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Joe Henderson

Joe Henderson, saxofonista, compositor e influente músico de jazz, nasceu em 24 de abril


de 2001 em Lima, Ohio, 1937 e morreu em 30 de junho de 2001. Enquanto crescia, revelou
um interesse precoce para a musica, principalmente em composição saxofone piano e
bateria, o que fez com que fosse foi encorajado pelos pais para estudar música. Ao longo do
tempo foi adquirindo influencias ate que Charlie Parker tornou-se a sua maior inspiração,
que influenciou a primeira abordagem para o saxofone no ensino secundário, que nesse
período de tempo, escreveu várias peças para a banda da escola.

Aos 18 anos, Henderson andava a tocar nas Jam Sessions em Detroit na década de 1950. Ao
assistir a aulas de flauta e baixo na Universidade Estadual Wayne, desenvolveu mais as
habilidades de saxofone e composição na Teal School of Music. Quando chegou à
Universidade, ele tinha transcrito memorizado vários solos do Lester Young que os
professores acreditavam que ele tinha ouvido absoluto.

Henderson foi recrutado para o Exército em 1960. Enquanto estava no Exército, Henderson
tocou com a banda do exercito, e liderou um grupo de jazz que visitou a Europa e Asia,
ganhando espectáculos de talento do Exército. Ele foi dispensado do exército em 1962 e
mudou-se para Nova York. Henderson ao longo do tempo gravou quase quarenta álbuns
sob seu próprio nome para a Milestone, a Blue Note e a Verve, 19 projectos como músico
contratado e influenciaram muitos saxofonistas e outros músicos de jazz. Naquele tempo,
embora as primeiras gravações de Henderson fossem marcadas por uma grande influência
do hard-bop, englobavam não só a tradição bebop mas também, a musica latina e avant-
garde. Vários títulos de temas e álbuns como Power to the People, In Pursuit of Blackness e
Black Narcissus refletiram a crescente consciência política e consciência social.

Henderson também era muito conhecido por suas composições harmonicamente


complexas (às vezes não funcionais de harmonia) com a ausência de formas tradicionais e o
carácter modal dos seus temas, especialmente no uso excessivo dos modos Lídio e Dórico
(que provavelmente derivou da influencia de compositores clássicos como Debussy, Bartók,
Stravinsky, Schoenberg) visto em temas como Inner Urge, Afro Centric e Black Narcissus.
Black Narcisus

"Black Narcissus" tem uma progressão de 24 compassos que é repetida e pode ser dividida
em três secções de oito compassos. Os primeiros oito compassos estabelecem o centro
tonal em Ab menor, onde existe um pedal em Ab enquanto alternam os acordes de Ab-7 e
Bb-7. O segundo grupo de oito compassos é paralelo ao primeiro grupo, com as excepções
da ocorrência de uma modulação para F# menor e de o compasso final nesta secção conter
o acorde de AMaj7#11, sendo uma antecipação à harmonia a seguir, últimos oito
compassos. A sequência é a seguinte: Acordes Lídios (Maj7#11) uma segunda maior
ascendente, seguido de uma quinta perfeita descendente, outra segunda maior ascendente
e uma terceira menor ascendente a começar em EbMaj7#11. Nos últimos 4 compassos a
sequência é repetida, no entanto, acelerando o movimento harmónico ao dobro dos
acordes por compasso, no fim pela adição de GMaj7#11 a Ab Maj7#11, Bb Maj7#11
terminando a sequência em CMaj7#11, para dar sinal ao ouvinte que a estrutura voltará ao
inicio.
Inner Urge

Neste tema ele faz uma abordagem modal completamente diferente. Os primeiros 4
compassos contém um acorde de F#m7b5. Ele usa este acorde num contexto modal
emprestando o acorde da escale melódica menor de Lá, tendo uma função do 6º grau,
Lócrio Natural 2. Os restantes acordes da sequência de abertura do tema são acordes Lídios
em segundas maiores descendentes, sendo a progressão a seguinte: F#m7b5 durante 4
compassos seguidos por 4 compassos de cada um dos acordes respectivos de FMaj7#11,
EbMaj7#11 e DbMaj7#11. A mudança constante da tonalidade e o carácter modal da peça
tornam o centro tonal da peça vago e difícil de definir. O movimento harmónico nos
compassos 17-24 do “Inner Urge” é muito semelhante ao “Black Narcissus”, mas noutra
sequência: começando em EMaj7#11 desce uma segunda maior para DbMaj7#11, e depois
ascende meio tom e desce uma terceira menor assim sucessivamente ate ao fim da
estrutura em acordes Lídios novamente com a excepção do penúltimo acorde que exerce a
função de Lídio Dominante o que dá uma cor interessante no fim da secção.

Eu escolhi este músico porque identifico-me com a complexidade harmónica e o estilo de


composição dele pois como referi anteriormente ele usa muito o modo Lídio e Dórico nas
composições e são sonoridades que me atraem mais visto que oiço maioritariamente fusão,
as estruturas e a organização das suas composições são semelhantes com o estilo de
composições que oiço mais.
Também outro aspecto que me atraiu no Joe Henderson é a virtuosidade técnica que ele
demonstra pois é um objectivo que eu aponto como musico e já tinha um interesse em
transcrever a música dele porque aprecio o vocabulário dele e acho que posso aprender
bastante de alguém que toque um instrumento diferente do meu.

No fim achei bem em pesquisar num músico que não toca guitarra pois acho difícil para
mim interessar-me por guitarristas de jazz (apesar de gostar imenso da versatilidade da
guitarra no jazz) pois a meu ver, neste género é um instrumento que dificilmente consegue
destacar pela falta de presença que os sopros têm por natureza, o que acontece o contrário
num contexto mais de Fusão/ Rock, por ter mais liberdade para explorar outras
sonoridades (distorções e efeitos) que ajudam o instrumento a atingir o seu potencial.

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