Você está na página 1de 6

Equações Diferenciais de Primeira Ordem

Equação diferencial de primeira ordem é da forma:

dy
 f ( x, y )
dy

Se g(x) é uma função continua dada, então a equação de primeira ordem

dy
 g (x) (1)
dx

Pode ser resolvida por integração. A solução é

y  g ( x)dx  c

Equação Separável

Definição – Equação Separável

Uma equação diferencial da forma

dy g ( x)

dx h( y )

é chamada de separável ou tem variáveis separáveis.

Observe que uma equação separável pode ser escrita como

dy
h( y )  g ( x) (2)
dx

É imediato que (2) se reduz a (1) quando h(y) = 1.

Agora, se y = f (x) denota uma solução para (2), temos

h( f ( x )) f ´(x )  g ( x )
logo,

 h( f ( x)) f ´(x)dx   g ( x)dx  c


Mas dy = f´(x)dx, a eq. acima é o mesmo que

 h( y )dy   g ( x)dx  c

Equação Homogênea

Definição – Função Homogênea

Se uma função f satisfaz

f (tx, ty )  t n f ( x, y )
Para algum número real n, então dizemos que f é uma função homogênea de grau n.

Definição – Equação Homogênea

Uma equação diferencial da forma

M ( x, y ) dx  N ( x, y ) dy  0

é chamada de homogênea se ambos os coeficientes M e N são funções homogêneas do


mesmo grau.

Método de Solução

Uma equação diferencial homogênea pode ser resolvida por meio de uma
substituição algébrica. Especificamente, a substituição y = ux ou x = vy, em
que ‘u’ e ‘v’ são novas variáveis independentes, transformará a equação
diferencial de primeira ordem separável . Para ver isso, seja y = ux; então, sua
diferencial dy = u dx + x du. Substituindo na eq. Homogênea, temos
M ( x, ux) dx  N ( x, ux)[udx  xdu ]  0

Equação Exata

Definição – Equação Exata

Uma expressão diferencial

M ( x, y ) dx  N ( x, y ) dy  0

é uma diferencial exata em uma região R do plano xy se ela corresponde à diferencial total
de alguma função f (x, y). Uma equação diferencial da forma
M ( x, y ) dx  N ( x, y ) dy  0

é chamada de uma equação exata se a expressão do lado esquerdo é uma diferencial


exata.

Teorema – Critério para uma diferencial exata

Sejam M (x, y) e N (x, y) funções contínuas com derivadas parciais contínuas em uma
região retangular R definida por a < x < b, c < y < d. Então, uma condição necessária e
suficiente para que

M ( x, y )dx  N ( x, y )dy  0

seja uma diferencial exata é

M N

y x

Método de Solução

Dada a equação

M ( x, y )dx  N ( x, y )dy  0

Mostre primeiro que

M N

y x
Depois suponha que

f
 M ( x, y )
x

daí podemos encontrar f integrando M(x, y) com relação a x, considerando y constante.


Escrevemos,

f ( x, y )   M ( x, y )dx  g ( y )
em que a função arbitrária g (y) é a constante de integração. Agora, derivando f(x,y) com
relação a y e supondo f y  N ( x, y ) :

f 
y

y  M ( x, y )dx  g´( y )  N ( x, y )

Assim,

g´( y )  N ( x, y ) 
y  M ( x, y ) dx.

Finalmente, integre g’(y) com relação a y e substitua o resultado em f(x,y). A solução para a
equação é f (x, y) = c.

Equação Linear

Definição – Equação Linear

Uma equação diferencial da forma

dy
a1 ( x )  a 0 ( x ) y  g ( x)
dx

é chamada de equação linear.

Resolvendo uma Equação Linear de Primeira Ordem

(1) Para resolver uma equação linear de primeira ordem, primeiro coloque – a na forma
abaixo, isto é, faça o coeficiente de

dy
 p ( x ) y  f ( x)
dx

(2) Identifique P(x) e encontre o fator de integração

e  P ( x ) dx

(3) Multiplique a equação obtida em pelo fator de integração:

dy
e  P ( x ) dx  e  P ( x ) dx p ( x ) y  e  P ( x ) dx f ( x)
dx

(4) O lado esquerdo da equação em é a derivada do produto do fator de integração e a


variável independente y; isto é,

dx
e 
dy  P ( x ) dx

y  e  P ( x ) dx f ( x)

(5) Integre ambos os lados da equação encontrada e obtemos


e  P ( x ) dx y  e  P ( x ) dx
f ( x)

Equações de Bernoulli, Ricatti e Clairaut

Equação de Bernoulli

A equação diferencial

dy
 P ( x ) y  f ( x) y n ,
dx

em que n é um número real qualquer, é chamada de Equação de Bernoulli. Para


n = 0 e n = 1, a equação é linear em y. Agora, se y  0, pode ser escrita como

dy
y n  P ( x) y 1 n  f ( x)
dx

Se fizermos w = y 1 – n, n  0, n  1, então
dw dy
 (1  n) y  n
dx dx

Com essa substituição, transforma – se na equação linear

dw
 (1  n) P ( x) w  (1  n) f ( x)
dx

Resolvendo e depois fazendo y 1 – n = w, obtemos uma solução para.

Equação de Ricatti

A equação diferencial não – linear

dy
 P( x)  Q( x) y  R( x) y 2
dx

é chamada de equação de Ricatti. Se y1 é uma solução particular para


então as substituições

dy dy1 du
y  y1  u e  
dx dx dx

produzem a seguinte equação diferencial para u:


du
 (Q  2 y1 R )u  Ru 2
dx

Como é uma equação de Bernoulli com n = 2, ela pode, por sua vez, ser reduzida à
equação linear

dw
 (Q  2 y1 R ) w   R (6)
dx

através da substituição w = u – 1.

Equação de Clairaut

Como exercício você deverá mostrar que uma solução para a equação de Clairaut

y  xy´ f ( y´) (7)

é a família de retas y = cx + f (c), em que c é uma constante arbitrária. Ainda, (7)


pode também possuir uma solução em forma paramétrica:

x   f ´(t ), y  f (t )  tf ´(t )

Essa última solução é singular, pois, se f´´ (t)  0, ela não pode ser obtida da família
de soluções y = cx + f (c).

Você também pode gostar