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(VJ Estratégia CONCURSOS Aula 01 Direito Administrativo p/ ABIN 2017 - Oficial de Inteligencia (Com videoaulas) ike pma ool ea U0) Direito Administrativo p/ ABIN Oficial de Inteligéncia ‘Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida ~ Aula 1 Sumario ATOS ADMINISTRATIVOS...nsssnnnnininnnennnnnnnstnnnnnninmnnnnnnnnnnininninsnnnnnses 2 Iwrronucho. 2 CONCEITO 3 FTO ADMINSTRATIVO E CONCEITOS RELACIONADOS. vo so oe 5 SILENCIO ADMINISTRATIVO 10 REQUISIIOS, ELEMENTOS OU ASPECTOS DE VALIDADE. 4 ArrIBUTos. 29 Cuassiecacho.. 36 AD 46 50 56 SPECIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS... [ExTINGAo DOS ATOS ADMINISTRATIVOS DECADENCIA ADMINISTRATWA... QUESTOES EXTRAS. QUESTOES COMENTADAS NA AULA ...sssmsnamssnsusnenanannenenannnnmasnenanaenananensnenenenananasnenanananne 6D GABARITO.nsnmnetnnnnnninnnnninininnnnnnnnnininnnnnninnninmnnnmnnnsinnnnimnnsnnnsns 6B REFERENCIAS ..sssssssnsoserornentnetnarstntnenenarntntvenenntatntnenaintnnnsnanatntnenetinnmnenenannnntnesenernesen 66 Ola pessoal, tudo bem? Na aula de hoje, vamos estudar os seguintes itens do edital: “Atos administrativos: conceitos e elementos. Competéncias, finalidade, forma, motivo e objeto. Atos administrativos vinculados e discriciondrios. Invalidagdo dos atos administrativos: revogagao, anulagao e efeito.”. Aos estudos, aproveitem! Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 1 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida ATOS ADMINISTRATIVOS Introdugaio O exercicio da fungi executiva da Administrac&o Publica se expressa por meio de uma espécie de ato juridico denominada de ato administrativo. Portanto, o ato administrativo é uma espécie do género ato juridico. O antigo Cédigo Civil (1916) denominava de ato juridico o “ato licito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos”. Contudo, 0 novo Cédigo Civil (2002) no apresenta mais essa definic&o, alinhando-se, portanto, & doutrina moderna’. Nessa linha, 0 ato juridico é a manifestaco unilateral humana voluntaria que possui uma finalidade imediata - ou direta - de produzir determinada alteragdo no mundo juridico?. Na teoria geral do direito, podemos definir como fato juridico em sentido amplo - fato juridico lato sensu - 0 elemento que da origem aos direitos dos sujeitos, impulsionando a criagéo da relacéo juridica, concretizada pelas normas juridicas?. Em termos mais simples, é todo acontecimento que possui algum significado para o direito. O fato juridico Jato sensu abrange: a) fato juridico em sentido estrito - € © acontecimento independente da vontade humana, que produz efeitos juridicos. Por exemplo, nascimento, maioridade, decurso do tempo, catastrofe natural que ocasiona a destruigdo de bens, etc.; b) ato juridico - € 0 evento, dependente da vontade humana, que possua a finalidade de realizar modificagdes no mundo juridico. N&o nos interessa aprofundar o conceito de ato juridico, uma vez que © seu estudo cabe a outras disciplinas. Sabe-se, pois, que ele possui diversas classificagées e que se conceito néo é unanime na doutrina. Para a nossa aula, contudo, vamos interpreté-lo como manifestagéo da vontade humana unilateral (por exemplo, promessa de recompensa, uma oferta de * Para a doutrina moderna, nao ha mais a necessidade de um objetivo especifico ~ “adquirr, resquardar, transfert, modificar, e extinguir direitas” -, basta que exista a finalidade de produzir efeitos no mundo juridico (e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 101). Todavia, alguns autores, como Hely Lopes Meirelles (2014, p. 159), preservam, ‘no conceito de ato administrativo ~ conforme veremos adiante —, 0s objetivos especticos previstos no antigo Codigo Civil ? Alexandrino e Paulo, 2011, * Diniz, 2012, p. 557. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 2 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida agdes de uma sociedade anénima, a assinatura de uma nota promisséria), seguindo os ensinamentos de Marcelo Alexandrine e Vicente Paulo, deixando 0 vocdbulo “contrato” para expressar os vinculos juridicos que dependem da manifestagéo de vontade de mais de uma pessoa para se aperfeicoar. A partir dal, podemos concluir que 0 ato administrativo é uma espécie especifica de ato juridico, caracterizando-se, principalmente, pela finalidade publica. Fato juridico em plo Ato Juridico Conceito De acordo com Hely Lopes Meirelles, 0 conceito de ato administrative é fundamentalmente o mesmo do ato juridico, diferenciando-se por ser uma categoria direcionada a finalidade publica. José dos Santos Carvalho Filho, por outro lado, apresentando uma diferenciagéo mais completa, aduz que existem trés pontos fundamentais para a caracterizagao do ato administrativo: a) € necessdrio que a vontade emane de agente da Administracéo Publica ou de alguém dotado das prerrogativas desta; b) seu contetido ha de propiciar a produgao de efeitos juridicos com fim publico; c) toda a categoria de atos deve ser regida basicamente pelo direito publico. O primeiro ponto € que os atos administrativos devem ser praticados por um agente da Administracao Publica (como um servidor publico) ou por aqueles que esto dotados das prerrogativas publicas. Dessa forma, os atos administrativos também podem ser praticados por particulares que tenham recebido do Estado, por delegacéio, o dever de executa-los, ou seja, os particulares investidos da funcdo publica. E isso que ocorre na concessao, permissdio e autorizagao de servico publico. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 3 de 66 oe Direito Administrativo p’ ABIN faEstratégia : Oficial de In Prof. Herbert Almeida No entanto, 0 ato administrativo sé ocorre quando a Administrag&o Publica ou os particulares estejam atuando com o fim de atender a uma finalidade publica. Neste caso, é necessério que eles estejam investidos das prerrogativas do regime-juridico administrativo, agindo em situag&o de verticalidade perante o administrado. Por conseguinte, como o ato administrativo ocorre no exercicio das fungées publicas, eles séo executados com predominio do direito publico. Nesse contexto, podemos analisar as definicdes de alguns de nossos principais doutrinadores: » José dos Santos Carvalho Filho: 2 exteriorizagao da vontade de agentes da Administracao Publica ou de seus delegatdrios, nessa condicéo, que, sob regime de direito publico, vise 4 produgao de efeitos juridicos, com 0 fim de atender ao interesse piblico.” > Maria Sylvia Zanella Di Pietro, pode-se definir ato administrative como a declaragéo do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos juridicos imediatos, com observancia da lei, sob regime juridico de direito plblico e sujeita a controle pelo Poder Judiciario.” » Hely Lopes Meirelles, “Ato administrativo é toda manifestagdo unilateral de vontade da Administracao Publica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigagdes aos administrados ou a si prépria.” > Celso Anténio Bandeira de Mello, “declaragao do Estado (ou de quem Ihe faga as vezes - como, por exemplo, um concessionério de servico puiblico), no exercicio de Prerrogativas piblicas, manifestada mediante providéncias juridicas complementares da lei a titulo de Ihe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por dros jurisdicional.” Apesar de alguns pontos divergentes, o conceito de ato administrativo, em geral, envolve a manifestagdo ou declaragéo da vontade da Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_Pagina 4 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Administracéo Publica, quando atua na qualidade de Poder Publico, ou de particulares no exercicio das prerrogativas pul objetivo direto de produzir efeitos juridicos, tendo como finalidade o interesse ptiblico e sob regime juridico de direito publico. Acrescenta-se, que os atos administrativos sujeitam-se a lei e séo sempre passiveis de controle judicial. Alids, é importante mencionar que os particulares, quando realizam atos administrativos, equiparam-se as autoridades puiblicas para fins de controle de legalidade por meio das agdes especificas para o controle dos atos estatais, a exemplo do mandado de seguranga (CF, art. 5°, LXIX) e ago popular (CF, art. 5°, LXXIII). Além disso, conforme ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o exercicio da atividade publica geral engloba trés tipos de atos inconfundiveis entre si: (a) atos legislativos (elaborac&o de normas primérias); (b) atos judiciais (exercicio da jurisdig&o); (c) atos administrativos. Os dois primeiros se referem as funcdes tipicas dos Poderes Legislativo € Judicidrio, enquanto o ultimo trata da funcao tipica do Poder Executivo. Contudo, os érgdos daqueles Poderes também realizam atos administrativos, em particular nos atos de gestéo interna, nomeacdo de servidores, aquisicéio de material, etc. Fato administrativo e conceitos relacionados Este € um tema bem controverso, uma vez que os principais doutrinadores apresentam conceitos diferentes para fato administrativo. Em uma primeira andlise, 0 fato administrativo tem o sentido de atividade material no exercicio da funcéo administrativa, que visa a efeitos de ordem pratica para a Administracao. Sdo exemplos a apreensao de mercadorias, a dispersdo de manifestantes, a limpeza de uma rua. Muitas vezes, 0 fato administrative é a consequéncia de um ato administrativo, isto &, € a operac&o material do ato administrativo. Dessa forma, apés 0 Estado manifestar a sua vontade, cumpre o dever de executa- la. Por exemplo, a demoligéo de um prédio (atividade material - fato administrativo) € resultante da ordem de servico da administragdo (manifestacéo da vontade - ato administrative); a edigéo de um decreto Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_Pagina 5 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Estrategia Teoria e exer Prot. Herbert Almeida ~ (ato administrativo) por ter como consequéncia a desapropriagdo de um bem particular (fato administrativo)*. Assim, muitas vezes teremos o fato administrative como a operagao material de um ato administrativo. Entretanto, hé fatos administrativos que ndo decorrem de um ato administrativo. Alguns decorrem das chamadas condutas administrativas, isto 6, as agdes da Administragéo nao formalizadas em um ato administrativo. Por exemplo, a mudanga de um departamento de local ndo é, por si sé, um ato administrativo. Entretanto, representa uma atuac&o material da Administracao. Além disso, existem os atos materiais que decorrem dos fenémenos naturais que repercutem na esfera da Administragdo. Como exemplos, podemos citar um raio que vier a destruir um bem publico ou, ent&o, uma enchente que inutilizar equipamentos publicos. Assim, a partir dos ensinamentos de José dos Santos Carvalho Filho, podemos constatar que os fatos administrativos se subdividem em dois grupos: yoluntarios e naturais. Os fatos admi trativos voluntarios podem se materializar por duas maneiras (a) por atos administrativos, que que formalizam a providéncia desejada pelo administrador por meio da manifestag&o da vontade; (b) por condutas administrativas, que refletem os comportamentos e as acées administrativas. Por outro lado, os fatos administrativos naturais séo aqueles que se originam de fenémenos da natureza, cujos efeitos venham a refletir na érbita administrativa. (a) Os que decorrem de atos administrativos (b) Os que decorrem de condutas administrativas Decorrem de fenémenos da natureza Voluntarios Naturais Numa segunda definig&o, apresentada por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, os fatos administrativos séo quaisquer atuagdes da Administrago que produzam efeitos juridicos, sem que esta seja a sua finalidade imediata. Essas atuacdes nao correspondem a uma manifestacéo de vontade da Administrag&o, porém trazem consequéncias juridicas. “ Exemplos retirados de Alexandrino e Paulo, 2011, p. 418, Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_Pagina 6 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN lEstratésia ‘hates cuRsos Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida — Aula 1 Os autores citam como exemplo a colisio de um veiculo oficial da Administrag&o Publica dirigido por um agente publico, nesta qualidade, e um veiculo particular. No caso, a colisio resultou de uma atuagéo administrativa e produziré efeitos juridicos, porém no se trata de ato administrative, pois ndo ocorreu uma manifestacéo de vontade com a finalidade de produzir efeitos juridicos. Logo, trata-se de um fato administrativo. A atuacéo administrativa gerou consequéncias juridicas, todavia néo podemos falar de ato administrativo, jé que ndo houve manifestacao de vontade direcionada a produzir esses resultados. Uma terceira aplicacéo vem dos ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segundo a doutrinadora, o ato € sempre imputavel ao homem, enquanto 0 fato decorre de acontecimentos naturais, que independem do homem ou dele dependem apenas indiretamente. Um ‘exemplo de fato é a morte, que é algo natural®. Quando um fato corresponde a algum efeito contido em norma legal, ele é um fato juridico, pois produz efeitos no Direito. Se este fato produzir efeito no Direito Administrativo, trata-se de um fato administrativo. A morte de um servidor é um fato administrativo, pois tem como efeito a vacancia do cargo. Dessa forma, Maria Di Pietro s6 considera como fato administrativo 0 evento da natureza cuja norma legal preveja algum efeito para o Direito Administrativo. Ainda segundo a autora, se o fato ndo produz efeitos juridicos no Direito Administrativo, ele sera um fato da Apesar das varias conceituages, Alexandrino e Paulo apresentam algumas caracteristicas comuns para as defini¢des de fato administrativo®: a) no possuem como finalidade a produ¢3o de efeitos juridicos (conquanto, eventualmente, possam decorrer efeitos juridicos deles); b) no ha manifestagdo ou declaraco de vontade, com contetido juridico, da administrac3o publica; c) no faz sentido falar em “presungo de legitimidade” de fatos administrativos; d) no existe revogago ou anulagdo de fatos administrativos; +i Pietro, 2014 ® Alexandrino e Paulo, 2011, p. 420 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 7 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida e) nao faz sentido falar em fatos administrativos discricionarios e vinculados’. oy na'prova! 4. (Cespe - ATA/MIN/2013) A constru¢éo de uma ponte pela administracao publica caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade publica material em cumprimento de alguma decisdo administrativa Comentario: segundo o entendimento da banca, em que pese alguns doutrinadores trabalhem de forma distinta, o fato administrativo constitui uma atividade publica material em cumprimento de alguma decisao administrativa. Gabarito: correto. 2. (Cespe - ATA/MIN/2013) Todos os atos da administracao publica que produzem efeitos juridicos s4o considerados atos administrativos, ainda que sejam regidos pelo direito privado. Comentario: nem todos os atos da administragéo que produzem efeitos Juridicos sao atos administrativos, mas somente aqueles regidos pelo direito piiblico. Gabarito: errado. 3. (Cespe — AJ/TRT 10/2013) Os fatos administrativos ndo produzem efeitos juridicos, motivo pelo qual nao so enquadrados no conceito de ato administrativo. Comentario: os fatos administrativos causam efeitos juridicos, mas, diferentemente dos atos administrativos, independem do homem. Gabarito: errado. 4. (Cespe — AJITJDFT/2013) A designacdo de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela administracdo. Comentario: a doutrina menciona a diferenca entre atos da Administragao e atos administrativos. Estes ultimos séo apenas os atos realizados pela Administragao em posicao de superioridade perante os particulares, ou seja, sao apenas os atos realizados sob regime juridico de direito puiblico. Os atos da Administragao, por outro lado, sao os atos que nao se revestem do regime juridico administrative, ou seja, séo atos de Direito Privado, em que ha 7 Os conceitos de “presunc3o de legitimidade", revogagao, anulagao, vinculagao e discricionariedade sero discutidos ao lango desta aula. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_Pagina 8 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida igualdade entre as partes. Por exemplo, quando a Administracao emite um cheque ela nao realiza um ato administrativo, mas um ato da Administracao, uma vez que nao existe superioridade nesse tipo de ato. Nessa perspectiva, atos administrativos sao aqueles realizados sob Direito Publico (superioridade), enquanto os atos da Administragao sao regidos pelo Direito Privado (horizontalidade). Cabe alertar, no entanto, que alguns doutrinadores referem-se aos atos da Administragdo para designar qualquer ato formalizado pela Administracdo Publica. Assim, os atos da Administragao so género que abrangem: (a) os atos administrativos; (b) 0s atos de direito privado; (c) os atos politicos; (d) 08 atos normativos; (e) os atos materiais (fato administrativo); etc. Portanto, séo os atos da Administragéo que abrangem toda atividade desempenhada pela Administragao. Logo, o item esta errado. Gabarito: errado. 5. (Cespe — ATA/MIN/2013) Quando o juiz de direito prolata uma sentenca, nada mais faz do que praticar um ato administrativo. Comentario: quando um juiz prolata uma sentenga, na verdade, ele esta exercendo um ato judicial, por ser um ato tipico da funcdo jurisdicional. Esse 6 o erro da questao. Hely Lopes Meirelles informa que existem trés categorias de atos na atividade publica em geral: (a) atos legislativos; (b) atos judiciais; e (c) atos administrativos. A decisao do juiz enquadrou-se na categoria de ato judicial. Gabarito: errado. 6. (Cespe - AA/IBAMA/2013) Ato administrativo corresponde, conceitualmente, a manifestacao unilateral de vontade do Poder Executivo, com efeito juridico imediato, exarada sob 0 regime juridico de direito publico. Comentario: o ato administrativo é a manifestagdo unilateral da vontade da Administra¢do Publica com o objetivo direto de produzir efeitos juridicos, tendo como finalidade o Interesse piiblico e sob regime juridico de direito publico. Gabarito: errado. 7. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Para concretizar a desapropriac&o de um imével, a administragdo toma providéncia para tomar a posse desse imovel, situagdo que constitui exemplo de fato administrativo. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_Pagina 9 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Comentério: a situacdo apresentada constitui_ um fato administrativo decorrente de um ato administrative (operacdo material do ato administrativo). Dessa forma, apés 0 Estado manifestar a sua vontade, ele podera cumprir o seu dever e executar a desapropriagao. Gabarito: correto. 8 (Cespe - AnaTA/MIN/2013) A pavimentacao de uma rua pela administraao publica municipal representa um fato administrativo, atividade decorrente do exercicio da funcao administrativa, que pode originar-se de um ato administrativo. Comentario: é isso ai. O fato administrativo tem o sentido de atividade material no exercicio da fungao administrativa. Assim, a pavimentagao de uma rua se enquadra na categoria de fato administrativo. Gabarito: correto. 9. (Cespe — Escrivao/PC-BA/2013) O contrato de financiamento ou mutuo firmado pelo Estado constitui ato de direito privado, n&o sendo, portanto, considerado ato administrativo. Comentario: um contrato de financiamento ou mituo firmado pelo Estado é regido pelas normas de direito privado. Neste caso, o Estado esta atuando em situacao de igualdade perante o administrado. Dessa forma, é apenas um ato da administracao, mas nao é um ato administrativo. Gabarito: correto. 40. (Cespe — DP-DF/2013) A edicao de atos administrativos é exclusiva dos érgaos do Poder Executivo, no tendo as autoridades dos demais poderes competéncia rio: da mesma forma que o Poder Executivo, os demals poderes também realizam atos administrativos. A nomeacdo de um servidor, por exemplo, pode ocorrer em qualquer um dos poderes e é um exemplo de ato administrativo. Gabarito: errado. Siléncio administrativo Até agora falamos sempre de “declaragéo”, “manifestagéo”, “conduta", “atuago”. Entretanto, nao falamos como se classifica a “omissio” da Administragéo que possua efeitos juridicos. Se a Administragéo Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 10 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Estrategia Teoria e exer Prot. Herbert Almeida ~ simplesmente no fizer nada e dessa omisso decorrer um efeito juridico, estariamos falando em “ato administrativo”? Partindo dos ensinamentos de Bandeira de Mello e de Carvalho Filho, o siléncio ad: trativo, isto é, a omiss4o da Administracdo quando Ihe incumbe o dever de se pronunciar, quando possuir algum efeito juridico, no podera ser considerado ato juridico e, portanto, também nao ato administrativo. Dessa forma, os autores consideram o siléncio como um fato juridico administrativo. Por exemplo, se um cidadao requisitar 0 seu direito de obter certidéo em reparticdes publicas, para a defesa de um direito seu (CF, art. 5°, XXXIV), e a Administrag&o nao atender ao pedido dentro do prazo, nao teremos um ato administrative, pois ndo houve manifestagéo de vontade. Contudo, a omiss&o, nesse caso, pode gerar diversos efeitos, pois viola o dever funcional do agente publico. Além disso, se a omisséio gerar algum dano ao cidadao, o Estado poderd ser responsabilizado patrimonialmente. Ainda assim, como nao houve manifestag&o, mas ocorreu um efeito juridico, temos somente um fato iuridico administrative. Nesse sentido, vejamos os claros ensinamentos de Carvalho Filho®, Urge anotar, desde logo, que o siléncio nado revela pratica de ato administrativo, eis que inexiste manifestacao formal de vontade; nao ha, pois, qualquer declaracao do agente sobre a sua conduta. Ocorre, isto sim, um fato juridico administrativo, que, por isso mesmo, ha de produzir efeitos na ordem juric . (grifos nossos) Os efeitos do siléncio dependem do que esta previsto na lei. Assim, existem hipéteses em que a lei descreve as consequéncias da omissdo da Administragéo e outros em que ndo hd qualquer referéncia ao efeito decorrente do siléncio. No primeiro caso - quando a lei descrever os efeitos do siléncio -, poderd existir duas situagSes: 19) a lei prescreve que o siléncio significa manifestagao positiva (anuéncia tacita); 2°) a lei dispde que a omissao significa manifestagdo denegatéria, ou seja, considera que o pedido foi negado. Por exemplo, 0 art. 12, § 19, II, da Lei n° 10.522/2000, descreve que © pedido de parcelamento de divida junto a Receita Federal do Brasil (RFB) sera “considerado automaticamente deferido quando decorrido o prazo de 90 (noventa) dias, contado da data do pedido de parcelamento sem que a * Carvalho Filho, 2014, p. 103 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 11 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Fazenda Nacional tenha se pronunciado”. Nesse caso, temos uma anuéncia técita, ou seja, um efeito positivo do siléncio administrativo. Outro exemplo consta no art. 8°, pardgrafo Unico, da Lei n® 9.507/1997 (Lei do Habeas Data), que apresenta hipéteses em que o mero decurso do prazo, sem pertinente decisdo da Administragio Publica, implica 0 indeferimento do pedido. Aqui, temos um exemplo de efeito negativo do siléncio, isto é, uma manifestac&o denegatéria. Porém, 0 certo é que, na maior parte dos casos, as leis sequer dispéem sobre as consequéncias da omisséo administrativa. O siléncio administrative, quando nao hé previsdo legal de suas consequéncias, néo possui efeitos juridicos, sendo necessério recorrer a outras instdncias, como © Poder Judiciario, para que o juiz conceda 0 direito ou determine que a Administragéo se manifeste. Em resumo, devemos entender que a omisséo sé possui efeitos juridicos quando a lei assim dispuser (negando ou concedendo o pedido). Caso nao haja previsio legal das consequéncias, o silencia no possuiré efeitos juridicos. O siléncio administrativo sé possui efeitos eae . juridicos quando a lei assim dispuser atencao (negando ou concedendo o pedido). Vejamos algumas questées sobre o tema. E iproval 41. (Cespe — Admin/SUFRAMAJ2014) Caso a administragao seja suscitada a se manifestar acerca da construgéo de um condominio em area supostamente iregular, mas se tenha mantida inerte, essa auséncia de manifestagdo da administragao sera considerada ato administrative e produzira efeitos juridicos, independentemente de lei ou decisao judicial. Comentério: a auséncia de manifestacdo da administragao representa um silencio administrative, que nao é considerado ato administrativo pela doutrina majoritaria, Ademals, o siléncio s6 possuira efeitos quando a lei determinar. Dai 0 erro da questo. Gabarito: errado. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 12 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida 12. (Cespe — ATA/MIN/2013) O siléncio administrativo, que consiste na auséncia de manifestacdo da administraco publica em situagdes em que ela deveria se pronunciar, somente produzira efeitos juridicos se a lei os previr. Comentario: o siléncio administrativo s6 possui efeitos juridicos quando a lei determinar. Nesse caso, a norma devera esclarecer se a omissao possui efeito positivo (anuéncia tacita) ou negativo (omissao denegatéria). Gabarito: correto. 13. (Cespe - Procurador/Bacen/2013 — adaptada) Quando a lei estabelece que o decurso do prazo sem a manifestagao da administracao publica implica aprovacao de determinada pretenséo, 0 siléncio administrativo configura aceitacdo tacita, hipétese em que é desnecessaria a apresentacdo de motivacao pela administracao publica para a referida aprovacao. existéncia situagdes em que a auséncia de manifestagao da Administragdo, dentro do prazo previsto na norma (decurso do prazo), significa que a pretensdo (0 pedido do administrado) foi concedida (aceitagao tacita). Vimos 0 exemplo do art. 12, § 1°, Il, da Lei n® 10.522/2000, quando a auséncia de pronunciamento em até 90 dias sobre o pedido de parcelamento junto a Receita Federal, sera considerada como deferimento do pedido. Nesses casos, como sequer houve manifestacdo, por dbvio nao existira necessidade de motivagao (apresentacéo dos motivos). Logo, o item esta correto. Gabarito: correto. 14. (Cespe — Auditor/TCE-ES/2012) 0 siléncio administrativo consiste na auséncia de manifestacao da administragao nos casos em que ela deveria manifestar-se. Se a lei ndo atribuir efeito juridico em razo da auséncia de pronunciamente, o siléncio administrativo nao pode sequer ser considerado ato administrativo. Comentario: comegamos pela parte conceitual. Segundo Carvalho Filho, 0 siléncio administrativo é a “omissdo da Administragéo quando Ihe incumbe manifestagao de cardter comissivo”. Logo, trata-se da auséncia de manifestacao quando, na verdade, a Administragao deveria ter se manifestado. Celso Anténio Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho Filho nao consideram o siléncio como ato administrativo, os autores destacam que se trata de fato juridico administrativo. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 13 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Marcal Filho, por outro lado, dispée que o siléncio, quando significar manifestagao de vontade da Administracao, ou seja, quando a lel dispuser os efeitos dele decorrente, podera ser considerado ato administrativo. Nao da para extrair o entendimento da banca nesse caso, pois ela nao afirmou categoricamente que “o_siléncio _administrativo sera considerado ato administrativo quando a lei dispuser os seus efeitos”. Porém, o fato é que, sempre que a lel no dispuser sobre os efeitos, o siléncio no sera ato administrativo. Assim, o Item est correto. Gabarito: correto. 15. (Cespe - Notarios/TJDFT/2008) © siléncio administrative nao significa ocorréncia do ato administrative ante a auséncia da manifestacao formal de vontade, quando nao ha lei dispondo acerca das conseqtiéncias juridicas da omissao da administragao. Comentario: entendimento semethante ao anterior. A banca fugiu da polémica, dispondo apenas que, quando a lei nao dispuser sobre os efeitos juridicos, 0 siléncio administrativo nao significa ocorréncia de ato administrativo. Assim, mais um item correto, Gabarito: correto. Requisitos, elementos ou aspectos de validade A doutrina utiliza diversos termos para designar este ponto da nossa aula. Maral Justen Filho se refere aos aspectos dos atos administrativos; Maria Sylvia Zanella Di Pietro prefere falar em elementos; por fim, Hely Lopes Meirelles utiliza a designago de reauisitos dos atos administrativos. Independentemente da nomenclatura utilizada, 0 que os autores querem se referir com estes termos é sobre os pressupostos de validade dos atos administrativos. Nas ligdes de Carvalho Filho, isso significa dizer que estaré contaminado por vicio de legalidade o ato praticado sem a observancia de qualquer desses pressupostos, sujeitando-o, em regra, & anulacéo. Os autores costumam se basear no art. 2° da Lei 4.717/1965° (Lei da Ac&o Popular) para apresentar os seguintes elementos dos atos administrativos: competéncia; finalidade; forma; motivo; e objeto?®. *®Nosse sentido: Meirelles (2013, p. 161); Carvalho Filho (2014, pp. 106-121); Alexandrino e Paulo (2011, p. 442). Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 14 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Estratégia Oficial de Inteligencia Cowcunsoy ‘Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida ~ Aula 1 Esse é posicionamento dominante, prevalecente, portanto, nas bancas de concurso. ©) Fique O art. 2° da Lei da Acdo Popular dispde que sao nulos os atento! ates lesivos a0 patriménio nos casos de: a) incompeténcia; b) vicio de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexisténcia dos motivos; e) desvio de finalidade. Cumpre registrar, porém, que Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Marcal Justen Filho e Celso Anténio Bandeira de Mello preferem utilizar o termo sujeito no lugar da competéncia. Em rapidas palavras, podemos definir cada um desses elementos da seguinte forma: a) competéncia: poder legal conferido ao agente para o desempenho de suas atribuigdes; b) finalida geral) e ao objetivo diretamente previsto na lei (finalidade especifica); o ato administrativo deve se destinar ao interesse puiblico (finalidade c) forma: € 0 modo de exteriorizagao do ato; d) motivo: situaso de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica o ato; e) objeto: também chamado de contetido, é aquilo que o ato determina, é a alterago no mundo juridico que 0 ato se propée a processar, ou seja, 0 efeito juridico do ato. A Prof. Maria Di Pietro divide os elementos dos atos administrativos em elementos essenciais e elementos acidentais ou acessérios. S40 elementos essenciais aqueles que vimos acima, ou seja, competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto. Por outro lado, séo elementos acidentais ou acessérios aqueles que ampliam ou restringem os efeitos juridicos do ato, compreendendo o termo, a condig&o ¢ o modo ou encargo. Ademais, os elementos acidentais referem-se ao objeto do ato e sé podem existir nos atos discriciondrios, uma vez que decorrem da vontade das partes.1! % DiPietro, 2014, p. 212. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 15 de 66 Prof. Herbert Almeida Portanto, os elementos essenciais existem, obrigatoriamente, em todos os atos administrativos. Os elementos acidentais, por outro lado, podem existir apenas nos atos discriciondrios, referindo-se sempre ao seu objeto. Competéncia ESSENCIAIS EC (eomniaizen Mer") fey Soy Were) eee} Piers POU Cery ACIDENTAIS Bc) (urea) Pend ferret) een) Neetu) Para facilitar a compreenséo, vamos detalhar cada um desses elementos dos atos administrativos. E Wi proval 16. (Cespe — AJ/TRT-10/2013) Consoante a doutrina, s4o requisitos ou elementos do ato administrativo a competéncia, 0 objeto, a forma, o motivo e a finalidade. Comentario: esses sao os requisitos dos atos administrativos. Lembrando que competéncia, finalidade e forma sao sempre vinculados, enquanto motivo € objeto podem ser discricionarios. Ademais, podemos observar que, em regra, 86 sdéo mencionados os elementos essenciais dos atos administrativos, que sao os seus requisitos de validade, presentes em todos os atos administrativos. Gabarito: correto. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 16 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Estratégia Oficial de Inteligéncia Cowcunsoy ‘Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida ~ Aula 1 Competéncia Segundo Hely Lopes Meirelles, a competéncia administrativa é 0 poder atribuido ao agente para o desempenho especifico de suas fungdes. As competéncias resultam de lei e por ela séo delimitadas. Logo, de forma simples, podemos entender as competéncias como © poder legal conferido aos agentes ptiblicos para o desempenho de suas atribuicées. Como ja informado, alguns autores preferem utilizar o termo “suieito”, referindo-se ao agente a quem a lei atribui a competéncia legal. Além de ser um poder, a competéncia é um dever, isso porque o agente competente é obrigado a atuar nas condigdes que a lei o determinou. Quem titulariza uma competéncia tem 0 poder-dever de desempenhé-la. Nao se pode renunciar a competéncia, tendo em vista a indisponibilidade do interesse publico. Portanto, a competéncia ¢ sempre um elemento vinculado do ato administrativo. iQue © Prof. Celso Anténio Bandeira de Mello faz uma anilise jatento! sobre as caracteristicas das competéncias, informando que elas sio!?: a) de exercicio obrigatério para os érgios e agentes ptiblicos; b) irrenuncidveis, por conseguinte, quem possui as competéncias n&o pode abrir mao delas enquanto as titularizar. Admite-se apenas que o exercicio da competéncia seja, temporariamente, delegado. Porém, nesses casos, a autoridade delegante permanece apta a exercer a competéncia e pode revogar a delegao a qualquer ‘tempo, logo continua com a sua titularidade; ¢) intransferiveis, ou seja, n3o podem ser objeto de transacZo para repassé-las a terceiros. Aqui, valem as mesmas observacées feitas acima; d) imodificdveis pela vontade do préprio titular, uma vez que os seus limites sio estabelecidos em lei. Ninguém pode dilatar ou restringir uma competéncia por sua prépria vontade, devendo sempre observar as determinages legais; e) imprescritiveis, isto é, mesmo que a pessoa fique por um longo tempo sem utilizar a sua competéncia, nem por isso ela deixard de existir. * Bandeira de Mello, 2014, pp. 149-150. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 17 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida De forma semelhante, Carvalho Filho ensina que a competéncia & inderrogavel, isto é, néo se transfere a terceiros por acordo entre as partes (é o mesmo que intransferivel); e improrrogavel, ou seja, no se ganha com o tempo pela simples pratica do ato. A improrrogabilidade significa que a incompeténcia nao se transmuda em competéncia ao longo do tempo. Dessa forma, se um agente néo tiver competéncia para certa funcdio, no poderé vir a té-la pela simples auséncia de questionamento dos atos que praticou, a ndo ser que a antiga norma seja modificada. Apés essa exposicao inicial, vamos detalhar alguns pontos importantes da competéncia: a delegagao e a avocacao. Avocacdo e delegacéo A Lei 9.784/1999 (Lei do Processo Administrative) é um importante parametro quando se fala em delegac&o e avocacéo de competéncias. Apesar de ser uma lei destinada apenas ao Governo Federal, a norma incorporou 0 pensamento doutrinario e, por conseguinte, é fonte de estudo para qualquer situago. A deleaacSo de competéncia envolve a transferéncia da execugéio ou da incumbéncia da prestagéo do service, sendo que a titularidade permanece com o delegante, que poderd, a qualquer momento, revogar a delegagao (Lei 9.784, art. 14, §2°9). Nesse contexto, o art. 11 da Lei do Processo Administrativo estabelece que a competéncia é irrenunciavel ¢ se exerce pelos érgSos administrativos a que foi atribuida como prépria, salvo os casos de delegacéo e avocaciio legalmente admitidos. A delegaco, desde que nao exista impedimento legal, pode ocorrer para érg&os ou agentes, subordinados ou no, ou seja, é possivel delegar uma atribuigS0, ainda que nao haja hierarquia entre o delegante (aquele que delega a atribuic&o) e 0 delegado (aquele que recebe a atribuigé0). Quando existir hierarquia, a delegacao se efetivaré por meio de ato unilateral, efetivando-se independentemente do consentimento ou concordancia do érgao ou autoridade delegada. Por outro lado, se néo houver hierarquia, a delegagéo dependerd de concordancia do érgéo ou agente que recebe a delegac3o, ou seja, ocorreré por ato bilateral. Por exemplo, os DETRANs estaduais - que so autarquias - podem delegar competéncias as policias militares - érgdos da administracéo direta dos art. 14. [..1§ 20 O ato de delegacao é revogavel a qualquer tempo pela autoridade delegante. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 18 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Oficial de Inteligencia Cerne ‘Teoria ¢ exervicios comentados Prof. Herbert Almeida ~ Aula 1 estados - por meio de convénio para o exercicio das funcdes da policia de transito, inclusive para a aplicacéio de multas". Dessa forma, conforme dispée a Lei 9.784/1999 (art. 12), um “érgao administrativo e seu titular poderéo, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competéncia a outros érgdos ou titulares, ainda que estes ndo Ihe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em raz&o de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial”. E possivel, inclusive, que os érgaos colegiados (tribunais, conselhos, etc.) efetuem delegagao de competéncias aos seus respectivos presidentes (art. 12, paragrafo unico). Por exemplo, um tribunal poderia delegar uma competéncia administrativa, como a homologag&io de promog&o de um servidor, ao seu respectivo presidente. Dessa forma, podemos concluir que a regra é a possibilidade de delegagao, isto 6, sé nao sera possuir delegar uma competéncia se houver algum impedimento em lei. Nessa linha, o art. 13 da Lei estabelece os casos que no podem ser objeto de delegacSo: a) a edicg&o de atos de carater normativo; b) a decisdo de recursos administrativos - uma vez que os recursos administrativos decorrem da hierarquia e, portanto, devem ser decididos por instancias diferentes, sob pena de perder o sentido!’; c) as matérias de competéncia exclusiva do érgéo ou autoridade — como a competéncia é exclusiva, se ocorrer delegagao, ocorrera também uma ilegalidade. No podem ser objeto de delegacdo (a) a este edicéo de atos de carater normativo; (b) a ‘atencao —_ decisiio de recursos administrativos; e (c) as matérias de competéncia exclusiva do érgao ou autoridade . ‘Ademais, algumas formalidades devem ser observadas para que a delegagao seja efetiva (art. 14): (a) 0 ato de delegac&o e sua revogacéo deverao ser publicados em meio oficial; (b) 0 ato de delegacéio deve especificar as matérias e poderes transferidos, os limites da atuacéo do + Furtado, 2012, p. 208. DiPietro, 2014, p. 214 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 19 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida delegado, a duracio e os objetivos da delegacio e o recurso cabivel, podendo conter ressalva de exercicio da atribuig&o delegada. A Lei dispde, ainda, que as decisées adotadas por delegacéio devem mencionar explicitamente esta qualidade. Por exemplo, se o Presidente da Republica delegar uma atribuigéo a um ministro de Estado, quando o ministro editar 0 ato, deveré informar, de forma expressa, que o esté fazendo por meio de delegacao. Além disso, quando ocorre delegac&o, considera-se que o ato é praticado pelo delegado. No nosso exemplo, a realizacéio dos atos sera imputada ao ministro de Estado e, portanto, a responsabilidade recaira sobre ele (art. 14, §3°). Quanto & avecacao, cujo contetido nao foi tao detalhado pela Lei como foi a delegacao, é definida por Hely Lopes Meirelles como “chamar para si fungées originalmente atribuidas a um subordinado"®. Dessa forma, a avocagéo € © contrario da delegac&o, porém com algumas particularidades. Enquanto a delegacdo pode ser feito com ou sem hierarquia, a avocagao sé é possivel se existir hierarquia entre os érgaos ou agentes envolvidos. De acordo com a Lei 9.784/1999 (art. 15), serd permitida, “em cardter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocagéo temporaria de competéncia atribuida a érgo hierarquicamente inferior”. Do dispositivo acima, é possivel perceber que a avocacéo é uma medida de excecéo, que sé poderé ocorrer por motives relevantes, devidamente justificados e somente de forma temporaria. Conforme saliente Meirelles, a avocac&o sé deve ser adotada quando houver motivos relevantes, eis que a avocagdo sempre desprestigia o inferior e, muitas vezes, desorganiza 0 normal funcionamente do servigo. Apesar de ser uma medida de exceco, a Lei 9.784/1999 nao dispde ‘expressamente quando poderé ou nao ocorrer a delegac&o. A doutrina enfatiza apenas que néo podera ocorrer avocacgdo quando a competéncia é exclusiva do subordinado, uma vez que um ato administrativo n&o pode se sobrepor a Lei. © eirelles, 2013, p. 131 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 20 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Finalidade A finalidade é o objetivo de interesse publico a atingir. Todo ato administrativo deve ser praticado com o fim publico. Dessa forma, a finalidade é um elemento vinculado do ato administrativo, pois néo se concebe a atuacéio dos érgdos e agentes publicos fora do interesse puiblico ou da finalidade expressamente prevista em lei. Nesse contexto, a finalidade divide-se em finalidade geral (sentido amplo) e finalidade especifica (sentido estrito). A finalidade geral é sempre a satisfacdo do interesse ptiblico, pois é nisso que se pauta toda a atuacéio da Administraco Publica. A finalidade especifica, por sua vez, 6 aquele que a lei elegeu para o ato. Vale dizer novamente, em sentido amplo, a finalidade é sinénimo de interesse ptiblico, pois todo ato administrativo deve ser realizado para alcangar o interesse puiblico. Em sentido estrito, por outro lado, significa a finalidade especifica do ato, que é aquela que decorre da lei. Enquanto a finalidade geral é comum a todos os atos administrativos, a finalidade especifica difere-se para cada ato, conforme dispuser as normas legais. Por exemplo, a remogo de oficio de servidor puiblico, prevista na Lei 8.112/1990, possui como finalidade geral o interesse publico e como finalidade especifica adequar a quantidade de servidores dentro de cada unidade administrativa. Imagine que um servidor tenha cometido uma infragao (por exemple, faltou injustificadamente ao servico) e, por causa disso, a autoridade competente tenha determinado a sua remocéio de oficio para uma localidade distante, com a finalidade de punir o agente publico. Nesse caso, a punigéo do agente atende ao interesse publico, pois é interesse da coletividade punir um agente n&o desempenhe suas atribuicées de maneira correta. Contudo, a finalidade especifica da remocdo de oficio nao é a punic&o do agente, mas adequar o quantitativo de servidores em cada unidade. Por consequéncia, o ato sera invalido. Portanto, os atos administrativos, sob pena de invalidag&o, devem atender, concomitantemente, a finalidade geral e a finalidade especificamente prevista em le Desvio de finalidade Segundo a Lei 4.717/1965, 0 desvio de finalidade “se verifica quando 0 agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explicita ou Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 21 de 66 faEstratégia a Prof. Herbert Almeida implicitamente, na_regra de competéncia”. Por “regra de competéncia” devemos entender a lei que atribuiu a competéncia ao agente. Dessa forma, se 0 ato for praticado com finalidade distinta daquele prevista em lei, teremos a ocorréncia do chamado desvio de finalidade. A andlise do desvio de finalidade deve ocorrer em conjunto com a competéncia. Isso porque, no desvio de finalidade, o agente é competente para desempenhar o ato, porém o faz com finalidade diversa. Por consequéncia, 0 ato sofre de vicio insandvel. Trata-se de ato nulo, nio sujeito 4 convalidagao. Assim como existem dois tipos de finalidade (geral e especifica), existem também dois tipos de desvio de finalidade!”: a) quando o agente busca finalidade distinta do interesse ptblico (por exemplo, realizar uma desapropriac3o com o objetivo exclusivo de favorecer ou prejudicar alguém); b) quando o agente realiza um ato condizente com o interesse publico, mas com finalidade especifica diferente da prevista em lei (o exemplo da remogiio de oficio enquadra-se perfeitamente neste caso). Por fim, vale mencionar podem existir atos realizados com o objetivo de atender aos interesses privados, desde que também atendam as finalidades geral e especifica do ato administrativo. Por exemplo, os atos de permiss&io e autorizagao de servico pubblico (atos negociais) atendem os interesses particulares (das pessoas que desejam explorar os servicos), mas sero vélidos desde que satisfagam os dois sentidos de finalidades mencionadas. Forma A forma é o revestimento exteriorizador do ato administrativo, constituindo um elemento vinculado, pelo menos na doutrina dominante. Podemos analisar a forma em dois sentidos: a) sentido estrito: demonstra a forma como o ato se exterioriza, isto 6, como a declarag&o de vontade da Administragao se apresenta. Fala- se, nesse caso, em forma escrita ou verbal, de decreto, portaria, +7 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 449. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 22 de 66 Prof. Herbert Almeida resolugdo, etc. Por exemplo a autorizac&o para dirigir se apresenta na forma da Carteira Nacional de Habilitac&o - CNH; b) sentido amplo: representa todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de formagdéo da vontade da Administracdo, incluindo os requisitos de publicidade do ato. Voltando ao exemplo da CNH, © sentido amplo representa 0 processo de concesséio da autorizacao (requerimento do interessado, realizado dos exames, das provas, dos testes, até a expedicio da Carteira). Dessa forma, podemos perceber que a forma representa tanto a exteriorizago quanto as formalidades para a formacdo da vontade da Administragéo. Principio da solenidade Os atos administrativos devem ser apresentados em uma forma especifica prevista na lei. Todo ato administrativo, em regra, é formal. Assim, enquanto no direito privado a formalidade 6 a excegdo, no direito publico ela é a regra. A forma predominante € sempre a escrita, mas os atos administrativos podem se apresentar por gestos (p. ex. de guardas de transito), palavras (p. ex. atos de policia de seguranga publica) ou sinais (p. ex. semaforos ou placas de transito)"®. Ressalta-se, contudo, que esses meios so excecéio, pois buscam atender a situagdes especificas. Como exemplo, podemos trazer 0 caso previsto no art. 60, paragrafo Unico, da Lei 8.666/1993, que determina é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administracaéo, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor ndo superior R$ 4.000,00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento. Percebe- se, pois, que a regra é a formalizag3o escrita dos atos administrativos, admitindo-se, em carater excepcional, a forma verbal. ios de forma Uma vez que a forma dos atos administrativos é definida em lei, a sua inobservancia representa a invalidagéio do ato por vicio de legalidade (especificamente, vicio de forma). No entanto, Carvalho Filho dispée que a 28 Exemplos de Carvalho Filho, 2014, p. 112. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 23 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida mencionada regra deve ser analisada sobre o aspecto da razoabilidade por parte do intérprete. Em algumas situagdes, o vicio de forma representara mera irregularidade sanavel. Isso ocorre quando o vicio nao atinge a esfera de direito do administrado, podendo ser corrigido por convalidacgao. Por exemplo, quando a lei determina que um ato administrativo seja formalizado por uma “ordem de servico”, mas o agente se utilizou de uma portaria, nao hé qualquer violagao de direito, podendo ser feita a correg’o deste ato. Contudo, 0 vicio de forma seré insanavel quando afetar o ato em seu proprio contetido. Portanto, podem gerar a invalidag&o, em decorréncia de vicio da forma, defeitos considerados essenciais para a pratica do ato administrativo, inclusive quanto ao procedimento especifico em atos que afetem direitos dos administrados. Por exemplo, uma resolug&o que declare de utilidade publica um imével para fins de desapropriacéio, quando a lei exige decreto do chefe do Poder Executivo (art. 6°, DL 3.365/1941); a demissao de um servidor estavel, sem observar 0 procedimento disciplinar (CF, art. 41, §1°, II); a contratagdo de uma empresa para prestar servigos sem 0 devido procedimento licitatério (CF, art. 37, XXI). Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo chamam a atengéio que a motivagao - declaracao escrita dos motivos que levaram a pratica do ato — integra a forma do ato. Assim, a auséncia de motivacdo quando ela é obrigatoria, acarretara a nulidade do ato. Motivo O motivo, também chamado de causa, é a situacéo de direito ou de fato que determina ou autoriza a realizagéo do ato administrative. O pressuposto de ito. do ato € o conjunto de requisitos previsto na norma juridica (o que a lei determina que deva ocorrer para o ato ser realizado). O pressuposto de fato é a concretizag&o do pressuposto de direito. Assim, 0 pressuposto de direito é encontrado na norma, enquanto © pressuposto de fato é a ocorréncia no “mundo real”. Por exemplo, o Cédigo de Transito Brasileiro estabelece como uma das hipéteses de aplicac&o de multa dirigir sob a influéncia de alcool ou de qualquer outra substancia psicoativa que determine dependéncia (CTB, art.165), esse € 0 pressuposto de direito. Se um agente de transito Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 24 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida constatar uma pessoa embriagada dirigindo um veiculo automotor em via publica, estaremos diante de um pressuposto de fato. O motivo pode estar previsto em lei, caso em que sera um elemento vinculado; ou pode ser deixado a critério do administrador, quando teremos um ato discricionario. Conforme ensinam Alexandrino e Paulo, quando o ato é vinculado, a lei descreve, de forma completa e objetiva, a situagao de fato, que, uma vez ocorrida no mundo real, determina obrigatoriamente pratica de ato administrativo cujo contetido deverd ser o exatamente previsto em lei. Por outro lado, quando se trata de ato discricionario, a lei autoriza a pratica do ato, quando ocorrer determinado fato. Caso se constate o fato, a Administrag&o pode ou nao praticar 0 ato. Por exemplo, a Lei 8.112/1990 estabelece que, a critério da Administrac8o, poderdo ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que no esteja em estagio probatério, licencas para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até trés anos consecutivos, sem remuneragao (art. 91). Caso o agente publico apresente o requerimento solicitando a licenga (motivo), a autoridade fara a anélise de conveniéncia e oportunidade, concedendo ou no a licenca. Em outros casos, a lei faculta que a Administracdo escolha ente diversos objetos, conforme a valoracgéo dos motivos que se apresentam. Exemplificando, a Estatuto dos Servidores Ptiblicos do Governo Federal prevé a aplicag3o de suspens&o em caso de reincidéncia das faltas punidas ‘com adverténcia, n3o podendo exceder de 90 (noventa) dias. Constatada situagéio como essa, a autoridade fara a valoracgio dos motivos (a gravidade da infragéo, os prejuizos decorrentes, a reputacSo do agente ptiblico, etc.) e poder escolher a pena a ser aplicada (objeto), limitando-se a nao exceder os noventa dias. Teoria dos motivos determinantes Motivo e motivagiio s&o coisas distintas. Aquele corresponde aos pressupostos de fato e de direito do ato administrativo, enquanto esta se refere a exposigdo ou declaracSo por escrito do motivo da realizag3o do ato. Por exemplo, a lei diz que 0 motivo para a aplicagdo da multa é 0 estacionamento em local proibido. Se o agente de transito fundamentar o ato, escrevendo em seu boletim 0 motivo da aplicagéo da multa, estaré motivando o ato. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 25 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida A motivagdo é obrigatéria em todos os atos vinculados e na maioria dos atos discricionérios. Porém, se o gestor decidir motivar seu ato quando a lei nao obrigou, estar se vinculando motivagdo apresentada. Exemplificando: 0 ato de exoneragdo de um secretério municipal & discricionario do prefeito e n&o precisa ser motivado. Caso o prefeito motive a exoneragéo do secretério de educac&o em decorréncia de falta injustificada por dez dias, e, mais tarde, ficar comprovado que essa falta no ocorreu e que 0 motivo da exoneracio foi outro, o ato estara sujeito anulagao. E oy fa'prova' Pedro, servidor de um érgao da administracao publica, foi informado por seu chefe da possibilidade de ser removido por ato de oficio para outra cidade, onde ele passaria a exercer suas fungées. Nessa situacdo hipotética, considerando as regras dispostas na Lei n° 8.112/1990, julgue o item subsequente. 47. (Cespe - Analista Judiciério/TRE-GO/2015) Caso Pedro seja removido por motivagao fundamentada em situacdo de fato, a validade do ato que determine a remogo fica condicionada a veracidade dessa situagao por forga da teoria dos motivos determinantes. Comentario: a teoria dos motivos determinantes determina que a validade dos atos administrativos depende da veracidade dos motivos expressos para a sua realizagao. Assim, quando o ato for motivado, a sua validade depende da veracidade da situa¢ao demonstrada na motivagao. Dessa forma, se uma pessoa for removida alegando-se o aumento do volume de trabalho em outra unidade administrativa, mas for comprovado que nao ocorreu esse aumento de volume de trabalho, o ato de remogao poderd ser invalidado. Logo, o item esta correto. Gabarito: correto. 48. (Cespe - AnaTA MJ/2013) O motivo do ato administrative néo se confunde com a motivagao estabelecida pela autoridade administrativa. A motivagéo é a exposicao dos motivos e integra a formalizagao do ato. O motivo é a situacéo subjetiva e psicolégica que corresponde a vontade do agente publico Comentario: o item comega muito bem, porém o motivo é 0 pressuposto de fato e de direito que determina ou autoriza a realizado do ato administrativo, nao se trata se uma situagao subjetiva ou psicolégica. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 26 de 66 faEstratégia a Prof. Herbert Almeida Gabarito: errado. 49. (Cespe - TecIBACEN/2013) Define-se 0 requisito denominado motivagao como © poder legal conferido ao agente piblico para o desempenho especifico das atribuig6es de seu cargo. Comer a definigao de motivagao se refere a exposigao ou declaragao por escrito do motivo da realizagao do ato. © que foi apresentado na assertiva nao corresponde a motivacao, mas sim & competéncia. Gabarito: errado. Objeto 0 objeto € 0 contetido do ato administrative. E 0 que efetivamente cria, extingue, modifica ou declara, isto é, 0 efeito juridico que o ato produz. Vejamos alguns exemplos: na concessdo de licenca ao servidor, 0 objeto é a propria licenga; na emisso de uma Carteira Nacional de Habilitagao, o objeto é a licenca para dirigir; na exoneragdo de um servidor, 0 objeto é a prépria exoneracao. Assim como o motivo, 0 objeto pode ser vinculado ou discricionério. Serd vinculado quando a lei estabelecer exatamente o contetido do ato. No caso da licenca paternidade prevista na Lei 8.112/1990, a duragdo ¢ de cinco dias consecutivos. Nao ha margem de escolha, uma vez que o motivo (nascimento ou adogao de filhos) e o seu objeto (licenga de cinco dias consecutivos) estao expressamente previstos em lei. Por outro lado, a lei pode nao definir exatamente o objeto, deixando uma margem de escolha ao agente. Por exemplo, se uma lei determinar que a Administracéo poderd aplicar sanc&o ao administrado que infringir uma norma de construggo, estabelecendo a possibilidade de aplicacdo de multa entre os valores de R$ 500,00 (quinhentos reais) até R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou a aplicacdo de suspensdo da obra. Caberd ao agente publico, respeitando os principios administrativos, decidir pela suspensdo ou multa, inclusive quanto ao valor desta ultima. Nesse caso, o objeto foi discricionario. Para que um objeto seja valido, ele deve ser licito (conforme a lei); possivel (realizavel no mundo dos fatos e do direito) - por exemplo, ndo se pode conceder licenga a um servidor falecido, uma vez que este objeto Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 27 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Estrategia Teoria e exere Prof. Herbert Almeida — A no é possivel; certo (definido quanto ao destinatdrio, aos efeitos, ao tempo e ao lugar); e moral (em consonancia com os padrdes comuns de comportamento, aceitos como corretos, justos e éticos).19 Objeto naturale acidental e elementos acessérios O objeto do ato administrativo pode ser natural e acidental. De acordo com a Prof. Maria S. Z. Di Pietro, o objeto natural € 0 efeito juridico que o ato produz, sem necessidade de expressa mengSo, pois ele decorre da prépria natureza do ato, tal como definido em lei.2° Por exemplo, © objeto natural de um ato de exoneracdo de um servidor é a propria exoneragaio, que pée fim ao vinculo funcional entre o servidor e a Administrag&io Publica. Por outro lado, o objeto acidental é o efeito juridico que o ato produz em decorréncia de clausulas acessérias apostas ao ato pelo sujeito que o praticou, abrangendo o termo, a condig&o e o modo ou encargo. Essas clausulas acessérias acabam ampliando ou restringindo os efeitos os efeitos juridicos do ato, sendo conhecidas também como elementos acidentais ou acessérios dos atos administrativos. Nesse contexto, o termo indica o dia em que se inicia ou termina a eficdcia do ato. Portanto, o termo limita 0 periodo temporal de eficacia de um ato. Seria 0 caso, por exemplo, de uma autorizacéio de uso”! para a utilizag3o de uma via ptiblica para a realizagéio de um evento ao ar livre, sendo fixado 0 inicio da autorizagao em cinco dias e o término em dez dias; assim, a autorizacdo tera eficdcia durante esse periodo. © modo ou encargo, por sua vez, é um Snus imposto ao destinatario para usufruir do beneficio do ato. Por exemplo, a Unido poderia doar a um municipio maquinas pesadas para limpeza de ruas localizadas em zona rural, impondo-Ihe 0 dever de realizar a contratag&o e o treinamento de pessoal para operagdo das maquinas, sob pena de reverséo dos bens doados (doag&o com encargo). Se 0 municipio n&o cumprir a exigéncia (contratagdo e treinamento de pessoal), a doago poderd ser cancelada. Por fim, a condicao subordina o efeito do ato a evento futuro e incerto. A condig&io poderd ser suspensiva ou resolutiva. A primeira suspende o *i Pietro, 2014, p. 216. * DiPietro, 2014, p. 216. 2 Em regra, a autorizagao de uso nao passul prazo fixo, dado a sua precariedade, mas é possivel estabelecé-lo ‘em determinadas situagbes. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 28 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Teorta e exere Prof. Herbert Almeida — inicio da eficécia do ato ~ portanto, o ato somente produziré os efeitos se a condic&o ocorrer (por exemplo: a Unido poderé doar maquinas pesadas aos municipios, desde que o indice pluviométrico ultrapasse duas vezes a média histérica - se n&o ocorrer a condig&o, 0 ato no produzira os seus efeitos). A condigo resolutiva, por outro lado, faz cessar a produgao dos efeitos juridicos do ato. Dessa forma, se a condigo resolutiva ocorrer, 0 ato para de produzir efeitos; mas se ela n&o ocorrer, o ato continuard produzindo os efeitos normalmente. Por exemplo, um Prefeito Municipal poderia conceder bolsas de estudo para determinados alunos, mas exigir que eles obtenham uma média de sete pontos no semestre; se eles n&o alcangarem a média, a bolsa é “cortada”. Ademais, a diferenca fundamental entre o termo e a condig&o é que aquele pressupée um evento futuro e certo, como um simples decurso temporal (por exemplo: uma autorizag&o que produziré efeitos a partir de dez dias da publicacéio); enquanto a condic&o é um evento futuro e incerto, ou seja, que ndo necessariamente ocorrerd. Lembra-se, ademais, que o objeto acidental sé pode ocorrer em atos discricionarios, uma vez que as clausulas acessérias sao definidas por quem praticou o ato. Além disso, nem todo ato discriciondrio possui objeto acidental, pois nem sempre € necessdrio ou possivel estabelecer as cléusulas acessorias. Em resumo, todo ato administrativo possui objeto natural, mas somente os atos discricionérios admitem objeto acidental. Atributos Os atributos, também chamados de caracteristicas, dos atos administrativos so as qualidades que os diferem dos atos privados. Sao, portanto, as caracteristicas que permitem afirmar que o ato se submete o ao regime juridico de direito puiblico. Apesar das divergéncias, existem quatro atributos dos atos administrativos: a) presungao de legitimidade ou veracidade; b) imperatividade; c) autoexecutoriedade; d) tipicidade (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 29 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Segundo Alexandrino e Paulo’, os atributos de imperatividade e autoexecutoriedade s&o observaveis apenas em alguns tipos de atos administrativos. Presungao de legitimidade ou veracidade Apesar de serem tratados em conjunto, legitimidade e veracidade apresentam aspectos distintos. Pela legitimidade pressupde-se, até que se prove 0 contrario, que os atos foram editados em conformidade com a lei. A veracidade, por sua vez, significa que os fatos alegados pela Administragéo presumem-se verdadeiros (por exemplo, quando um agente de trAnsito aplica uma multa por ter visto um motorista dirigindo falando ao celular, presume-se que de fato isso ocorreu, cabendo ao motorista provar contrério). Todavia, € usual utilizar os termos “presungao de legitimidade” ou “presuncéio de legalidade” para se referir tanto & conformagao do ato com a lei, quanto a veracidade dos fatos alegados. Assim, de agora em diante, vamos tratar a veracidade e legitimidade como um unico atributo, utilizando os termos indistintamente. A presungéio de legitimidade decorre de varios fundamentos, em particular pela necessidade de assegurar celeridade no cumprimento dos atos administrativos, uma vez que eles tm como fim atender ao interesse publico, predominando sobre o particular. Imagine se a legitimidade de todos os atos administrativos dependesse de avaliacdo prévia do Poder Judiciério, 0 desempenho da fungéo administrativa se tornaria excessivamente lenta. Por conseguinte, a presuncéo de veracidade, gera trés consequéncias: a) enquanto nio se for decretada a invalidade, os atos produzirao os seus efeitos e devem ser, portanto, cumpridos. Assim, enquanto a propria Administragéo ou o Poder Judicidrio nao invalidarem o ato, ele devera ser cumprido. A Lei 8.112/1990 apresenta uma excecdo, permitindo que um servidor deixe de cumprir uma ordem quando for manifestamente ilegal; b) inversdo do énus da prova: a presuncio de legitimidade é relativa (juris tantum), pois admite prova em contrério. Porém, a decorréncia ® Alexandrino e Paulo, 2011, p. 464. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 30 de 66 Prof. Herbert Almeida deste atributo é a inversdo do énus da prova, uma vez que cabera ao administrado provar a ilegalidade do ato administrativo; c) a nulidade sé podera ser decretada pelo Poder Judiciario quando houver pedido da pessoa: aqui, vamos apresentar os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro??: [...] 0 Judiciério nao pode apreciar ex officio a validade do ato; sabe-se que, em relacdo ao ato juridico privado, 0 artigo 168 do CC determina que as nulidades absolutas podem ser alegadas por qualquer interessado ou pelo Ministério Publico, quando Ihe couber intervir, e devem ser pronunciados pelo juiz, quando conhecer do ato ou dos seus efeitos; o mesmo nao ocorre ‘em relacdo ao ato administrativo, cuja nulidade sé pode ser decretada pelo Judicidrio a pedido da pessoa interessada; oy na'prova! 20. (Cespe — Agente Administrativo/DPF/2014) Ha presungdo de legitimidade e veracidade nos atos praticados pela administraco durante processo de licitacao. Comentario: a presungao de legitimidade e veracidade ¢ uma das quatro caracteristicas dos atos administrativos. Além dela, temos ainda a imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade. Gabarito: correto. 21. (Cespe — AA/Anac/2012) © atributo da presungdo de legitimidade ¢ 0 que autoriza a a¢ao imediata e direta da administracao publica nas situagdes que exijam medida urgente. Comentario: a afirmagao contida na assertiva versa sobre o atributo da autoexecutoriedade. Apresuncao de legitimidade, por sua vez, se refere a conformagao do ato com a lei, enquanto que a veracidade afirma que os fatos alegados pela Administragéo presumem-se verdadeiros. Gabarito: errado. Imperatividade Pela imperatividade os atos administrativos impdem obrigagées a terceiros, independentemente de concordancia. Com feito, a imperatividade depende, sempre, de expressa previsdo legal. ® DiPietro, 2014, p. 208 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 31 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN cuRsos Teoria e exerc Prof. Herbert Almeida — A A imperatividade pode ser chamada de poder extroverso do Estado, significando que 0 Poder Puiblico pode editar atos que vao além da esfera juridica do sujeito emitente, adentrando na esfera juridica de terceiros, constituindo unilateralmente obrigages. Légico que a imperatividade n&o esta presente em todos os atos administrativos, mas téo somente naqueles que imponham obrigacdes aos administrados. Portanto, néo possuem esse atributo os atos que concedem direitos (concesséo de licenga, autorizagéo, permisséio, admiss&o) ou os atos enunciativos (certidao, atestado, parecer)”*. Autoexecutoriedade A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos ensejam de imediata e direta execugdo pela Administracéo, sem necessidade de ordem judicial. Permite, inclusive, 0 uso da forga para colocar em pratica as decisdes administrativas. No se esté dizendo que a autoexecutoriedade afasta a apreciacéo judicial, algo que seria inadmissivel segundo a Constituicdo Federal (art. 5°, XXXV). Deve-se lembrar que alguns atos administrativos podem gerar graves prejuizos ao administrado. E justamente por isso que o particular possui diversas medidas para socorrer ao Poder Judicidrio buscando as medidas liminares para suspender a eficdcia do ato administrativo, tenha ele iniciado ou nao”. Assim, sempre que se sentir prejudicado, o particular poderd recorrer ao Poder Judicidrio para impedir a ‘execugiio do ato administrativo. Dessa forma, a autoexecutoriedade refere-se & possibilidade de a Administragdo fazer valer suas decisées sem ordem judicial, mas nao afasta © direito do administrado de buscar o socorre no Poder Judicidrio se achar que seus direitos estéio sendo prejudicados indevidamente. ‘A autoexecutoriedade n&o estd presente em todos os atos administrativos. Ela existe em duas situacées: (a) quando estiver expressamente prevista em lei; (b) quando se tratar de medida urgente. Na primeira situag&o, podemos exemplificar com as diversas medidas autoexecutérias previstas para os contratos administrativos, como a possibilidade de retengéo da caucéo, a utilizaggo das maquinas e * DiPietro, 2014, p. 209. * Canalho Fill, 2014. P. 124. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 32 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Oficial de Inteligés Teoria e exercicios come! Prof. Herbert Almeida equipamentos para dar continuidade aos servicos publicos, a encampacéo, etc.; quando se trata do exercicio do poder de policia, podemos mencionar a apreensiio de mercadorias, a cassagao de licenga para dirigir, etc. As medidas urgentes, por outro lado, ocorrem quando a medida deve ser adotada de imediato, sob pena de causar grande prejuizo ao interesse publico. Um exemplo é a destruigéo de um imével com risco iminente de desabamento. Caso se depare com uma situagdo como essa, a autoridade administrativa poder determinar, de imediato, a demoligao. O Prof. Celso Anténio Bandeira de Mello nao fala em autoexecutoriedade. Para o doutrinador, existem, na verdade, dois atributos distintos: a exigibilidade e a executoriedade. Pela primeira, a Administracao impele o administrado por meios indiretos de coacao. Por ‘exemplo, se a Administracéo determinar que o particular construa uma calcada, mas ele se recusar a fazé-la, o Poder Publico poderd aplicar-lhe uma multa, em precisar socorrer ao Poder Judicidrio para isso. A multa é um meio indireto de coag’o, mas ndo obriga materialmente o particular a construir a calgada. Na executoriedade, por outro lado, a Administracéo, por seus préprios meios, compele o administrado. Verifica-se a executoriedade, por exemplo, na dissolug&o de uma passeata, na apreensdo de medicamentos vencidos, na interdigéo de uma fabrica, na internac&io compulséria de uma pessoa com moléstia infectocontagiosa em perfodo de epidemia, etc. Nesses casos, a Administrag&o poderé utilizar até mesmo a forga para obrigar o particular a cumprir a sua determinagao. Em sintese, a exigibilidade ocorre somente por meios indiretos, enquanto a executoriedade é mais forte, possibilitando a coagao direta ou material para a observancia da lei. Outro exemplo bem interessante é apresenta pelo Prof. Bandeira de Mello, vejamos?®: Ainda um exemplo: a Administracéo pode exigir que o administrado demonstre estar quite com os impostos municipais relativos a um dado terreno, sem 0 qué ndo expedird o alvara de construcdo pretendido pelo particular, 0 que demonstra que os impostos so exigiveis, mas nao pode ‘obrigar coercitivamente, por melos préprios, 0 contribuinte a pagar os impostos. A fim de obté-lo necessitaré mover aco judicial. Logo, no exemplo apresentado, os impostos so exigiveis pelos meios indiretos (como exigéncia para expedir o alvara), todavia, se ainda assim o 2% Bandeira de Mello, 2014, p. 424 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 33 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida particular se recusar a efetuar o pagamento, a Administracéo precisara mover a aco judicial para efetuar a cobranca. E isproval 22. (Cespe AAmb/IBAMA/2013) O IBAMA multou ¢ interditou uma fabrica de solventes que, apesar de ja ter sido advertida, insistia em dispensar residuos t6xicos em um rio préximo a suas instalagdes. Contra esse ato a empresa impetrou mandado de seguranca, alegando que a autoridade administrativa nao dispunha de poderes para impedir o funcionamento da fabrica, por ser esta detentora de alvara de funcionamento, devendo a interdi¢do ter sido requerida ao Poder Judiciario. Em face dessa situagao hipotetica, julgue o item seguinte. Um dos atributos do ato administrative executado pelo IBAMA na situacdo em questo é 0 da autoexecutoriedade, que possibilita ao poder puiblico obrigar, direta e materialmente, terceiro a cumprir obrigagao imposta por ato administrativo, sem a necessidade de prévia intervengao judicial. Comentario: perfeito! A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos ensejam de imediata e direta execucdo pela Administracdo, sem necessidade de ordem judicial. Existe, inclusive, a possibilidade de uso da forga para que as decisées sejam estabelecidas. Gabarito: correto. 23. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Em razao da caracteristica da autoexecutoriedade, a cobranca de multa aplicada pela administra¢ao nao necessita da intervencao do Poder Judiciario, mesmo no caso do seu ndo pagamento. Comentario: a primeira parte da questdo esta correta. E possivel efetuar a cobranca de uma multa, desde que enquadrada nos casos especificos para a autoexecutoriedade, sem recorrer ao Poder Judiciario. Contudo, no caso de nao pagamento da multa, apenas uma acio judicial podera obrigar a quitagao da divida. Gabarito: errado. 24. (Cespe - Tec/BACEN/2013) A autoexecutoriedade € um atributo presente em todos os atos administrativos. Comentario: essa caracteristica podera ser aplicada em situagées pontuals, quais sejam, * quando prevista expressamente em lel; ou * quando se tratar de medida de urgéncia. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 34 de 66 faEstratégia a Prof. Herbert Almeida Afora essas situagées, nao estara presente o atributo da autoexecutoriedade. Gabarito: errado. ‘Tipicidade 0 atributo da tipicidade é descrito na obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. De acordo com a doutrinadora, a tipicidade é o atributo pelo qual © ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas em lei como aptas a produzir determinados resultados. Este atributo esté relacionado com o principio da legalidade, determinando que a Administragéo sé pode agir quando houver lei determinando ou autorizando. Logo, para cada finalidade que a Administragéo pretenda alcangar, deve existir um ato definido em | Di Pietro apresenta uma dupla aplicac&o da tipicidade: (a) impede que a Administracéo pratique atos dotados de imperatividade e executoriedade, vinculando unilateralmente o particular, sem que exista previsdo legal; (b) afasta a possibilidade de ser praticado ato totalmente discricionério, vez que a lei, ao prever o ato, j define os limites em que a discricionariedade poderd ser exercida. Por fim, a tipicidade sé existe em relac&o aos atos unilaterais, ou seja, nas situades em que ha imposicéio de vontade da Administracéio. Logo, nao existe nos contratos, que dependem sempre da aceitacao do particular. E We iproval 25. (Cespe — TJ/TRT-10/2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam dos atributos da presungao de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da autoexecutoriedade. Comentario: dispensa comentarios. Poderiamos incluir ainda a tipicidade, mas como a questo nao disse que so apenas esses, nao deixa de estar correta. Gabarito: correto. 26. (Cespe - Adm/MIN/2013) O atributo da imperatividade ndo esta presente em todos os atos administrativos. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 35 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Comentério: a imperatividade requer expressa previsdo legal. Assim, nao esta presente em todos os atos administrativos. Além disso, os atos enunciativos @ negociais nao gozam desse atributo. Gabarito: correto. 27. (Cespe - Tec/MPU/2013) Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo, devem-se presumir verdadeiros os fatos deciarados em certidao solicitada por servidor do MPU e emitida por técnico do érgao. Comer devido ao atributo da presuncio de legitimidade ou veracidade, deve-se acreditar que os fatos alegados em certidao sao verdadeiros. A imperatividade, no entanto, afirma que os atos administrativos impéem obrigagées a terceiros, independentemente de concordancia. Gabarito: errado. Classificagio Vamos adotar a classificagéo de Hely Lopes Meirelles para apresentar a classificagdo dos atos administrativos. Atos gerais e individuais Os atos gerais ou normativos séo aqueles que nao possuem destinatarios determinados. Eles apresentam hipéteses genéricas de aplicagdo, que alcancaré todos os sujeitos que nelas se enquadrarem. Tendo em vista a “generalidade e abstraco” que possuem, esses atos sdio também chamados de atos normativos. Podemos trazer como exemplos de atos gerais os regulamentos, portarias, resolucées, circulares, instrugées, deliberagées, regimentos, etc. Os atos individuais ou especiais s8o aqueles que se dirigem a destinatarios certos, determindveis. Séo aqueles que produzem efeitos juridicos no caso concreto, a exemplos da nomeag&o, demissdo, tombamento, licenga, autorizagdo, ete. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 36 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN fest égia Oficial de Inteligéncia ‘OueuR SOT ‘Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida ~ Aula 1 QUE A Prof. Maria Di Pietro apresenta as seguintes jatento! caracteristicas dos atos gerais ou normatives quando comparados com os individuais: a) 0 ato normativo nao pode ser impugnado, na via judicial, diretamente pela pessoa lesada (somente as pessoas legitimadas no art. 103 da CF podem propor inconstitucionalidade de ato normativo); b) 0 ato normative tem precedéncia hierdrquica sobre o ato individual (por exemplo, existindo conflitos entre um ato individual e outro geral produzidos por decreto, deverd prevalecer o ato geral, pois os atos normativos prevalecem sobre os especificos); <) ato normativo é sempre revogavel; ao passo que o ato individual sofre uma série de limitages em que no ser possivel revogé-los (por exemplo, os atos individuals que geram direitos subjetivos a favor do administrado nao podem ser revogados”’); d) © ato normativo nao pode ser impugnado, admi de recursos administrativos, a0 contrario do que ocorre com os atos individuais, istrativamente, por m que admitem recursos administrativos. Atos internos e externos Os atos internos s&o aqueles que se destinam a produzir efeitos no interior da Administracdo Publica, alcangando seus érgdos e agentes. Esses atos, em regra, no geram direitos adquiridos e podem, por conseguinte, ser revogados a qualquer tempo. Também nao dependem de publicago oficial, bastando a cientificagdo direta aos destinatdrios ou a divulgagao regulamentar da repartigéo. Segundo Hely Lopes Meirelles, esses atos vém sendo utilizados de forma errénea para atingir destinatarios externos. Nessas ocasiées, a divulgacgo externa sera obrigatéria. S80 exemplos de atos internos uma portaria que determina a formacéo de um grupo de trabalho, a expedicéo de uma ordem de servico interna, etc. Os atos externos, por outro lado, so todos aqueles que alcangam os administrados, os contratantes ou, em alguns casos, os préprios servidores, 27 Nesse sentido, a Simula 473 do STF determina que a revogacdo dos atos administrativos deve respeitar os direitos adquiridos. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 37 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN estratesia cur Teoria e exere Prot. Herbert Almeida ~ provendo sobre os seus direitos, obrigacdes, negécios ou conduta perante a Administrado. Esses atos devem ser publicados oficialmente, dado o interesse publico no seu conhecimento. Hely Lopes Meirelles assevera que devem se incluir na condig&o de atos externos aqueles que, apesar de no atingir diretamente 0 administrado, possuem efeitos juridicos externos & repartig&o. Incluem-se, ainda, os atos gue onerem o patriménio publico, vez que nao podem permanecer unicamente no interior da Administrac&o, pois repercutem no interesse da coletividade. Atos de império, de gesto e de expediente Os atos de império so aqueles praticados com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos de maneira unilateral e coercitivamente ao particular, independentemente de autorizagao judicial. Os atos decorrentes do exercicio do poder de policia s&o tipicos exemplos de atos de império. Os atos de gestdo so aqueles praticados em situagao de igualdade com os particulares, para a conservacao e desenvolvimento do patriménio ptiblico e para a gesto de seus servigos. So atos desempenhados para a administragao dos servicos piblicos. Pode-se elencar a compra e venda de bens, o aluguel de automéveis ou equipamentos, etc. E 0 tipo de ato que se iguala com 0 Direito Privado e, por conseguinte, devem ser enquadrados no grupo de atos da administragdo e nao propriamente nos atos administrativos. Por fim, os atos de expediente so atos internos da Administragao Publica que se destinam a dar andamentos aos processos e papéis que se realizam no interior das repartigdes publicas. Caracterizam-se pela auséncia de contetido decisério, pelo tramite rotineiro de atividades realizadas nas entidades e érgdos publicos. Temos como exemplo a expedig&o de um oficio para um administrado, a entrega de uma certidao, 0 encaminhamento de documentos para a autoridade que pode tomar a decisdo sobre o mérito, etc. Atos vinculados e discricionarios Os atos vinculados s&o aqueles praticados sem margem de liberdade de decisdo, uma vez que a lei determinou, o tinico comportamento possivel Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 38 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN stratégia Concur Teoria e exere Prof. Herbert Almeida — a ser obrigatoriamente adotado é sempre aquele em que se configure a situagdo objetiva prevista na lei”. Nos atos vinculades, no ha margem de escolha ao agente piblico, cabendo-Ihe decidir com base no que consta na lei. Por exemplo, a concesso de licenga paternidade (Lei 8.112/1990) ser concedida quando nascer o filho ou ocorrer a adoc&o pelo agente publico, sendo que a Lei determina a duracéio de cinco dias corridos. Ocorrendo os seus pressupostos, a autoridade publica nao possui escolha, devendo conceder a licenga de cinco dias. Os atos discriciondrios, por outro lado, ocorrem quando a lei deixa uma margem de liberdade para o agente piiblico. Enquanto nos atos vinculados todos os requisitos do ato estéo rigidamente previstos (competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto), nos atos discricionarios ha margem para que o agente faca a valoracéo do motivo e a escolha do objeto, conforme o seu juizo de conveniéncia e oportunidade. Assim, ha discricionariedade quando a lei dispde que o agente “pode”, ou que “a critério da Administracéio", ou ainda quando determina a aplicacéo de uma multa “entre X e Y". Nesses casos, a autoridade devera analisar os motivos e, em seguida, definir 0 objeto ou contetido do ato administrativo. Na aplicacao da pena de suspenséo, ja mencionada nesta aula, a autoridade poderé suspender o servidor por até noventa dias, ou seja, a autoridade pode aplicar um dia, cinco, dez, ou até mesmo, os noventa dias, conforme © seu juizo privativo de conveniéncia e oportunidade. Além dessas hipdteses em que a lei claramente estabelece uma margem de liberdade, a doutrina menciona que o ato seré discricionario quando a lei utiliza conceitos juridicos indeterminados, deixando para a Administracdo a possibilidade de apreciar, segundo juizo de conveniéncia e oportunidade, se o fato corresponde ao que consta na lei. Por exemplo, quando a lei dispde sobre uma pena em caso de “falta grave”, mas nao determina o que é isso, caberé ao agente publico, diante de uma irregularidade, enquadra-la como falta grave ou nao. Assim, vale trazer os ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, em que os autores fazem um resumo das duas hipdteses de manifestag&o da discricionariedade”®: 2 Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 420-421. ® Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 423-424. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 39 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Oficial de Inteligés Teoria e exercicios come! Prof. Herbert Almeida Em sintese, segundo a corrente hoje dominante em nossa doutrina, existe discricionariedade: a) quando a lei expressamente dé 4 administracdo liberdade para atuar dentro dos limites bem definidos; so as hipéteses em que a prépria norma legal explicita, por exemplo, que a administracéo “poder” prorrogar determinado prazo por “até quinze dias”, ou que, no exercicio do poder disciplinar ou de policia administrativa, o ato a ser praticado “poder” ter como objeto (contetido) “esta ou aquela” sanco, assim por diante; b) quando a lei emprega conceitos juridicos indeterminados na descrigs0 do motivo determinante da pratica de um ato administrativo e, no caso concreto, a administracio se depara com uma situacio em que no existe possibilidade de afirmar, com certeza, se 0 fato esté ou nao abrangido pelo contetido da norma; nessas situacées, a adi conforme o seu juizo privativo de oportunidade e conveniéncia administrativas, tendo em conta o interesse publico, decidiré se considera, ou ndo, que o fato estd enquadrado no contetido do conceito indeterminado empregado no antecedente da norma e, conforme essa decisao, praticaré, ou no, o ato previsto no respectivo consequente. simples, complexo e composto Quanto a formagao de vontade, o ato administrative pode ser simples, complexo e composto. O ato simples é que aquele que resulta da manifestagdo de vontade de um tinico érgao, seja ele unipessoal ou colegiado. Nao importa o numero de agentes que participa do ato, mas sim que se trate de uma vontade unitaria. Dessa forma, seré ato administrativo simples tanto o despacho de um chefe de segdo como a decis&o de um conselho de contribuintes. © ato complexo, por sua vez, é 0 que necessita da conjugacdo de vontade de dois ou mais diferentes érg&os ou autoridades. Apesar da conjugagio de vontades, trata-se de ato Unico. Dessa forma, 0 ato nao sera considerado perfeito com a manifestacao da vontade de um Unico érgdo ou agente. Por conseguinte, o ato também s6 poderé ser questionado judicialmente apés a manifestago da vontade de todos os érg&os ou agentes competentes. Também no se confunde ato complexo com processo administrativo. Este Ultimo é formado por um conjunto de atos que s&o coordenados e preordenados para um resultado final. Dessa forma, todos os atos intermediérios desempenhados ao longo do procedimento podem ser impugnados autonomamente, ao passo que o ato complexo sé seré atacado como um ato, apés a sua conclusao. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 40 de 66 Prof. Herbert Almeida Por fim, 0 ato composto é aquele produzido pela manifestacdo de vontade de apenas um érgao da Administracéo, mas que depende de outro ato que o aprove para produzir seus efeitos juridicos (condigéo de ‘exequibilidade). Assim, no ato composto teremos dois atos: o principal e 0 acessério ou instrumental. Essa é uma diferenca importante, pois o ato complexo é um Unico ato, mas que depende da manifestacéo de vontade de mais de um 6rg&o administrativo; enquanto o ato composto € formado por dois atos. Cumpre frisar que 0 ato acessério pode ser prévio (funcionando como uma autorizagéo) ou posterior (com a fungéo de dar eficdcia ou exequibilidade ao ato principal). Valido, nulo, anulavel e inexistente Quanto a eficdcia, 0 ato administrativo pode ser valido, nulo, anulaveis e inexistente. O ato valido é aquele praticado com observancia de todos os requisitos legais, relativos 4 competéncia, a forma, a finalidade, ao motivo e ao objeto. O ato nulo, ao contrario, é aquele que sofre de vicio insanavel em algum dos seus requisitos de validade, no sendo possivel, portanto, a sua correg&o. Logo, ele seré anulado por ato da Administrac3o ou do Poder Judiciario. © ato anulavel, por sua vez, é aquele que apresenta algum vicio sanavel, ou seja, que é passivel de convalidacéio pela propria Administrag3o, desde que nao seja lesivo ao patriménio ptiblico nem cause preji terceiros. Por fim, 0 ato inexistente é aquele que possui apenas aparéncia de manifestag&o de vontade da Administrag&o, mas no chega a se aperfeigoar como ato administrativo. E 0 exemplo do “ato” praticado por um usurpador de fungéo publica, sem que estejam presentes os pressupostos da teoria da aparéncia. Exemplo de ato inexistente é aquele praticado por uma pessoa que se passe por auditor da Receita Federal e, com base nisso, lavre um auto de infrag&o. O ato serd inexistente e, para fins de impugnagao, serd equivalente ao ato nulo. Além disso, Celso Anténio Bandeira de Mello também considera como ato inexistente aqueles juridicamente impossiveis, como a ordem para que um agente cometa um crime. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 41 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN stratégia Espécies de atos administrativos a) b) Prof. Vejamos agora as espécies de atos administrativos: atos negociais: s80 aqueles em que a manifestac&o de vontade da Administracéo coincide com determinado interesse particular, so atos em que nao se faz presente a imperatividade ou autoexecutoriedade do particular. S40 exemplos: (1) licenga: ato vinculado e definitivo a exemplo das licengas para dirigir e construir; (2) permissdo: ato discricionario e precario (pode ser revogado a qualquer momento) produzido quando o interesse predominante é 0 ptiblico, como a permisséo de servicos ptiblicos prevista na CF/88; (3) autorizagao: também é discriciondrio e precdrio, porém o interesse predominante é& © do particular - autorizag3o para explorar servico de taxi; atos enunciativos: é 0 ato pelo qual a Administragdo declara um fato ‘ou profere uma opiniao, sem que tal manifestacdo, por si s6, produza consequéncias juridicas - certid&o, atestado, visto, parecer, etc.; atos punitivos: séo os atos pelos quais a Administragao aplica sangées aos seus agentes e aos administrados em decorréncia de ilicitos administrativos; atos_normativos: sdo os atos gerais e abstratos. Um ato administrative geral 6 aquele que tém destinatarios indeterminados, como a portaria que dispde sobre o hordrio de funcionamento de um érgo publico - ela se aplica a todas as pessoas que tiverem interesse em se deslocar ao érgao. O ato abstrato é aquele que se aplica a uma situacio hipotética. © decreto regulamentar sobre o registro de pregos dispée sobre situagdes hipotéticas. Séo exemplos de atos normativos os decretos regulamentares, as instrugdes normativas e as portarias, quando tiverem contetido geral e abstrato; so atos administrativos internos, destinados a estabelecer normas de conduta para os agentes piblicos, sem causar efeitos externos é esfera administrativa. Decorrem do poder hierdrquico. Séo exemplos: as ordens de servico, portarias internas, instrugées, avisos, etc.. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 42 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Prof. Herbert Almeida K PF ikproval 28. (Cespe - Técnico Judiciario/TRE-P1/2016) Considere que determinada autoridade do TRE/PI tenha negado pedido administrativo feito por um servidor do quadro, sem expor fundamentos de fato e de direito que justificassem a negativa do pedido. Nesse caso, o ato administrativo praticado pela autoridade do TREIPI a) nao possui presungao de veracidade. b) pode ser editado sob a forma de resolucao. c) € considerado, quanto a formacao da vontade, ato administrative complexo. d) classifica-se como ato administrative meramente enunciativo. e) apresenta vicio de forma Comentario: a questao é muito interessante e deve ser analisada com calma. Inicialmente, observa-se que a auséncia de exposic¢io dos fundamentos de fato e de direito constitui falta de motivagdo. Nessa linha, o art. 50 da Lei 9.784/1999 determina que os atos administrativos deverao ser motivados, com Indicagao dos fatos e dos fundamentos juridicos, quando, entre outras coisas, Nequem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Portanto, ja sabemos que houve um vicio, uma vez que 0 ato nao foi motivado. Agora, a duvida seria em qual elemento de formagao ocorreu o vicio. Os elementos de formagao do ato administrativo sao competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto. 0 vicio de competéncia surge quando o ato foi praticado por uma autoridade incompetente, mas nao ha qualquer Informacdo nesse sentido no enunciado. 0 vicio de finalidade surge quando um ato é praticado com finalidade diversa daquela prevista juridicamente para ele. Por exemplo, se o pedido tivesse sido negado simplesmente para punir o servidor, ocorreria um vicio de finalidade, uma vez que negar pedidos no possuem o fim de sancionar um agente publico. © vicio de objeto surge quando o ato é praticado com contetido diverso daquele previsto em lei — por exemplo, a lei permite a imposicao de uma sangao de até 90 dias, mas a autoridade aplica a pena de 120 dias. 0 vicio de motivo, por sua vez, surge quando um ato é praticado com base em um motivo que é ilegitimo para dar causa aquele ato, ou ainda quando o motivo alegado é inexistente. Por exemplo, um servidor é demitido sob alegacao de inassiduidade habitual; porém, comprova-se que o servidor Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 43 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida nunca faltou ao expediente — assim, o motivo (inassiduidade habitual) € inexistente. Ou o servidor sofre a sangao de demissao, por ter cometido uma infracdo que, na legislacao aplicavel, nao enseja tal penalidade - assim, o motivo é ilegitimo. Sobra, por fim, 0 vicio de forma, que ocorre quando um ato é praticado com omisséo ou observancia incompleta ou irregular das formalidades indispensaveis para a formagao do ato. Por exemplo, a aplicacdo de uma sangao sem observancia do direito de defesa constitui vicio de forma, uma vez que uma formalidade essencial, que é a concessao do direito de defesa, nao foi observada. Outro importante exemplo de vicio de forma é a auséncia de_motivagao. Note, neste caso, néo se esté discutindo quais foram os motivos para a pratica do ato, mas sim a auséncia de apresentagdo desses motivos, ou seja, a falta de motivagao. Portanto, a motivacdo integra a forma do ato. Dessa forma, a auséncia de motivagao constitui vicio de forma. Logo, o gabarito da questao é a opgao E. Vamos analisar as outras op¢ées: a) todos os atos administrativos presumem-se legitimos e os seus fundamentos de fato verdadeiros, até que se prove o contrario - ERRADA; b) alguns tipos de resolugées sao considerados atos normativos. Todavia, a situacdo demonstra um tipico ato de efeitos concretos, motivo pelo qual nao pode ser realizado por meio de resolugao — ERRADA; ¢) quanto @ formagao de vontade, o ato pode ser simples, composto ou complexo. O primeiro decorre da manifestacao de vontade de um unico érgao; © ato composto resulta da manifestacao de vontade de um iinico érgao, mas que depende da edicdo de um outro ato, meramente instrumental, para produzir os seus efeitos; por fim, 0 ato complexo é aquele que surge da formagao de vontade de dois ou mais diferentes érgaos. No caso, o ato foi praticado por uma tnica autoridade, sem qualquer informagao de manifestagao de outro érgao ou agente, motivo pelo qual considera-se um ato simples - ERRADA; d) os atos enunciativos sao aqueles que possuem a manifestagado de uma opiniao, ou juizo de valor, a exemplo dos pareceres. No caso, houve um ato concreto, que nao se confunde com um parecer - ERRADA. Gabarito: alternativa E. 29. (Cespe - Ana/MPU/2013) A autorizacdo é ato administrativo discricionario mediante 0 qual a administracao publica outorga a alguém o direito de realizar determinada atividade material. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 44 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Comentério: a autorizacao é um exemplo de ato negocial - em que a manifestacdo de vontade da Administracdo coincide com determinado interesse particular. Para tanto, podemos definir a autorizacdo como um ato discriciondrio e precario, em que o interesse predominante é o do particular. Gabarito: correto. 30. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o aspecto da legalidade; 0 ato discricionario, por sua vez, é analisado sob o aspecto no sé da legalidade, mas também do mérito. Comentario: 0 ato vinculado é aquele em que nao ha margem de escolha ao agente publico, cabendo-Ihe decidir com base no que consta na lei. Jano ato discricionério, a lei deixa uma margem para que 0 agente faca a valoracdo do motivo e a escolha do objeto, conforme o seu juizo de conveniéncia e oportunidade. Gabarito: correto. 31. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A lei estabelece todos 0s critérios e condi¢ées de realizagéo do ato vinculado, sem deixar qualquer margem de liberdade ao administrador. Comentario: ¢ isso ai. E isso que o difere do ato discricionario — enquanto nos atos vinculados todos os atributos do ato estdo rigidamente previstos (competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto), nos atos discricionarios 0 agente devera analisar os motivos para entao decidir pelo objeto. Gabarito: correto. 32. (Cespe - AnaTAJMDIC/2014) Um aviso é uma forma de ato administrativo classificado como ato punitivo, ou seja, que certifica ou atesta um fato administrativo. Comentario: os atos capazes de atestar um fato administrativo, como as certidées ou os atestados, so os atos enunciativos, O aviso é considerado um ato ordinatério, pois é um ato administrativo interno utilizado para estabelecer normas de conduta para os agentes pilblicos. Por fim, os atos punitivos sao aqueles utilizados para aplicar sangées aos agentes e aos administrados em decorréncia de ilicitos administrativos, como a imposigao de adverténcia, suspensdo ou demissdo do servidor piiblico, ou ainda, de multa administrativa ao particular que desobedecer as regras de transito. Gabarito: errado. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 45 de 66 faEstratégia a - Prof. Herbert Almeida 33. (Cespe - PTIPM CE/2014) A licenca € ato administrativo unilateral e discriciondrio pelo qual a administracao publica faculta ao particular o desempenho de atividade material ou a pratica de ato que, sem esse consentimento, seria legalmente proibido. Comentario: a licenga é um ato vinculado e definitive, ou seja, tem seu comportamento obrigatério e determinado pela lei. Gabarito: errado. Extingdo dos atos administrativos Em respeito ao atributo da presungio de legitimidade, uma vez em vigor, 0 ato administrative produziré os seus efeitos, possuindo vicios de legalidade ou nao, até que ocorra formalmente o seu desfazimento. As formas mais comuns de desfazimento dos atos administrativos sao a anulacéo, a revogacao e a cassacéo. ‘Anulagaio A anulago, também chamada de invalidagao, ¢ o desfazimento do ato administrativo em virtude de ilegalidade. Como a ilegalidade atinge desde a origem do ato, a sua invalidacao possui efeitos retroativos (ex tunc). Além disso, a anulaco dos atos administrativos é um poder-dever da Administrag&o, podendo realizé-la diretamente, por meio de seu poder de autotutela jé consagrada nas simulas 346 e 476 do STF. De acordo com a primeira, “A Administragéo Publica pode declarar a nulidade dos seus préprios atos” e, pela segunda, “A Administragao pode anular seus préprios atos, quando eivados de vicios que os tornam ilegais, porque deles nao se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciacéio judicial”. A anulagéo também pode ser realizada pelo Poder Judicidrio por meio da devida acao com essa finalidade. Em regra, a anulacdo € obrigacéo da Administragao, ou seja, constatada a ilegalidade, o agente publico deve promover a anulagao do ato administrativo. Todavia, a doutrina entende que é possivel deixar de anular um ato quando os prejuizos da anulagdo foram maiores que a sua Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 46 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Oficial de Inteligénc Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida 1 manutengao. Além disso, hé casos em que a seguranca juridica e a boa fé fundamentam a manutengio do ato. Imagine que um agente publico se aposente e 20 anos depois se constate ilegalidade no ato que Ihe concedeu esse direito. Seria plausivel determinar que 0 servidor retorne ao trabalho nessas condicées? E possivel que nao. Assim, presente uma situacéio como essa, a Administracéo deve decidir qual a melhor soluc&o para o interesse ptblico. Ressalva-se que, em algumas hipéteses, a lei jé estabelece a conduta a ser adotada, inclusive prevendo situages em que decairé o direito de anular os atos administrativos favoraveis aos administrados (art. 54, Lei 9.784/1999). Sempre que existir a anulagdo de um ato, devem ser resguardados os efeitos j4 produzides em relacdo aos terceiros de boa-fé. Nao se trata de direito adquirido, uma vez que ndo se adquire direito de um ato ilegal. Porém, os efeitos jé produzidos, mas que afetaram terceiros de boa-fé, nao devem ser invalidados. Por exemplo, determinada pessoa é nomeada para o desempenho de um cargo publico. Durante 0 periodo que exerceu a fungio, ela expediu diversas certiddes que originaram direitos aos administrados (pressupée-se que a emisséo das certides ocorreu dentro da legalidade). Porém, apés esse periodo, constatou-se que o servidor nao possuia os requisites para cargo e, por conseguinte, sua nomeacdo foi anulada. Nesse caso, as pessoas que receberam as certides, caso tenham agido de boa-fé, no podem ser prejudicadas. Por isso, as certidées permanecerao validos, assim como os efeitos juridicos delas decorrentes. Outra informaggo importante concerne & anulag&o de atos que afetam diretamente os interesses individuais dos administrados, modificando de forma desfavoravel a sua situacdo juridica. Nessas ocasiées, mesmo que a anulacdo seja um poder-dever, deve ser concedido o direito de defesa ao afetado. Se uma pessoa for nomeada e ja estiver em exercicio no cargo, mas, posteriormente, o concurso em que foi aprovada foi anulado, dever- se-d instaurar um processo administrative para conceder o direito de defesa ao servidor que provavelmente teré a nomeacio anulada. Situagdo distinta ocorreria se ndo houvesse nomeagéo, pois, nesse caso, a pessoa nao teria nenhum direito (ora, se © concurso foi ilegal, ninguém tera direito algum). Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 47 de 66 Estrategia Convalida¢io A convalidagao representa a possibilidade de “corrigir” ou “regularizar” um ato administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Assim, a convalidag&o tem por objetivo manter os efeitos j4 produzidos pelo ato e permitir que ele permanega no mundo juridico. Vimos acima que existem atos administrativos nulos e anuldveis. Os atos nulos so insanveis, ou seja, néo podem ser objeto de convalidagao; enquanto os atos anulaveis séo aqueles que podem ser convalidados. Conforme estabelece a Lei 9.784/1999, em deciséo na qual se evidencie n&o acarretarem leséo ao interesse pUblico nem_prejuizo_a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sandveis poderdo ser convalidados pela prépria Administragdo (art. 55). Sao quatro condigdes, portanto, para a convalidagéio de um ato segundo a Lei 9.784/1999: (1) que isso nao acarrete lesdo ao interesse publico; (2) que ndo cause prejuizo a terceiros; (3) que os defeitos dos atos sejam sandveis; (4) decisio discriciondria (“poderao”) acerca da conveniéncia e oportunidade de convalidar o ato (no lugar de anuld-lo). Existem apenas dois tipos de vicios considerados sanaveis. primeiro se relaciona com a competéncia, e sé é admitido se ela nao for exclusiva. © segundo trata da forma, permitindo a convalidagéo quando ela ndio for essencial. Vamos analisar cada uma dessas hipsteses: a) vicio decorrente da competéncia (desde que nao se trate de competéncia exclusiva) - se 0 subordinado, sem delegacdo, praticar um ato que era de competéncia ndo exclusiva de seu superior, sera possivel convalidar 0 ato; b) vicio decorrente da forma (desde que nao se trata de forma essencial) - por exemplo, se, para punir um agente, a lei determina a motivagéio, a sua auséncia constitui vicio de forma essencial, insandvel portanto. Porém, quando o agente determina a realizag3o de um servico por meio de portaria, quando deveria fazé-lo por ordem de servico, ndo se trata de forma essencial e, por conseguinte, é possivel convalidar o ato. A convalidacéo pode abranger atos discricionérios e vinculados, pois néo se trata de controle de mérito, mas téo somente de legalidade. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 48 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Estratégia Oficial de Inteligéncia Cowcunsoy ‘Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida ~ Aula 1 Revogacao A revogacSo € a supressio de um ato administrative valido discriciondrio por motivo de interesse puiblico superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno°. Trata-se, portanto, da extinc&o de um ato administrativo por conveniéncia e oportunidade da Administragao. A revogacao é um ato administrativo discricionério por meio do qual a Administrag&o extingue outro ato administrative, valido e também discricionério, por motivos de conveniéncia ou oportunidade. Na revogacio néio ha ilegalidade. Por isso, o Poder Judiciério™! nao pode revogar um ato praticado pela Administragéo. Também em virtude da legalidade do ato, a revogacao possui efeitos ex nunc (a partir de agora). Isso quer dizer que seus efeitos ndo retroagem. Tudo que foi realizado até a data da revogagao permanece valido. Nem todo ato administrative é passivel de revogacio, existindo diversas limitag6es, conforme ensina a doutrina. PIQUE Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, no sdo passiveis atento! de revogacio: a) atos vinculados: precisamente porque nao se fala em conveniéncia e oportunidade no momento da edigo do ato e, por conseguinte, também no se falard na hora de sua revogacio; b)_atos que exauriram os seus efeitos: como a revogasio nao retroage, mas apenas impede que 0 ato continue a produzir efeitos, se o ato jd se exauriu, n3o hd mais que falar em revogaco. Por exemplo, se a Administracao concedeu uma licenga a0 agente publico para tratar de interesses particulares, apés 0 término do prazo da licenga, nao se poderd mais revogé-la, pois seus efeitos jé exauriram; c) quando ja se exauriu a competéncia relativamente ao objeto do ato: suponha que o administrado tenha recorrido de um ato administrativo e que o recurso j esteja sob apreciacio da autoridade superior, a autoridade que praticou 0 ato deixou de ser competente para revogé-lo; d) 0s meros atos administrativos: como as certides, atestados, votos, porque os efeitos deles decorrentes so estabelecidos em lei; * Barchet, 2008. 2° © Poder Judiciario poder’ revogar os seus proprios atos quando atuar no exercicio da fungao atipica de administrar. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 49 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN Oficial de Inteligénc Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida 1 e) atos que integram um procedimento: a cada novo ato ocorre a precluséo com relaco ao ato anterior. Ou seja, ultrapassada uma fase do procedimento, nfo se pode mais revogar a anterior; f) atos que geram direito adquirido: isso consta expressamente na Simula 473 do STF. Cassagao A cassagéo é 0 desfazimento de um ato vélido em virtude de descumprimento pelo beneficidrio das condigdes que deveria manter, ou seja, ocorre quando 0 administrado comete alguma falta. Funciona, na verdade, como uma sangéo contra o administrado por descumprir alguma condic&io necesséria para usufruir de um beneficio. Podemos mencionar como exemplo a cassagao da carteira de motorista por exceder o limite de pontos previstos no CTB, a cassagao da licenca para exercer uma profiss&o por infringir alguma norma legal, a cassago de uma licenga para construir em decorréncia de descumprimento de normas de seguranga, etc. Caducidade A caducidade é a forma de extingéo do ato administrativo em decorréncia de invalidade ou ilegalidade superveniente. Assim, a caducidade ocorre quando uma legislacdo nova - ou seja, que surgiu apos a pratica do ato - torna-o invdlido. Por exemplo, a Administrag&o concedeu uma licenca para construcéo, mas, apés isso, uma nova legislagao proibiu a realizagdo de obras naquela regio, considerando, ainda, que a obra sequer foi iniciada. Dessa forma, a licenga “caducou”, uma vez que a nova legisiagéo o tornou invalida. Por esse motivo, temos um caso de invalidade ou ilegalidade superveniente (posterior). Decadéncia administrativa Estudamos acima o ato de convalidag&o, que permite a corregdo dos atos com vicios sanaveis. No entanto, a lei 9.784/1999 admite uma hipétese de convalidag&o que nao é propriamente um “ato”, mas sim uma omisséo Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 50 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida da administragéo que impede, apés um lapso temporal, a invalidagaéo do ato administrativo. Segundo a Lei 9.784/1999 (art. 54), “O direito da Administrag&o de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoréveis para os destinatérios decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada ma-fé”. Trata-se de prazo decadencial, ou seja, que nao admite interrupgées nem suspensées. A interrupcdo se refere & inutilizagéo do tempo ja transcorrido, ou seja, quando se interrompe um prazo, dever-se- 4 reiniciar a sua contagem. A suspensao, por sua vez, trata da suspensao tempordria da contagem do tempo, porém, cessado 0 motivo da suspensio, continua-se contando de onde parou. Esses dois elementos (interrup¢ao e suspensSo) estdo presentes na prescrigéo, mas n&o ocorrem na decadéncia. Vale dizer, a prescrigéo (que € a possibilidade de reclamar um direito pela via judicial), admite a interrupgéio e a suspensio do prazo. Por outro lado, a decadéncia ou o prazo decadencial (que representa © préprio direito) no permite a interrupgao ou prescrigo, logo 0 seu prazo é fatal. Feita essa abordagem, podemos repetir o que realmente nos interessa neste ponto: apds transcorridos cinco anos, decai o direito da Administragao para anular os atos administrativos de que decorram efeitos favordveis para os destinatarios, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada ma-fé. oe na'prova! 34, (Cespe - AA/Anac/2012) Os atos vinculados sao insuscetiveis de revogacaio pela administragao publica. Comentario: nem todo ato pode ser revogado. E 0 caso dos atos vinculados, pols como no se fala em conveniéncia e oportunidade no momento da edi¢ao do ato, também nao se falara na hora de sua revogacao. Gabarito: correto. 35. (Cespe — AA/Anac/2012) A revogacdo de um ato administrativo ocorre nos casos em que esse ato seja ilegal Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 51 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida Comentério: a revogacao é um ato administrativo discricionario por melo do qual a Administracao extingue outro ato administrativo, valido e também discricionario, por motivos de conveniéncia ou oportunidade. Nele, nao ha llegalidade e, por Isso, o Poder Judiclario no pode revogar um ato praticado pela Administracao. Gabarito: errado. 36. (Cespe - AJ/CNJ/2013) A licenca concedida ao administrado para 0 exercicio de direito poderd ser revogada pela administragéo publica por critério de conveniéncia e oportunidade. Comentario: essa questao gerou bastante polémica quando foi aplicada. Analisando melhor o item é possivel perceber que a questo deveria ser anulada. A definigao de licenga pode ser encontrada na doutrina, vejamos: Maria Syivia Zanella Di Pietro (2014, p. 239): "Licenga é 0 ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administracao faculta aquele que preencha 08 requisitos leais 0 exercicio de uma atividade". No mesmo sentido, Hely Lopes Meirelles (2013, p. 198): "Licenca é o ato administrativo vinculado e definitive pelo qual o Poder Publico, verificando que o interessado atendeu a todas as exigéncias legais, faculta-lhe o desempenho de atividades ou a realizacao de fatos materiais antes vedados ao particular, como, p. ex., 0 exercicio de uma profissdo, a construgao de um edificio em terreno proprio”. Assim, por ser ato vinculado, a licenga nao poderia ser revogada. Essa é a Tegra geral e, muitas vezes, as bancas julgam os tens de acordo com as regras. Porém, nesse caso, o examinador apegou-se 4 exce¢do, o que so prejudicou os alunos mais preparados. © gabarito preliminar dessa questao fol dado como errado e, posteriormente, © avaliador modificou o gabarito para correto com a seguinte argumentacao: "Ja existe entendimento consolidado na doutrina e na jurisprudéncia no sentido de que a licenca concedida ao administrado para o exercicio de poder ser revogada pela administracao publica por critério de © oportunidade. Por esse motivo, opta-se por alterar 0 Dizer que existe entendimento, tudo bem, agora o “consolidado" foi forcado. Existem, de fato, alguns julgados do STF e do STJ nesse sentido. Por exemplo, no RE 105634/PR, julgado em 1985, o STF entendeu o seguinte: "LICENCA PARA CONSTRUIR. REVOGACAO. OBRA NAO INICIADA. LEGISLACAO ESTADUAL POSTERIOR. I, COMPETENCIA DO ESTADO FEDERADO PARA LEGISLAR SOBRE AREAS E LOCAIS DE INTERESSE TURISTICO, VISANDO A PROTECAO DO PATRIMONIO PAISAGISTICA (C.F, ART. 180). INOCORRENCIA DE OFENSA AO ART. 15 DA Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 52 de 66 Estrategia scone oa Prof. Herbert Almeida — A CONSTITUIGAO FEDERAL; II. ANTES DE INICIADA A OBRA, A LICENCA PARA CONSTRUIR PODE SER REVOGADA POR CONVENIENCIA DA ADMINISTRAGAO PUBLICA, SEM QUE VALHA O ARGUMENTO DO DIREITO. ADQUIRIDO. | PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO. EXTRAORDINARIO NAO CONHECIDO.” No STJ 0 entendimento é um pouco mais consolidado, no sentido de permitir a revogacao quando sobrevier interesse pliblico relevante, hipétese na qual ficara 0 Poder PUblico obrigado a indenizar os prejuizos gerados pela paralisacao e demolicao da obra: “ADMINISTRATIVO, RECURSO ESPECIAL. Acho. CIVIL PUBLICA, LICENCIAMENTO DE EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO. DEFERIMENTO EM CONFORMIDADE COM A LEGISLACAO APLICAVEL. OFENSA AO ART. 10, DA LEI N. 6.938/81 CONFIGURADA. REVALORACAO. JURIDICA DOS FATOS DESCRITOS NA ORIGEM. POSSIBILIDADE. VIOLACAO DO ART. 535 DO CPC. NAO OCORRENCIA. [...] 9. A jurisprudéncia da Primeira Turma firmou orientacao de que aprovado, e licenciado 0 projeto para construcao de empreendimento pelo Poder Pblico competente, em obediéncia a legislacdo correspondente e as normas técnicas aplicdveis, a licenca ent&o concedida traré a presungdo de legitimidade e definitividade, e somente poderd ser: a) cassada, quando comprovado que 0 projeto esté em desacordo com os limites & termos do sistema juridico em que aprovado; b) revogada, quando sobrevier interesse pUblico relevante, hipdtese na qual ficard o Municipio obrigado a indenizar os prejuizos gerados pela paralisacéo e demolicao da obra; ou c) anulada, na hipétese de se apurar que 0 projeto foi aprovado em desacordo com as normas edilicias vigentes. (RESP 1.011.581/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 20/08/2008). 10. Nessa ordem de raciocinio, no cabe ao Judicidrio, sob pena de violar o art. 10 da Lei n. 6.938/81, determinar 0 embargo da obra, €, por consequéncia, anular os atos administrativos que concederam o licenciamento de construcio, aprovada em acordo com todas as exigéncias legais, ainda mais quando a prova pericial realizada em juizo constatou que, quanto ao processo de licenciamento, "nao havia indicios de que o DEPRN teria se baseado em falsas premissas para decidir sobre a emisséo e contetido da licenca ambiental" (fl. 1.551). Precedentes: AgRg na MC 14.855/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 4/11/2009; REsp 763.377/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falco, DJe 20/3/2007; REsp 114.549/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJe 2/10/1997. 11. Recursos especiais provides.” Na doutrina, porém, ha criticas fortes deste entendimento. O Prof. Celso Anténio Bandeira de Mello afirma que (2014, p. 467): “Assim, depois de concedida regularmente uma licenca para edificar e iniclada a construco, a Administragao nao pode "revogar" ou “cassar" esta licenga sob alegacao de que mudou 0 interesse piiblico ou de que alterou-se a legislagao a respeito. Se o fizer, o Judicidrio, em havendo pedido do interessado, deve anular 0 ato abusivo, pois cumpre a Administracéo expropriar o direito de construir naqueles termos.” Veja que o autor fala em expropriagao do direito e nao em Tevogagao. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 53 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida Da mesma forma, José dos Santos Carvalho Filho, apés fazer uma anilise sobre os recentes julgados que permitem a “revogacao" da licenca, conclul que, embora admitida pela jurisprudéncia, nao se trata de revogacao, pols a licenga possui carater vinculado e definitivo. Com efeito, 0 fato de se ter que indenizar 0 prejudicado também no se coaduna com a revoga¢ao. Portanto, © autor fala que se trata de uma “desapropriacao de direito”, “este sim instituto que se compadece com o dever indenizatério atribuido ao Poder Publico" (Carvalho Filho, 2014, p. 144). Em resumo, como o assunto é controverso, a questo deveria ser anulada. Para a prova, devemos guardar o seguinte: (1) "nao se pode revogar ato vinculado" - isso é verdadeiro, e se encontra pacificado na doutrina; (2) "a jicenga admite revogacao” - isso é verdadeiro (para a jurisprudéncia), porém sé em situagées de interesse piblico superveniente relevante, caso em que o particular devera ser indenizado. Gabarito: correto. 37. (Cespe - TU/TRT 10/2013) Os atos administrativos so podem ser anulados mediante ordem judicial. Comentario: por se tratar de um poder-dever da Administracao, pode ela realizar a anulacdo, diretamente, por melo de seu poder de autotutela, Além disso, conforme cita a questao, a anulacdo pode ser feita mediante Poder Judiciario. Gabarito: errado. 38. (Cespe - AJITRT 10/2013) Sendo a revogacéo a extingdéo de um ato administrative por motives de conveniéncia e oportunidade, é ela, por esséncia, discricionaria. Comentario: a discricionariedade trata da margem existente para que o agente possa valorar 0 motivo e a escolha do objeto, conforme o seu juizo de conveniéncia e oportunidade. Verificando a frase, vemos os mesmos elementos que descrevem a discricionariedade e a revogacdo. Assim sendo, podemos afirmar que a esséncia da revogacao ¢ discriciona Gabarito: correto. 39. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Os atos administrativos do Poder Executivo nao sao passiveis de revoga¢ao pelo Poder Judiciario. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 54 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida Comentério: por nao haver ilegalidade na revogacao, o Poder Judiciario nao pode revogar um ato da Administracao. Gabarito: correto. 40. (Cespe - PRF/2013) Praticado ato ilegal por agente da PRF, deve a administracao revoga-lo. rio; 0 ato Ilegal nao é passivel de revogacdo, mas sim de anulacao. 41. (Cespe - AFT/MTE/2013) A revogacdo de um ato administrativo produz efeitos retroativos a data em que ele tiver sido praticado. Comentario: nao existe retroagao dos efeitos de um ato. Devido a legalidade do ato, a revogagdo possui efeitos ex nunc (a partir de agora), ou seja, o que JA fol realizado até a data da revogacao é valido. Gabarito: errado. 42. (Cespe - DP DF/2013) Caso verifique que determinado ato administrativo se tomou inoportuno ao atual interesse piiblico e, ao mesmo tempo, ilegal, a administragao publica tera, como regra, a faculdade de decidir pela revogagao ou anulagao do ato Comentario: vejamos bem, no caso de o ato nao refletir o melhor ao interesse pUblico, ele pode ser revogado mediante decisao da Administragao. Contudo, na presenca de ilegalidade, néo ha possibilidade de revogacdo e apenas a anulacao sera aceita nesse caso. Gabarito: errado. 43. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) O poder de revogacao de ato administrative por parte da administracao publica ndo ¢ ilimitado, pois existem situacées juridicas que no rendem ensejo a revogacao. Comentario: relembrar e fixar! Arevogacao nao sera possivel para atos vinculados; atos que exauriram seus efeitos; quando ja se exauriu a competéncia relativamente ao objeto do ato; meros atos administrativos; atos que integram um procedimento; e atos que geram direito adquirido. Com esse enfoque, correta a assertiva. Gabarito: correto. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 55 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida 44. (Cespe - AnalBACEN/2013) © Poder Judiciario poderd revogar um ato administrativo editado pelo Poder Executivo, se o ato for considerado ilegal Comentario: novamente, na ocorréncia de ilegalidade nao ha revogacao e sim anulacao. Ademais, 6 vedado ao Poder Judiclario revogar ato praticado pelo Poder Executivo. Gabarito: errado. 45. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A declaracao de nulidade do ato surte efeitos retroativos a todos aqueles que, de alguma forma, se beneficiaram dos efeitos produzidos pelo ato viciado. Comentario: a Administragdo deve sempre prezar pela melhor solucdo para o interesse publico. Dessa forma, mesmo que a anulacao possua efeitos retroativos, pessoas que tenham sido beneficiadas e que tenham agido de boa-fé (sem a intengao de se beneficiar da situagao errénea) nao serao atingidas pela nulidade do ato — permanecem validos os efeitos juridicos concedidos anteriormente. Gabarito: errado. 46. (Cespe - ACE/TCE-RO/2013) Se um particular descumprir as condicdes impostas pela administracao para efetuar uma construcdo, deve-se cassar a licenca que tiver sido concedida para tal construc&o. Comentario: a cassacdo é 0 desfazimento de um ato valido em virtude de descumprimento pelo beneficiario das condi¢ées que deveria manter. Isso quer dizer que, ao nao cumprir as condicées impostas pela Administragao, 0 beneficiario comete uma falta passivel de sangao e deve perder a licenga concedida para a obra. Gabarito: correto. QUESTOES EXTRAS 47. (Cespe — Analista de Controle/TCE-PR/2016) Assinale a opeo correta, acerca da extincdo dos atos administrativos. a) A convalidacdo por ratificagdo somente pode ser realizada pelo superior hierarquico do agente que praticou 0 ato anterior. b) A invalidacao fulmina todas as relagées juridicas decorrentes do ato invalido, resguardados os direitos de terceiros de boa-fé que nao tenham contribuido para a invalidacao do ato. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 56 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida c) A cassaco é ato discriciondrio do agente puiblico. ) Por ser a revoga¢ao um ato discricionario, ao se revogar um ato revogado, ocorrera, por consequéncia ldgica, a repristinagao do ato originario. e) Sao passiveis de revoga¢do os chamados atos meramente administrativos, tais como pareceres e certidées. Comentario: a) podemos classificar a convalidacdo em trés espécies: (i) por ratificacao: quando 0 érgo ou autoridade sana um ato invalido, corrigindo a ilegalidade que © vicla; (Ii) por reforma: quando um novo ato suprime a parte invallda do ato anterior, mantendo a sua parte valida - serla uma espécle de “anulacao parcial”; (ili) por conversao: pelo meio do qual a Administracao, depois de retirar a parte invalida do ato anterior, faz a sua substituicao por uma nova parte, de modo que ‘© novo ato passe a conter a parte valida anterior e uma nova parte. No sentido tradicional, apenas a ratificagao é a convalidacdo que costumamos estudar, que é aquela que suprime um vicio sanavel, preservando o ato original desde a sua origem (seja por vicio de forma ou de competéncia). Contudo, 0 item esta errado, porque, conforme ensinamentos de Diogo Figueiredo Moreira Neto, a autoridade que deve ratificar pode ser a mesma que praticou o ato anterior ou um superior hierarquico, mas o importante é que a lel Ihe haja conferido essa competéncia specifica - ERRADA; b) a invalidagao ou anulacao retira todos os efeitos do ato invalido. Contudo, com base no principio da seguranga juridica, ou da confianga legitima, devem ser preservados os efeitos do ato em rela¢ao aos terceiros de boa-fé. Um ‘exemplo ocorre quando um ato é praticado por um agente putativo, que é aquele que desempenha a fungao piiblica com presungao de legitimidade, mas a sua investidura ocorreu de forma irregular. Nesse caso, o ato de nomeacao desse agente devera ser anulado, mas os atos decorrentes de sua atuacao, entre o provimento e a anulagao deste, devem ser preservados para ndo prejudicar os terceiros de boa-fé. Imagine que este agente tenha expedido um alvara para um estabelecimento comercial funcionar; nesse caso, o estabelecimento comercial, e seus clientes, nao podem ser prejudicados pela investidura irregular do agente ptblico, motivo pelo qual os efeitos do alvara permanecerao validos - CORRETA; ¢) a cassagao ocorre quando o beneficiério do ato deixa de atender aos requisitos para a sua manutencdo. E 0 caso de uma pessoa que atinge o limite de pontos na carteira nacional de habilitacdo, situacao que a sua CNH devera (competéncia vinculada) ser cassada - ERRADA; ) a repristinagado € o fenémeno que ocorrerla se uma lei revogadora fosse, posteriormente, revogado por outro lel, ensejando o retorno da vigéncia da lel Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 57 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida originaria. No direito brasileiro, é indiscutivel que a repristinagéo nao é automatica, ocorrendo apenas se houver expressa disposicao na ultima lei (a que revogou a lei revogadora). No 4mbito dos atos administrativos, podemos aplicar 0 mesmo entendimento, a regra é pela inexisténcia de efeito repristinatério, salvo se o ultimo ato expressamente determinar a repristinagao do ato origindrio. Logo, nao existe essa “consequéncia légica” mencionada na alternativa - ERRADA; ) os “meros atos administrativos” sao aqueles que atestam um fato, como as certiddes e os pareceres. Justamente por no existir como “revogar a realidade” que a doutrina dispée que os meros atos administrativos nao sao passiveis de Tevogagao - ERRADA. Gabarito: alternativa B. 48. (Cespe - Analista de Controle/TCE-PR/2016) Quanto as espécies de atos administrativos, assinale a opeao correta. a) A licenga pode ser concedida de oficio pela administracao. b) A permissdo pode ser concedida de oficio pela administraco. c) A permissao de uso de bens pubblicos é ato unilateral, discricionario e precario. d) Autorizagdo € ato pelo qual a administracao consente que o particular exerca atividade ou utilize bem publico que vise ao interesse publico e) Licenga € ato discricionario por meio do qual a administragéo confere ao interessado consentimento para o desempenho de determinada atividade. Comentario: a) e e) as licengas sao atos vinculados concedidas mediante solicitagao dos administrados, desde que preencham os requisitos legais. Alguns exemplos de licengas sao as licengas para dirigir (CNH) e para construir. Entretanto, a licengas, como atos negociais, dependem de solicita¢ao do particular, nao sendo concedidas de oficio - ERRADAS; b) a permissao também é ato negocial, porém de carater discriciondrio e precario, nao sendo concedida de oficio, mas apenas mediante solicitagdo — ERRADA; ¢) ainda nas definigdes de José dos Santos Carvalho Filho, a permissao ¢ 0 ato administrativo discricionario e precario pelo qual a Administragao consente que © particular execute servico pliblico ou utilize privativamente bem ptiblico. No caso de execucao de servico piblico, atualmente, a permissao nao é mais um ato, mas sim um contrato administrativo, nos termos da Lei 8.987/95. Contudo, a permissao de uso de bens ptblicos permanece como ato administrativo, motivo pelo qual é ato unilateral, discricionario e precario - CORRETA; Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 58 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida d) de acordo com José dos Santos Carvalho Filho (2014, p. 148): a “autorizagao € 0 ato administrative pelo qual a Administragdo consente que o particular exerca atividade ou utilize bem piblicono seu préprio interesse. E ato discriciondrio e precdrio [...J’.Com base neste conceito, o Cespe deve considerar essa alternativa incorreta. Entretanto, ressalto que parte da doutrina dispde que, na autorizacao, o interesse predominante é do particular, porém o ato também possui interesse piiblico. Com efeito, todo ato administrativo, de qualquer espécie, tem como finalidade o interesse puiblico. Porém, o interesse predominante é do particular — ERRADA. Gabarito: alternativa C. 49. (Cespe — Analista de Controle/TCE-PR/2016) A revoga¢ao do ato administrativo @ a supressdo de um ato legitimo e eficaz, seja por oportunidade, seja por conveniéncia, seja por interesse pubblico; entretanto, o poder de revogar da administragao publica nao é absoluto, pois ha situacdes insuscetiveis de modificacao por parte da administracao. Tendo as consideragées apresentadas como referéncia inicial, assinale a opcao que apresenta ato suscetivel de revogacao. a) parecer emitido por 6rg&o puiblico consultivo b) ato de concesso de licenca para exercer determinada profisséo, segundo requisitos exigidos na lei c) ato de posse de candidato nomeado apés aprovacao em concurso publico 4) ato administrativo praticado pelo Poder Judiciario e) ato de concessdo de licenga funcional ja gozada pelo servidor Comentario: de acordo com a doutrina, nao sao passiveis de revogagao: Y atos consumados - ja exauriram os seus efeitos ¥ _atos vinculados (exceto licenga para construir, desde que a obra nao tenha comegado) atos que geraram direito adquirido ¥ atos que integram um procedimento apés a pratica do ato seguinte {preclusdo administrativa) quando exaurir a competéncia em relagao ao objeto atos de contetido declaratério (meros atos administrativos): certidées, atestados, pareceres Agora, vamos analisar as alternativas: a) 0 parecer é um ato de contetido declaratério, motivo pelo qual nao pode ser revogado - ERRADA; b) a licenga é ato vinculado, entao no pode ser revogada - ERRADA; Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 59 de 66 Direito Administrativo p/ ABIN faEstratégia Prof. Herbert Almeida c) observe que a alternativa trata do ato de posse e néo da nomeaciio em si. Uma vez nomeado, o servidor possui direito subjetivo a tomar posse, o que significa que dar posse é um ato vinculado, nao podendo a autoridade competente revogar tal ato - ERRADA; d) os atos administrativos do Poder Judiciario sao passiveis de revogagao, pelo préprio Judiciario - CORRETA. e) se a licenca ja foi gozada isso significa que o ato ja exauriu os seus efeitos, logo nao podera mais ser revogado - ERRADA. Gabarito: alternativa D. 50. (Cespe - Técnico Administrativo/Anvisa/2016) A administragao publica pode Tevogar seus atos por motivos de conveniéncia ou oportunidade, competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judicidrio a anulacdo de atos administrativos eivados de vicios de legalidade. Comentario: questo simples! A revogagdo somente pode ser realizada pela Administragéo Publica, mas a anulagdo é medida de competéncia tanto da Administragao como do Poder Judiciario. Gabarito: errado. E isso! Em nossa préxima aula, vamos estudar os poderes administrativos. Espero por vocés! Bons estudos e até breve. HERBERT ALMEIDA. http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/ @profherbertalmeida [Ej] www.facebook.com/profherbertalmeida/ © @profherbertalmeida QUESTOES COMENTADAS NA AULA 4. (Cespe — ATA/MIN/2013) A construcdo de uma ponte pela administragao publica caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade publica material em ‘cumprimento de alguma decisao administrativa Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 60 de 66 faEstratégia a Prof. Herbert Almeida 2. (Cespe — ATA/MIN/2013) Todos os atos da administracdo publica que produzem efeitos juridicos so considerados atos administrativos, ainda que sejam regidos pelo direito privado. 3. (Cespe — AJ/TRT 10/2013) Os fatos administrativos nao produzem efeitos juridicos, motivo pelo qual ndo sao enquadrados no conceito de ato administrativo. 4. (Cespe - AJ/TIDFT/2013) A designacao de ato administrative abrange toda atividade desempenhada pela administragao. 5. (Cespe — ATA/MIN/2013) Quando 0 juiz de direito prolata uma sentenga, nada mais faz do que praticar um ato administrativo. 6. (Cespe - AA/IBAMA/2013) Ato administrativo corresponde, conceitualmente, a manifesta¢ao unilateral de vontade do Poder Executivo, com efeito juridico imediato, exarada sob o regime juridico de direito publico. 7. (Cespe - Ana/BACEN/2013) Para concretizar a desapropriacdo de um imével, a administra¢éo toma providéncia para tomar a posse desse imovel, situacdo que constitui exemplo de fato administrativo. 8. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) A pavimentacdo de uma rua pela administragdo publica municipal representa um fato administrativo, atividade decorrente do exercicio da func&o administrativa, que pode originar-se de um ato administrativo. 9. (Cespe - Escrivao/PC-BA/2013) O contrato de financiamento ou mtituo firmado: pelo Estado constitui ato de direito privado, nao sendo, portanto, considerado ato administrativo. 40. (Cespe — DP-DF/2013) A edicdo de atos administrativos é exclusiva dos érgaos do Poder Executivo, nao tendo as autoridades dos demais poderes competéncia para editéos. 11. (Cespe - Admin/SUFRAMA/2014) Caso a administragao seja suscitada a se manifestar acerca da construgéio de um condominio em area supostamente irregular, mas se tenha mantida inerte, essa auséncia de manifestaco da administragao sera considerada ato administrativo e produzird efeitos juridicos, independentemente de lei ou decisdo judicial. 42. (Cespe — ATA/MIN/2013) O siléncio administrativo, que consiste na auséncia de manifestagéo da administra¢éo publica em situagdes em que ela deveria se pronunciar, somente produzira efeitos juridicos se a lei os previr. 13. (Cespe — Procurador/Bacen/2013 — adaptada) Quando a lei estabelece que 0 decurso do prazo sem a manifestacao da administra¢ao pliblica implica aprovacao de determinada pretens4o, 0 siléncio administrative configura aceitacao tacita, hipétese Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 61 de 66 faEstratégia a Prof. Herbert Almeida em que é desnecesséria a apresentacdo de motivacdo pela administracdo publica para a referida aprovacao. 14. (Cespe — Auditor/TCE-ES/2012) O siléncio administrative consiste na auséncia de manifestacao da administracao nos casos em que ela deveria manifestar-se. Se a lei no atribuir efeito juridico em razao da auséncia de pronunciamento, o silencio administrative néo pode sequer ser considerado ato administrativo. 45. (Cespe - Notarios/TJDFT/2008) O siléncio administrative no significa ocorréncia do ato administrativo ante a auséncia da manifestacdo formal de vontade, quando nao ha lei dispondo acerca das consequéncias juridicas da omissao da administragao. 46. (Cespe - AJ/TRT-10/2013) Consoante a doutrina, sao requisitos ou elementos do ato administrative a competéncia, o objeto, a forma, o motivo e a finalidade. Pedro, servidor de um érgao da administracao publica, foi informado por seu chefe da possibilidade de ser removido por ato de oficio para outra cidade, onde ele passaria a exercer suas fungées. Nessa situacao hipotética, considerando as regras dispostas na Lei n° 8.112/1990, julgue o item subsequente. 47. (Cespe — Analista Judiciério/TRE-GO/2015) Caso Pedro seja removido por motivagao fundamentada em situagao de fato, a validade do ato que determine a remocao fica condicionada a veracidade dessa situacdo por forca da teoria dos motivos determinantes. 48. (Cespe - AnaTA MJ/2013) O motivo do ato administrativo nao se confunde com a motivacao estabelecida pela autoridade administrativa. A motivacao € a exposi¢ao dos motivos e integra a formalizacao do ato. © motivo é a situacao subjetiva e psicolégica que corresponde a vontade do agente piiblico. 49. (Cespe - Tec/BACEN/2013) Define-se 0 requisito denominado motivacao como o poder legal conferido ao agente puiblico para o desempenho especifico das atribuices de seu cargo. 20. (Cespe - Agente Administrativo/DPF/2014) Ha presuncdo de legitimidade e veracidade nos atos praticados pela administragao durante proceso de licitago. 21. (Cespe — AA/Anaci2012) O atributo da presungao de legitimidade ¢ 0 que autoriza a a¢do imediata e direta da administracdo publica nas situag6es que exijam medida urgente. 22. (Cespe - AAmb/IBAMA/2013) O IBAMA multou e interditou uma fabrica de solventes que, apesar de jd ter sido advertida, insistia em dispensar residuos téxicos em um rio proximo a suas instalacées. Contra esse ato a empresa impetrou mandado de seguranga, alegando que a autoridade administrativa nao dispunha de poderes Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_ Pagina 62 de 66 faEstratégia Prof. Herbert Almeida para impedir o funcionamento da fabrica, por ser esta detentora de alvard de funcionamento, devendo a interdi¢&o ter sido requerida ao Poder Judiciario. Em face dessa situacao hipotetica, julgue o item seguinte Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMA na situacao em questo € 0 da autoexecutoriedade, que possibilita ao poder publico obrigar, direta e materiaimente, terceiro a cumprir obriga¢ao imposta por ato administrative, sem a necessidade de prévia intervencdo judicial. 23. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Em razao da caracteristica da autoexecutoriedade, a cobranca de muita aplicada pela administracao nao necessita da intervencao do Poder Judiciario, mesmo no caso do seu néo pagamento. 24. (Cespe - TecIBACEN/2013) A autoexecutoriedade é um atributo presente em todos os atos administrativos. 25. (Cespe — TJ/TRT-10/2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam dos atributos da presuncao de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da autoexecutoriedade. 26. (Cespe - Adm/MIN/2013) © atributo da imperatividade nao esta presente em todos os atos administrativos. 27. (Cespe - Tec/MPU/2013) Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo, devem-se presumir verdadeiros os fatos deciarados em certidao solicitada por servidor do MPU e emitida por técnico do érgao. 28. (Cespe - Técnico Judiclério/TRE-PI/2018) Considere que determinada autoridade do TRE/PI tenha negado pedido administrativo feito por um servidor do quadro, sem expor fundamentos de fato e de direito que justificassem a negativa do pedido. Nesse caso, 0 ato administrativo praticado pela autoridade do TRE/PI a) nao possui presuncdio de veracidade. b) pode ser editado sob a forma de resolueao. c) € considerado, quanto a forma¢ao da vontade, ato administrativo complexo. 4d) classifica-se como ato administrative meramente enunciativo. ) apresenta vicio de forma. 29. (Cespe - Ana/MPU/2013) A autorizagdo € ato administrativo discricionario mediante 0 qual a administracéo publica outorga a alguém o direito de realizar determinada atividade material. 30. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) Ato vinculado € aquele analisado apenas sob o aspecto da legalidade; o ato discricionario, por sua vez, ¢ analisado sob 0 aspecto nao 86 da legalidade, mas também do mérito. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_Pagina 63 de 66 faEstratégia a Prof. Herbert Almeida 31. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A lei estabelece todos os critérios e condigdes de realizagéo do ato vinculado, sem deixar qualquer margem de liberdade ao administrador. 32. (Cespe - AnaTA/MDIC/2014) Um aviso é uma forma de ato administrativo classificado como ato punitivo, ou seja, que certifica ou atesta um fato administrativo. 33. (Cespe - PT/PM CE/2014) A licenca é ato administrativo unilateral e discricionario pelo qual a administra¢ao publica faculta ao particular 0 desempenho de atividade material ou a pratica de ato que, sem esse consentimento, seria legalmente proibido. 34. (Cespe — AA/Anac/2012) Os atos vinculados sao insuscetiveis de revoga¢ao pela administragao publica. 35. (Cespe - AA/Anac/2012) A revoga¢ao de um ato administrativo ocorre nos casos em que esse ato seja ilegal. 36. (Cespe - AJ/CNUJ/2013) A licenca concedida ao administrado para o exercicio de direito podera ser revogada pela administracdo publica por critério de conveniéncia e oportunidade. 37. (Cespe - TU/TRT 10/2013) Os atos administrativos s6 podem ser anulados mediante ordem judicial 38. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Sendo a revogacao a extingdo de um ato administrative por motivos de conveniéncia e oportunidade, é ela, por esséncia, discricionaria. 39. (Cespe - AJ/TRT 10/2013) Os atos administrativos do Poder Executivo no sao passiveis de revogacao pelo Poder Judiciario. 40. (Cespe - PRF/2013) Praticado ato ilegal por agente da PRF, deve a administracao revogé-lo. 41. (Cespe - AFT/MTE/2013) A revogacao de um ato administrativo produz efeitos retroativos a data em que ele tiver sido praticado. 42. (Cespe - DP DF/2013) Caso verifique que determinado ato administrative se tomou inoportuno ao atual interesse pUblico e, a0 mesmo tempo, ilegal, a administragao publica tera, como regra, a faculdade de decidir pela revogacao ou anulagao do ato. 43. (Cespe - AnaTA/MJ/2013) O poder de revogacao de ato administrativo por parte da administracao publica nao é ilimitado, pois existem situagées juridicas que ndo rendem ensejo a revogacao. 44. (Cespe - Ana/BACEN/2013) O Poder Judicidrio podera revogar um ato administrativo editado pelo Poder Executivo, se o ato for considerado ilegal. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br —_Pagina 64 de 66 faEstratégia a Prof. Herbert Almeida 45. (Cespe - Ana/BACEN/2013) A declaracdéo de nulidade do ato surte efeitos retroativos a todos aqueles que, de alguma forma, se beneficiaram dos efeitos produzidos pelo ato viciado. 48. (Cespe - ACE/TCE-RO/2013) Se um particular descumprir as condi¢es impostas pela administragao para efetuar uma construgao, deve-se cassar a licenca que tiver sido concedida para tal construgao. 47. (Cespe — Analista de Controle/TCE-PRI2016) Assinale a op¢do correta, acerca da extingdo dos atos administrativos. a) A convalidacao por ratificagaio somente pode ser realizada pelo superior hierarquico do agente que praticou 0 ato anterior. b) A invalidagao fulmina todas as relagées juridicas decorrentes do ato invalido, resguardados os direitos de terceiros de boa-fé que nao tenham contribuido para a invalidacao do ato. c) A cassacao é ato discricionario do agente publica. ) Por ser a revoga¢do um ato discricionario, ao se revogar um ato revogado, ocorrerd, por consequéncia logica, a repristinagao do ato originario. ) Sao passiveis de revogacdo os chamados atos meramente administrativos, tais como pareceres ¢ certidées. 48. (Cespe - Analista de Controle/TCE-PR/2016) Quanto as espécies de atos administrativos, assinale a op¢do correta. a) A licenga pode ser concedida de oficio pela administragao. b) A permissdo pode ser concedida de oficio pela administracao. c) A permissdo de uso de bens publicos é ato unilateral, discricionario e precario. ) Autorizagdo € ato pelo qual a administragao consente que o particular exerga atividade ou utilize bem publico que vise ao interesse publico. e) Licenga € ato discricionario por meio do qual a administracéo confere ao interessado consentimento para o desempenho de determinada atividade. 49. (Cespe — Analista de Controle/TCE-PR/2016) A revoga¢ao do ato administrativo € a supressdo de um ato legitimo e eficaz, seja por oportunidade, seja por conveniéncia, seja por interesse pubblico; entretanto, o poder de revogar da administrago publica nao é absoluto, pois ha situacées insuscetiveis de modificagao por parte da administracao. Tendo as consideragées apresentadas como referéncia inicial, assinale a opcao que apresenta ato suscetivel de revogacao. a) parecer emitido por 6rgao publico consultivo b) ato de concessao de licenca para exercer determinada profissdo, segundo requisitos exigidos na lei ¢c) ato de posse de candidato nomeado apés aprova¢ao em concurso publico ) ato administrative praticado pelo Poder Judiciario e) ato de concessdo de licenga funcional ja gozada pelo servidor Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 65 de 66 oe Direito Administrativo p’ ABIN fest égia Oficial de Inteligéncia TON cues ot ‘Teoria e exercicios comentados Prof. Herbert Almeida ~ Aula 1 50. (Cespe — Técnico Administrativo/Anvisa/2016) A administracao publica pode revogar seus atos por motivos de conveniéncia ou oportunidade, competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judiciério a anulacao de atos administrativos eivados de vicios de legalidade. GABARITO 1. ILE 21.£ 31. 41.E 2E 12.€ 22.€ 32.E A2.E 3.E 13.€ 23. 33.E 43.C 4.6 14.€ 24.E 34.C 44, E 5.E 15.C 25.C 35. 45.E 6.E 16.C 26.€ 36.C 46.C 7. 7. 27. 37.E 47.8 8.C 18.E 28.E 38.C 48.C 9 19. 29.€ 39.C 49.D 10.E 20.€ 30.C 40.E 50.E REFERENCIAS ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrative descomplicado. 19° Ed. Rio de Janeiro: Método, 2011. ARAGAO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Admi trativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012. BANDEIRA DE MELLO, Celso Anténio. Curso de Direito Administrative. 31° Ed. So Paulo: Malheiros, 2014. BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questées. Rio de Janeir CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direit 2014. adminis rativo. 27* Edigdo. Sdo Paulo: Atlas, DI PIETRO, Maria Syivia Zanella. Direito Administrativo. 27° EdieS0. Sdo Paulo: Atlas, 2014. JUSTEN FILHO, Marcal. Curso de direito administrativo. 10° ed. Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. MARINELA, Fernanda. ito Administrativo. 7* Ed. Niteréi: Impetus, 2013. MEIRELLES, H.L; ALEIXO, D. : BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39° Ed. S30, Paulo: Malheiros Editores, 2013. Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 66 de 66

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