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3. Conjuntura Política
4. Universidade
d. Sócio-cultural e Esportes
f. Memória e Verdade
g. Estrutura do DCE
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QUEM COMPÕEM O MOVIMENTO NOSSA VOZ?
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O QUE É DCE? O QUE PRECISA MUDAR NO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA USP?
O Diretório Central dos Estudantes Livre Alexandre Vannucchi Leme é a
entidade responsável por representar os quase 95 mil estudantes de Graduação e
Pós-Graduação da USP, dos campi da capital e do interior. Além da entidade, outros
fóruns estudantis cumprem esse papel, como o Conselho de Centros Acadêmicos
(CCA), as Assembleias Gerais da USP e o Congresso dos Estudantes, sendo que a
decisão desses órgãos deve ser seguida pela entidade.
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CONJUNTURA POLÍTICA
O grupo que tomou o poder busca implementar uma agenda de reformas que
fora derrotada nas urnas em 2014, desmantelando as políticas sociais conquistadas
durante a última década, fazendo letra morta do capítulo social de nossa
Constituição por meio de legislações direcionadas a reduzir ao mínimo possível o
investimento em políticas de bem-estar social. Reformas como a reforma da
previdência e a PEC que limita os gastos públicos por 20 anos, e a reforma
trabalhista demonstram o verdadeiro interesse dos grupos que chegaram ao poder.
Além dos mais pobres, outra vítima das agressões do governo mais
impopular da história é a soberania nacional. A venda indiscriminada de empresas
públicas, o desmantelamento da Petrobrás e mesmo os ataques à preservação da
Amazônia vem no mesmo sentido de desconstruir um projeto de nação.
Mais o que isso, cada dia mais caminhamos para um cenário de autoritarismo
e maior restrição às liberdades democráticas. Há um aprofundamento da repressão
policial e judicial contra os movimentos populares, maior agravamento dos conflitos
no campo e a utilização seletiva da Justiça e dos grandes órgãos de comunicação,
direcionados a perseguir e inviabilizar possíveis obstáculos. A este contexto de
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exceção, soma-se ainda uma nefasta judicialização da política, selecionando
supostos inimigos antes de se produzirem as provas, abusando de prisões
preventivas como meio de obtenção de delações premiadas (a relatarem aquilo que
os procuradores desejam, em troca da liberdade),da espetacularização dos
julgamentos e do atropelo das garantias constitucionais mais comezinhas do devido
processo legal, como a presunção de inocência e o direito ao contraditório.
Além de tudo, tal uso ostensivo dos instrumentos investigativos e judiciais por
corporações sem qualquer controle social externo ou escrutínio da soberania
popular vem gerando consequências econômicas desastrosas para o país,
desarticulando cadeias produtivas fundamentais, como a construção civil,
petroquímica, de óleo e gás e até a engenharia nuclear, desempregando milhares
de pessoas como consequência. Sob pretextos aparentemente justos (como o
combate à corrupção) esgarça-se o Estado de direito, aprofunda-se o caos
institucional e social do país e difunde-se a impunidade para criminosos confessos
dispostos a culpabilizar, em troca de liberdade e sem qualquer respaldo em provas,
lideranças políticas de antemão já condenadas, invertendo-se a ordem lógica do
processo penal.
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universidades públicas, o passe livre estudantil, entre outras. É preciso ficar atento
também às tentativas que possam vir a inviabilizar candidaturas viáveis de oposição
ao governo Temer e que representam os setores populares do país, como é o caso
da perseguição ao presidente Lula, que pode ser impedido de concorrer por meio de
processos comandados pelo juiz Sérgio Moro em que faltam provas e sobram
casuísmos jurídicos persecutórios. É preciso vigiar diante do clima de “fascistização”
da sociedade e de ódio contra a esquerda, ao feminismo, aos valores progressistas,
às populações negra, indígena, LGBT, e até mesmo à arte e à cultura de forma
geral, como temos acompanhado recentemente.
Não faltam motivos para se mobilizar e nós não fugiremos à luta! A juventude
e o movimento estudantil devem protagonizar a cena política e garantir um futuro de
sonhos e conquistas para nosso povo. É no combate cotidiano e na mobilização das
massas dos estudantes que pretendemos organizar nossa resistência. Por isso
gritamos: Fora Temer! Diretas Já!
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O QUE PENSAMOS SOBRE ESTADO E A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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universidade estão comprometidas. A pesquisa enfrenta a falta de recursos,
intensificada pelos cortes a nível federal em programas de fomento como o do
CNPq. A extensão universitária que sempre foi escanteada, com uma crise
orçamentária só é cada vez mais deixada de lado.
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É notório porém que nunca foi perfil da reitoria, desta ou das anteriores, o
estímulo a participação e a transparência. E não parece que a próxima irá ser
melhor. Em um semestre onde acontece uma nova eleição para a reitoria da USP,
poucos membros da comunidade universitária sabem sequer que o pleito irá ocorrer.
E menos ainda irão votar. A participação estudantil é reservada a poucas cadeiras
nos órgãos colegiados, muitas vezes tendo suas vozes ignoradas. E não temos
nenhuma candidatura que demonstre esforço neste sentido. É necessária a
democratização de nossa universidade.
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ainda maiores.
Neste momento é preciso fazer Nossa Voz ser ouvida. É necessário lutar
contra os avanços conservadores e neoliberais no nosso país e em nossa
universidade. Lutar contra o desmonte da universidade pública e de qualidade. Lutar
pela construção de uma universidade democrática e popular!
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UNIVERSIDADE
ESTRUTURA DE PODER, ORÇAMENTO E FINANCIAMENTO
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Vinculado ao esgotamento de uma estrutura autoritária e centralizadora, a
crise financeira da USP traduz materialmente os riscos de se conduzir processos
que deveriam ser colegiados de forma autocrática. Por diversos anos, gestores
universitários puderam arbitrar autonomamente sobre a destinação de recursos e a
falta de transparência dos gastos, a falta de participação da comunidade
universitária na definição orçamentária e irresponsabilidades financeiras, levaram-
nos ao ponto que estamos hoje. A escassez de recursos frente aos gastos
correntes tem mostrado suas consequências: a precarização de diversos serviços, a
política insuficiente de permanência estudantil, a falta de professores em muitos
cursos, debates sobre diminuições do número de alunos em algumas unidades.
Todos esses fatores demonstram a gravidade da situação financeira da USP
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um terço da arrecadação de ICMS do Rio de Janeiro. Para além disso, identificamos
que fortalecer esse discurso de falta de verbas joga água no moinho do projeto
privatista.
Isso não significa dizer que não acreditamos que a universidade precise
debater um aumento de recursos. Seja por meio de recursos dos fundos estaduais
destinados às universidades que aderem ao SiSu, seja por um programa específico
de financiamento a pesquisas, seja por uma mudança da estrutura tributária do
Estado de São Paulo.
PROPOSTAS
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• Ampliar a participação social - Incluir novos representantes da sociedade civil
nos espaços deliberativos da universidade ligados à movimentos de educação,
pesquisa e extensão. Por exemplo, representantes do Conselho Nacional de
Educação, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação de Docentes da USP
(Adusp) e Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) e DCE- Livre da USP,
entendendo que a representação das entidades é diferente da participação das
categorias por meio de representantes.
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• Fórum da Representação Discente - A atuação estudantil nos órgãos
universitários deve ser vista como prioridade para articularmos nossas demandas.
Tanto nos campi do interior, quanto nos vários institutos, é fundamental que o DCE
assuma um papel diretivo na condução da representação discente,
institucionalizando um espaço aberto dos RD´s com o DCE e Centros
Acadêmicos. Também é preciso retomarmos a vinculação das eleições de
DCE e Representação Discente nos conselhos centrais, acabando com o
método instituído por sugestão dos setores conservadores do movimento
estudantil de realizarmos voto online desvinculado, o que provocou forte queda no
quórum da votação.
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ASSISTÊNCIA E PERMANÊNCIA ESTUDANTIL
Desde 2003, quando houve a primeira implementação de cotas raciais na
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, as políticas alternativas de ingresso foram
o ponto central das discussões a respeito da democratização do ensino superior.
Apesar da resistência ideológica na USP para adoção de cotas, a pressão no
debate público e a organização do movimento estudantil forçou que a Universidade
atualizasse sua política de inclusão e se integrasse ao modelo agora predominante
da reserva de vagas.
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É preciso estruturarmos pesquisas sobre o tema, identificarmos e dialogarmos com
movimentos já existentes e criarmos um canal de interlocução com o conjunto dos
estudantes que seja capaz de identificar e canalizar demandas.
PROPOSTAS
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• Critérios para concessão de bolsas e moradia – Debater prioridades dos gastos
significa evidenciar o papel e o projeto responsável por norteá-los, é nesse sentido
que devemos também tomar pé dos mecanismos de concessão de bolsas e
auxílios para moradia. Principalmente quando tratamos de bolsas para pesquisa e
ensino, é fundamental encararmos como uma possibilidade de ampliação dos
instrumentos de extensão, podendo inserir novos critérios socioeconômicos na
seleção.
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igualmente importante refletirmos sobre a experiência extra-sala de aula, na medida
em que atividades de extensão ou pesquisa, empresas juniores, atléticas e a
participação em centros acadêmicos ou no DCE, exigirão reconhecimento e
incentivo institucional para que possam estar acessíveis a quem quer que seja.
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ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO
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social, seja por meio das atividades de extensão, seja através da formação de
profissionais capacitados, ou pela foco da pesquisa em temas socialmente
sensíveis.
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adequados sem a contratação de novos profissionais, comprometidos com a
docência, ou seja, pela USP, de forma a repor o corpo do hospital.
PROPOSTAS
ENSINO
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de estabelecer um diálogo com RD´s das Coordenações de Curso, Comissões de
Graduação das unidades e o Conselho de Graduação central, a fim de
institucionalizar espaços de discussão que nos permitam repensar nossa
graduação.
PESQUISA
• Debates sobre políticas públicas para ciência - Realizar fóruns e eventos sobre
políticas públicas para as ciências, assim como reflexões a respeito da USP
enquanto principal pólo de pesquisa do país.
EXTENSÃO
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• Curricularizar projetos de extensão - É preciso garantirmos crédito para
atividades de extensão em todas as unidades como um dos mecanismos de
incentivo para estudantes. Outros instrumentos como bolsas também deveriam ser
utilizados a fim de fortalecermos essa parte bastante preterida pela universidade.
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DCE, MOVIMENTO ESTUDANTIL E NOSSAS LUTAS
ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA E AUTONOMIA ESTUDANTIL
Depois de proibir as festas dentro dos campi e até mesmo a venda de bebida
alcóolica, a Reitoria agora tenta desalojar muitos serviços sublocados pelos centros
acadêmicos. Cefisma (Física), Gfau (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e
CALC (ECA) passaram o ano todo sob risco de perderem serviços essenciais à
comunidade - como livrarias, xerox e restaurantes -, além de serem principal fonte
de financiamento das entidades e, consequentemente, manutenção da autonomia
política.
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Defender nossos espaços deve ser visto como a defesa dos locais de
reflexão sobre a universidade e o mundo, nos quais também ocorrem trocas
saudáveis de conhecimentos em debates, grupos de estudos e assembleias, ou
simplesmente momentos de recreação definidores da experiência universitária como
festas, saraus, brechós e etc.
PROPOSTAS
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DCE DEMOCRÁTICO E PARTICIPATIVO
A Assembleia Geral dos Estudantes (AGE), por exemplo, faz tempo que
deixou de ser representativa do conjunto do corpo estudantil. Hoje estamos presos a
métodos que não mais correspondem às nossas necessidades, porém ainda não
tivemos uma gestão com coragem para revê-los a luz de nossos tempos, tornando
nossos fins reféns de nossos meios em nome de uma falsa democracia estudantil. É
preciso termos claro que o movimento estudantil geral de nossa universidade
precisa ser reerguido e isso só será possível com uma entidade capaz de envolver
estudantes dos mais diversos interesses através da busca ativa e da tentativa e erro
de novos métodos. Nesse sentido que caminham nossas propostas para
democratizar a gestão do DCE e torná-la mais participativa.
PROPOSTAS
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• Reestruturação do CCA - Organizaremos o Conselho de Centros Acadêmicos
(CCA) com maior regularidade e garantia de meios para que todos os campus
possam estar representados. Esse Conselho é aquele com maior potencial de
representatividade e deve ser visto como um instrumento fundamental na
divulgação de ações e coordenação de campanhas.
• Auxílio jurídico aos Centros Acadêmicos - Tal como o DCE hoje, diversos CAs
estão em situação irregular ou simplesmente nunca tiveram registro jurídico.
Contudo, muitas vezes os CAs têm dificuldades para organizar seu processo de
regularização com as próprias pernas, por isso propomos que o DCE crie uma
assessoria para colaborar nesse processo e possibilitar o melhor funcionamento
de nossas entidades representativas.
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• Congresso dos Estudantes 2018 - Esse Congresso (para quem não conhece) é
a instância máxima de deliberação do Movimento Estudantil, é aqui que são
definidos nossos métodos de organização e principais reivindicações. Tal como
muita coisa da atual gestão, o Congresso deveria ter ocorrido nesse ano de 2017,
mas não foi organizado. A reinvenção do Movimento Estudantil da USP passa pela
realização de um grande Congresso, capaz de reaproximar estudantes,
faculdades e campi da política universitária, por isso nosso compromisso com sua
realização.
• Estrutura do DCE - Atualmente o DCE não conta com uma estrutura para
determinação das obrigações de cada um dos seus membros. Embora isso pareça
democrático, hoje vivemos o caso do ditado cachorro com muito dono morre de
fome. Acreditamos que a criação de diretorias, com responsáveis e reuniões
aberta e deliberativas periódicas facilitarão o funcionamento da entidade e
darão maior agilidade para tomada de decisões.
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Luta contra as opressões: machismo, racismo e LGBTfobia
Compreendemos que uma das tarefas do DCE da USP é garantir que estes
setores na Universidade possam permanecer e resistir na Universidade. O DCE
deve ser o pólo aglutinador e impulsionador dessas lutas, ajudando a construir
coletivos auto-organizados nos cursos em que ainda não existam, e também
articular lutas mais gerais do que a localidade dos cursos.
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PROPOSTAS
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Sócio-cultural e Esportes
PROPOSTAS
• Festas na USP: Lutaremos para que voltem a ser permitidas festas nos campi da
Universidade e organizaremos enquanto DCE diversos espaços de
confraternização nos diversos campi em parcerias com centros
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acadêmicos, atléticas e coletivos.
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Atividades extra-curriculares e Entidades Estudantis
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PROPOSTAS
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Memória e Verdade
Para além disso, a ditadura civil militar brasileira deixou marcas em diversos
níveis da Universidade de São Paulo, feridas que até hoje não foram devidamente
atendidas pela burocracia universitária. Acreditamos que o DCE pode agir
ativamente no sentido de construir uma universidade que não negue seu passado e
consiga revê-lo forma crítica para que não se esqueça e para que nunca mais
aconteça.
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PROPOSTAS
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Estrutura do DCE: Diretorias
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iii) Diretoria de Permanência Estudantil: responsáveis por gerir as propostas
de permanência estudantil, estabelecer diálogo constante com os estudantes que
precisam de auxílio e com a burocracia universitária.
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ix) Diretoria Institucional: fará a interlocução do DCE com demais entidades e
dirigentes. Responsável por organizar a imagem pública da entidade e suas
relações políticas.
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