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O texto possui adaptações realizadas por Daniela de Macedo B.R.T. de Sousa, para a adequação
do material à temática proposta.
Parte 2
Nesse dispositivo e nos seguintes, encontra-se o conjunto de atribuições para cada um dos
atores que compõem o SGD, construído exatamente para que haja uma dinâmica na aplicação
dos instrumentos e uma total interação dos atores.
Conforme visto, o ECA organiza as ações para a garantia dos direitos das crianças e
adolescentes por meio do Sistema de Garantia de Direitos.
O SGD pressupõe, portanto, a ação de vários órgãos ou instituições de forma
integrada.
a) promoção;
b) defesa;
c) controle.
1. Eixo Promoção
I – serviços e programas das políticas públicas, especialmente das políticas sociais, afetos aos
fins da política de atendimento dos direitos de crianças e adolescentes;
a) Assistência Social:
A oferta de atenção especializada e continuada deve ter como foco a família e a situação
vivenciada.
b) Saúde:
O Sistema Único de Saúde (SUS) abrange desde o simples atendimento ambulatorial até
o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do
país.
c) Educação
I – advertência;
IV – liberdade assistida;
VII – qualquer uma das previstas no ECA, art. 101, incisos de I a VI.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
2. Eixo Defesa
a) Conselho Tutelar – Segundo o artigo 132 do ECA, em cada Município e em cada Região
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar composto de 5
(cinco) membros, escolhidos pela comunidade local.
O Conselho Tutelar deve ser acionado sempre que houver ameaça ou risco ou quando a
violência já aconteceu.
b) Segurança Pública – Responsáveis pela vigilância, prevenção e proteção das vítimas contra
qualquer tipo de violência, bem como pela investigação e encaminhamento dos adolescentes
em conflito com a lei.
Destacam-se, no âmbito da Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e
Polícia Rodoviária Federal.
c) Defensoria Pública – Presta assistência judiciária gratuita, por meio de Defensor Público ou
Advogado nomeado, assegurando o acesso à Justiça e garantindo a proteção dos direitos
fundamentais das crianças e dos adolescentes e, mais especificamente, dos adolescentes em
conflito com a lei.
f) Ouvidoria – Trata-se de espaço onde o cidadão pode manifestar suas críticas, dar sugestões,
fazer reclamações e denúncias, pedir informações quanto aos serviços prestados por algum
órgão público ou privado etc.
3. Eixo Controle
O controle ou vigilância das ações públicas de promoção e defesa dos direitos da criança
e do adolescente se dará por meio de espaços de discussão coletiva, onde estejam presentes
órgãos governamentais e entidades sociais.
Várias instâncias fazem parte desse eixo, destacando-se:
a) Conselhos de Direitos
Os conselhos de direitos são responsáveis pela deliberação e controle das ações voltadas
para a efetivação dos direitos de crianças e adolescentes nos Estados e nos Municípios.
b) Conselhos setoriais
Os conselhos setoriais são órgãos que reúnem representantes do governo e da sociedade civil
para discutir, estabelecer normas e fiscalizar a prestação de serviços públicos e privados no
Município.
Somente com essa articulação e o seu fortalecimento será possível pensar na construção
de uma sociedade que se quer cada vez mais justa e saudável.
O ECA tem, portanto, regras claras e bem definidas para a articulação do Sistema de
Garantia de Direitos.
Mas uma lei só se legitima quando os cidadãos denunciam ou provocam ações que
possam fazer desencadear uma reação daqueles que legalmente devem restaurar direitos.
Essa é uma tarefa que cabe a toda a sociedade brasileira, principalmente àqueles que
acreditam na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.