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STJ nega habeas corpus preventivo por

unanimidade e decide que Lula pode ser


preso após segunda instância
Pedido da defesa tinha objetivo de evitar execução – depois
de esgotados os recursos – da sentença do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, que condenou ex-presidente
a 12 anos de prisão.

Por Renan Ramalho e Bernardo Caram, G1, Brasília


06/03/2018 13h16 Atualizado há 1 hora
Por unanimidade (5 votos a 0), a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
negou em julgamento nesta terça-feira (6) a concessão de um habeas corpus
preventivo pedido pela defesa para evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
O objetivo do julgamento foi decidir se o petista pode começar a cumprir pena de 12
anos e 1 mês de prisão determinada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região
depois de esgotados os recursos ao próprio TRF-4. Lula ainda tem recursos
pendentes no TRF-4 e no STF (saiba em que pé estão esses recursos).
Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex
no Guarujá (SP).
Após proferir a sentença condenatória, os desembargadores do TRF-4 determinaram
a prisão logo após a conclusão da tramitação – no próprio tribunal – dos recursos da
defesa.
A decisão tem por base entendimento do STF , de outubro de 2016, segundo a qual
a pena pode começar a ser cumprida após condenação em segunda instância da
Justiça (caso do TRF). O habeas corpus preventivo impetrado pela defesa de Lula
tinha por objetivo evitar essa prisão.
Na mesma decisão, os cinco ministros da Quinta Turma do STJ negaram um pedido
extra da defesa para suspender a inelegibilidade de Lula com a condenação de
segunda instância.
A Lei da Ficha Limpa impede que condenados em tribunal colegiado – como o TRF-
4 – de disputarem eleições.
No habeas corpus ao STJ os advogados de Lula queriam suspender essa proibição,
mas os ministros entenderam que, como o processo ainda não finalizou sua
tramitação no TRF-4, ainda não é o momento de analisar a questão.
RESUMO
 O que pediu a defesa ao STJ: a concessão de um habeas corpus preventivo para
impedir que Lula fosse preso depois de julgado o último recurso no TRF-4, que
condenou o ex-presidente a 12 anos e 1 mês de prisão – ainda não há data para
julgamento do recurso.
 O que argumenta a acusação: para o Ministério Público, o entendimento em vigor
do Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece que é possível a prisão após
condenação em segunda instância (caso do TRF-4)
 O que decidiram os ministros do STJ: Félix Fischer, Jorge Mussi, Reynaldo
Soares da Fonseca, Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e Joel Ilan Paciornik negaram a
concessão do habeas corpus preventivo porque entenderam, com base em decisão do
Supremo de outubro de 2016, que não há ilegalidade na prisão após condenação em
segunda instância.
Saiba como votou cada um dos ministros da Quinta Turma do STJ e conheça as
manifestações da defesa e do Ministério Público no julgamento:

Félix Fischer
Citando decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitem a condenação após
segunda instância, o relator, ministro Félix Fischer, foi o primeiro a votar.
Ele destacou que, nos recursos que Lula vier a apresentar nas instâncias superiores, não será mais
possível reexaminar os fatos e provas do processo, no qual o ex-presidente foi considerado
culpado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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