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Aula 13 – Glorificados em Cristo

Texto Base: 1Co.15:13-23

"Mas a nossa cidade está nos céus, donde também


esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo"
(Fp.3:20).

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos a respeito da glorificação, última fase do processo da salvação. A salvação
em Cristo será plenamente realizada quando estivermos para sempre com Cristo (Fp.3:20,21).
Esse evento final da obra salvadora de Cristo se dará na Sua segunda vinda. Nesse evento, os
salvos experimentarão a glorificação completa da natureza humana, pois seremos todos
revestidos da glória de Deus. Assim que todos os mortos ressuscitarem, os crentes que estiverem
vivos serão transformados, ou seja, os seus corpos físicos, corruptíveis, de carne e osso, serão
revestidos da incorruptibilidade (1Co.15:52), o corpo material será absorvido por um corpo
glorioso, um corpo espiritual, um corpo celestial que substituirá o corpo anterior. Será um
momento de extraordinária grandeza e plena felicidade. Estaremos livres da presença do pecado e
estaremos para sempre com o Senhor Jesus na sua glória. É a mais sublime e gloriosa esperança
da Igreja.

I. A GLORIOSA ESPERANÇA DA RESSURREIÇÃO DOS SANTOS

1. A Ressurreição dos Santos. Assim como Jesus ressuscitou, também os crentes que
morrerem antes da volta do Senhor ressuscitarão. Cristo foi feito as primícias dos que dormem, ou
seja, foi o primeiro a ressuscitar, mas, depois dele, virão outros, aqueles que serão os frutos do
seu trabalho salvador. O mesmo destino que teve Jesus, o de ressuscitar num corpo glorioso e ir
para o Céu, será o destino que terão os demais crentes, ressuscitando aqueles que já tiverem
morrido e, reunidos com os vivos, todos em corpos gloriosos, também irão para o Céu, para a
Nova Jerusalém, onde habitarão para sempre com o Senhor.

É válido ressaltar que, na ressurreição dos mortos, os corpos tanto dos salvos como também dos
ímpios terão uma natureza eterna, não podendo mais morrer. Desta feita, para aqueles casos que
a Bíblia nos fala de que tendo morrido foram ressuscitadas, tornando a morrer outra vez, como é
o caso do filho da viúva de Serepta(1Reis 17:23); o filho da Sunamita(2Reis 4:32-36); o defunto
lançado na sepultura de Elizeu(2Reis 13:21); o Filho da viúva de Naim(Lc.7:11-17); a Filha de
Jairo(Lc.8:49-56); Lázaro(João 11:17-45); Dorcas (Atos 9:36-40); Êutico (Atos 20:27), para estes
casos, à Luz da Doutrina Bíblica da Ressurreição propriamente dita, não se encaixam como
ressurreição, mas apenas como volta à vida natural.

A Bíblia fala em Primeira e Segunda Ressurreição, separadas uma da outra por um período de
cerca de mil anos. De acordo com a Bíblia, e conforme afirmou o próprio Jesus, todos os mortos
ressuscitarão – “... vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os
que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição
da condenação”(João 5:28,29). Paulo também afirmou: “Tendo esperança em Deus, como estes
mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como
dos injustos”(Atos 24:15). Este e muitos versículos desfazem a ideia de que os ímpios serão
destruídos e de que não haverá condenação porque “Deus é amor”. Segundo a Bíblia, certamente
todos ressuscitarão. O que precisamos saber é que os justos não irão ressuscitar juntamente com
os ímpios.

A ressurreição dos mortos acontecerá em duas etapas diferentes: uma para os justos e a outra
para os ímpios.

a) A Ressurreição dos justos – ou Primeira Ressurreição. Na Primeira Ressurreição serão


ressuscitados todos os santos, de todos os tempos. Não haverá ressurreição dos ímpios, nesta
oportunidade. Os santos receberão corpos glorificados, dotados de vida eterna, e conforme o
corpo do Senhor Jesus, segundo o ensino de Paulo: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde
também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido,
para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas
as coisas”(Fp.3:20,21). Também o Apóstolo João, declarou: “...Mas sabemos que, quando ele se
manifestar seremos semelhantes a ele...”(1João 3:2).

Em 1Tes,4:16 o apóstolo Paulo assim nos alerta: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com
alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro”. Observe a expressão do apóstolo: “...e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro”. Se aí estão incluídos os santos do Antigo Testamento, é questão de
muito debate. Os que concordam lembram que a voz do arcanjo será ouvida nesse momento e
que ele está estreitamente ligado com o destino de Israel (cf. Dn.12:1). Os que pensam que os
santos do Antigo Testamento não serão ressuscitados no arrebatamento lembram o fato de que a
frase “em Cristo (os mortos em Cristo)” jamais se refere a crentes que viveram antes da era da
Igreja, por isso aqueles crentes serão ressuscitados provavelmente no fim da Grande Tribulação
(cf. Dn.12:2). Em todo caso, é evidente que não se trata de uma ressurreição geral. Nem todos os
mortos serão ressuscitados ao mesmo tempo, somente os mortos em Cristo. Essa é uma
esperança do crente que tem como seu fundamento a ressurreição de Cristo, pois do mesmo
modo que Ele ressuscitou, nós ressuscitaremos - "que transformará o nosso corpo abatido, para
ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as
coisas" (Fp.3:21).

Hoje, o nosso corpo está sujeito às enfermidades e demais fragilidades, mas na ressurreição ele
será revestido de incorruptibilidade; nunca mais morreremos, pois a ressurreição dos santos será
a vitória final sobre a morte e o inferno (1Co.15:54,55). Em termos gerais, o corpo ressurreto do
crente salvo será semelhante ao corpo ressurreto de Nosso Senhor (Rm.8:29; 1Co.15:20,42-
44,49; Fp.3:20,21; 1João3:2). Mais especificamente, o corpo ressurreto do salvo em Cristo será:

Ø Um corpo que terá continuidade e identidade com o corpo atual e que, portanto, será
reconhecível (cf.Lc.16:19-31).

Ø Um corpo transformado em corpo celestial, apropriado para o novo Céu e a nova Terra
(1Co.15:42-44,47,48; Ap.21:1).

Ø Um corpo imperecível, não sujeito à deterioração e à morte (1Co.15:42).

Ø Um corpo poderoso, não sujeito às enfermidades, nem à fraqueza (1Co.15:43).

Ø Um corpo espiritual (isto é, um corpo não natural, mas sobrenatural), não limitado pelas leis da
natureza (Lc.24:31; João 20:19; 1Co.15:44).

Ø Um corpo capaz de comer e beber (Lc.14:15; 22:16-18,30;24:43; At.10:41).


Ø Um corpo revestido da imortalidade (1Co.15:53).

Ø Um corpo glorificado, como o de Cristo (1Co.15:43; Fp.3:20,21).

b) A Segunda Ressurreição – “...e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação”(João


5:29). Conforme se pode observar, esta é a ressurreição dos ímpios. Ela somente acontecerá
depois do Milênio – “Mas os outros mortos não reviveram, ate que os mil anos se
acabaram...”(Ap.20:5). Estes “outros mortos” são todos aqueles que morreram sem a salvação,
tanto no Antigo como no Novo Testamento, ou seja, são os ímpios de todos os tempos. Diferente
da primeira, na segunda Ressurreição todos os mortos ímpios ressuscitarão num só momento, não
havendo etapas. Esse momento certamente que será diante do Trono Branco, o qual foi visto e
descrito por João em Apocalipse 20:11-15.

2. O destino eterno dos salvos. Após a Primeira Ressurreição os salvos serão levados para o
Céu. Sabemos que todos os santos do Antigo e do Novo Testamento estão, hoje, no Paraíso. Este
Paraíso até a Ressurreição de Jesus ficava “para baixo”, nas regiões do “Hades” ou “Sheol”, pois
segundo a Bíblia, todos os que morriam “desciam”. Porém, ao ressuscitar dos mortos o Senhor
levou o Paraíso para cima, onde Ele ainda se encontra, conforme Paulo declarou: ”Ora, isto—ele
subiu—que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que
desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as
coisas”(Ef.4:9,10). Porém, quando acontecer a Primeira Ressurreição todos os santos que estão
no Paraíso serão levados para o Céu, ou na expressão usada por Jesus, para a “Casa de meu
Pai”(João 14:1-3). Foi assim que Paulo ensinou aos Tessalonicenses: “Porque o mesmo Senhor
descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos
sempre com o Senhor”(1Tes.4:16-17).

II. A PLENA SALVAÇÃO NO CÉU

Morar no Céu é o objetivo de todo salvo. Mas, o que é o Céu? O Céu prometido por Jesus Cristo
aos seus santos é a habitação presente de Deus e de seus anjos(Sl.33:13,14); é o lugar onde está
o trono de Deus (Sl.2:4); é o local onde o Senhor está presente na plenitude de sua glória, um
local “fixado”, “estabelecido” para que Ele se revele tal como Ele é, e não apenas pela expressão
da suas obras, como o que ocorre com o Universo (Rm.1:20); é o lugar de sua presença, ao qual
o Cristo glorificado retornou (At.1:11), e onde um dia o povo de Cristo estará com seu Salvador
para sempre (João 17:5,24; 1Ts.4:16,17). Ele é retratado como um lugar de descanso (João
14:2), uma cidade (Hb.11:10) e um país (Hb.11:16). Logo, pensar no Céu como um lugar é
corretíssimo.

Portanto, o Céu é um lugar onde habitaremos com o Senhor em glória, visto que, para ali
entrarmos, necessariamente teremos de ser transformados, deixando este corpo de carne e
sangue, este corpo abatido e recebendo um corpo glorioso, similar ao que Cristo teve quando
ressurgiu dentre os mortos (Fp.3:21; 1Co.15:42,49-54). Se a vida com Cristo, já nesta vida, é
uma vida de justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm.14:15), que não será a vida no lugar da
habitação de Deus, sem pecado, sem imperfeição, sem qualquer possibilidade de prejuízo na
nossa comunhão com o Senhor! Paulo ao dizer que havia estado no terceiro Céu (no Paraíso),
afirmou que o que viu e ouviu era simplesmente inefável, ou seja, incapaz de ser traduzido em
palavras (2Co.12:4).
Jesus Cristo morreu na Cruz do calvário com o objetivo de reconciliar o ser humano com Deus e,
finalmente, levá-lo para o Céu, o lugar de sua morada e dos santos anjos de Deus. Se a nossa
esperança é a volta de Cristo, tal esperança se completa com a perspectiva de habitarmos
eternamente na dimensão espiritual, assim como o Senhor, dimensão esta que as Escrituras
denominam de “Céu”, pois seremos semelhantes a Ele e assim como é O veremos (1João 3:2).
Todos os redimidos em Cristo estarão eternamente no lar celeste revestidos de um corpo glorioso
(1Ts.4:16,17); é a plena Salvação.

No Céu a plena salvação se concretizará, pois lá tudo é perfeito.

1. Os habitantes são perfeitos. "Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap.22:3), isto é, não
haverá mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de
maldição (ler Gn.3:17; Gl.3:13).

2. O serviço é perfeito. "Os seus servos o servirão" (Ap.22:3). O maior privilégio do homem é
servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito; culto perfeito; atividades perfeitas.
Quantas maravilhas não aguardam os salvos!

3. A comunhão é perfeita. A Formosa Jerusalém é a restauração da convivência completa e


perfeita entre Deus e os homens que havia antes que o pecado causasse o atual estado de divisão
que existe entre Deus e a humanidade. João ouve uma proclamação vinda do Céu: “ Eis o
tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles”(Ap.21:3). Como povo de Deus,
desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais imaginamos. Deus mesmo estará
com todos os seus santos num relacionamento mais íntimo e afetuoso. Somente na Nova
Jerusalém, esta comunhão será restabelecida por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo
apóstolo João, de vermos Deus como Ele é (1João 3:2).

4. Teremos caráter perfeito. "E nas suas frontes está o nome dele" (Ap.22:4). Nome na Bíblia
fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita identificação entre
Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o sumo sacerdote levava gravadas numa lâmina
de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada, as palavras: "Santidade ao Senhor" (Êx.39:30), mas na
Formosa Jerusalém, onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a fronte
dos seus filhos.

5. Conhecimento Perfeito. Hoje, conhecemos a Deus apenas em parte, mas na Formosa


Jerusalém o nosso conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória (cf.1Co.13:12).

6. Teremos interação perfeita. "E reinarão pelos séculos dos séculos" (Ap.22:5). Na Formosa
Jerusalém, todos juntos, harmonicamente, e sempre, reinaremos. Isso jamais será conseguido
aqui, mas no Perfeito Estado Eterno, sim!

7. Teremos ausência de pecados e dores. As Escrituras Sagradas prometem que o Céu será
um lugar de perfeita bem-aventurança. Lá não haverá lugar para lágrimas, dor, tristeza e pranto.
Lá o povo de Deus habitará com Ele por toda a eternidade, completamente livre de todos os
efeitos do pecado e do mal. Lá, a morte estará completamente aniquilada (1Co.15:26), não
assistiremos mais cerimônias fúnebres. Lá não haverá doença, fome, problemas ou tragédias,
haverá apenas a alegria completa e bênçãos eternas. No Céu experimentaremos a eterna alegria,
paz, fé, esperança e amor (Ap.22:1-5; 1Co.13:13).
Quantas coisas preciosas tem o Senhor reservadas à Sua amada Igreja! Concordo com o grande
mestre, o pr. Antônio Gilberto, quando diz: “Se pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do
Espírito, o que é o Céu, a eterna bem-aventurança dos salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá,
e nos desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o Diabo não teria um só torcedor; um só
amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão demasiadamente presos às
coisas deste mundo, que jaz no Maligno (1João 5:19)”.

CONCLUSÃO

Em breve, a Igreja, a "Noiva do Cordeiro", há de se encontrar com "o Noivo", nos ares (1Ts.4:17),
glorificada, então haverá as "Bodas do Cordeiro", o casamento da Noiva (Igreja) com seu Noivo
(Jesus) e a Noiva será elevada à condição de Esposa eterna, e viveremos felizes para todo o
sempre, no Céu. É o estado final dos salvos. O apóstolo Paulo é claro ao dizer que a “nossa cidade
está nos céus de onde esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp.3:20), ou seja, para que
alguém entre no Céu é preciso que tenha sido salvo por Jesus e a salvação, como já tivemos
oportunidade de estudar neste trimestre, somente se alcança mediante a fé em Jesus (Rm.5:1;
Ef.2:8). Você é salvo? Se morrer hoje, vai para o Céu? Pense nisso!

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