Você está na página 1de 2

alguma coisa naquele olhar podia ter mudado a minha vida.

alguma coisa naquele olhar,fez-me querer nunca mais fugir do amor.


Não,não estou apaixonado. Não estragaria tanta beleza com um sentimento tão podre. E
também não,Não culpo Deus por nada daquilo.
Deus,tem mais o que fazer. Deus, é perfeito demais para dar atenção pros meus problemas.
Só pensei que, naquele dia, as coisas teriam mudado.
Ledo engano.
A vi segurando as mãos de um jovem rapaz (que não era eu,obviamente).
Não,ela não tinha obrigação de retribuir o meu fascínio relampago..
mas doeu. e como doeu. Só Deus sabe como. Ou talvez nem ele.
ir do céu ao inferno em uma página...Ir do jardim verdejante as frias malhas de ferro.

Trocar o Heroi, por um fantasma...os céis azuis pela a dor.

foi definitivamente,doloroso.

Achei que Deus havia se lembrado de mim,como prova de sua bondade havia me enviado um
anjo que não se importou em se ferir com meus espinhos.
Simplesmente chegou perto, ignorando minha monstruosidade e perguntou s'eu tocava guitarra,
com o sorriso mais encantador alguma vez já dirigido a mim.
Alguma coisa quente circulava em mim, depois de tanto tempo. Era meu sangue, acho.
mas,sonhei alto. Deus nao o faria. Aquele anjo? para mim? sem chance.

Deus não daria tamanha jóia a mim, outros se fazem 1000x mais merecedores de tal anjo.

e o que me sobrou foi tocar notas tristes num instrumento que compreende o infinito em uma
oitava.e varios infinitos,e "buracos de minhoca" por entre ele.
Sozinho.
Sozinho novamente.
Sozinho, como sempre.

Toquei aquelas notas, que choravam, numa canção que falava sobre "bater nas portas do céu",
Quase a mesma sensação que meu coração teve ao ver tal criatura chegar perto e abrir um
sorriso pra mim.

Passei o dia a pensar nessa garota.

Já posso sentir mais uma vez o amargo gosto do vazio?

da vontade não saciada?

Devo trancar as portas do meu coração pra sempre, jogar elas fora,desligar as estrelas e tirar a
lua do céu, ou devo esperar a próxima decepção? Ou devo iludir-me,pensando "Talvez amanhã"?

Pensamentos que rabiscam pela minha cabeça.


Dei-os autoridade de fazer dela uma folha de papel em branco? Não sei. tampouco faço questão
de saber.
As notas ficaram um pouco mais tristes ao longo do dia,e agora entoavam a "Balada do Adeus".
Com erratas,é claro. Marinheiro-só de primeira viagem que ainda sou no infinito musical, ainda
faço meus erros de mal guitarrista.

mas ao menos pra mim,minha guitarra canta.

o que eu quiser.

a hora que eu quiser

Na escala,no tom e na afinação que eu quiser.

Apesar da expressão por meio das notas,o fascínio ainda não adormeceu,e mora
aqui,entranhado em mim de forma que talvez o tempo,assim como o fez, possa desfaze-lo.

E eu fiquei ali, a sol jazer.

com o coração em pedaços...

Mas...quem se importa?

o tubarão tem lágrimas, e elas correm pela face dele, mas o tubarão vive na agua, então suas
lágrimas não são vistas.

Ficamos eu e ela ali. eu e minha guitarra.

que de músicas felizes,poucos acordes tocou.

ou desepeja fúria envenada com seus "Heavy Metal" (Sobretudo quando une-se ao pedal) ou
toca solos chorosos,de longos bends em casas com tons meio agudos.

ela parece o sabiá. só canta quando há tristeza

(14/AGO/14 - Editado 03/JUN/15. Uma decepção que tive, que só tive vontade de registrar por
contar alguns traços de inspiração)

Você também pode gostar