Nasci com esse gosto de liberdade. Nasci pra questionar, tenho ânsias de marcar… Na vida, no coração, na pele, na mente. Tenho essa alma muito selvagem, não sou dada a sutilidades Tenho minhas próprias nuances O medo anda escondido, mas sempre ando armada. Armada de ousadia, me forço a ter coragem. Adoro ficar satisfeita. Odeio passar vontade E nem estou falando de comida. Essa vontade de “ser” veio de fábrica, impregnada na pele. E quando eu cismo com algo, quando eu quero… é.. sou teimosa.. E eu quero me marcar na sua pele, feito ferro em brasa. Serei eu o cometa a te tirar do eixo. Se prepara. Nanda Marques
Penso um poema dou meia-volta.
Queimo a fala com café reviro canais. Penso um poema retido na retina. Belchior está morto cismo na mancha de ombro a ombro. Penso um poema cistado no ovário. Penso um poema e ele está lá fora. de quatro dentes de um leão doente. Penso um poema por dizer a você olhos de mogno. Sobretudo penso um poema pra me esquecer do que vem depois de um poema.
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó. Minha dor é inútil Como uma gaiola numa terra onde não há aves, E minha dor é silenciosa e triste Como a parte da praia onde o mar não chega. Chego às janelas Dos palácios arruinados E cismo de dentro para fora Para me consolar do presente. Dá-me rosas, rosas, E lírios também… — Fernando Pessoa em “Acordar”.