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Anais do CONEMI 2009 IX Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial

Copyright © 2009 FENEMI 26 - 28 Novembro 2009, Campo Grande - MS


ISBN ___________
Cx000-000

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO PROCESSO DE EBULIÇÃO E ABSORÇÃO EM


CICLOS COM ÁGUA-BROMETO DE LÍTIO

José A. Fonseca Jr. – zkaraujo@brturbo.com.br


Daniel Luiz M. Gonçalves – daniellmg_19@yahoo.com.br
João M. D. Pimenta – pimenta@unb.br
Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Mecânica.
LaAR – Laboratório de Ar Condicionado e Refrigeração (www.laar@unb.br).

Resumo. Crescentes preocupações com a disponibilidade de energia elétrica e com o meio ambiente,
relacionadas ao uso da refrigeração e do ar condicionado, motivaram um renovado interesse em sistemas
de refrigeração por absorção. Unidades resfriadoras de líquido de absorção empregadas em sistemas de ar
condicionado são maiores e mais pesadas que suas equivalentes utilizando o ciclo de compressão de
vapores. O desenvolvimento de equipamentos por absorção compactos prevê a utilização de absorvedores
verticais arrefecidos a ar, o que requer a intensificação do processo de separação e absorção do vapor
d’água pela solução de água-brometo de lítio, respectivamente. Dados de correlações de transferência de
calor e massa em absorvedores verticais são escassos, o que configura o problema e justifica nosso estudo.
Nesse contexto, o presente trabalho apresenta o projeto de uma bancada de ensaios e metodologia,
destinados a determinar correlações de transferência de calor e massa nos processos de separação e
absorção do vapor d’água por filmes verticais descendente de solução de água-brometo de lítio.

Palavras-chave: Absorção, Brometo de lítio, Ebulição, Transferência de calor e massa.

1. INTRODUÇÃO

Os sistemas de refrigeração baseados no ciclo por absorção têm experimentado altos e baixos desde a
sua primeira aplicação comercial em 1859. Predominantes no inicio da indústria de refrigeração, tais
sistemas perderam competitividade com a redução do custo de distribuição da energia elétrica ao final do
século XIX e o inicio do século XX.
Atualmente, porém, face às crescentes preocupações relacionadas com a disponibilidade de energia
elétrica e com o meio ambiente, verificou-se um renovado interesse nos ciclos de absorção. Além disso, um
novo contexto de aplicação de sistemas de refrigeração por absorção tem se apresentado como desafio
tecnológico; a criação de sistemas de absorção compactos, para aplicação em sistemas de ar condicionado de
pequeno e médio porte nos setores residencial e comercial.
O desenvolvimento de equipamentos compactos prevê a utilização de absorvedores verticais arrefecidos
a ar, o que requer a intensificação dos processos de separação e absorção do vapor d’água que ocorrem no
gerador e no absorvedor, respectivamente. Consulta à literatura evidencia a existência de duas correntes
principais de pesquisas voltadas para o estudo do aumento da eficiência. A primeira corrente está ligada ao
fluido de trabalho (Kang et al., 2008), enquanto a segunda está focada na geometria de superfícies de
transferência. Quanto à absorção, verificam-se estudos de utilização de tubos microrranhurados conjugados
ou não com a adição de aditivos (Kim, 2003; Park, 2003; Park, 2004), a proposta de aplicação de filmes
plásticos entre os tubos horizontais para aumentar a área de interface solução/refrigerante (Goel, 2005) e
ainda a utilização de tubos helicoidais (Yoon, 2005). A necessidade de um maior entendimento dos
processos de absorção em absorvedores verticais motivou trabalhos experimentais como os de Miller (1998),
Medrano et al. (2002) e Takamatsu et al. (2003). Por sua vez, o estudo da ebulição foi o foco dos trabalhos
de Lee et al (1991), Varma et al. (1994) e Rivera et al (1999), onde o processo é analisado para diferentes
condições de geometrias.
Seguindo a linha experimental, este trabalho apresenta o projeto de uma bancada e metodologia de
ensaios destinados a caracterizar correlações de transferência de calor e massa no processo de separação e da
absorção do vapor d’água por filmes verticais descendentes de água-brometo de lítio em absorvedores
verticais.
A bancada simula uma unidade de refrigeração por absorção de simples efeito com absorvedor vertical
arrefecido a água, reproduzindo, porém, as condições reinantes num absorvedor arrefecido a ar. O projeto da
bancada confere ampla flexibilidade operacional e construtiva tornando possível analisar a eficiência do

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processo de ebulição e de absorção sob diferentes condições de escoamento e superfícies de transferência. A


instrumentação incorporada à bancada mede grandezas no ciclo e repassa os valores a sistema de aquisição
de dados, que utiliza modelo de simulação numérico desenvolvido pelo autor, que permite determinar as
correlações desejadas.

2. CONCEITUAÇÃO TEÓRICA

Nos últimos 25 anos, muitos esforços foram empregados na tentativa de se obter modelos matemáticos
que possam descrever com razoável aproximação, o fenômeno de transferência simultânea de calor e massa
em filmes descendentes. Porém, uma revisão crítica de todo esse trabalho, efetuada por Killion e Garimella
(2001), evidencia a existência de divergências entre autores, simplificações excessivas quanto ao tipo de
escoamento predominante e quanto às equações governantes, além da escassez de validações experimentais.
Assim, a abordagem experimental é necessária e continua a ser um meio relevante e eficaz, de se obter
correlações para valores médios de Nusselt [ Nu = f (Re , Pr) ] e Sherwood [ Sh = f (Re , Sc ) ].
f f

2.1 Escoamentos

O problema em estudo envolve o escoamento de filmes verticais descendentes de solução de água-


brometo de lítio, externamente a um tubo de parede lisa, enquanto água é forçada a escoar em contra-
corrente, internamente ao mesmo. O escoamento externo se dá exclusivamente por gravidade, na forma de
um filme, o qual está em contato com vapor d’água. Devido à diferença nos valores de suas pressões
parciais, o vapor é absorvido pelo filme da solução de água-brometo de lítio ao longo do seu trajeto
descendente. O processo de absorção é exotérmico e para que o processo seja eficiente e não sofra
interrupção, o calor de absorção é permanentemente removido pela água de arrefecimento que escoa
internamente ao tubo. Um esquema do absorvedor vertical, com detalhe dos escoamentos em jogo, para cada
fluido, é ilustrado na Fig. 1.

Figura 1. Esquema de escoamento de filme vertical descendente

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O processo de transferência de calor e massa em filmes descendentes depende do formato do filme e


do regime de escoamento, que por sua vez são regidos pelo número de Reynolds relacionado ao filme,
caracterizado por,

Re f = 4Γ / µ ≡ 4mɺ / π De µ (1)

onde, Γ é a vazão mássica por unidade de perímetro, m ɺ é a vazão da solução concentrada que entra no
absorvedor, em kg/s, µ sua viscosidade em Pa-s; e De o diâmetro externo do tubo vertical sobre o qual escoa
a solução.
A espessura do filme de um líquido escoando verticalmente é caracterizada por

1
 3µΓ  3
δ = 2  (2)
ρ g

sendo ρ a massa específica do líquido, em kg/m³ e g a aceleração da gravidade local, em m/s².


A literatura classifica o escoamento de filmes descendentes, como puramente laminar e sem ondulações
(Ref < 25), laminar ondulado (25 < Ref ≤ 1800) e completamente turbulento (Ref ≥1800). No regime laminar
ondulado existem dois padrões de ondulações que foram bem identificados no trabalho de Morioka et al.
(1993). O primeiro, na transição do regime puramente laminar para o ondulado (Ref ≈ 20), com o
surgimento de ondas regulares na forma de anéis perpendiculares à direção do escoamento. O segundo
padrão surge a partir de valores de Ref ≥ 61, o qual é caracterizado pela ocorrência de ondas maiores
antecedidas por ondas menores, deslizando sobre um filme muito fino de solução. Esse padrão se mantém
com as ondas vindo a se cruzar e a se distorcerem à medida que se aumenta o escoamento para valores Ref ≈
812. Em todos os casos acontece o colapso total das ondas ao longo de sua descida pelo tubo.

2.2 Transferência de calor

O processo de transferência de calor em um absorvedor vertical se assemelha ao que ocorre em


trocadores de calor, ou seja, dois fluidos escoando separados por uma superfície de troca. Para esse caso, a
teoria nos mostra que, se considerarmos desprezíveis as resistências térmicas devido a incrustações, a
resistência térmica total à transferência de calor (Rt) será representada pela soma de três parcelas: a
resistência à convecção externa – Re, a resistência à condução pela parede do tubo – Rtb e a resistência à
convecção interna – Ri, cujas parcelas têm a seguinte forma;

1 ln( De / Di ) 1
Rt = + + (3)
he Ae 2π kCu Ltb hi Ai

onde he e hi são os coeficientes médios de transferência de calor por convecção, kCu a condutividade do
cobre, Ltb o comprimento do tubo, Ae e Ai as áreas das superfícies de troca, e finalmente os índices e e i que
se referem à localização externa e interna, respectivamente.
Medições determinarão Rt e grandezas decorrentes, a partir das seguintes fórmulas:

Rt = 1 / UA = LMTD / qɺ (4)

(T6 − T14 ) − (T1 − T13 )


LMTD = (5)
ln [ (T6 − T14 ) / (T1 − T13 )]

qɺ = mɺ 13c p (T14 − T13 ) (6)

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onde LMTD é a média logarítmica da diferença de temperatura, T13 e T14 as temperaturas d’água à entrada e à
saída do tubo, T6 e T1 temperaturas da solução à entrada e à saída do absorvedor, qɺ a taxa de calor
transferida para a água, m
ɺ 13 a vazão mássica d’água de arrefecimento e cp o calor específico da água.

Método de Wilson
A determinação de he e hi depende de medições difíceis de serem realizadas, por causarem
perturbações no fenômeno sob estudo. Nessa situação, o método de Wilson é uma alternativa empregada
para a determinação experimental daqueles coeficientes (Fernández-Seara, J. et al., 2005).
O método de Wilson considera a divisão da resistência térmica total em duas parcelas, a resistência à
convecção interna (Ri) e o restante das parcelas na forma de uma constante C1.

Rt = C1 + Ri (7)

C1 = R e + Rtb (8)

Essa condição é satisfeita, quando o vapor d’água condensa sobre a superfície externa de tubos por onde
circula água fria. Assim, na determinação de hi nosso absorvedor funcionará como um condensador.
O coeficiente médio de transferência de calor por convecção para a água escoando no interior de tubos
em regime turbulento plenamente desenvolvido é determinado pela correlação de Dittus-Boelter, sob a
forma;

hi = C RemD Pr 0,4 ( kágua / Di ) (9)

para a qual kágua, ReD e Pr são os valores para a condutividade térmica da água, o número de Reynolds e o
número de Prandtl, respectivamente. Todos para as condições de temperatura média da água que circula
internamente ao tubo no absorvedor.
Admitindo-se desprezíveis os efeitos de variação da vazão mássica da água, então hi será diretamente
proporcional a ReD, e a resistência térmica interna pode então ser caracterizada por,

(
Ri = C2 1/ Re mD ) (10)

Substituindo-se em (5) T6 e T1 pela temperatura de condensação (Tv) e levando-se em consideração (4) e


(6), a resistência térmica total é obtida como uma função linear de 1 / Re mD , por

(
Rt = C1 + C2 1/ RemD ) (11)

No ensaio do método de Wilson serão medidas a vazão d’água de arrefecimento e suas temperaturas
à entrada e à saída do tubo. Durante o ensaio se deve manter constante o ∆T da água de arrefecimento à
medida que se altera sua vazão, bem como a pressão de condensação. É desejável que a temperatura de
condensação esteja na faixa de temperatura prevista para o ensaio de absorção. A partir dessas medições,
vários pontos experimentais são obtidos e por uma regressão linear se determina a equação da reta ajustada
aos mesmos. A equação da reta fornece os valores de C1 e C2. Uma vez determinado C2, o valor de hi é
obtido por,

hi = Re mD / ( C2 Ai ) (12)

Aplicando então hi em (3) obtemos he , que se correlaciona com Nusselt médio ( Nu ) por,

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Nu = he De / k f (13)

sendo kf a condutividade da solução.

2.3 Transferência de massa

A taxa de transferência de massa de uma espécie no regime estacionário unidimensional é caracterizada


por

nA = hm . As .( ρ A, s − ρ A,∞ ) (14)

cujas parcelas, para o problema em estudo, são assim definidas: hm é o coeficiente médio de transferência
de massa por convecção, em m/s; As a área superficial externa do tubo vertical, em m2; e ρA,s e ρA,∞ a massa
específica da água na solução e do vapor d’água, respectivamente.
A lei de Fick nos informa que o fluxo molar por difusão é proporcional ao gradiente de concentração da
espécie considerada, na camada limite de concentração. A constante de proporcionalidade que correlaciona
aquele fluxo molar é conhecida por Coeficiente de Difusividade.

N A" , y = − DAB ( dC A / dy ) (15)

Assim, N A" , y é o fluxo molar por difusão, em kgmol/s-m² e DAB é o coeficiente de difusividade, em
m²/s. O sinal negativo indica que a concentração diminui no sentido da transferência de massa. Valores de
DAB dependem exclusivamente de trabalhos experimentais. Informações sobre DAB para a solução água-
brometo de lítio são escassos, principalmente para as concentrações utilizadas em equipamentos comerciais.
Essa lacuna foi preenchida por Miller (1998), ao apresentar correlação que permite predizer DAB para
concentrações até 64%, levantada a partir de trabalhos de Zaltash e Ally (1992).
Medições de temperatura, vazão e densidade da solução nos permitirão determinar hm , a partir das
seguintes equações:

mɺ 6 + mɺ 10 = mɺ 1 (16)

x6 mɺ 6 = x1mɺ 1 (17)

Qɺ a = mɺ 6 h6 − mɺ 1h1 + mɺ 10 h10 (18)

Para as equações acima, m ɺ é a vazão mássica da solução ou a taxa de vapor absorvido, em kg/s; x a
concentração de LiBr na solução, em % de massa; h a entalpia da solução ou do vapor no absorvedor, em
kJ/kg; Qɺ a a taxa de calor de absorção, em kW; o índice 10 se refere ao vapor absorvido no absorvedor; os
índices 1 e 6 se referem à entrada à saída da solução no absorvedor, respectivamente. A utilização de (18)
para determinação de Qɺ a é acoplada à equação (6).
O número de Sherwood médio ( Sh ) pode então ser determinado por

Sh = hm De / DAB (19)

onde De é o diâmetro externo do tubo vertical.

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2.3 Ebulição

A ebulição é classificada como uma forma de transferência de calor por convecção, e daí representada
pela lei de resfriamento de Newton sob a seguinte forma.

qs" = h(Ts − Tsat ) = h∆Te (20)

Onde qs" é o fluxo de calor da superfície para o líquido em W/m², h é o coeficiente de transferência de
calor em W/m².K, Ts a temperatura da superfície, Tsat a temperatura de saturação correspondente à pressão do
líquido e ∆Te ≡ Ts – Tsat é denominada excesso de temperatura em K.
A separação do vapor d’água que ocorre nos geradores se dá por meio do processo de ebulição do tipo
em piscina. Esse tipo de ebulição se apresenta sob vários regimes, sendo a ebulição nucleada o regime que
se deseja manter no gerador, devido às altas taxas de transferência de calor associadas com pequenos valores
do excesso de temperatura. Ademais, especificamente no regime de ebulição nucleada, a ebulição pode ser
intensificada por meio de arranjos especiais de superfície, vindo a influenciar positivamente o fluxo de calor.
Os manuais de transferência de calor nos mostram que a correlação mais utilizada para ebulição
nucleada, desenvolvida por Rohsenow (1952) e aplicada somente a superfícies limpas, parte da dependência
de qs" em relação a ∆Te

 g ( ρl − ρ v ) 
1/ 2 3
 c p ,l ∆Te 
q = µl h fg 
"
   (21)
σ
s n
   Cs , f h fg Prl 

onde µ é a viscosidade em kg/s.m, hfg o calor de vaporização em J/kg, g a aceleração da gravidade em m/s²,
ρ a massa específica em kg/m³, σ a tensão superficial em N/m e cp o calor específico a pressão constante em
J/kg.K; o coeficiente Cs e o expoente n dependem da combinação superfície-líquido e seus valores são
tabelados. Os índices l e v denotam as fases líquido e vapor, respectivamente.
Outra correlação de interesse na ebulição nucleada em piscina é aquela que determina o fluxo térmico
crítico, ou máximo, creditada a Lienhard e Dhir (1973).

 σ g ( ρl − ρ v ) 
1/4

q "
= 0,149h fg ρ v   (22)
máx
 ρ v2 

Essa expressão se aplica à superfície horizontal aquecedora de extensão infinita, onde não há
comprimento característico. Na prática, contudo, tal expressão é aplicável se o comprimento característico L
da superfície aquecedora (sua largura ou diâmetro) for alto quando comparado com o parâmetro do diâmetro
médio da bolha Db.

1/ 2
 σ 
Db =   (23)
 g ( ρl − ρ v ) 

A literatura sobre transferência de calor interpreta o número de Bond (Bo) como sendo a razão entre a
força gravitacional e a oriunda da tensão superficial. Porém, aquela grandeza adimensional também pode ser
definida como a relação do comprimento característico da superfície aquecedora e o parâmetro do diâmetro
médio da bolha.

L
Bo ≡ (24)
Db

A equação (22) é diretamente aplicável para valores de Bo ≥ 3. Para valores de Bo < 3, um fator de
correção deve ser aplicado em (22).

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3. CARACTERIZAÇÃO DA BANCADA

A bancada de testes idealizada simula um sistema de absorção de simples efeito.


Os componentes principais são um gerador, onde calor a uma alta temperatura é adicionado à solução
absorvente fazendo com que haja a separação do refrigerante – água – na forma de vapor; um condensador,
onde calor é removido do refrigerante, e transferido para a água de arrefecimento, fazendo com que aquele
condense e retorne à fase líquida; um dispositivo de expansão responsável por impor uma queda de pressão
ao fluxo de refrigerante líquido; um evaporador onde calor é removido do meio que se deseja resfriar e
transferido para o refrigerante fazendo com que o mesmo retorne à fase de vapor; um absorvedor onde o
vapor de refrigerante é absorvido pela solução concentrada oriunda do gerador; bombas de solução
concentrada e diluída, sendo a primeira responsável pela circulação da solução concentrada e a segunda
responsável por elevar a pressão e retornar ao gerador a solução diluída proveniente do absorvedor; uma
válvula redutora de pressão que tem por função causar uma queda de pressão na solução concentrada que se
dirige ao absorvedor; um trocador de calor de solução (TCsol) onde a solução diluída que retorna ao gerador
troca calor com a solução concentrada que se dirige ao absorvedor; um trocador de calor de água para
rejeitar o calor absorvido pela água de arrefecimento (TCarr); uma válvula misturadora termostática,
responsável por controlar a temperatura da água de arrefecimento; um tanque auxiliar, responsável por
controlar o nível de solução no sistema; e uma bomba de vácuo (BV). O ciclo de absorção representado pelo
aparato opera com dois níveis de pressão, estabelecidos pelas temperaturas de evaporação e condensação,
respectivamente. Ademais, se verifica que a bancada contém dois circuitos, o circuito de solução e o circuito
de refrigerante.
A bancada também é dotada de instrumentação para coleta dos dados necessários à determinação das
correlações de transferência de calor e massa.
Um esquema geral do aparato é indicado na Fig. 2.

Figura 2. Desenho esquemático do aparato com seus componentes principais.

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3.1 Condições operacionais

O sistema operará em regime contínuo. As condições nominais de trabalho e a faixa de variação são
resumidas na Tab.1.

Tabela 1. Condições nominais e faixa de variação

Parâmetro Nominal Faixa de variação


Temperatura entrada. água arrefecimento, T13 35 °C 30 – 40 °C
Número de Reynolds água arrefecimento, ReD 5800 5000 – 6000
Numero de Reynolds da solução, Ref 232 100 – 400
Pressão no absorvedor, P10 1,3 kPa 0,9 – 1,3 kPa
Pressão no gerador, P7 10 kPa 9 – 11 kPa
Concentração solução entrada absorvedor, x6 62,4 % 60 – 62,4 %

3.2 Corrosão e compatibilidade de materiais

Na presença de oxigênio dissolvido, soluções de água-brometo de lítio são altamente agressivas a


muitos metais, inclusive ao aço-carbono e ao cobre. Contudo, por operar em vácuo, sistemas de absorção
formam um ambiente com pouco oxigênio, acarretando taxas de corrosão muito baixas. Associado a isso,
inibidores de corrosão à base de cromatos e molibdatos fornecem uma redução complementar às taxas de
corrosão. Algumas soluções de água-brometo de lítio disponíveis comercialmente já são fornecidas com
inibidores de corrosão. Assim, para as faixas de temperatura de um sistema de simples efeito o aço-carbono
e o cobre são os materiais preferidos (Herold et al., 1996).
Quanto aos materiais para vedação, juntas e anéis de borracha, submetidos ao vácuo e às temperaturas
de um sistema de simples efeito, recomenda-se compostos à base de borracha butílica, ou alternativamente o
neoprene (Parker O-Ring Handbook, 2001).

3.2 Controle do vácuo

Equipamentos que operam em vácuo são mais susceptíveis a vazamentos. A existência de ar, mesmo
que em pequenas quantidades, reduz a performance do sistema e aumenta a taxa de corrosão. Por isso, da
mesma maneira que equipamentos comerciais, o aparato será dotado de bomba de vácuo responsável pela
evacuação inicial e manutenção do vácuo no sistema. A bomba de vácuo será rotativa, como aquelas
normalmente utilizadas em refrigeração.
O vapor d’água removido juntamente com os gases indesejáveis tende a se condensar no cárter da
bomba de vácuo, alterando a viscosidade e acidez do óleo lubrificante e comprometendo a lubrificação da
mesma. Dessa forma, a linha de aspiração da bomba possuirá recipiente para remoção de vapor d’água. O
recipiente conterá solução de água e gelo e um receptáculo para acumular a água condensada, conforme
esquema mostrado na Fig. 2.

3.3 Descrição dos componentes principais

O gerador e o evaporador serão cilíndricos horizontais, confeccionados em aço-carbono. Os corpos


serão confeccionados a partir de chapas calandradas, e serão soldados longitudinalmente. Serão ainda
dotados de luvas soldadas para permitir sua conexão a tubulações e receber visores de nível e de processo.
Os tampos serão elípticos e soldados aos corpos em uma das extremidades, e removíveis – flangeados – na
extremidade oposta. Os tampos flangeados serão usinados e dotados de luva soldada aos mesmos, para
receber resistências de aquecimento. As resistências elétricas serão tubulares de imersão, com rosca de
fixação em latão e elementos em cobre niquelado ou aço-inox. As potências serão de 4 kW para o gerador e
de 2 kW para o evaporador, sua alimentação elétrica possuirá módulo variador de potência. Visores de
processo do tipo bujão, sem estrela, confeccionados em latão e vidro borossilicato serão localizados no
corpo do gerador e do evaporador de forma a permitir visualizar a formação de bolhas e os sítios de
nucleação das superfícies aquecedoras.

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O trocador de calor da solução e o condensador serão trocadores comerciais do tipo tubo em tubo,
confeccionados em cobre, com escoamento em contra-corrente. A solução que retorna ao gerador passará
pelo tubo interno do trocador, mesma situação para a água de arrefecimento no condensador.
O absorvedor será vertical, constituído de dois tubos concêntricos. No espaço anular, vapor oriundo
do evaporador, entra em contato com filme de solução de água-brometo de lítio que escoa externamente à
parede do tubo interno. Água para remoção do calor de absorção escoa, em contra-corrente, internamente
àquele tubo. O tubo externo será confeccionado em vidro borossilicato incolor, e possuirá recipientes para
acúmulo e distribuição da solução nas extremidades. Os recipientes serão confeccionados em aço-carbono e
serão dotados de flange e luvas para acoplamento à tubulação e furos de passagem para o tubo vertical. O
recipiente superior será responsável por distribuir a solução concentrada, uniformemente sobre a parede
externa do tubo de cobre. Para tanto possuirá no seu interior dispositivo condicionador de fluxo. A
usinagem e montagem deverão ser efetuadas com precisão, para garantir concentricidade do conjunto. O
recipiente inferior será responsável por receber a solução diluída e repassá-la para um tanque acumulador
dotado de indicador de nível. O tubo interno será em cobre, conforme ASTM B 280, com diâmetro nominal
de 22,2 mm. O comprimento do tubo exposto ao processo de absorção será de 1000 mm.
As bombas de solução serão centrífugas, monobloco, com acoplamento magnético para garantir total
estanqueidade ao sistema. A bomba d’água de arrefecimento será centrífuga monobloco. As bombas serão
monofásicas, 220 V.
A expansão do refrigerante se dará por meio de válvula de expansão termostáticas.
As resistências elétricas serão protegidas contra operação a seco por meio de hastes sensoras em aço-
inox e controladores eletrônicos de nível.
O trocador de calor d’água de arrefecimento será do tipo serpentina aletada com ventilador centrífugo
de simples aspiração, comercialmente disponível, alimentação, monofásica 220 V. À sua saída será
montada válvula misturadora para manter constante a temperatura desejada da água.
Tubos de cobre sem costura ASTM B-280 e conexões SAE 45° em latão interligarão os equipamentos
do aparato.

3.4 Instrumentação

A Tabela 2 caracteriza a instrumentação do aparato, de acordo com simbologia e localização indicadas


na Fig. 2.

Tabela 2. Instrumentação do aparato

Mensurando Instrumento Simb. Exatidão


Vazão vol. sol. concentrada Rotâmetro FM ±1,0 x 10-1 l/h
Vazão vol. sol. diluída Rotâmetro FM ±1,0 x 10-1 l/h
Vazão volumétrica água arrefecimento Rotâmetro FM ±1,0 x 10-1 l/h
Pressão no absorvedor, P10 Transdutor pressão P ±0,035 kPa
Pressão no gerador, P7 Transdutor pressão P ±0,035 kPa
Temp. água entrada/saída absorvedor, T13 / T14 Termopar T T ±0,1 °C
Temp. água saída condensador, T16 Termopar T T ±0,1 °C
Temp. água entrada trocadora de calor água, T11 Termopar T T ±0,1 °C
Temp. sol. conc. entrada / saída trocador, T4 / T5 Termopar T T ±0,1 °C
Temp. sol. entrada / saída absorvedor, T6 / T1 Termopar T T ±0,1 °C
Temp. sol. dil. entrada / saída trocador, T2 / T3 Termopar T T ±0,1 °C
Temp. vapor saída gerador, T7 Termopar T T ±0,1 °C
Temp. vapor entrada absorvedor, T10 Termopar T T ±0,1 °C
Concentração sol. concentrada, x6 Densímetro DM ±0,1% em peso

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4. MODELAGEM E SIMULAÇÃO

Foi utilizado o programa EES (F-Chart, 2007). Quanto às propriedades termodinâmicas da solução de
água-brometo de lítio e do vapor d’água, foram utilizadas rotinas internas disponíveis no próprio EES. A
exceção foi para o cálculo do calor específico da solução, para o qual foi utilizada correlação constante no
trabalho de Florides et al. (2002), levantada a partir de regressão linear.
O modelo desenvolvido considera o regime estacionário. Os balanços de energia e de massa para cada
componente do aparato contêm índices que se referem à posição relativa no ciclo, conforme indicado na Fig.
2. As entradas e saídas associadas ao modelo constam na Tab. 3 e as equações representativas do balanço de
massa e energia na Tab. 4.

Tabela 3. Entradas e saídas do modelo

Entradas Saídas
Pressões de alta e baixa do sistema Vazões mássicas de refrigerante e solução no
sistema
Temp. e concentração solução à saída do absorvedor Estados termodinâmicos dos pontos no sistema
Temp., conc. e vazão da solução à entrada do Taxas de transferência de calor
absorvedor
Temp. e vazão mássica de água à entrada do Performance do sistema
absorvedor

Tabela 4. Balanços de massa e energia

Equipamento Balanço de massa Balanço de energia


Bomba solução mɺ 1 = mɺ 2 x1 = x2 mɺ 1h1 + Wbs = mɺ 2 h2

v1mɺ 1
Wbs = ( P7 − P10 )
ηbs
Trocador calor solução mɺ 2 = mɺ 3 x2 = x3 mɺ 2 h2 + mɺ 4 h4 = mɺ 3h3 + mɺ 5 h5

mɺ 4 = mɺ 5 x4 = x5

Válvula expansão solução mɺ 5 = mɺ 6 x5 = x6 h5 = h6

Evaporador mɺ 9 = mɺ 10 x9 = x10 mɺ 9 h9 + Qɺ e = mɺ 10 h10

Absorvedor mɺ 10 + mɺ 6 = mɺ 1 mɺ 10 h10 + mɺ 6 h6 = mɺ 1h1 + Qɺ a

mɺ 10 x10 + mɺ 6 x6 = mɺ 1 x1

Gerador mɺ 3 = mɺ 4 + mɺ 7 mɺ 3 h3 + Qɺ g = mɺ 4 h4 + mɺ 7 h7

mɺ 3 x3 = mɺ 4 x4 + mɺ 7 x7

Condensador mɺ 7 = mɺ 8 x7 = x8 mɺ 7 h7 = mɺ 8 h8

Válvula expansão refrigerante mɺ 8 = mɺ 9 x8 = x9 h8 = h9

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Campo Grande, 29 Out - 31 Out 2009

Tendo como dados de entrada os valores nominais da Tab. 1, e ainda relacionando as equações de
balanço de massa e energia da Tab. 4 com (4), (5) e (6) – equações de transferência de calor – chegamos aos
seguintes resultados:

a) Calor de geração, ou calor requerido pelo sistema ( Qɺ g ) = 2,945 kW;


b) Calor de condensação ( Qɺ c ) = 1,982 kW;
c) Capacidade frigorífica do ciclo ( Qɺ e ) = 1,863 kW;
d) Calor de absorção ( Qɺ a ) = 2,826 kW;
e) Coeficiente de performance – COP = 0,6327.

5. CONCLUSÃO

Foi apresentado um projeto para construção de um aparato experimental que simula um sistema de
absorção de simples efeito utilizando água-brometo de lítio, com absorvedor do tipo vertical. Foram
indicados os materiais a serem utilizados na sua fabricação, apresentados os requisitos para criação e
manutenção de vácuo, caracterizados os componentes principais e a instrumentação necessária . O trabalho
também descreve metodologia para determinação de coeficientes de transferência de calor, baseada no
método de Wilson, e o equacionamento matemático que conduz às correlações para os valores médios de
Nusselt e Sherwood. Na seqüência, foi apresentado um modelo matemático, desenvolvido em EES, que foi
utilizado na determinação das taxas de transferência de calor nos componentes principais e do coeficiente de
performance do sistema.

REFERÊNCIAS

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EXPERIMENTAL DETERMINATION OF BOILING AND ABSORPTION PROCESS WITHIN


WATER-LITHIUM BROMIDE CYCLES

Abstract. Increasing concerns with electric energy availability and environment, related to the use of
refrigeration and air conditioning, has motivated a renew interest in absorption refrigeration systems.
Absorption water chillers used in air conditioning systems, are bulkier and heavier than their equivalent
using vapor compression cycle. Development of compact absorption equipments forecasts the use of air-
cooled vertical absorbers, which requires the intensification of water vapor desorption and absorption
process from and into water-lithium bromide solution, respectively. Heat and mass transfer correlation data
within vertical absorbers are rare, which configures the problem and justify our study. In that context this
work presents a design of a test bench and metodology intended to determining heat and mass transfer
correlations of water vapor desorption and absorption process into vertical falling films of water-lithium
bromide solutions.

Key words: Absorption, Lithium bromide, Boiling, Heat and mass transfer.

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