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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANDRÉ DA COSTA LUCRÉCIO


CÉSAR GOMES DA SILVA
ROMILDO AUGUSTO GOMES DA SILVA

FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA

ENERGIA EÓLICA

Niterói
2010
ANDRÉ DA COSTA LUCRÉCIO - 082490182
CÉSAR GOMES DA SILVA - 062400152
ROMILDO AUGUSTO G. DA SILVA - 072400032

FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA

ENERGIA EÓLICA

Trabalho entregue como


exigência da disciplina de Fontes
Alternativas de Energia do curso de
Engenharia de Produção da
Universidade Salgado de Oliveira.

Niterói
2010
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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar uma abordagem geral sobre
energia eólica e suas características no Brasil e no mundo. O mercado de
energia eólica mundial vem apresentando forte impacto no aumento de
capacidade instalada mundial. A despeito dessa vertente, o Brasil, conhecido
pelo grande volume de ventos, caminha de maneira discreta, porém numa
ascendente, em direção à consolidação da energia eólica na matriz energética
nacional.

Palavras-chave: Fonte Alternativa, Energia Eólica, Sistema Eólico.

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ABSTRACT

This paper aims to present a general approach on wind and its


characteristics in Brazil and worldwide. The global wind energy market is
showing strong impact on the worldwide capacity increase installed. Despite
this aspect, Brazil, known by massive winds, moves in discrete way, but an
upward, toward the consolidation of wind energy in national energy policies.

Keywords: Alternative Power, Wind Power, Wind Power System.

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INDICE

1- INTRODUÇÃO 6
2- APLICAÇÕES DA ENERGIA EÓLICA 8
2.1- NAVEGAÇÃO 8
2.2- MOINHOS DE VENTO 8
2.3- GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 9
3- COMPONENTES DE UM SISTEMA EÓLICO 9
4- COMO FUNICONA O SISTEMA EÓLICO 11
5- APLICAÇÕES DO SISTEMA EÓLICO 12
5.1- SISTEMAS ISOLÁDOS 12
5.2- SISTEMAS HÍBRIDOS 13
5.3- SISTEMAS INTERLIGADOS À REDE 13
6- ENERGIA EÓLICA NO MUNDO 14
6.1- CAPACIDADE INSTALADA 15
6.2- MAIORES PRODUTORES 15
6.3- ENERGISA EÓLICA NOS ARRANHA-CÉU 16
6.4- AS MICROEÓLICAS 18
7- ENERGIA EÓLICA NO BRASIL 19
7.1- POTENCIALIDADE EÓLICA 19
7.2- CAPACIDADE INSTALADA 20
7.3- PROJETOS EM OPERAÇÃO NO BRASIL 22
8- CUSTOS 25
8.1- CUSTOS DE INSTIMENTO 25
8.2- CUSTO DA ENERGIA 25
8.3- DIVISÃO DO CUSTO DA ENERGIA 25
9- VANTAGENS DA ENERGIA EÓLICA 26
10- DESVANTAGENS DA ENERGIA EÓLICA 26
11- CONCLUSÃO 28
12- BIBLIOGRAFIA 29

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1- INTRODUÇÃO

O vento é o ar em movimento devido ao aquecimento desigual da


superfície da terra pelo sol. A terra e sua faixa de ar, a atmosfera, recebem
mais calor solar próximo ao Equador do que nas regiões polares. Mesmo
assim, as regiões equatoriais não ficam mais quentes a cada ano, nem as
polares ficam mais frias. É o movimento do ar ao redor da terra que ameniza a
temperatura extrema e produz ventos na superfície tão úteis para a geração de
energia.

Como todos os gases, o ar se expande ou aumenta de volume quando


aquecido, e contrai e diminui de volume quando resfriado. Na atmosfera o ar
quente é mais leve e menos denso do que o ar frio e se eleva a altas altitudes
quando fortemente aquecido pelo sol. O ar aquecido próximo ao Equador fluirá
para cima, e então, na direção dos pólos onde o ar próximo a superfície é mais
frio. As regiões terrestres próximas aos pólos agora têm mais ar, pressionando-
as, e o ar da superfície mais fria tende a desligar dessas áreas e
movimentarem-se na direção do Equador.

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A força motora primária da brisa do mar é a diferença de temperatura
entre a terra e o mar. Quando essa diferença é grande e diurna, podem ser
esperadas brisas marinhas relativamente fortes durante as horas da tarde e no
começo da noite. As brisas marinhas mais intensas são encontradas naquelas
regiões subtropicais, ao longo da costa dos continentes onde haja um oceano
frio. É precisamente nessas regiões que o vento predominante é geralmente
fraco e a brisa marinha local é na verdade quase a única fonte de energia
eólica por grande parte do ano.

A topografia, ou características físicas do solo, influencia fortemente as


características do vento. As montanhas impedem a passagem uniforme dos
ventos, o ar canalizado ao redor ou através das aberturas freqüentemente
aumenta os ventos fortes locais, ideais para geradores de energia eólica

A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as


estações e as horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também têm
grande influência na distribuição de freqüência de ocorrência de velocidade do
vento em um local. Além disso, a quantidade de energia eólica extraível numa
região depende das características de desempenho, altura de operação e
espaçamento horizontal dos sistemas de conversão de energia eólica
instalados.

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2- APLICAÇÕES DA ENERGIA EÓLICA.

2.1- Navegação.

Barcos a vela

No mar o vento já era empregado para mover barcos à vela de pano em


3.500 a.C..

2.2- Moinhos de vento.

Moinhos de vento

8
Em terra os primeiros moinhos de vento talvez tenham aparecidos na
Pérsia por volta de 700 d.C. Nos moinhos de vento a energia eólica era
transformada em energia mecânica e conseqüentemente utilizada na moagem
de grãos (fabricação de farinhas), na irrigação de terras áridas e ainda na
drenagem de canais, sobretudo nos Países Baixos:

2.3- Geração de Energia Elétrica.

Aerogeradores

Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores


(grandes turbinas), colocadas em lugares de muito vento. Essas turbinas têm a
forma de um cata-vento ou um moinho. Esse movimento, através de um
gerador, produz energia elétrica.

3- COMPONENTES DE UM SISTEMA EÓLICO

Um sistema eólico é constituído por vários componentes que devem


trabalhar em harmonia de forma a propiciar um maior rendimento final. Para
efeito de estudo global da conversão eólica devem ser considerados os
seguintes componentes:

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 Vento: É o principal elemento, ele determina a disponibilidade
energética do local destinado à instalação do sistema eólico.

 Rotor: É o componente do sistema eólico responsável por captar a


energia cinética dos ventos e transformá-la em energia mecânica de
rotação. É o componente mais característico de um sistema eólico. Por
este motivo, a configuração do rotor influenciará diretamente no
rendimento global do sistema.

 Transmissão e Caixa Multiplicadora: A transmissão, que engloba a


caixa multiplicadora, possui a finalidade de transmitir a energia mecânica
entregue pelo eixo do rotor até o gerador.

 Gerador Elétrico: Responsável pela transformação da energia


mecânica de rotação em energia elétrica através de equipamentos de
conversão eletro-mecânica.

 Mecanismo de Controle: Destinam-se à orientação do rotor, ao


controle de velocidade, ao controle de carga, etc. Pela variedade de
controles, existe uma enorme variedade de mecanismos que podem ser
mecânicos (velocidade, passo, freio), aerodinâmicos (posicionamento do
rotor) ou eletrônicos (controle da carga).

 Torre: As torres são necessárias para sustentar e posicionar o rotor a


uma altura conveniente para o seu funcionamento. É um item estrutural
de grande porte e de elevada contribuição no custo inicial do sistema.
Em geral, as torres são fabricadas de metal (treliça ou tubular) ou de
concreto e podem ser ou não sustentadas por cabos tensores.

 Sistema de Armazenamento: Também chamado de banco de baterias,


pode ser necessária a utilização desse sistema devido à mudança de
comportamento do vento ao longo do tempo, ele garante o fornecimento
de energia adequado à demanda.

 Transformador: Responsável pelo acoplamento elétrico entre o


aerogerador e a rede elétrica.

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 Acessórios: englobam todos os itens de apoio necessários ao
funcionamento do sistema eólico. Incluem-se transmissões, freios,
embreagens, eixos, acoplamentos e mancais que não apresentam
nenhum problema tecnológico aos sistemas eólicos.

Esquema típico de um aerogerador

O rendimento global do sistema eólico relaciona a potência disponível do


vento com a potência final que é entregue pelo sistema. Os rotores eólicos ao
extraírem a energia do vento reduzem a sua velocidade; ou seja, a velocidade
do vento frontal ao rotor é maior do que a velocidade do vento atrás do rotor.
Uma redução muito grande da velocidade do vento faz com que o ar circule em
volta do rotor, ao invés de passar através dele.

4- COMO FUNCIONA O SISTEMA EÓLICO

Um aerogerador consiste num gerador elétrico movido por uma hélice,


que por sua vez é movida pela força do vento. A hélice pode ser vista como um
motor a vento, cujo único combustível é o vento.

A quantidade de eletricidade que pode ser gerada pelo vento depende, a


grosso modo, de quatro fatores: da quantidade de vento que passa pela hélice,
do diâmetro da hélice, a dimensão do gerador e o rendimento de todo o
sistema.

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As turbinas são, em princípio, instrumentos razoavelmente simples. O
gerador é ligado através de um conjunto acionador a um rotor constituído de
um cubo e duas ou três pás. O vento aciona o rotor que faz girar o gerador e
converte esta energia mecânica captada pelas pás em energia elétrica.

A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as


estações e as horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também têm
grande influência na distribuição de freqüência de ocorrência de velocidade do
vento em um local. Além disso, a quantidade de energia eólica extraível numa
região depende das características de desempenho, altura de operação e
espaçamento horizontal dos sistemas de conversão de energia eólica
instalados, que será melhor abordado no decorrer deste trabalho.

Os aerogeradores precisam agrupar-se em parques eólicos


(concentrações de aerogeradores), necessários para que a produção de
energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar
localidades remotas e distantes da rede de transmissão. É possível ainda a
utilização de aerogeradores de baixa tensão quando se trate de requisitos
limitados de energia elétrica.

5- APLICAÇÕES DO SISTEMA EÓLICO

Um sistema eólico pode ser utilizado em três aplicações distintas:


sistemas isolados, sistemas híbridos e sistemas interligados à rede. Os
sistemas obedecem a uma configuração básica, necessitam de uma unidade
de controle de potência e, em determinados casos, conforme a aplicação, de
uma unidade de armazenamento.

5.1- Sistemas Isolados

Os sistemas isolados de pequeno porte, em geral, utilizam alguma forma


de armazenamento de energia. Este armazenamento pode ser feito através de
baterias ou na forma de energia potencial gravitacional com a finalidade de
armazenar a água bombeada em reservatórios elevados para posterior
utilização.

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Alguns sistemas isolados não necessitam de armazenamento, como no
caso dos sistemas para irrigação onde toda a água bombeada é diretamente
consumida.

Os sistemas que armazenam energia em baterias necessitam de um


dispositivo para controlar a carga e a descarga da bateria. O controlador de
carga tem como principal objetivo não deixar que haja danos ao sistema de
bateria por sobrecargas ou descargas profundas.

Para alimentação de equipamentos que operam com corrente alternada


(CA) é necessário a utilização de um inversor. Este inversor pode ser de estado
sólido (eletrônico) ou rotativo (mecânico).

5.2- Sistemas Híbridos

Os sistemas híbridos são aqueles que apresentam mais de uma fonte de


energia como, por exemplo, turbinas eólicas, geradores Diesel, módulos
fotovoltaicos, entre outras. A utilização de várias formas de geração de energia
elétrica aumenta a complexidade do sistema e exige a otimização do uso de
cada uma das fontes. Nesses casos, é necessário realizar um controle de
todas as fontes para que haja máxima eficiência e otimização dos fluxos
energéticos na entrega da energia para o usuário.

Em geral, os sistemas híbridos são empregados em sistemas de médio


porte destinados a atender um número maior de usuários. Por trabalhar com
cargas em corrente alternada, o sistema híbrido também necessita de um
inversor. Devido à grande complexidade de arranjos e multiplicidade de
opções, a forma de otimização do sistema torna-se um estudo particular a cada
caso.

5.3- Sistemas Interligados à Rede

Os sistemas interligados à rede não necessitam de sistemas de


armazenamento de energia, pois, toda a geração é entregue diretamente à
rede elétrica. Estes sistemas representam uma fonte complementar ao sistema
elétrico de grande porte ao qual estão interligados.

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Os sistemas eólicos interligados à rede apresentam as vantagens
inerentes aos sistemas de geração distribuída tais como: a redução de perdas,
o custo evitado de expansão de rede e a geração na hora de ponta quando o
regime dos ventos coincide com o pico da curva de carga.

6- ENERGIA EÓLICA NO MUNDO

A energia eólica pode garantir 10% das necessidades mundiais de


eletricidade até 2020, e pode criar 1,7 milhões de novos empregos e reduzir a
emissão global de dióxido de carbono na atmosfera em mais de 10 bilhões de
toneladas.

A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi


instalada em 1976, na Dinamarca. Atualmente, existem mais de 30 mil turbinas
eólicas em operação no mundo. Recentemente, na Dinamarca, foi inaugurada
a maior fazenda eólica, off-shore, do mundo.

Apesar da crise financeira mundial, a implantação de usinas eólicas deu


um salto no ano passado, com a implantação de mais 37.500 MW de energia
elétrica no mundo, o que equivale a 2,6 vezes a capacidade da usina
hidrelétrica de Itaipu, que é de 14 mil MW e um acréscimo de 42% sobre o ano
anterior, segundo se informou na Feira Industrial de Hannover. E a projeção do
presidente da entidade nacional de produtores da Alemanha, Hermann Albers,
é de que haja um crescimento anual de 20%, elevando os investimentos dos
atuais 50 bilhões de euros por ano para 200 bilhões. O destaque é mais uma
vez a China, que mais do que dobrou sua capacidade em 2009, atingindo
agora 25.800 MW.

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6.1- Capacidade Instalada

Capacidade Instalada até 2007

De acordo com a pesquisa do Conselho Global de Energia Eólica


(GWEC, na sigla em inglês), em 2009, a capacidade da América Latina passou
de 653 MW para 1,27GW, enquanto a capacidade do mundo ampliou-se em
37,5GW, chegando a 157,9GW. Em termos absolutos, os Estados Unidos têm
uma capacidade de 35 GW, a China de 25 GW, a Índia de 11 GW e a Europa
de 76 GW.

6.2- Os Maiores Produtores.

Os Maiores Produtores até 2008

15
O vice-diretor do Departamento da Energia Renovável da Administração
Nacional de Energia da China, Shi Lishan, afirmou que, no final de 2009, a
capacidade instalada de energia eólica da China atingiu 25 milhões quilowatts,
ficando no segundo lugar do mundo. Shi Lishan afirmou que esse volume em
2005 era de somente 1,27 milhões de quilowatts. Nos últimos anos, a China
manteve uma tendência acelerada do desenvolvimento no setor, com um
aumento considerável por quatro anos consecutivos. Segundo Shi, a China
está dando mais atenção ao plano de rede elétrica e às usinas de energia
eólica. Ao mesmo tempo, o país também está acelerando a captação de
energia eólica no mar.

6.3- Energia Eólica nos Arranha-Céu.

Bahrain World Trade Center

O Bahrain World Trade Center começou a ser construído em 2004 pela


companhia dinamarquesa Ramboll e foi inaugurado em 2008, ele tem 50
andares, mede 240 metros de altura e é o primeiro arranha-céu equipado com
turbinas eólicas. As turbinas foram fabricadas pela companhia dinamarquesa
NORWIN, especializada em energia eólica.

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Cada uma das 3 turbinas mede 29 metros de diâmetro e tem uma
potencia de 225 KW e juntas geram 675 KW, entre 11 e 15% da energia
consumida pelo arranha-céu.

Comissionamento das turbinas do Bahrain World Trade Center

Castle House, em Londres

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Em 2010 será inaugurado o segundo edifício com turbinas eólicas
(3 turbinas de 20 KW cada da companhia dinamarquesa Norwin), o Castle
House, em Londres.

6.4- As Microeólicas

Um novo conceito de geração eólica começa a ganhar mais espaço em


todo mundo, inclusive aqui no Brasil. As microeólicas consistem na geração de
energia renovável a partir do vento em menor escala, residencial, pequenos
negócios entre outros. São pequenas turbinas eólicas que podem ser
instaladas no quintal de casa. Elas capturam o vento e transformam esta
energia em eletricidade.

Gentle Breeze

As microeólicas produzidas pela empresa japonesa Shinko Eletric


possuem pás na vertical e utilizam a força do vento de forma similar à asa de
um avião.

De acordo com o gerente de meio ambiente do Banco Sumitomo Mitsui,


Hajime Uchida, a Gentle Breeze é uma energia inteligente que já esta no

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mercado japonês há dois anos, sendo produzida na Europa e nos Estados
Unidos. “Com pás de 2 metros e rotor com 1,8 a 3,2 metros e gerando até 2,26
KW, dependendo do modelo, essas microeólicas entram em funcionamento
com ventos de apenas 2 m/s (7,2 Km/h) e podem ser instaladas no topo de
edifícios, barcos, em jardins residenciais, em estádios, hospitais, shopping
centers e outras construções. No caso de ventos leves, pode contar com o
auxilio de placas fotovoltaicas, outra fonte renovável e de graça”.

7- ENERGIA EÓLICA NO BRASIL

No primeiro leilão de energia eólica do País, promovido em dezembro, o


Ceará apareceu como o Estado com mais projetos cadastrados, seguido por
Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. As regiões que registraram mais
empreendimentos no certame são justamente as que aparecem no Atlas do
Potencial Eólico Brasileiro, estudo encomendado pelo Ministério de Minas e
Energia, como as mais promissoras para a fonte. Por meio de medições de
vento, clima e solo, foi traçado um mapa com as regiões que apresentariam as
melhores condições para a geração de energia pela força dos ventos.

7.1- Potencialidade Eólica

Resultados Preliminares da CBEE - 1998

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“Os investidores sempre fazem suas próprias medições, mas o atlas é
um indicativo que mostra onde eles devem focar”, explica o pesquisador do
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), Antônio Leite de Sá.
Atualmente, ele trabalha no desenvolvimento de uma nova versão do
documento, que trará dados atualizados. No atlas antigo, com medições feitas
a alturas de até 50 metros, o potencial brasileiro foi estimado em 143,5GW.
Com o desenvolvimento da tecnologia as torres eólicas ficaram cada vez
maiores, o que deixou o mapeamento anterior defasado.

Na nova versão, as medições serão feitas a 150 metros, e o Cepel não


descarta mapear até mesmo alturas de 200 metros. O estudo, que deve ser
concluído em até dois anos, mostrará um potencial eólico ainda maior para o
País. “Eu trabalho com uma estimativa de 250GW, para ser conservador. Há
quem fale em até 300GW”, adianta Antônio.

7.2- Capacidade Instalada

O Brasil responde por cerca da metade da capacidade instalada na


América Latina, mas representa apenas 0,38% do total mundial. Para o diretor-
executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Pedro
Perrelli, o desenvolvimento do parque eólico do país só não é maior porque o
Brasil tem muita capacidade hidrelétrica instalada e potencial. Segundo ele,
apesar disso, o Brasil tem ainda muito terreno para crescer na energia eólica.
"A energia eólica é importante, porque ela é complementar a esse potencial
hidráulico. Inclusive porque ela não consome água, que é um bem cada vez
mais escasso e vai ficar cada vez mais controlado", segundo Perrelli.

De acordo com a ABEEólica, a capacidade instalada de energia eólica


no Brasil deve crescer ainda mais nos próximos anos. Isso porque um leilão,
realizado no final de 2009, comercializou 1.805MW que devem ser entregues
até 2012.

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Capacidade Instalada em 2008

A capacidade de geração de energia eólica no Brasil aumentou 77,7%


em 2009, em relação ao ano anterior. Com isso, o país passou a ter uma
capacidade instalada de 606MW, contra os 341MW de 2008.
Os dados, divulgados hoje pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na
sigla em inglês), mostram que o Brasil cresceu mais do que o dobro da média
mundial (31%). O crescimento brasileiro foi maior, por exemplo, que o dos
Estados Unidos, que teve aumento de 39%, o da Índia 13% e o da Europa
16%, mas menor que o da China, cuja capacidade de geração ampliou-se em
107%. O Brasil também cresceu menos do que a média da América Latina,
cujo aumento foi de 95%, puxado, em grande parte, pelas expansões de
capacidade do México 137%, do Chile 740%, da Costa Rica 67% e da
Nicarágua, que saiu de zero para 40MW. De acordo com a pesquisa, a
capacidade da América Latina passou de 653MW para 1,27GW, enquanto a
capacidade do mundo ampliou-se em 37,5GW, chegando a 157,9GW.

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7.3- Projetos em operação no Brasil

 Turbinas Eólicas do Arquipélago de Fernando de Noronha-PE: A


primeira turbina foi instalada em junho de 1992, a partir do projeto
realizado pelo Grupo de Energia Eólica da Universidade Federal de
Pernambuco – UFPE, com financiamento do Folkecenter (um instituto de
pesquisas dinamarquês), em parceria com a Companhia Energética de
Pernambuco – CELPE. A turbina possui um gerador assíncrono de
75kW, rotor de 17m de diâmetro e torre de 23m de altura. Na época em
que foi instalada, a geração de eletricidade dessa turbina correspondia a
cerca de 10% da energia gerada na Ilha, proporcionando uma economia
de aproximadamente 70.000l de óleo diesel por ano. A segunda turbina
foi instalada em maio de 2000 e entrou em operação em 2001. O projeto
foi realizado pelo CBEE, com a colaboração do RISØ National
Laboratory da Dinamarca, e financiado pela ANEEL. Juntas, as duas
turbinas geram até 25% da eletricidade consumida na ilha. Esses
projetos tornaram Fernando de Noronha o maior sistema híbrido eólico-
diesel do Brasil.

 Central Eólica de Taíba – CE: Localizada no Município de São Gonçalo


do Amarante, a Central Eólica de Taíba, com 5MW de potência, foi a
primeira a atuar como produtor independente no País. Em operação
desde janeiro de 1999, a central é composta por 10 turbinas de 500KW,
geradores assíncronos, rotores de 40m de diâmetro e torre de 45m de
altura.

 Central Eólica de Prainha – CE: Localizada no Município de Aquiraz, a


Central Eólica de Prainha possui uma com capacidade de 10MW (20
turbinas de 500KW). O projeto foi realizado pela Wobben Windpower (do
Brasil) e inaugurado em abril de 1999. As turbinas utilizam geradores
síncronos, funcionam com velocidade variável e com controle de
potência por pitch (ângulo de passo das pás).

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 Central Eólica Mucuripe – CE: Situada em Fortaleza, esta central tinha
potência instalada de 1.200KW. Desativada em 2000, foi posteriormente
repotencializada e passou a contar com 4 turbinas eólicas E-40 de
600KW.

 Central Eólica de Palmas – PR: Inaugurada em 2000, trata-se da


primeira central eólica do Sul do Brasil, localizada no Município de
Palmas, com potência instalada de 2,5MW. Realizado pela Companhia
Paranaense de Energia (COPEL) e pela Wobben Windpower (do Brasil),
o projeto foi inaugurado em novembro de 1999, com 5 turbinas de
500KW, idênticas àquelas de Taíba e Prainha.

 Central Eólica de Olinda – PE: O CBEE instalou em 1999 uma turbina


eólica WindWord na área de testes de turbinas eólicas em Olinda. Esta
turbina conta com sensores e instrumentação para medidas
experimentais.

 Central Eólica de Bom Jardim – SC: Em 2002 uma turbina Enercon de


600KW foi instalada no Município de Bom Jardim da Serra pela CELESC
e Wobben Windpower (do Brasil).

 Parque eólico de Osório - (RS) - (Junho - 2006): Localizado na cidade


de Osório. É composto por 75 torres de aerogeradores de 98 metros de
altura e 810 toneladas de peso cada uma, podendo ser vistas da auto-
estrada BR-290 (Free-Way), RS-030 e de praticamente todos os bairros
da cidade. O parque tem uma capacidade instalada estimada em
150MW (energia capaz de atender uma cidade de 700 mil habitantes),
sendo a maior usina eólica da América Latina. O fator de capacidade
médio dos parques eólicos de Osório é de 34%, o que significa dizer que
ele produz, em média, 34% da capacidade total instalada. A média
mundial deste fator é de 30%. O Parque de Osório é um
empreendimento da Ventos do Sul Energia, pertencente à espanhola
Enerfin/Enervento (Grupo Elecnor) com 90%, à alemã Wobben com 9%
e à brasileira CIP Brasil, com 1%. O empreendimento envolveu um
aporte de R$ 670 milhões, dos quais 69% financiados pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

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 Parque Eólico de Paracuru (CE) - (Dezembro - 2008): O parque eólico
de Paracuru esta localizado no município de Paracuru, distante 87 km
de Fortaleza-CE. Com potência instalada de 23,40MW através de 12
torres aerogeradoras, tem capacidade de abastecer cerca de 384 mil
pessoas. O parque está localizado na estrada de acesso à Petrobras,
km 8,5, na localidade de São Pedro.

 Parque Eólico Pedra do Sal (PI): A Tractebel Energia inaugurou, em 13


de fevereiro de 2009, a Usina Eólica Pedra do Sal localizada no
município de Parnaíba, que vai produzir 18MW por meio de 20
aerogeradores e estará interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN)
pela subestação da Cepisa. Com um investimento total de R$ 102,8
milhões, a usina tem capacidade, quando operar em plena carga, de
gerar energia elétrica para atender o consumo residencial de
aproximadamente 70 mil pessoas.

 Parque Eólico Praias de Parajuru (CE) - (Agosto - 2009): O Parque


Eólico Praias de Parajuru, no Ceará, esta instalado em uma área de 325
hectares, localizada a pouco mais de 100 quilômetros de Fortaleza, a
nova usina tem 19 aerogeradores, capazes de gerar 28,8 MW. O
empreendimento é resultado de uma parceria da CEMIG (Companhia
Energética de Minas Gerais) e da empresa Impsa, que fabrica os
aerogeradores, cada um com uma capacidade de 1,5 MW. Quando
totalmente instalado, o projeto deverá gerar 99,6 MW.

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8- CUSTOS

8.1- Custo de Investimento

Os custos de investimento na produção por KWh de energia Eólica, são


50% mais caros que os de uma Hidroelétrica. Este é um dos motivos este que
inviabiliza um maior investimento desse tipo de geração de energia no país.

8.2- Custo da Energia

No leilão de energia eólica, realizado em 14 de Dezembro de 2009, foi


alcançando um resultado positivo por um preço de fornecimento de energia
elétrica bastante razoável, R$ 0,148 por KWh.

8.3- Divisão do Custo da Energia

Em Niterói o preço cobrado pela AMPLA por KWh e de R$ 0,63339.


Que são divididos da seguinte maneira:

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9- VANTAGENS DA ENERGIA EÓLICA

 Fonte inesgotável: Abundante fonte de energia, renovável, limpa e


disponível em todos os lugares;

 Meio ambiente: Ecologicamente correto, pois não influi no efeito estufa;

 Alto potencial: Grande potencial para geração de energia elétrica;

 Compatibilidade: Pode coexistir tranquilamente com a produção


agrícola e a pecuária;

 Prazo de instalação: Tempo de instalação relativamente rápido em


torno de 18 a 24 meses para começar a produção.

10- DESVANTAGENS DA ENERGIA EÓLICA

 Sistema secundário: A energia eólica não pode ser utilizada como um


sistema principal de geração de energia elétrica devido à variação da
distribuição dos ventos;

 Custo de instalação: Mesmo com o avanço da tecnologia dos


equipamentos do sistema eólico, o investimento inicial com
equipamentos e linhas de transmissão continua sendo alto,
inviabilizando alguns projetos;

 Os impactos sonoros: São devido ao ruído dos rotores e variam de


acordo com as especificações dos equipamentos, as turbinas de
múltiplas pás são menos eficientes e mais barulhentas que os
aerogeradores de hélices de alta velocidade. A fim de evitar transtornos
à população vizinha, o nível de ruído das turbinas deve atender às
normas e padrões estabelecidos pela legislação vigente;

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 Os impactos visuais: São decorrentes do agrupamento de torres e
aerogeradores, principalmente no caso de centrais eólicas com um
número considerável de turbinas, também conhecidas como fazendas
eólicas. Os impactos variam muito de acordo com o local das
instalações, o arranjo das torres e as especificações das turbinas.
Apesar de efeitos negativos, como alterações na paisagem natural,
esses impactos tendem a atrair turistas, gerando renda, emprego,
arrecadações e promovendo o desenvolvimento regional;

 Interferências eletromagnéticas: Podem causar perturbações nos


sistemas de comunicação e transmissão de dados (rádio, televisão etc.).
Essas interferências variam muito, segundo o local de instalação da
usina e suas especificações técnicas, particularmente o material
utilizado na fabricação das pás;

 Interferência na rota de migração de pássaros: A interferência nas


rotas de aves deve ser devidamente considerada nos estudos e
relatórios de impactos ambientais (EIA/RIMA).

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CONCLUSÃO

Nota-se que o aproveitamento eólico tem sido desenvolvido de maneira


efetiva para o aumento de geração de energia elétrica nos países
desenvolvidos atraídos pela sustentabilidade de uma fonte renovável e
inesgotável, associados a uma política de desenvolvimento limpo para este
setor, sendo assim, comprometendo-se com a diminuição do lançamento de
gases poluentes na atmosfera como determina o tratado de Kioto. Nos países
desenvolvidos o volume de energia a ser produzido viabiliza os investimentos o
que acarreta a diminuição dos custos dos equipamentos.

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BIBLIOGRAFIA

 BEN – Balanço Energético Nacional 2008;


 Revista: Conselho em revista – Setembro/2009 (Energia Eólica);
 Revista: ISTOÉ – 27 de Janeiro de 2010 (Do petróleo ao vento);
 Wikipedia – www.pt.wikipedia.org;
 Howstuffworks – www.howstuffworks.com;
 Eólica tecnologia – www.eolica.com.br;
 ANEEL – www.aneel.gov.br;
 Wind Power Report – www.energywatchgroup.org.

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