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Projecto de Navios I

Manuel Ventura

Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval

Sumário

1. Processo de Aquisição de um Navio


2. O que é o Projecto do Navio?
3. Metodologia do Projecto de Navios
4. Entidades Envolvidas no Processo
5. Documentos Técnicos e Legais Associados ao Projecto
• Contracto de Construção do Navio
• Especificação do Navio (Memória Descritiva)

Anexo A. Sistemas de Classificação de Componentes de Navios


Anexo B. Classificação da Força do Vento
Anexo C. Douglas Sea Scale

M.Ventura Processo do Projecto 2

1
Processo de Decisão

Processo do Armador:
• Análise do Mercado de transporte
• Identificação de um problema de transporte
• Estudo da frota de navios necessária
• Estudo das alternativas:
– Relocação de navio já existente na frota do Armador
– Afretamento de navio
– Aquisição de navio usado
– Construção de navio

M.Ventura Processo do Projecto 3

Processo de Consulta

• Definição dos requisitos operacionais do navio (Mission


Requirements)
– Tipo do Navio
– Capacidade de carga (expressa em termos de peso, volume,
TEUs, área, comprimento das faixas de rodagem, etc.)
– Equipamento de carga necessário
– Velocidade de serviço
– Autonomia
• Caracterização do navio a construir (Projecto Conceptual)
• Consulta de Projectistas para elaboração do Projecto Básico
do Navio
• Selecção do Projectista
• Desenvolvimento do Projecto Básico do Navio

M.Ventura Processo do Projecto 4

2
Processo de Aquisição de um Navio

Fases do processo comercial do Armador:


• Selecção dos Estaleiros a consultar
• Pedido de declaração de interesse
• Consulta com pedido de cotação
• Análise das propostas
• Preparação de Contracto pro forma
• Negociações
• Discussão do tipo de financiamento
• Assinatura do Contracto de Construção
• Acompanhamento da Construção
• Recepção do Navio
M.Ventura Processo do Projecto 5

O que é o Projecto do Navio?

• Processo pelo qual, a partir de um problema de transporte


marítimo ou fluvial, caracterizado por transportar um dado
fluxo de um dado tipo de carga de um ponto A para um ponto
B, num dado intervalo de tempo
– Se dimensiona um navio, especificando todos os seus sistemas
– Se cria a informação necessária para a sua construção

Os conhecimentos sobre o Projecto do Navio não se


aplicam apenas quando se projectam navios, são
igualmente necessários quando se avaliam projectos
elaborados por outros.

M.Ventura Processo do Projecto 6

3
Metodologia do Projecto de Navios

Metodologias de Projecto

• Engenharia Sequencial (Sequential Engineering)


– Limitações
• Processo sequencial e iterativo
• Trabalhoso e dispendioso

• Engenharia Simultânea (Concurrent Engineering)


– Definição
• É a abordagem sistemática ao projecto integrado e simultâneo de produtos e
dos processos com eles relacionados.
– Objectivo
• Pretende-se levar os projectistas a terem em consideração, desde o princípio,
todos os elementos do ciclo de vida do produto, desde a sua concepção até à
sua disponibilização, incluindo a qualidade, o custo, o planeamento e os
requisitos do utilizador.
• O objectivo principal é a minimização dos custos ao longo de toda a vida do
produto enquanto maximizando a sua qualidade e desempenho.
– Características
• O fluxo de informação é bi-direccional
• Tentativa de aumentar o conhecimento do produto na fase preliminar.

M.Ventura Processo do Projecto 8

4
Engenharia Sequencial e Simultânea

M.Ventura Processo do Projecto 9

Engenharia Sequencial no Projecto de


Navios

Espiral do Projecto
• Evans (1959)
introduziu o
conceito de espiral
do projecto do
navio, que traduz
os aspectos
sequencial e
iterativo do
processo

M.Ventura Processo do Projecto 10

5
Engenharia Sequencial no Projecto de
Navios
• Buxton (1972), introduziu os conceitos económicos
• Andrews (1981), adicionou a noção de uma 3ª dimensão, o
tempo.

M.Ventura Processo do Projecto 11

ALARP Principle

• Design just to comply


to the regulations is no
longer an acceptable
procedure
• As Low As is
Reasonably Practicable
(ALARP) – it is a
principle to reach for a
decision for the
acceptability of a
system

M.Ventura Processo do Projecto 12

6
Tipos de Projectos de Engenharia

• Projectos de Rotina
– Projectos que não são diferentes de forma substancial dos
anteriores na sua classe
• Projectos Criativos
– Projectos com diferenças substanciais nas soluções tomadas,
resultantes da introdução de novas opções
• Projectos Inovadores
– Projectos com diferenças substanciais nas soluções tomadas,
resultantes da introdução de opções e de valores de variáveis
fora do intervalo normalmente utilizado.

M.Ventura Processo do Projecto 13

Aspectos Específicos do Projecto de


Navios
• Indústrias de Construção Automóvel, Aeronáutica..
– Grandes séries
– Tempo de desenvolvimento do projecto mais longo
– Pequenas variações no projecto

• Indústria de Construção Naval


– Embarcações de recreio
• Séries do mesmo projecto

– Navios mercantes
• Navios construídos individualmente ou em pequenas séries
• Tempo reduzido para desenvolvimento do projecto
• Projectos muito diferentes entre si

M.Ventura Processo do Projecto 14

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Fases do Projecto de Navios (1)

1. Projecto Conceptual (Concept design)


– Definição do tipo, porte, tipo de propulsão, velocidade de
serviço.
– Opções sobre equipamento de carga, meios auxiliares de
manobra

2. Projecto Preliminar (Preliminary design)


– Determinação das dimensões principais e de alguns coeficientes
de forma
– Obtenção dos elementos necessários e suficientes para poder
estimar os custos de construção e exploração do navio.

M.Ventura Processo do Projecto 15

Fases do Projecto de Navios (2)

3. Projecto Contratual (Contract design)


– Obtenção dos elementos que definem as características gerais
do navio e dos seus equipamentos principais e que será anexado
ao Contracto de construção estabelecido entre o Armador e o
Construtor.

4. Desenvolvimento do Projecto (Detail design)


– Detalhe do projecto a todos os níveis.

5. Projecto para a Construção (Production design)


– Produção da informação necessária à construção.

M.Ventura Processo do Projecto 16

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Fases do Projecto de Navios (3)
Dias a Semanas Semanas a Mêses Alguns Mêses Vários Mêses

Mercado

y Tendências
y Procura Futura y Consulta y Contracto
y Melhoramento de y Especificações y Especificações
Projectos Preliminares Detalhadas
Existentes

Projecto Projecto Projecto Projecto


Conceptual Preliminar Contractual Detalhado

Produção

Aprovação da Sociedade Desenhos de Produção


Validação
do Proposta Classificadora Especificações de Materiais
Conceito Informação para
Enformação e Montagem

Projecto
Básico

M.Ventura Processo do Projecto 17

Informação Produzida (1)

1. Projecto Conceptual (Concept design)


• Definição do tipo, porte, tipo de propulsão, velocidade de
serviço, equipamento de carga, meios auxiliares de manobra.

2. Projecto Preliminar (Preliminary design)


• Esboço do arranjo geral, definindo compartimentação
• Plano geométrico preliminar, suficiente para permitir
avaliação da estabilidade e da potência propulsora
• Previsão da potência propulsora
• Estimativa do peso leve
• Estimativa do custo do navio

M.Ventura Processo do Projecto 18

9
Informação Produzida (2)

3. Projecto Contractual (Contract design)


• Especificação do navio
• Arranjo Geral
• Plano Geométrico, com detalhe suficiente para permitir a
produção de modelos para ensaios em tanques hidrodinâmicos
• Desenhos de classificação das estruturas (secção mestra,
anteparas típicas, expansão do costado, estruturas de popa e
de proa)
• Cálculos de estabilidade e resistência longitudinal
• Diagramas de princípio dos principais sistemas de
encanamentos (carga, lastro, esgoto, incêndio)

M.Ventura Processo do Projecto 19

Informação Produzida (3)

4. Desenvolvimento do Projecto (Detail design)


• Desempolamento total do plano geométrico, definindo todas
as balizas de construção, pavimentos, bainhas e topos de
chapas
• Detalhe do arranjo geral dos compartimentos
• Divisão do navio em blocos
• Planeamento da construção
• Adaptação dos desenhos estruturais genéricos (balizas,
anteparas) à forma local do casco
• Desenvolvimento dos sistemas de encanamentos e de
condutas

M.Ventura Processo do Projecto 20

10
Informação Produzida (4)

5. Projecto para a Construção (Production design)


• Desenhos de produção das estruturas detalhados ao nível do
bloco e do painel
• Especificações de materiais
• Informação para o corte, enformação e montagem de chapas
e perfilados (desenhos, fitas de corte, moldes, cérceas, etc.)
• Desenhos de arranjo e diagramas isométricos de todos os
sistemas de encanamentos

M.Ventura Processo do Projecto 21

Entidades Envolvidas no Processo do Projecto


e Construção do Navio

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Entidades Envolvidas no Processo

• Armador (Ship Owner)


• Projectista (Ship Designer)
• Construtor (Ship Builder)
• Sociedade Classificadora (Classification Society)
• Autoridades Nacionais (National Authorities)
• Inspector (Surveyor)

M.Ventura Processo do Projecto 23

Armador

• A entidade que inicia e conclui o processo


• Define os requisitos operacionais do navio
• Eventualmente desenvolve o projecto conceptual do navio
• Contracta o projecto básico do navio
• Contracta a construção do navio
• Detêm a propriedade do navio após a sua construção, embora
não seja necessariamente a entidade que o opera

M.Ventura Processo do Projecto 24

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Projectista

• Entidade que é responsável pelo desenvolvimento do projecto


básico do navio e que prepara a Especificação do Navio e os
restantes documentos técnicos
• Pode ser um gabinete de estudos independente ou ser parte
de um estaleiro de construção
• Pode sub-contratar o desenvolvimento de partes do projecto
a outros projectistas

M.Ventura Processo do Projecto 25

Construtor

• Estaleiro que é responsável perante o Armador pela


construção do navio no respeito das cláusulas determinadas
no Contracto e em conformidade com a Especificação do
Navio
• Responsável pelo desenvolvimento do Projecto para a
Construção do navio em conformidade com as capacidades e
equipamento disponível
• Pode sub-contractar outras entidades para o
desenvolvimento de partes do Projecto para a Construção
• Pode sub-contractar outros estaleiros para a construção de
partes do navio

M.Ventura Processo do Projecto 26

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Sociedade Classificadora (SC)

• Organização que estabelece e aplica normas técnicas para o


projecto, construção e manutenção de instalações no campo
marítimo, tais como navios e plataformas offshore.
• Essas normas são desenvolvidas pela SC e publicadas sob a
forma de Regras.
• Um navio que seja construído de acordo com as Regras de
uma SC pode obter dela um Certificado de Classificação
• Para emitir o Certificado, a SC
– aprova um conjunto de elementos de projecto
– procede a um conjunto de inspecções durante a construção, para
verificar a conformidade com o projecto aprovado
• Pode emitir também os certificados de conformidade com as
normas internacionais da IMO se para isso estiver
mandatada pelas Autoridades Nacionais

M.Ventura Processo do Projecto 27

Sociedade Classificadora e IMO

• O papel das Sociedades Classificadoras para actuar em


representação das Autoridades Nacionais é reconhecido pela
IMO nas suas Convenções principais, por exemplo:
– Load Lines
• Reg.3
– SOLAS
• Chapter I, Part B, Reg. 6
• Chapter II-1, Part A-1, Reg. 3.1
– MARPOL
• Annex I, Reg. 4
– Tonnage
• Reg. 6

M.Ventura Processo do Projecto 28

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Nota Histórica – O Registo de Navios

• O primeiro registo de navios (Lloyd’s Register) foi publicado em 1764


• Consistia numa lista de navios com a informação seguinte:
– Nome do navio
– Nome do comandante
– Porto de Registo
– Porto de destino
– Arqueação líquida
– Número e dimensão do armamento
– Calado
– Local de construção
– Nome do Armador
– Condição do Casco, usando uma escala A/E/I/O/U
– Condição dos mastros e velas, usando a escala G/M/B (God, Middling, Bad)

M.Ventura Processo do Projecto 29

Sociedades Classificadoras (1)

• As primeiras regras para classificação de navios de


madeira foram publicados pela Lloyd’s Register em 1835 e
tinham por objecto a inspecção periódica do navio para
efeitos de manutenção.
• As regras eram orientadas mais para a escolha das madeiras
e do tipo de ligações do que para os escantilhões da
estrutura
• Regras baseadas num numeral obtido a partir da arqueação

M.Ventura Processo do Projecto 30

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Sociedades Classificadoras (2)

• Em 1832 foi classificado o primeiro navio em aço


• As primeiras regras para navios em aço foram publicados
pela Lloyd’s Register em 1855.
• Essas regras definiam os escantilhões da estrutura em
função da arqueação.
• Em 1870 a LR publicou novas regras de classificação para
navios de aço, baseada em numerais obtidos a partir das
dimensões
• Nestas regras foram introduzidos novos símbolos de
classificação consistindo na notação 100A1, 90A1 ou 80A1
seguida da cruz de malta

M.Ventura Processo do Projecto 31

Sociedades Classificadoras (3)

• A British Corporation Register of Shipping criou um novo


processo de classificação de navios completamente
independente da tradição herdada dos navios de madeira
• Passou a ser necessário submeter a aprovação desenhos de
detalhe estrutural
• A partir de 1916 passaram a ser usadas fórmulas simples
para a determinação dos escantilhões de balizas, vaus,
longarinas e reforços

M.Ventura Processo do Projecto 32

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Autoridades Nacionais

• Autoridade do Estado que tem a responsabilidade de


conceder a Licença de Construção e de verificar a
compatibilidade com as convenções internacionais da IMO e
com as normas nacionais relevantes, emitindo os Certificados
respectivos.
• Pode delegar noutras instituições creditadas (nomeadamente
nas Sociedades Classificadoras) a capacidade de emitir os
certificados de conformidade com as convenções da IMO
• No caso de Portugal, a instituição que desempenha esse papel
é o Instituto Portuário e de Transportes Marítimos (IPTM)

M.Ventura Processo do Projecto 33

Inspector

• Técnico de engenharia naval que procede ao acompanhamento


da construção ou que faz vistorias a bordo do navio
• Pode desempenha funções para várias entidades:
– Armador (designado por Superintendente)
– Sociedade Classificadora
– Autoridades Nacionais

M.Ventura Processo do Projecto 34

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Alguns Documentos Legais e Técnicos
Associados ao Projecto de Navios

Documentos Associados ao Projecto

• Contracto de Construção (Shipbuilding Contract)


• Especificação ou Memória Descritiva do Navio (Ship
Specification)

M.Ventura Processo do Projecto 36

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Tipos de Contractos de Construção Naval

• Construção de um Projecto dado


– O Armador fornece o Projecto Básico e põe a concurso a
construção

• Projecto e Construção
– O concurso é feito em termos mais gerais, com base em
requisitos da capacidade de carga e/ou desempenho (requisitos
operacionais)
– O Estaleiro é responsável pelo Projecto e pela Construção

M.Ventura Processo do Projecto 37

Contracto de Construção do Navio


(Shipbuilding Contract)

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Contracto de Construção do Navio

• O Contracto estabelece as obrigações principais entre as


duas partes
– Comprador (Buyer) – Comprar o Navio, fazer a sua recepção,
tudo de acordo com o estipulado
– Construtor (Builder) - projectar, construir, lançar à água,
equipar, completar e entregar ao Comprador no estaleiro do
Construtor o Navio em conformidade com o descrito no
Contracto e de acordo com a boa prática de construção naval
• Na maioria das novas construções, conversões e reparações,
é o Construtor quem produz o primeiro esboço do Contracto
• O Contracto é geralmente baseado num documento pro forma

M.Ventura Processo do Projecto 39

Contractos de Construção pro forma

• Os Contractos de Construção pro forma mais comuns são:


– SAJ, Shipowners Association of Japan (1974)
– NSA Form, Norwegian Shipowners and Shipbuilders
Associations (2000)
– MARAD Standard Form (1980), Maritime Subsidy Board (MSB)
of the United States Department of Commerce
– BIMCO NEWBUILDCON, Baltic and International Maritime
Council (2007)
9 AWES (1972), Association of West European Shipbuilders,
actualmente denominada CESA – Committee of European
Shipyards’ Associations (2004)

M.Ventura Processo do Projecto 40

20
Componentes Principais do Contracto

• Preço Contractual (Contract Price)


• Plano de Pagamentos (Payements)
• Sub-Contractação (Sub-Contracting)
• Penalizações (Liquidated Damages Provisions)
• Propriedade e Responsabilidade (Title and Risk)
• Segurança (Security)
• Classificação do Navio (Ship Classification)
• Testes e Provas de Mar (Trials)
• Documentação e Entrega (Documentation and Delivery)
• Garantia (Warranty period)
• Incumprimento pelo Comprador (Default by the Buyer)
• Incumprimento pelo Construtor (Default by the Builder)
• Resolução de Disputas (Dispute Resolution)

M.Ventura Processo do Projecto 41

Plano de Pagamentos Típico

• Independentemente do tipo financiamento, o pagamento do


navio ao construtor é geralmente constituído por prestações
(instalments) em função do progresso da construção, de acordo
com o estipulado no Contracto
• Um exemplo típico pode ser:
– 10% na assinatura do Contracto (Contract Signature)
– 10% na chegada dos materiais ao estaleiro (Materials Arrival)
– 10 % no assentamento da quilha (Keel Laying)
– 20% no lançamento à água (Launching)
– 50% na entrega do navio (Delivery)

M.Ventura Processo do Projecto 42

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Contracto - Cláusulas Típicas (1)

• Força Maior (Force Majeure)


– O termo Força Maior significa qualquer evento ou ocorrência para além
do controlo razoável e sem culpa ou negligência do Vendedor, e que o
Vendedor não tenha conseguido evitar ou ultrapassar
– Podem incluir por exemplo, desastres naturais, cheias, vendavais,
condições meteorológicas agravadas e outros Actos de Deus, fogos,
explosões, revoltas, guerras, sabotagem, problemas laborais do
Vendedor (incluindo greves, mas excluindo lockouts), faltas de energia, e
actos do governo.
• Prejuízos Devido a Incumprimento (Liquidated Damages
Provisions)
– Define procedimento em caso de incumprimento por parte do Construtor
de requisitos considerados críticos (data de entrega, consumo,
velocidade, capacidade de carga, níveis de ruído e de vibrações,...)
– Estabelece multas e limites de aceitação do navio

M.Ventura Processo do Projecto 43

Contracto - Cláusulas Típicas (2)

• Incumprimento pelo Comprador (Default by the Buyer)


– Medidas a tomar no caso do Comprador não cumprir algumas
cláusulas do Contracto (pagamentos, aprovações de documentos,
entrega de fornecimentos do Armador no Estaleiro, etc.)

• Incumprimento pelo Comprador (Default by the


Contractor)
– Medidas a tomar no caso do Construtor não cumprir algumas
cláusulas do Contracto
– Parte ou a totalidade destas medidas poderá estar já enunciada
na cláusula de Prejuízos Devido a Incumprimento

M.Ventura Processo do Projecto 44

22
Contracto - Novas Cláusulas

• Variação do Preço do Aço (Steel Prices)


– Cláusula que procura ter em conta eventual acentuada variação
do preço do aço de construção no mercado internacional
• Variação Monetária (Currency Risk)
– Cláusula que procura ter em conta eventual correcção monetária
devida a acentuada variação da moeda de referência usada no
Contracto (Euro, Dólar)

M.Ventura Processo do Projecto 45

AWES Shipbuilding Contract

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Contracto de Construção AWES (1)

1. Objecto do Contracto (Subject of Contract)


• Descrição e características principais do navio
• No. do estaleiro (No. de Construção)
• Registo e Classificação do navio
• Decisões da Sociedade Classificadora
• Sub-contractação pelo estaleiro
2. Inspecção e Aprovações (Inspection and Approvals)
3. Modificações (Modifications)
• Devidas ao Armador
• Devidas ao Constructor
• Devidas aos Organismos Reguladores ou à Sociedade
Classificadora

M.Ventura Processo do Projecto 47

Contracto de Construção AWES (2)

4. Provas de Mar (Sea Trials)


5. Garantia para Velocidade, Capacidade de Carga e Consumo de
Combustível (Guarantee for Speed, Cargo Carying
Capacity and Fuel Consumption)
– Penalizações, Limite de Aceitação, Prémios
6. Entrega do Navio (Delivery of the Vessel)
– Local e Data
– Documentação
– Penalizações e Prémios
– Força Maior
7. Preço (Price)
8. Propriedade (Property)
– Desenhos genéricos, Especificações e Desenhos de detalhe
– Navio

M.Ventura Processo do Projecto 48

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Contracto de Construção AWES (3)

9. Seguro (Insurance)
10. Incumprimento pelo Comprador (Default by Purchaser)
– Penalizações por
• Falta de pagamentos
• Falta à entrega do navio
• Atrasos na entrega de Fornecimentos (Owner’s supplies)
11. Incumprimento pelo Contratado (Default by the Contractor)
– Devolução de pagamentos efectuados e penalizações
12. Garantia após entrega (Guarantee)
13. Despesas Contratuais (Contract Expenses)
14. Patentes (Patents)

M.Ventura Processo do Projecto 49

Contracto de Construção AWES (4)

15. Interpretação, Peritagem por Avaliadores Externos e


Arbitragem (Interpretation, Reference to Expert and
Arbitration)
16. Condição para Entrada em Vigor do Contracto (Condition for
the Contract to Become Effective)
17. Domicílio Legal (Legal Domicile)
18. Transferência de Direitos (Assignment)
19. Limitação de Responsabilidade (Limitation of Liability)
20.Endereços para Correspondência (Mail Addresses)

M.Ventura Processo do Projecto 50

25
BIMCO NEWBUILDCON

BIMCO NEWBUILDCON
Key Features (1)
• Form readily adaptable to all types of vessels in all
jurisdictions, including features which will be needed for
projects in China.
• More comprehensive provisions detailing obligations during
production, particularly subcontracting, approvals and
inspection, tests and trials, modifications, and buyers
suppliers.
• Buyer’s relationship with Class is more clearly defined.
• Mechanisms included to avoid delays in delivery in the event
of minor defects.
• Wordings for refund and performance guarantees, vetted by
banking lawyers, which are suitable for use in projects in
China.

M.Ventura Processo do Projecto 52

26
BIMCO NEWBUILDCON
Key Features (2)
• Harmonised refund provisions in the event of termination.
• Clearer legal provisions dealing with permissible delays,
builders’ guarantees, responsibilities and exclusions from
liabilities, insurance and termination.
• Responsibility clauses expressed mutually where possible,
producing a more balanced contract.
• Comprehensible force majeure clause with an easy-to-check
list of force majeure events.
• Checklist of documentation required on delivery.
• New IMO Hazardous Materials Inventory and Protective
Coatings clauses.

M.Ventura Processo do Projecto 53

BIMCO NEWBUILDCON
Key Features (3)
• Modernized dispute resolution provisions clause
incorporating reference to the latest dispute resolution
methods including Class and expert determination, mediation
and arbitration.
• Clear provisions relating to provision of refund and
performance guarantees.

M.Ventura Processo do Projecto 54

27
Especificação do Navio
(Ship Specification)

Especificação do Navio

• Definição da extensão do fornecimento (Deliverables) e descrição


dos trabalhos a efectuar pelo Construtor (Extent of Supply)
• Características Principais do Navio
– Dimensões principais
– Velocidade de serviço
– Sociedade Classificadora e notação de classe
– Capacidades de carga, lastro e combustíveis
– Autonomia
– Regras e Convenções consideradas
• Classificação, registo e certificados
• Desenhos, Livros de Instruções
• Sobressalentes
• Inspecções, Testes e Provas de Mar
• Fornecimentos do Armador (Owner Supplies, Buyer’s Deliveries)
• Descrição Técnica do Navio e de todos os seus Sistemas

M.Ventura Processo do Projecto 56

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Descrição Técnica do Navio

• Casco
– Tipo de construção do casco e materiais
– Tratamento de superfícies, pintura, protecção catódica
• Maquinaria
– Maquinaria propulsora, geradores e sistemas auxiliares
– Para cada Sistema
• Especificação dos componentes (bombas, compressores,..),
quantidades e características nominais
• Tipo de accionamento, potência necessária
• Encanamentos, dimensões nominais, materiais
• Extensão do fornecimento
• Equipamentos

M.Ventura Processo do Projecto 57

Fornecimentos do Armador

• Equipamentos fornecidos pelo Armador, entregues no


Estaleiro para instalação ou montagem a bordo pelo
Construtor
• Exemplos: Roupas de cama, equipamento de cozinha, mapas e
livros náuticos, bandeiras, medicamentos, equipamento
médico, equipamento de escritório, sobressalentes e
equipamento para além do exigido pelas Regras e Convenções,
ferramentas para as oficinas, equipamento electrónico
adicional, etc.
• Razões possíveis: evitar processos de aquisição demorados,
equipamento já armazenado pelo Armador, permitir controlo
absoluto sobre a selecção do equipamento, poupanças de
escala, etc.

M.Ventura Processo do Projecto 58

29
Especificação

• Não existem geralmente documentos padrão para a escrita


das Especificações do Navio como existem para o Contracto
de Construção
• Alguns Armadores especializados em tipo específicos de
navios têm Especificações típicas que exigem para os seus
navios
• Existem Sistemas de Classificação que são utilizados para
categorizar os componentes do navio e que são utilizados
para organizar as Especificações do Navio

M.Ventura Processo do Projecto 59

Exemplos de Especificações Típicas (1)

Deadweight Capacity
• The vessel's deadweight is to be about 145,000 metric tons
at design draught of 16.00 m in salt water (density 1025
kg/m3).
• The specified deadweight to include fuel and lubricating oils,
provisions, consumable stores, fresh water, crew and
effects plus spare parts and equipment in excess of what is
required by Classification Society, as well as items supplied
by the Buyer and Owner's extras.

M.Ventura Processo do Projecto 60

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Exemplos de Especificações Típicas (2)

Speed
• The trial speed on summer draught (abt. 17.10 m) in deep,
calm sea with clean hull will be about 15.0 knots with main
engine developing 20,300 BHP, which corresponds to its
selected maximum continuous rating (MCR). Correction for
wind and waves to be done only if weather conditions in
excess of Beaufort 2 (two).
• The service speed is estimated to be abt. 14.0 knots at
160,000 TDW and under conditions as above, including a sea
margin of 15%.
• Verified speed trial test report to be provided, including a
curve showing speed/power on the draught under trial
conditions as well as a curve giving the service speed under
conditions given above.

M.Ventura Processo do Projecto 61

Exemplos de Especificações Típicas (3)

Buyer’s Deliveries
• The following items to be furnished by the Owner:
– Equipment, materials and hand tools for bosun’s store, paint
room, engine room, engine workshop, pump man shop, electrical
workshop except those listed elsewhere in specification.
– All bedding (blankets, covers, pillows, sheets, except
mattresses), towels and table cloths.
– All cook’s and steward’s utensils (silverware, dishes, glasses,
pots, pans, cutleries, crockery,..)
– ……..

M.Ventura Processo do Projecto 62

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Exemplos de Especificações Típicas (4)

Buyer’s Deliveries (Cont.)


• Buyer’s supplies are to be delivered to Builder’s yard, free
of cost, in perfect condition, properly packed and
individually identified. Buyer is to cover all expenses of
insurance until the arrival of the shipyard.
• The Builder will be responsible for storing and handling,
after the delivery to the shipyard.
• A detailed list of Buyer’s furnished equipment and materials
is to be presented to Builder at the early stage and a
schedule will be prepared for deliveries.

M.Ventura Processo do Projecto 63

Exemplos de Especificações Típicas (5)

Drawings for Buyer's Approval


• Drawings from the Builder or its subcontractors which
require Buyer's approval prior to commencement of work,
shall if otherwise not explicitly agreed, be submitted to
Buyer in four (4) copies with a covering letter.
• Buyer to have a reasonable time, not exceeding fourteen
(14) calendar days, to study received drawings, whereafter
one (1) copy (approved) should be returned to the Builder
with Buyer’s approval and/or possible comments and with a
covering letter.
• When the Buyer find it is impossible to return the approved
drawings within the above specified time, the Buyer shall
notify the Builder without delay. In case delay is in excess
of 7 calendar days and no notice is given by the Buyer,
drawings to be considered approved.

M.Ventura Processo do Projecto 64

32
Exemplos de Especificações Típicas (6)

Official Sea Trials


• The trials to be conducted at the draught equal to 17.10 m,
corresponding to the condition executed at the model tank tests.
• The official speed trials are to take place in deep water and with
approved measuring means, which shall be agreed with Buyer.
• The sea weather conditions at this time should be fair or up to
Beaufort 3 (three) and at corresponding wave conditions.
• Heavy fuel of viscosity as close to 700cSt. at 50°C as available, but
not less tan 350 cSt. at 50 °C shall be chosen as fuel oil in
accordance with the approved testing schedule and all endurance
tests will be carried out with such oil.
• All horsepowers during the sea trials shall be measured by a torsion
meter. MIP diagrams shall be taken.

M.Ventura Processo do Projecto 65

Especificação do Navio – Notas Gerais

• Na descrição dos sistemas não são geralmente feitas


referências a marcas comerciais
• A identificação de marcas diminui a capacidade negocial para
a aquisição dos equipamentos
• Existem no entanto alguns componentes (máquina principal,
auxiliares, bombas de carga,..) que eventualmente o Armador
faz questão que seja de uma determinada marca (ou modelo)
e que devem ser identificados na Especificação (geralmente
a máquina principal)
• Quando o Contracto é assinado, a Especificação do Navio é
Anexa, assinada em todas as folhas por representantes do
Estaleiro e do Armador
• Em caso de contradições ocasionais entre a Especificação e
os desenhos, deve prevalecer o estabelecido nos Desenhos

M.Ventura Processo do Projecto 66

33
Outros Documentos Legais

Contrato de Seguro do Casco

• Cobre erros no projecto, materiais ou mão-de-obra e


semelhantes defeitos latentes (latent defects)
• Teve início com a chamada cláusula Inchmaree, introduzida
como parte da 1ª edição das cláusulas de seguro do casco
inglesas, do The Institute Time Clauses-Hull (ITCH), 1888
• O seguro cobria a perda ou dano do casco e maquinaria
devido a explosão da caldeira, quebra dos veios ou quaisquer
defeitos latentes na maquinaria ou no casco
• A cláusula inglesa foi revista duas vezes recentemente, em
2002 e em 2003
• O Comite Maritime International (CMI) tem por objectivo
harmonizar as cláusulas de seguros marítimos

M.Ventura Processo do Projecto 68

34
Conceito de Defeito Latente

• Um defeito na construção do navio ou da maquinaria que não


é passível de ser facilmente descoberto por um perito
competente durante uma inspecção normal.
• A descoberta de um defeito latente por si só não dá origem a
uma queixa de acordo com o seguro de casco vulgar, mas os
eventuais danos dele derivados estão normalmente cobertos.

M.Ventura Processo do Projecto 69

Inchmaree Clause

• Cláusula comum em contratos de seguros marítimos


• Cobre o risco de eventos não directamente relacionados com os
perigos no mar tais como, mas não necessariamente limitados a,
acidentes de carregamento
• Protege propriedade danificada ou destruída em resultado de actos
negligentes da tripulação.
• A designação é derivada do nome de uma navio a vapor no qual uma
bomba foi danificada devido à negligência da tripulação.
• Um tribunal britânico, em 1884, decidiu que esse acidente não era
um perigo do mar (peril of the sea) e como tal, não coberto pelos
termos dos contratos de seguro existentes na altura
• Desde então, os contratos de seguros marítimos cobrem esses tipos
de casos incluindo uma cláusula específica sobre os riscos que,
embora não ligados directamente aos perigos do mar, estão no
entanto directamente relacionados com o transporte marítimo

M.Ventura Processo do Projecto 70

35
Perils of the Sea - Definition

Perils of the Sea - Accidents and dangers peculiar to maritime


activities, such as storms, waves, and wind; collision;
grounding; fire, smoke and noxious fumes; flooding, sinking
and capsizing; loss of propulsion or steering; and any other
hazards resulting from the unique environment of the sea.

9 Dictionary of Military and Associated Terms. US


Department of Defense, 2005. (CD-ROM#82)

M.Ventura Processo do Projecto 71

UK Marine Insurance Act (MIA)

• UK Marine Insurance Act (MIA), 1906


• Reviewed in 1909, 1963, 1994, 2002, 2003

M.Ventura Processo do Projecto 72

36
Bibliografia (Seguros Marítimos)

• Norwegian Marine Insurance Plan 1996, Version 2003


• English Institute Time Clauses Hulls (ITCH) , 1/10/83
• American Institute Hull Clauses (June 2,1977)
• Institute of London Underwriters Clauses (IC)
9 International Hull Clauses (IHC), 2003 (CD-ROM#59)
• UK Marine Insurance Act (MIA), 2003 (CD-ROM#59)

M.Ventura Processo do Projecto 73

Bibliografia (1)

9 AWES (1998), “Standard Shipbuilding Contract”


9 BIMCO NEWBUILDCON (2007), Standard Shipbuilding Contract
(CD_ROM#59)
• Brodie, Peter (2003), “Dictionary of Shipping Terms”, 4th Edition.
• Bundock, Michael (2003), “Shipping Law Handbook”, 3rd Edition.
• Curtis, Simon (2002), “The Law of Shipbuilding Contract”, 3rd
Edition.
• Fisher, K.W. (1991), "Responsibilities Pertaining to Drawing
Approvals During Ship Construction and Modification", Marine
Technology, Vol.28, No.6, November 1991, SNAME, pp.314-323.
• Fisher, K.W. (1995), "An Owner's Management of Ship Construction
Contracts", International Conference NEWBUILD 2000 & the Role
of the Naval Architect in Ship and Offshore Projects, RINA.

M.Ventura Processo do Projecto 74

37
Bibliografia (2)

9 Fisher, K.W. (2004), "Shipbuilding Specifications: Best Practice


Guidelines", International Journal of Maritime Engineering, RINA.
(CD-ROM#62)
• Fogarty, Barrister (2004), “Merchant Ship Legislation”, 2nd Edition.
9 “Shipbuilding Contracts”, Hill Taylor Dickinson, 1st Edition, 2005.
9 “Fundamentals of Shipbuilding Contracts”, Fisher Maritime
Consulting Group, 2008. (CD-ROM#82)
9 “SFI Group System”, The Ship Research Institute of Norway,
1973.
9 “Product Work Breakdown Structure”, Revised December 1982,
NSRP–0164.
• Phillips, Nevil and Craig, Nicholas (2001), “Merchant Ship Act 1995:
An Annotated Guide”, 2nd Edition.

M.Ventura Processo do Projecto 75

Bibliografia (3)

9 Veenstra, Albert W. and Ludema, Marcel W. (2006), "The


Relationship Between Design and Economic Performance of Ships",
Maritime Policy & Management, Vol.33, No.2, pp.159-171. (CD-
ROM#51)

M.Ventura Processo do Projecto 76

38
Organizações (1)

• Baltic and International Maritime Council (www.bimco.org)


• British Marine Equipment Association
• Comite Maritime International (www.comitemaritime.org)
• Community of European Shipyards Associations – CESA (www.cesa-
shipbuilding.org)
• Hill Dickinson Marine Lawyers (www.hilldickinson.com)
• MARAD – US Maritime Administration (www.marad.dot.gov)
• Society of Maritime Industries (www.maritimeindustries.org)

M.Ventura Processo do Projecto 77

Organizações (2)

• UK Shipbuilders and Shiprepairers Association (www.ssa.org.uk)


• Nordic Association of Marine Insurers (www.cefor.no)
• Norwegian Marine Insurance Plan (www.norwegianplan.no)
• Norwegian Maritime Law Association
• Norwegian ShipOwners Association

M.Ventura Processo do Projecto 78

39
Links Nacionais

• www.imarpor.pt (Instituto Portuário dos Transportes Marítimos)


• www.ancruzeiros.pt (Lista de Legislação Náutica de Recreio)
• www.fpvela.pt (Federação Portuguesa de Vela)
• www.hidrografico.pt (Instituto Hidrográfico)
• www.isn.org.pt (Instituto de Socorros a Náufragos)

M.Ventura Processo do Projecto 79

Anexo A. Sistemas de Classificação de


Sistemas e Componentes de Navios

40
Sistemas de Classificação de Navios

• Os sistemas de Classificação de componentes de navios


foram desenvolvidos para fornecer aos estaleiros e às
companhias envolvidas na gestão e exploração de navios
ferramentas para apoio às actividades de:
– Especificação de Navios
– Estimativa de custos de construção (ou reparação)
– Estimativas ou levantamentos do Peso Leve
– Compras de equipamentos e serviços (Procurement)

M.Ventura Processo do Projecto 81

Alguns Sistemas de Classificação


Existentes
• MARAD - MARitime ADministration, utilizado pela
administração dos EUA.
• SWBS - Ship Work Breakdown Structure, utilizado pela
marinha dos EUA e adaptado pela Marinha Portuguesa
(ICAM).
• SFI - desenvolvido pelo Ship Research Institute, da Noruega

• O SWBS e o SFI estão organizados num número de grupos


principais, que se dividem em grupos, sub-grupos e assim
sucessivamente.
• O sistema MARAD é mais indefinido e incompleto na sua
estruturação.
• Em cada um dos sistemas, um número de classificação é
atribuído a cada item do navio ou grupo de itens, gerando uma
estrutura em árvore.
M.Ventura Processo do Projecto 82

41
MARAD

• É um sistema baseado em três dígitos.


• Letras são utilizadas para definirem os três grupos
principais:
– A. Steel hull
– B. Outfit
– C. Propelling machinery

M.Ventura Processo do Projecto 83

Ship Work Breakdown Structure (1)

• Sistema baseado em três caracteres

SWBS Title

100 Structure
164 Ballistic Plating
165 Sonar Domes
191 Ballast, Fixed or Fluid and Buoyancy Units

M.Ventura Processo do Projecto 84

42
Ship Work Breakdown Structure (2)

SWBS Title

200 Propulsion
202 Machinery Plant Central Control Systems
233 Propulsion Internal Combustion Engines
241 Propulsion Reduction Gears
242 Propulsion Clutches and Couplings
243 Propulsion Shafting
244 Propulsion Shaft Bearings
245 Propellers
259 Uptakes

M.Ventura Processo do Projecto 85

Ship Work Breakdown Structure (3)


SWBS Title
300 Electrical
311 Ship Service Power Generation

400 Command and Control


403 Personal Safety
420 Navigation System
421 Non Electrical/ Non Electronic Navigation Aids
433 Announcing System
437 Indicating Order and Metering System
440 Exterior Communications
450 Surveillance Systems (Surface)
460 Surveillance Systems (Underwater)
470 Countermeasures
480 Fire Control Systems
491 Electronic Test, Checkout and Monitoring Systems
M.Ventura
493 Processo
Non-combat Data Processing do Projecto
Systems 86

43
Ship Work Breakdown Structure (4)

SWBS Title
500 Auxiliary Systems
512 Ventilation System
514 Air Conditioning
520 Sea Water Systems
529 Drainage and Ballasting System
533 Potable Water
541 Ship Fuel and Fuel Compensating System
542 Aviation and General Purpose Fuel Systems
553 O2N2 System
555 Fire Extinguishing System
561 Steering and Diving Control Systems
573 Cargo Handling Systems
581 Anchor Handling and Stowage Systems
582 Mooring and Towing System
588 Aircraft Handling, Service and Stowing
M.Ventura
589 Miscellaneous Mechanical Processo
Handlingdo Projecto
Systems 87

Ship Work Breakdown Structure (5)

SWBS Title

600 Outfit and Furnishings


625 Airports, Fixed Port lights and Windows
640 Living Spaces
644 Sanitary Spaces and Fixtures
651 Commissary Spaces
652 Medical Spaces
671 Lockers and Specially Stowage
673 Cargo Stowage

M.Ventura Processo do Projecto 88

44
Ship Work Breakdown Structure (6)

SWBS Title

700 Weapons
710 Guns and Ammunition Systems
720 Missiles and Rocket Systems
750 Torpedo Systems
770 Cargo Munitions Handling and Stowage
780 Aircraft Related Weapon Systems

M.Ventura Processo do Projecto 89

ICAMN

• Índice de Classificação por Assuntos do Material Naval


• Sistema adoptado pela Marinha Portuguesa, baseado no
SWBS da US Navy
• Orientado essencialmente para navios militares
(combatentes e auxiliares)
• PGSUM 001 (B), “Índice de Classificação por Assuntos do
Material Naval”, Superintendência dos Serviços de Material,
2004.

M.Ventura Processo do Projecto 90

45
ICAMN – Áreas Funcionais

0 – Estudos e Requisitos da Marinha e Contratação


1 – Casco
2 – Instalação Propulsora
3 – Instalação Eléctrica
4 – Comando e Vigilância
5 – Sistemas Auxiliares
6 – Aprestamento
7 – Armamento
8 – Projecto, Construção e Alterações
9 – Montagem (Integração) e Serviços de Apoio à Construção e
à Manutenção
Apêndice A - Carga

M.Ventura Processo do Projecto 91

SFI Group System (1)

• O SFI é um sistema de classificação dos sistemas e


componentes de navios, que foi desenvolvido e publicado pelo
Norge Skips Forsknings Institutt (NSFI) da Noruega e é
hoje propriedade da XANTIC (www.xantic.net).
• Este sistema é baseado numa classificação com três dígitos,
e nele existem 10 grupos principais. Cada um destes é
subdividido em 10 grupos e cada um destes em 10 sub-
grupos.

Assim, o número de classificação terá a forma:


MGS
em que:
M – dígito do grupo principal
G - dígito do grupo
S - dígito do sub-grupo
M.Ventura Processo do Projecto 92

46
SFI Group System (2)

• Posteriormente foi desenvolvido uma extensão, SFI Detail


Code, que aumenta o número de dígitos para 6, de modo a
permitir a identificação de elementos a um nível mais fino.
• Ao mais alto nível, dos 10 grupos principais, apenas 8 são
correntemente utilizados para Navios:
0. (reserved)
1. Ship General
2. Hull
3. Equipment for Cargo
4. Ship Equipment
5. Equipment for Crew and Passengers
6. Machinery Main Components
7. Systems for Machinery Main Components
8. Ship Common Systems
9. (reserved)
M.Ventura Processo do Projecto 93

SFI Group System (3)

• There is also a SFI Group System for Rigs with the following
Main Groups:
1. Rig General
2. Hull and Structure
3. Drilling Equipment and Systems
4. Platform Equipment
5. Equipment for Crew
6. Machinery Main Components
7. Systems for Machinery Main Components
8. Platform Common Systems

M.Ventura Processo do Projecto 94

47
1. Ship General

10. Specification, Estimating, Model Testing, Drawings,


Ordering
11. Insurances, Fees, General Expenses, Representation
12. General Work and Models
13. Provisional Rigging During Construction
14. Work in Connection with Ways, Launching and Docking
15. Inspection, Measurements, Tests and Trials
16. Guarantee and Mending Work
17. (reserved)
18. (reserved)
19. General Consumption Articles

M.Ventura Processo do Projecto 95

2. Hull

20. Hull Materials, General Hull Work


21. Afterbody
22. Engine Area
23. Cargo Area
24. Forebody
25. Deck Houses, Superstructures
26. Hull Outfitting
27. Material Protection, External
28. Material Protection, Internal
29. Miscellaneous Hull Work

M.Ventura Processo do Projecto 96

48
3. Equipment for Cargo

30. Hatches and Ports


31. Equipment for Cargo in Holds and on Deck
32. Special Cargo Handling Equipment
33. Deck Cranes with Rigging, etc. for Cargo
34. Masts, Posts with Derrick Booms, rigging and Winches, for
Cargo
35. Loading and Discharging Systems for Cargo
36. Freezing, Refrigerating and Heating Systems for Cargo
37. Gas/Ventilation Systems for Cargo Holds/Tanks
38. Auxiliary Systems for Cargo
39. (reserved)

M.Ventura Processo do Projecto 97

4. Ship Equipment

40. Maneuvering Machinery and Equipment


41. Navigation and Searching Equipment
42. Communication Equipment
43. Anchoring, Mooring and Towing Equipment
44. Repair, Maintenance and Cleaning Equipment, Outfitting in
Stores and Workshops, Name Plates, Special Foundations
45. Lifting and Transport Equipment for Machinery
Components
46. Hunting, Fishing and Processing Equipment
47. Armament, Weapons and Weapon Countermeasures
48. Special Equipment
49. (reserved)

M.Ventura Processo do Projecto 98

49
5. Equipment for Crew and Passengers

50. Lifesaving, Protection and Medical Equipment


51. Insulation Panels, Partition Bulkheads, Doors, Side
Scuttles, Windows and Skylights
52. Internal Deck Covering, Ladders, Steps, Railing, etc.
53. External Deck Covering, Ladders, Steps, etc., Fore and
Aft Gangway and Deck Equipment
54. Furniture, Inventory and Entertainment Equipment
55. Galley and Pantry Equipment, Arrangements for Provisions,
Ironing and Drying Equipment, Laundry.
56. Lifting and Transport Equipment for Crew, Passengers and
Provisions. Shore Gangway Equipment and Helicopter
Platform
57. Ventilation, Air-Conditioning and Heating Systems
58. Sanitary Systems with Discharges, Drainage Systems for
Accommodation
59. Other, for Passenger
M.Ventura
Ships
Processo do Projecto 99

6. Machinery Main Components

60. Diesel Engines for Propulsion


61. Steam Machinery for Propulsion
62. Other Types of Propulsion Machinery
63. Transmissions and Foils
64. Boilers, Steam and Gas Generators
65. Motor Aggregates for Main Electrical Power Production
66. Other Aggregates and Generators for Main and
Emergency Electrical Power Production
67. Nuclear Reactor Plants
68. (reserved)
69. (reserved)

M.Ventura Processo do Projecto 100

50
7. Systems for Machinery Main
Components
70. Fuel Oil Systems
71. Lube Oil Systems
72. Cooling Systems
73. Compressed Air Systems
74. Exhaust Systems and Air Intakes
75. Steam, Condensate and Feed Water Systems
76. Distilled and Make-up Water Systems
77. (reserved)
78. (reserved)
79. Automation Systems for Machinery

M.Ventura Processo do Projecto 101

8. Ship Common Systems

80 Ballast and Bilge Systems, Gutter Pipes Outside


Accommodation
81 Fire and Lifeboat Alarm Systems, Firefighting Systems,
Wash Down Systems
82. Air and Sounding Systems from Tanks to Deck
83. Special Common Hydraulic Systems
84. Central Heat Transfer Systems with Chemical Liquids
85. (reserved)
86. (reserved)
87. (reserved)
88. Electrical Common Systems
89. Electrical Distribution Systems

M.Ventura Processo do Projecto 102

51
Anexo B. Classificação da Força do Vento

Escala de Ventos Beaufort (1)

• Escala para estimar as velocidades do vento criada pelo


almirante britânico Sir Frances Beaufort (1805)
• Desenvolvida para ajudar os marinheiros a estimar a
velocidade do vento por observação visual
• A velocidade do vento associada a um dado valor da escala
pode ser obtida pela fórmula:
v = 0.837 Bscl
1.5
[m / s ]
• A escala foi ampliada em 1944 adicionando forças 13 a 17
para condições meteorológicas especiais tais como ciclones e
tempestades tropicais (usada exclusivamente em Taiwan e na
China)
• A escala Beaufort é muito usada para definir condições
ambientais para medidas de velocidade do navio em provas de
mar
M.Ventura Processo do Projecto 104

52
Escala Beaufort (2)

M.Ventura Processo do Projecto 105

Escala Beaufort (3)

M.Ventura Processo do Projecto 106

53
Escala Beaufort (4)

M.Ventura Processo do Projecto 107

Escala Beaufort (5)

M.Ventura Processo do Projecto 108

54
Escala Beaufort (6)

M.Ventura Processo do Projecto 109

Escala Beaufort (7)

M.Ventura Processo do Projecto 110

55
Escala Beaufort (8)

M.Ventura Processo do Projecto 111

Escala Beaufort (9)

M.Ventura Processo do Projecto 112

56
Anexo C. Douglas Sea Scale

Douglas Sea Scale

• Created by the English Admiral H.P. Douglas in 1917, while he


was head of the British Meteorological Navy Service
• Its purpose is to estimate the sea's roughness for
navigation.
• Consists of two codes:
– one for estimating the state of the sea (fresh waves
attributable to local wind conditions)
– the other for describing sea swell (large rolling waves
attributable to previous or distant winds)

M.Ventura Processo do Projecto 114

57
Douglas Sea Scale

The Douglas Sea Scale is expressed in one of 10 degrees:


• Degree 0—no measurable wave height, calm sea
• Degree 1—waves >10 cm., rippled sea
• Degree 2—waves 10–50 cm., smooth sea
• Degree 3—waves 0.5–1.25 m., slight sea
• Degree 4—waves 1.25–2.5 m., moderate sea
• Degree 5—waves 2.5–4 m., rough sea
• Degree 6—waves 4–6 m., very rough sea
• Degree 7—waves 6–9 m., high sea
• Degree 8—waves 9–14 m., very high sea
• Degree 9—waves >14 m., phenomenal sea

M.Ventura Processo do Projecto 115

58

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