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Introdução à proteção do sistema elétrico

Aula 1: Introdução à Análise de faltas nos


PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

Sistemas Eléctricos de Potência

Prof. Engº.: Ixieto Ngonga


Introdução
Problemas que afetam os sistemas elétricos e suas respectivas proteções:
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

Problemas Proteção

Sobretensões Pára-raios

• Elo-fusível
• Relés
Curto-circuito • Religador
• Seccionalizador

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Introdução
Causas das faltas
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

 Galhos de árvores que tocam os condutores;

 Falhas de isoladores (rachaduras, sujeira, maresia, etc.);

 Atos de vandalismos (tiros, objetos jogados sobre os condutores, etc.);

 Batidas de automóveis nas estruturas;

 Pequenos animais ao subirem nas estruturas (pássaros, ratos , gatos, etc.);

 Sobretensões de manobras e descargas atmosféricas;

 Erros humanos (aterrar a linha durante uma operação de manutenção e, depois,


energizá-la sem desfazer o aterramento);

 Outros.

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Introdução
Tipos de curto-circuito (Faltas) e classificação
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

Em sistemas elétricos trifásicos e aterrados, os curtos-circuitos podem ser:

 Trifásico;
 Bifásico;
 Bifásico-terra;
 Fase-terra.

De acordo com o tempo de duração, estas faltas podem ser:

 Transitórias, passageiras ou de curtas durações;


 Permanentes.

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1) Do sistema da figura-1 sabe-se que se produz um curto-circuito simétrico na
barra 1 e que os dados do sistema, com magnitudes p.u correspondentes a
Sb= 300MVA, são os seguintes:
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Sabe-se, igualmente, que as fontes com as que se modelam os dois geradores


tem tensões p.u de 1∠0°.
Supondo um curto-circuito rígido, calcular a componente de alternada da Icc
imediatamente após a falha. Calcular também as tensões em ambas barras, a
intensidade que atravessa a linha e as fornecidas pelos geradores.
Sabe-se, igualmente, que as fontes com as que se modelam os dois geradores
tem tensões p.u de 1∠0°.
Supondo um curto-circuito rígido, calcular a componente de alternada da 𝐼𝑐𝑐
imediatamente após a falha. Calcular também as tensões em ambas barras, a
intensidade que atravessa a linha e as fornecidas pelos geradores.

Geradores 300 MVA 𝑿𝒅 ´´ = 𝟎, 𝟎𝟖𝒋 𝒑. 𝒖


Trafos 300 MVA 𝑿 = 𝟎, 𝟏𝟐𝒋 𝒑. 𝒖
Linha Sem perdas 𝑿𝑳 = 𝟎, 𝟐𝒋 𝒑. 𝒖
Carga-1 Resistência 𝑹𝟏 = 𝟐 𝒑. 𝒖

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Resolução
Neste tipo de problemas não se considera o estado da carga prévio à
falha, pelo que, pese especificamente a carga no enunciado, o sistema se
considera em vazio, como podemos verificar na figura -2
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Calcularemos em primeiro lugar o equivalente


Thevenin do sistema no ponto da falha. Para isso,
vamos nos guiar pela figura-3 que corresponde ao
sistema no que se anularam as fontes de tensão
(modelo incremental). Baseando-nos nela obtemos:

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Na ocorrência do curto-circuito na barra-1, a impedância da linha fica em série com
a impedância total do sistema da barra-2; por sua vez o equivalente fica em
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paralelo com a impedância equivalente da barra-1, como podemos verificar


aplicando o Thevenin.

(𝑋𝑑 1 ´´ + 𝑋𝑇 1 ) × 𝑋𝑑 2 ´´ + 𝑋𝑇 2 + 𝑋𝐿 0,08𝑗 + 0,12𝑗 × 0,08𝑗 + 0,12𝑗 + 0,2𝑗 2


𝒵𝑇 = = = 𝑗
𝑋𝑑 1 ´´ + 𝑋𝑇 1 + 𝑋𝑑 2 ´´ + 𝑋𝑇 2 + 𝑋𝐿 0,08𝑗 + 0,12𝑗 + 0,08𝑗 + 0,12𝑗 + 0,2𝑗 15

Deste valor de 𝒵𝑇 é o que deve se considerar no


equivalente da figura 4, por tanto, a intensidade de
𝟏 𝟏
curto vale: 𝓘𝒄𝒄 = = 𝟐 = 𝟕, 𝟓𝒋 𝒑. 𝒖
𝓩𝑻 𝒋
𝟏𝟓

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O circuito da figura 12.8 (sistema passivado e falha substituída por uma fonte)
permite-nos obter a contribuição de cada gerador ao curto-circuito: Aplicando a
expressão do divisor de intensidades:
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𝐸1
(𝑋𝑑 1 ´´ + 𝑋𝑇 1 )
ℐ1 = × ℐ𝑐𝑐
𝐸1 𝐸2
´´ +
(𝑋𝑑 1 + 𝑋𝑇 1 ) 𝑋𝑑 2 ´´ + 𝑋𝑇 2 + 𝑋𝐿
1
0,2𝑗 −5𝑗
ℐ1 = × 7,5𝑗 = × 7,5𝑗 = 5∠ − 90°
1 1 −5𝑗 − 2,5𝑗
+
0,2𝑗 0,4𝑗
𝐸2
𝑋𝑑 2 ´´ + 𝑋𝑇 2 + 𝑋𝐿
ℐ2 = × ℐ𝑐𝑐
𝐸1 𝐸2
+
(𝑋𝑑 1 ´´ + 𝑋𝑇 1 ) 𝑋𝑑 2 ´´ + 𝑋𝑇 2 + 𝑋𝐿
1
0,4𝑗 −2,5𝑗
ℐ2 = × 7,5𝑗 = × 7,5𝑗 = 2,5∠ − 90°
1 1 −5𝑗 − 2,5𝑗
+
0,2𝑗 0,4𝑗

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E conseguidas estas, a obtenção das tensões é imediata
∆𝒰1 = − 𝑋𝑑 1 ´´ + 𝑋𝑇 1 × ℐ1 = −0,2𝑗 × 5∠ − 90° = 1∠0°
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∆𝒰2 = 𝑋𝑑 2 ´´ + 𝑋𝑇 2 × ℐ2 = −0,2𝑗 × 2,5∠ − 90° = 0,5∠0°


O estado resultante, ignorando ou estado da carga prévio à falha, é o que se verifica
na figura -4

Na figura -5 verifica-se o resultado que se modela com a


carga resistiva. Observa-se como a variação do resultado
é mínima.

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Curto-circuito Assimétrico
1) Um gerador síncrono com reactâncias das três sequências de valores
𝑿𝟎 , 𝑿𝟏 𝒆 𝑿𝟐 , cumpre que 𝑿𝟏 = 𝑿𝟐 ≫ 𝑿𝟎 .
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Se seu neutro está posto a terra através de uma reactância limitadora 𝑋𝑛


determinar a condição que deve cumprir com reactância para que a intensidade
de uma falha fase-terra rígido seja maior que a que aparece numa falha trifásico
rígido.
Resolução
A intensidade de curto-circuito no caso de falha trifásico rígido obtém-se
𝑬
facilmente como 𝓘𝒄𝒄 𝟑𝒇 = , sendo E a força electromotriz de sequência directa do
𝑿𝒕
gerador. O caso de falha fase-terra rígido pode estudar-se com a interconexão de
circuitos de sequências da figura 6

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𝐸 3𝐸
ℐ0 = ℐ1 = ℐ2 = =
𝑋1 + 𝑋2 + 𝑋0 + 3𝑋𝑛 2𝑋1 + 𝑋0 + 3𝑋𝑛
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3𝐸
ℐ𝑐𝑐 1𝑓 = ℐ0 + ℐ1 + ℐ2 = 3ℐ1 =
2𝑋1 + 𝑋0 + 3𝑋𝑛
1𝑓 3𝑓
A condição ℐ𝑐𝑐 > ℐ𝑐𝑐 e equivale a:
3𝐸 𝐸
>
2𝑋1 + 𝑋0 + 3𝑋𝑛 𝑋1
63𝑋1 > 2𝑋1 + 𝑋0 + 3𝑋𝑛 , simplificando teremos:
1
𝑋𝑛 < 𝑋1 − 𝑋0
3
Como caso concreto, temos que no caso de que o neutro do gerador está
rigidamente unido a terra, 𝑋𝑛 = 0, a intensidade de curto-circuito na falha fase-
terra é maior que no caso trifásico.

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1) Para a rede da figura 7 com os dados expressados em p.u para a mesma base,
determinar:
a) Intensidade pelo neutro do transformador e as tensões nos terminais do
gerador, para uma falha fase-terra na linha, 5km da barra 2 e com impedância
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de falha 𝑍𝑓 = 0,02𝑗.
b) Corrente de curto-circuito e a componente homopolar das tensões no ponto de
falha, para uma falha fase-fase na linha, no mesmo ponto e com a mesma
impedância de semelhante ao caso anterior.
Dados do sistema:
𝑋0 = 0,04
𝐺𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟: 𝑋1 = 0,1
𝑋2 = 0,08
𝑋 = 0,15
𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝑟: 𝑐𝑐
𝑋0 = 0,12
𝑋0 = 0,15
𝐿í𝑛𝑒𝑎: 𝐿 = 20𝑘𝑚,
𝑋1 = 𝑋2 = 0,08

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Os circuitos das 3 sequências, juntamente aos equivalentes desde a falha, mostram-se nas figuras
13.7 (homopolar), 13,8 (directa) e 13,9 (inversa). Note-se que neste ponto não se têm incluído os
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deslocamentos introduzidos pelo transformador, os quais ter-se-ão em conta só ao nos referir a


magnitudes do gerador.

figura 13.7 (homopolar)

13,8 (directa)

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figura 13.9 (inversa)

Falha fase-terra: as três sequências devem acoplar-se como se mostra na figura

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Que tem as equações
ℐ𝑓0 = ℐ𝑓1 = ℐ𝑓2 = −3.2626𝑗
𝒰𝑓0 = 0.29981∠0°
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𝒰𝑓1 = 0.74481∠0°
𝒰𝑓2 = −0.2492∠0°

Para obter a intensidade no neutro do transformador, usamos o circuito de


homopolar, no que se substituiu a condição de falha 𝒰𝑓0 , como se mostra na
figura 13.11. É imediato obter:
ℐ𝑡0 = 1,7635𝑗
ℐ𝑁 = 3 × ℐ𝑓0 = 5,29 ∠0°

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figura 13.11
Para obter as tensões nos terminais do gerador, aplicamos as tensões no domínio de
componentes simétricas:
Homopolar: da figura 13.11 resulta óbvio que: 𝒰𝑔0 = 0.
Directa: da figura 13.12, obtemos
1∠0° − 𝒰𝑓1
ℐ𝑔1 = = −0.945𝑗
0,27𝑗
𝒰𝑔1 = 1∠0° − 0.1𝑗 × ℐ𝑔1 = 0.9055
Designado por 𝒰´𝑔1 a tensão que realmente há em geradores, incluindo
desfasamento incluído pelo transformador:
𝒰´𝑔1 = 𝒰𝑔1 × 1∠ − 150° = 0.90551∠ − 150°

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PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

Circuito de sequência directa da figura 13.12


Inversa: da figura 13.12 obtemos
−𝒰𝑓2
ℐ𝑔2 = = −0.9968𝑗
0,25𝑗
𝒰𝑔2 = −0.08𝑗 × ℐ𝑔2 = −0.0797
E a tensão incluindo o desfasamento do transformador:
𝒰´𝑔2 = 𝒰𝑔2 × 1∠150° = 0.0797∠150°

Figura 13.13, Circuito de sequência inversa com substituição da falha


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Transformando estas tensões no domínio de fases teremos:
𝒰´𝑔𝑎 1 1 1 𝒰´𝑔0 0.9479∠ − 154,18°
𝒰´𝑔𝑏 = 1 𝛼2 𝛼 × 𝒰´𝑔1 = 0.8257∠90°
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

𝒰´𝑔𝑐 1 𝛼 𝛼2 𝒰´𝑔2 0.9479∠ − 25,82°


Falha fase-fase: para este de falha, a interconexão dos circuitos de sequências podemos
verificar na figura 13.14 estando a homopolar sem conexão.
As equações desta situação são:
𝒰𝑓0 = ℐ𝑓0 = 0
ℐ𝑓1 = −ℐ𝑓2 = −5,7274𝑗
𝒰𝑓1 = 0.5521∠0°
𝒰𝑓2 = −0.4375∠0°
E transformando em domínio de fase:
ℐ𝑎 0
ℐ𝑏 = −9,92∠0°
ℐ𝑐 9,92∠0°
Também podemos obter as tensões no ponto de
defeito.
𝒰𝑓0 = 0
𝒰𝑓1 = 1 − 0.0782𝑗 × ℐ𝑓1 = 0.5521
𝒰𝑓2 = −0.0764𝑗 × ℐ𝑓2 = 0.4376
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E transformando em domínio de fase teremos:
𝒰𝑓𝑎 1 1 1 𝒰𝑓0 0.9897
𝒰𝑓𝑏 = 1 𝛼2 𝛼 × 𝒰𝑓1 = 0.5047∠ − 168,66°
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

𝒰𝑔𝑐 1 𝛼 𝛼2 𝒰𝑓2 0.5047∠168,66°


1) Para a rede da figura, sabendo que os dados do sistema estão em p.u para uma
mesma base determinar:
a) Potência de curto-circuito na barra-3;
b) Intensidades pelas fases da linha L1 depois de um curto fase-fase na barra-2;
c) Módulo da intensidade pelo neutro do transformador durante a falha;
Dados:
𝑋0 = 0,05 𝑋0 = 0,1
𝐺𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟: 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑌𝑑5:
𝑋1 = 𝑋2 = 0,1 𝑋1 = 𝑋2 = 0,12
𝑋0 = 0,16
𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑌𝑦0: 𝑋𝐶𝐶 = 0,15 𝐿í𝑛𝑕𝑎 𝐿1:
𝑋1 = 𝑋2 = 0,04
𝑋0 = 0,32
𝐿í𝑛𝑕𝑎 𝐿2:
𝑋1 = 𝑋2 = 0,08

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Introdução à proteção do sistema elétrico

Aula 5 e 6: Introdução à Filosofia de


PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

D
Protecção e Equipamentos Utilizados
G
RI
T
Objetivo
AR
Apresentar a filosofia e os equipamentos utilizados para proteção de
S
M sistemas elétricos.
À
O

D
U
Ç
Ã
O

N
T
R
I
E

SDEE
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Filosofia da Proteção

É a técnica de selecionar, coordenar, ajustar e aplicar os vários equipamentos e


PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

dispositivos protetores a um sistema elétrico, de forma a guardar entre si uma


determinada relação, tal que uma anormalidade no sistema possa ser isolada e
removida no menor tempo possível, sem que outras partes do mesmo sejam
afetadas.
Objetivos da proteção:
 Salvaguardar a integridade física de operadores, usuários do sistema e animais;

 Evitar ou minimizar danos materiais;

 Retirar de serviço um equipamento ou parte do sistema que se apresente


defeituoso;

 Melhorar os índices de interrupção do sistema;

 Diminuir despesas com manutenção corretiva.

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Introdução
Propriedades básicas de um sistema de proteção
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

Confiabilidade: probabilidade do sistema de proteção funcionar com


segurança e corretamente, sob todas as circunstâncias.

 Seletividade : o sistema de proteção que possui esta propriedade é capaz de


reconhecer e selecionar as condições que deve operar, a fim de evitar operações
desnecessárias.

 Velocidade : um sistema de proteção deve possibilitar o desligamento do trecho


ou equipamento defeituoso no menor tempo possível.

 Sensibilidade : um sistema de proteção deve responder às anormalidades com


menor margem possível de tolerância entre a operação e não operação dos seus
equipamentos. Por exemplo, um relé de 40 A com 1% de tolerância é mais
sensível do que outro de 40 A com 2%.

 Economia: O sistema de proteção deve ter sua implantação viável


economicamente, evitando-se um número excessivo de dispositivos de proteção.
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Introdução
Níveis de atuação de um sistema de proteção:
 Proteção principal : Em caso de falta dentro da zona protegida, é quem deverá atuar
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

primeiro.

 Proteção de retaguarda : é aquela que só deverá atuar quando ocorrer falha da proteção
principal.

 Proteção auxiliar : é constituída por funções auxiliares das proteções principal e de


retaguarda, cujos os objetivos são sinalização, alarme, temporização, etc.

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Fig: Sistema de proteção Fonte: Almeida, 2000
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Estatística das faltas

Associado a cada tipo de falta pode-se afirmar:


PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

Probabilidade de Classificação
Tipo de falta ocorrência Permanente Transitória
(%) (%) (%)
Trifásica (3ϕ) 2 95 5
Bifásica (2ϕ) 11 70 30
Fase-Terra (ϕ-T) 79 20 80
Outros 8 - -

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Equipamentos de proteção:
 Pára-raios de Distribuição a Resistor Não-
linear;
PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

 Chave Fusível Indicadora Unipolar;


 Muflas Terminais Primárias e Terminação
 Transformadores de Corrente;
 Transformadores de Potencial;
 Buchas de Passagem;
 Chaves Seccionadores Primárias;  Relés de Protecção;
 Disjuntores de Alta Tensão;
 Transformadores de Potência;
 Disjuntores de Baixa Tensão;
 Voltímetros de Ferro Móvel;
 Amperímetros de Ferro Móvel;
 Capacitores de Potência;
 Chaves de Aterramento Rápido;
 Reguladores de Tensão;
 Religadores Automáticos;
 Resistores de Aterramento.

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Dimensionamento de equipamentos de proteção

O dimensionamento da proteção deve levar em conta as correntes de carga do


PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTENCIA

sistema e as correntes de falta (curto-circuito). A proteção deve ser ajustada de


forma a permitir a passagem da corrente de carga e bloquear as correntes de falta.
Assim:

ICarga : A corrente de carga é função da carga Instalada


IFalta : A corrente de falta está associada a rede elétrica e a capacidade
do sistema de alimentar a falta.

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