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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS JOINVILLE

CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA

UNIDADE CURRICULAR:

Tratamentos Térmicos e Termoquímicos

Professor
Paulo Sérgio Bayer, M. Eng.

Joinville, 20/03/2013

NOME: ...................................................................................................................
1. TRATAMENTOS TÉRMICOS DE AÇOS E FERROS FUNDIDOS.

1.1 Curvas Temperatura x Tempo x Transformação (TTT)

As curvas TTT ilustram o comportamento de uma liga ferrosa durante o resfriamento a partir da fase
austenita (solução sólida de carbono no ferro ). Neste resfriamento, após a passagem pela temperatura
em que toda a austenita é transformada em ferrita (temp. crítica), pode-se manter a peça numa
temperatura constante por um determinado tempo, na qual a austenita transforma-se em outras fases tais
como ferrita ou perlita, e depois resfriá-la até a temperatura ambiente. Os tratamentos isotérmicos são
comuns na indústria, principalmente em peças com microestrutura de bainita ou martensita
(Tratamentos térmicos de Austêmpera e Martêmpera, respectivamente).

Construção de curvas de transformação isotérmica

Várias amostras de um mesmo aço são resfriadas a partir da austenita e mantidas em tratamento isotérmico a
diferentes temperaturas; mede-se com um dilatômetro e um cronômetro os tempos de início e fim da
transformação da austenita na temperatura constante, ligam-se os pontos para a obtenção das curvas TTT.

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Curva de transformação isotérmica de um aço 1045
Temperatura (oC)

Tempo ( s )

A = Austenita
F = Ferrita
P = Perlita
B = Bainita
M = Martensita

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EXERCÍCIOS – Diagramas TTT (transformação isotérmica)
1) Descreva as condições de resfriamento de três peças de aço ABNT 1080 (a), (b) e (c), conforme as
curvas de transformação isotérmica ilustradas na figura em anexo.

OBSERVAÇÕES:

 Informe a temperatura de austenitização, as temperaturas do tratamento isotérmico, os tempos


em horas de tratamento até o resfriameto total das peças e a microestrutura resultante.

 A curva (a) ilustra o tratamento isotérmico de AUSTÊMPERA.

 A curva (b) ilustra o tratamento isotérmico de MARTÊMPERA.

(a)..............................................................................................................................................................................
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(b)..............................................................................................................................................................................
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(c)..............................................................................................................................................................................
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2) Usando o diagrama de transformação isotérmica para uma liga de aço com 0,45%C (vide figura da
página 51), determine a microestrutura final de uma pequena amostra que foi submetida aos seguintes
tratamentos tempo-temperatura. Para cada caso, suponha que a amostra se encontra inicialmente a uma
temperatura de 845 oC e que ela tenha sido mantida a essa temperatura por tempo suficiente para que
fosse atingida uma estrutura austenítica completa e homogênea.

(a) Resfriamento rápido até 250 ºC, manutenção dessa temperatura por 103 segundos, e então têmpera até a
temperatura ambiente;

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(b) Resfriamento rápido até 700 ºC, manutenção dessa temperatura por 30 segundos, e então têmpera até a
temperatura ambiente;

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(c) Resfriamento rápido até 400 ºC, manutenção dessa temperatura por 500 segundos, e então têmpera até
a temperatura ambiente;

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(d) Resfriamento rápido até 700 ºC, manutenção dessa temperatura por 105 segundos, e então têmpera até a
temperatura ambiente;

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(e) Resfriamento rápido até 650 ºC, manutenção dessa temperatura por 3 segundos, resfriamento rápido até
400 ºC, manutenção dessa temperatura por 10 s, e então têmpera até a temperatura ambiente;

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(f) Resfriamento rápido até 450 ºC, manutenção dessa temperatura por 10 segundos, e então têmpera até a
temperatura ambiente;

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

(g) Resfriamento rápido até 625 ºC, manutenção dessa temperatura por 1 segundo, e então têmpera até a
temperatura ambiente;

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(h) Resfriamento rápido até 650 ºC, manutenção dessa temperatura por 10 segundos, resfriamento rápido
até 400 ºC, manutenção dessa temperatura por 5 s, e então têmpera até a temperatura ambiente;

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Construção de curvas de resfriamento contínuo

DIAGRAMAS DE RESFRIAMENTO CONTÍNUO


(TRANSFORMAÇÃO CONTÍNUA)

Curvas de transformação contínua de um aço eutetóide (0,8%C)

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AÇO ABNT 1080 ( 0,8 %C )

AÇO ABNT 4340

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EXERCÍCIOS – Diagramas TTT (transformação contínua)
1) Analise o diagrama TTT que ilustra as curvas de resfriamento contínuo para um aço-1080 (Figura em
anexo). Cite quais as fases microestruturais de amostras dessa liga que são, em primeiro lugar,
completamente transformadas em austenita e depois resfriadas até a temperatura ambiente, de acordo
com as seguintes taxas: (a) 150 ºC/s, (b) 10 ºC/s, (c) 70 ºC/s e (d) 2 ºC/s até 700 graus e manutenção
nesta temperatura por 20 horas e resfriamento dentro do forno.

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2) Usando o diagrama de transformação contínua para uma liga de aço ABNT 4340 (vide figura da página
55), determine a microestrutura final de pequenas amostras que foram resfriadas até temperatura
ambiente segundo as seguintes taxas de resfriamento: a) 20 ºC/s, (b) 7 ºC/s, (c) 0,05 ºC/s, (d) 1 ºC/s e (e)
0,002 ºC/s. Para cada caso, suponha que a amostra se encontra inicialmente a uma temperatura de
845 oC e que ela tenha sido mantida a essa temperatura por tempo suficiente para que fosse atingida
uma estrutura austenítica completa e homogênea.

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FAIXAS DE TEMPERATURA DE TRATAMENTO TÉRMICO DE AÇOS CARBONO
(vizinhança do ponto eutetóide 0,8 %C do diagrama Fe-Cementita)

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MICROESTRUTURAS DE LIGAS NORMALIZADAS E RECOZIDAS

Aço 1020 encruado 500X Aço 1020 laminado 100X

Aço 1045 normalizado 200 X Aço 1045 laminado 200 X


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Aço 1045 temperado em água 100 X Aço 1045 temperado em água 500 X

Aço 1045 recozido 200 X Aço 1045 temperado e revenido 500 X

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MICROESTRUTURAS DE FERROS FUNDIDOS NORMALIZADOS E RECOZIDOS

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APLICAÇÕES TÍPICAS DE AÇOS LIGA TRATADOS TERMICAMENTE

Peça Aço Tratamento Propriedades após Objetivo da


térmico tratamento Normalização
Ni- Recozimento Resistência à tração =
Cr- Pleno 620 MPa , Obter as
Corpo de válvula Mo a 955 oC, Resistencia ao escoamento propriedades
fundida de 50 mm Normalizado 0,2 % = 415 MPa , mecânicas
parede ~ 20 mm a 870 oC, Alongamento requeridas
Temperado em 50 mm 20%,
Revenido Redução área 40%
a 665 oC
4137 Normalizado Refinar
a 870 oC, tamanho de
Flange forjada Temperado 220 HB grão e obter
Revenido a dureza
a 570 oC requerida
4140 Obter
Normalizado estrutura
Válvula fojada a 870 oC, uniforme,
Temperado 230 HB melhor
Revenido usinabilidade
e dureza
adequada

DUREZA DE AÇOS CARBONO TRATADOS TERMICAMENTE

Aço Tratamento térmico Resistencia à Resistencia Alongamento Dureza


ABNT tração - r escoamento - % HB
MPa esc MPa (Brinell)
o
Normalização 870 C 440 345 35,8 131
1020
Recozimento 870 oC 395 295 36,5 111
Normalização 900 oC 650 400 20 200
1045
Recozimento 790 oC 600 360 24 160
Normalização 900 oC 1015 525 11 293
1080
Recozimento 790 oC 615 380 25 174
Normalização 870 oC 1280 860 12,2 363
4340
Recozimento 810 oC 745 475 22 217

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EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM/TRATAMENTO TÉRMICO:
Tipos de aço a) ABNT 1020 b) ABNT 1045 c) Aço liga
Depois de completar a tabela a seguir, trace a linha de temperatura crítica inferior (linha eutetóide pontilhada)
nos diagramas Temperatura x Tempo e desenhe os 5 ciclos de tratamento térmico.

Temperatura Taxa de
Tratamento Finalidades de aquecimento resfriamento
térmico (oC) (oC/min)
a)
1 Recozimento
subcrítico b)

c)

a)
2 Normalização
b)

c)

a)
3 Recozimento
pleno b)

c)

a)
4 Têmpera
b)

c)

a)
5 Revenimento b)
c)

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MICROESTRUTURAS DE AÇOS TEMPERADOS E REVENIDOS

Martensita (estrutura de agulhas) Micrografia eletrônica da martensita revenida


(ferrita + cementita)

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MICROESTRUTURA DE AÇOS AUSTEMPERADOS

Microestrutura da Bainita contendo finíssimas agulhas das fases do Fe

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UNIDADE CURRICULAR:
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Tecnologia dos Materiais II
TMA-II
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA Professor
CAMPUS JOINVILLE Paulo Sérgio Bayer, M. Eng.
CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA INDUSTRIAL
Data: ......./ ......../ 2009

NOME: ..............................................................................................................

RELATÓRIO
PRÁTICA DE LABORATÓRIO 02: TRATAMENTOS TÉRMICOS DE AÇO CARBONO

1. OBJETIVO: ( Efetuar tratamentos térmicos em amostras de aço carbono, Identificar as fases presentes, medir
a dureza de cada amostra antes e depois do tratamento térmico)

2. MATERIAL: Barra de aço laminado de seção circular de aço ABNT 1045 ... diâmetro da barra...

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: (descreva os tratamentos térmicos realizados e materiais que se


utilizam, inclua gráficos ilustrando os ciclos de temperatura x tempo, informe a escala de dureza selecionada
(HB ou HRC)

 NORMALIZAÇÃO, RECOZIMENTO PARA ESFEROIDIZAÇÃO;

 RECOZIMENTO PLENO, TÊMPERA E REVENIMENTO.

4. RESULTADOS : (insira as fotomicrografias nos espaços indicados nas figuras 1, 2 .

Figura 1 – Fotomicrografia da amostra polida do aço. Figura 2 – Fotomicrografia da superfície da amostra


100X polida e atacada do aço. Reagente metalográfico: Nital
1%. 100X

5. COMENTÁRIOS: . (comente o que você observou em relação a morfologia das fases de cada amostra, p. ex.
perlita fina ou grossa, tamanho de grão, martensita; correlacione os valores de dureza medidos com a
microestrutura).

6. CONCLUSÃO (informe o que você pode concluir a respeito do exame metalográfico e dos ensaios de dureza
realizados)

7. BIBLIOGRAFIA

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2. TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS

Definição: São aqueles que combinam a ação do calor com a ação química e o resultado é o
enriquecimento de uma camada, ou mesmo todo o volume, de uma peça com um elemento
metálico ou não metálico.

Finalidade: Endurecimento superficial pela modificação parcial da composição química ou


através de mudanças estruturais na superfície do componente.

Resultado: Melhora da resistência ao desgaste da peça sem afetar a dutilidade no seu interior.

Aplicações: Situações onde se deseja superfície com elevada dureza, resistente ao desgaste, e
núcleo tenaz capaz de resistir ao impacto quando em uso –Engrenagens (gears), mancais
(bearings) e eixos (shafts).

Características superficiais dos aços contribuem para: Propriedades mecânicas –dureza,


dutilidade, tenacidade, fluência, elasticidade.Propriedades químicas –corrosão, oxidação.
Propriedades tribológicas: atrito, desgaste.

Métodos superficiais de Endurecimento

Adição de camadas: -Recobrimento metálico(hardfacing)


-camadas soldadas, thermal
spray(recobrimento sem solda)

-Revestimento(coating) –chemical
vapor deposition (CVD), thin films
(physical vapor deposition (PVD),
sputtering, ion plating, ion mixin).

Modificação do substrato: -Métodos difusivos–cementação,


nitretação, carbonitretação,
nitrocementação, boretação.

-Métodos de endurecimento seletivo–flame hardening


(endurecimento por chama direta), induction hardening
(endurecimento a indução),
laser hardening, ion
implantation, selective
carburizing or nitriding.

Métodos Difusivos de Endurecimento

São métodos que envolvem a modificação química da superfície e que necessitam de


aquecimento para aumentar a difusão dos elementos na superfície da peça.
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Profundidade da camada difusiva K (tempo)1/2 onde K = cte difusiva e que depende da
temperatura, composição química do aço e do gradiente de concentração da espécie
endurecedora(C, N ou B).
.
Aços usados em tratamentos difusivos (substratos):
aços baixo carbono, aços-liga, aços ferramenta, aços inoxidáveis.

Durezas obtidas em tratamentos difusivos

2.1 CEMENTAÇÃO

Conceito: Cementação éum tratamento térmico austenítico, onde o carbono é introduzido na


fase .(austenita), e irá originar martensita com o posterior resfriamento da peça.

Objetivo: Aumentar a dureza e a resistência ao desgaste mantendo o núcleo dútil e tenaz –


maior resistência ao impacto e à fadiga.

Formação de forças compressíveis na superfície com o aumento da resistência à fadiga.

Características do processo:

•Usado para aços baixo carbono (0,1 a 0,2 %)

•Temperatura de tratamento –normalmente 850 a 950 oC (790 ou 1095 oC)

•O C é introduzido na fase austenítica

solubilidade máxima do C na ferrita a temp. amb.~ 0,008%

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solubilidade máxima do C na ferrita à 723 oC ~ 0,02%

solubilidade máxima do C na austenita à723 oC ~ 0,8%

solubilidade máxima do C na austenita à 1148 oC ~ 2,0%

•O teor de C na superfície aumenta para 0,8 a 1,0%

Diagrama de Equilíbrio Fe-C

Células unitárias do sistema Fe-C

Variação dos parâmetros de rede com adição de C

Perfil de concentração de C e microdurezade aço SAE 8620 -cementação gasosa

Fatôres que influem na cementação: •Teor inicial de carbono no aço


•Potencial do meio carbonetante (metano. etano, propano)
•Temperatura de tratamento

Tratamentos térmicos de cementação dependem da microestrutura do aço – têmpera ou


normalização •granulação fina -tempo não prolongado de cementação

-têmpera direto ou resfria no forno e tempera

•granulação grosseira – tempos longos de tratamento: normaliza e tempera

Depende da: •temperatura, tempo, teor de C no aço,


•potencial de C no meio cementante,
•velocidade de resfriamento

Profundidade e quantidade de C na camada cementada

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•excesso de C e EL aumentam a quantidade de austenita retida

•quanto maior a Taustenit.–maior a quantidade de AR

Em (a) têmpera realizada a 925 oC e em (b) a 830 oC

Austenita retida (AR) depende do teor de carbono da camada cementada

•Composição eutetóide–martensita
•Abaixo composição eutetóide–martensita e ferrita
•Acima composição eutetóide–martensita e carbonetos (não devem estar nos contornos de
grão).

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Microestrutura da camada cementada:

SAE 4121Tempera direta: Martensita e austenita

SAE 8620 Reaquecido e temperado: Martensita e carbonetos

Independente do método usado, a cementação sempre ocorre via fase gasosa.

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Processos de Cementação

Cementação Sólida: Ocorre devido a presença do oxigênio atmosférico presente na caixa


produzindo CO2 e que após formado continua a reagir com o carvão:

Na superfície do aço o CO é quebrado formando: O C atômico é rapidamente dissolvido na


austenita e difunde para o interior do aço. O CO2 reage novamente com o carvão.

Reações de Cementação

Cementação Sólida: Carbonato de bário é usado como energizador quando o O2 é insuficiente:

A correta maneira de representar a reação é:

Se a temperatura aumenta e a pressão émantida constante a reação ocorre no sentido da direita


para a esquerda, isto é, mais CO éproduzido. Diminuindo a temperatura a proporção do CO2
aumenta em detrimento do CO.

Reações de Cementação

Diagrama de equilíbrio a pressão atmosférica para a reação:

Reações de Cementação
Cementação Líquida O agente ativo no banho de sal éo cianeto de sódio (NaCN) ou
o potássio de sódio (KCN).

•Parte do N liberado na reação pode ser absorvido pelo aço.


•A primeira reação ocorre na interface entre o banho de sal e a atmosfera: as outras duas
ocorrem entre o banho e o aço.
•Banho com 40 a 50% de NaCNcamadas de 0,8 mm
•Banho com 10% de NaCN camadas de 1,5 mm•A peça étemperada em água direto da
cementação.

Cementação Gasosa:

Além da reação: Vários hidrocarbonetos podem participar da reação.

Pode-se ter a reação com o metano, e a reação com o vapor d’água: Neste caso a umidade
presente no gás tem grande influência no potencial de carbono e é controlada pelo ponto de
orvalho.

Características dos Processos de Cementação:

Cementação Sólida

•obtenção de camadas espessas ~ 2 mm


•pouco controle dimensional
•fácil operação
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•eficiente e econômico para poucas peças
•não exige atmosfera preparada
•não éum método limpo
•pouco controle do C na atmosfera
•não érecomendado para camadas finas

Processos de Cementação

Cementação Gasosa •método mais usado na indústria


•mistura não perde a eficiência
•maior controle da espessura

Cementação por Plasma •maior velocidade de cementação


•processo livre de oxidação
•melhor controle da camada cementada
•camada muito uniforme

Cementação Líquida •camadas ~ 0,5 mm (até1,5 mm)


•muito usado para peças pequenas que requerem camada ~ 0,5 mm
•mais eficiente do que a cementação sólida
•líquido altamente tóxico
Aços usados para Cementação:

Aços Carbono

•superfície resistente ao desgaste com núcleo tenaz


•1016 / 1018 / 1019 / 1022
•peças pequenas / temperadas em água
•aplicações onde não éexigido baixa distorção

Aços baixa-liga

•superfície resistente ao desgaste / núcleo resistente e dútil


•4023 / 5110 / 4118 / 8620 / 4620
•temperados em óleo / baixa distorção

Aços média-liga

•aplicações onde éexigido menor distorção


•4320 / 4817 / 9310

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Engrenagem cementada
Camadas cementadas

Microestrutura de camadas cementadas

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2.2 NITRETAÇÃO

Definição: Nitretação é um tratamento termoquímico superficial onde o nitrogênio é


introduzido na fase a(ferrita) em temperaturas entre 500 –570 oC. Consequentemente, não
ocorre mudança de fase quando o aço éresfriado atéa temperatura ambiente.

Objetivo: Aumentar a dureza e a resistência ao desgaste mantendo o núcleo dútile tenaz.

Propriedades dos aços Nitretados:

•Alta dureza superficial com aumento da resistência ao


desgaste e com pouco risco de descamação.
•Alta resistência à fadiga –formação de forças compressíveis
na superfície do aço.
•Melhora da resistência à corrosão em aços não inoxidáveis.
•Elevada estabilidade dimensional.
•Sem risco de empenamento.

Temperatura de Nitretação: 500 –570oC

•limite superior –pré-requisito para que não ocorra transformação de fase


•limite inferior –requerimento para que ocorra dissociação da amônia

Nitretação

Reação de Nitretação: Amônia em contato com a superfície aquecida do aço se dissocia:


O nitrogênio na forma atômica pode ser absorvido pelo aço. A superfície ao atingir um
determinado nível de saturação de nitrogênio, nitretos são formados através do mecanismo de
nucleação e crescimento.

Solubilidade do N no Fe-α: -0,004 wt% a 200 oC

-0,10 wt% a 590oC –solub. máxima

Solubilidade do N no Fe-. -austenita estável acima de 590 oC

-2,8 % a 650 oC –solub. máxima

Diagrama de Equilíbrio Fe-N : Estabilidade dos nitretos-.


’-Fe4N (CFC) -5,7 a 6,1 wt%
-e-Fe2-3N (HC) –acima de 6,0 %
-.–Fe2N (ortorrômbica) –11,0 % a 11,35 % e abaixo de 500oC.

Estrutura cristalográfica das fases


CFC e-HC .-Ortorrômbica

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Camada Nitretada

Formação da Camada Nitretada

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•Nos processos convencionais é necessário um determinado tempo para a concentração do
nitrogênio na superfície (Cs) seja elevada o suficiente para que ocorra a precipitação dos
nitretos.
•Ao alcançar um determinado valor (concentração crítica –Ccr), o primeiro nitreto a se formar é
o .’– Fe4N.
•Para se formar o nitreto e é necessário elevar o potencial de N na mistura ou elevar a
temperatura de nitretação. Diagrama de Lehrer–relação entre o potencial de N e as fases
formadas na superfície de ferro puro.
8,942,370,860,280

Estabilidade: Ti > Nb> Al > Si > Mn>Cr > Mo > Fe

Energia livre de formação dos nitretos

Estabilidade dos Nitretos

Aços usados para nitretação:

•Aços Nitralloycontendo Al –camada nitretadacom alta dureza.


•Aços contendo Cr/Mo ou Cr/Mo/V com 2,5-3,5%Cr –camada com boa dureza.
•Aços baixa liga –1Cr-0,2Mo –camada com menor dureza.

Antes de nitretados devem ser temperados e revenidos em temperaturas superior a de


nitretação.

Dissociação da amônia em nitrogênio e absorção pelo aço [Thelning]

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•É o mais clássico dos processos de nitretação.

•Primeira patente –março de 1908 –AdolphMachlet.

•Reação – em contato com o aço a amônia se dissocia liberando


nitrogênio atômico, que pode ser absorvido pelo aço e dissolvido intersticialmente no Fe.
•Quando a superfície atinge um determinado nível de saturação, nitretos são formados através
do mecanismo de nucleação e crescimento, requerendo um determinado tempo de incubação.

Microestrutura do aço AISI 1015

Nitretação gasosa

•Normalmente tempos mais longos de tratamento –12 a 90 h.


•Camadas entre 0,2 a 0,7 mm.
•Para tempos longos –camadas de até 800 µm.
•Aços mais usados são aqueles contendo Al (entre 0,85 e 1,50%).
•Aços contendo Cr também são usados -4140.
•Aços carbono não são usados pois a camada composta é muito quebradiça e se desplaca.
•Dos processos de nitretação é o que apresenta maior crescimento do material.

Nitretação Líquida

•O aço é colocado em meio líquido de cianeto fundido em temperaturas entre 550 a 570
oC.
•Meio similar ao usado na cementação líquida, variando apenas as proporções das
misturas dos sais de sódio e potássio. Nesta temperatura tem-se menor dissociação do C.
•É a técnica mais usada para aços carbono.

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•Camada composta formada pela fase e e mais espessa que na nitretação gasosa. Presença
de poros.
•Maior rendimento que na nitretação gasosa. Tempos mais curtos. Segundo ASM 1-4 h.
Thelningem torno de 24 h.
•Não aplicada na MP –corrossãoe exsudação.
•Sais muito poluentes e tóxicos.

Microestrutura do aço carbono Nitretação líquida

Usuários em tratamentos superficiais

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Nitretação por Plasma

Zona de Difusão:

-nitrogênio em solução sólida intersticial (N < 0,4 wt%) –dureza levemente superior a matriz.
-ultrapassado o limite de solubilidade tem-se a precipitação de finos e coerentes nitretos.
-na maioria dos aços os precipitados de nitretosde EL são tão finos que não podem ser
visualizados metalograficamente.

4140 –nitretação por plasma.

Fe-0,1%C sinterizado e nitretado por plasma.

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Nitrocementação por Plasma

Conceito: É um processo termoquímico com a finalidade de melhorar a resistência ao desgaste


e a fadiga e resistência a corrosão de uma grande variedade de aços.

Características do processo: -Introdução conjunta de N e C na superfície da peça.


-Formação de uma camada composta com espessura de 10-20 µm
formada de carbonitretoe-Fe2-3(N,C) -estrutura HCP.

-A fase e possui maior resistência ao risco (score) e ao desgaste


por roçamento(Scuffing)

-Formação de uma espessa zona de difusão com nitrogênio.

Vantagens da NCP:

•sem geração de fumaça ou lixo tóxico


•sem riscos de explosão
•pouca sujeira, barulho ou aquecimento excessivo
•menor tempo detratamento
•menor consumo de energia
•menor consumo de gás

Impacto Ambiental:

Emissão de gases nos processos de nitrocementação por plasma (PNP) e


Nitrocementação gasosa (GNP)

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A –quantidade de gás usado no processo, m3/hB -total de emissão de carbono, mg/m3C -total
emissão de NOx, mg/hD –taxa de emissão de carbon-bearing gas, mg/hE -taxa de liberação de
NO2, mg/h

Nitrocementação Ferrítica:

Realizado a 570 oC durante 3 a 4 h numa atmosfera com gás CH4, CO2ou CO.

As características da camada irá depender dos parâmetros do plasma (V, i, P, composição do


gás e taxa de resfriamento).

Nitrocementação por plasma de Fe em atm 87%N2+8%H2+5% CO2a


570 oC durante 3 h.

Processos de Nitrocementação:
Ferrítica-Temp. inferior 590 oC Austenítica– T entre 600-700 oC

Obtenção de fase : -N ~ 80-90% e CH4~ 1-2%, -CH4 favorece a formação de .-CH3 , -uso de
CO2 elimina a formação .

Nitrocementação Ferrítica
Canais porosos
Microestruturas de Fe puro nitrocementado em N2+ H2+ CO2a 570oC durante 3 h

Resfriamento lento: decomposição da fase  Resfriamento rápido: manutenção da fase 


em ’e Fe-α

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Nitrocementação Austenítica:

-tratamento acima da temperatura eutetóide

-camada nitrocementada formada pela camada composta, zona de difusão e por uma subcamada
austenítica ferro-carbono-nitrogênio.

-a tempera ou resfriamento sub-zero transforma a austenita em martensita, resultando numa


subcamada com dureza superior a do tratamento ferrítico.

Apesar elevada dureza e das excelentes propriedades tribológicas obtidas na


nitrocementaçãopor plasma, a camada composta formada na nitrocementação ferrítica é muito
espessa (> 20 µm) prejudicando a difusão do N para a zona de difusão e o seu endurecimento
em aços carbono.

Em situações de alto carregamento esta camada iráfalhar devido a sua baixa capacidade de
absorção de choque.

Micrografia ótica de aço 0,45%C nitrocementação por plasma a 700 oC por 3 h.

Camada Nitrocementada:

-carboneto -Fe2-3(N,C) com 6-7 wt%N e 1 wt%C

-camada austenitica–o não adequado controle dos parâmetros pode causar a formação das fases
.’-Fe4(N,C) e cementita.-Fe3C.

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Lista de Exercícios – Tratamentos termoquímicos

1) O que são tratamentos termoquímicos e qual a sua finalidade?

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2) Quais as aplicações dos tratamentos termoquímicos superficiais?

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3) Quais os métodos de endurecimento superficial?

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4) O que é cementação? Qual o objetivo deste tratamento?

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5) Que tipo de aços são cementados? Em que faixa de temperaturaturas são tratados? Por que o carbono é
introduzido na fase austenítica?

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6) Qual o teor de carbono da camada cementada?

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7) Do que depende a profundidade e a quantidade de C na camada cementada?

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8) O que é nitretação? Qual a finalidade deste tratamento?

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9) Cite algumas propriedades dos aços nitretados?

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10) Que aços são usados para nitretação? Quais os tipos de nitretação? Em que condição de tratamento
térmico deve estar os aços a serem nitretados?

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3. TRATAMENTOS SUPERFICIAIS
(fonte: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico)

O tratamento de superfícies adquire cada vez mais importância para a conservação de peças e estruturas.

É fundamental conhecer os métodos de limpeza e preparação de superfícies, visto que estas operações
passaram a ser uma atividade corriqueira na indústria.

Os padrões de qualidade tem exigido produtos cada vez mais duráveis e com padrões estéticos elevados. Por
esta razão é fundamental o conhecimento dos procedimentos descritos neste módulo.

Os tratamentos de superfície abrangem a alteração da superfície através de transformação química ou


aplicação de revestimentos, inclusive eliminação de camadas não desejadas. Os métodos utilizados usam
recursos químicos, mecânicos, e elétricos separados ou em combinações.

Finalidades dos Tratamentos

Alterar uma superfície pode ter uma ou mais das seguintes finalidades:

 aumentar a resistência aos agentes atmosféricos – umidade, luz solar, calor, frio
 aumentar a resistência aos agentes químicos - ácidos , bases, soluções orgânicas e
inorgânicas
 aumentar a resistência a efeitos mecânicos – desgaste, riscamento, deformação
 obter propriedades físicas especiais – isolamento ou condutividade térmica e/ou elétrica ,
coeficiente de radiação
 obter um efeito estético de acabamento – brilho, cor, textura

Terminologia

Seja qual for a finalidade do tratamento, a superfície sofre o que se chama de beneficiamento .
Para tratamentos estéticos usa-se o termo embelezamento da superfície que deve ser diferenciado
dos demais tratamentos, denominados proteção da superfície.

Obs: um tratamento de embelezamento, como por exemplo a cromagem, pode resultar num
desempenho mais eficiente ao desgaste e riscamento . Isto significa que o embelezamento poderá
também se constituir um fator de proteção da superfície.

Etapas de Tratamento

Para um eficiente tratamento de superfícies é necessário cumprir as etapas abaixo

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 Estabelecer as finalidades desejadas do tratamento de acordo com as condições de serviço
da peça a ser tratada - considerando o ambiente de uso da peça, temperatura, substâncias
químicas, custo do tratamento, etc..

 Executar o tratamento preliminar de limpeza e remoção de outras impurezas. Nesta etapa é


fundamental garantir que todos os elementos depositados ou incrustados na superfície da
peça a tratar sejam removidos, de forma a garantir a eficiência do tratamento de proteção e
sua durabilidade.

 Aplicar o tratamento desejado

Estaremos dividindo este módulo em duas partes, a saber:


Tratamentos Preliminares
Tratamentos de Revestimento

Tratamentos Preliminares dos Metais

Introdução

A condição essencial para a obtenção de um revestimento perfeito é o grau de absoluta limpeza da


superfície a ser revestida. A maioria dos defeitos que aparecem durante a operação de revestimento
devem-se a um tratamento preliminar deficiente, ou seja, a superfície não estava livre de sujeiras e
depósitos.

A limpeza, tanto de peças como de instalações enferrujadas, cobertas de óleo e/ou sujeira é efetuada
através de processos idênticos ou similares.

As duas operações de limpeza: desengraxamento e decapagem

Genericamente pode-se identificar duas operações de limpeza no tratamento preliminar:

 eliminação da graxa e da sujeira menos aderida, operação denominada na indústria como


desengraxamento.
O desengraxamento pode ser efetuado por meios químicos , utilizando diferentes tipos de
solventes – orgânicos e inorgânicos, banhos eletrolíticos e técnicas de ultrassom.

 eliminação dos componentes não metálicos ligados quimicamente, principalmente carepas e


óxidos , conhecida como decapagem.
A decapagem pode ser efetuada por meios mecânicos e térmicos . Nesta operação são
removidas as carepas de laminação e de recozimento, as camadas de ferrugem e óxidos , a
escória de soldagem, os resíduos salinos e frequentemente também a casca de fundição.

Existem ainda outros procedimentos que não são exatamente métodos de limpeza, mas também
relevantes como tratamentos de superfícies. São eles:

 processos de acabamento fino


 processos especiais

Desengraxamento

Remoção das Impurezas Orgânicas

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O que é: é a remoção de materiais indesejados que aderem à superfície metálica, provenientes de
operação precedente ou de armazenamento. Entre estes materiais estão restos de abrasivos e
lubrificantes, cavacos metálicos, sujeira, pó de carvão e agentes conservadores (óleos, graxas).

Escolha do método

A seleção do método mais indicado depende

 do volume de sujeira,
 do processo de revestimento subsequente,
 do tipo de metal da peça,
 do tamanho , da forma e do número de peças a limpar
 das instalações da indústria ( espaço , energia, adaptação à produção)

Em casos mais complexos, especialmente na produção em série, é indicada a consulta a um


especialista para a determinação das condições ótimas de limpeza, incluindo, se necessário, ensaios
práticos preliminares.

Métodos de Limpeza

Na remoção das impurezas orgânicas pode-se listar os seguintes métodos:

Limpeza por Solvente Inorgânico

Processo : usa a propriedade da saponificação ou da emulsificação dos óleos e graxas para promover
a limpeza. Isto significa que os agentes químicos utilizados promovem a formação de uma mistura
(emulsão) ou espuma, quando em contato com os depósitos superficiais da peça. Esta mistura é então
removida por lavagem levando consigo as impurezas. O processo é realizado em banho de imersão.

Agentes químicos : são soluções salinas, com componentes alcalinos fortes.


Para aço e suas ligas, ferro fundido e níquel, usa-se a soda cáustica. Os fosfatos são adicionados como
emulgentes e redutores da dureza da água.
Para facilitar a lavagem posterior também são adicionados silicatos.
Para metais não ferrosos o silicato impede o ataque da peça pelos desengraxantes.
Modernamente são também usados agentes umectantes de lavagem, que intensificam a limpeza.

Características : as concentrações nas soluções são de 3 a 5%.


A temperatura tem maior influência no processo do que a concentração.
É preferível trabalhar com as soluções em temperatura de ebulição.
Para temperaturas abaixo do ponto de ebulição (entre 80 e 900 C) a solução deve ser constantemente
agitada para ajudar a emulsificação.
Para equipamentos fechados é feito um processo de esguichamento dos emulsificantes após o
amolecimento do óleo por agitação do banho.

Máquinas de lavagem: existem instalações completamente automáticas que removem as graxas e


óleos, lavam e secam as peças. Algumas podem também fazer a decapagem.
As peças percorrem as instalações em cestas ou isoladas, em dispositivos especiais.
Alguns equipamentos podem ter tambores rolantes aquecidos eletricamente para lavagem de peças
pequenas, de produção em série. Ver ilustração abaixo.

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Cuidados especiais: a lavagem final das peças deverá ser feita preferencialmente com água, seguida
de secagem imediata. A secagem rápida impede o enbaçamento e a formação de ferrugem.

Peças excepcionalmente sujas e trabalhos de reparo: nos casos de reparo de peças ou peças muito
sujas, usa-se limpeza por soluções que produzam espuma abundante. Locais de difícil acesso são
esguichados com mangueira.

Nestes casos usam-se os purificadores de emulsão que são combinações de solventes orgânicos
(querosene, nafta, tricloro-etileno) e de soluções de sais alcalinos. É feito o esguichamento sem
lavagem posterior. O jato reforça o efeito emulsificante.

Forma-se uma camada remanescente muito fina de querosene , que pode ser benéfica no caso de
fosfatização posterior. Isto porque a camada de granulação fina é uma barreira à corrosão.

Para o caso de remoção de camadas de óleo resinificado e de borra, usa-se o processo de imersão ou
esguichamento em temperatura ambiente, empregando solventes à base de cresol.

Escolha dos agentes químicos: além do efeito de remoção procura-se escolher agentes que não
afetem a integridade do metal da peça, especialmente no caso de peças polidas .
Por exemplo:a alteração do cobre pode ser impedida por substâncias protetoras (inibidores)
O alumínio e suas ligas são atacados por substâncias alcalinas.

Segurança de operadores: como todos os agentes são fortemente alcalinos devem ser tomados
cuidados especiais para evitar queimaduras da pele.

Limpeza por Solvente Orgânico

Processo: remove a graxa pela ação de hidrocarbonetos clorados . Estes solventes promovem a
limpeza dissolvendo rapidamente as gorduras minerais, vegetais e animais, resinas, ceras, parafina,
asfalto alcatrão e alguns tipos de pintura. Não atacam o metal e não deixam residuos quando aplicados
diretamente. Neste processo não são necessárias a lavagem e secagem posterior das peças.

Agentes químicos: o tricloro-etileno e o percloro-etileno são os principais compostos para este tipo
de limpeza. A característica incombustível destes solventes fez com que os hidrocarbonetos
combustíveis antigamente usados (gasolina, querosene e benzóis) fossem quase completamente
descartados.

Características: os aparelhos começam com uma remoção prévia, seguida de uma remoção definitiva
da gordura. As peças saem do tricloro-etileno (870 C) ou do percloroetileno (119 0 C) em ebulição,
passam através da zona de vapor. Os vapores do solvente condensam-se nas superfícies metálicas
lavando-as definitivamente com o solvente limpo.

Cuidados especiais: pós abrasivos e sujeira sólida não são removidos pela efervecência fraca da
solução. Neste caso as peças devem ser escovadas, a menos que seja possível dirigir um jato de
solvente sobre a peça, numa câmara fechada.
Peças levemente untadas ou de formas complexas são tratadas com vapores de tri ou percloro-etileno,
não passando pela operação de imersão.

Segurança de operadores: o tri e o percloro-etileno não devem ser aplicados alternadamente para a
remoção de graxas de peças de ferro e de alumínio num mesmo recipiente.
O tricloro-etileno quente reage com o pó de alumínio de modo explosivo, formando o cloreto de
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alumínio.
Para o alumínio e suas ligas deve-se usar somente o percloro-etileno.

Desengraxamento Eletrolítico

Processo: neste processo são usadas simultaneamente a saponificação e a emulsificação dos óleos e
das graxas através da ação de substâncias alcalinas, semelhantes às usadas no processo de limpeza por
solvente inorgânico. O processo acontece num banho eletrolítico e as impurezas não saponificáveis
são removidas pelo gás produzido no banho.
Para remover a sujeira e a espuma formada no banho, é mantida circulação através de uma pequena
bomba. As superfícies dos ânodos , geralmente feitas de níquel ou de chapa de aço niquelado, devem
ser tão grandes quanto possível. A introdução de ácido crômico através dos dispositivos de suspensão
pode estragar o banho.

Agentes: são os mesmos utilizados na limpeza por solvente inorgânico, descrita anteriormente. Os
banhos contém compostos alcalinos e cianetos, além de pequenas percentagens de umectantes, que
produzem uma espuma fraca, evitndo perigo de explosão do gás oxídrico.

Características: Ocorre formação de hidrogênio no cátodo. Se não houver desvantagens na absorção


do hidrogênio, as peças (aço) podem ser conectadas no cátodo.
Peças de alumínio, zinco e estanho são ligadas ao cátodo, devido ao forte efeito cáustico dos álcalis.
Para evitar a absorção excessiva de hidrogênio, trabalha-se com impulsos fortes de pequena duração.
A tensão e a corrente são maiores que na maioria dos processos galvânicos.

Cuidados especiais: no caso de peças cobertas com muita graxa ou muita sujeira, torna-se necessária
uma limpeza grosseira preliminar.

Indicações: é principalmente indicado para peças que deverão sofrer revestimento galvânico
posterior.
Como é um tratamento rápido, 1 a 3 minutos, presta-se para a produção em série.

Outras variantes do processo:

 Desengraxamento com cobreação leve simultânea (banho de decapagem cuproso), que pode
revelar se a remoção da graxa foi uniforme , melhorando também a aderencia da camada de
níquel ou de cromo, depositadas em seguida
 Processos combinados de desengraxamento e desoxidação, que trabalham com uma ligação
alternativa das peças ao ânodo e ao cátodo. Com isto consegue-se também o depósito de uma
fina camada de ferro eletrolítico, que reduz a possibilidade de formação de ferrugem do metal
até o tratamento definitivo. Usa-se como preparação para tratamentos galvânicos ou pinturas e
para aumentar a aderência dos revestimentos de esmalte.

Desengraxamento com auxílio de Ultrassom

Processo: as impurezas são removidas/soltas por efeito de vibração, conseguida através de


transdutores ultrassônicos (frequência acima de 20kHz) . O efeito vibratório é combinado com a ação
de soluções orgânicas ou inorgânicas dentro de um banho de imersão.

Agentes químicos: semelhantes aos usados na limpeza química (orgânica e inorgânica).

Características: O ultrassom promove a concentração de altas energias de tração e compressão num

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espaço físico reduzido. Pode remover resíduos de pastas de polimento, pinturas, massas, cementantes
e sujeiras num curto espaço de tempo.

Maquinário:os aparelhos para limpeza podem ser construidos para peças pequenas e delicadas assim
como para peças maiores. Em geral os equipamentos são caros, mas permitem a redução do tempo de
limpeza a segundos.
O processo é feito à temperatura ambiente, e as soluções são de baixa concentração. Estes fatores,
além do fácil manuseio de instalações automatizadas permitem que se faça um balanço financeiro da
conveniência do uso deste processo.

Cuidados especiais: desde que observadas as precauções necessárias de operação, o processo não
apresenta risco.

Decapagem

Fundamentos:decapagem é todo o processo destinado à remoção de óxidos e impurezas inorgânicas,


incluindo-se nestas categorias: a carepa de recozimento e de laminação, as camadas de ferrugem, a
casca de fundição e as incrustações superficiais.

Tipo: a decapagem pode ser feita por diferentes tipos de processos, destacando-se:

Decapagem Mecânica

Escovação e Raspagem

Em pequenas indústrias , ou para peças avulsas, os métodos de remoção de sujeira ou camadas de


óxidos ainda servem-se da escovação, martelamento e raspagem com ferramentas manuais.

Raspagem: é o tratamento conseguido com escovas rotativas (n= 500 a 2000 rpm) de arame de aço
ou bronze ( espessuras de 0,05 a 0,1 mm) , de crina de cavalo ou de substâncias sintéticas. O processo
pode ser acompanhado do uso de abrasivo misturado com óleo. Camadas mais espessas de óxidos
pedem tratamento químico preliminar.

O processo é geralmente antieconômico quando houverem camadas mais espessas de carepa ou


óxidos a serem removidas.

Metodologias alternativas são o esmerilhamento ( para juntas soldadas e fundidas) e o uso de martelos
pneumáticos (remoção de incrustações em caldeiras) .

Tamboreamento

Processo: é um método de esmerilhamento onde as peças são colocadas dentro de um tambor fechado
ou aberto que gira provocando a limpeza das peças pelo atrito com material abrasivo contido no
tambor. Para tambores abertos, o ângulo de inclinação pode ser controlado, alterando a altura de
queda das peças.

Agentes: entre os componentes abrasivos utilizados destacam-se a areia, o pó de esmeril, peças de


aço pequenas e médias, óxido de alumínio, e eventualmente granito e quartzo.

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Características: O processo pode ser feito a seco ou com agentes alcalinos ou ainda com ácido
sulfúrico diluído. Para a eficiência do processo é necessário um peso mínimo das peças e um diâmetro
adequado do tambor.

Indicações: O processo é indicado para peças com sujeiras muito aderidas, e aplica-se a qualquer
metal ou tipo de superfície, bastando adequar o processo a cada caso. Recomenda-se limpar peças de
tamanhos próximos numa mesma operação.

Jato abrasivo

Processo: remove a carepa , óxidos e cascas de fundição por efeito do impacto de areia ou esferas de
aço sobre a peça a limpar. A areia é impulsionada por ar comprimido. O efeito de impacto pode
também ser conseguido por centrifugação e jato turbulento.

Agentes : areia quartzídica ou esferas de aço

Características : a superfície resultante terá aspereza maior (comparada ao tamboreamento) mas


pode ser controlada pela granulação do agente e pelo tempo de jateamento.

Indicações: para peças de formatos complexos, recipientes e instalações estacionárias. O jato de areia
é o tratamento preliminar recomendado para a formação posterior de camadas de fosfatos, assim
como para a aplicação de camadas protetoras de borracha.

Diferenças : areia ou esferas de aço

Areia quartzídica

Indicações:é indicada para peças facilmente deformáveis, com paredes não muito finas e para metais
com coloração natural e alumínio, assim como para peças a serem esmaltadas. O grau de aspereza
depende da pressão do ar, da rotação da centrífuga e do tamanho do grão.

Parâmetros: As pressões são de 2 a 3 atm para o ferro, e de 1 a 1,5 atm para os metais de coloração
natural e ferro fundido.
A areia quartzídica apresenta arestas vivas e tem diâmetro médio entre 1,5 e 3,0 mm. Para chapas de
metal leve o diâmetro recomendado é 0,5mm . O ângulo de incidência mais vantajoso é 450

Esferas de aço

Indicações: são indicadas para uso em material duro . A qualidade da superfície resultante depende
da distância entre bocais, que pode ser otimizada. As esferas de aço são mais eficientes do que a areia,
entretanto encarecem o processo pois a sua produção é onerosa.

Parâmetros : a pressão de ar é de 2,6 atmm. As esferas tem diâmetros entre 0,5 e 2,0 mm . Pode ser
usado um formato alternativo que são pequenos cilindros de aço especial ( resistência de 180 kgf/ mm
2
com diametros entre 1 e 2,5 mm. O ângulo de incidência deve ficar entre 30 e 40 0. Pressões ou
tempos excessivos podem conduzir ao encruamento da peça.

Limpeza Úmida

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Processo: utiliza jato de água a alta pressão para a remoção das cascas de fundição, ferrugens e
revestimentos. É um processo relativamente novo que é efetuado em câmaras especiais.

Características: a água é o agente de limpeza mas necessita ser operada a pressões entre 50 e 75 atm,
o que torna o processo caro. Em compensação, a superfície tratada não requer preparação adicional
antes da aplicação de revestimentos.

Indicações: para peças de médias e grandes dimensões, provenientes de fundição ou para


recondicionamento de estruturas em operação ( e.g. tanques de armazenamento) .

Remoção da Carepa por Flexionamento

Processo: consiste em romper as carepas frágeis através da imposição de deformação. O método


exige uma decapagem posterior e tem sido empregado somente em casos especiais.

Características: requer dispositivo de aplicação de carga adequado ao tipo de peça.

Indicações: para limpeza de tiras, arames e anéis.

Variante: a carepa também pode ser desprendida mediante o enrolamento das tiras ou arames, em
forma de hélice . Alguns estudos tem pesquisado a ruptura da carepa através do alongamento do
arame, mas sem resultados conclusivos.

Decapagem por processos Térmicos

Limpeza de graxa por Recozimento

Processo: As peças trefiladas devem passar por alívio de tensões entre 700 e 750 0 C. No
aquecimento é vedada a entrada de ar para evitar deformações durante a esmaltação. Na temperatura
alcançada queimam-se o óleo, a graxa e a sujeira.

Características : no processo é formada nova carepa que deverá ser removida por decapagem. As
variações do processo incluem: recozimento em atmosfera ácida, que aumenta a solubilidade da
carepa na decapagem, e o recozimento com gás protetor que evita a formação da carepa e de óxidos.
Este último pode ser considerado um tratamento superficial.

Limpeza por Chama

Processo: usa a diferença entre coeficientes de dilatação térmica dos metais e seus óxidos para
romper a carepa, ferrugem ou casca de fundição. A superfície é aquecida rápidamente com chama
oxi-acetilênica, estourando a camada superficial.

Características: a chama oxi-acetilênica aquece a peça a uma temperatura aproximada de 140 0 C,


portanto não há aquecimento execessivo do metal de base. Quanto mais tempo a carepa tiver sido
exposta à intempérie, mais fácil é sua remoção. Para a ferrugem, o efeito da chama é aumentado pela
evaporação da água de hidratação. A decapagem posterior pode ser dispensada.

Indicações: é especialmente indicado para a limpeza de estruturas de galpões, já que não libera
poeira.

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Cuidados especiais: se as faixas de temperatura forem abservadas não há efeito na resistência
mecânica do material da peça.

Limpeza com Pó de Ferro

Processo: a camada superficial da peça é queimada removendo incrustrações de areia e de escória e


rebarbas de peças fundidas.

Características: uma fina camada superficial da peça é queimada com maçarico, promovendo-se
simultaneamente melhor fluidez da escória através da injeção de pó de ferro finamente pulverizado.

Indicações: é empregado para o aço fundido e para o aço laminado, sem liga ou com baixo teor de
liga.

Decapagem Química

Finalidades:

 Produzir superfícies puras - requisito essencial para a aplicação posterior de revestimentos


 reconhecer defeitos estruturais

Características: existe sempre uma solução mais eficiente para o tipo de oxidação de diferentes
metais, que torna o processo mais econômico. Materiais metálicos são atacados por ácidos e bases
fortes . Somente a camada superficial ‘não metálica’ deve ser removida, evitando o ataque do metal
de base. O ataque do metal de base é a chamada “superdecapagem”, que altera espuriamente as
propriedades do metal pelo efeito da difusão do hidrogênio atômico. Os resíduos da decapagem
favorecem a corrosão, portanto uma lavagem final cuidadosa é indispensável, seguida de uma
neutralização alcalina fraca.

Agentes e aditivos:descrevem-se abaixo os aditivos e os ácidos utilizados na decapagem

Aditivos: tem como função a inibição do ataque excessivo das substância ácidas. Para a decapagem,
os aditivos são absorvidos pela superfície metálica, impedindo a difusão do hidrogênio. O efeito
protetor é medido pelo grau de inibição, conforme fórmula abaixo.

Observe-se que o efeito decapante dos ácidos praticamente não é influenciado pelos aditivos.
Empregando agentes ativadores especiais, consegue-se acelerar o processo de decapagem por
umectação intensiva e uniforme da superfície, aperfeiçoando também a inativação da superfície
decapada. Praticamente não há redução de espessura além daquela da carepa.

Outras vantagens do uso dos aditivos:

 Melhor aderência
 Aumento da resistência dos revestimentosmetálicos à tração e à flexão
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 Redução da fragilidade
 Ausência de bolhas provenientes da decapagem, com melhor deformabilidade

Ácidos Decapantes para os metais mais importantes

Aço carbono

Tipo de ácido: decapado com ácido clorídrico ou sulfúrico, diluido.


Concentrações: entre 10 e 20%.
Tempo de decapagem: dependem da espessura da camada de carepa ou ferrugem

Vantagens e desvantagens:
Ácido Sulfúrico: mais barato, mais econômico no consumo, mais fácil de regenerar, tem odor mais
fraco, deve ser aquecido no uso, armazenável em tambores de ferro.
Ácido Clorídrico: é usado a temperatura ambiente, ataca menos o metal, reduz a fragilidade da
decapagem, gera superfícies mais claras, armazenável em tambores de vidro ou de louça.

O custo é em geral o fator decisivo na escolha. Porisso o ácido sulfúrico é o mais usado, além do que
é vendido no mercado a concentrações mais altas (96% ácido sulfúrico contra 33% do ácido
clorídrico), requerendo menor espaço de armazenamento. Entretando o ácido clorídrico permite
tempos menores de decapagem quando aquecido.

O tempo de decapagem depende da quantidade de carepa e ferrugem, devendo ser determinado


experimentalmente em cada caso.

Em casos especiais pode-se usar ácido fosfórico. Ele promove uma certa proteção contra a ferrugem e
melhor aderência das pinturas, mas é mais oneroso. Dispensa lavagem e neutralização posteriores.

Ferro Fundido

Tipo de ácido: pode ser tratado com ácido sulfúrico ou clorídrico diluido, usando aditivos.
Concentrações: quando houver restos de areia na superfície usa-se 7 a 10 % de HCl combinado com 1
a 3% de HF com temperaturas entre 20 e 5000 C

Especificidades: a formação de ferrugem posterior é evitada por um tratamento de ácido fosfórico


diluído.

Aços Inoxidáveis e aços cromo-níquel


A limpeza pode ser feita por uma combinação de ácido nítrico e ácido fluorídico, seguindo
procedimentos de siderurgia.

Metais com coloração natural

Cobre e Suas Ligas

Tipo de ácido: ácido sulfúrico diluído utilizado a 600 0 C


Concentração: de 10 a 15%
Tempo de decapagem: não é relevante pois a decapagem é leve
Aditivos: não são necessários
Especificidades: a superfície resultante não apresenta brilho uniforme. Quando desejado tal atributo
usa-se ataque por mistura de ácidos , especialmente o ácido nítrico.

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Zinco

Tipo de ácido: ácido clorídrico ou sulfúrico usado à temperatura ambiente.


Concentração: 3 a 10% e combinado com aditivos.
Especificidades: para ligas de zinco contendo Cu e Al passam por decapagem preliminar em mistura
de ácido crômico e clorídrico e uma decapagem final em solução com alto teor de ácido crômico.
Zinco fundido é em geral só escovado, e antes da galvanização a graxa é removida por imersão rápida
em solução de 2 a 5% de HCl ou HNO3, com aditivo. Segue-se uma escovação final

Estanho e Chumbo

Tipo de ácido: ácido clorídrico 2 a 3% ou ácido nítrico diluido.


A decapagem é seguida de uma lavagem eficiente e secagem imediata, evitando assim uma limpeza
mecânica.

Alumínio e Suas Ligas

Tipo de solução: soda cáustica diluida e ácidos nítrico e fluorídrico

Especificidades: o aluminio e suas ligas são cobertos por camadas finas e densas de óxidos quando
expostos ao oxigênio do ar, que devem ser removidas antes da aplicação de outros tratamentos.
As peças passam em geral pela solução de soda cáustica, com elevação de temperatura, devendo ser
lavadas em seguida. Para remoção de residuos faz-se breve imersão em ácido nítrico.
Para ligas contendo silício o processo ainda prevê um banho adicional em solução fraca de ácido
fluorídrico, seguindo-se nova lavagem.
Cascas de fundição e laminação são removidas obtendo-se uma superfície clara e lisa.
O grau de ataque da superfície é controlado pelo tempo de imersão.

Cuidados: no caso de quantidades maiores de óleo, graxa ou abrasivos, recomenda-se a remoção


prévia da graxa.

Decapagem Eletrolítica

Análogo ao processo de remoção de graxa por método eletrolítico, empregando o desenvolvimento de


gás para aumento da eficiência.

Tipos de Processos Eletrolíticos

Bullard-Dunn: neste método as peças são ligadas ao cátodo. O anodo é feito de chumbo ou de
estanho, e o eletrólito contém ácido sulfúrico. O hidrogênio se forma e quebra a camada de óxido e as
supefícies limpas recebem imediatamente um revestimento fino de chumbo ou estanho.
O processo pode ser aplicado a todos os aços , incluindo os aços Cr-Ni e Cr-Mo.
Trabalha com muita eficiência dentro de amplos limites de concentração e densidade de corrente.
As dimensões e dureza das peças não são alteradas.
É indicado para moldes de fundição com carepa e peças de precisão temperadas.

Decapagem anódica: neste processo usam-se ácidos inorgânicos e aditivos, especialmente para os
aços, alumínio e suas ligas. Um controle rigoroso é necessário.
Este processo é indicado para peças com roscas que deverão passar por posterior galvanização. A
pouca remoção do material do núcleo da rosca corresponde a um menor depósito na galvanização (
decapagem de precisão).

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Processo com Condutor Central: são banhos fortemente alcalinos ( ou com substâncias fundidas),
combinando altas densidades de corrente e altas temperaturas. O eletrólito é uma solução diluida de
ácido clorídrico ou ácido sulfúrico.
As peças são suspensas sem ligação metálica com a fonte de energia elétrica, entre o cátodo e o
anodo. Não existe portanto problemas de fixação ou contato deficiente.
A corrente passa de um eletrodo para o outro através da peça ( condutor central), provocando
decapagem da superfície na entrada e saida.
Decapagem mais uniforme é conseguida por inversão intermitente dos polos.

É empregado para a decapagem de arames, chapas, tiras e peças miudas, (acondicionadas em cestas).

Variantes: Remoção Simultânea de Graxa e Ferrugem


Pode ser conseguida por banho altamente alcalino concentrado, usando corrente contínua e elevação
da temperatura. O ultrassom também é empregado com sucesso na dacapagem .

Processos de Acabamento Fino

Retificação

Visa a eliminação das irregularidades, das fissuras, dos poros e dos corpos estranhos e dos óxidos,
satisfazendo as condições exigidas para posterior lustração.

Processo: satisfaz as condições acima através da remoção de material, utilizando rebolo em forma de
disco. O rebolo remove material da peça por abrasão . a retificação pode ser executada em duas
etapas, retificação de desbaste e retificação de acabamento, dependendo do estado da superfície a
tratar.

Agentes: Os agentes da retificação são materiais abrasivos combinados com aglomerantes. O


tamanho dos grãos abrasivos é definido através de peneiras normalizadas (DIN 1771).
Para metais duros, geralmente retificados a seco, utiliza-se o coríndon natural ou artificial, carbonetos
duros ou pedra-pomes, com aglomerante cerâmico ou mineral (p.ex., argila, silicatos, quartzo), ou de
resina sintética ou de borracha.

Características: a seleção do tipo de rebolo, grão abrasivo e material aglomerante depende do


material a retificar. Rebolos mais elásticos, como os de cortiça, de feltro, de papelão ou de madeira,
ou com tiras de couro ou feltro, portadores de grãos abrasivos são usados para manter baixa a
remoção do metal da peça.
A velocidade de rotação tem influência sobre o desempenho do rebolo e sobre o acabamento
superficial. Rotações excessivas pode provocar empastamento (por calor do atrito) e fissuras. As
velocidades máximas são estabelecidas por norma (DIN 69 103).

Cuidados especiais: Metais pesados e leves não devem ser retificados ou polidos com o mesmo
rebolo. As velocidades máximas devem ser obedecidas para se alcançar um bom resultado.

Outras variantes: também é usada a retificação com fitas, especialmente para locais de difícil acesso.
A fita é elástica e não deixa riscos na superfície. Pode-se usar velocidades mais altas sem riscos de
acidentes. O acionamento é feito por polia. Para os diferentes metais existem também velocidades e
tipos de abrasivos recomendados

Polimento Mecânico

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É a lustração dos metais que pode ser feita antes e/ou após a aplicação de revestimentos. Pode ser
feita manualmente com o uso de discos, em politrizes automáticas ou pelo processo eletrolítico

Polimento com discos

Processo: é idêntico à operação de retificação com rebolo. Utiliza os mesmos tipos de máquinas.

Agente: é um tipo de pasta aplicado sobre o disco girante. O disco é feito de couro, feltro ou pano.

Características: as rotações são mais altas do que na retificação. Pode-se polir chapas, tiras e corpos
de revolução de forma complexa, em politrizes automáticas equipadas com gabaritos.

Polimento em Tambores

Processo:é similar ao tamboreamento, usando-se esferas de aço para o polimento.

Agentes: as esferas de polimento (ou pequenos cilindros) são usadas em combinação com um fluido
de polimento, adequado ao estado da superfície, dureza e natureza do material. O fluido de polimento
pode ter base alcalina ou cianídrica. Eventualmente é suficiente uma solução de sabão. Pode-se
também usar o polimento a seco, com retalhos de couro ou serragem.

Características: O processo pode ser úmido ou a seco conforme visto acima.

Cuidados Especiais: Em ambos os casos as esferas usadas no tambor devem ser lavadas, secas e
protegidas contra a ferrugem quando em repouso. Este procedimento evita a formação de incrustações
duras

Polimento Eletrolítico – Rebarbamento e Lustração

A condição para a aplicação deste processo é que a superfície da peça deve ser lisa .

Processo: as peças a polir são ligadas ao anodo e imersas num eletrólito adaptado ao material. Os
pontos salientes entram em solução, devido à maior densidade de corrente nestes pontos, enquanto as
cavidades se mantém passivas. A remoção do material é portanto um processo eletro-químico.

Agentes: corrente elétrica e substância do banho

Características: os banhos trabalham com agitação do eletrólito e aumento de temperatura. Os


vapores gerados devem ser aspirados. A densidade de corrente, a temperatura e a composição do
banho devem ser rigorosamente controladas. O tempo de exposição é de apenas alguns minutos. O
metal base permanece isento de tensões favorecendo a aderência de revestimentos galvânicos.

Indicações: é indicado para metais pesados e leves, ferro fundido e peças fundidas sob pressão. O
processo já é empregado para a lustração do alumínio antes da anodização.
As peças devem estar isentas de carepa e óxidos.

Cuidados Especiais: peças muito perfiladas requerem precauções especiais por causa da densidade
heterogênea da corrente.

Variantes: Existem processos químicos de polimento sem uso de corrente elétrica. O método não é
tão eficiente quanto o eletrolítico. Pode-se também empregar instalações automáticas combinadas de

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polimento e galvanização. Se simultaneamente for usado o ultrassom, os tempos de tratamento podem
ser reduzidos.

Processos Especiais

Existem alguns procedimentos especiais que se destinam não só à limpeza, mas a outros objetivos
específicos.
Estes procedimentos são aqui descritos.

Gravura Profunda

Pode ter vários objetivos como:


-Ataque de cristais de uma amostra metalográfica
-Obtenção de superfícies rebaixadas em cilindros de impressão
-Gravura de letras em metais

É executada por processos químicos ou eletrolíticos, sendo os últimos mais precisos. O assunto não
será tratado aqui, mas pode ser procurado em literatura especializada, que aborda também os
processos de carimbagem e inscrição com arco elétrico.

Remoção da Ferrugem através de Pastas

Tem por objetivos remoção de ferrugens e sais formados sem a influência da temperatura, por ação
atmosférica ou química.

Usa a aplicação de pastas preparadas com substâncias portadoras orgânicas que contém ácidos ou
bases e inibidores da evaporação. As pastas ácidas devem conter inibidores especiais.

O tempo de atuação pode chegar a vários dias. Em seguida as superfícies devem ser lavadas,
neutralizadas e secas. A eficiência do método é restrita se as superfícies estiverem ao tempo. As peças
limpas devem ser cobertas por pintura protetora assim que termine o processo.

Uso: para instalações estacionárias com grandes superfícies que não permitam decapagem ou limpeza
mecânica

OBS: bloqueios de uniões parafusadas ou ajustadas causados por temperatura não podem ser soltos
por decapagem. Nestes casos recomenda-se o aquecimento.

Remoção das Incrustações de Caldeiras e outras Máquinas

Tem por objetivo remover carepa, ferrugem e demais depósitos em caldeiras de vapor, trocadores de
calor , recipientes e condutores de água ( estrangulamentos).

Usa a aplicação de ácidos diluidos, alternada com a aplicação de soluções alcalinas. Óxidos de ferro
de baixa solubilidade, depósitos orgânicos e inorgânicos podem ser dissolvidos por processos
especiais, empregando elevação de temperatura.

O processo é eficiente pois atinge com a mesma qualidade locais inacessíveis a outros métodos de
limpeza.

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Cuidados: o uso de inibidores com ação protetora garantida é essencial para que possam ser
empregados até a temperatura de ebulição.

Remoção de revestimentos velhos por decapagem

Tem por finalidade remover revestimentos velhos ou defeituosos.


Processos químicos ou eletrolíticos são os mais usuais

Agentes: para os revestimentos delgados de cromo usa-se ácido clorídrico diluido 1:1. para
revestimentos mais espessos (cromo duro) usa-se solução alcalina à temperatura ambiente.
Para os revestimentos de níquel usa-se mistura de ácido sulfúrico e ácido nítrico com aditivos.
Para depósitos de cobre, zinco,estanho e metais nobres usam-se banhos especiais, alcalinos ou ácidos.
Para camadas velhas de fosfatos, usa-se ácido clorídrico ou nítrico, diluidos

Cuidados: o manuseio de soluções contendo cianetos deve ter rigorosa precaução. O mesmo se aplica
à remoção de esmaltes em soluções altamente concentradas ou banhos fundidos.

QUESTÕES SOBRE TRATAMENTOS SUPERFICIAIS EM PEÇAS METÁLICAS

1) Qual o objetivo dos tratamentos superficiais em peças produzidas pela indústria? Cite cinco benefícios
decorrentes da alteração da superfície metálica.

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2) Quais os tratamentos preliminares que se devem realizar nas peças antes da aplicação do revestimento
PVD/CVD ou tratamento termoquímico?

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3) Qual a operação de limpeza recomendada para remoção de óleo/graxa e sujeira aderidos na superfície
das peças? Explique os diferentes métodos disponíveis para esta remoção. Do que depende a escolha do
método?

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4) Qual a operação de limpeza recomendada para remoção de óxidos (“ferrugem”) ou carepa da superfície
das peças? Explique os diferentes métodos disponíveis para esta remoção.

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5) No que consistem os processos de acabamento fino e os processos especiais? Qual a finalidade destes
tratamentos superficiais?

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SEMINÁRIO SOBRE PROCESSOS DE REVESTIMENTO
(aplicações, processamento, estrutura e propriedades)

1. Zincagem;

2. Cromagem;

3. Fosfatização;

4. Revestimento PVD;

5. Revestimento CVD;

6. Deposição por Aspersão Térmica

7. Deposição por Soldagem

4. BIBLIOGRAFIA

1. CALLISTER JR, W. D. Fundamentos de Ciência e Engenharia dos Materiais, 1a


Edição, Rio de Janeiro:LTC, 2006.

2. CIMM Centro de Informação Metal Mecânica. Disponível em:


http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico)

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