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Opinião não é conhecimento

Você já escutou a história do homem que de tanto ouvir o canto do galo e não
achá-lo, arrumou o seu próprio galo?

Essa história é engraçada porque todos nós temos um conhecido assim. Por vezes,
até mesmo nós caminhamos por essa ”via” em algum momento. Mas o que poucos
sabem é que esse galo acabou degolado.

No Brasil virou moda tentar viajar de avião pelo trem de pouso. “No passado ia-
se pelo bagageiro porque não tínhamos experiência”, escuta-se por aí. Não é
porque deu errado ontem que dará errado hoje!

O quadrilhão do PMDB vem tirando nossa atenção ultimamente. Há um ano,


todavia, estávamos assistindo a tragédia do governo Dilma. Aquela presidente
que tentou pôr Lula no ministério para ele não ser preso, lembra? Exatamente
aquela que na urna aparecia ao lado de Michel Temer quando das eleições de
2014.

Uns podem questionar dizendo que a Dilma não é a sociedade brasileira. Sua
estupidez e arrogância não foram mais audíveis que o clamor das ruas. Reitero.

Mas é que esse modo de fazer política é sintoma de uma doença da sociedade
brasileira: o desapreço pela escola.

Quando aquele homem percebeu que o galo no quintal não lhe acrescentava nada,
ele se enfureceu e espalhou o sangue do animal pelo chão. Por quê? É que como
ele não fez escola, não sabia o que era uma metáfora. Resultado: acabou virando
uma extensão da própria metáfora!

Dilma não gostava de escola. Fez economia, mas não levou ao Planalto a coisa
primeira que se aprende: conhecimento é feito em conjunto. Nunca prestou
atenção que ”desenvolvimentismo” é palavra para “escola desenvolvimentista”.
Dilma governou como uma “mulher de opinião”.

O problema não são as vias heterodoxas. Mas, sim, a falta de vivência no espaço
escolar o suficiente para saber que doxa não é episteme, isto é, que opinião não é
conhecimento.

Isaias Bispo de Miranda – 19 de novembro de 2017

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