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Parte III: a
ciêncianazista
Paulo Sérgio Rodrigues Pedrosa
“Quem quer que seja que exalte a raça, ou o povo, ou o Estado, ou uma forma particular de Estado, ou os
depositários do poder, ou qualquer outro valor fundamental da comunidade humana – apesar de suas
funções no mundo terreno serem honráveis e necessárias – qualquer um que eleve estas noções além do
seu valor intrínseco e os divinize ao ponto da idolatria, distorce e perverte uma ordem do mundo criada e
planejada por Deus; ele se encontra distante da verdadeira Fé em Deus e do conceito de fé que esta Fé
exige.”
“Apenas as mentes superficiais podem cair no conceito de um Deus nacional, e de uma religião nacional, ou
tentar trancar dentro das fronteiras de um único povo, dentro do estreito limite de uma única raça, a Deus, o
criador do universo, Rei e Legislador de todas as nações, que perante a Sua imensidão são apenas “como
uma gota de água que cai de um balde’ (Isaías XL, 15)”. (Papa Pio XI, Mit Brennender Sorge, 8; 11,
Vaticano, 14 de Março de 1937)
Introdução:
Esta é uma continuação do artigo Eugenia – O Pesadelo Genético do Século XX, Parte 2 – A Cultura da
Morte, que evidencia o vínculo entre as instituições de planejamento familiar e a Eugenia do começo do
século XX, além de demonstrar que a Cultura da Morte começou a se implantar no mundo há quase um
século atrás.
O tema deste novo artigo tratará do pleno uso da Eugenia pelo Nazismo e suas trágicas conseqüências, de
forma a compreendermos melhor esse passado tenebroso que volta a nos rondar. Um passado para cuja a
reedição o mundo, adotando a “cultura da morte”, caminha a passos largos.
Veremos como a Eugenia foi importada pela Alemanha dos EUA e como se mesclou com o racismo Nazista,
gerando o horror do holocausto. Também veremos como fundações americanas financiaram e promoveram
pesquisas eugenistas alemãs, os resultados colhidos pela Eugenia Nazista e suas aplicações no mundo
moderno. Veremos também qual foi a punição para os crimes dos cientistas nazistas no pós-guerra.
A principal fonte de consulta para este trabalho, e da maior parte das citações, é o livro A Guerra Contra os
Fracos, do famoso jornalista americano Edwin Black, que nos revela a surpreendente história da Eugenia.
O livro A Guerra Contra os Fracos foi editado em 2003 no Brasil pela A Girafa Editora Ltda.
Influência da Eugenia e do Racismo Americano no Nazismo
Talvez seja espantoso para alguns que muitas das idéias eugenistas e raciais nazistas nasceram nos
democráticos e liberais Estados Unidos. Entretanto, isto é o que os fatos demonstram. Cientistas, políticos,
pensadores, banqueiros e magnatas americanos não só abasteceram a ciência eugenista nazista com
idéias, mas também com apoio e recursos financeiros.
O movimento eugenista americano buscou apoiar e incentivar ao redor do mundo aqueles que
compartilhavam de suas idéias: “O movimento nos EUA também deu ajuda científica, conforto e apoio a
indisfarçáveis racistas em todos os lugares, de Walter Plecker na Virgínia, a incontáveis outros na Europa. A
teoria, a prática e a legislação (eugenista) americana eram os modelos...”
“A Alemanha não foi exceção. Os eugenistas alemães estabeleceram relações acadêmicas e pessoais com
Davenport e com o establishment eugenista americano, desde a virada do século XX. Mesmo depois da
Pedrosa, Paulo Sérgio Rodrigues - "Eugenia: o pesadelo genético do século XX. Parte III: a ciência
nazista"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=ciencia&artigo=eugenia_ciencia_nazista
Online, 08/10/2007 às 21:58h