida para acionar o
utilizados softwares específicos, a saber, calor específico na fase líquida, tais caracte- compressor pode ser descrita como:
REFPROP 6.0 (McLINDEN et al., 1998) rísticas serão avaliadas e confrontadas entre
de avaliação de propriedades termodinâmicas os fluidos em questão, conforme citado por
e termofísicas de fluidos refrigerantes. POGGI et al. (2008).
Uma análise teórica foi implementa- A capacidade de refrigeração volumétrica A entalpia específica real do vapor refri-
da para a utilização do R134a, propano (Qvol) é uma medida do tamanho do com- gerante superaquecido à saída do compressor
(R290) e as misturas selecionadas de R290/ pressor requerido para condições de operação (h2) pode ser calculada como segue:
R600a 60%/40%, R290/R600a/R134a particulares. Expressa o efeito de refrigeração
40%/30%/30% e R290/R600a 30%/70% obtido por 1 m3 de refrigerante aspirado pelo
no ciclo padrão de refrigeração ASHRAE compressor (POGGI et al., 2008). Deve-se
(temperatura de evaporação: -23,3ºC, tempe- notar que à medida que a capacidade volu-
ratura de condensação: 54,4ºC, temperatura métrica de refrigeração aumenta, o tamanho onde his,comp é a eficiência isoentrópica
de líquido e de sucção: 32,2ºC), utilizando do compressor requerido é reduzido. A ca- do compressor e h2,is é a entalpia do vapor
as propriedades termodinâmicas do RE- pacidade de refrigeração volumétrica (Qvol) refrigerante superaquecido à saída do com-

44 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


energia

pressor para um processo de compressão


isoentrópico.
A vazão mássica de refrigerante (mr) pode
ser estimada utilizando a equação seguinte
(TASHTOUSH et al., 2002):

Onde Qevap é a capacidade de refrigeração


em watts e qevap o efeito de refrigeração
específico em kJ/kg.
A temperatura de descarga do compres-
sor (Tdes = T2) é um importante parâmetro,
devido ao seu efeito nos componentes do
compressor e na estabilidade dos lubrifi-
cantes. Esta temperatura foi determinada
utilizando ambos os dados de pressão de
condensação e entalpia específica real à saída F1. Ciclo termodinâmico real de um refrigerador.
do compressor, determinada pela equação 6.
Na análise do ciclo, a mesma capacidade
de refrigeração foi aplicada para todos os
refrigerantes considerados. A capacidade de
refrigeração de 143 W foi obtida através da
conversão da capacidade de congelamento
de um refrigerador de 210 l, fornecida pelo
fabricante, que é de 3,5 kg/24 h.

Resultados e Discussões
Aplicando-se as diversas equações relativas
ao circuito de refrigeração representado na
figura 1 sob as condições previamente definidas
de operação (ciclo ASHRAE) e o Software
REFPROP 6.0 (McLINDEN et al., 1998),
obtiveram-se os dados operacionais referentes
aos refrigerantes selecionados. A tabela 2 F2. Variação das densidades de vapor em função da temperatura.
apresenta os resultados das simulações.
Analisando-se a figura 2, observa-se que
a densidade do vapor da mistura de R290/
R600a (50/50) é a menor para toda a faixa
de temperaturas de operação, sendo esperada
assim uma redução no trabalho de compres-
são requerido. A redução na densidade é um
fator mais importante que o calor latente de
vaporização do fluido (Poggi et al., 2008).
A diminuição da proporção de R134a nas
misturas acarreta uma redução da potência
de compressão necessária e da transferência
de calor no condensador.
A mistura de hidrocarbonetos com o
R134a proporciona um aumento na lubri-
cidade e miscibilidade do óleo lubrificante
com o R134a (Tashtoush et al., 2002). As
densidades de vapor nas condições de sucção
das misturas e do R290 puro se apresentam
menores que as do R134a, correspondendo a F3. Variação das densidades de líquido em função da temperatura.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 45


energia

uma menor carga de massa necessária destes sistema. Os efeitos do óleo estão fortemente (50/50) apresentam os menores valores de
fluidos no sistema em relação ao R134a relacionados com a habilidade do refrigerante viscosidade em toda a faixa de temperatu-
(Sekhar et al., 2004). de se dissolver no lubrificante. Níveis elevados ras em questão. Tal fato é positivo, já que
De acordo com a figura 3, a mistura de da solubilidade do refrigerante levam a redu- proporciona redução das perdas de carga
R290/R600a (50:50) apresenta as menores ções de viscosidade da solução refrigerante/ nas tubulações do circuito de refrigeração.
densidades de líquido juntamente com a lubrificante, o que é benéfico para o retorno A figura 5 apresenta a variação do vo-
mistura R290/R600a (60:40), proporcio- do óleo ao compressor, mas pode agir em lume específico nas condições de sucção
nando assim, redução das perdas por fricção detrimento da lubrificação dos mancais. (temperatura) do compressor. Observa-se
no sistema (Sekhar et al., 2004). A figura 4 apresenta as características que maiores valores de volume específico na
Em qualquer sistema de refrigeração, uma de variação da viscosidade dos fluidos com sucção do compressor proporcionam maiores
parte do óleo lubrificante circula junto com relação à temperatura, observa-se que as mis- capacidades de refrigeração volumétricas, o que
o refrigerante pelos vários componentes do turas R290/R600a (60/40) e R290/R600a acarreta a necessidade de um maior desloca-
mento volumétrico do compressor para uma
mesma capacidade de refrigeração do sistema.
Nota-se que com o objetivo de realização
de drop-in em um sistema de refrigeração, o
fluido substituto deve apresentar capacidade
de refrigeração volumétrica semelhante à do
fluido original de modo a não ser necessária a
troca do compressor. Neste sentido, observa-
-se que o R290/R600a (50:50) apresenta
os maiores valores de volume específico. O
R290/R600a (60:40) apresentou valores mais
próximos do R134a.
A figura 6 apresenta as condutivida-
F4. Variação da viscosidade em função da temperatura. des térmicas na fase líquida dos diversos
fluidos refrigerantes analisados em função
da temperatura. Observa-se que o R134a
apresenta as menores condutividades em
toda a faixa de temperatura. À medida que
a fração de R134a é reduzida, estes valores
aumentam. As misturas de hidrocarbonetos
R290/R600a (60:40) e (50:50) possuem
maiores condutividades em toda a faixa de
temperatura, sendo estas praticamente iguais
entre as duas misturas. Tal fato proporciona
maiores taxas de transferência de calor ao
sistema de refrigeração.
A figura 7 apresenta as condutivida-
des térmicas na fase vapor dos diversos
fluidos refrigerantes analisados em função
F5. Variação do volume específico na sucção do compressor em função da temperatura. da temperatura. Observa-se que o R134a
apresenta as menores condutividades em
toda a faixa de temperatura. As misturas
de hidrocarbonetos R290/R600a (60:40)
e (50:50) possuem maiores condutividades
em toda a faixa de temperatura, sendo estas
praticamente iguais entre as misturas.
Analisando-se os resultados apresentados
na tabela 2, observa-se que quanto maior a
fração em massa de propano (R290), maior
será a pressão de condensação e menor a
temperatura de evaporação, o que pode
acarretar em grande formação de gelo no
evaporador, a mistura de R290/R600a (60/40)
F6. Variação da condutividade térmica na fase líquida em função da temperatura. aponta para a melhor solução neste quesito.

46 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


energia

A mistura de R290/R600a (60/40)


apresenta as menores densidades de líquido
juntamente com o R290 puro, proporcio-
nando assim reduzidas perdas por atrito no
sistema. Esta mistura também apresenta as
menores densidades na fase vapor e líquida,
sendo esperada uma redução no trabalho
total de compressão. A redução nos valores
de densidades é mais importante que um
aumento no calor latente de vaporização do
fluido (POGGI et al., 2008).
A diminuição da proporção de R134a
nas misturas acarreta uma redução da
potência de compressão necessária e da
transferência de calor no condensador. A
mistura de hidrocarbonetos com o R134a
proporciona um aumento na lubricidade e
miscibilidade do óleo lubrificante com o
R134a (TASHTOUSH et al., 2002). As
densidades de vapor nas condições de sucção
das misturas e do R290 puro se apresentam
menores que as do R134a, correspondendo a
uma menor carga de massa necessária destes
fluidos no sistema em relação ao R134a.
Pode-se notar ainda que o calor latente
de vaporização (efeito de refrigeração) da
mistura R290/R600a é cerca de duas vezes
maior que do R134a. No entanto, devido
ao reduzido volume específico do R134a na
sucção, a capacidade de refrigeração volu-
métrica dos dois fluidos são próximas. De
modo a aceitar um fluido de trabalho como
substituto para um sistema de refrigeração,
uma similar capacidade de refrigeração
volumétrica e performance comparada
com o refrigerante existente são requeridas
(FATOUH e KAFAFY, 2006a).
O único fator real que pesa contra a
utilização em massa dos hidrocarbonetos
como refrigerantes em equipamentos de
refrigeração e ar condicionado é a segurança
quanto a utilização de quantidades relati-
vamente grandes destes fluidos inflamáveis
(MARTÍNEZ-GALVÁN et al., 2011). O
isobutano já vem sendo utilizado há bastante
tempo em refrigeradores e nenhum problema
maior de segurança tem sido observado,
principalmente devido às cargas reduzidas
no sistema e ao índice muito diminuto de
fugas. Um importante quesito no projeto dos
sistemas que operam com hidrocarbonetos
consiste na avaliação da possibilidade de
exclusão de acumuladores/tanques de líquido
na saída do condensador, e quando não
for possível a exclusão deste componente,
projetá-lo com um volume reduzido.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 47


energia

Qualquer pessoa que esteja envolvida portância na necessidade latente do aumento Os hidrocarbonetos apresentam menores
com o manuseio ou manutenção de circuitos da eficiência energética dos equipamentos. temperaturas de descarga no compressor,
refrigerantes com hidrocarbonetos deve pos- Hidrocarbonetos, como o Gás Liquefeito proporcionando maior vida útil a estes
suir um certificado válido de algum órgão de Petróleo (GLP), são ambientalmente componentes. O coeficiente de performance
acreditado, comprovando sua competência corretos e encontram-se disponíveis na do sistema com hidrocarbonetos e misturas
para o manuseio destes refrigerantes de forma natureza, neste sentido, a utilização destas apresentou crescimento de cerca de 5% em
segura. Todas as ferramentas e equipamentos substâncias como fluidos refrigerantes em relação ao R134a. Consequentemente, me-
devem ser confiáveis para o uso com fluidos refrigeradores é muito atrativa. nores trabalhos de compressão são requeridos
inflamáveis, atenção particular deve ser dada De acordo com a análise termodinâmica para os hidrocarbonetos em relação ao R134a
na seleção de: unidades de recuperação de desenvolvida para os fluidos hidrocarbonetos, devido a suas propriedades termofísicas
fluido, detectores de vazamento, medidores pode-se observar que estes reduzem os níveis relativas à densidade na fase líquida e vapor.
elétricos, cilindros de recuperação de fluido de pressão desenvolvidas no condensador e De forma a consolidar os hidrocarbonetos
e lâmpadas portáteis. evaporador. e suas misturas como substitutos aos fluidos
A utilização do R290 e misturas envol- sintéticos, como o HFC134a, a indústria
Conclusão vendo hidrocarbonetos proporcionam uma de refrigeração deve focar seus esforços no
Os esforços de pesquisa e desenvolvimento triplicação do calor latente de vaporização em desenvolvimento de compressores adequados
na área de Refrigeração e Ar Condicionado relação ao R134a. Tal fator acarreta numa à capacidade de refrigeração volumétrica dos
aplicados ao uso de fluidos refrigerantes redução de cerca de 50% da necessidade de fluidos naturais. Além do desenvolvimento de
naturais não estão associados somente à carga de refrigerante em massa no sistema novas metodologias de projeto de trocadores
necessidade de preservação do meio ambiente de refrigeração para uma mesma capacidade de calor, já que as misturas se comportam
em si, mas também apresentam grande im- do equipamento. de forma diferente dos fluidos puros no que
diz respeito à mudança de fase.
O único fator real que pesa contra a
utilização em massa dos hidrocarbonetos
como refrigerantes em equipamentos de
refrigeração e ar condicionado é a segurança
quanto a utilização de quantidades relativa-
mente grandes destes fluidos inflamáveis.
Como continuidade do projeto de pesqui-
sa serão desenvolvidas análises experimentais
destas misturas selecionadas de modo a se
obter um indicativo de performance em
relação ao HFC-134a, tendo como objeto
de comparação os resultados da análise
F7. Variação da condutividade térmica na fase vapor em função da temperatura. teórico- computacional.

Refrigerante R290/R600a R290/R600a R290/R600a/R134a Agradecimentos


R134a R290
Parâmetros (60/40) (30/70) (40/30/30)
Pressão de condensação @ Agradecemos à Pró-Reitoria de Pesquisa
1470,0 1883,0 1370,5 1050,6 1604,0
54,4ºC (kPa) e Inovação do IFRN pela concessão de
Pressão de evaporação @ auxílio financeiro como apoio ao desen-
114,8 216,6 140,6 99,85 174,7
-23,3ºC (kPa)
volvimento de projetos através do Edital
Diferença de pressão (kPa) 1355,2 1666,4 1229,9 950,75 1429,3
Razão de pressões 12,8 8,7 9,74 10,52 9,18
Nº 23/2010. MA
Efeito de refrigeração (kJ/kg) 185,58 354,47 347,85 342,11 279,7
Capacidade de refrigeração 743,719 1171,9 819,718 619,5 980,391
volumétrica (kJ/m3)
COP 2,049 2,041 2,093 2,160 2,085 Igor Marcel Gomes Almeida
Grupo de Estudos em Refrigeração e Ar Condi-
Capacidade de refrigeração (W) 143 143 143 143 143 cionado. Instituto Federal de Educação, Ciência
Vazão mássica (kg/h) 2,773 1,452 1,479 1,504 1,840 e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus
Temperatura de descarga (°C) 139,5 134,5 128,8 123,6 126,0 Santa Cruz. Rua São Braz, No.304, Bairro
Temperatura de entrada no Paraíso. Santa Cruz-RN.
32,2 32,2 32,2 32,2 32,2 E-mail: igor.almeida@ifrn.edu.br
tubo capilar (°C)
Volume específico na sucção
(m3/kg) 0,2121 0,2571 0,3607 0,4694 0,2425 Cleiton Rubens Formiga Barbosa
Calor específico na fase Grupo de Estudos em Sistemas Térmicos
líquida (kJ/kgK) 1,44733 2,8002 2,66510 2,57641 2,28916 (GEST). Departamento de Engenharia Mecâ-
Densidade na fase líquida
nica. Universidade Federal do Rio Grande do
(kg/m3) 1183,27 483,44 505,718 523,598 588,688 Norte. Av. Salgado Filho. S/N. Lagoa Nova.
Natal-RN.
T2. Características dos hidrocarbonetos no ciclo de refrigeração padrão ASHRAE. E-mail: cleiton@ufrnet.br

48 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


chão de fábrica

Marketing
Industrial,
por que não pensei Adriano Oliveira é

nisso antes?
responsável pelo
Departamento de
Marketing na
Mectrol do Brasil

H
oje, ainda se confunde muito o conceito de Para se entender melhor, de acordo com
Marketing e suas funções com as outras áreas o dicionário, marqueteiro é "aquele que,
da organização, e isto dificulta ainda mais oportunisticamente, se utiliza do marketing
a sua aplicação. Na indústria há empresas para projetos e interesses pessoais”. Atual-
de todo tipo de gestão, as de menor porte, mente no Brasil, “marqueteiro” é visto como
por exemplo, desconhecem os preceitos do um vulgo pejorativo e até mesmo ofensivo,
marketing, entendendo que esse tema se usado para qualificar negativamente um
restringe à divulgação ou que serve apenas profissional.
para ser um apoio comercial. No meio político, o vemos como aquele
No Brasil o termo marketing teve uma que cuida de campanhas de políticos, que
infeliz banalização e disseminação, muitas muitas das vezes são incompetentes e cor-
falácias confundem o termo com propaganda, ruptos. Por isso, entender seus conceitos é
promoção, publicidade e vendas. de fundamental importância para que este
Analisando a fundo a raiz destas confusões cenário compreenda a definição correta
e equívocos acerca da palavra marketing, os destes termos.
termos terminados em ing exigem mais que No decorrer deste artigo veremos a
uma só palavra para sua definição, sendo importância desta área dentro da empresa
que o sufixo ing (de origem inglesa) tanto e porque não devemos terceirizá-la. Primei-
indica um gerúndio quanto um substantivo. ramente, iremos definir melhor o conceito
O marketing nunca encontrou por aqui de marketing na indústria.
uma interpretação digna do seu real signifi- No setor industrial, ainda nos vemos
cado, entretanto, uma das falácias que mais amarrados a conceitos e paradigmas de um
rebaixam a classe dos seus profissionais é ser passado conservador, tanto nas estratégias de
chamado de “marqueteiro”, isso mesmo - no marketing quanto na comunicação, bastante
diminutivo - pois esta palavra não merece restritos aos pensamentos das lideranças
tal destaque, é o puro aportuguesamento acomodadas em suas posições e no receio
da expressão marketeer usada no inglês para da inovação.
identificar as pessoas que trabalham com É muito comum você se deparar na
marketing. indústria com empresas que de certa forma

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 49


chão de fábrica


são bem sucedidas, mas com grandes Comunicação "vendendo" as receitas
"falhas de marketing". Exemplos disso de sucessos através de ferramentas de
vemos nas tradicionais revistas B2B, workflow, e-marketing e links patroci-
anúncios que mostram a pura falta de nados no Google, quando na verdade
...a área de profissionalismo com erros gritantes ou muitas das empresas na indústria não
nos sites que parecem verdadeiros blogs têm uma equipe de marketing própria,
marketing é uma abandonados. que dará o suporte necessário para essas
Muito se perde, pois estas ações ações internamente, ficando à mercê de
área estratégica não levam em conta a importância da um péssimo investimento.

da empresa e persuasão das palavras, das cores, dos


elementos gráficos e de tudo aquilo que
Muitas empresas de "tecnologia e
comunicação" vendem esse conceito à
interdependente possa ser considerado influenciador para
uma tomada de decisão. Certamente
indústria, alegando que para o cresci-
mento, a grande “sacada” é terceirizar,
de diversas áreas, é difícil mudar o perfil de alguém já mas ele não se suporta na prática, pois


formado, principalmente quando este muitas das ações e decisões devem ser
incluindo a direção pertence a gerações mais tradicionais, feitas internamente, até porque envolvem
que, por receio de algo que não viveram muitas vezes informações sigilosas e
da empresa... ou não vivem, não se arriscam. estratégicas da empresa, que não podem
Marketing é muito além de saber o cair "na boca do mercado".
que o mercado pensa e deseja, é saber Enfim, no cenário competitivo indus-
como oferecer, como ser inovador e ao trial, uma empresa que quer realmente
mesmo tempo criativo. ter um marketing industrial eficiente,
Uma definição conceitual de Marke- precisa ter sua própria estrutura interna,
ting que gosto bastante, apesar de não ser mas essa estrutura pode ter o apoio de
definitiva: “É uma função organizacional uma consultoria, agências de design e
e um conjunto de processos que envolvem comunicação, dando suporte quando e
a criação, a comunicação e a entrega de onde for necessário.
valor para os clientes, bem como a admi- Entretanto, a área de marketing é
nistração do relacionamento com eles, de uma área estratégica da empresa e inter-
modo que beneficie a organização e seu dependente de diversas áreas, incluindo
público interessado. (AMA - American a direção da empresa. Recomendo sim a
Marketing Association). terceirização de ações específicas, devi-
Toda decisão de compra tem compo- damente focando o plano de marketing,
nentes racionais e objetivos, e componentes mas defendo uma postura de profissionais
emocionais. Como marca é associada ao full time, sentindo a realidade da empresa
produto, ela é um bom exemplo disso: e descobrindo diariamente como os seus
marca tem elementos tangíveis, racionais, clientes e mercado pensam, este é o grande
e outros intangíveis ou emocionais. desafio do Marketing Industrial.
Marketing industrial deve ser feito No segmento B2B e B2C, o que
para todos, não saindo do princípio B2B conta muito é a sua expertise, as empresas
(business-to-business) ou B2C (business-to- comprarão seus produtos ou serviços se
-customer). Um case que responde a esta acreditarem na sua competência, e isto
tese é a empresa Tetra Pack, que passou gerará credibilidade e confiança.
um bom tempo fazendo propaganda em Já imaginou como serão as empresas
mídia de massa, sendo que nenhum con- lideradas pelas gerações Y e Z? Tenho
sumidor final comprou embalagens, mas certeza que ousadia e inovação serão
sim a marca, originando o conceito do suas marcas registradas. Fica aqui este
“Por que não pensei nisto antes?”, levando questionamento, sucesso a todos, câm-
sempre em consideração o uso das regras, bio, desligo! MA
do público-alvo e toda a sua atmosfera.Por
isso é de fundamental importância que a
área de Marketing não seja terceirizada, Adriano Oliveira, formado em Publicidade e
pois é a "coluna cervical" da empresa, e Propaganda pelas Faculdades Integradas de
sem ela a empresa não fica de pé. Bauru (FIB), responsável pelo Departamento
de Marketing na Mectrol do Brasil, tem
É muito comum vermos diversas especializações em Design, Marketing
empresas da área de Marketing Digital/ Digital e eventos industriais.

50 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012

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