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Os Rituais Fúnebres
1
SHAW, Ian, “Ancient Egypt: A Very Short Introduction”, Oxford University Press, 2004, p.115.
2
SMITH, Mark, “Osíris and the deceased”, UCLA, Encyclopedia of Egyptology, University of Oxford, 2008,
p.1.
3
(Shaw; 2004, pag.117).
4
(Smith; 2008, p.2)
5
Nota-se que a idade adulta de um egípcio seria por volta dos 15, visto que a esperança média de vida
rondava os 30 anos, nas elites.
6
(Smith; 2008, p.2)
7
(Shaw; 2008, pag.118)
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1. Procissão à Necrópoles;
Esta era uma procissão que se dava no rio Nilo e que representava a travessia da terra
dos vivos (este) à terra dos mortos (oeste). Isto era visto como uma passagem que
levava à imortalidade. Segundo Harold Hays, o falecido é levado num baú, todo ele
trabalhado e com inscrições, desde o lugar em que morreu até ao templo de
embalsamento. Nas representações dos túmulos, esta procissão é representada com
um barco (neshmet boat, barco de Osíris12) que carrega o baú. Com este, normalmente
são carregados também oferendas que consagram o ka13, mourners – mulheres que
representavam as deusas irmãs de Osíris, Isís e Néftis – e sacerdotes – homens que
representavam Hórus e Thot.
8
SMITH, Mark, “Democratization of the Afterlife”, UCLA, Encyclopedia of Egyptology, University of
Oxford, Los Angeles, 2009, p.1
9
Shaw, Ian, “The Oxford History of Ancient Egypt”, Oxford, Oxford U.P., 2001, pp. 480-489.
10
Artigo de National Geographyc news, Pharaoh Seti I's Tomb Bigger Than Thought, Outubro de 2010.
(em anexo)
11
HAROLD, Hans, “Funerary Rituals (Pharaonic Period)” UCLA, Encyclopedia of Egyptology, Department
of Near Eastern Languages and Cultures, UC, Los Angeles, 2010, pp.3-8.
12
ASSMANN, Jan, “Death and Salvation in Ancient Egypt”, tradução de David Lorton, Cornell University
Press, 2005, USA, p.204
13
Ka é um conceito tipicamente Egípcio e consistia no mesmo que o espírito em algumas religiões; era o
“sopro” que necessitava de um corpo preservado para o individuo que morreu possa viver com os
deuses.
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2. Embalsamento e mumificação;
Acredita-se que estes dois processos demoravam cerca de 70 dias.
Relativamente ao embalsamento, este nunca era representado nos túmulos. Por isso é
que as representações do antes e do depois são tão importantes e tão frequentes. A
mumificação, por outro lado, foi tardiamente explicada em textos funerários, já na era
romana do Egipto e, ainda assim, não se sabe exactamente como era o processo de
mumificação. Todo o conhecimento, para além dos textos ptolemaicos, é adquirido
com o estudo das múmias. A preservação do corpo através da mumificação era
fundamental na prática funerária porque os egípcios acreditavam que o seu ka iria
buscar sustento ao corpo. Se o corpo estivesse desintegrado ou irreconhecível, o ka
não conseguiria “alimentar-se” e o falecido poderia não alcançar a vida no mundo dos
deuses15. Primeiro removia-se o cérebro. Esta prática era muito praticada no Império
Novo e usava-se um gancho de ferro pelo nariz para fragmentar o cérebro para depois
ser retirado com uma espátula16, antes da mumificação. Contudo, os egípcios
acreditavam que o coração era o centro de inteligência e personalidade, sendo que a
remoção do cérebro era muitas vezes descartada, por não ser muito importante. O
processo de mumificação consistia em desidratar o corpo e preservá-lo com “natron”
(espécie de sal), que protegia a carne das bactérias e fungos. Com o tempo, os
materiais e rituais fúnebres mudaram ligeiramente, também dependendo das
capacidades monetárias e preferências do falecido, mas no geral, eram muito
semelhantes. No Império Novo, reinado de Seth I, os materiais usados para a
mumificação eram, essencialmente, resina, óleos, e, por vezes, alguma terra17: «Depois
verteram para dentro do crânio Já vazio uma mistura de resinas de diversas árvores
coníferas, com cera de abelha e óleos vegetais perfumados (…)». (Lopes, 2015,p.69).
14
(Harold; 2010, p.5)
15
(Shaw; 2004, p.123)
16
Ibidem, p.15
17
DAVID, Rosalie, “Egyptian Mummies and Modern Science, Cambridge University Press, 2008, P.30
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3. Ritual pós-embalsamento;
São rituais normalmente associados a “Hour Vigil” (hora nocturnas), que resumiam os
ritos de embalsamento e as ilustrações que se encontram no livro dos mortos (Book of
the dead), bem como procissões conduzidas nos arredores da necrópole.
18
Ibidem, p.15.
19
LOPES, H.T., Ramsés II: O Deus Vivo, Conquistador de terras e de Corações; Verso de kapa, Lisboa 2015
20
IKRAM, Salima, “Mummification”, UCLA, Encyclopedia of Egyptology, Department of Near Eastern
Languages and Cultures, UC, Los Angeles, 2010, p.2
21
(David, 2008, p.35)
22
Ibidem, pag.7.
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Este ritual (abertura da boca) visava regenerar todas as suas funções vitais,
através da eficácia da magia, garantindo-lhe, deste modo,
uma existência plena na Duat.
(Lopes, 2015, p.70)
5. Abertura da Boca;
Este é um processo que permitia simbolicamente que o falecido pudesse comunicar no
outro lado. Primeiramente colocava-se o corpo mumificado de cabeça virada para
sul23, à entrada do templo, seguido de purificações24 com incenso e água (e alguns
perfumes aromáticos). Abria-se a boca simbolicamente com “adze-shaped
instruments”25. De seguida, é feito um ritual de oferendas e “glorifications”, cuja
função é “transfigurar” o falecido em akh, que lhe permite entrar no mundo dos
deuses. Todos estes rituais eram acompanhados por literatura funerária mágica: os
Textos das Pirâmides (gravados nas paredes); os Textos dos Sarcófagos (tal como o
nome indica, escritos nos sarcófagos); e o Livro dos Mortos (continha a compilação de
orações, prescrições e textos mágicos). Acredita-se que o falecido atingia, assim, o
aspecto Osíriano26 e dava-se a consumação do morto com o mundo divino. Por último
a múmia é colocada numa câmara, descrito nos textos como “a entrada do deus no
seu templo”27.
Depois disto, o esquife do meu pai foi depositado na sua morada
eterna, previamente ornamentada com imagens e textos mágicos (…)
(Lopes, 2015,p.70)
6. Serviço mortuário;
Depois de colocado o falecido na sua câmara, praticavam-se serviços sacerdotais,
prestados por sacerdotes. O chefe destes, normalmente o filho do falecido, é quem
praticava estes serviços “and therefore the god Horus to the god Osiris”.28
Os ritos encontram-se completos nos textos das pirâmides, também representados nas
paredes dos túmulos, descrevendo o acto em si.
23
(HAROLD; 2010, p.7)
24
(ASSMANN; 2005, p.313)
25
(Harold: p.7)
26
(SMITH; 2009, p.1)
27
(Harold; p.8)
28
Ibidem, p.8
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Anexos
Ilustração 1
http://www.touregypt.net/featurestories/picture05162003.htm
Webgrafia
www.memphis.edu
http://www.memphis.edu/egypt/resources/online_biblio/bibliography_
mar2015.html
www.news.nationalgeographic.com
http://news.nationalgeographic.com/news/2008/04/080417-seti-
tomb_2.html
www.touregypt.net
http://www.touregypt.net/featurestories/funeral.htm