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INTRODUÇÃO

Os processos de tratamento de esgoto tem entre os objetivos, separar o


material sólido da parte líquida, evitando a contaminação das águas superficiais, de
forma que os nutrientes, poluentes e contaminantes ficam concentrados no lodo
(CORREA, FONSECA & CORREA, 2007).

Segundo SPERLING (2005), entre as principais etapas de gerenciamento do


lodo estão o adensamento que inclui a redução do volume do lodo através da remoção
de umidade, a estabilização, responsável pela remoção da matéria orgânica, o
condicionamento, que é a preparação para a desidratação, o desaguamento ou
desidratação, fase que remove a umidade, a higienização, a qual remove os patógenos e
por fim, a disposição final onde há a destinação dos subprodutos.

A estabilização de lodos de esgoto envolve processos químicos, físicos e


biológicos, no qual o lodo bruto é proveniente do processo de tratamento primário,
através de flotação ou sedimentação e o lodo digerido é obtido por biodigestores
anaeróbios ou aeróbios, tendo redução de SSV superior a 40% (FERREIRA &
ANDREOLI, 1999).

O lodo também pode ser denominado biossólido, já que é composto


principalmente por sólidos biológicos e, neste caso, é necessário que suas características
químicas e biológicas sejam adequadas a sua utilização produtiva, como no caso da
agricultura, alternativa mais benéfica do que a improdutiva disposição final em aterros,
no solo ou incineração (ANDREOLI et al., 2001).

As alternativas usuais para a disposição final de lodo incluem: aterro sanitário,


reuso industrial – uso na fabricação de cerâmica, tijolos e cimento-, recuperação de
áreas degradadas e de mineração, landfarming, uso agrícola e florestal (BETTIOL &
CAMARGO, 2006).

Muitos trabalhos têm sido realizados no intuito de testar a viabilidade de


reutilização do lodo. Entre eles MARIA, KOCSSI & DECHEN, (2007) que utilizaram o
lodo no solo durante dois anos consecutivos, de forma que o subproduto fora
considerado como condicionante, melhorando a agregação do solo.

BEZERRA et al., (2006) aplicou lodo para a revegetação de uma área degradada
e obteve aumentos significativos de carbono orgânico, nitrogênio, fósforo, magnésio,
potássio e cálcio, além dos micronutrientes de ferro, zinco e cobre, desta forma, o lodo
representou uma alternativa viável para a disposição final do lodo.

Assim, o lodo representa uma alternativa que tem se mostrado viável para o uso
em diversas atividades, evitando o seu descarte final em aterros. O presente trabalho
visa, por forma de revisão de literatura, elucidar as principais etapas de gerenciamento
do lodo gerado nas estações de tratamento de esgoto, bem como as formas de reuso de
tal.
REVISÃO DE LITERATURA

Composição do Lodo

O lodo é um eficiente condicionador ou fertilizante para o solo já que é rico em


matéria orgânica e macronutrientes para as plantas, no entanto, o lodo de esgoto
apresenta em sua composição, diversos poluentes como metais pesados, organismos
patogênicos e compostos orgânicos persistentes (BETTIOL & CAMARGO, 2006).

Segundo a Resolução CONAMA 375/2006 essas características são utilizadas


como indicador de qualidade do lodo, assim, a caracterização do mesmo deve incluir:
conteúdo de elementos e substâncias potencialmente tóxicas (arsênio, boro, cobre,
chumbo, mercúrio, entre outros), potencial agronômico (teor de carbono orgânico,
fósforo total, nitrogênio total magnésio total, entre outros), perfil sanitário (ovos de
helmintos, coliformes termotolerantes, ovos de taenia e salmonella) e estabilidade (ou
atratividade de vetores).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDREOLI, C. V. et al. Lodos de esgotos: tratamento e disposição final.


Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. 484p. Minas Gerais, 2001.

BETTIOL, W. & CAMARGO, O. A. de. Lodo de Esgoto: Impactos ambientais na


agricultura. Embrapa Meio Ambiente. São Paulo, 2006.

BEZERRA, F. B. et al. Lodo de esgoto em revegetação de área degradada. Pesq.


agropec. bras., Brasília, v.41, n.3, p.469-476, mar. 2006

CORREA, Rodrigo S.; FONSECA, Yone M. F.; CORREA, Anelisa S.. Produção de
biossólido agrícola por meio da compostagem e vermicompostagem de lodo de esgoto.
Rev. bras. eng. agríc. ambient., Campina Grande , v. 11, n. 4, Aug. 2007.

FERREIRA, A. C. & ANDREOLI, C. V. Uso e manejo do lodo de esgoto na


agricultura. Programa de pesquisas em saneamento básico. Companhia de Saneamento
do Paraná. Curitiba, 1999.

MARIA, Isabella Clerici de; KOCSSI, Mariana Anselmi; DECHEN, Sonia Carmela
Falci. Agregação do solo em área que recebeu lodo de esgoto. Bragantia, Campinas , v.
66, n. 2, 2007 .

Resolução CONAMA nº 375 de 2006 - Conselho Nacional do Meio Ambiente.

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