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abral ‘ASSOCIACAOBRASILEIRADEINTERNET —abranet.org.br {ano VI . edi¢ao 20 amarco Cobranca via boletos com registro pode onerar as empresas E hora de rever OS MEIOS DE -+ Mudangas no ISS ampliam a incidéncia do imposto -++ LTE: provedores reclamam da lentidao da Anatel A internet pertence ao mundo, 1W)] Suetetoe- tea oenle acim eye tsl(stae ts) abranet de internet tém a sua casa. penny erat Associe-se ! nee ie Cenc Cenc cee Reece cet PR eRe erence Uae EDITORIAL Eduardo Parajo Presidente da Abranet Nas ultimas duas décadas, as empresas do segmento Internet no Brasil lidaram com muitas mudancas nas rotinas operacional e financeira. Este ano, mais uma acontece e ja determina a revisao dos modelos de gestao. Trata-se da cobranca por boletos, bastante utilizada na relacao com os clientes. Os bancos deixaram de oferecer a modalidade sem registro e migraram essas carteiras de cobranca para a categoria registrada. Segundo a Federacdo Nacional dos Bancos (Febraban), a medida é necessaria para inibir fraudes e é vantajosa para os consumidores, que passam a pagar os boletos em qualquer instituigao financeira. A reportagem de capa desta edigo aponta as altemnativas e apresenta casos praticos de adequacdo ao novo processo por parte das empresas de Internet. E as transformacdes nao cessam. A entrada em vigor da Lei Complementar n° 157 afeta iretamente as empresas que prestam servigos por meio da internet, Sancionada em 30 de dezembro pelo presidente da Reptiblica, Michel ‘Temer, a LC 157 amplia a lista de servicos sobre os quais incide o Imposto Sobre Servigos (ISS) e fixa em 2% a aliquota minima. O ‘governo justifica a nova legislagio informando que ela oferece mais seguranca juridica ao especificar os servigos que estao sujeitos a MUITO TRABALHO PELA FRENTE impostos. Entretanto, estende consideravelmente a incidéncia do imposto e causa controvérsia 20 tributar streamings de videos e mtsica. Especialistas ouvidos pela Revista Abranet asseguram: 0 momento é de buscar orientacao. Se os dias esto corridos para quem lida com a gestao, também estao para quem define a estratégia de negécios. A Intemet das Coisas chegou para valer. O nosso entrevistado desta edico, o professor e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio, Eduardo Magrani, adverte que ha desafios técnicos e regulatdrios para serem enfrentados pelo Brasil nessa érea Um deles se relaciona ao papel do Estado nna emergente realidade da hiperconectividade. Se regular demais pode afetar negativamente a inovagio e 0 potencial econémico da IoT. Se regular de menos, pode nao garantir suficientemente a seguranca e a privacidade dos consumidores de produtos envolvendo Io. Em complemento, reportagem mostra que definir um plano de negocios é diretriz essencial. A multiplicagao dos objetos exige rede e conectividade, o que nos leva a um outro tema desta edicdo: a lenta espera pelo LTE. Em dezembro de 2015, empresas operadoras de telecomunicagao e de Internet adquiriram frequéncias LTE, mas até o momento nao tiveram suas propostas analisadas pela Agencia Nacional de Telecomunicagdes. Isso retarda a aquisigao de tecnologia e de equipamentos e, principalmente, a ampliacao da infraestrutura digital necesséria no Pais. Boa leitura! abranet.org.be smargo/ maio 2077 03 INDICE O5 | ABRANETRESPONDE Como obterlicenca para explorar internet via rio. Saiba quais sto os procedimentas ecessrlas para obtencao de ieangas de cancesséo, pers ou autoreagao uno anata 06 | TECNOLOGIA longa espera pelo LTE. Provedores de Internet reclamam da \demora da Anatel em assinar o termo de autorizacio paras ‘encedores do lelao das sobras de irequencla Ehora de rever OS MEIOS DE 10| CAPA =RECEBIMENTO. ‘Mudancana cobranca via boleto pode onerar empresas. Recomendacao énegociar combancos e procurar aternatvas F 7 15 | MERCADO Participantes passam a pagar pelo acesso aos IKs. A paicipacio nos Ids (nomenclatura atualmente adotada para os PPTS) de Sa0 Paulo e Rio de Janeiro sera cobrada.a partir de meados deste ano. 16 | MERCADO ‘Mudancas no ISS. Diversasatvidades de computacao passama estar sujetas a incidéncia doimposto sobre servicos entre elas, processamento,armazenamento e hospedagem de dads. 20 | ENTREVISTA . eouranowaceant Lei de Protecio de Dados Pessoais ¢ fundamental paraocenariode oT. 0 protessor e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) a FGVDireto Rio opina sobre os principals tens para formulagao de uma cesratéga nacional capaz de permit de fato, uma loT no Pas. =~ 22 | SEGURANCA S Avoltado spam. Felatario Antal de Ciberseguranca Cisco 207 sponta: Ys (que 65% dos e-mails das empresas entrevistadas referem-se aspams, nite 8% e 10% deles so maliciosos erepresentam ameagas. 24 | TENDENCIAS > [No radar da Internet das Coisas. Sehiium tema comumem debates sobrea Internet das Coisas é a necessidade do deservolvimento de pacroes 7 nessa nova onda teenoldgica. Mas isto nao tem impedi aindisria de se rmovimentare lancar diversos projetos na rea. 30 | CONEXAO _Abranet estd no Consetho Deliberative de Atacado da Anatel. Facebook Brasil precisa avangar no ambiente favorave internet IPwé:reta final para esgotamento dos lenderecos internet. WhalsApp movimenta até 09% do PIB do Bras. Novas receitas para ISPs. Um quarto dos pontos WL est propenso a alaques W3Clan¢a documento sobre ublicacdo de dados na web. BO | OPINIAO . rxrueinntansesence dtr gl éa VIA Tehsil {oT chega para ficar na ndistra brasileira. Mesio em melo armals longa recessao dahlstrt, as empresas ndo podem debear de nvestr em Novar30. ‘Uma tendencia cada vez mats forte em todo o mundo éa Irternet das Cotas. abranetorgbe 04 | vo/mae’07 abranet® CONSELHOEDITORIAL Eduardo Parajo poribraet.org be José Janone Junior jinone@abrane org Eduardo Neger segerGsianet oe CGERENCIAEXECUTIVA Rosell Rutz Vazquez ‘uenteabaretorgbr Convergéncia Prauero, pRoouoEEDCKO Editora Convergéncia Digital elorconerenesigtl orn TeOTS045-348) DmegioeDrTORIAL ‘AnaPaula Lobo snlobo@convrgencadigtlcom br ‘Luiz Queiroz sueirciamergerciadgalcomte oro CE ‘Ana Paula Lobo slob conegecaigtl om br eondo Bia Alvim aahim@pebromuniacze.com REPORTAGE /REDAGIO Roberta Prescott pesatvobertaenacom oighooe anTeEDUcRAMAGiO Pedro Costa peo amergenciditalcombr nessa Grafica Pigma ‘aon nanennne ni surat o& ada Quitands,96/Q31-Centro- So Paulo /SP CEP.CIO-010 Fone (15078-3866 vw abronet.org.br @ ets cmioetc © tirecncmstranet © over bat © Weinstein ABRANET RESPONDE Tem uma divida? Quer que um especialista da Associacao Brasileira de Internet responda? Escreva para o Abranet Responde. O e-mail é abranetresponde@abranet.org.br COMO OBTER LICENCA PARA a EXPLORAR INTERNET VIA RADIO Tem sido frequentes entre os leitores da Abranet questdes sobre quais séo 0s procedimentos necessérios para a ob- tengo de licencas de concessao, per- missdo ou autorizacao junto & Agéncia Nacional de Telecomunicagdes (Anatel) para explorar o ramo de Internet via ré- dio no Brasil. Para ajudar os empreende- dores, levamos & agéncia reguladora as principais dividas, E importante entender, antes de tudo, que as frequéncias licenciadas sé po- dem ser autorizadas apés procedimen- to de licitacao; neste caso, a autorizada terd direito a protecdo contra interfe- réncias prejudiciais. uso de frequéncias ngo-licenciadas, que correspondem a maioria das solicita- ‘6es recebidas pela Anatel, segue um tré~ mite preestabelecido (mais detalhes a0 lado). Ele independe de ato de autoriza- ode usode radiofrequéncia, mas neces- sita de outorga para explorac3o de Servico cde Comunicacao Multimiia (SCM). CLASSIFICADOS ENT a & ANATEL Como fago para conseguir uma concessio, permissdo ou autorizagSo expedida pela Anatel para explorar o ramo de Internet via rio no Brasil? ‘Anatel: Para prover internet va ro, € necesséri obter a autorizasao de Srvigode CComunicag3o Multimidia (SCM), um servo de telecomunicacdes de interesse coletivo, prestado em dmbitonacional e internacional, no regime privado, que possibiltaa oferta de capacidade detransmissdo,emissS0erecepcSo deinformagbes multimiia, utilizando quaisquer meios,aassinantes dentro de uma drea de prestacSo de servo. Pra obte essa autorizacao, é preciso fazer asolitacao por meio do Sistema Mosaico. CO tutorial do sistema pode ser encontrado em wivanatlgovbr> Stor Reglado> Ostorga> omicagn Muitimiia>Acessotutral do Sistema Mosaic, itm or storreguladinde phpcomunicacao-multiia-outorga Quais sao os custos? ‘Anatel:O valor da autorizacéo€ R$ 400,00, eo valor paalicenciarestarbes apis. autorizasao é R$ 1.340,80 por estacao. Quais sdo os documentos que terei de apresentar? ‘Anatel: Alista dos documentos a serem apresentados pode ser encontrada no sequinte enderecoeletrénico: itp! maw arate. brsetrregulado/indexhp/comunicacan-multmila-outorgareuists-scm ‘Adocumentacaodeve ser entregue em pdfno Sistema Masaico. Parateracesso a0 Mosaico, &necessério ur cadastro prévo no Sistema Eletrénica de informacées (SEI), hitps ei nat. goubrsicontrolador_extera.php?acao-suario_entern_logerit_orga_ axesso_eterno-0. © Ce eet ee ee ene ee et eee enon eer es De ee een ererees ones ene strane org.be smargo/ maio 2017 | O5 TECNOLOGIA DECORRIDO MAIS DE um ano deste que a Agéncia Na- ional de Telecomunicagdes (Anatel) realizou o leilo das sobras, em dezembro de 2015, os casos de provedores de Internet usando 0 espectro para prover servicos de ban- da larga ainda no so uma realidade. A Anatel colocou a venda lotes municipais com precos acessiveis ~ alguns custando R$ 2 mil e a maioria com pregos médios inferio- res a R$ 10 mil. Mas o que seria uma oportunidade para os Internet Service Providers (ISPs) aumentarem seu alcance de cobertura e ofertarem novos servicos tem dado bastante dor de cabega. Uma das principais reclamagGes é o tempo que a agéncia esté levando para analisar as propostas. os pouco mais dle 20 mil lotes do tipo C que a Anatel colocou a disposicao, 5.755 tiveram lances dados por 324 empresas. No entanto, até agora foram assinados termos de autorizagao com somente 76 empresas, referentes a 1.276 lotes em 742 municipios. £ um niimero muito bai- ‘x0, comparado ao total de lotes que foram a leildo. Isto sem contara andlise dos documentos dos lotes que ficaram °S Roberta Prescott Provedores de Internet reclamam da demora da Anatel em assinar 0 termo de autorizagao. Enquanto isto, analisam tecnologia e soluges para usar na faixa abranetorg.br 06 | margo/ mao 207 desertos por desclassificacao das empresas. Neste caso, € necessério aguardar o juulgamento dos recursos para saber se as empresas terdo ou nao os termos assinados. Jd para 0s lotes em que as proponentes vencedoras de- sistiram da participacdo na licitagio, a Anatel adjudicou 0s as segundas classificadas que atendessem as condigdes estabelecidas, pelo valor do iltimo lance por elas ofertado, conforme regras do edital. Além disto, nao tiveram apre- sentacdo de proposta 15.150 lotes, em 2.383 municipios. Existem, segundo a Anatel, 3.231 lotes envolvidos em 110 recursos interpostos contra decisdes da Comissio Especial de Licitagao (CEL) do leilo que ainda estio pendentes de processamento e decisio. Para tais lotes, 6 necessdrio 0 envio de notificagio para apresentagio de contrarrazbes e manifestacdes para todas as proponentes de cada lote, que gera uma quantidade significativa de documentos a serem processados e analisados pela CEL. A Anatel explica que, para 0s lotes em que no exis- tiam vicios formais ou recursos, a licitagao jé se encontra encerrada. Para os lotes em que 0s vicios formais foram sanados, a licitacao encontra-se em vias de ser finalizada. “Por seu tumo, com relacdo aos lotes com recursos in- terpostos, ha maior complexidade e demanda por maior tempo de analise e de processamento, ndo havendo que se falar em lentidao”, justifica. Questionada pela Abranet, a agéncia se recusou a precisar quanto tempo ainda levaré a emissio de termos de autorizacao para os lotes pendentes. ‘TECNOLOGIA EM ANALISE Enquanto isto, os provedores aguardam o lento processo e uusam o tempo para analisar as alternativas existentes no mer- “A maioria dos pequenos provedores de Internet que participaram do leilao nao entrou comum plano de negocio fechado. Foram mais no feeling” WARDNERMAIA. Diso-ccoda MDB “Enxergamos uma oportunidade para possibilitar oincremento nas taxas de crescimento da empresa." FABIANOBUSNARDO Dieta ectiediige cado de solugées para uso da faixa. Ainda que o edital nio tenha apontado qual tecnologia deva ser usada nas bandas adquiridas, 0 Long Term Evolution (LTE) deve ser 0 mais adotado. As faixas foram ofertadas nas frequéncias 1.9 GHz 2.5 GHz (bandas T e U), ambas em Time Division Duplex (TDD) - espectro que requer uma tinica banda, uma vez que tanto o downlink como o uplink estdo na mesma frequéncia. ‘A Unifique é uma das empresas que segue em com- passo de espera. Depois de arrematar lotes, ela aguarda manifestacio da Anatel. Fabiano Busnardo, diretor-exe- cutivo da Unifique, conta que o objetivo ao participar do jo foi ampliar o portfélio de produtos. “Enxergamos ‘uma oportunidade para possibilitar o incremento nas taxas de crescimento da empresa”, afirma, explicando que com © LTE vai prover internet em alta velocidade para clien- tes residenciais e corporativos. A Unifique atualmente tem 450 funciondrios diretos, trés datacenters préprios 5 mil quil6metros de fibra éptica, um infraestrutura usada para atender a 94 cidades, somando 80 mil clientes. Busnardo antecipa que nao firmou contrato com for- necedor de solugdo, mas diz que esta em negociacbes. Ele reconhece que 0s custos ainda so elevados, mas acredita que, com a difusio da tecnologia LTE, haverd uma redugdo, “Estamos trabalhando com os fornecedo- res para que a conta feche.” ‘A Anatel estabeleceu prazo de 18 meses, apés a assi- natura do contrato, para a entrada em operagao. Busnar- do planeja contar com LTE em operacao ainda neste ano. “As expectativas sio as melhores possiveis. A empresa espera crescer no ano de 2017 em tomo de 40% em rela- do a 2016. O LTE para este ano nio ter influéncia neste crescimento, mas, a partir de 2018, esperamos que o LTE represente 20% das nossas vendas totais”, afirma o dire- tor-executivo, que trabalha com a expectativa de retorno sobre o investimento dentro de 36 meses A MD Brasil também espera autorizacdo da Anatel abranet.org.be ‘argo / maio 2017 | 07 “Entregamos propostas e estamos trabalhando em projetos com equipamentos junto a parceiros’” EDSELAESCHLIMANN Dieterda MSI para comegar a operar na faixa. O diretor-técnico Ward- net Maia conta que esté analisando as propostas dos for- necedores junto com um grupo de empresas que também adquiriram frequéncias. A ideia, explica, é contratar a pla- taforma em grupo para baratear nao apenas o custo de im- plantacdo, como também de manutencéo. Ele calcula que, dos cerca de 50 provedores participando das discussées, uns 20 devem fechar. Em entrevista & Abranet, Maia toca em um ponto fun- damental. “A maioria dos pequenos provedores de Inter net que participaram do leilao nao entrou com um plano de negécio fechado. Foram mais no feeling”, afirma. A movimentacgo tem como pano de fundo uma antiga de- manda dos ISPs de ter acesso a espectro. Assim, quando a Anatel, repentinamente, levou faixas a leildo e chamou os provedores, eles ndo titubearam. “Nunca tivemos acesso 8 radiofrequéncia e fomos surpreendidos com o leilio. Nao eu tempo de fazer planejamento”, diz A MD Brasil prové acesso a internet desde 1996 & atualmente esté presente, ofertando servicos diretamente ao cliente final, em cinco cidades do interior de Sao Paulo, tendo sido em Bebedouro sua criagio. Além disto, a em- presa vende no atacado para provedores locais em outras ito cidades da regido. Maia pretende com o LTE aumen- tar o escopo de servicos ofertados para se posicionar me- Ihor perante os concorrentes. OFERTAS PARAISPs Do lado dos forecedores, a espera é a mesma. A MSI, que fomece solugdes fim a fim a provedores (ISPs) que ad- uiriram licengas de sobras, diz que trabalhou algumas pro- postas, mas ainda nio tem nada fechado, “Entregamos pro- postas ¢ estamos trabalhando em projetos com equipamentos junto a parceiros”, explica o diretor Edsel Aeschlimann, ANokia também esté em fase preliminar, dando anda- mento estudos de cobertura, reunides técnicas e negocia~ do comercial. A multinacional explica que as propostas envolvem solugdo LTE fim a fim, incluindo desde o core da rede até o dispositivo do usuario final. Em alguns casos sio consideradas solugdes que envolvem roteadores e ré- MUITO POR CRESCER NA AMERICA LATINA 0 4G teve um resultado expressivo em 2016, com uma taxa de crescimento de 121% na regiao latino-americana, mas representando apenas 17% do total de conexées banda larga. As redes SG estao previstas para 2020 O niimero de conexdes 4G na América Latina teve um aumento de 121% em 2016, de acordo com os da- dos mais recentes divulgados pela GSMA Intelligence. A taxa de crescimento foi quase o dobro da média glo- bal, impulsionada pelo investimento continuo em redes e servicos 4G feitos por operadoras méveis na regiao. De acordo com 0 relatério, 0 mimero de conexdes 4G na América Latina atingiu 113 milhées no final de 2016 (17% do total de conexdes), em comparacdo com 51 milhdes no ano anterior, um aumento anual de 121%. A previsio é que o niimero ultrapasse os 300 milhées até © final da década, representando, nessa ocasio, quase 40% do total de conexdes na regio. Segundo a GSMA Intelligence, as redes 4G jé cobrem 68% da populagao latino-americana hoje e devem cobrir 83% da populacdo da regido até 2020. Os dados mostram abranet.org.br ‘margo mao 2077 08 dios micro-ondas de alta capacidade. ‘A multinacional finlandesa ressalta que o que tem atrai- do os ISPs € a possibilidade de ter um core compacto, de rapida implantacao e custos otimizados, quando comparado uma solucéo tradicional ou virtualizada. Houve também grande interesse na solugéo de core compartilhado para provedores que buscam ter redes com coberturas mais am- plas, envolvendo um nimero maior de estagdes radiobase fe que requerem uma capacidade maior de processamento. ‘A Huawei diz que as vendas de LTE para ISPs tém sido crescentes. Sem revelar quantos, a empresa afirma que existem alguns ISPs que jé comecaram a operar, mas ainda ha bastante a ser feito. “Muitos ISPs obtiveram a licenga, mas néo podem operar por pendéncias em algu- mas etapas do processo. E importante ressaltar que muitos ISPs no Brasil jé adquiriram solugdes da Huawei, como roteadores, switches, GPON, a estrutura de banda larga fixa. Isto nos deixa confiantes para continuar a crescer em. 2017”, aposta R6mulo Horta, diretor de Marketing de En- terprise da Huawei. ‘A gigante chinesa, que oferece para LTE. solugdes de core, transmisséo, radiobase e servicos, definiu o segmen- to de ISP como uma de suas prioridades no Brasil e tem se aproximado dele. A multinacional firmou parcerias, como que 0 crescimento da tecnologia 4G na América Lati- na também se correlaciona fortemente com a adogao de smartphones. Os smartphones representaram 55% do total de conexdes méveis na regiao no final do ano passado. OCAMINHO PARA OSG As redes 5G comecario a ser langadas na América Latina a partir de 2020. 0 SG ser desenvolvico sobre © sucesso do 4G em fornecer as redes e plataformas que iro impulsionar a transformagao digital continua da sociedade. Isso permitiré novos cendrios de uso, tais como JoT (Internet das Coisas) macica e comunicacdes criticas, além de novas aplicacdes ligadas 8 banda larga ‘mével avangada. As conexdes M2M na regidio da Amé- rica Latina chegaram a 25 milhdes no final de 2016 e sio previstas para atingir mais do que o dobro, com 53 "Como LTE, os ISPs sao capazes de oferecer acesso a banda larga para residéncias e empresas, com custo atraente de implantacao, entrega de alta qualidade e uma rede segura para os clientes" ROMULOHORTA Dhar Mating ented com a Abranet, para entender melhor as necessidades dos provedores de Internet e recomendar a melhor solugao para seus negécios, independentemente da regido em que atuam e do porte. “Com 0 LTTE, os ISPs sio capazes de oferecer acesso a banda larga para residéncias e empresas, com custo atraente de implantacao, entrega de alta quali- dade e uma rede segura para os clientes”, aponta Rémulo Horta. Para ele, 0 leildo de sobras mostrou que o governo brasileiro acredita que os ISPs sdo a chave para o cresci- ‘mento da infraestrutura de conectividade no Brasil. © milhdes de conexdes em 2020. 5G também iré acelerar a concorréncia entre as ope- radoras, 0s players da intemet e o ecossistema mais am- plo. Ele exigiré um espectro mével novo e amplamente harmonizado (em bandas de frequéncias baixas e altas) para assegurar a implantagao das redes no tempo certo, maximizar 0 investimento na rede e, assim, disponibilizar toda a gama de suas capacidades potenciais. “E imperativo que estabelecamos as fundagdes para dar suporte a adogao desta nova tecnologia quando ela chegar, por exemplo, estabelecendo um roteiro claro de alocacao de espectro e definindo um caminho para modernizar os regulamentos de legado existentes, que seriam facilitadores criticos para ajudar a alcancar esse objetivo”, sustenta Sebastian Cabello, diretor da GSMA para América Latina. abranet.org.be ‘argo / maio 2017 os. CAPA E hora de rever OS MEIOS DE RECEBIMENTO Mudanca na cobranc¢a via boleto pode onerar empresas. Recomendacao é negociar com bancos e procurar alternativas CRONOGRAMA razos para aceitardo/validacao do boleto na nova plataforma Todos os boletos com valor: Inicio de validags0 ‘ Igual ou acima de R$ 50.000,00 13/03/2017 Igual ou acima de R$ 2,000,00 08/05/2017 Igual ou acima de R$ 1.000,00 10/07/7207 Igual ou acima de R$ 500,00 18/09/2017 Igual ou acima de R$ 200,00 230/207 Boletos de todos os valores mmn2/2017 Fonsan \ abranet.org.br 10 | argo maio 2017 RECEBER POR MEIO de boleto bancério ficou mais complicado. Os bancos dei- xaram de oferecer a modalidade sem registro para seus clientes e migraram essas carteiras de cobranca para a categoria registrada. Ainda que a cobranga sem registro possa ser mantida ~ desde que acordada entre a empresa beneficiéria e o banco emissor do boleto, o pagamento, inclusive antes do vencimento, somente pode ser feito nos canais de atendimento do banco emitente, Isto reduz drasticamente a ca~ pilaridade do recebimento. Para a maioria das companhias, nfo restaré alternativa a no ser migrar para uma cobranga com registro, mais onerosa, ou buscar outro tipo de meio de recebimento, como cartdo de crédito. ‘A mudanga faz parte da implementagdo de nova plataforma da cobranga, desen- volvida pela Federacao Brasileira de Bancos (Febraban) em conjunto com arede ban- céria. A preparaco comecou em junho de 2015, com o fim da oferta da modalidade sem registro para novos entrantes. Em agosto do mesmo ano, iniciou-se a operacao da base centralizada de beneficidtios e, em dezembro de 2016, ocorreu o término da migracio das carteiras de cobranca sem registro para a modalidade registrada. Sao pagos anualmente no Brasil cerca de 3,7 bilhdes de boletos bancérios, se- gundo a Febraban. Dada a sua larga utilizagao, 0 setor bancério estabeleceu um "Nao houve espaco para negociacao. Os pequenos e-commerces sao menosprezados pelos bancos. Infelizmente, existe muita dificuldade para o microempreendedorismo com os bancos brasileiros’ MAURICIO SALVADOR Presidente da Associacao Brasileira de Comercio Eletrénico (ABComm) abranet.org.be smargo/ maio 2077 1 “O banco que utilizamos tem esta plataforma [para registro on-line de boletos] disponivel para testes desde dezembro de 2016" FREDERICONEVES Diretor de Servicose Tecnologia do NIC.br cronograma de validagio dos boletos na nova plataforma (ver quadro na pagina 10), comecando em marco pelos boletos de valor igual ou superior a RS 50 mil. A tltima etapa ocorre em dezembro deste ano com a inclusio de todos 0s boletos, independentemente do valor. A Febraban argumenta que a mudanca garante mais se- guranga, por inibir frauds, e é vantajosa para os clientes, que passam a poder pagar 0s boletos em qualquer insti- Entenda as diferencas tuigdo bancédria apés 0 vencimento (leia abaixo box sobre as diferencas nos modelos). No entanto, a novidade esta pesando no bolso, principalmente, das pequenas e médias empresas, que nao tém poder de barganha junto aos ban- os para negociacdo de valores. Nas cobrangas registra- das, 0 banco pode instituir tarifas sobre as operagées de registro, alteragio ou cancelamento do boleto. CUSTO MAIS ALTO ‘A Acesso Telecom ja trabalha de acordo com as no- vas especificagdes de boletos, ¢ 0 diretor Marcos Lins diz. que, inicialmente, houve uma_ subida de 30% no custo de cobranga, mas conta que, neste ano, a empre- sa recebeu propostas de bancos diferentes com valores que se assemelham as taxas antigas. Fabio Bonadiman, diretor da Ordena Datacenter, também calcula um au- mento dos custos na casa dos 30% para emissio dos bo- letos ao passar da modalidade nao registrada para regis- trada. “Temos nossa cobranga 100% por boleto. Ainda estamos tentando entender o impacto que [a mudanca] Na modalidade registrada, o banco recebe todas as informagGes sobre a cobranca e deve ser informado pela empresa beneficiéria de qualquer alteraco no boleto. Na modalidade sem registro, 5 bancos nao recebem previamente as informacdes que constam nos boletos gerados. Ou seja, a instituicao financeira somente teré conhecimento da cobranca na liquida¢ao do documento. As duas modalidades devem observar rigorosamente as circulares 3.598/2012 e 3.656/2013 do Banco Central, que preveem a obrigatoriedade de CNPJ e CPF do beneficiério e do pagador, a data de vencimento eo valor. Ha vantagens em optar por pelo registro, como facilidades para fazer o cancelamento ou qualquer alterago no boleto, como data de vencimento, gestio da carteira e conciliagao (saber quem pagou, © que pagou e quando paqou), uso dos boletos como lastro em operacées de crédito e entrega eletrénica por meio do Débito Direto Autorizado (DDA). A Febraban aponta ainda que o emissor da cobranga se beneficia da melhoria na capilaridade e possibilidade de recebimentos, reducao das fraudes de emissao de boletos, diminuicao das inconsisténcias nos pagamentos, mitigacéio dos erros, de célculos de multas e encargos por atraso e fim da necessidade da 2? via do documento. A Febraban ressalta que aqueles que seguirem emitindo boletos sem registro esto passiveis de incidéncia de fraudes, uma vez que os fraudadores podem monitorar as empresas que no emitem boletos registrados e concentrar nelas seus golpes. abranet.org.br ‘argo maio 2077 2 causa em nossa empresa”, afirma Mauricio Salvador, presidente da Associagao Brasileira de Comércio Eletrénico (ABComm), faz coro. “Nao houve espaco para negociacéo. Os pequenos e-commerces sio menos- prezados pelos bancos. Infelizmente, existe muita dificuldade para o mi- croempreendedorismo com os bancos brasileiros”, diz, explicando que as empresas que ainda tém contratos anti- 80s com os bancos estio emitindo sem registro, mas as que fizeram contratos a partir do inicio do ano passado preci- sam emitir os boletos registrados. Além do impacto financeiro, Bo- nadiman, da Ordena Datacenter, re- clama da perda de agilidade por causa da mudanga de procedimentos. Ele comenta que, antes, 0 cliente que fazia uma operagao de compra no site, como um upgra- de de plano, podia gerar na hora 0 préprio boleto pelo sistema da empresa e pagar via um dos canais do banco. “Hoje, ao final do dia, fazemos a remessa para o banco para a emissdo dos boletos e temos de aguardar o registro para dai sim o cliente poder pagar”, explica, ressaltando que este processo demora quase um dia e prejudica aque- les que precisam quitar 0 pagamento para ativar servigos. ONIC.br informa que vai emitir boleto sem registro até o fim do primeiro semestre, seguindo 0 calendério de mudanga da Febraban, Por isto, quem registra domi- nio ainda consegue emitir o boleto na hora e efetuar 0 pagamento em qualquer banco. Fre- derico Neves, diretor de Servigos e Tecnologia do NIC.br, conta que alguns bancos esto trabalhando para fornecer plataformas de servi- G0 para registro on-line de boletos. “O banco que utilizamos tem esta plataforma disponivel para testes desde dezembro de 2016”, relata. Atualmente, 0 boleto é 0 meio mais utilizado pelos clientes, responden- do por 60% dos pagamentos. Outro ponto que esté tirando “As empresas devem considerar ampliar os canais de recebimento e fomentar os pagamentos eletronicos que proporcionam confirmacées em tempo real” LUIZANTONIOSACCO Diretor-prsidente da SafetyPay paraaAméricaLatina sono dos empresérios relaciona-se a cobranga. No caso do boleto sem registro, 0 banco geralmente cobra tari- fa apenas quando ele é efetivamente pago por meio da rede bancéria. Para alguns modelos de negécio e setores, como o comércio eletrénico, 0 boleto sem cobranga é tido como o mais justo, pois, se o cliente ndo pagar pelo pedido, a transacdo nao acontece e nao ha obrigacdes de nenhum dos envolvidos, diferentemente do modelo re- gistrado, em que a empresa paga para emitir o boleto. ALTERNATIVAS Para Luiz Antonio Sacco, diretor-presidente da Sa- fetyPay para a América Latina, com a mudanga, “as empresas devem considerar ampliar os canais de rece- ‘As altas taxas cobradas, _ o tempo de recebimento ea falta de integracao de sistemas pesam contra [o cartao de crédito]’” FABIO BONADIMAN Diretor da Ordena Datacenter Dia strane og.be smargo/ maio2017 | 13 “‘Anossa melhor forma de recebimento ainda € o boleto, mas, caso 0 cliente queira pagar via cartao, é posstvel fazer isto na central’ MARCOS LINS Diretor da Acesso Telecom bimento e fomentar os pagamentos eletrdnicos que pro- porcionam confirmacdes em tempo real.” Sacco lembra que a conversio de boletos no Brasil, quanto as vendas realizadas pela internet, néo é superior a 50%, e ainda pode ser bem inferior a depender das categorias de pro- dutos comercializadas. Fabio Bonadiman, da Ordena Datacenter, diz que vai analisar a adogo de recebimento por cartio de crédito, mas que nao vé muitas vantagens. Para ele, “as altas ta- xas cobradas, 0 tempo de recebimento (cerca de 30 dias) ea falta de integracao de sistemas pesam contra.” J& a Acesso Telecom optou por contratar 0 PagSe- guro, do UOL, para dar mais alternativas aos clientes. sistema da empresa integra-se ao do PagSeguro, e © cliente pode pagar as faturas pelo autoatendimento. Mesmo com mais formas de pagamento, 0 boleto se- gue como o principal meio, responsdvel por 95% das transagdes da Acesso Telecom — os 5% restantes sdo de operacdes via cartao de crédito, “A nossa melhor forma de recebimento ainda é 0 boleto, mas, caso o cliente queira pagar via cartao, & possivel fazer isto na cen- tral”, relata o diretor Marcos Lins. No caso das lojas de comércio eletrénico, Mauricio Salvador, da ABComm, diz que muitas esto incenti- vando 0 pagamento a vista no cartéo ou por transfe- réncia, oferecendo os mesmos descontos do pagamento por boleto. “O problema é que muitos compradores de- sistem das compras se tiverem que entrar no banco para fazer transferéncias; e a taxa de conversio cai”, ressalta © presidente da associacao. O Procuradas pela Abranet, Visa, Elo e Rede no atenderam 4 solicitagdo de entrevista. Nova plataforma de cobranga ‘Annova plataforma tem como objetivo moderni boletos bancérios, conferindo mais seguranca e a F 0 processo de liquidago e compensagao dos lade. O principal beneficio € 0 fato de o pagador de um boleto vencido no precisar mais ir até o banco emissor para quitar 0 seu débito. Com a nova plataforma, ser possivel pagar um boleto vencido em qualquer agéncia bancéria ou outros canais de atendimento como internet, celular e ATMs, o que deve pér fim A necessidade de 22 via do boleto. O sistema também atende & exigéncia do Banco Central, responsével por regular e fiscalizar as instituigdes bancérias no Brasil, que determinou que todo boleto de pagamento tenha CPF ou CNPY do bent io e do pagador, valor e data de vencimento. E atencao: a obrigac de manter © cadastro dos clientes sempre atualizado é da empresa emissora do boleto de pagamento, a benefi plataforma da cobranga. jd o banco emissor da cobranca é o responsdvel pelo cadastro do beneficiério na nova De acordo com a Febraban, os clientes que operam na modalidade sem registro serdo contatados pelo seu banco de relacionamento para registrarem seus boletos de pagamento visando ao preparo para a nova plataforma. abranet.org.br ‘argo maio 2077 4 MERCADO. PARTICIPANTES PASSAM A PAGAR PELO ACESSO AOS IXs APARTICIPACAONOS 1X (Internet Exchange, nomencla- tra atualmente adotada para 0s pontos de troca de tréfego, ou PPTs) de Sao Paulo e Rio de Janeiro sera cobrada a partir de meados deste ano. De acordo com 0 NIC.br, 0 objetivo 6 tomar a operagio de algumas localidades autossustenté- vel, além de melhorar o atendimento aos patticipantes. O pagamento em outras localidades se daré a medida que haja volume de tréfego e mimero de participantes significativos, por exemplo, ultrapassando tréfego de 100 Gbit/s. As regras ainda esto sendo aprovadas. A expectativa 6 comegar a cobranga em 1° de julho. Julio Sirota, do Nii- cleo de Informagio e Coordenacao do Ponto BR (NIC. br), assegura que a decisao tomada pelo Comité Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) de estudar um modelo para ob- ter contrapartida financeira tem como premissa no causar impacto no funcionamento do IX (PPT) e manter 0 es- quema interessante para os participantes. 0 NIC.br garan- te também que continuaré aportando recursos no projeto TX.br e que nao haverd mudanga no relacionamento entre Oo NIC.br e os PIXs [pontos de interconexao].. Como contrapartida do pagamento, o NIC.br ter’ de cum- prir niveis de qualidade de atendimento para as atividades dos IXs. Atualmente, a equipe que gerencia esses pontos pos- sui metas para cumprir — um compromisso que ficaré mais claro e pelo qual a instituicdo sera passtvel de cobranca. ‘Apés analisar alguns modelos de como fazer a cobranga (por porta, por banda, por portas agregadas, entre outros), 0 NIC.br optou pelo mais simples: estabelecer uma tabela de IX.BR DE SAO PAULO Nimero de sistemas aut6nomos (ASs) ocupando portas... Total de portas ocupadas. Banda total das portas (GB/s} Numero de conexées de ASs via CIX Cporta compartilhada). Total de ASs conectados. Dose juho de 2016, pregos por portas de 1G, 10G e 100G, de forma similar a0 {que outros IXs fazem (ver quadro abaixa). Os valores serao mensais ¢ haverd ainda tarifa para habilitar e desabilitar, a principio de RS 115. A justificativa é que hoje muitos parti- cipantes pedem para migrar de um PIX a outro, o que gera ‘muito trabalho operacional. ‘Na opinio de Julio Sirota, o valor a ser cobrado é bai- xo e deve causar impacto pequeno para as empresas. As tarifas serdo revisadas anualmente em uma data-base a ser estabelecida, ¢ 0 reajuste seguiré algum indice oficial, nao definido até 0 infcio deste ano. Em caso de haver aumento no niimero de participantes, proporcionando redugio de custo para manutengao do IX.br, é possivel que o reajuste seja inferior ao indice de mercado, segundo Sirota. O VALORES PROPOSTOS Conexdio via porta CIX (valor mensal) Tipo Porta Manutengo Opera¢ao Valor mensal in 1G R$5000 —_—R$65,00 R$115,00 Aca es eee 10G R$50,00 R$640,00 R$690,00 Habilitago. R$T15,00 To0G R$50,00 R$5470,00 —_R$5.520,00 Desinstalagio R$115,00 laf rote mnoge/mmiozo | 1S IDI MERCADO MUDANCAS NO ISS AENTRADA EM VIGOR da Lei Complementar n° 157 afeta diretamente empresas que prestam servigos por meio da internet. Sancionada em 30 de dezembro pelo presidente Michel Temer, a LC 157 amplia a lista de servicos sobre os quais incide o Imposto Sobre Servi- Gos (ISS) e fixa em 2% a aliquota minima. Se, por um lado, a nova lei visa a evitar a guerra fiscal e dé mais seguranca juridica ao especificar os servicos que estio sujeitos 4 cobranga, por outro, estende consideravel- mente a incidéncia do imposto e causa controvérsia a0 tributar streamings de videos e misica. Processamento, armazenamento e hospedagem de da- dos, textos, imagens, videos, paginas eletrdnicas, aplica- % RobertaPrescott Diversas atividades de computa¢ao passama estar sujeitas a incidéncia do imposto sobre servicos, entre elas, processamento, armazenamento e hospedagem de dados tivos e sistemas de informacdo passam a poder ter inci- déncia de ISS, assim como a elaboracado de programas de computadores (inclusive de jogos eletrdnicos), a disponi- bilizacdo, sem cessao definitiva, de contetidos de audio, video, imagem e texto por meio da intemet ea insergao de materiais de propaganda e publicidade na internet. ara Luiz Peroba, sécio da Pinheiro Neto Advogados, por algumas razées, incluindo avango da tecnologia, os municipios ndo estavam exercendo seu direito de cobrar ISS de forma adequada, e havia uma zona cinzenta dis- putada indevidamente por eles e também pelos estados “Com a aprovacao desta LC, 0s contribuintes e as auto- ridades agora tém mais clareza sobre quais fatos econd- “Os contribuintes e as autoridades agora tem mais clareza sobre quais fatos econdmicos estao na competéncia dos municipios e podem sofrer tributacao pelo ISS e quais estao na competéncia , dos estados e podem ter incidéncia de ICMS* LUIZPEROBA PrneraNeto iogaes abranet.org.br ‘argo maio 2077 16 Ow micos esto na competéncia dos municipios e podem so- frer tributacdo pelo ISS e quais esto na competéncia dos estados e podem ter incidéncia de ICMS”, esclarece. Ja Evandro Grili, sécio do escritério Brasil Salomio @ Matthes Advocacia, pondera que a seguranga juridica no Brasil tem sido bastante relativa, ainda mais em se tratando de matéria tributéria, mas diz que, ao estabe- lecer alfquotas minimas e méximas e vedar isencdes, a lei é positiva. “Mas, a0 mesmo tempo, [a lei] criou mecanismo para cobranca de ISS sobre atividades que, a meu ver, nem séo servigos, caso dos streamings, 0 que a tora inconstitucional neste ponto”, ressalta (ver quadro na pégina 18). ‘As empresas de internet que fomecem, por exemplo, servigos de armazenamento e hospedagem devem sentir impactos e os precos ficarem mais altos, tendo em vista a possibilidade de cobranca de ISS com aliquotas variando entre o minimo de 2% e 0 maximo de 5%. “As autoridades tinham o entendimento de que esta atividade j4 deveria estar sendo tributada como processamento de dads, ¢ al- ‘gumas empresas ja acatavam este posicionamento. Agora, com a aprovagio do item especifico para armazenamen- tofhospedagem de dados, acredito que todas as empresas passardo a tributar e a tendéncia é que exista um equilibrio no mercado”, aponta Peroba. sécio da Pinheiro Neto Advogados nao descarta um aumento nos pregos para quem contrata estes servicos, uma vez, que as empresas que realizam tal atividade ou repassarao 0 aumento ou reduzirao sua margem de lu- cro, dependendo das condigées do mercado. Evandro Grili, da Brasil Salomo e Matthes, também acredita em aumento de precos. “Estima-se [que as empresas te- nham] um impacto entre 2% e 5% [devido ao] ISS em suas receitas. Estes custos, certamente, ser repassa- dos aos consumidores. Contudo ha situagdes que preci- sam ser verificadas. Por exemplo, contetidos musicais abranet.org be margo/ maio2077 | 17 nacionais estdo protegidos por imunidade constitucional € ndo poderdo ser tributados. Hé também a imunidade sobre contetidos de livro eletrénico”, explica. ENTRADAEM VIGOR A Lei Complementar sobre ISS é uma regra geral que dé ao municipio a competéncia de tributar as ati- vidades determinadas. Contudo, sozinha, ela nao cria a obrigaco de tributar. A partir de agora, os municipios tém de legislar isoladamente, por meio de suas cémaras de vereadores, de modo a exercer a competéncia tribu- taria que a LC 157 Ihes outorgou. Aqueles municipios que quiserem cobrar 0 ISS sobre es- ses novos fatos geradores a partir de 1° de janeiro de 2018 terdo que aprovar, sancionar e publicar as novas leis muni- Streaming em xeque cipais até 30 de setembro de 2017, esclarece Grili. “A regra constitucional da anterioridade tributaria demanda a publi- cacao da lei que cria tributos no exercicio anterior e com antecedéncia minima de 90 dias entre a data da publicagao a possibilidade de cobranga do tributo”, diz o advogado. A Lei Complementar também busca acabar com a guerra fiscal entre as unidades da Federagio, pois estabe- lece uma aliquota minima e explicita que 0 imposto no pode ser objeto de concessio de isengdes, incentivos ou beneficios tributérios ou financeiros, inclusive de redugao de base de célculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indire- tamente, em carga tributéria menor que a decorrente da aplicagao da aliquota minima. Enquanto as empresas aguardam as decisdes dos muni- A insergao na lista de atividades passiveis de cobranga do ISS da disponibilizagéo, sem cesséo definitiva, de contetidos de Sudio, video, imagem e texto por meio da internet, ou seja, do streaming, é, na opinigo de Evandro Gril, sécio do escrit6rio Brasil Salomao e Matthes, um equivoco. A ju: segundo ele, é que os streamings nao prestam servicos, mas tornam disponiveis conteddos, uma cessao de direitos das obras audiovisuais que armazenam para uso doméstico por quem os contrata. “Esta cessao nao definitiva, que vigora apenas enquanto se estiver pagando a mensalidade, é, na verdade uma obrigagao de dar e nao se caracteriza como servico”, argumenta. © advogado cita a Sémula Vinculante 31, editada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que diz que ndo incide 0 ISS em locacao de bens méveis. “A premissa para esse entendimento foi, justamente, a de que obrigagdes de dar ndo ensejam a cobranga de ISS. Na minha ética, os streamings 80 uma obrigagdo de dar endo uma obrigacao de fazer. Nao so, portanto, servicos passiveis de tributacdo pelo ISS.” Entretanto, Luiz Peroba, sécio da Pinheiro Neto Advogados, pondera que ainda ndo se tem uma posi¢o recente e definitiva do STF examinando a natureza juridica dessas novas tecnologias. “No passado, o tribunal adotou de forma reiterada um posicionamento binério que levava em conta conceitos de direito civil: obrigagao de fazer tinha 0 ISS versus obrigacao de dar, que tinha a incidéncia do ICMS", afirma. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, ressalta Peroba, essas questdes esto sendo reavaliadas. “Temos, por exemplo, um novo conceito (importado de outras jurisdic&es) de software- as-a -service (SaaSs). Entende-se no SaaS que um software pode ser considerado um servico mesmo sem uma atividade manual realizada para atender a uma encomenda, mas sim pela facilidade e funcionalidade que o produto proporciona ao cliente. Existem pouguissimas decisdes judiciais sobre 0 tema, que certamente ainda precisaré ser avaliado, em titima instancia, pelo STF”, defende Peroba. abranet.org.br ‘margo mao 2077 1’ cipios, a orientagio é consultar suas assessorias jurfdicas para verificar se suas atividades esto abrangidas nos no- {os ipo bute inserdos malisa desevizosdaieg- Na listado ISS aco complementar do ISS e, assim, poderem se preparar para, no futuro, eventualmente, fazer questionamentos ‘Alguns servicos que podem junto ao Poder Judiciario. passar a ser tributados: ‘As companhias também precisam atentar para o fato de a LC 157 proibir reduc&o da carga tributéria do ISS © Processamento, armazenamento ou a menos de 2%. “A concessio de beneficios sem ampa- hospedagem de dados, textos, imagens, ro na lei pode provocar puni¢ao individual aos gover videos, paginas eletrénicas, aplicativos nantes por ato de improbidade administrativa”, destaca € sistemas de informagao, entre outros Peroba. “Para as empresas, vale atenco para essa al- formatos, e congéneres. teracdo, pois planos de investimentos podem ter sido * Elaborago de programas de computadores, inclusive de jogos eletrénicos, independentemente da arquitetura construtiva da maquina em que o programa serd executado, incluindo tablets, smartphones e congéneres. elaborados levando em conta cargas tributarias bem re- duzidas”, acrescenta. O © Disponibilizacao, sem cesso definitiva, de contetidos de dudio, video, imagem e texto por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periédicos (exceto a distribuicgo de contetidos pelas prestadoras de Servico de Acesso Condicionado, de que trata a Lei n? 12.485, de 12 de setembro de 20M, sujeita ao ICMS). "(A lei] criou mecanismo para © Insergiio de textos, desenhos e outros Sen materiais de propaganda e publicidade, em cobran¢a de ISS sobre atividades sqiakauer aks ccata en bro jornai que, a meu ver, nem sao servicos, periédicos e nas modalidades de servigos de radiodifus&o sonora e de sons e imagens de recepsao livre e gratuita). caso dos streamings, 0 que a torna inconstitucional neste ponto’” EVANDROCRILI ad Slndoe Mathes Adicaa ® \Veja a integra da Lei Complementar N°157, de 29/12/2016: http://www-planalto.gov.briccivil_O3/leis/LCP/LepIS7.htm abranet.oxg.be Diino ‘margo/ maio 2077 19 ENTREVISTA Eduardo Magrani Professor e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio *% RobertaPrescott LEI DE PROTECAO DE DADOS PESSOAIS E FUNDAMENTAL PARA O CENARIO DE IOT Até setembro, o governo planeja estabelecer o Plano Nacional de Internet das Coisas, com um conjunto de diretrizes para estimular 0 fomento da tecnologia. Mas 0 Brasil enfrenta uma série de desafios, entre eles, o fato de ainda nao ter estabelecido uma lei de protecao de dados. Nesta entrevista, Eduardo Magrani, professor e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio, opina sobre os principais itens para a formulacao de uma estratégia nacional capaz de permitir, de fato, uma IoT no Pais. ABRANET: Com quase trés mil contribuigies, a con- sulta piiblica sobre Internet das Coisas no Brasil teve como objetivo identificar tépicos-chave para a viabili- zagio da tecnologia no Brasil. Quais sdo esses tépicos? EDUARDO MAGRANI: Os t6picos-chave dividem-se em varios eixos: pesquisa e desenvolvimento; recursos humanos; oferta tecnolégica e composicdo de ecossiste- mas; investimento, financiamento e fomento; demanda; aspiragdes; gerenciamento de infraestrutura; suporte a aplicacdes e servigos; redes e transporte de dados; ga- teways e dispositivos; seguranca e privacidade; papel do Estado; assuntos regulatérios. © que o Plano Nacional de Internet das Coisas no Bra- sil precisa incluir? Plano Nacional de IoT tem que se debrugar sobre esses eixos, de forma interdisciplinar e atento tanto ao potencial econémico quanto aos riscos existentes a segu- ranga ea privacidade. Um plano como este, se nao for bem feito, pode barrar iniciativas inovadoras? Quais sao 0s riscos e os proble- ‘mas que montar um plano de ToT pode apresentar? ‘Um dos principais desafios técnicos e regulatérios que © Brasil enfrentaré a partir de agora se relaciona ao papel do Estado na emergente realidade da hiperconectividade. Se regular demais pode afetar negativamente a inovacdo e © potencial econémico da IoT. Se regular de menos, pode nao garantir suficientemente a seguranca e a privacidade dos consumidores de produtos envolvendo IoT. Como estruturar um plano de oT que seja duradouro, levando-se em conta que ele esta sendo feito com base nas tecnologias existentes hoje e que devem ser outras em dez, 20 anos? O ideal seria abordar conceitos mais amplos, como uso de dados, privacidade e espionagem, endo tecnologias especificas? Ja existe uma regulagio especifica para a Internet (Marco Civil da Intemet), e esté tramitando no Congres- abranet.org.br ‘argo maio 2077 20 so Nacional uma lei geral para protecdo da privacidade. A regulacao de IoT devera ser um instrumento que toque diversas dreas e também envolva assuntos técnicos ¢ tec- nologias especificas; extrai-se dai sua complexidade. Qual é a importancia para o Brasil ter um Plano Na- cional de Internet das Coisas? A Internet das Coisas jé ¢ uma realidade. Computa- dores de pulso, casas, cartos e cidades inteligentes si0 manifestagdes presentes de 1oT. Todos 0 dias, “coisas” se conectam a internet com capacidade para comparti- Ihar, processar, armazenar ¢ analisar um volume enor me de dados entre si, cada vez mais. Pulseiras e palmi- Ihas inteligentes que compartilham com seus amigos 0 quanto vocé andou a pé ou de bicicleta, ou dispositivos de satide interconectados que permitem um monitora- mento mais constante e eficiente e uma interagdo mais eficaz entre paciente e médico. Esses exemplos sio manifestagoes associadas a0 con- ceito que vem sendo construido de Intemet das Coisas. Pesquisas estimam que em 2020 a quantidade de objetos interconectados passaré de dezenas de bilhdes. A ToT po- deré alterar significativamente a maneira como vivemos. O ecossistema regulatério brasileiro precisa ajustar-se rapida- mente a esse cenério em transformacao. F. possfvel aprovar leis que protejam os direitos individuais, criem mercados eficientes e favorecam a inovacao de caréter nacional. Existem planos similares em outros paises? Poderia comentar a importancia deles e o que enderecam? ‘Varios paises ainda esto buscando uma regulamen- taco geral para a internet. O tema IoT costuma ser insti- tudo incidentalmente por regulacdes envolvendo incen- tivos a inovacio, propriedade intelectual e outras mais especificas, divididas setorialmente, como aquelas vol- tadas a telecomunicagdes. Brasil pode ter um Plano Nacional de Internet das Coisas sem antes definir uma lei de protecdo aos dados pessoais? Quais so as implicacdes disso? ‘Uma lei geral de protecao de dados pessoais no Brasil, além de ser uma urgéncia, é fundamental para 0 cenério de Internet das Coisas. As tecnologias estio sendo colocadas 8 disposicdo dos consumidores, informages pessoais es- to sendo armazenadas, tratadas e até mesmo transferidas a terceiros, sem que haja uma regulacao no Brasil especi- fica para isso. Os riscos a privacidade se intensificam com a Internet cas Coisas. Diversos paises da América Latina jé possuem uma lei geral para protecdo da privacidade. Jé estamos atrasados neste debate, por isto a urgéncia. Os acordos internacionais nao sdo simples. Na Internet mesmo, eles so poucos. Como serd possivel estabele- cer direitos e deveres no mundo dos objetos conectados no Brasil? Como isso tem de estar alinhado com politi as internacionais? Uma das principais discussdes que deve ser travada no Ambito da ToT diz respeito a transferéncia intemacional de dados. Com a Internet das Coisas chegando ao mundo globalmente conectado, teremos a incidéncia de diversos problemas envolvendo a falta de homogeneizagao na re- gulacdo desses dados, variando de pais para pais. Ha quem defenda que telecomunicagies ¢ internet con vergem e que a Anatel é 0 caminho natural para cuidar dos assuntos da internet no Brasil. Para 0 senhor, a Anatel é 0 caminho para cuidar da politica de servicos para a Internet das Coisas? Por qué? Em parte. A Internet das Coisas (assim como a inter- net em si) diz respeito a diversas reas no somente ao setor de telecomunicagdes. A Anatel pode e deve atuar em IoT, mas apenas no que for relacionado aos assun- tos de telecomunicagoes. O @ dniexzo abranet.oxg.be smargo/ maio 2077 2) SECURANCA AVOLTA DO SPA Engana-se quem acredita fs - : i Le i que os ataques usando spam sao algo do passado. O Relatorio Anual de Ciberseguranca Cisco 2017 apontou que 65% dos e-mails das empresas entrevistadas referem-se a spams, e °% Roberta Prescott entre 8% e 10% deles sao maliciosos e representam ameacas. Mas essa porcentagem esta aumentando, o que sugere que os criminosos podem estar experimentando varios tipos de arquivos para que suas campanhas sejam bem-sucedidas. POR POUCO TEMPO, os spams pararam de ser grande dor de cabeca para as empresas, principalmente porque elas atacaram o problema implantando ferramentas e houve, no Brasil, um controle maior da porta 25. Mas agora ~ muito em funcao do proprio relaxamento da gestdo de seguranca -, 05 ataques voltaram com tudo, explica Ghassan Dreibi, gerente de Desenvolvimento de Negécios de Seguranca da Cisco América Latina, De acordo com a Cisco, o volume global esté crescen- do devido principalmente ao grande e préspero envio de spams por botnets como o Necurs, um vetor primério para ransomware Locky. Ele também distribui ameagas como 0 trojan de banco da Dridex. Muitos dos IPs host que envia- ram spam Necurs foram infectados ha mais de dois anos. ara ajudar a manter o escopo completo da botnet es- condida, © Necurs envia spam apenas para um subcon- junto de hosts infectados. Um hospedeiro infectado pode ser usado por dois a trés dias e depois fica sem enviar por duas a trés semanas, um comportamento que complica 0 trabalho da rea de seguranca. Além disto, os criminosos esto fazendo uso de ar- quivos de diversos tipos, como .docm, JavaScript, .wsf e .hta, para impedir que os spams maliciosos sejam de- tectados. J4 0 Necurs envia anexos maliciosos com ar- quivos executaveis como JavaScript, -hta, .wsf e VBS- cript. Outra técnica que tem dificultado o trabalho de abranet.org.br ‘margo mao 2077 22 deteccao e prevencao é 0 ataque snowshoe, no qual sio enviados poucos spams por vez. “Um dos principais métodos para detecca0 de spam é a volumetria. Com o envio de poucos ~ ainda assim milhares — de spams por IP, fica mais dificil identificar. Leva mais tempo e 0 ata- que se dé nesta brecha de tempo”, afirma Marce- lo Bezerra, gerente de Engenharia de Seguranca da Cisco América Latina Além do snowshoe, os ataques do tipo hailstorm. também so probleméticos, porque miram os siste- ‘mas antispam. Os operadores por tris deste tipo de ataque tiram vantagem da pequena janela de tempo entre o momento que a campanha de spam é langa- da ea deteccdo pelo sistema antispam. Sao segundos ou minutos até 0 bloqueio. NOVOOLHAR O Relatério Anual de Ciberseguranga Cisco 2017 também revelou que esté na hora de as empresas muda- rem a abordagem para seguranga se no quiserem perder dinheiro em decoréncia das invasdes. Segundo o rela- tério, 23% das organizagdes invadidas perderam opor- tunidades de negécio (com 42% delas perdendo mais de 20%), 29% perderam receita (com 38% desse grupo perdendo mais de 20% de suas receitas) e 22% das em- presas violadas perderam clientes (40% delas perderam mais de 20% de sua base de clientes). “Quanto mais as empresas dependem da tecnologia, maior seré o impacto nos negécios se ficar sem ela”, des- taca Dreibi. O risco tende a aumentar quando se leva em conta a maior digitalizacdo. A Cisco estima que em 2020 A metodologia [dos criminosos] inclui reconhecimento do que a empresa-alvo tem, preparacao para oataque, descoberta de como colocar a ameaca onde se quer einstalacao, Segundo o Relatério Anual de Ciberseguranga Cisco 2017, 23% das organizacGes invadidas perderam oportunidades de negdcio, 29% perderam receitae 22% perderam clientes. o tréfego IP anual e global chegaré a 2,3 zettabytes, sendo que 66% dele ser mével. Além disto, com mais dispositivos conectados, aumen- ta.a superficie potencial para ataques — basta verificar 0 grande aumento de ataques distribuidos de negacao de servigo (DDoS) usando objetos conectados a Internet das Coisas. A IoT gera um potencial de ter milhdes de bots, € como alguns dispositivos ndo contam com antivirus ou mecanismos de limpeza de malwares as botnets ganham ainda mais forga e ficam maiores. Dreibi explicou que o processo dos ataques perma- nece 0 mesmo. Eles no mudam porque as empresas, de maneira geral, continuam comprando produtos e ferra- mentas e nao solugdes para resolver um problema. Do lado dos criminosos, a metodologia inclui reconheci- mento do que a empresa-alvo tem, preparacdo para o ata- que, descoberta de como colocar a ameaca onde se quer ¢ instalacao. “As companhias usam 0 mesmo modelo de 20 anos atrés. Elas protegem as méquinas. Enquanto no mudar 0 raciocinio, os atacantes seguitio fazendo igual”, ressalta. Para ele, o mais importante é conseguir identifi- car que uma ameaca se aproxima. Outro problema das corporagdes é a falta de investiga- Gao das ameagas. De acordo com 0 relatério apresentado, apenas quatro de cada dez, alertas criticos de seguranga sio investigados. Dos que so investigados, 28% sao le- gitimos. E menos de metade (46%) dos alertas legitimos 6 remediada. Além disso, 44% dos gerentes de operacdes de seguranca veem mais de 5,000 alertas de seguranca por dia. O Relatério Anual de Ciberseguranca Cisco 2017 avaliou aproximadamente 3 mil diretores de seguranca e lideres em operagées de 13 paises. O strane og.be argo maio2017 | 23 TENDENCIAS °S Roberta Prescott NO RADAR DA INTERNET -— DAS COISAS oe Se ha um tema comum em debates sobre a Internet das Coisas é a necessidade do desenvolvimento de padres nessa nova onda tecnoldgica. Mas isto néo tem impedido a industria de se movimentar e lancar diversos projetos na area e nem significa que as empresas devam esperar para investir © MUNDO SE PREPARA para uma répida adogao de so- lugées de Internet das Coisas, que serd impulsionada pela implantagao das redes de telecomunicagdes de quinta ge- raga (5G). A espera da padronizagao do 5G, no entanto, tem levado a busca de tecnologias capazes de fomentar o mercado de ToT. Segundo dados da Machina Research, as conexdes de baixo consumo energético e alto alcan- ce (LPWA, na sigla em inglés) deverdo ultrapassar os acessos 2G, 3G e 4G, tomnando-se a mais difundida tec- nologia para a Internet das Coisas, com previsio de 1,4 bilhao de acessos em 2022. As especificagdes do LPWA foram completadas pelo 3GPP em junho de 2016 no Release 13 e, de acordo com a GSMA, associagao global de operadoras méveis, um ecos- sistema de mais de 60 empresas, entre operadoras e forne- cedores, também apoiou 0 padrdo, sendo que mais de 30 redes jé foram lancadas. Outra tecnologia também no radar para a Internet das Coisas é 0 Wi-Fi HaLow, que combina baixo consumo de energia elétrica ou bateria com cobertura de alto alcance e estencle Wi-Fi para a banda de 900 MHz. Se ha um tema comum em debates sobre a Internet das Goisas é a necessidade do desenvolvimento de padrdes nessa nova onda tecnolégica. Mas, como ressalta uma andlise da consultoria briténica Ovum, isto ndo signifi- ca que as empresas devam esperar para investir na IoT. Em nota, a Ovum lembrou que todos concordam que a Internet clas Coisas precisa de padrao e ressaltou que ha muitos atores buscando que seu padrio seja dominante, resultando no mercado altamente fragmentaco que temos atualmente, No entanto, esperar a clareza emergir 6 des- cartar as vantagens de entrar no mercado hoje, enquanto a espera pode levar uma década ou mais, afirmou a Ovum. Segundo essa andlise da consultoria, os custos de im- plantacdo de infraestrutura nunca estiveram to baixos, Aprevisao da IDC é que o ecossistema de Internet das Coisas no Brasil dobre detamanho até o fim da década, superando os USS 13 bilhdes. abranet.org.br 24 | margo aio 2077 © especialmente no segmento de sensores e microproces- sadores. Além disso, os requisitos computacionais po- dem muito bem explorar as tecnologias em nuvem de \itima geragao. Para a Ovum, a fragmentagao do merca- do de loT vai fazer com que muitos usuarios de tecnolo- gia esperem por maior clareza e pela emergéncia de um vencedor. No entanto, as muitas aliangas de IoT e seus padrdes atualmente em disputa ndo mostram sinais de redugio. Grandes empresas de tecnologia como ARM, Cisco, IBM, Intel, PTC e Samsung so membros de mil- tiplas aliancas, lembrou a Ovum. Para a Ovum, o importante é a construcao de um plano de negécios que, baseado no status atual da tecnologia, escolha tum dos padrées com bom suporte na inckistria ~ para evitar tum fomecedor tinico ~ e seja fortalecido pelos nimeros de retomos sobre 0 investimento que ja podem ser alcangados. A disputa de padres, contudo, no tem impedido a indistria de se movimentar e langar diversos projetos de Internet das Coisas. Um recente estudo global publicado pela Aruba (A Internet das Coisas: hoje e amanha) apon- ta que a loT ird em breve se disseminar em larga escala, Segundo a pesquisa, 85% dos negécios pretendem adotar Internet das Coisas, na definicdo de Kevin Ashton, criador do termo, significa sensores conectados a internet e comportamento semelhante internet ao criar conexdes ad hoc abertas, compartlhando dados livemente e permitindo aplicacdes inesperadas; entdo, os computadores podem entender o mundo ‘a0 redor delese se tornarem o sistema nervoso da humanidade. a IoT até 2019, guiados pela necessidade de inovacao e de eficiéncia nos negécios. Embora a andlise confirme os claros beneficios dos investimentos em IoT, o relatério da ‘Aruba alerta para o fato de que conectar milhares de coi- sas as atuais redes corporativas jé resultou em brechas de seguranca para a maioria das organizagdes. NO BRASIL Embora haja muita discussio sobre a adocao de Inter- net das Coisas, existem poucos casos praticos no Brasil, de acordo com um estudo realizado pela Logicalis. Ape- nas 31% das empresas entre- vistadas adotaram a ToT em algum nivel entre moderado e alto, enquanto 66% delas che- garam, no maximo, a discutir esse tipo de iniciativa. Apesar da adocio ainda ser baixa, 0 futuro & promissor, na avalia- ao da integradora. Enquanto, atwalmente, 32% dos patticipantes do estudo en- xergam a JoT como crucial para seus negocios, este cenério deve se inverter nos préximos anos: 62% dos participantes acreditam que ela seré extremamente importante dentro de tr@s a cinco anos. A pesquisa loT Snapshot, realizada com executivos de 160 empresas de diferentes segmen- tos para entender a maturidade de adogao de IoT no Bra- sil e seu potencial de crescimento nos préximos anos, ‘mostrou que, para eles, a Internet das Coisas vem sendo considerada como uma evolugio das tecnologias de au- tomagGo industrial, Aumento da produtividade (81%), da eficiéncia opera- ional (81%) e redugao de custos (79%) foram apontados como os principais beneficios. Outras melhorias buscadas pelas empresas que investem em IoT sio suporte tomada de decisdio (75%), inovagio (70%), diferencial competiti- vvo (59%) e novas fontes ce receita (36%). Entre os desa- fios, o distanciamento em relagio ao tema e a imaturidade tecnolégica foram apontados como os pontos mais criticos neste momento ~ citados por 64% e 63% dos responden- tes, respectivamente. estudo avaliou ainda os principais motivos que le- vam as organizagoes de cada um dos segmentos pesqui- strane org.be smargo/ maio2077 | 25 Na avaliacao da IDC, os projetos de Internet das Coisas devem aumentar consideravelmente a partir do segundo semestre, marcando 2017 como o ano em quea loT deslanchou no Brasil. sados a adotarem a IoT. O setor de utilities, por exemplo, visa a redugao de custo (67%), prodtividade (50%) e efi- ciéncia operacional (42%), enquanto o setor piiblico mira eficiéncia operacional (50%) e suporte a tomada de deci- sio (45%). Por sua vez, o segmento financeiro busca ino- vaca (44%), seguida de diferencial competitivo (33%). EXPECTATIVAS Na avaliagdo da IDC, 0s projetos de Internet das Coi- sas devem aumentar consideravelmente a partir do se- gundo semestre, marcando 2017 como 0 ano em que a ToT deslanchou no Brasil. A consultoria destacou que a principal justificativa para tanto otimismo é a definigao de uma politica piblica e de incentivo — 0 Plano Nacional de Internet das Coisas (loT) -, que tem a pretensio de listar ages para desenvolver tecnologias de LoT no Brasil até 2022 (Ieia a entrevista nas paginas 20 ¢ 21), A previsio da IDC € que o ecossistema da Intemet das Coisas no Brasil dobre de tamanho até o fim da década, superando os USS 13 bilhdes. O avango da IoT estara co- nectado com o uso de ferramentas de anélise, fundamen- tais para transformar dados em valor para os negécios, e com computacao em nuvem, que seré a plataforma para processar os dados. De acordo com a IDC, até 2019, 43% dos dados de IoT serdo tratados na nuvem. Langado pelo governo, o Plano Nacional de Internet das Coisas ficou em consulta piiblica até 6 de fevereiro, com objetivo de ser apresentado durante 0 maior con- gresso de telecomunicagdes, 0 Mobile World Congress (leia box ao lado). © GOVERNO QUER O BRASIL COMPETITIVO EM IoT Durante o Mobile World Congress, realizado ‘em fevereiro, em Barcelona, na Espanha, 0 ‘governo apresentou o que batizou das diretrizes para um Plano Nacional de Internet das Coisas. No entanto, 0 plano deve comegar a sair do papel apenas em setemibro, quando se espera ‘que 0 estudo contratado pelo BNDES e realizado ‘em consércio pela McKinsey, CPaD e Perei Neto Advogados deverd ser completado. Até 18, 0 plano ainda passaré por mais etapas de contribuigées da sociedade. Com base nessas diretrizes, a ideia € que © Plano de loT necessariamente aborde 0 impacto na sociedade, ambiente requlatério {tanto via Anatel quanto via instrumentos de desoneracao fiscal), infraestrutura e conectividade, inovacdo e ecossistemas, talentos (capacitacao), investimento e financiamento, além de internacionalizacéo. No Ministério da Ciéncia, Tecnologia, Inovacdes e Comunicagées, a leitura é que a Internet das Coisas ainda néo tem liderangas globais claras e que o Brasil pode fazer parte desse grupo. “A tecnologia, o hardware, isso jd existe. Jé existem casas automatizadas. Mas ‘a aplicagao eo tratamento das informacSes geradas para otimizar o funcionamento do sistema pode ser por onde o Brasil vai se tornar muito competitive nas aplicacées”, expl diretor de C&T da pasta, José Gontijo. Pelo cronograma previsto, até setembro, haverd uma versao final do documento completo do Plano de loT, com a indicagao de ages concretas, as verticais escolhidas e aces de curto, médio e longo prazo. Antes disso, entre abril e junho, a consultoria escolhida pelo BNDES e 0 Grupo de Trabalho de loT, que reine governo e empresas, vai trabalhar na investigacao e selecao das verticais. Segundo o MCTIC, ao longo do caminho 0s pontos sero objeto de consulta publicas permanentes. 0 abranet.org.br ‘margo mao 2077 26 Abranet esta no Conselho Deliberativo de Atacado da Anatel AASSOCIACAO BRASILEIRA cle Internet (Abranet) entrou para o Conselho Deliberativo de Atacado para 0 biénio 2017/2018, responsivel pela deliberacdo para a negociacdo de ofertas de alta capacidade de dados € voz.no setor de telecomunicagGes. A lista com o resultado da seleco dos representantes dos chamados “grupos sem poder de mercado significativo (PMs)”, ou seja, empresas com menos de 50 mil usuérios, foi divulgada no dia 26 de janeiro pela Agéncia Nacional de Telecomunicagdes (Anatel). “A participagao da Abranet no conselho de atacado é fundamental para podermos contribuir na melhoria de ofertas de servicos de telecomunicagao para as pequenas operadoras da associacao”, ressalta Eduardo Parajo, presidente da entidade, O Conselho Deliberativo de Atacado é um érgio independente dentro da estrutura da Associacio Brasileira de Recursos em Telecomunicagdes (ABRTelecom), que foi selecionada pelos grupos com PMS como entidade supervisora de ofertas de atacado. O conselho é responsével pelo tratamento de questdes relativas ao Plano Geral de Metas ce Competicio (PGMC). Além da Abranet, ocupardo vagas no conselho a Associacao Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicagées (Abrint), a Associagdo Brasileira das Prestadoras de Servicos de Telecomunicagdes Competitivas (TelComp) ea Associacao NeoTV. O W3C lanca documento sobre publicacado de dados na web WORLD WIDE Web Consortium (W3C) langou um documento de referéncia e recomendagdes para publicagao de dados na web. O texto das boas préticas contou com participagio de brasileiros ~ de acordo com 0 NIC.br, quase metade dos integrantes do grupo de trabalho (GT) responsivel pela producdo do documento “Data on the Web Best Practices” era do Brasil. O documento esté disponfvel em htps://www.w3.org/TR/dwbp/. O CONEXAO Um quarto dos pontos Wi-Fi esta propenso aataq UMEMCADA quatro pontos de ues acesso de Wi-Fi tem alta propensio ara ser invadido, de acordo com estatisticas da Kaspersky Lab, que analisou as informagGes de mais de 31 milhdes de pontos de acesso de Wi-Fi em todo o mundo para chegar a esta conclusio. De acordo com a empresa, um quarto dos pontos de acesso (28%) verificados ndo € seguro, colocando os. dados pessoais usuérios em risco. Isto significa que todo o tréfego transmitido por essas reds, incluindo ‘mensagens, senhas, documentos pessoais e outros dados, pode ser facilmente interceptado e usado por criminosos. De acordo com a Kaspersky, 25% das redes Wi-Fi mundiais nao usam qualquer tipo de criptografia ou protecao por senha as informacies transmitidas por elas ficam totalmente expostas e podem ser lidas por outras pessoas. Além. disso, para criptografar os dados, 3% dos pontos de acesso usam 0 protocolo WEP, o que, segundo a Kaspersky, nao € confifvel e pode ser decifrado em questao de minutos por ferramentas dispontveis de graga na internet, O abranet.org.be smargo/ maio 2077 27 BS e Facebook: Brasil precisa avangar no ambiente favoravel a internet OPRIMEIRO “Indice de Intemet Inclusiva”, estudo realizado pela The Economist Inteligence Unit e pelo Facebook, divulgado durante Mobile World Congress, realizado em fevereiro em Barcelona, traz resultados positivos para o Brasil. O levantamento comparou 75 paises em relacdo aos seguintes quesitos: disponibilidade (availability), viabilidade de custo (affordability), ambiente favoravel (readiness) e relevancia (relevance). No comparativo geral, o Brasil ficou na posigao 18, com nota 78 para um maximo de 100. Analisando apenas as Américas, 0 Brasil foi o terceiro no ranking, Os paises mais bem ranqueados foram Cingapura e Suécia (empatados), EUA, Reino Unido, Japao e Coreia do Sul. Entre os diferentes indicadores analisados, aquele em que o Brasil se saiu melhor foi o de viabilidade de custo, em que sao analisados os precos dos servicos © equipamentos de acesso, bem como o nivel de competicao na oferta. Neste quesito, 0 Brasil ocupou a nona colocacao, com indice 92,3. pais mais bem colocado foi o Canadé, com nota 99,3. No quesito disponibilidade, 0 Pais ficou na posi¢do 21, com nota 65,8, e o pais lider foi Cingapura, com nota 95,8. Este quesito analisa 0 uso dos servicos, a qualidade, a infraestrutura disponivel ea disponibilidade de energia No indicador ambiente favoravel (readiness), © Brasil ficou com nota 70,9 e na posigao 31 —a pior classificagao obtida pelo Pais entre os quesitos analisados. Nesse indicador so analisadas questdes de confianga e seguranca, politicas e instrugdo da populacéo (literacy). No item relevancia, que analisa a presenca de contetido local e conteiido relevante, incluindo servicos de governo, o Brasil ficou na posicéo niimero 13, com nota 84,3. O lider foram os EUA, com nota 90,6. A integra do estudo, em inglés, esta disponivel em hup:/bitly/2nsGIHS O WhatsApp movimenta até 0,9% do PIB do Brasil AS COMUNICACOES feitas pelo WhatsApp estao associadas de alguma maneira a até 0,9% do PIB do Brasil. Uma parcela significativa dos mais de 100 milhdes de usudrios troca mensagens com pequenos e médios negécios e prestadores de servicos, aponta um estudo da consultoria Analysis Group. Segundo a consultoria, 0 gasto anual dos brasileiros associado de alguma maneira ao WhatsApp ¢ estimado entre 12 bilhdes e 28,3 bilhdes de délares, ou 0 equivalente a de 0,38% a 0,88% do Produto Interno Bruto (PIB) do Pais em 2015. O levantamento, encomendado pelo WhatsApp e que também calculou o impacto econdmico do aplicativo na india, Alemanha e Espanha, indica que quase 1 em cada 3 entrevistados no Brasil utiliza 0 WhatsApp para se comunicar com estabelecimentos comerciais e profissionais liberais, incluindo restaurantes, oficinas mecénicas, médicos, cabelereiros, corretores de iméveis e advogados. De acordo com o relatério, o estimulo a atividade econdmica com 0 WhatsApp se dé pela redugio de custos, aumento da produtividade e melhora da qualidade do atendimento a clientes, entre outros fatores. O estudo diz ainda que um aumento de 5 pontos percentuais na base de usuarios do WhatsApp no Brasil representaria uma adigio de 790 milhdes de délares ao PIB do Pais. Globalmente, 0 WhatsApp possui 1,2 bilhdo de usudrios. Entre os quatro paises pesquisados, 0 Brasil & ‘o que tem maior penetracao do WhatsApp, com cerca de ‘metade da populacao utilizando o aplicativo. O abranet.org.br ‘margo mao 2077 28 IPv4: reta final para o esgotamento dos enderecos internet OREGISTRODE Enderecamento da Internet para a América Latina e 0 Caribe (LACNIC) anunciou em fevereiro que a regido entrou na fase final do que chama de ‘terminago gradual’, ou seja, a distribuigao dos tiltimos enderegos IPv4. A partir de agora, alocacdes 56 para novos provedores de conexao. “Empresas que vio entrar no mercado daqui em diante terdo uma quantidade pequena de IPv4, mas suficiente para iniciarem seu servigo e se prepararem para a transigao para 0 IPV6. O objetivo é garantir que empresas que precisam desse recurso recebam uma quantidade minima”, explica o gerente de Recursos de Numera¢ao do NIC.br, Ricardo Patara, Como se trata da distribuigdo de um recurso escasso, medidas por conta do esgotamento foram adotadas ainda em 2014, quando se criou uma limitagio aos pedidos de enderecos na versio 4 do protocolo internet. Entre as medidas, ficou acertado que uma mesma empresa s6 poderia levar 1.024 enderegos por vez, podendo pedir novamente somente depois de seis meses. A nova etapa é ainda mais rigorosa, “Somente haverd alocagao, para quem ainda ndo tem IPv4, e apenas 1.024 enderecos, uma tinica vez”, acrescenta Patara. ( esgotamento de enderecos IPv4 se tomiou razoavelmente previsivel ha cerca de duas décadas, quando a internet comercial disparou. Em 1977, quando Vint Cerf e Robert Kahn desenvolveram. a base desse sistema de comunicagao, 0 TCP/ TP, 08 4,3 bilhdes de combinagoes possiveis com niimeros de 32 bits pareciam mais do que suficientes. Mas eles acabaram e a Intemet das Coisas ainda nem chegou para valer. Dai a necessidade de mudanca para um sistema de 128 bits, que permite uma infinidade muito maior (340 ‘undecilhdes’) de combinagées. O Novas receitas para ISPs EM FEVEREIRO, a rede de varejo Magazine Luiza voltou a ofertar acesso & internet sem fio gratuito em aeroportos selecionados. A companhia contratou a empresa de publicidade mével Hands para implantar o projeto. Sem revelar investimentos na acdo, a varejista afirmou que no existe expectativa de retomno financeiro, sendo uma agao de branding, para reforcar a marca. © nome do Magazine Luiza e a logomarca aparecem na ago, que tem duracdo de trés meses e objetivo de propagandear a varejista como loja virtual. O CEO da Hands, Jodo Carvalho, explicou que a ‘empresa possui parceria com diversos fomecedores, de redes Wi-Fi, tendo acesso a cerca de 2,5 milhoes de pontos (hotspots) no Brasil. Carvalho explica que © contrato com os provedores normalmente ¢ feito com base na divisdo de receita (revenue share) e a parceria representa uma altemativa de nova fonte de renda para os ISPs. Ele, no entanto, no deu estimativas de valores. Carvalho enfatiza que a ago nao tem custo para (5 varejistas, uma vez.que a Hands desenvolveu uma tecnologia que é embarcada na rede dos provedores parceiros de internet sem fio, criando um SSID para oferecer servigos de publicidade mével e acdes como a do Magazine Luiza. Além do Magazine, a empresa {6 foi contratada por Citroen, Expedia e Skol. Aaceitagdo deste tipo de projeto tem sido boa, diz ele, “Dados da Nielsen de 2016 apontam que 56% dos acessos a internet mével no Brasil sio feitos por meio de Wi-Fi. Como passamos grande parte do, tempo em movimento, boa parte destes acessos é feita em locais piiblicos por meio de redes abertas.” O servico de conexao vale para quem estiver esperando voo nos aeroportos de Congonhas (SP), Fortaleza, Santos Dumont (RU), Recife, Salvador, Florianépolis e Porto Alegre. © strane og.be smargo/ maio2077 | 29 OPINIAO Ubiratan Resende MESMO EM MEIO & mais longa recesséo da historia, as empresas no podem deixar de investir em inovacao. Ha movimentos em todo o mundo que, se nao forem acom- panhados pelas corporacdes do Pais hoje, significario a perda de produtividade, competitividade, de mercado e inviabilidade econémica. Uma tendéncia cada vez mais forte em todo o mundo é a Internet das Coisas. Conforme estimativas da Intemational Data Corpora- tion (IDC), USS 737 bilhdes foram investidos em ToT em todo 0 mundo no iiltimo ano. A maior parte desses aportes concentrou-se na indiistria: USS 178 bilhdes. O Brasil no acompanhou este movimento e ocupa a 70* posicao entre 1141 paises analisados pelo {ndice Global de Inovacao 2015, realizado pela Comell University, INSEAD e WIPO. HA grande expectativa quanto & mudanca dese qua- dro, principalmente a partir do segundo semestre deste ano, quando seré anunciado o Plano Nacional de IoT, que deverd trazer incentivos para investimentos na tecnolo} A partir dai, conforme estimativas da consultoria IDC, todo 0 ecossistema de IoT no Brasil deveré dobrar de ta- manho, movimentando mais de USS 13 bilhdes até 2020. Fica evidente que, se no passado, a falta de investimen- tos em inovacéo comprometeu a competitividade no exte- rior, as indtistrias que néo se modemizarem acabarao per dendo até mesmo o mercado interno. A expectativa quanto a aceleracao dos investimentos em ToT no Pafs faz com que os fabricantes disponibili- zem no mercado intemo seus iiltimos lancamentos. Hé, por exemplo, equipamentos de realidade virtual voltados a controle de estoques e embarque. A partir de seu es- critério, um gestor pode, com 0 uso de éculos, conferir visualmente seus estoques, organizé-los e envié-los para embarque por meio de empilhadeiras inteligentes. Diretor geral da VIA Technologies no Brasil fit/nwarstatechcom) IoT CHEGA PARA FICAR NA INDUSTRIA BRASILEIRA Oecossistema de Internet das Coisas devera superar os US$ 73 bilhdes até 2020 no Brasil. 0 monitoramento de frotas, segmento em que a ToT se faz mais presente no Pais, é outro que traz avancos significa tivos. Até pouico tempo atrds, as solugGes, que se limitavam a informar, por meio de GPS, a localizagio de vefculos, no solucionavam imimeras necessidades resultantes dos ris- cos a que a logistica esté exposta. Hoje, gestores de frotas podem ter, em tempo real, imagens que mostram 360° a0 redor do veiculo, o que permite controle permanente sobre a forma como a mercadoria € conduzida e o conhecimento do ambiente onde ela se encontra, garantindo rapidez na comunicagéo com quem a conduz e na tomada de decisbes. Hi sistemas capazes de interpretar essas imagens, e, a partir dai, serem programados para alertar gestores ao identificarem vefculos que se aproximam repentinamen- te ou que trafegam préximos & carga ao longo de muitos quil6metros ou até sobre a presenga de pessoas armadas. ‘As instalagdes de produgio também passam a contar com solugdes que integram todos os sistemas de segu- ranga, como detectores de presenca, cdmeras e alarmes, que podem acionar, por celulares ou tablets, gestores onde quer que estejam. Mais do que os ganhos com seguranga, essas ferramentas proporcionam controle sobre entrada e saida de funcionarios e colaboradores, controle da produ- ao e eficiéncia no consumo de insumos. Se é dbvia a perda de competitividade internacional das inchistrias brasileiras por conta do atraso em investimentos em inovacdo, fica evidente também a oportunidade para diferenciacao no mercado interno com a adocao da IoT. Sistemas de automagio residencial sero comuns no Pais daqui a cinco anos. Esse movimento seré muito mais ré- pido e intenso no setor industrial. © momento torna, mais do que nunca, imperativo que se elevem a eficiéncia, pro- utividade e competitividade. © abranet or. 30 | argo /maio 2077 lc Amplifique. E O Amplificador Celular NEGER® aumenta o nivel de sinal das operadoras celulares GSM e 3G, possibilitando a utilizacdo de celulares, smartphones, tablets e modems em locais onde a cobertura é fraca ou inexistente. Solugao testada pelo INPE e homologada pela ANATEL. 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