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cosit Receita Federal __ Coordenago-Geral de Tributago Solugdo de Consulta n” 60 - Cosit Data Processo Interessado, CNPJICPF 30 de dezembro de 2013 0 ASSUNTO: IMPOSTO SORRE 4 RENDA DE PESSOA JURIDICA - IRPJ LUCRO PRESUMIDO. SERVICOS DE FISIOTERAPIA E DE FONOALIDIOL OGIA. PFRCENTIIAL. DE. PRESUNCAO REDUZIDO REQUISITOS. A partir de 1° de janeiro de 2009, para efeito de determinacdo da base de céleulo do imposto de renda devido pela pessoa juridica tributada com base no lucro presumido, aplica-se sobre a receita bruta decorrente da estagdo de servigos de fisioterapia © Fonoaudiologia o percentual de 8% (oito por cento), desde que a prestadora desses servigos seja organizada sob a forma de sociedade empreséria (de direito € de fato) e atenda as normas da Anvisa. Na hipdtese de ndo atendimento desses requisitos o percentual serd de 32% (trinta e dois por cento). Dispositivos Legais: Lei n° 9.249, de 1995, art. 15, caput, & § 1°, inciso IIL alinea “a”: Lei n° 9.430, de 1996, art. 25. 1; Lei n° 10.406, de 2002 (Codigo Civil), art, 966 e 982; Lei n? 11.727, de 2008, arts. 29 e 41, VI; IN REB n° 1.234, de 2012, arts. 31 ¢ 38, III; ADI SRF n° 18, de 2003; Solugao Ue Divergcucia Copit u? 11, de 2012 ¢ Sulugau de Diveryéucia Cosit "14, de 2013; Resolugtio RDC Anvisa n° 50, de 2002. ASSUNTO: CONTRIBUICAO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LiQuipo - CSLL. LUCRO PRESUMIDO. SERVICOS DE FISIOTERAPIA E DE FONOAUDIOLOGIA. PERCENTUAL DE PRESUNCAO REDUZIDO. REQUISITOS. A partir de 1° de janeiro de 2009, para efeito de determinagdo da base de céleulo da Contribuigao Social sobre 0 Lucro Liquido (CSL) devida pela pessoa juridica tributada com base no lucro presumido, aplica se sobre a receita bruta decorrente da prestagio de servigos de fisioterapia e de fonoaudiologia 0 percentual de 12% (doze por cento), desde que a prestadora desses servigos seja organizada sob a forma de sociedade empreséria (de direito e de fato) e atenda as normas da Anvisa. Na hipdtese de nio atendimento desses requisitos © percentual seri de 32% (trinta e dois por cento). Dispositivos Legais: Lei n’ 9.249, de 1995, art. 15, § 1°, inciso III, alinea “a”, e art, 20, caput; Lei n® 9.430, de 1996, art. 29, 1; Lei n? 10.406, de Sclupdo de Consulta n° 60 Cosit Fes 2002 (Codigo Civil), art. 966 € 982; Lei n” 11.727, de 2008, ans. 29 € 41, VI; IN RFB n? 1.234, de 2012, arts. 31 ¢ 38, III; ADI SRF n’ 18, de 2003; Solugio de Diverséncia Cosit n° 11. de 2012 © Solugao de Divergéncia - Cosit n° 14, de 2013; Resolugdio RDC Anvisa n° 50, de 2002, Relatério A consulente explora atividades de clinica de fisioterapia e fonoaudiologia, 2. com registro. na JUCEMG, que esté autorizada a funcionar pela Vigiléncia Sanitaria, que adota 0 Lucro Presumido ¢ apura 0 IRPJ ¢ CSL devidos no percentual de 32% de presungao do hucro. 3 Entende que pode utilizar o percentual de 8% para presungao do luero na apuragio do IRPJ ¢ o perventual de 12% para apurar a CSL. 4 Fundamenta-se na Lei 9.249, de 1995, art. 15 § 1°, ine, III, “a” e § 2° da Lei n® 9.430, de 1996, art. 28; Lei n? 11.727, de 2088, artigos 29 ¢ 41, VI e Resolugao da Diretoria Colegiada (RDC) Anvisa n° 50, de 2002 para perguntar se seu entendimento esta correto. 5. Em resumo, este ¢ 0 relatorio. Fundamentos 6 A base de calculo do IRPJ devido pelas empresas optantes pelo lucro presumido € determinada pela soma das seguintes parcelas (art. 25 da Lei n’ 9.430, de 27 de dezembro de 1996): 8) 0 valor resultante da aplieagaa das pereentuais de que trata 0 art. 18 da Lei n’ 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 31 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995, auferida no periodo de apuracao (trimestre); ) os ganhos de capital, os rendimentos € ganhos liquidos auferidos em aplicagdes financeiras, as demais receitas ¢ os resultados positivos decorrentes de receitas nao abrangidas pelo item anterior ¢ demais valores determinados na legislag2o, auferidos nesse mesmo periodo. 7. Na determinagio da base de célculo da CSLL devida pelas pessoas juridicas tributadas com base no lucro presumido, o art. 29 da Lei n° 9.430, de 1996, estabelece que ela corresponderi i soma, no trimestre: a) dos valores de que trata o art, 20 da Lei n° 9.249, de 1995; e Sclupdo de Consulta n° 60 Cosit Fed ) dos ganhos de capital, rendimentos e ganhos liquidos auferidos em aplicagdes financeiras, demais receitas ¢ resultados positivos decorrentes de receitas nao abrangidas pelo item anterior e demais valores determinados na legislagio. auferidos no periodo. 8 Transcrevem-se os mencionados dispositivos da Lei n° 9.249, de 1995, que interessam ao exame da questo em aprego: (destacou-se): Art, 15. A base de céleulo do imposto, em cada més, serd determinada mediante a aplicacao do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposio nos aris. 30 a 35 da Lei n°8,981, de 20 de janeiro de 1995. $I°'Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo seré de: 1 um inieiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de combustivel derivado de petréleo, éleoo! etilico carburante ¢ gas natural (od IIT trinta e dois por cento, para as atividades de: 42) prestagio de servicas em geral, exceta a de servigas hospitalares © de auxitia diagnéstico e terapia, patologia clinica, imagenologia, anatomia patolégica citopatologia, medicina ‘nuclear ¢ anélises e patologias clinicas, desde _que_a prestadora destes servicos seja organizada sob a forma de sociedade empreviria aenda és normas da Agéncia Nacional de Vigiléncia Sanitéria - Anvisa (Redacao dada pelo art. 29 da Lei n® 11.727, de 23 de junko de 2008,) 6d Art. 20. A base de céilculo da contribuigao social sobre o Iucro liquido, devida pelas pessoas juridicas que efetuarem 0 pagamento mensal a que se referem os arts. 27 ¢ 29 34 da Let 1! 8.981, de 20 de janeiro de 1995, ¢ pelas pessoas juridicas desobrigadas de escrituragdo combil, corresponderd a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislagdo vigente, awferida em cada més do ano-calendério, exceto para as pessoas juridicas que exercam as attwidades a que se refere o-mctso Hl do § I do art_15, cujo percentual corresponderd a trinta e dois por cento. (Grifo nosso) 9. Esclarega-se que 0 art, 29 da Lei n? 11.727, de 23 de junho de 2008, promoveu alteragdo na alinea “a” do inciso TIT do § 1° do art, 15 da Lei n° 9.249, de 1995, de modo a acrescentar como excego constante dessa alinea, além dos servigos hospitalares, os servigos “de auxilio diagndstico ¢ terapia, patologia clinica, imagenologia, anatomia patologica e citopatologia, medicina nuclear ¢ anilises ¢ patologias clinicas, desde que a prestadora destes servigos seja organizada sob a forma de sociedade empresiria e atenda as normas da Agéncia Nacional de Vigitincia Sanitaria - Anvisa”. Essa alterago entrou em vigor, segundo disposto no art. 41, inciso VI, da Lei n® 11.727, de 2008, a partir de 1° de janeiro de 2009. 10, A Instrugao Normativa RFB n° 1.234, de 11 de janeiro de 2012, embora trate essencialmente da “retencdo de tributos nos pagamentos efetuados pelos érgios da administragio publica federal”, veio dispor sobre a modificago produzida pelo art. 29 da Lei n° 11.727, de 2008, desta forma (sublinhou-se): Art, 51. Nos pagamentos efemados, @ partir de 1° de Janelro de 2009, as pessoas Juridicas prestadoras de servigos de auxilio diagndstico e terapia, patologia clinica, Imagenologia, anatomia patoldgica e citopatologia, medicina nuclear e andlises e 3 Sclupdo de Consulta n° 60 Cosit Fs. ‘paivlogias clinicus, deside que as prestadoras desses servigos sejam organizadas sob a forma de sociedade empreséria e atendam ax normas da Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitéria (Anvisa), seré devida a reteng@o do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuigiio para 0 PIS/Pasep, no percentual de 5,85% (cinco inteiros ¢ oitenta cinco centésimos por cento), mediante o cédigo 6147 Parigrafo tinico. Aplica-se o disposto no caput aos seguintes servicos de satide considerados como espécies de auxilio diagndstico ¢ terapia: exames por métodos gréficos, procedimentos endoscépicos, radioterapia, quimioterapia, diilise ‘oxigenoterapia hiperbérica. bo) Art, 38. As disposigdes constantes nesta Instrugdo Normativa 1 aleancam someme a retengdo na fonte do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuigdo para 0 PIS/Pasep, realtzada para fins de atendimento ao estabelecido no art. 64 da Let 1°9.430, de 27 de dezembro de 1996, ¢ no art. 34 da Lei n’ 10.833, de 2003; 11 ndo-aiteram a aplicacao dos percentuats de presunedo para efetio de apuracao da hase de cdleulo do IR a que esido sujeitas as pessoas juridicas beneficidrias dos respectivos pagamentos, estabelecidos no art. 15 da Lei n° 9.249, de 1995, exceto quanto aos servigos de construgdo por empreitada com emprego de materiais, de que trata 0 inciso I do § 7° do art. 2°, os servicos hospitalares, de que trata o art. 30, ¢ 0s ervicos médiens referidos no art. 31. (Grifo nosso) un Conforme se constata na leitura dos dispositivos transcritos, para efeito de apuragio da base de cilculo do IRPJ devido pelas pessoas juridicas optantes pelo regime do lucro presumido, o art. 15 da Lei n® 9.249, de 1995, estabelece, no seu caput, um percentual geral de 8% (oito por cento), a ser aplicado sobre a receita bruta, e, no seu § 1°, percentuais especificos para determinadas atividades, com destaque para 0 estipulado na alinea “a” do inciso III do § 1°, de 32% (trinta e dois por cento), para a atividade de prestagao de servigos em geral, exceto as “de servigos hospitalares © de auxilio diagnéstico e terapia, patologia clinica, imagenologia, anatomia patol6gica e citopatologia, medicina nuclear andlises € patologias clinicas, medieina nuclear e andlises ¢ patologias elinieas”, atividades cujas reecitas se sujeitam ao percentual geral de 8% (oito por cento). 12. Para fins de determinagao da base de eélculo da CSLL, de acordo com o art. 20, caput, da Lei n? 9.249, de 1995, as pessoas juridicas tributadas com base no lucro presumido submetem-se & aplicagao do pereentual geral de 12% (doze por cento) sobre a receita bruta, exceto as pessoas juridicas que exergam as atividades a que se refere o inciso III do § 1° do art. 15 dessa Lei, eujo percentual correspondera a 32% (trinta © dois por eento). Visto que os servigos hospitalares e de auxilio diagndstico e terapia (e outros) esto entre as excegdes da alinea “a” do inciso III do § 1° do art. 15 da Lei n? 9.249, de 1995, eles se classificam na regra geral - percentual de 12% (doze por cento). 13. Constata-se, também, que 0 beneficio de utilizagao dos percentuais reduzidos de presungio do lucro, para obtengao da base de calcul do IRPJ e da CSLL, relativamente aos servigos de assisténcia & satide indicados, esté restrito As empresas organizadas sob a forma de sociedade empresiria e que atendam as normas estabelecidas pela Agéncia Nacional de Vigilincia Sanitaria (Anvisa). 14, Relativamente as atividades de “fisioterapia ¢ fonoaudiologia, a Resolugdo RDC Anvisa n° 50, de 21 de fevereiro de 2002. na parte que lista as atividades dos estabelecimentos 4 Sclupdo de Consulta n=60 cosit Fs assistenciais de satide (EAS), contempla, no item “4.8 - Desenvolvimento de atividades de reabilitagdo em pacientes extemnos € intemnos”, as atividades de fisioterapia (4.8.2-a) € de fonoaudiologia (4.8.2-c). as quais estio insertas na “ATRIBUIGAO 4: PRESTACAO DE ATENDIMENTO DE APOIO AO DIAGNOSTICO E TERAPIA”. Diante disso, ¢ licito inferir que essas atividades astfio entre os servigns de “anxilio diagndsticn e terapin”, previstos. na alinea “a” do inciso III do § 1° do art. 15 da Lei n® 9.249, de 1995. 15. Fase cntendinenty segue a orientayiy da Cuurdenayao-Geral de Tributayaa (Cosit), consignada na Solugao de Divergéncia Cosit n° 11, de 28 de agosto de 2012 e Solugao de Divergéncia Cosit n° 14, de 29 de julho de 2013 (ementas publicadas no Didrio Oficial da Unido - DOU de 30.08.2012 de 14 de agosto de 2013, respectivamente), de que a lista de servigos de “auxilio diagnéstico e terapia” trazida pelo art. 29 da Lei n® 11.727, de 2008, é meramente exemplificativa, de forma que todos os servigos arrolados na Atribuigo “Apoio a0 Diagndstico e Terapia da RDC Anvisa n° 50, de 2002”, esto ao abrigo do beneficio instituido por esse artigo. 16, Por fim, com relagio ao atendimento as normas da Anvisa, é de salientar que essa condigdo deve ser comprovada mediante documento proprio, expedido pelos drgios de controle de vigildncia sanitéria, estadual ou municipal, conforme determina a Resolugio RDC Anvisa n $0, de 2002. 17. Sobre 0 assunto a Cosit pronunciou-se através das j4 citadas Solugdes de Divergéncia “Lintende-se como atendimento as normas da Anvisa, dentre outras, que os servigos sejam prestados em ambientes desenvolvidos de acordo com a Parte Il - Programagao Fisico Funcional dos Estabelecimentos de Saiide, item 3 - Dimensionamento, Quantificagao ¢ Instalagdes Prediais dos Ambientes, da RDC n° 50, de 2002, cuja comprovagao deve ser feita mediante alvard da vigilincia sanitéria estadual ou municipal”, Conclusio 18. Diante do exposto, soluciona-se a consulta respondendo ao consulente que a partir de 1° de janeiro de 2009, para efeito de determinacao da base de caleulo do IRPJ e da CSLL devidos pela pessoa jurfdica tributada com base no lucro presumido, aplicam-se sobre a receita bruta decorrente da prestagdo de servigos de fisioterapia e de fonoaudiologia, respectivamente, os percentuais de 8% (oito por cento) e de 12% (doze por cento), desde que a prestadora desscs servigos scja organizada sob a forma de sociedadc empreséiria (dc dircito © de fato) e atenda as normas da Anvisa; caso nio atendidos esses requisitos, ambos os percentuais serio de 32% (trinta e dois por cento) - arts. 25, inciso 1, e 29, inciso I, da Lei n® 9.430, de 1996; arts. 15, caput, e § 1°, inciso III, alinea “a”, e 20, caput, da Lei n° 9.249, de 2005; e art. 29 e Al, inciso VI, da Lei n® 11.727, de 2008, 19, A consideragao superior. Assinado digitalmente, MARIZA PENCHEL D’APARECIDA Auditora Fiscal da RFB Sclupdo de Consulta n=60 cosit De acordo. A consideragao da Coordenadora-Geral de Tributagao — Substitura, Assinado digitalmente. MARIO HERMES SOARES CAMPOS Auditor Fiscal da RIB - Chefe da Divisio de Tvibutagio/SRRTOG Ordem de Intimagio Aprovo a Solugaio de Consulta proposta, Divulgue-se € publique-se nos termos do art, 27 da Instrugao Normativa RFB n° 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dé-se ciéneia a0 consulente. | ___Assinado digitalmente CLAUDIA LUCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA Auditora Fiscal da RFB ~ Coordenadora-Geral da Cosit - Substituta

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